Na segunda feira o Competition Commission, do Reino Unido, ao discutir medidas para melhorar a qualidade da auditoria não considerou a questão do rodízio das empresas de auditoria. Este assunto está em análise na Comunidade Européia. Isto foi considerado um revés pelo Journal of Accountancy, que seria o segundo revés em duas semanas sobre o assunto. No início do mês o PCAOB, dos Estados Unidos, foi proibido de exigir o rodízio.
O voto da Competition Commission será publicado em breve, mas as propostas tentam melhorar o poder de barganha das empresas, incluindo aumentar a influência do comitê de auditoria. Uma delas é proibir que empréstimos exijam que a empresa de auditoria seja uma das Big Four.
24 julho 2013
G20 dá prazo para Iasb e Fasb para provisão
Segundo a Reuters (Accounting bodies no closer on new bank loan rules, Huw Jones, 23 jul 2013) o grupo das maiores economias solicitou ao Iasb e ao Fasb um acordo quanto às normas contábeis para provisões de liquidação duvidosa das instituições financeiras. E fixou um prazo: final de 2013. Que provavelmente não será obtido, já que existem divergências entre as duas entidades.
O Fasb está caminhando para uma regra mais conservadora que o Iasb. E isto tem efeito sobre o capital exigido para cada banco.
O Fasb está caminhando para uma regra mais conservadora que o Iasb. E isto tem efeito sobre o capital exigido para cada banco.
23 julho 2013
Auditoria ou Rating
A afirmação de Eike Batista de que suas empresas eram auditadas por três das maiores agências de risco do mundo incomodou a Moody"s, que respondeu nunca ter realizado esse tipo de avaliação da petroleira OGX. Em artigo para o Valor, Batista comentou, pela primeira vez, a crise em seus negócios e disse nunca ter sido alertado pelas agências que "auditavam" suas empresas de que o potencial de produção da OGX poderia não alcançar as altas expectativas. "Minhas empresas eram auditadas por três das maiores agências de risco do mundo, e nunca uma delas veio a mim ou a público alertar que não era bem assim", escreveu.
A Moody"s, uma das maiores agências de rating do mundo, afirmou que nunca fez esse tipo de avaliação. "A Moody"s não audita empresas e certamente não auditou a OGX", disse a analista da instituição Gretchen French.
A Moody"s esclareceu que seus ratings refletem sua opinião sobre os riscos de crédito das obrigações financeiras e não têm caráter de auditoria. A analista também afirmou que a primeira nota atribuída à OGX, em maio de 2011, foi "B1", "considerado especulativo e sujeito a alto risco de crédito". Em julho de 2012, a perspectiva da nota foi alterada para negativa, indicando que o risco da empresa e a possibilidade de rebaixamento aumentavam. Desde então, o rating foi rebaixado várias vezes e agora está situado em "Ca", penúltima nota da escala. A perspectiva é negativa.
A Fitch Ratings, outra grande agência de classificação de risco, disse que a nota inicial atribuída à OGX, também em maio de 2011, foi "B+", o que caracteriza o investimento como altamente especulativo e equivale à nota "B1" da Moody"s. "O rating "B" indica que um significativo risco de inadimplência está presente, porém uma limitada margem de segurança ainda existe", informou, por meio de sua assessoria. Hoje o rating concedido pela Fitch à OGX é "CCC".
Procurada, a Standard & Poor"s não comentou a afirmação de Eike. A primeira nota dada pela S&P à OGX, também em maio de 2011, foi "B", e atualmente é "CCC", que indica alto risco de inadimplência.
Agências negam serviço de auditagem da OGX - Aline Oyamada - Valor Econômico - 22/07/2013
A Moody"s, uma das maiores agências de rating do mundo, afirmou que nunca fez esse tipo de avaliação. "A Moody"s não audita empresas e certamente não auditou a OGX", disse a analista da instituição Gretchen French.
