Os impactos positivos motivados por orientações dos economistas brasileiros resultam mais de "think tanks" do que da academia
Os indícios de uma crise econômica brasileira têm incitado analistas a suspeitar da competência de nossos economistas. Embora alguns questionem se economia é uma ciência, não há dúvidas de que ela é ancorada em teorias.
É possível estimar-se a competência de nossos economistas nesse contexto? Há sem dúvida um caminho para isso. Hoje, há bases de dados que permitem medir prestígio público e acadêmico para as diversas áreas do conhecimento.
No primeiro caso, se teria uma medida de visibilidade por meio de exposição na mídia. No segundo, a medida de prestígio seria alcançada pelas publicações em revistas acadêmicas especializadas. É de se esperar que, em ambas as categorias, prestígio tenha uma correlação com competência.
No cenário nacional, já se tem uma surpresa. Ao contrário do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, onde os economistas de renome público são também autoridades acadêmicas, no Brasil há uma dicotomia entre os economistas mais dedicados à academia (assim reconhecidos pelo CNPq) e aqueles distinguidos publicamente --são praticamente dois grupos distintos.
A segunda surpresa é que, em ambos os grupos, as publicações acadêmicas são exíguas. A terceira surpresa é que o percentual de economistas nacionais que obtiveram doutorado no exterior sob a supervisão de conceituados acadêmicos é superior aos de todas as demais áreas, alcançando 70%.
O que se pode inferir desses dados? Primeiro, que a contribuição brasileira para o corpo de conhecimento universal em economia é muito baixa. De fato, de acordo com a base Thomson-Reuters, enquanto no cômputo geral de publicações de artigos científicos o Brasil ocupa a 13ª posição, em economia a posição é a 30ª. Em um marco de qualidade e impacto, medido por citações por artigo, a posição é ainda inferior, 42ª.
Essas informações são intrigantes. Elas fazem aflorar dúvidas quanto à aplicação acertada dos conhecimentos da área econômica aos problemas nacionais. Como, porém, deixar de reconhecer dados que falam em favor dos nossos economistas. Um, que os exames de ingresso em instituições nacionais prestigiosas de ensino de economia são muito competitivos, abrindo caminho para alunos de qualidade. E outro, o de que que o ensino em nível de graduação dessas instituições é de boa qualidade.
É difícil se esquivar da impressão de que, no Brasil, há uma linha divisória entre graduação e pós-graduação em economia. Talvez o baixo encanto por produção científica frente à atração que setores não acadêmicos exercem (mercado, consultoria, política e comunicação pública) afastem os economistas de uma pós-graduação árdua, pouco compensadora financeiramente e com baixa exposição pública.
Talvez isso seja parte da explicação pela alta propensão dos egressos da graduação em economia em buscarem doutorado e pós-doutorado no exterior.
Óbvio está que esporadicamente surjam impactos positivos em nossa economia motivados por orientações dos economistas. Porém, é mais provável que essas se encontrem nos "think tanks" do que na academia. Um bem sucedido foi o Plano Real. [Folha de São Paulo]
ROGERIO MENEGHINI, 72, professor aposentado da USP, é coordenador científico do programa SciELO de revistas científicas brasileiras
11 junho 2013
10 junho 2013
História da Contabilidade: O primeiro livro de contabilidade em língua portuguesa
Em 1494, frei Luca Pacioli publicou o livro que apresenta o
método das partidas dobradas. Com a expansão da imprensa, sua obra foi
rapidamente copiada em diversos países. E copiada não é força de expressão: em
diversos idiomas, o texto de Pacioli foi simplesmente traduzido, muitas vezes
sem a citação da fonte.
Mas na língua portuguesa o método das partidas dobradas
somente chegou em 1758 ou 264 anos de diferença. O que provocou tal atraso?
Uma hipótese é a dificuldade de difusão da invenção da
imprensa. Mas isto não se sustenta, já que em outros países europeus daquela
época o método foi difundido rapidamente. Além disto, o catalogo da Biblioteca Nacional
de Portugal mostra a presença de mais de mil títulos do século XVI e o dobro no
século seguinte.
