Um dos requisitos para galgar degraus na carreira acadêmica nos dias de hoje é a publicação de pesquisas em periódicos de renome. Esta pressão tem criado situações onde o cientista procura aumentar as suas chances de publicar seu artigo.
Sabemos que as pesquisas que trazem novidades apresentam mais chances de serem aceitas. Isto termina por incentivar os cientistas a buscarem os resultados que possam agradar mais aos pareceristas e editores dos periódicos.
Usando 641 artigos publicados em três periódicos de excelência na área de economia (American Economic Review, The Journal of Political Economy e Quarterly Journal of Economics) quatro pesquisadores investigaram os resultados dos testes estatísticos. Isto significou analisar mais de 50 mil testes estatísticos, já que cada artigo possui em média 78 testes e mais de três mil tabelas. Como os artigos foram publicados entre 2005 e 2011, a investigação corresponde ao estado da arte da pesquisa na área de economia.
O resultado não foi uma grande surpresa: uma vez que os periódicos gostam das pesquisas que rejeitam a hipótese nula, os resultados apresentam uma grande distorção. Os valores do “valor do p” que os pesquisadores encontraram parecem um desenho de um camelo, com muitos valores acima de 25%, um vale entre 10% e 25%. Isto parece indicar que os pesquisadores “inflam” os resultados, tornando-os mais próximo daquilo que se esperam os periódicos.
Leia Mais em BRODEUR, Abel et al. Star Wars: The Empirics STrike Back. Working Paper, Iza DP 7268, 2013.
09 julho 2013
Vice-presidência da Louis Vuitton
Delphine Arnault, francesa, 38, filha mais velha do gigante de bens de luxo, Bernard Arnault, foi nomeada esta semana como diretora-geral adjunta da Louis Vuitton, o que a coloca em segundo lugar no comando da marca. Desde 2008, ela ocupava o mesmo cargo na Dior.
Ela substitui Pietro Beccari, agora CEO da Fendi, e responderá diretamente a Michael Burke, chairman e CEO da Louis Vuitton. Juntos pretendem elevar a marca de bens de couro para o topo do mercado de luxo.
Delphine, que estudou na EDHEC Business School, na França, e na London School of Economics, na Inglaterra, começou sua carreira na empresa de consultoria McKinsey & Co. Desde 2003, ela encontra-se no conselho da LVMH e, além da Dior, já trabalhou em outras marcas que pertencem à holding, como Céline e Loewe.
Fonte: Adaptado daqui
Ela substitui Pietro Beccari, agora CEO da Fendi, e responderá diretamente a Michael Burke, chairman e CEO da Louis Vuitton. Juntos pretendem elevar a marca de bens de couro para o topo do mercado de luxo.
Delphine, que estudou na EDHEC Business School, na França, e na London School of Economics, na Inglaterra, começou sua carreira na empresa de consultoria McKinsey & Co. Desde 2003, ela encontra-se no conselho da LVMH e, além da Dior, já trabalhou em outras marcas que pertencem à holding, como Céline e Loewe.
Fonte: Adaptado daqui
TelexFree
A Polícia Federal irá investigar a empresa Ympactus Comercial LTDA, nome fantasia da TelexFree. A determinação para a abertura de um inquérito contra a companhia foi dada nesta segunda-feira (8) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo o governo, há indícios de formação de pirâmide financeira, evasão de divisas e crime contra a economia popular. (Folha de S Paulo)
Gisele está mais uma vez na lista das 100 celebridades mais poderosas do mundo
A “Forbes” divulgou sua tradicional lista com as 100 celebridades mais poderosas do mundo. Para fazer o ranking, não mensura-se somente a quantidade de dinheiro arrecadado pelas personalidades nos últimos 12 meses, mas ainda o impacto que sua fama causa. O time da publicação calcula quantas vezes cada celebridade é mencionada em veículos impressos ou na TV, além de medir a força de sua presença na internet e como são vistos pelos consumidores americanos.
Neste ano, eles também usaram uma nova ferramenta que mede o índice de comercialização baseada numa pesquisa de opinião em que o público vota em 46 atributos em mais de seis mil celebridades. O resultado mostra que Will Smith, Jennifer Aniston e Sandra Bullock são as celebridades mais fáceis de serem comercializadas.