A Moody"s esclareceu que seus ratings refletem sua opinião sobre os riscos de crédito das obrigações financeiras e não têm caráter de auditoria. A analista também afirmou que a primeira nota atribuída à OGX, em maio de 2011, foi "B1", "considerado especulativo e sujeito a alto risco de crédito". Em julho de 2012, a perspectiva da nota foi alterada para negativa, indicando que o risco da empresa e a possibilidade de rebaixamento aumentavam. Desde então, o rating foi rebaixado várias vezes e agora está situado em "Ca", penúltima nota da escala. A perspectiva é negativa.
A Fitch Ratings, outra grande agência de classificação de risco, disse que a nota inicial atribuída à OGX, também em maio de 2011, foi "B+", o que caracteriza o investimento como altamente especulativo e equivale à nota "B1" da Moody"s. "O rating "B" indica que um significativo risco de inadimplência está presente, porém uma limitada margem de segurança ainda existe", informou, por meio de sua assessoria. Hoje o rating concedido pela Fitch à OGX é "CCC".
Procurada, a Standard & Poor"s não comentou a afirmação de Eike. A primeira nota dada pela S&P à OGX, também em maio de 2011, foi "B", e atualmente é "CCC", que indica alto risco de inadimplência.
Agências negam serviço de auditagem da OGX - Aline Oyamada - Valor Econômico - 22/07/2013
IFRS é ilegal? Pode ser no Reino Unido...
Conforme o The Telegraph (via aqui), o Financial Reporting Council (FRC) questionou a legalidade do uso das normas internacionais contábeis no Reino Unido. O FRC é uma entidade independente reguladora que tenta promover uma melhoria na governança.
Desde 2005 as normas internacionais de contabilidade são adotadas no Reino Unido. Mas os problemas com as instituições financeiras parece que levantou dúvidas sobre sua qualidade. Segundo o The Telegraph, um grupo de investidores exigiu a revisão da adoção das IFRS através de um parecer jurídico.
Desde 2005 as normas internacionais de contabilidade são adotadas no Reino Unido. Mas os problemas com as instituições financeiras parece que levantou dúvidas sobre sua qualidade. Segundo o The Telegraph, um grupo de investidores exigiu a revisão da adoção das IFRS através de um parecer jurídico.
Protestos brasileiros no tempo
O gráfico apresenta os protestos ao longo da história do Brasil. Enquanto os tumultos - de vermelho, aumentaram substancialmente durante as décadas de 50 e 60, são cada vez menores. Mas as demonstrações contra o governo - de azul - aumentaram ao longo dos anos 80 e 90. Campos arrisca três razões para este movimento: (a) ineficiências e corrupção dos serviços públicos; (b) inépcia dos políticos; (c) fatores políticos.
Mestrado Profissional em Gestão Pública
Foi aprovado pela CAPES o mestrado profissionalizante em Gestão Pública na Universidade de Brasília.
De acordo com o site da Escola de Administração Fazendária (Esaf):
A Escola de Administração Fazendária (Esaf) apresenta o Mestrado Profissional em Administração – com foco em Gestão Pública, a ser realizado em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), em nível de pós-graduação stricto sensu.
O objetivo do curso é contribuir para a capacitação e desenvolvimento de uma postura crítica relacionada à gestão pública.
O curso destina-se a servidores e empregados da Administração Pública Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O candidato deverá ser portador de diploma de qualquer curso de nível superior registrado pelo Ministério da Educação.
Número de Vagas: 25
Os candidatos deverão submeter-se previamente ao teste ANPAD (http://www.anpad.org.br). O teste constitui-se pré-requisito para a inscrição e para participar das outras etapas do processo seletivo – plano de curso e entrevista oral.
O curso , com duração de 24 meses, será na modalidade presencial em Brasília e tem como previsão o seguinte cronograma:
período das inscrições: 22/07/2013 a 13/08/2013;
processo seletivo: 19/08/2013 a 04/09/2013;
início do curso: setembro de 2013.
