Na semana passada postamos sobre o Congresso Brasileiro de Contabilidade. Nesta semana iremos destacar os seguintes acontecimentos ocorridos nos anos 20 do século XX:
(1) a aprovação do código de contabilidade pública,
(2) a criação do imposto sobre lucros comerciais,
(3) a consolidação das entidades de classe – em especial o Instituto Brasileiro de Contabilidade,
(4) tentativa de organização da classe contábil,
(5) a criação do primeiro curso superior de contabilidade e
(6) o aumento do contato com outros países.
Código da Contabilidade
Sabemos que somente na década anterior o setor público começou a adotar as partidas dobradas (1). Nos anos vinte surge o Código de Contabilidade, que começa a ser implantado através de uma comissão de funcionários do executivo e parlamentares (2). Entretanto sua origem é antiga: em 1903 o governo Rodrigues Alves encaminhou para o Congresso um projeto de Código feito por Didimo Agapito da Veiga. O governo Wenceslau Braz fez do código um dos itens do programa de governo em 1915, que até então não tinha sido apreciado pelo legislativo (3).
O código de contabilidade foi aprovado pelo decreto 15.783, de 8 de novembro de 1922, durante o governo de Epitacio Pessoa (4). O decreto é bastante sucinto e é seu anexo, com o Código de Contabilidade Pública, que realmente interessa. Este, por sua vez, era muito extenso, com mais de 140 páginas e 925 artigos (5), tratando desde a organização do serviço de contabilidade até normas sobre o empenho da despesa.
No ano de 1923 o ministro da Fazenda já remeteu a proposta orçamentária de 1924, em maio, já conforme as diretrizes deste Código, com uma maior discriminação das despesas orçamentária, que traziam uma “sinceridade orçamentária” (6).
Certamente o Código de Contabilidade Pública representou um marco nesta área, sistematizando o trabalho na área pública. Sua relevância foi tamanha que somente em 1991 foi revogado, quase 70 anos depois (7). Corresponde a complementação do trabalho de organização das finanças públicas, iniciado por Rivadavia Correa e complementada por Sampaio Vidal (8).
Entretanto o Código da Contabilidade enfrentou resistências, incluindo do legislativo. A tal ponto que o primeiro Congresso de Contabilidade Brasileiro de Contabilidade encaminhou para as autoridades um apelo “serem integralmente estabelecidas as bases indispensáveis a reconstituição financeira e a prosperidade econômica da Republica” (9)
Imposto sobre lucro
Já existia no Brasil a cobrança do imposto de dividendos, adotado em 1892, dos vencimentos (de 1910) e lucros das profissões liberais (de 1921) (10). A Lei 4.625 representou um avanço na utilização das informações contábeis para fins fiscais. Sancionada, não por acaso, em 31 de dezembro de 1922, a lei continha no item IV o detalhamento sobre a cobrança do imposto sobre a renda (11). Ao detalhar o que estaria incluso neste tributo, a lei incluía os dividendos, mas também o lucro líquido da indústria fabril e do comércio.
Entretanto, o Código Comercial de 1850 proibia que a autoridade pudesse examinar os livros contábeis das empresas, o que seria uma barreira para a adoção do imposto de renda no Brasil (12). Somente anos mais tarde é que esta proibição foi revogada.
A lei 4.625 trouxe uma série de regulamentações adicionais (13). O Decreto 16.580, de 1924, regulamentou a arrecadação. O Decreto 16.581 aprovou o regulamento do imposto sobre a renda, com o detalhamento da tributação, incluindo o primeiro formulário.
Obviamente que a legislação não foi aceita passivamente, tendo sido questionada pelos empresários, que alegavam que a cobrança era inconstitucional (14). O Ministro da Fazenda rebateu esta alegação e afirmou que:
“Determinando o Ministério da Fazenda que a cobrança do imposto do 2º. Semestre seja feita pelas simples declarações contidas no balanço exibido, evitando-se assim a devassa nos livros comerciais que era justamente o argumento forte e justo do comercio” (15)
Organização da Classe Contábil
Na medida em que o país crescia e a atividade econômica se organizava, surgiu a necessidade de delimitar melhor o trabalho dos profissionais contábeis. Merece destaque a instituição do Registro Geral dos Contabilistas Brasileiros no final de 1925, com sede no Rio de Janeiro e jurisdição nacional (16). Este registro incluía provas de exercício da profissão por mais de três anos ou por obras publicadas ou pelas atividades de ensino, sendo declarados aptos a exercer a profissão. O Instituto Brasileiro de Contabilidade criou o concurso para habilitação para o exercício da profissão contábil para seus sócios com mais de dois anos de exercício da profissão, sendo conferido o diploma de guarda-livros com direito ao uso da sigla IBC (17).
Ao mesmo tempo, surge a primeira tentativa de aprovar um projeto de regulamentação da profissão de contador, inicialmente em São Paulo (18). Em 1920 o senador Raymundo de Miranda apresentou um projeto sobre a profissão de guarda-livros, que não foi adiante. Em 1927 cogitou-se uma lei sobre o assunto no Congresso, dentro uma matéria mais extensa. Em 1928 o deputado federal Pacheco de Oliveira apresentou projeto de lei sobre o registro facultativo dos guarda-livros e contadores. Neste mesmo ano, no estado de São Paulo, o deputado Orlando Prado submete um projeto de lei estadual sobre a profissão de contador e guarda-livros (19).
Ainda com respeito a organização da classe contábil merece destaque a consolidação do dia 25 de abril como dia do contabilista. Esta data foi escolhida pelo senador João Lyra, conforme esclarece este trecho do Correio Paulistano (20):
“(...) afim de commemorar-se o dia do contabilista brasileiro, que recáe nessa data, data esta escolhida pelo sr. senador João Lyra, quando, nesta capital, em 25 de abril do anno passado, s. exe. tomou posse do cargo de primeiro presidente da Classe dos Contabilistas Brasileiros”
Neste mesmo trecho informa que a data será comemorada nos conselhos regionais dos diversos estados brasileiros, “conforme determinação do Supremo Conselho da Classe dos Contabilistas Brasileiros”. (21)
Consolidação das Entidades de Classe
Apesar de algumas entidades de classe ter sido criada na segunda década do século, somente nos anos vinte é que ocorreu sua consolidação. Tome o Instituto Paulista de Contabilidade, cuja data de criação é de 1919 (22). Este instituto, inclusive, recebia recursos públicos do município de São Paulo (23) e foi responsável pela organização do II Congresso Brasileiro de Contabilidade, de 1927 (24).