Após dois anos em segundo lugar, Oprah Winfrey volta a liderar o ranking, que conta com um top 10 composto em sua maior parte por personalidades femininas: Lady Gaga (2º), Beyoncé (4º), Madonna (5º), Taylor Swift (6º) e Ellen DeGeneres (10º). Madonna retorna após dois anos de fora da lista graças à turnê do seu álbum “MDNA”, que a fez arrecadar US$ 125 milhões entre junho de 2012 e junho de 2013.
Gisele Bundchen aparece em 81º como a mais bem colocada no segmento moda. A australiana Miranda Kerr fecha a lista em 100º lugar. No ano passado, Gisele foi eleita a modelo mais rica do mundo e neste ano a Forbes a elegeu a modelo mais poderosa do mundo.
Foi publicada também a lista que enumera as 100 mulheres mais poderosas do mundo, que, em 2013, foi encabeçada pela sétima vez por Angela Merkel, chefe de governo da Alemanha. Dilma Rousseff, presidente do Brasil, aparece em segundo lugar, logo seguida por Melinda Gates, da Fundação Bill & Melinda, e Michelle Obama, primeira dama dos Estados Unidos. Já entre os nomes ligados ao mercado da moda, a revista cita, entre outras, Anna Wintour (em 41º), Miuccia Prada (em 58º), Diane von Furstenberg (em 74º) e Gisele Bündchen (em 95ª).
Mesmo que dominada por representantes de Estado e por executivas de corporações relacionadas à tecnologia, como o Facebook, o Yahoo! e a IBM, a lista traz também personalidades como a cantora Beyoncé Knowles, as atrizes Angelina Jolie e Sofia Vergara e a apresentadora Ellen DeGeneres, que aparecem em 17º, 37º, 38º e 51º, respectivamente. Fora Wintour, Prada, von Furstenberg e Gisele, a “Forbes” elenca também a CEO da Burberry, Angela Ahrendts, em 53º; a estilista Tory Burch, em 69º; e Rosalia Mera, co-fundadora da Inditex, holding que é dona da Zara, em 66º.
Sara Blakely, fundadora da Spanx, aparece em 90º e, de acordo com a “Forbes”, ela, que tem apenas 42 anos, é a bilionária mais jovem “feita por si mesma”, ou seja, construiu sua própria fortuna, sem contar com herança. À parte Dilma Rousseff e Gisele Bündchen, a revista traz ainda uma terceira brasileira na lista, a CEO da Petrobrás, Maria das Graças Foster.
Fonte: Forbes e FFW Fashion
Neste ano, eles também usaram uma nova ferramenta que mede o índice de comercialização baseada numa pesquisa de opinião em que o público vota em 46 atributos em mais de seis mil celebridades. O resultado mostra que Will Smith, Jennifer Aniston e Sandra Bullock são as celebridades mais fáceis de serem comercializadas.
Após dois anos em segundo lugar, Oprah Winfrey volta a liderar o ranking, que conta com um top 10 composto em sua maior parte por personalidades femininas: Lady Gaga (2º), Beyoncé (4º), Madonna (5º), Taylor Swift (6º) e Ellen DeGeneres (10º). Madonna retorna após dois anos de fora da lista graças à turnê do seu álbum “MDNA”, que a fez arrecadar US$ 125 milhões entre junho de 2012 e junho de 2013.
Gisele Bundchen aparece em 81º como a mais bem colocada no segmento moda. A australiana Miranda Kerr fecha a lista em 100º lugar. No ano passado, Gisele foi eleita a modelo mais rica do mundo e neste ano a Forbes a elegeu a modelo mais poderosa do mundo.
Foi publicada também a lista que enumera as 100 mulheres mais poderosas do mundo, que, em 2013, foi encabeçada pela sétima vez por Angela Merkel, chefe de governo da Alemanha. Dilma Rousseff, presidente do Brasil, aparece em segundo lugar, logo seguida por Melinda Gates, da Fundação Bill & Melinda, e Michelle Obama, primeira dama dos Estados Unidos. Já entre os nomes ligados ao mercado da moda, a revista cita, entre outras, Anna Wintour (em 41º), Miuccia Prada (em 58º), Diane von Furstenberg (em 74º) e Gisele Bündchen (em 95ª).