Ao buscar por um texto pioneiro sobre o assunto na nossa
língua encontramos a obra Mercado Exacto
nos seus livros de contas ou Methodo Facil para qualquer mercador, e outros
arrumarem as fuas contas com a clareza neceffaria, com feu Diario, pelos princípios
das Partidas dobradas, fegundo a determinação de Sua Mageftade, de autoria
de João Baptista Bonavie. Esta obra é datada de 1758 e foi publicada em Lisboa.
A resposta para o grande atraso na divulgação do método está
na própria obra. Nas páginas 14 da obra constam diversas licenças para sua
impressão, incluindo a do Santo Oficio e do Rei. Na realidade são diferentes
pessoas permitindo que a obra seja impressa, com datas diferentes. Isto é um
claro sinal de que a impressão de textos em Portugal não era livre, já que
dependia da autorização da Igreja e do Rei. E uma pesquisa nos livros publicados
antes desta data vai encontrar que a maioria é composta por obras religiosas ou
por textos nacionalistas, como Os Lusíadas de Camões.
E o que conduziu a mudança, que permitiu o Rei e a Igreja
liberarem a publicação desta obra? A resposta seria as reformas que estavam
sendo conduzidas em Portugal pelo Marquês de Pombal. Uma das medidas de Pombal
foi a criação da Aula de Comércio, uma escola portuguesa técnica, com
disciplinas práticas, como a contabilidade, e duração de três anos. O
interessante é que a obra foi publicada em 1758 [1] e a escola foi fundada um
ano depois, mas provavelmente tanto uma quanto a outra são reflexos da mudança
do quadro institucional português promovido por Pombal.
Conteúdo do Livro
O livro de Bonavie [2] possui algo em torno de 150 páginas, ou
130 contadas a partir da introdução, bem menos que a obra de Pacioli. Mas
enquanto o livro do italiano era uma obra de aritmética e contabilidade,
Bonavie escreveu somente sobre as partidas dobradas.
Conforme anunciado na própria capa, a obra seria a primeira
parte e contem 15 itens: instruções gerais, instrução particular do memorial,
instrução particular do diário, instrução particular do livro de razão, títulos
das contas gerais e seus usos, instrução para passar as adições do diário para
o livro de razão, do livro de loge ou entrada das fazendas, do index ou
alfabeto do livro de razão, idea ou aplicação do método, para extrair um
balanço volante do livro de razão, forma do balanço volante, execução
verdadeira do memorial ou borrador, execução verdadeira do diário, execução
verdadeira do alfabeto ou repertório do livro de razão e execução verdadeira do
livro de razão. Como pode ser notado pela listagem acima, o método usado para
ensinar as partidas dobradas é bem distinto.
Quem era Bonavie?
Segundo o Diccionario Bibliographico Portuguez, de
Innocencio Francisco da Silva, de 1854, no seu volume terceiro, Bonavie talvez
tenha sido um italiano que apareceram em Portugal durante o governo de Pombal.
Silva afirma que não se tem muita notícia do autor [3], exceto pelo seu livro,
que Silva informa ter sido editado em 1779, o que contradiz a própria obra de
Bonavie (vide a figura acima). Ainda segundo Silva, a obra de Bonavie não fez
muito sucesso, sendo os exemplares vendidos “a peso”. Entretanto isto é
questionável, já que em 1771 a obra foi novamente editada, agora na cidade do
Porto.
[1] A data de publicação é controversa. Vasconcelos et al
afirma que a obra foi publicada em 1771, sem citar a fonte. Vide VASCONCELOS,
Ana et al. Uma abordagem histórica acerca dos Avanços Contábeis decorrentes das
reformas implementadas pelo Marquês de Pombal na Administração Fazendária do
Brasil Colonia de 1777 a 1808. Contextus,
v. 6, n.2, 2008. Já Silva informa o ano de 1779, conforme será comentado
adiante.
[2] Este livro encontra-se digitalizado na Biblioteca
Nacional de Portugal.
[3] Sobre Bonavie, a Biblioteca Nacional de Portugal que
Bonavie traduziu um livro de geografia em 1739. Isto seria um sinal que ele
viveu em Portugal durante muitos anos.