Ou o Instituto Brasileiro de Contabilidade, criado em 1916, responsável pela organização do Congresso de Contabilidade (25). Esta entidade também editava o periódico Mensário Brasileiro de Contabilidade (26). Durante o Congresso Brasileiro de Contabilidade discutiu a possibilidade de criar a Federação Brasileira de Contabilidade (27).
Além da consolidação das entidades de classe em termos nacionais, surgem as entidades regionais. Por exemplo, em Pernambuco, o conselho regional foi instalado no dia 11 de março de 1927 (28).
Finalmente, em 1927 é criado o Instituto Brasileiro de Sciencias Economicas e Comerciaes (29).
Curso Superior de Contabilidade
Existiam diversas escolas que tinham o ensino técnico em contabilidade nos anos vinte. A mais conhecida delas era, sem dúvida nenhuma, a Alvares Penteado, em São Paulo (30). Mas não havia uma padronização neste ensino. Alguns cursos eram reconhecidos pela União e outros pelo Estado; a duração do curso variava também. Existia inclusive curso por correspondência (31). O número de escolas chegava a cem no Brasil (32) e um número substancial de alunos (33).
A confusão era muito grande com respeito a validade do ensino. Em 1920 a Ordem dos Contadores Diplomados (34) surgiu no Rio de Janeiro e equiparou os diplomas expedidos pelas diversas instituições de ensino comercial existente. Isto não agradou a Academia de Commercio do Rio de Janeiro, que considerava existir no Brasil somente três instituições cujo diploma teria caráter oficial: a Academia do Rio, a Alvares Penteado em São Paulo (decreto legislativo federal 1330, de 9 de janeiro de 1905) e Escola Commercial da Bahia (decreto 1423, de 27 de novembro de 1905) (35).
Para se ter uma ideia do conteúdo dos cursos da época, considere a Escola de Contabilidade Carlos de Carvalho, fundada em 1914, que apresentava um curso de três anos com o seguinte conteúdo (36):
Primeiro ano – estudos gerais sobre livros, títulos e documentos comerciais; escrituração de casas de comércio, bancos, empresas industriais; inventários e balanços; casas com filiais; endosso e aval; dissolução de sociedades; amortização e aumento de capital; português, francês, inglês, aritmética e contabilidade.
Segundo ano – línguas e matemáticas (curso superior); contabilidade aplicada a empresas comerciais, bancárias e industriais (agrícolas e manufatureiras); companhias de seguros, de estradas de ferro e de navegação; sociedades beneficentes e mútuas; contabilidade pública, compreendendo a do Estado e das Câmaras Municipais; emissão de obrigações; amortização teórica e prática; letras de câmbio e notas promissórias; câmbio e aritmética comercial; questões comerciais e falências; noções de economia política; ciência de finanças e direito comercial.
Terceiro ano – economia política, ciência de finanças, direito comercial e marítimo, contabilidade geral e história geral do comércio, português, inglês, aritmética e álgebra.
Em 1925, logo após a realização do I Congresso Brasileiro de Contabilidade, o Instituto Brasileiro de Contabilidade inaugurou o Curso Superior de Contabilidade em 15 de abril de 1925. Talvez este tenha sido o primeiro curso “superior” da área. O programa era constituído da seguinte forma (37):
Primeiro ano – contabilidade comercial, contabilidade bancária, matemática comercial e economia política.
Segundo ano – contabilidade industrial, contabilidade agrícola e das diversas empresas, matemática financeira e ciências das finanças
Terceiro ano – contabilidade pública, contabilidade das sociedades civis, direito comercial, legislação fiscal e pericia contábil. (38)
O corpo docente do curso era composto inicialmente por Francisco D´Auria, Joaquim Telles, João Ferreira de Moraes Jr, Manual Marques de Oliveira, Amaro Albuquerque e Carlos Domingues (39). Ao final do ano, no dia 9 de dezembro de 1925, foram realizados os primeiros exames finais do curso superior, perante uma banca composta por Francisco D´Auria, Moraes Jr, Marques de Oliveira, Joaquim Telles, Carlos Domingues e Amaro Albuquerque (40). Nestes exames foram aprovados sete alunos, sendo uma mulher: Luzia de Souza Dias (41).
Além do curso, o Instituto Brasileiro de Contabilidade começou a conferir o diploma de contador aos sócios autores de trabalhos publicados sobre a contabilidade. Isto ocorreu pela primeira vez em 1925 e foram agraciados três técnicos: João Ferreira de Moraes Junior, Joaquim Telles e João Luiz dos Santos, sendo que os dois primeiros também eram docentes do Curso Superior de Contabilidade (42). Telles, além disto, era o presidente do Instituto. Somente em 1926, o mais conhecido professor do curso superior, D´Auria, teria aprovado seu diploma de contador (43).
Contato com Outros Países
Durante os anos anteriores, o Brasil recebeu um grande número de imigrantes. Alguns deles tinham conhecimento contábil e ofereciam seu trabalho. Isto, naturalmente, criou um contato com a contabilidade de outros países, em particular os países europeus (44). Outro aspecto que colocou nossa contabilidade em contato com o conhecimento do exterior foi a entrada de empresas estrangeiras no País.
No início do século aparece, talvez pela primeira vez, um tipo de intercâmbio: através de congressos científicos, onde alguns brasileiros começaram a participar, inclusive apresentando trabalhos.
Um exemplo disto foi a participação de uma delegação de brasileiros no VI Congresso Internacional de Contabilidade, que ocorreu em Barcelona, em 1929 (45). Neste evento, o Instituto Brasileiro de Contadores contribui com um trabalho de Francisco D´Auria. Além de D´Auria, participaram deste Congresso pelo menos mais cinco brasileiros (46).
(1) Veja postagem anterior sobre este assunto.
(2) Conforme proposta orçamentária apresentada pelo Ministro da Fazenda. Estado de S Paulo, 1 de junho de 1923, p. 1.
(3) O Imparcial, 22 de agosto de 1924, p. 1, ed 4263.