Mesmo que dominada por representantes de Estado e por executivas de corporações relacionadas à tecnologia, como o Facebook, o Yahoo! e a IBM, a lista traz também personalidades como a cantora Beyoncé Knowles, as atrizes Angelina Jolie e Sofia Vergara e a apresentadora Ellen DeGeneres, que aparecem em 17º, 37º, 38º e 51º, respectivamente. Fora Wintour, Prada, von Furstenberg e Gisele, a “Forbes” elenca também a CEO da Burberry, Angela Ahrendts, em 53º; a estilista Tory Burch, em 69º; e Rosalia Mera, co-fundadora da Inditex, holding que é dona da Zara, em 66º.
Sara Blakely, fundadora da Spanx, aparece em 90º e, de acordo com a “Forbes”, ela, que tem apenas 42 anos, é a bilionária mais jovem “feita por si mesma”, ou seja, construiu sua própria fortuna, sem contar com herança. À parte Dilma Rousseff e Gisele Bündchen, a revista traz ainda uma terceira brasileira na lista, a CEO da Petrobrás, Maria das Graças Foster.
Fonte: Forbes e FFW Fashion
08 julho 2013
História da Contabilidade: O Guarda-livros no final do século XIX
A função de guarda-livros corresponde ao que hoje denominamos de contabilistas. No final do século XIX o número de profissionais desta categoria cresceu, muito embora seja difícil determinar o número existente.
Ser um guarda-livros representa uma oportunidade de ascensão social e econômica pela acessibilidade aos ensinamentos.
Era possível adquirir conhecimentos necessários para exercer a profissão através de cursos particulares, muitos deles ministrados num horário bastante conveniente, ou mesmo até junto com as primeiras lições de matemática e escrita, conforme já demonstramos aqui em outras postagens. Ao contrário da advocacia, que era necessários estudos superiores, ser guarda-livros não possuía este requisito.
O curso Veridiano de escrituração mercantil, por exemplo, ensinava os livros exigidos por lei, além de noções de direito, redação e outros assuntos (1). O curso funcionava das 7 as 9 da manhã e das 7 a 9 da noite, o que permitia que o interessado que estivesse trabalhando pudesse adquirir conhecimentos de contabilidade.
Sobre o reconhecimento da sociedade é importante citar que o guarda-livros era um dos profissionais aptos a votar no império, conforme está expresso no Decreto 6097, de 12 de janeiro de 1876 (2), desde que tivessem ordenado acima de 200 reis e registro do comercio. Outro caso que prova a fé no guarda-livros está numa declaração dada em 1888 por J. M. Pontes, guarda-livros da Cia Carris de Ferro de S. Paulo, informando que um certo Luiz de Vasconcellos possuía ações da empresa (3).
Associação profissional
O crescimento do número de profissionais trouxe, como consequência, a reunião em associações. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Associação de Guarda-Livros foi criada em 1876, coincidentemente no mesmo ano da lei eleitoral (4). Para evitar a desconfiança dos patrões, a Associação os convidava: “Pede-se o comparecimento de todos e assim também dos srs. negociantes que quizerem honrar-nos com a sua presença, e fazerem parte da mesma” (grafia da época) (5).
Discussões teóricas
Algumas discussões teóricas começam a surgir neste momento. Um profissional de nome Antônio Tibúrcio de Mello questiona a qualidade de dois peritos sobre o laudo emitido sobre a contabilidade de uma empresa que faliu (6). Outra discussão ocorreu a partir dos balanços da Companhia Cantareira sobre a melhor forma de classificação das ações a emitir (7). Ou a discussão sobre a diferença entre balanço e balancete, na mesma empresa (8).
Tecnologia
A contabilidade ainda era feita à mão. Assim, a boa caligrafia era um requisito básico para um bom profissional. Mas aparecem no Brasil os primeiros avanços tecnológicos para facilitar o trabalho guarda-livros. Um dos grandes problemas deste profissional era lidar com os problemas dos borrões provocados pela tinta. Na véspera da proclamação da república aparecem produtos para tirar borrões dos livros, “sem deixar vestígio”, como “O Electric” (9) ou “Eureka” (10).