David Pogue: As 10 maiores dicas para se ganhar tempo ao usar tecnologia
David Pogue, colunista de tecnologia, compartilha 10 dicas simples e inteligentes com usuários de computadores, internet, smartphones e câmeras. E claro, pode ser que você já conheça algumas delas -- mas deve haver pelo menos uma que ainda não conhece.
Fortuna maior
Eis uma notícia inusitada:
O bilionário e príncipe saudita Alwaleed bin Talal abriu um processo de difamação contra a revista Forbes por considerar que o tradicional ranking da publicação subestimou sua fortuna em US$ 9,6 bilhões. Na lista deste ano, publicado em março, Alwaleed aparece como o 26º homem mais rico do planeta, com patrimônio estimado em US$ 20 bilhões.
Um oficial da Corte Superior de Londres confirmou que o saudita abriu um processo por difamação contra a Forbes, seu editor, Randall Lane, e outros dois jornalistas. Mas a revista já se pronunciou sobre o assunto e disse que ratifica as informações divulgadas. Em comunicado, a revista ressalta também sua surpresa pelo fato de o processo ter sido aberto em Londres.
A lista de bilionários do mundo da Forbes deste ano foi publicado em 4 de março, e no dia seguinte a Kingdom Holding, de Alwaleed, disse que o processo de avaliação havia utilizado “dados incorretos” e “parecia destinado a pôr em desvantagem investidores e instituições do Oriente Médio”.
Alwaleed tem participações no Citigroup, News Corp e Apple, entre outras companhias. Ele também teria participação em hotéis de luxo como o Plaza, em Nova York, o Savoy, em Londres, e o George V, em Paris.
“O processo do príncipe seria justamente o tipo de turismo de difamação que tenta refrear a lei da reforma de difamação aprovada recentemente no Reino Unido”, acrescentou a Forbes, apostando que “o Tribunal Superior de Londres estará de acordo” com a posição.
Príncipe Saudita Processa Forbes por ter Fortuna Maior - Estado de S Paulo - 8 de junho de 2013
O bilionário e príncipe saudita Alwaleed bin Talal abriu um processo de difamação contra a revista Forbes por considerar que o tradicional ranking da publicação subestimou sua fortuna em US$ 9,6 bilhões. Na lista deste ano, publicado em março, Alwaleed aparece como o 26º homem mais rico do planeta, com patrimônio estimado em US$ 20 bilhões.
Um oficial da Corte Superior de Londres confirmou que o saudita abriu um processo por difamação contra a Forbes, seu editor, Randall Lane, e outros dois jornalistas. Mas a revista já se pronunciou sobre o assunto e disse que ratifica as informações divulgadas. Em comunicado, a revista ressalta também sua surpresa pelo fato de o processo ter sido aberto em Londres.
A lista de bilionários do mundo da Forbes deste ano foi publicado em 4 de março, e no dia seguinte a Kingdom Holding, de Alwaleed, disse que o processo de avaliação havia utilizado “dados incorretos” e “parecia destinado a pôr em desvantagem investidores e instituições do Oriente Médio”.
Alwaleed tem participações no Citigroup, News Corp e Apple, entre outras companhias. Ele também teria participação em hotéis de luxo como o Plaza, em Nova York, o Savoy, em Londres, e o George V, em Paris.
“O processo do príncipe seria justamente o tipo de turismo de difamação que tenta refrear a lei da reforma de difamação aprovada recentemente no Reino Unido”, acrescentou a Forbes, apostando que “o Tribunal Superior de Londres estará de acordo” com a posição.
Príncipe Saudita Processa Forbes por ter Fortuna Maior - Estado de S Paulo - 8 de junho de 2013
Ciência e Lucro
Chefe do primeiro laboratório aberto no hemisfério Sul pela gigante de tecnologia IBM, Fábio Gandour, 60, acha que é necessário mudar a pesquisa científica no Brasil.
Na prática, livrar-se do "caráter doutrinário" e fazer "ciência como negócio" --cujo objetivo seja gerar lucro para quem a financia. (...)