(4) Vide http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/D15783.htm
(5) Vide https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/anexo/And15783-22.pdf
(6) Editorial do Correio da Manhã, de 31 de maio de 1923, publicado no Estado de S Paulo, 1 de junho de 1923.
(7) Conforme http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1910-1929/D15783.htm
(8) Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
(9) Gazeta de Notícias, 28 de agosto de 1924, ed. 208, p. 4. Ver também O Paiz, 27 de agosto de 1924, ed. 14556, p. 4.
(10) Conforme página da Receita Federal http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/irpf/historia/hist1922a1924.asp
(11) Para o texto completo da lei, vide http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1901-1929/L4625.htm
(12) Conforme a Receita Federal http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/irpf/historia/hist1922a1924.asp
(13) Vide http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/irpf/historia/hist1922a1924.asp
(14) Carvalho de Mendonça. O imposto sobre os lucros commerciaes. O Estado de S Paulo, 26 de abril de 1924, p. 11.
(15) Estado de São Paulo, 25 de abril de 1924. Grafia da época.
(16) Conforme discurso do senador João Lyra, no Hotel Terminus, no dia 25 de abril de 1926. Vide Estado de S Paulo, 26 de abril de 1926, p. 3. E também A Manhã, 25 de fevereiro de 1926, p. 4, onde informa que “são registrados os Contabilistas de real valor”.
(17) O Paiz, 20 abril de 1926, p 9 ed 15156.
(18) Trata-se de uma projeto do estado de São Paulo, apresentado por Orlando Prado. Estado de S Paulo, 18 de setembro de 1928, p. 9.
(19) Correio Paulistano, 12 de setembro de 1928, ed 23345, p 5. O Instituto Paulista de Contabilidade apoiava o projeto do deputado paulista, mas sugeria a realização de uma “revalidação” do diploma por uma escola padrão de ensino, que seria a Alvares Penteado em São Paulo.
(20) Correio Paulistano, 24 de abril de 1927, p. 4, ed. 22901. Grafia da época
(21) Correio Paulistano, 24 de abril de 1927, p. 4, ed. 22901.
(22) Conforme Estado de S Paulo, 30 de julho de 1929, p. 7, relato das comemorações dos dez anos do Instituto.
(23) Vide, por exemplo, a 3ª sessão extraordinária de 1926 da Câmara Municipal de 20 de outubro. Publicado no Correio Paulistano, 19 de outubro de 1926, p. 9, ed. 22717.
(24) Correio Paulistano, 13 de março de 1927, p. 3, n. 22860.
(25) Correio da Manhã, 21 de setembro de 1927, ed. 10026, p. 6. Neste instituto, por sinal, também haviam reuniões técnicas, como por exemplo aquela ocorrida em 21 junho de 1925, onde Ernesto Lousada apresentou uma trabalho com o título de “Sinceridade dos Balanços”. Vide Jornal do Brasil, 26 de abril de 1925, ed 100, p. 6
(26) O Paiz, 18 de setembro de 1927, ed 15673, p 11.
(27) O Paiz, 26 de agosto de 1924, ed. 14555, p. 6.
(28) A Provincia do Recife, 24 de abril de 1927, p. 3, ed. 94.
(29) Jornal do Brasil, 2 de setembro de 1927, ed. 209, p. 11.
(30) A Manhã, 25 de fevereiro de 1926, p. 4: “Das escolas existentes , qual offerece um cunho pratico melhor idealizado? R. – No Rio, a Escola Superior de Commercio, em S. Paulo, a Escola Alvares Penteado, a melhor do Brasil”.
(31) Vide propaganda no Estado de S Paulo, 6 de julho de 1929, p. 16. Tratava-se da Academia Livre de Commercio de S. Paulo. O interessado deveria se comunicar através de uma caixa postal.
(32) Conforme depoimento de Juan Rodrigues Y Lopos, uruguaio que visitou o Brasil naquela época. Citado por Frederico Hermann, do Instituto Paulista de Contabilidade em Estado de S Paulo. A profissão de Contador, 15 de setembro de 1928, p. 10. Somente a Alvares Penteado admitia mais de 200 alunos por ano, segundo Lopos. No Rio Grande do Sul existiam em 1924 existiam quatro escolas de contabilidade e matérias correlatas e 17 cursos de escrituração. Fonte: Jornal do Brasil, 6 de fevereiro de 1924, p. 13, ed. 32.
(33) A questão do ensino técnico também foi discutida no Congresso Brasileiro de Contabilidade, segundo uma tese defendida por Horacio Berlink, da Escola de Commercio Alvaro Penteado. O Paiz, 24 de agosto de 1924, ed. 14553, p. 2.
(34) Jornal do Brasil, 6 de maio de 1920, p. 6, ed 125.
(35) Jornal do Brasil, 12 de maio de 1920, ed 131, p 7.
(36) Estado de S Paulo, 8 de janeiro de 1920, p. 10, conforme anúncio publicado. Citação com adaptação da grafia da época.
(37) Jornal do Brasil 15 de abril de 1925, p. 7, ed 90.
(38) Este programa foi alterado em 1926, ou seja, um ano depois. O primeiro ano passou a ter “redação comercial” e “matemática financeira” no lugar da “matemática comercial e econômica política”. O segundo ano passou a incorporar “direito fiscal e direito comercial” em lugar de “matemática financeira e ciências das finanças”. No terceiro ano incluiu-se “noções de atuária e ciências das finanças” no lugar de “direito comercial e legislação fiscal”. Tive dificuldades de obter informação sobre este curso. A última nota sobre o assunto foi da Gazeta de Notícias, 18 de setembro de 1927, p. 10, ed. 223.
(39) Jornal do Brasil, 23 de abril de 1925, p. 6 ed. 97.
(40) Jornal do Brasil, 8 dezembro de 1925, p. 19, ed. 293.
(41) O Paiz, 23 de dezembro de 1925, p. 7, ed. 15039. O pequeno número de alunos talvez seja uma explicação para seu insucesso.
(42) Jornal do Brasil, 25 de abril de 1925, p. 10 ed 99. Veja também a edição do dia seguinte: Jornal do Brasil, 26 de abril de 1925, p. 6, ed. 100. Isto era, sem dúvida nenhuma, um contrassenso, já que o professor do curso superior era um guarda-livros, ou seja, não possuía este título. A concessão deste título talvez tenha sido uma solução para resolver este problema, sem obrigar os professores a sentarem nos bancos escolares.