(1) O Estado de S Paulo, 2 de fevereiro de 1899
(2) A Província de S Paulo, 4 de fevereiro de 1876.
(3) A Província de S Paulo, 17 de julho de 1888.
(4) A Província de S Paulo, 7 de setembro de 1876.
(5) A Província de S Paulo, 6 de agosto de 1876. No final do século aparece o Grêmio dos Guarda-livros de São Paulo.
(6) O Estado de S Paulo, 4 de outubro de 1899.
(7) A Província de S. Paulo, 13 de abril de 1884, p. 1
(8) A Província de S. Paulo, 21 de março de 1884.
(9) A Província de S Paulo, 19 de junho de 1889.
(10) A Província de S. Paulo, 7 de janeiro de 1889.
Ser um guarda-livros representa uma oportunidade de ascensão social e econômica pela acessibilidade aos ensinamentos.
Era possível adquirir conhecimentos necessários para exercer a profissão através de cursos particulares, muitos deles ministrados num horário bastante conveniente, ou mesmo até junto com as primeiras lições de matemática e escrita, conforme já demonstramos aqui em outras postagens. Ao contrário da advocacia, que era necessários estudos superiores, ser guarda-livros não possuía este requisito.
O curso Veridiano de escrituração mercantil, por exemplo, ensinava os livros exigidos por lei, além de noções de direito, redação e outros assuntos (1). O curso funcionava das 7 as 9 da manhã e das 7 a 9 da noite, o que permitia que o interessado que estivesse trabalhando pudesse adquirir conhecimentos de contabilidade.
Sobre o reconhecimento da sociedade é importante citar que o guarda-livros era um dos profissionais aptos a votar no império, conforme está expresso no Decreto 6097, de 12 de janeiro de 1876 (2), desde que tivessem ordenado acima de 200 reis e registro do comercio. Outro caso que prova a fé no guarda-livros está numa declaração dada em 1888 por J. M. Pontes, guarda-livros da Cia Carris de Ferro de S. Paulo, informando que um certo Luiz de Vasconcellos possuía ações da empresa (3).
Associação profissional
O crescimento do número de profissionais trouxe, como consequência, a reunião em associações. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Associação de Guarda-Livros foi criada em 1876, coincidentemente no mesmo ano da lei eleitoral (4). Para evitar a desconfiança dos patrões, a Associação os convidava: “Pede-se o comparecimento de todos e assim também dos srs. negociantes que quizerem honrar-nos com a sua presença, e fazerem parte da mesma” (grafia da época) (5).
Discussões teóricas
Algumas discussões teóricas começam a surgir neste momento. Um profissional de nome Antônio Tibúrcio de Mello questiona a qualidade de dois peritos sobre o laudo emitido sobre a contabilidade de uma empresa que faliu (6). Outra discussão ocorreu a partir dos balanços da Companhia Cantareira sobre a melhor forma de classificação das ações a emitir (7). Ou a discussão sobre a diferença entre balanço e balancete, na mesma empresa (8).
Tecnologia
A contabilidade ainda era feita à mão. Assim, a boa caligrafia era um requisito básico para um bom profissional. Mas aparecem no Brasil os primeiros avanços tecnológicos para facilitar o trabalho guarda-livros. Um dos grandes problemas deste profissional era lidar com os problemas dos borrões provocados pela tinta. Na véspera da proclamação da república aparecem produtos para tirar borrões dos livros, “sem deixar vestígio”, como “O Electric” (9) ou “Eureka” (10).
(1) O Estado de S Paulo, 2 de fevereiro de 1899
(2) A Província de S Paulo, 4 de fevereiro de 1876.
(3) A Província de S Paulo, 17 de julho de 1888.
(4) A Província de S Paulo, 7 de setembro de 1876.
(5) A Província de S Paulo, 6 de agosto de 1876. No final do século aparece o Grêmio dos Guarda-livros de São Paulo.
(6) O Estado de S Paulo, 4 de outubro de 1899.