Quais são as diferenças em relação à ciência como negócio?
A ciência doutrinária tem credos, liturgia, até dogmas. Descumpra a liturgia de uma universidade, para ver. Você não sai do lugar [risos]. As universidades mais tradicionais praticam esse modelo, que alargou as fronteiras do conhecimento até hoje, mas não serve para produção de novas soluções.
Vamos desenvolver uma ciência cujos resultados sejam plenamente orientados a causar impactos positivos nos negócios dos seus financiadores. Essa é a diferença essencial. Enquanto um professor desenvolve uma pesquisa cujo resultado será uma publicação, nós desenvolvemos uma cujo resultado será alvo de uma patente.
Isso não é o que já fazem os laboratórios farmacêuticos?
Há muito tempo. É também o que fazem algumas universidades americanas. Num equilíbrio muito bom entre doutrina e negócio.
Acredito que um laboratório que pratique ciência como negócio é autossustentável, um negócio como qualquer outro. Se for bem gerenciado.
Ele dá lucro. E corre um sério risco de ser um departamento altamente lucrativo quando der uma pegada, dessas na veia. Como a IBM, quando levou o primeiro Nobel de Física cujo objeto de premiação não era uma teoria, mas um objeto: o microscópio de força atômica. (...)
País precisa fazer ciência como negócio, diz cientista-chefe da IBM - ANA ESTELA DE SOUSA PINTO - Folha de S Paulo - 9 de junho de 2013
Na prática, livrar-se do "caráter doutrinário" e fazer "ciência como negócio" --cujo objetivo seja gerar lucro para quem a financia. (...)
Quais são as diferenças em relação à ciência como negócio?
A ciência doutrinária tem credos, liturgia, até dogmas. Descumpra a liturgia de uma universidade, para ver. Você não sai do lugar [risos]. As universidades mais tradicionais praticam esse modelo, que alargou as fronteiras do conhecimento até hoje, mas não serve para produção de novas soluções.
Vamos desenvolver uma ciência cujos resultados sejam plenamente orientados a causar impactos positivos nos negócios dos seus financiadores. Essa é a diferença essencial. Enquanto um professor desenvolve uma pesquisa cujo resultado será uma publicação, nós desenvolvemos uma cujo resultado será alvo de uma patente.
Isso não é o que já fazem os laboratórios farmacêuticos?
Há muito tempo. É também o que fazem algumas universidades americanas. Num equilíbrio muito bom entre doutrina e negócio.
Acredito que um laboratório que pratique ciência como negócio é autossustentável, um negócio como qualquer outro. Se for bem gerenciado.
Ele dá lucro. E corre um sério risco de ser um departamento altamente lucrativo quando der uma pegada, dessas na veia. Como a IBM, quando levou o primeiro Nobel de Física cujo objeto de premiação não era uma teoria, mas um objeto: o microscópio de força atômica. (...)
País precisa fazer ciência como negócio, diz cientista-chefe da IBM - ANA ESTELA DE SOUSA PINTO - Folha de S Paulo - 9 de junho de 2013
09 junho 2013
Pela profissionalização do cientista
Do blog da Neurocientista de Plantão:
Conversei hoje com um deputado federal que assistiu à minha entrevista no Roda Viva, sensibilizou-se com a causa da não-profissão de Cientista, e quer organizar a jato um dia de apresentações, conversas e discussão na Câmara para regulamentar nossa profissão. Tem um mundo pela frente até chegar lá, mas o futuro já começou!!!
Portanto, peço sua atenção, leigos, "cientistas", jovens ainda-não-oficialmente-cientistas: gostaria de ouvi-los para preparar minha apresentação e pleito pela regulamentação da profissão de cientista para o Congresso! Por favor visitem o link a seguir e preencham o formulário (curto) a respeito.http://www.cerebronosso.bio.br/pela-profissionalizao-do-cient/
Compartilhem este link, por favor! E desde já muito obrigada pelo apoio!