(43) O Paiz, 25 de fevereiro de 1926, p. 5, ed. 15103.
(44) Classificados do século XIX e início do século XX mostram trabalhadores estrangeiros oferecendo mão de obra na área de contabilidade. A extensão desta influencia sobre a contabilidade brasileira será difícil de precisar.
(45) Estado de S Paulo, 9 de novembro de 1929, p. 7. O interessante é que o texto afirma sobre a “adopção do idioma brasileiro nos trabalhos do Congresso”.
(46) Isto não realmente uma novidade. No Congresso de 1926 contou com a participação de brasileiros, pelo menos cinco, conforme Estado de S Paulo, 10 de março de 1926.
26 agosto 2013
Julie Taymor: Homen-Aranha, O Rei Leão e a vida à beira da criatividade
Mostrando trechos espetaculares de Frida, A Tempestade e O Rei Leão, a diretora Julie Taymor descreve uma vida passada imersa no teatro e no cinema. Filmada bem quando a controvérsia de Spider-Man: Turn Off the Dark estava em seu ponto alto, ela descreve sinceramente as tensões inerentes ao seu processo criativo, enquanto luta tanto para capturar a essência de uma história quanto para produzir images e experiências como nada visto antes.
25 agosto 2013
Sobre a proibição de sorteios em redes sociais
Queridos leitores,
Bom dia!
O Marlon Fernandes nos alertou sobre uma possível proibição de sorteios por blogs. Na busca por mais detalhes, o Ramon Rodrigues nos enviou a seguinte reportagem (que como ressaltado por ele, não é o nosso caso):
Governo proíbe sorteio de prêmios em redes sociais sem autorização
Luiza Calegari (UOL São Paulo)
"Curta a página da empresa no Facebook e compartilhe uma imagem para concorrer a prêmios". O procedimento é conhecido dos internautas que usam as redes sociais, mas deve tornar-se menos comum.
O Ministério da Fazenda proibiu que empresas façam sorteios ou distribuição de brindes e prêmios por meio de redes sociais sem autorização prévia. O pedido deve ser feito por ofício ou carta, somente por empresas (pessoas jurídicas). A autorização é dada pela Caixa Econômica Federal, ou pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), no caso de instituições financeiras. Se for comprovada alguma irregularidade, a empresa sofre uma multa de 100% do valor dos prêmios, e pode ser proibida de fazer promoção por até dois anos.
Prática já era ilegal
A portaria do Ministério da Fazenda é de 18 de julho, mas a prática já era ilegal. Uma lei de 1971 proibia que empresas comerciais distribuíssem prêmios gratuitos, exceto por meio de concursos exclusivamente culturais, mas o texto foi reforçado para coibir a prática nas redes sociais.
"Antes da portaria, essa exigência já era feita, mas as regras da distribuição gratuita de prêmios não tinham de forma expressa a determinação para que as empresas de rede social requisitassem a autorização", informou o Ministério em nota.
Sorteios devem ter caráter exclusivamente social
Segundo a decisão, as empresas ficam proibidas de oferecer gratuitamente prêmios em sorteios que não tenham caráter exclusivamente cultural, ou seja, os concursos não podem ter vinculação com uma marca comercial.
É possível ler o que caracteriza um concurso cultural no próprio texto da medida provisória, no site do Ministério.
[...]
Para mais, clique aqui.
Agradecemos imensamente a atenção e presteza do Marlon e do Ramon. ^.^
Bom dia!
O Marlon Fernandes nos alertou sobre uma possível proibição de sorteios por blogs. Na busca por mais detalhes, o Ramon Rodrigues nos enviou a seguinte reportagem (que como ressaltado por ele, não é o nosso caso):
Governo proíbe sorteio de prêmios em redes sociais sem autorização
Luiza Calegari (UOL São Paulo)
"Curta a página da empresa no Facebook e compartilhe uma imagem para concorrer a prêmios". O procedimento é conhecido dos internautas que usam as redes sociais, mas deve tornar-se menos comum.
O Ministério da Fazenda proibiu que empresas façam sorteios ou distribuição de brindes e prêmios por meio de redes sociais sem autorização prévia. O pedido deve ser feito por ofício ou carta, somente por empresas (pessoas jurídicas). A autorização é dada pela Caixa Econômica Federal, ou pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), no caso de instituições financeiras. Se for comprovada alguma irregularidade, a empresa sofre uma multa de 100% do valor dos prêmios, e pode ser proibida de fazer promoção por até dois anos.
Prática já era ilegal
A portaria do Ministério da Fazenda é de 18 de julho, mas a prática já era ilegal. Uma lei de 1971 proibia que empresas comerciais distribuíssem prêmios gratuitos, exceto por meio de concursos exclusivamente culturais, mas o texto foi reforçado para coibir a prática nas redes sociais.
"Antes da portaria, essa exigência já era feita, mas as regras da distribuição gratuita de prêmios não tinham de forma expressa a determinação para que as empresas de rede social requisitassem a autorização", informou o Ministério em nota.
Sorteios devem ter caráter exclusivamente social
Segundo a decisão, as empresas ficam proibidas de oferecer gratuitamente prêmios em sorteios que não tenham caráter exclusivamente cultural, ou seja, os concursos não podem ter vinculação com uma marca comercial.
É possível ler o que caracteriza um concurso cultural no próprio texto da medida provisória, no site do Ministério.
[...]
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Agradecemos imensamente a atenção e presteza do Marlon e do Ramon. ^.^
E os vencedores do sorteio #1 do blog são...
O sorteio acabou e os nomes foram escolhidos!
Agradecemos a todos pela participação. Foi uma experiência sensacional do lado de cá! Ficamos super contentes, entusiasmados, pilhados, motivados a fazer n outros planos, tão forte a sensação. Agradecemos os comentários, os novos leitores, as demonstrações de carinho, os leitores fiéis, a divulgação do sorteio e do blog, as dicas, os conselhos, as vibrações em conjunto. Temos sorte em termos leitores como vocês. *.*
Enfim: rufem os tambores: os sorteados foram o Elton C. e a Camila Rita. Os cadastros foram feitos nos dias 24 e 21, respectivamente. Entramos em contato com os dois por e-mail (verifiquem a caixa de spam, por precaução) que têm até o fim da terça-feira para nos responder com os dados para envio do prêmio. Caso contrário, haverá desclassificação e um novo sorteado.
