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11 setembro 2013

Melhor Universidade

A Folha de S. Paulo divulgou um ranking das melhores universidades do Brasil por área. Em Ciências Contábeis, a UnB ficou em primeiro lugar no tópico Ensino, enquanto a USP ficou em primeiro em Mercado. Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Existe um livro que ficou conhecido como A Bíblia Maldita. Tudo em razão do pior erro tipográfico já cometido por uma obra (pior do que este). Estava impresso: Cobiçarás a mulher do próximo.

(Fonte: O Sinal e o Ruído, Nate Silver, p. 12)

Auditoria, Erro e Controle Interno

O setor de auditoria convive regularmente com denúncias de escândalos. Empresas fazem falcatruas na sua contabilidade e o auditor parece que não percebe o que está ocorrendo. Os exemplos são inúmeros e incluem nomes como Panamericano, Lehman, Olympus, Stanford, Satyam, Madoff, HP, entre outros. Recentemente um relatório da entidade que fiscaliza as empresas de auditoria dos Estados Unidos apontava que mais de 20% dos trabalhos das grandes empresas de auditoria tinham algum tipo de problema, sendo que uma das empresas fiscalizadas este índice chegava próximo a 50%. Isto é assustador já que o usuário espera que o relatório de auditoria seja o comprovante que a contabilidade da entidade é confiável.

Alguns apontam que os problemas das empresas diz respeito à forma como o setor opera. As empresas de auditoria são contratadas pelas entidades que serão auditadas e isto gera um viés na opinião do auditor, conforme pesquisas comportamentais já demonstraram. Uma alternativa é permitir que o regulador fizesse o contrato e pague pela auditoria, sendo o custo repassado, posteriormente, para a entidade auditada. Além disto, em razão da economia de escala visando à redução das suas despesas, as empresas de auditoria utilizam uma mão-de-obra composta aprendizes – os famosos traines – sem experiência e vivência de uma situação de fraude. Outros consideram que existe uma acomodação, propiciada pela falta de um rodízio entre as auditorias.

Um aspecto que geralmente é deixado de lado nestes debates é que a auditoria recebe os holofotes da imprensa, dos blogs e dos reguladores quando cometem erros. Entretanto, não sabemos quantas vezes as empresas de auditoria impediram que os usuários fossem enganados, já que isto não aparece no seu relatório. Em outras palavras, a auditoria parece com o sistema de meteorologia. Diariamente escutamos suas previsões sobre o tempo; quando o sistema acerta, geralmente não damos a devida atenção. Entretanto, quando o sistema falha, alertando para uma chuva que não ocorreu ou deixando de falar da possibilidade de chuva quando ocorreu, lembramos que a previsão do tempo estava errada.

Esta dificuldade é maior uma vez que não sabemos – ou não levamos em consideração na nossa decisão – o universo de empresas auditadas. Se tivermos 500 empresas no mercado e ocorreram problemas com cinco delas, estes cinco casos estarão nas discussões sobre a qualidade do setor. Estas falhas serão lembradas, discutidas pelos reguladores e consideradas nos textos das redes sociais. Mas este nível de erro significa que o processo de auditoria cometeu falhas em 1% dos casos, o que seria uma taxa bastante razoável.

O Grumpy Old Accountants tem um argumento adicional sobre o assunto (Garbage In, Garbage Out - Are Accountants Really to Blame?). Segundo o Grumpy, as estatísticas mostram que cerca de 20% das empresas possuem problemas no controle interno. Além disto, as estratégias de crescimento, particularmente aqueles realizados a partir das aquisições e fusões, quebram controles internos. Assim, segundo o texto, muitos erros contábeis e falhas de auditoria tem sua raiz na falha dos controles internos das empresas.

Neste sentido, a solução para o problema de auditoria passa pela melhoria destes instrumentos. Em outras palavras, trocar o foco do PCAOB pelo Coso. Somente com o fortalecimento deste controle interno é que a auditoria irá deixar de estar associada aos escândalos fraudulentos. E será companheira fundamental para prevenir e antecipar problemas.

Isto parece muito com uma analogia criada por Simons, no seu livro Levers of Control: o que faz um automóvel andar rápido não é o motor potente, mas um sistema de freio confiável. Só podemos dirigir nosso automóvel a 80 km/h se tivermos a segurança que o veículo irá parar no momento adequado. Os controles internos possuem a mesma função para empresa. Somente com controles internos efetivos é que a empresa poderá crescer de maneira sustentada.

(Cartoon adaptado daqui)

Fonte Super Interessante

A revista Super Interessante anda bem comportada. O plágio passa longe. Agora as reportagens e fotos estão bem referenciadas. Nada mais de “pesquisas indicam que”, “segundo estudos”... sem dizer de onde, quem, quando, ou como...