(7) A Província de S. Paulo, 13 de abril de 1884, p. 1
(8) A Província de S. Paulo, 21 de março de 1884.
(9) A Província de S Paulo, 19 de junho de 1889.
(10) A Província de S. Paulo, 7 de janeiro de 1889.
História da Contabilidade: Demonstrações Contábeis no final do século XIX
É interessante notar que algumas empresas faziam uma ampla publicação do seu desempenho já no final do século XIX. A figura a seguir mostra parte do balanço patrimonial da Cia Industrial de São Paulo, encerrado em 31 de dezembro de 1890, a parte do Ativo (1). Logo de início uma surpresa: o que denominamos de capital a integralizar é classificado como ativo. E isto parecia ser uma prática normal naquela época, apesar de um pouco polêmica (2).
Logo após outros ativos, incluindo o caixa existente. Alguns ativos são reunidos por área de negócios: tipografia, tecidos e fósforos, sendo feita a separação entre prédios e terrenos, máquinas, estoques e até caixa das lojas. Não existe aqui nenhuma menção a depreciação.
A figura abaixo mostra a segunda parte do balanço, o “passivo”. Não podemos dizer que se trata do lado direito do balanço, pois o mesmo foi publicado logo abaixo do ativo. A disposição das contas do passivo também é diferente das de hoje: começa pelo capital, passando por empréstimos e letras a pagar, contas correntes e vales. A penúltima conta seria classificada hoje como patrimônio líquido: fundo de reserva. Finalmente, o balanço encerra com a quantia de dividendo a distribuir para os acionistas.
Pelos valores, trata-se de uma empresa com elevado índice de endividamento, mas com grande investimento em ativos de longo prazo. Finalmente, o balanço é assinado pelo presidente da empresa e pelo chefe da contabilidade.
Em lugar da Demonstração do Resultado existia a Demonstração dos Lucros e Perdas. Isto nada mais era do que um fechamento das contas transitórias de débito e crédito, conforme é possível perceber a seguir.
A presença de dividendos a distribuir indica a presença de lucro. Isto deve ser considerado com cautela, já que o procedimento de depreciação não era muito comum à época. Ou seja, o lucro pode estar superestimado. Novamente, a demonstração é assinada pelo presidente da empresa, juntamente com o chefe da contabilidade.
(1) Publicado no O Estado de São Paulo, 12 de março de 1891, p. 2.
(2) “´No seu entender (de guarda-livros autor do parecer) um dos erros do nosso balanço consiste em mencionar no activo as acções que existem por emitir no valor de 456:400$´ E depois de perguntar ‘onde haviam de ser escripturados os valores de taes acções´ acrescenta: ‘este plano de escripturação não é invenção do guarda-livros da Companhia Cantareira´; e invoca a seu favor os balanços das Companhias Paulista, Mogyana, Previdente e Banco Predial”. O Estado de São Paulo, 13 de abril de 1884, p. 1. (grafia da época)
Logo após outros ativos, incluindo o caixa existente. Alguns ativos são reunidos por área de negócios: tipografia, tecidos e fósforos, sendo feita a separação entre prédios e terrenos, máquinas, estoques e até caixa das lojas. Não existe aqui nenhuma menção a depreciação.
A figura abaixo mostra a segunda parte do balanço, o “passivo”. Não podemos dizer que se trata do lado direito do balanço, pois o mesmo foi publicado logo abaixo do ativo. A disposição das contas do passivo também é diferente das de hoje: começa pelo capital, passando por empréstimos e letras a pagar, contas correntes e vales. A penúltima conta seria classificada hoje como patrimônio líquido: fundo de reserva. Finalmente, o balanço encerra com a quantia de dividendo a distribuir para os acionistas.
Pelos valores, trata-se de uma empresa com elevado índice de endividamento, mas com grande investimento em ativos de longo prazo. Finalmente, o balanço é assinado pelo presidente da empresa e pelo chefe da contabilidade.
Em lugar da Demonstração do Resultado existia a Demonstração dos Lucros e Perdas. Isto nada mais era do que um fechamento das contas transitórias de débito e crédito, conforme é possível perceber a seguir.