Relembramos que o Rafael foi o ganhador do prêmio Top Facebook Fan de agosto. \o/
Segue a tela com as devidas tarjas para não expor os felizardos!
Parabéns a todos e esperamos que gostem dos brindes!
Um grande abraço,
César, Isabel e Pedro.
Contabilidade Financeira
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Um grande abraço,
César, Isabel e Pedro.
Contabilidade Financeira
Tributando as Multis Brasileiras
O Ministério da Fazenda conclui um pacote para tributar lucros e dividendos de subsidiárias de empresas brasileiras no exterior. Hoje, a taxação não é feita porque o tema estava em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). Após várias rodadas de negociação, o governo anunciará "nos próximos dias", segundo confirmou o ministro Guido Mantega ao Estado, um novo regime de tributação das multinacionais brasileiras. As medidas estão "praticamente definidas", mas ainda haverá nova rodada de negociação sob a condução direta de Mantega.
As novas regras estabeleceriam um regime de taxação mínimo de 22% de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os lucros no exterior. Se a empresa provar que recolheu esse "piso" lá fora, o resultado fica protegido da taxação no Brasil. Mas, se não provar, paga integralmente alíquota de 34%, incluindo 25% de IR e 9% de CSLL.
Além da alteração nas normas de tributação, o pacote do governo deve incluir a renegociação de um contencioso cujo potencial está estimado em R$ 70 bilhões em multas por IRPJ e CSLL não recolhidos. Deve haver um desconto, provavelmente de multas e juros, nessa dívida e seu parcelamento em até cinco anos. "Se tivessem de pagar hoje, haveria impacto nos investimentos aqui", avalia o economista José Júlio Senna, que tem participado das discussões privadas.
Em 2001, a Medida Provisória n.º 2.158 tornou "disponíveis" os lucros de coligadas e controladas, ou seja, sujeitos ao pagamento de IRPJ no Brasil. Desde então, há exatos 12 anos, a questão ganhou os tribunais e ainda não há solução para a disputa. Até 1998, o Brasil taxava lucros só após pagamento ou crédito. Ou seja, diferia a tributação até seu uso ou repatriação. Hoje, gravam-se lucros no exterior à medida que os resultados surjam nos balanços. Não há suspensão ou diferimento, o que reduz a base tributária potencial do IRPJ, diz o professor da Direito GV, Isaías Coelho.
As empresas querem reinvestir esse lucro para fortalecer sua presença no exterior. E o governo busca pacificar um tema que pode elevar a arrecadação. "É bom para a Receita, que arrecada, e para as empresas, que se livram desse peso", diz Coelho.
Disputa. O tema é incômodo para as empresas nacionais que mantêm controladas e coligadas fora do Brasil. Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a cobrança sobre lucros no exterior não se aplicaria a empresas coligadas em países sem regime tributário favorecido. Mas admitiu a tributação no Brasil de empresas controladas localizadas em "paraísos fiscais".
Em 8 de agosto, a Receita reforçou, em resposta a uma consulta interna, a legalidade das autuações feitas por seus auditores fiscais. Assim, a questão continua em disputa. A Vale, por exemplo, questiona uma conta de R$ 30,5 bilhões por autuações desde 2007.
O Estado procurou as 20 maiores multinacionais brasileiras, mas nenhuma quis se manifestar sobre o tema. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) não tinha porta-voz disponível.
O pacote deve incluir algum tipo de concessão à chamada consolidação vertical dos resultados no exterior. Isso permitiria uma espécie de compensação cruzada entre coligadas e controladas do mesmo grupo, que poderiam descontar da base de cálculo eventuais prejuízos gerados lá fora. É o principal pedido das empresas. O tema será tratado entre o ministro Mantega e executivos das empresas na próxima rodada de negociação.
Governo prepara pacote que muda tributos de multinacionais brasileiras - Mauro Zanatta, de O Estado de S. Paulo
As novas regras estabeleceriam um regime de taxação mínimo de 22% de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os lucros no exterior. Se a empresa provar que recolheu esse "piso" lá fora, o resultado fica protegido da taxação no Brasil. Mas, se não provar, paga integralmente alíquota de 34%, incluindo 25% de IR e 9% de CSLL.
Além da alteração nas normas de tributação, o pacote do governo deve incluir a renegociação de um contencioso cujo potencial está estimado em R$ 70 bilhões em multas por IRPJ e CSLL não recolhidos. Deve haver um desconto, provavelmente de multas e juros, nessa dívida e seu parcelamento em até cinco anos. "Se tivessem de pagar hoje, haveria impacto nos investimentos aqui", avalia o economista José Júlio Senna, que tem participado das discussões privadas.
Em 2001, a Medida Provisória n.º 2.158 tornou "disponíveis" os lucros de coligadas e controladas, ou seja, sujeitos ao pagamento de IRPJ no Brasil. Desde então, há exatos 12 anos, a questão ganhou os tribunais e ainda não há solução para a disputa. Até 1998, o Brasil taxava lucros só após pagamento ou crédito. Ou seja, diferia a tributação até seu uso ou repatriação. Hoje, gravam-se lucros no exterior à medida que os resultados surjam nos balanços. Não há suspensão ou diferimento, o que reduz a base tributária potencial do IRPJ, diz o professor da Direito GV, Isaías Coelho.
As empresas querem reinvestir esse lucro para fortalecer sua presença no exterior. E o governo busca pacificar um tema que pode elevar a arrecadação. "É bom para a Receita, que arrecada, e para as empresas, que se livram desse peso", diz Coelho.
Disputa. O tema é incômodo para as empresas nacionais que mantêm controladas e coligadas fora do Brasil. Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a cobrança sobre lucros no exterior não se aplicaria a empresas coligadas em países sem regime tributário favorecido. Mas admitiu a tributação no Brasil de empresas controladas localizadas em "paraísos fiscais".
Em 8 de agosto, a Receita reforçou, em resposta a uma consulta interna, a legalidade das autuações feitas por seus auditores fiscais. Assim, a questão continua em disputa. A Vale, por exemplo, questiona uma conta de R$ 30,5 bilhões por autuações desde 2007.