Valor do Investimento
O custo estimado por aluno, sujeito a confirmação, é de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) , que NÃO poderá ser custeado diretamente pelo aluno. O valor será passível de parcelamento em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais.
Informações
Escola de Administração Fazendária (ESAF):
Fone: (61) 3412.6088 e 3412.6483
Fax: (61) 3412.6261
E-mail: posgraduacao.esaf@fazenda.gov.br
Sítio: www.esaf.fazenda.gov.br
Universidade de Brasília (UnB):
- Sítio: http://ppga.unb.br/ .
De acordo com o site da Escola de Administração Fazendária (Esaf):
A Escola de Administração Fazendária (Esaf) apresenta o Mestrado Profissional em Administração – com foco em Gestão Pública, a ser realizado em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), em nível de pós-graduação stricto sensu.
O objetivo do curso é contribuir para a capacitação e desenvolvimento de uma postura crítica relacionada à gestão pública.
O curso destina-se a servidores e empregados da Administração Pública Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O candidato deverá ser portador de diploma de qualquer curso de nível superior registrado pelo Ministério da Educação.
Número de Vagas: 25
Os candidatos deverão submeter-se previamente ao teste ANPAD (http://www.anpad.org.br). O teste constitui-se pré-requisito para a inscrição e para participar das outras etapas do processo seletivo – plano de curso e entrevista oral.
O curso , com duração de 24 meses, será na modalidade presencial em Brasília e tem como previsão o seguinte cronograma:
período das inscrições: 22/07/2013 a 13/08/2013;
processo seletivo: 19/08/2013 a 04/09/2013;
início do curso: setembro de 2013.
Valor do Investimento
O custo estimado por aluno, sujeito a confirmação, é de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) , que NÃO poderá ser custeado diretamente pelo aluno. O valor será passível de parcelamento em até 24 (vinte e quatro) parcelas mensais.
Informações
Escola de Administração Fazendária (ESAF):
Fone: (61) 3412.6088 e 3412.6483
Fax: (61) 3412.6261
E-mail: posgraduacao.esaf@fazenda.gov.br
Sítio: www.esaf.fazenda.gov.br
Universidade de Brasília (UnB):
- Sítio: http://ppga.unb.br/ .
22 julho 2013
História da Contabilidade do Brasil: O ensino no início do século XX
Sabemos que no século XIX o ensino de contabilidade no Brasil acontecia desde o momento das primeiras lições na escola até em cursos avulsos. Estávamos atrasados em relação a diversos países, onde o ensino comercial, no final do século XIX, contava com dezenas de estabelecimentos. O surgimento do ensino comercial surgiu na Rússia, em 1755, através de uma escola em São Petersburgo (1). Em 1793 apareceu uma escola deste tipo na Alemanha, sendo que em 1820 é criada a Escola Superior de Comercio de Paris.
Na América Latina, surgiu em 1892 (2) na Argentina em três cidades: Buenos Aires, Rosário e Córdoba. No Brasil o ensino comercial surgiu em 1891, em Juiz de Fora (3). Nesta cidade do interior de Minas Gerais, sob o patrocínio do mecenas Francisco Batista de Oliveira (4), foi fundada em 1891 a Academia de Commercio. Mas foi descontinuada logo depois, em 1901, pouco antes da morte de Oliveira. Em 1894 foi criado o Instituto Commercial no Rio de Janeiro, sob patrocínio municipal, seguido da Escola Pratica de Commercio, no Pará, esta em 1899 (5).
Em 1902 surgem duas escolas técnicas: uma na capital do país e outra no seu centro econômico. Tinham quatro anos de ensino, com conteúdos de métodos quantitativos, inglês, francês, alemão, história do comércio e escrituração mercantil (6).