A presença de dividendos a distribuir indica a presença de lucro. Isto deve ser considerado com cautela, já que o procedimento de depreciação não era muito comum à época. Ou seja, o lucro pode estar superestimado. Novamente, a demonstração é assinada pelo presidente da empresa, juntamente com o chefe da contabilidade.
(1) Publicado no O Estado de São Paulo, 12 de março de 1891, p. 2.
(2) “´No seu entender (de guarda-livros autor do parecer) um dos erros do nosso balanço consiste em mencionar no activo as acções que existem por emitir no valor de 456:400$´ E depois de perguntar ‘onde haviam de ser escripturados os valores de taes acções´ acrescenta: ‘este plano de escripturação não é invenção do guarda-livros da Companhia Cantareira´; e invoca a seu favor os balanços das Companhias Paulista, Mogyana, Previdente e Banco Predial”. O Estado de São Paulo, 13 de abril de 1884, p. 1. (grafia da época)
Propaganda antiga
“Amarradas noite e dia à sua mesa de trabalho acham-se muitas pessoas dignas de melhor sorte. Os pequenos detalhes do negócio, combinados com a falta de perfeito sistema, são a causa única dessa escravidão, tão fácil de ser resolvida por meio de modernos aparelhos e métodos simplificados. Das muitas horas que Vossa Senhoria está perdendo todos os dias inutilmente, aproveite alguns minutos para uma visita à Casa Pratt, onde sem compromisso algum de compra, poderá examinar os modernos aparelhos que lhe economizarão muito tempo, dinheiro e dissabores. É sempre conveniente conhecer a vantagem dos seguintes aparelhos: caixas registradoras National, Máquinas de escrever Remington, de calcular Triumphator, de somar Burroughs, duplicadores Ronco, arquivos de aço para cartas e muitas outras especialidades”.
17 de janeiro de 1914. Estado de S Paulo
Sarah Kay: Se eu tiver uma filha ...
"Se eu tiver uma filha, em vez de Mãe, ela vai me chamar de Ponto B..." assim começou a poetisa de palavras faladas, Sarah Kay, em uma palestra que levou a duas ovações de pé no TED2011. Ela conta a história de sua metamorfose -- de uma adolescente imersa em versos no Clube Browery de Poesia em Nova York a uma professora unindo crianças ao poder da auto-expressão através do Projeto V.O.I.C.E. -- e faz duas emocionantes apresentações de "B" e "Hiroshima".
OGX
Em uma campanha exploratória impressionante a OGX protagonizou, em dois anos e meio - de outubro de 2009 a maio de 2012 -, 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (jargão que indica, no setor de petróleo, que uma área pesquisada vai virar um campo produtor). A cada comunicado promissor, o mercado reagia imediatamente e a empresa acompanhava os saltos no gráfico de suas ações.
Um levantamento de todas as divulgações feitas pela petroleira de Eike Batista desde sua criação, em 2007, revela que foram mais de 105 comunicados oficiais. Metade deles apontava indícios de petróleo em suas áreas. Grande parte das descobertas referia-se ao mesmo poço perfurado, apenas em estágios diferentes.
A despeito disso, as ações subiam sempre que um desses "fatos relevantes", como são conhecidos os relatórios oficiais, era enviado à Bolsa de Valores e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, responsável pela fiscalização de mercado).
Agora, o mercado financeiro parece dividido entre alternativas ruins: houve incompetência, ingenuidade ou má gestão? "Não é plausível que uma empresa com tantas promessas de sucesso tenha se tornado um fracasso da noite para o dia", diz Ricardo Lacerda, sócio do banco BR Partners.
Alguns comunicados tinham tom eufórico. "A OGX é a prova de que vale a pena apostar na competência dos brasileiros e na riqueza e abundância dos nossos recursos naturais. Esses recentes sucessos vão pavimentar o caminho do nosso robusto crescimento e igualdade social. Viva o Brasil!", escreveu Eike em outubro de 2009, no fato relevante enviado à CVM sobre a descoberta no bloco marítimo da Bacia de Campos BM-C-43.