O Estado procurou as 20 maiores multinacionais brasileiras, mas nenhuma quis se manifestar sobre o tema. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) não tinha porta-voz disponível.
O pacote deve incluir algum tipo de concessão à chamada consolidação vertical dos resultados no exterior. Isso permitiria uma espécie de compensação cruzada entre coligadas e controladas do mesmo grupo, que poderiam descontar da base de cálculo eventuais prejuízos gerados lá fora. É o principal pedido das empresas. O tema será tratado entre o ministro Mantega e executivos das empresas na próxima rodada de negociação.
Governo prepara pacote que muda tributos de multinacionais brasileiras - Mauro Zanatta, de O Estado de S. Paulo
Times brasileiros
Dois clubes paulistas, Corinthians e São Paulo, obtiveram as maiores receitas no futebol brasileiro em 2012. E três cariocas, Flamengo, Botafogo e Fluminense, terminaram o ano como os maiores endividados. O raio X financeiro das associações foi feito pela BDO, empresa de consultoria e auditoria que atua na área esportiva. O estudo teve como base os balanços de 24 equipes e constatou evolução de 38% das receitas e de 17% no endividamento em relação a 2011.
O texto começa com a típica rivalidade paulista x carioca. Uma vez que o jornal é paulista, o lado positivo para Corinthians e São Paulo
Esses 24 clubes apresentaram receita total de R$ 3,19 bilhões no ano passado, ante R$ 2,31 bilhões no período anterior. As dívidas alcançaram R$ 4,75 bilhões, contra R$ 4,07 bilhões. Ou seja, no geral a dívida é maior do que o faturamento. No entanto, há clubes que melhoraram significativamente sua saúde financeira, caso do Corinthians, enquanto outros se encontram em situação ainda bastante delicada.
A rigor o fato da dívida ser maior que o faturamento não quer dizer muito.
Contribuíram para o aumento das receitas cotas maiores de televisão, rendimento maior com patrocínio e publicidade, bilheteria e licenciamento, entre outros fatores. No caso do líder Corinthians (faturamento de R$ 358,5 milhões em 2012, 23% mais do que no ano anterior), o valor recebido pelo clube como prêmio pelos títulos da Libertadores e do Mundial disputado no Japão também ajudou a alcançar bom patamar.
No entanto, quando comparadas as fontes de renda, o estudo concluiu que algumas delas perderam peso em relação a outras. "O impulso dado pelos novos contratos de transmissão na receita reduziu o impacto de itens como patrocínio e publicidade e bilheteria", explica o consultor de gestão esportiva da BDO, Pedro Daniel.
Em 2008, por exemplo, quando os clubes tiveram receita total de R$ 1,4 bilhão, as cotas de TV tiveram 24% de participação. No ano passado, representaram 40%. Já a bilheteria, que teve impacto de 13% naquela época, agora foi responsável por apenas 8% do bolo. Da mesma maneira, vender jogador para garantir receita e equilibrar finanças, algo ainda comum no futebol brasileiro, já não é tão fundamental. Cinco anos atrás, tal operação tinha impacto de 27% no faturamento; no ano passado, significou 14%, ou seja, quase a metade.
Como são valores relativos, o texto fica sem sentido. Afinal, ao aumentar a receita de cotas da televisão irá significar, necessariamente, que algum item da receita reduziu proporcionalmente.
DÍVIDA TAMBÉM CRESCE
As receitas estão em evolução, mas o endividamento também ficou maior. Entre 2011 e 2012, aumentou 17%. A evolução é bem maior, 74%, quando se toma por base os R$ 2,73 bilhões devidos em 2008 com os R$ 4,75 bilhões verificados com base nos balanços do ano passado.
A maior parte do endividamento é tributária - R$ 2,5 bilhões, 19% maior do que em 2012. Na outra ponta, os valores devidos em consequência de empréstimos feitos em bancos e outras fontes (R$ 952 milhões) subiram apenas 8%. Apenas dois clubes reduziram o endividamento tributário em relação a 2011: Portuguesa e Atlético-PR. As duas dívidas tributárias que mais cresceram foram de Flamengo (58%) e Corinthians (46%).
O endividamento geral do Flamengo, aliás, subiu 109% - de R$ 355,5 milhões para R$ 741,7 milhões. "Mas isso ocorreu porque o Flamengo fez uma atualização da dívida. Não é de agora essa situação", explicou Pedro Daniel.
A princípio a questão da dívida tributária não é preocupante, já que os clubes possuem uma grande força política. O principal ponto é a dívida bancária, que aumentou, pouco é verdade.
O texto não comenta, mas o caso interessante é o Atlético do Paraná: oitavo em receita total, teve um crescimento da receita de 201%. E o endividamento em reais é próximo de zero.
O texto começa com a típica rivalidade paulista x carioca. Uma vez que o jornal é paulista, o lado positivo para Corinthians e São Paulo
Esses 24 clubes apresentaram receita total de R$ 3,19 bilhões no ano passado, ante R$ 2,31 bilhões no período anterior. As dívidas alcançaram R$ 4,75 bilhões, contra R$ 4,07 bilhões. Ou seja, no geral a dívida é maior do que o faturamento. No entanto, há clubes que melhoraram significativamente sua saúde financeira, caso do Corinthians, enquanto outros se encontram em situação ainda bastante delicada.
A rigor o fato da dívida ser maior que o faturamento não quer dizer muito.
Contribuíram para o aumento das receitas cotas maiores de televisão, rendimento maior com patrocínio e publicidade, bilheteria e licenciamento, entre outros fatores. No caso do líder Corinthians (faturamento de R$ 358,5 milhões em 2012, 23% mais do que no ano anterior), o valor recebido pelo clube como prêmio pelos títulos da Libertadores e do Mundial disputado no Japão também ajudou a alcançar bom patamar.
No entanto, quando comparadas as fontes de renda, o estudo concluiu que algumas delas perderam peso em relação a outras. "O impulso dado pelos novos contratos de transmissão na receita reduziu o impacto de itens como patrocínio e publicidade e bilheteria", explica o consultor de gestão esportiva da BDO, Pedro Daniel.