A instituição de São Paulo era dirigida pelo Senador Lacerda Franco, tendo como presidente honorário Antonio Alvares Penteado (5). Penteado doou o terreno e financiou a construção do prédio existente no Largo de São Francisco, hoje com o seu nome (7). Mas não esteve na inauguração da escola, já que no mesmo dia ocorria o batizado do seu neto. É interessante notar que além das contribuições de Penteado, a escola paulista recebeu diversos incentivos do governo (8). O legislativo do estado de São Paulo, em 1904, concede à Escola Pratica de Commercio (grafia da época) isenção de pagamentos de água e esgoto e do imposto de transmissão. Além disto, garantia aos alunos à nomeação, sem concurso público, para o cargo na área naquele estado.
No Rio de Janeiro a iniciativa foi de Candido Mendes de Almeida (9). Também criada em 1902, esta instituição possui um aspecto importante. Durante a fase de sua criação tornou-se presente a ideia de criação de um curso superior de comércio. Naquela época, o deputado fluminense Mello Mattos defendeu a criação de curso superior, conferindo o título de bacharel ou, nas palavras do político, “não há inconveniente em conceder o grau de doutor em sciencias comerciaes” (10). Mattos solicitou que o congresso considerasse a entidade de utilidade pública. Com uma formação geral, habilitando para o exercício das funções de guarda-livros, perito judicial e empregos de fazenda; e superior, para cargos como atuários e chefes de contabilidade. O aluno que defendesse a tese seria considerado doutor.
Terá sido o primeiro curso superior de contabilidade? É difícil afirmar, já que a fronteira do que seria a contabilidade mudou com o passar do tempo. No século XIX a contabilidade era ensinada marginalmente nos cursos de direito no Brasil. Mas a proposta de criação de curso superior em ciências comerciais representou, sem dúvida nenhuma, um avanço.
Mas o leitor deverá tomar certo cuidado, já que a contabilidade do início do século XX era muito mais abrangente. Neste sentido, Munhoz afirma que no início do século XX, nos países mais desenvolvidos de então, a taquigrafia era ensinada em muitas escolas em conjunto com o ensino de contabilidade. (11)
1 - Correio Paulistano, 1902, 4 de junho, n. 13931, p. 1
2 – Existe controvérsia quanto a esta data, conforme http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2013/03/1905-e-o-curso-comercial-no-parana.html, onde a data é 1872.
3 - Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_de_Com%C3%A9rcio_de_Juiz_de_Fora. Ver também http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2013/03/1905-e-o-curso-comercial-no-parana.html
4 – Conforme http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Batista_de_Oliveira
5 - Correio Paulistano, número 13929, 2 de junho de 1902
6 - Correio Paulistano, 1902, n. 14.152, p.1
7 – Conforme http://www.geni.com/people/Antonio-%C3%81lvares-Leite-Penteado/6000000003345880057
8 - Trata-se do Projeto 47. Conforme Correio Paulistano, 17 de agosto de 1904, n. 14732.
9 - Correio Paulistano, n. 13859, p. 1, 22 de março de 1902
10 - Correio Paulistano, 6 jul 1904, ed. 14690, p. 1
11 - A Estenographia ou Tachygrafia. Alfredo Munhoz. A República, 6 de fevereiro de 1900, ed. 28, p. 2.
Na América Latina, surgiu em 1892 (2) na Argentina em três cidades: Buenos Aires, Rosário e Córdoba. No Brasil o ensino comercial surgiu em 1891, em Juiz de Fora (3). Nesta cidade do interior de Minas Gerais, sob o patrocínio do mecenas Francisco Batista de Oliveira (4), foi fundada em 1891 a Academia de Commercio. Mas foi descontinuada logo depois, em 1901, pouco antes da morte de Oliveira. Em 1894 foi criado o Instituto Commercial no Rio de Janeiro, sob patrocínio municipal, seguido da Escola Pratica de Commercio, no Pará, esta em 1899 (5).