08 junho 2013
Fato da Semana
Fato: Pesquisa do IASB sobre a adoção das IFRS
Qual a relevância disto? – O IASB divulgou esta semana os primeiros resultados de uma pesquisa sobre o grau de adoção das normas internacionais de contabilidade, emanadas por ele mesmo. Hoje é muito comum ler que estas normas são adotadas por mais de cem países (já li “mais de cento e vinte países”). O próprio IASB divulga um mapa com os países que adotam estas normas.
Mas existem controvérsias nesta informação. Alguns países incluídos pelo IASB na sua conta efetivamente não usam as normas internacionais. E isto coloca em questão a própria credibilidade da entidade.
A notícia é que o IASB resolveu encaminhar um questionário para os países perguntando se os mesmos adotam suas normas. O número de respostas ainda é reduzido – 66 de um total de mais de 180 países ou um terço - mas já permite ter um panorama melhor da situação.
É bem verdade que este blog não concorda com a forma que está sendo realizada a pesquisa e sua resposta. Por exemplo, afirmar que o Brasil adota as normas internacionais é otimismo demais. O nosso País adota parcialmente estas normas, já que instituições financeiras, em alguns casos, e pequenas empresas, ainda não convergiram. Além disto, nem todas as normas foram adotadas no nosso país. Assim, este blog é de opinião que o nosso País adota parcialmente a normas. Mas a resposta que o IASB irá considerar é que o Brasil usa as suas normas.
Positivo ou Negativo? – Uma vez que isto pode esclarecer melhor sobre o alcance real das normas, a pesquisa é positiva. Entretanto, esperamos que a consolidação do resultado final seja mais imparcial.
Desdobramentos – Acredito que o número final poderá ser próximo aos 120 países, já que parece existir uma tendência otimista na computação dos resultados. A pesquisa, obviamente, poderá ser usada para convencer os reticentes – como os Estados Unidos, Japão e Rússia – a aderirem ao clube.
Qual a relevância disto? – O IASB divulgou esta semana os primeiros resultados de uma pesquisa sobre o grau de adoção das normas internacionais de contabilidade, emanadas por ele mesmo. Hoje é muito comum ler que estas normas são adotadas por mais de cem países (já li “mais de cento e vinte países”). O próprio IASB divulga um mapa com os países que adotam estas normas.
Mas existem controvérsias nesta informação. Alguns países incluídos pelo IASB na sua conta efetivamente não usam as normas internacionais. E isto coloca em questão a própria credibilidade da entidade.
A notícia é que o IASB resolveu encaminhar um questionário para os países perguntando se os mesmos adotam suas normas. O número de respostas ainda é reduzido – 66 de um total de mais de 180 países ou um terço - mas já permite ter um panorama melhor da situação.
É bem verdade que este blog não concorda com a forma que está sendo realizada a pesquisa e sua resposta. Por exemplo, afirmar que o Brasil adota as normas internacionais é otimismo demais. O nosso País adota parcialmente estas normas, já que instituições financeiras, em alguns casos, e pequenas empresas, ainda não convergiram. Além disto, nem todas as normas foram adotadas no nosso país. Assim, este blog é de opinião que o nosso País adota parcialmente a normas. Mas a resposta que o IASB irá considerar é que o Brasil usa as suas normas.
Positivo ou Negativo? – Uma vez que isto pode esclarecer melhor sobre o alcance real das normas, a pesquisa é positiva. Entretanto, esperamos que a consolidação do resultado final seja mais imparcial.
Desdobramentos – Acredito que o número final poderá ser próximo aos 120 países, já que parece existir uma tendência otimista na computação dos resultados. A pesquisa, obviamente, poderá ser usada para convencer os reticentes – como os Estados Unidos, Japão e Rússia – a aderirem ao clube.
Teste da Semana
Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.