Até junho de 2012, quando teve de revelar o real volume do petróleo que jorrava de sua principal aposta, o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos - um décimo do que apregoou -, o tom das informações que vinham da OGX era exatamente esse. Em janeiro de 2010, poucos meses depois de começar a furar os poços, Eike fez uma previsão mais do que otimista num documento ao mercado: "Com os resultados de nossas perfurações até o presente, fomos capazes de revelar uma nova província no sul da Bacia de Campos e quebrar paradigmas (...). Agora nos preparamos para uma nova fase na história da OGX, que buscará atingir a produção de 1,4 milhão de barris por dia em 2019". Ou seja, previa, em dez anos, alcançar o resultado que a Petrobrás obteve somente depois de cinco décadas.
Há uma semana, jogou a toalha: a produção em Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo. Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente.
Segundo fontes, a CVM agora vai olhar para trás e investigar o "conjunto da obra" da OGX. Vai analisar com lupa todos os fatos relevantes, em especial os que continham projeções, para averiguar se foram elaboradas sem diligência ou de forma a confundir o investidor. A avaliação poderá respingar não só nos atuais executivos, mas em todo o grupo de estrelas do setor contratado a peso de ouro.
Em abril de 2010, por exemplo, a CVM exigiu da OGX esclarecimentos sobre um volume atípico de movimentação das ações. Nessa época, apenas quatro meses depois de passar a integrar o índice Bovespa, a empresa fizera seis comunicados de "presença de hidrocarbonetos" (indícios de petróleo) nos mesmos dois blocos (BMC-41 e BMC-42) da Bacia de Campos. O BMC-41 deu origem ao prospecto de Waimea, que virou o campo de Tubarão Azul.
A OGX respondeu que a elevação das negociações poderia ter sido por uma avaliação positiva do banco Credit Suisse ou pelos rumores de que estaria em curso a venda de 20% da empresa.
Luiz Felipe Carvalho, analista de petróleo do HSBC, diz que a credibilidade da OGX foi corroída por uma série de eventos. Em fevereiro de 2011, a OGX informava que Waimea continha óleo pesado, de 20º API, que não está nos melhores padrões de comercialização. Mas a vazão seria extraordinária: 40 mil barris por dia. Hoje sabe-se que essa vazão, decrescente, não ultrapassa 5 mil barris diários.
A divulgação de previsões é facultativa, mas segundo as regras da CVM, deve trazer "informações verdadeiras, completas e que não induzam o investidor a erro". "O mais surpreendente é que após ter levantado tanto capital sobraram tão poucos ativos do império X", diz Lacerda, do BR Partners.
A partir de outubro de 2009, quando anunciou sua primeira descoberta, a OGX passou a adotar nos comunicados o aposto: "maior companhia privada brasileira do setor de petróleo e gás natural em termos de área marítima de exploração".
Perplexidade. A queda da OGX provocou perplexidade e dividiu opiniões. No BNDES, um dos principais financiadores de Eike, há quem acredite que o empresário pode ter sido ludibriado, como a maior parte do mercado. "Atuar alavancado cobra seu preço: o preço é que os 'planos de negócio' sejam consistentes, caso contrário...", disse a fonte.
Para alguns, o fato de Eike ter mantido as ações das companhias X pode dificultar uma punição. "Ele está morrendo com o mico-preto na mão", disse um executivo do alto escalão de uma multinacional.
Irany Tereza e Mariana Durão - O Estado de S.Paulo - 7 de julho de 2013 - p. B1
Um levantamento de todas as divulgações feitas pela petroleira de Eike Batista desde sua criação, em 2007, revela que foram mais de 105 comunicados oficiais. Metade deles apontava indícios de petróleo em suas áreas. Grande parte das descobertas referia-se ao mesmo poço perfurado, apenas em estágios diferentes.
A despeito disso, as ações subiam sempre que um desses "fatos relevantes", como são conhecidos os relatórios oficiais, era enviado à Bolsa de Valores e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, responsável pela fiscalização de mercado).
Agora, o mercado financeiro parece dividido entre alternativas ruins: houve incompetência, ingenuidade ou má gestão? "Não é plausível que uma empresa com tantas promessas de sucesso tenha se tornado um fracasso da noite para o dia", diz Ricardo Lacerda, sócio do banco BR Partners.