Em 1902 surgem duas escolas técnicas: uma na capital do país e outra no seu centro econômico. Tinham quatro anos de ensino, com conteúdos de métodos quantitativos, inglês, francês, alemão, história do comércio e escrituração mercantil (6).
A instituição de São Paulo era dirigida pelo Senador Lacerda Franco, tendo como presidente honorário Antonio Alvares Penteado (5). Penteado doou o terreno e financiou a construção do prédio existente no Largo de São Francisco, hoje com o seu nome (7). Mas não esteve na inauguração da escola, já que no mesmo dia ocorria o batizado do seu neto. É interessante notar que além das contribuições de Penteado, a escola paulista recebeu diversos incentivos do governo (8). O legislativo do estado de São Paulo, em 1904, concede à Escola Pratica de Commercio (grafia da época) isenção de pagamentos de água e esgoto e do imposto de transmissão. Além disto, garantia aos alunos à nomeação, sem concurso público, para o cargo na área naquele estado.
No Rio de Janeiro a iniciativa foi de Candido Mendes de Almeida (9). Também criada em 1902, esta instituição possui um aspecto importante. Durante a fase de sua criação tornou-se presente a ideia de criação de um curso superior de comércio. Naquela época, o deputado fluminense Mello Mattos defendeu a criação de curso superior, conferindo o título de bacharel ou, nas palavras do político, “não há inconveniente em conceder o grau de doutor em sciencias comerciaes” (10). Mattos solicitou que o congresso considerasse a entidade de utilidade pública. Com uma formação geral, habilitando para o exercício das funções de guarda-livros, perito judicial e empregos de fazenda; e superior, para cargos como atuários e chefes de contabilidade. O aluno que defendesse a tese seria considerado doutor.
Terá sido o primeiro curso superior de contabilidade? É difícil afirmar, já que a fronteira do que seria a contabilidade mudou com o passar do tempo. No século XIX a contabilidade era ensinada marginalmente nos cursos de direito no Brasil. Mas a proposta de criação de curso superior em ciências comerciais representou, sem dúvida nenhuma, um avanço.
Mas o leitor deverá tomar certo cuidado, já que a contabilidade do início do século XX era muito mais abrangente. Neste sentido, Munhoz afirma que no início do século XX, nos países mais desenvolvidos de então, a taquigrafia era ensinada em muitas escolas em conjunto com o ensino de contabilidade. (11)
1 - Correio Paulistano, 1902, 4 de junho, n. 13931, p. 1
2 – Existe controvérsia quanto a esta data, conforme http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2013/03/1905-e-o-curso-comercial-no-parana.html, onde a data é 1872.
3 - Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_de_Com%C3%A9rcio_de_Juiz_de_Fora. Ver também http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2013/03/1905-e-o-curso-comercial-no-parana.html
4 – Conforme http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Batista_de_Oliveira
5 - Correio Paulistano, número 13929, 2 de junho de 1902
6 - Correio Paulistano, 1902, n. 14.152, p.1
7 – Conforme http://www.geni.com/people/Antonio-%C3%81lvares-Leite-Penteado/6000000003345880057
8 - Trata-se do Projeto 47. Conforme Correio Paulistano, 17 de agosto de 1904, n. 14732.
9 - Correio Paulistano, n. 13859, p. 1, 22 de março de 1902
10 - Correio Paulistano, 6 jul 1904, ed. 14690, p. 1
11 - A Estenographia ou Tachygrafia. Alfredo Munhoz. A República, 6 de fevereiro de 1900, ed. 28, p. 2.
História da Contabilidade no Brasil: Aspectos diversos no início do século XX
No livro Tratado Prático de Contabilidade, do capitão Carlos
de Carvalho, coletor de impostos, traz a distinção entre contador e
guarda-livros. O guarda-livros seria o executor dos trabalhos do contador (1).
Fusão entre empresas férreas Companhias Paulista e Mogyana e
aquisição da Estrada de Ferro Sorocabana foi objeto de um extenso estudo por
parte do governo de São Paulo, inclusive com análise da situação econômica de
ambas (2).
A Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação em
possuía no final de 1901 3442 funcionários, sendo 64 da contabilidade (3). Isto
representa quase 2% do total dos funcionários. Fazendo um cálculo grosseiro, em
1900 a população do país era de 17,4 milhões de habitantes, mas não temos a
População Economicamente Ativa (PEA). Em 1940, o primeiro ano com este dado, a
PEA era de 14,8 milhões, para uma população de 41,2 milhões, ou 36% do total.
Aplicando esta percentagem para 1900 temos:
36% x 17,4 milhões x 2% = 125 mil.
1 - Correio Paulistano, 8 de novembro de 1903, p. 4.
2 - Correio Paulistano. 28 de outubro de 1904, ed. 14804, p.
3
3 - Correio Paulistano, 1902, 11 de junho, p. 2.
História da Contabilidade: análise de uma empresa no início do século XX
O telefone foi patenteado em 1876 por Alexander Graham Bell. Acostumados com a velocidade da adoção de novas tecnologias, somos levados a imaginar que imediatamente foi adotada no Brasil. Entretanto a realidade é que era necessário fazer elevados investimentos em linha de transmissão e equipamentos, o que dificultou a implantação no país. Outro aspecto era a baixa renda da população, tornando o produto inacessível para a grande maioria dos brasileiros.
Os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro (1) e em 1883 a cidade contava com cinco centrais. No final do século XIX podemos perceber que a telefonia ainda era algo novo no país graças a análise das demonstrações contábeis da Companhia Telephonica do Estado de S Paulo (2). O gráfico a seguir mostra a evolução da receita da empresa no período de 1895 a 1899 (3):
Percebe-se que a evolução é relativamente lenta no início, mas dobrou em cinco anos. Esta evolução lenta também é justificada pela crise econômica que afetou os negócios de café. Mesmo assim, a empresa anunciava orgulhosa a grande quantidade de ligações:
Em 1899 foram pedidos 865.248 ligações, dando uma media mensal de 72.104, e uma diária de 2.403.
É bom lembrar como funcionava a tecnologia no período:
Os primeiros telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O Usuário tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro (4).
A empresa possuía 825 assinantes no final de 1899 e esperava atingir mil assinantes logo. Seus serviços eram prestados no centro de São Paulo e de Santos e entre as duas cidades, existindo previsão de expansão para São Vicente.
Ao analisar as demonstrações percebemos que os maiores ativos da empresa eram as linhas telefônicas. Com efeito, representavam 64% do total do ativo, mais do que o prédio da empresa. Apesar do grande volume de imobilizado, a empresa era bastante capitalizada: 36% do ativo eram financiados por capital de terceiros, conforme o balanço apresentado.
É interessante notar a ordem de apresentação inversa do balanço do ativo, que se começa com a linha telefônica, item de menor liquidez, e termina com o caixa. No passivo e patrimônio líquido a primeira linha é do capital, mas termina com lucros e perdas. Dois outros detalhes (1) a denominação do “passivo” , típica da época; (2) o “passivo” é colocado logo abaixo do ativo, e não do lado, como estamos acostumados.
No período as empresas não apresentavam a demonstração do resultado, mas um resumo do razonete que encerravam as contas transitórias. Isto era conhecido como Demonstração de Lucros e Perdas, termo em desuso nos dias atuais. E nesta demonstração já é possível notar a destinação do resultado, sendo que23% da receita era para dividendos.
As despesas da empresa totalizaram 62% das receitas (ou 80 por 129), o que indicaria uma boa margem de lucro de 38%. Entretanto, parte deste lucro será usada para reinvestir na expansão das linhas telefônicas, conforme mostra o item “lucros e perdas”. É também importante notar que esta conta é acumulativa, existindo um “saldo do balanço anterior” que não foi considerada na nossa análise.