1 – Esta empresa de petróleo concordou em pagar quase 400 milhões de dólares por suposto suborno de autoridades do Irã
BP
Repsol
Total
2 – Uma pesquisa da OIT sobre a criação de empregos no mundo revelou que o Brasil
Está criando empregos com maior qualidade
Está criando empregos, mas com baixa qualidade
Não está criando empregos
3 – As empresas de energia ficaram preocupadas com a movimentação do Real em razão
Da compra de energia de Itaipu
Da dificuldade de pagamento dos fornecedores
Do comportamento do passivo captado no exterior
4 – Esta entidade está propondo um novo parecer de auditoria
FASB
IASB
IFAC
5 – A STN propôs a criação de um carreira de contador, com um elevado salário. Esta medida
Foi recusada pelo Congresso
Foi rejeitada pelo Ministério do Planejamento
Foi vetada pela Dilma
6 – O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) afirmou que a proposta de alteração da _______ está atrasada
IFRS sobre derivativos
Norma sobre valor justo do FASB
Reforma da Basileia 3
7 – Após a aprovação da nova estrutura conceitual do COSO, esta entidade afirmou que irá acompanhar sua implantação
IASB
OMC
SEC
8 – A discussão sobre a Apple e o pagamento de impostos foi bastante interessante nos últimos dias. A empresa informou que paga uma alíquota de
35%
30,5%
8,2%
9 – Ainda sobre a Apple, um cálculo do Senado indicou que a empresa pagaria uma alíquota de
35%
30,5%
8,2%
10 – Nos Estados Unidos a alíquota é de
35%
30,5%
8,2%
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze
Respostas: (1) Total (2) Com qualidade (3) Energia de Itaipu; (4) IFAC(5) Ministério do Planejamento (6) Basileia 3 (7) SEC (8) 30,5%; (9)8,2%; (10) 35%
1 – Esta empresa de petróleo concordou em pagar quase 400 milhões de dólares por suposto suborno de autoridades do Irã
BP
Repsol
Total
2 – Uma pesquisa da OIT sobre a criação de empregos no mundo revelou que o Brasil
Está criando empregos com maior qualidade
Está criando empregos, mas com baixa qualidade
Não está criando empregos
3 – As empresas de energia ficaram preocupadas com a movimentação do Real em razão
Da compra de energia de Itaipu
Da dificuldade de pagamento dos fornecedores
Do comportamento do passivo captado no exterior
4 – Esta entidade está propondo um novo parecer de auditoria
FASB
IASB
IFAC
5 – A STN propôs a criação de um carreira de contador, com um elevado salário. Esta medida
Foi recusada pelo Congresso
Foi rejeitada pelo Ministério do Planejamento
Foi vetada pela Dilma
6 – O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) afirmou que a proposta de alteração da _______ está atrasada
IFRS sobre derivativos
Norma sobre valor justo do FASB
Reforma da Basileia 3
7 – Após a aprovação da nova estrutura conceitual do COSO, esta entidade afirmou que irá acompanhar sua implantação
IASB
OMC
SEC
8 – A discussão sobre a Apple e o pagamento de impostos foi bastante interessante nos últimos dias. A empresa informou que paga uma alíquota de
35%
30,5%
8,2%
9 – Ainda sobre a Apple, um cálculo do Senado indicou que a empresa pagaria uma alíquota de
35%
30,5%
8,2%
10 – Nos Estados Unidos a alíquota é de
35%
30,5%
8,2%
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze
Respostas: (1) Total (2) Com qualidade (3) Energia de Itaipu; (4) IFAC(5) Ministério do Planejamento (6) Basileia 3 (7) SEC (8) 30,5%; (9)8,2%; (10) 35%
Talentos do IMPA
RIO - A matemática brasileira está multiplicando seus talentos. A operação, que diminuiu a praticamente zero a distância que historicamente separava o Brasil de países com tradição secular nos estudos da área, tem como foco a atuação do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. Fundada em 1952, a instituição soma um recorde de pesquisadores convidados para serem palestrantes no próximo Congresso Internacional de Matemática, marcado para 2014 na Coreia do Sul, onde os quatro dividirão seus mais recentes feitos com milhares de outros especialistas. E esta equação pode ter como resultado a concessão da primeira Medalha Fields a um brasileiro. Considerado o equivalente ao Nobel da matemática, o prêmio é restrito a matemáticos jovens, com menos de 40 anos, e dois pesquisadores do Impa aparecem como possíveis candidatos: Fernando Codá Marques e Artur Avila, ambos com 33 anos.