Em 2008, por exemplo, quando os clubes tiveram receita total de R$ 1,4 bilhão, as cotas de TV tiveram 24% de participação. No ano passado, representaram 40%. Já a bilheteria, que teve impacto de 13% naquela época, agora foi responsável por apenas 8% do bolo. Da mesma maneira, vender jogador para garantir receita e equilibrar finanças, algo ainda comum no futebol brasileiro, já não é tão fundamental. Cinco anos atrás, tal operação tinha impacto de 27% no faturamento; no ano passado, significou 14%, ou seja, quase a metade.
Como são valores relativos, o texto fica sem sentido. Afinal, ao aumentar a receita de cotas da televisão irá significar, necessariamente, que algum item da receita reduziu proporcionalmente.
DÍVIDA TAMBÉM CRESCE
As receitas estão em evolução, mas o endividamento também ficou maior. Entre 2011 e 2012, aumentou 17%. A evolução é bem maior, 74%, quando se toma por base os R$ 2,73 bilhões devidos em 2008 com os R$ 4,75 bilhões verificados com base nos balanços do ano passado.
A maior parte do endividamento é tributária - R$ 2,5 bilhões, 19% maior do que em 2012. Na outra ponta, os valores devidos em consequência de empréstimos feitos em bancos e outras fontes (R$ 952 milhões) subiram apenas 8%. Apenas dois clubes reduziram o endividamento tributário em relação a 2011: Portuguesa e Atlético-PR. As duas dívidas tributárias que mais cresceram foram de Flamengo (58%) e Corinthians (46%).
O endividamento geral do Flamengo, aliás, subiu 109% - de R$ 355,5 milhões para R$ 741,7 milhões. "Mas isso ocorreu porque o Flamengo fez uma atualização da dívida. Não é de agora essa situação", explicou Pedro Daniel.
A princípio a questão da dívida tributária não é preocupante, já que os clubes possuem uma grande força política. O principal ponto é a dívida bancária, que aumentou, pouco é verdade.
O texto não comenta, mas o caso interessante é o Atlético do Paraná: oitavo em receita total, teve um crescimento da receita de 201%. E o endividamento em reais é próximo de zero.
Rural deve R$380 milhões ao Fisco
Segundo o jornal Estado de S Paulo (Liquidado, Rural deve R$ 380 milhões ao Fisco, MURILO RODRIGUES ALVES, 24 de agosto de 2013, p. a9) o Banco Rural teria que
prestar contas de, no mínimo, R$ 380 milhões em cobranças de tributos federais que não foram pagos
Segundo a notícia, a maior parte deste valor não está no balanço:
A maior parte desse valor (mais de 87% do total) nem sequer foi provisionada pelo Rural como forma de cobrir eventuais perdas de ações na Justiça. O motivo é que os advogados do banco classificaram como possível ou remota a chance de insucesso nesses casos - não contavam com a cobrança desses débitos.
O texto informa que o valor de R$380 milhões foi obtido a partir das notas explicativas:
As pendências tributárias do Rural foram calculadas a partir das contingências fiscais informadas nas demonstrações financeiras da instituição. Todas as empresas do grupo tinham reservado R$ 49 milhões para os processos fiscais cujo desfecho desfavorável foi avaliado como provável pelo setor jurídico do banco. Os outros R$ 332 milhões não foram registrados contabilmente e dizem respeito a seis ações que ainda estão em tramitação.
A notícia cria a impressão de que o Banco possui dívidas com o Fisco de 380 milhões de reais. Entretanto, seria necessário observar que a constituição da provisão foi conservadora ou agressiva. Se tiver sido conservadora, o valor provisionado seria suficiente. Entretanto, em entidades com dificuldades financeiras o mais comum é uma política mais agressiva, com valores menores do que o correto, é um passivo. Assim, talvez o valor da provisão esteja entre 49 milhões e 380 milhões. Mas afirmar que o Rural deve 380 milhões é buscar o sensacionalismo.
prestar contas de, no mínimo, R$ 380 milhões em cobranças de tributos federais que não foram pagos
Segundo a notícia, a maior parte deste valor não está no balanço:
A maior parte desse valor (mais de 87% do total) nem sequer foi provisionada pelo Rural como forma de cobrir eventuais perdas de ações na Justiça. O motivo é que os advogados do banco classificaram como possível ou remota a chance de insucesso nesses casos - não contavam com a cobrança desses débitos.
O texto informa que o valor de R$380 milhões foi obtido a partir das notas explicativas:
As pendências tributárias do Rural foram calculadas a partir das contingências fiscais informadas nas demonstrações financeiras da instituição. Todas as empresas do grupo tinham reservado R$ 49 milhões para os processos fiscais cujo desfecho desfavorável foi avaliado como provável pelo setor jurídico do banco. Os outros R$ 332 milhões não foram registrados contabilmente e dizem respeito a seis ações que ainda estão em tramitação.
A notícia cria a impressão de que o Banco possui dívidas com o Fisco de 380 milhões de reais. Entretanto, seria necessário observar que a constituição da provisão foi conservadora ou agressiva. Se tiver sido conservadora, o valor provisionado seria suficiente. Entretanto, em entidades com dificuldades financeiras o mais comum é uma política mais agressiva, com valores menores do que o correto, é um passivo. Assim, talvez o valor da provisão esteja entre 49 milhões e 380 milhões. Mas afirmar que o Rural deve 380 milhões é buscar o sensacionalismo.
24 agosto 2013
Fato da Semana
Fato: O fato desta semana não é um evento específico, mas uma série de acontecimentos. Trata-se do efeito da crise sobre a contabilidade e o mercado brasileiro. Isto se fez sentir, nesta semana, no cancelamento de lançamento de ações por parte de grandes empresas, a preocupação com a subjetividade e seus efeitos sobre as decisões contábeis e no próprio atraso de pagamento por parte de grandes empresas.
Qual a relevância disto? Quando a crise financeira atingiu a Europa em 2008 criou-se a impressão de que o nosso País estava imune aos seus problemas. Entretanto, a redução no crescimento chinês e os problemas com as commodities brasileiros, aliada a ausência de reformas estruturais na economia, criaram um sentimento negativo de que os problemas chegaram às empresas brasileiras. O risco Brasil aumentou o que significa um aumento na taxa de desconto que as empresas deveriam usar na mensuração contábil.