Na edição de agosto de 2013, na seção Ciência Maluca, por exemplo, dizer que “o chulé pode virar arma contra malária” baseou-se em um trabalho de autores da London School of Hygiene and Tropical Medicine que foi publicado no Plos One, um journal internacional online de acesso gratuito. Dizer, por sua vez, que os bonecos de Lego estão cada vez mais raivosos, foi uma iniciativa de pesquisadores da Universidade de Canterbury, que foram premiados na 1ª conferência Internacional iHAI 2013 no Japão.







Previsão e projeção

Em geral utilizo os termos como sinônimos. Entretanto, Nate Silver, em O Sinal e O Ruído, na página 159, faz uma distinção entre eles:

Previsão = é uma declaração definitiva e específica sobre quando e como haverá um evento
Projeção = é uma declaração probabilística sobre um evento

Assim, a contabilidade geralmente faz previsão.

Frase


Eduardo Batalha Viveiros de Castro é um antropólogo carioca, 
professor do Museu Nacional da UFRJ.

10 setembro 2013

Rir é o melhor remédio

Animais e fotografia




O Sinal e o Ruído

O livro O Sinal e o Ruido foi escrito por Natan Silver e recentemente traduzido para língua portuguesa pela Intrinseca. Silver ficou conhecido por ter acertado a previsão do resultado das eleições dos Estados Unidos nos cinquenta estados. Depois disto, aumentou o interesse pela forma como Silver consegue fazer boas previsões.

Com 13 capítulos, a obra possui uma leitura muito agradável. Os temas estão bem divididos e o assunto é apresentado com muitos exemplos. Silver dedica a discutir a questão da previsão em diferentes áreas, como meteorologia, terremotos, mercado acionário, pôquer, política, baseball, saúde, apostas, xadrez, aquecimento global e terrorismo. Particularmente, por não entender muito de baseball, achei este capítulo enfadonho, assim como os últimos. Mas isto não impede de recomendar esta obra para quem deseja refletir sobre o assunto.

Mas este é um blog de contabilidade e aparentemente o assunto não nos interessa, certo? Errado. Cada vez mais a contabilidade depende da previsão nas informações. Veja o caso do teste de recuperabilidade, que exige a projeção do fluxo de caixa dos ativos. Ou quem sabe a estimativa dos passivos trabalhistas de uma entidade. Ou a possibilidade de reversão de uma série de prejuízos, utilizando um imposto diferido. São três exemplos de como estudar a questão da projeção é relevante. E o livro é uma boa reflexão sobre o assunto.


As suas 460 páginas passam rápido (na verdade, mais de 500 com as notas). A forma como Silver explica overfitting é fantástica e considero o ponto alto do livro. Com o subtítulo “Por que tantas previsões falham e outras não”, Silver consegue expor os principais problemas que enfrentam aqueles que desejam ter uma bola de cristal na sua mesa. O conhecimento de Silver inclui métodos quantitativos, mas também uma grande dose de bom senso. Afinal, na projeção o que importa é acertar. 

P.S. O autor da resenha adquiriu a obra com seus recursos.

Parceiros do blog:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino

Premiação reduz produtividade

A medalha Fields é o prêmio mais relevante para os matemáticos. Vencer representa o reconhecimento dos seus pares. Mas uma pesquisa mostrou que a vitória traz acomodação. Os medalhistas, de vermelho, reduziram sua produtividade após a vitória. De azul, os cientistas que participaram, mas não venceram o prêmio. Neste caso, o comportamento é oposto. Parece que ao não vencer a medalha, os cientistas fazem mais esforço para ter o reconhecimento dos seus pares. 

Felicidade

As Nações Unidas consideraram que os dinamarqueses são os mais felizes do mundo. Os brasileiros estariam em 24o, conforme figura a seguir

Os poderosos

A revista Accounting Today faz uma lista das 100 personalidades mais poderosas da área contábil. Diversos executivos, reguladores e funcionários governamentais dos Estados Unidos são listados. Destes, 27 são mulheres (o mundo contábil parece machista) e um grande número gosta de assistir The Big Bang Theory (18 indicações) e Mad Man (15 votos).

Quando perguntado as 100 personalidades quem é o mais poderoso, 56 responderam Barry Melancon, do AICPA. O segundo colocado, Tom Hood (MACPA), e Mary Jo White (SEC), terceira, tiveram 16 e 12 votos.

Lehman Brothers e a contabilidade

A quebra da Lehman Brothers foi uma das consequências da crise financeira recente. Entre os aspectos relacionados com esta quebra, existiu a questão de uma contabilidade duvidosa por parte da entidade.

Num texto do New York Times (Inside the End of the U.S. Bid to Punish Lehman Executives) discute este assunto. Um dos pontos refere-se a posição do regulador dos EUA sobre o fato do executivo da Lehman saber ou não do que estava ocorrendo com as "práticas questionáveis da contabilidade". Os reguladores, no final, optaram por acreditar que os executivos da Lehman não sabiam destas práticas, apesar de existir evidências contrárias.

Uma posição sobre o assunto pode ser encontrada na Bloomberg.