Além da idade, os perfis de Codá e Avila têm outras interseções. Para começar, os dois alcançaram notoriedade internacional graças a seus trabalhos para resolver problemas que há décadas perturbavam os matemáticos de todo o mundo. Ambos também estão no conjunto de apenas três brasileiros já chamados para serem palestrantes plenaristas no congresso. Avila falou aos colegas em 2010 em Hyderabad, na Índia, enquanto Codá fará sua apresentação na Coreia. Antes deles, apenas Marcelo Viana, também pesquisador do Impa, tinha sido plenarista, um prestigiado clube limitado a um máximo de 20 estudiosos a cada edição do evento, que acontece de quatro em quatro anos, no encontro de 1998 em Berlim.
- Com a maturidade cada vez maior da comunidade matemática brasileira, é normal que comecem a aparecer indícios de candidatos do país à Medalha Fields, e os mais naturais são justamente os que são ou já foram plenaristas no congresso - avalia César Camacho, diretor-geral do Impa.
Martínis e rosquinhas
Em 2005, Avila, junto com a ucraniana Svetlana Jitomirskaya, provou a “Conjectura dos dez martínis”, que apesar do nome não tem nada a ver com a bebida preferida do Agente 007. Proposta pelo matemático americano Barry Simon nos anos 80, ela versa sobre o comportamento dos chamados “operadores de Schrödinger”, ferramentas matemáticas ligadas à física quântica, e ganhou o apelido apenas porque um físico prometeu pagar esta quantidade dos drinques a quem a provasse.
- Trabalho em uma variedade de coisas, mas sempre quando entro em uma área nova costumo olhar para os problemas que foram colocados nela anteriormente - diz Avila. - Neste caso, o problema em si era bem atraente, então era uma questão natural estudá-lo.
Já Codá contou com a colaboração do português André Neves para provar, no ano passado, a “Conjectura de Willmore”, ainda mais antiga que os “dez martínis” de Avila. Proposta há quase 50 anos pelo geômetra inglês Thomas Willmore, ela envolve cálculos para a configuração de objetos tridimensionais parecidos com rosquinhas, cujas curvas apresentam uma energia elástica natural. Com sua prova, Codá e Neves mostraram que a rosquinha ideal deve ter um buraco no meio com um diâmetro equivalente a cerca de 17% da sua grossura. Mais do que uma inspiração para confeiteiros entediados ou apenas uma complexa abstração matemática, a descoberta é fundamental para refinar os modelos biológicos de comportamento das membranas celulares, que têm estruturas também parecidas com rosquinhas e tendem a assumir formatos que minimizam esta energia elástica natural.
- Nem sempre esta relação da matemática com outras ciências é clara, nem é ela que guia o trabalho dos matemáticos, mais atraídos por questões de estética e beleza, mas essa influência de suas descobertas em outras áreas costuma aparecer, nem que seja muitos anos depois - conta Codá. - A verdade é que, se a matemática parar, a física, a biologia, a engenharia também vão estagnar, e por isso é importante para um país manter um corpo de pesquisadores capacitados em matemática.
Neste sentido, a atuação do Impa como centro de excelência mundial no estudo da matemática ganha destaque. Em seus 60 anos de existência, a instituição já formou mais de 200 doutores e hoje mantém uma média entre 150 e 170 alunos nos seus cursos de mestrado e doutorado. Com um orçamento de cerca de R$ 20 milhões anuais, o Impa viu seu quadro de professores-pesquisadores crescer de 29 em 2001 para os atuais 51. E outra faceta importante do instituto é sua internacionalização. Segundo Camacho, ele próprio de origem peruana, perto de um terço dos matemáticos do Impa nasceram em outros países, assim como metade dos alunos.
- Desde que foi criado, o Impa mantém sua missão de fazer pesquisas de nível internacional, formar novos pesquisadores e disseminar o estudo e o interesse na matemática em todos os seus níveis no país - conclui Camacho.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/a-multiplicacao-de-talentos-do-instituto-de-matematica-pura-aplicada-8616014#ixzz2VXKZ1Pna
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