Estes problemas irão afetar o desempenho das empresas. Ao mesmo tempo, chama a atenção para algumas normas contábeis que refletem o ambiente estrutural, como o CPC 01 e 38.
Positivo ou Negativo? - Depende de como a contabilidade irá sair deste teste. Se conseguir expressar a situação de cada entidade, poderá ser positivo. Mas se for usada para encobrir desempenho ruins, o fato será negativo. A discussão sobre temas como subjetividade, julgamento, gerenciamento de resultado e outros será importante para o crescimento do conhecimento contábil.
Desdobramentos – Se a crise for muito grave, o papel da contabilidade – para o bem e para o mal – terá um maior destaque. Particularmente não acredito num grande número de amortizações, apesar do aumento da taxa de desconto.
Cartoon: aqui
Qual a relevância disto? Quando a crise financeira atingiu a Europa em 2008 criou-se a impressão de que o nosso País estava imune aos seus problemas. Entretanto, a redução no crescimento chinês e os problemas com as commodities brasileiros, aliada a ausência de reformas estruturais na economia, criaram um sentimento negativo de que os problemas chegaram às empresas brasileiras. O risco Brasil aumentou o que significa um aumento na taxa de desconto que as empresas deveriam usar na mensuração contábil.
Estes problemas irão afetar o desempenho das empresas. Ao mesmo tempo, chama a atenção para algumas normas contábeis que refletem o ambiente estrutural, como o CPC 01 e 38.
Positivo ou Negativo? - Depende de como a contabilidade irá sair deste teste. Se conseguir expressar a situação de cada entidade, poderá ser positivo. Mas se for usada para encobrir desempenho ruins, o fato será negativo. A discussão sobre temas como subjetividade, julgamento, gerenciamento de resultado e outros será importante para o crescimento do conhecimento contábil.
Desdobramentos – Se a crise for muito grave, o papel da contabilidade – para o bem e para o mal – terá um maior destaque. Particularmente não acredito num grande número de amortizações, apesar do aumento da taxa de desconto.
Cartoon: aqui
Teste da Semana
Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.
1 – Novamente, esta modelo foi a que mais recebeu dinheiro no ano, segundo a lista da Forbes
Adriana Lima
Gisele Bundchen
Miranda Kerr
2 – Esta série da televisão tem como personagem uma contadora, que ajuda o marido a lavar o dinheiro que ele obtem no seu trabalho.
Breaking Bad
Mad Man
The Big Bang Theory
3 – Uma pesquisa realizada na Inglaterra encontrou que o segundo motivo para assassinatos
Ciúme doentio
Motivo fútil
Problemas financeiros
4 – Duas empresas anunciaram esta semana que estão abandonando os planos para fazer a emissão de ações. Elas são, exceto
Azul
Gol
Votorantim Cimentos
5 – Brasília recebe um grande número de voos semanais em razão
Da alíquota diferenciada para combustíveis
Da força da sua economia
Da proximidade com outras grandes capitais
6 – A Receita Federal editou uma orientação para seus fiscais cobrarem imposto sobre
Ganho de capital com a venda de ágio de investimento
Lucros das coligadas e controladas obtidos no exterior
Redução do valor do passivo a valor justo
7 – Esta empresa está sendo acusada de atrasar o pagamento de seus fornecedores
Petrobras
Tam
Vale do Rio Doce
8 – Com respeito a questão anterior, a empresa alegou que possui em caixa
R$10 bilhões
R$15 bilhões
US$ 20 bilhões
9 – “Menos é mais”. Com esta frase, este regulador está tentando implementar uma redução no número de informações divulgadas
CPC
Fasb
Iasb
10 – Com um patrimônio de 27 bilhões de reais, o FI-FGTS tem feito aportes em empresas de capital fechado. Entretanto, seus investimentos possuem um grave problema relacionado a
Falta de governança
Falta de transparência
Falta de oportunidades de investimento
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) Gisele (2) Breaking Bad; (3) Problemas financeiros; (4) Gol; (5) Da alíquota diferenciada para combustíveis; (6) Lucros das coligadas e controladas obtidos no exterior; (7) Petrobras; (8) US$ 20 bilhões; (9) Iasb; (10) Falta de transparência
1 – Novamente, esta modelo foi a que mais recebeu dinheiro no ano, segundo a lista da Forbes
Adriana Lima
Gisele Bundchen
Miranda Kerr
2 – Esta série da televisão tem como personagem uma contadora, que ajuda o marido a lavar o dinheiro que ele obtem no seu trabalho.
Breaking Bad
Mad Man
The Big Bang Theory
3 – Uma pesquisa realizada na Inglaterra encontrou que o segundo motivo para assassinatos
Ciúme doentio
Motivo fútil
Problemas financeiros
4 – Duas empresas anunciaram esta semana que estão abandonando os planos para fazer a emissão de ações. Elas são, exceto
Azul
Gol
Votorantim Cimentos
5 – Brasília recebe um grande número de voos semanais em razão
Da alíquota diferenciada para combustíveis
Da força da sua economia
Da proximidade com outras grandes capitais
6 – A Receita Federal editou uma orientação para seus fiscais cobrarem imposto sobre
Ganho de capital com a venda de ágio de investimento
Lucros das coligadas e controladas obtidos no exterior
Redução do valor do passivo a valor justo
7 – Esta empresa está sendo acusada de atrasar o pagamento de seus fornecedores
Petrobras
Tam
Vale do Rio Doce
8 – Com respeito a questão anterior, a empresa alegou que possui em caixa
R$10 bilhões
R$15 bilhões
US$ 20 bilhões
9 – “Menos é mais”. Com esta frase, este regulador está tentando implementar uma redução no número de informações divulgadas
CPC
Fasb
Iasb
10 – Com um patrimônio de 27 bilhões de reais, o FI-FGTS tem feito aportes em empresas de capital fechado. Entretanto, seus investimentos possuem um grave problema relacionado a
Falta de governança
Falta de transparência
Falta de oportunidades de investimento
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) Gisele (2) Breaking Bad; (3) Problemas financeiros; (4) Gol; (5) Da alíquota diferenciada para combustíveis; (6) Lucros das coligadas e controladas obtidos no exterior; (7) Petrobras; (8) US$ 20 bilhões; (9) Iasb; (10) Falta de transparência
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