Com base nas informações da empresa, tudo leva a crer que o negócio era rentável, autofinanciado, apesar do baixo giro do ativo (a relação entre receita e ativo era de 7% somente) e elevado volume de investimento.
1 – Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone
2 – As informações foram publicadas no Correio Paulistano de 24 de abril de 1900, p. 2.
3 – Em moeda da época, sem levar em consideração o efeito da inflação do período.
4 – Verbete da Wikipedia
Os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro (1) e em 1883 a cidade contava com cinco centrais. No final do século XIX podemos perceber que a telefonia ainda era algo novo no país graças a análise das demonstrações contábeis da Companhia Telephonica do Estado de S Paulo (2). O gráfico a seguir mostra a evolução da receita da empresa no período de 1895 a 1899 (3):
Percebe-se que a evolução é relativamente lenta no início, mas dobrou em cinco anos. Esta evolução lenta também é justificada pela crise econômica que afetou os negócios de café. Mesmo assim, a empresa anunciava orgulhosa a grande quantidade de ligações:
Em 1899 foram pedidos 865.248 ligações, dando uma media mensal de 72.104, e uma diária de 2.403.
É bom lembrar como funcionava a tecnologia no período:
Os primeiros telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O Usuário tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro (4).
A empresa possuía 825 assinantes no final de 1899 e esperava atingir mil assinantes logo. Seus serviços eram prestados no centro de São Paulo e de Santos e entre as duas cidades, existindo previsão de expansão para São Vicente.
Ao analisar as demonstrações percebemos que os maiores ativos da empresa eram as linhas telefônicas. Com efeito, representavam 64% do total do ativo, mais do que o prédio da empresa. Apesar do grande volume de imobilizado, a empresa era bastante capitalizada: 36% do ativo eram financiados por capital de terceiros, conforme o balanço apresentado.
É interessante notar a ordem de apresentação inversa do balanço do ativo, que se começa com a linha telefônica, item de menor liquidez, e termina com o caixa. No passivo e patrimônio líquido a primeira linha é do capital, mas termina com lucros e perdas. Dois outros detalhes (1) a denominação do “passivo” , típica da época; (2) o “passivo” é colocado logo abaixo do ativo, e não do lado, como estamos acostumados.
No período as empresas não apresentavam a demonstração do resultado, mas um resumo do razonete que encerravam as contas transitórias. Isto era conhecido como Demonstração de Lucros e Perdas, termo em desuso nos dias atuais. E nesta demonstração já é possível notar a destinação do resultado, sendo que23% da receita era para dividendos.
As despesas da empresa totalizaram 62% das receitas (ou 80 por 129), o que indicaria uma boa margem de lucro de 38%. Entretanto, parte deste lucro será usada para reinvestir na expansão das linhas telefônicas, conforme mostra o item “lucros e perdas”. É também importante notar que esta conta é acumulativa, existindo um “saldo do balanço anterior” que não foi considerada na nossa análise.
Com base nas informações da empresa, tudo leva a crer que o negócio era rentável, autofinanciado, apesar do baixo giro do ativo (a relação entre receita e ativo era de 7% somente) e elevado volume de investimento.
1 – Ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone
2 – As informações foram publicadas no Correio Paulistano de 24 de abril de 1900, p. 2.
3 – Em moeda da época, sem levar em consideração o efeito da inflação do período.
4 – Verbete da Wikipedia
Dan Ariely: O que nos faz sentir bem em nosso trabalho?
O que nos motiva a trabalhar? Ao contrário da sabedoria convencional, não é apenas dinheiro. Mas também não é somente a satisfação. Parece que a maioria de nós prospera ao fazer progressos constantes e ao sentir um senso de propósito. O economista comportamental Dan Ariely apresenta duas experiências esclarecedoras que revelam nossas atitudes inesperadas e cheias de nuance em relação ao significado em nosso trabalho. (Filmado em TEDxRiodelaPlata.)
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