Alguns comunicados tinham tom eufórico. "A OGX é a prova de que vale a pena apostar na competência dos brasileiros e na riqueza e abundância dos nossos recursos naturais. Esses recentes sucessos vão pavimentar o caminho do nosso robusto crescimento e igualdade social. Viva o Brasil!", escreveu Eike em outubro de 2009, no fato relevante enviado à CVM sobre a descoberta no bloco marítimo da Bacia de Campos BM-C-43.
Até junho de 2012, quando teve de revelar o real volume do petróleo que jorrava de sua principal aposta, o campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos - um décimo do que apregoou -, o tom das informações que vinham da OGX era exatamente esse. Em janeiro de 2010, poucos meses depois de começar a furar os poços, Eike fez uma previsão mais do que otimista num documento ao mercado: "Com os resultados de nossas perfurações até o presente, fomos capazes de revelar uma nova província no sul da Bacia de Campos e quebrar paradigmas (...). Agora nos preparamos para uma nova fase na história da OGX, que buscará atingir a produção de 1,4 milhão de barris por dia em 2019". Ou seja, previa, em dez anos, alcançar o resultado que a Petrobrás obteve somente depois de cinco décadas.
Há uma semana, jogou a toalha: a produção em Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo. Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente.
Segundo fontes, a CVM agora vai olhar para trás e investigar o "conjunto da obra" da OGX. Vai analisar com lupa todos os fatos relevantes, em especial os que continham projeções, para averiguar se foram elaboradas sem diligência ou de forma a confundir o investidor. A avaliação poderá respingar não só nos atuais executivos, mas em todo o grupo de estrelas do setor contratado a peso de ouro.
Em abril de 2010, por exemplo, a CVM exigiu da OGX esclarecimentos sobre um volume atípico de movimentação das ações. Nessa época, apenas quatro meses depois de passar a integrar o índice Bovespa, a empresa fizera seis comunicados de "presença de hidrocarbonetos" (indícios de petróleo) nos mesmos dois blocos (BMC-41 e BMC-42) da Bacia de Campos. O BMC-41 deu origem ao prospecto de Waimea, que virou o campo de Tubarão Azul.
A OGX respondeu que a elevação das negociações poderia ter sido por uma avaliação positiva do banco Credit Suisse ou pelos rumores de que estaria em curso a venda de 20% da empresa.
Luiz Felipe Carvalho, analista de petróleo do HSBC, diz que a credibilidade da OGX foi corroída por uma série de eventos. Em fevereiro de 2011, a OGX informava que Waimea continha óleo pesado, de 20º API, que não está nos melhores padrões de comercialização. Mas a vazão seria extraordinária: 40 mil barris por dia. Hoje sabe-se que essa vazão, decrescente, não ultrapassa 5 mil barris diários.
A divulgação de previsões é facultativa, mas segundo as regras da CVM, deve trazer "informações verdadeiras, completas e que não induzam o investidor a erro". "O mais surpreendente é que após ter levantado tanto capital sobraram tão poucos ativos do império X", diz Lacerda, do BR Partners.
A partir de outubro de 2009, quando anunciou sua primeira descoberta, a OGX passou a adotar nos comunicados o aposto: "maior companhia privada brasileira do setor de petróleo e gás natural em termos de área marítima de exploração".
Perplexidade. A queda da OGX provocou perplexidade e dividiu opiniões. No BNDES, um dos principais financiadores de Eike, há quem acredite que o empresário pode ter sido ludibriado, como a maior parte do mercado. "Atuar alavancado cobra seu preço: o preço é que os 'planos de negócio' sejam consistentes, caso contrário...", disse a fonte.
Para alguns, o fato de Eike ter mantido as ações das companhias X pode dificultar uma punição. "Ele está morrendo com o mico-preto na mão", disse um executivo do alto escalão de uma multinacional.
Irany Tereza e Mariana Durão - O Estado de S.Paulo - 7 de julho de 2013 - p. B1
Vende-se moeda do Irã
O Banco Central do Irã está vendendo sua moeda, o Rial, pela metade do preço. É uma tentativa de atrair investidores, já que existem sanções ocidentais ao investimento naquele país.
Esta é uma situação interessante, onde a moeda corrente não possui o valor de face.
07 julho 2013
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