Qual o nome do poeta que falou: “todo o resto será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar”?
Carlos Drummond de Andrade
Manoel Bandeira
Olavo Bilac
Resposta do Anterior: Hilário Franco. Fonte: aqui
13 setembro 2010
Links
Basiléia III é o assunto do dia. A seguir uma seleção de links sobre o assunto:
Sobre o acordo
Sobre o acordo
Reguladores dos EUA apoiam o acordo
Analistas questionam
Capital de proteção será triplicado
Associação de bancos elogiam
Reação do mercado
Sobre o acordo
Sobre o acordo
Reguladores dos EUA apoiam o acordo
Analistas questionam
Capital de proteção será triplicado
Associação de bancos elogiam
Reação do mercado
Basiléia III - Parte II
Banqueiros centrais e autoridades que regulam o sistema financeiro mundial decidiram ontem adotar regras mais rígidas para as operações de bancos.
O volume de capital detido pelos acionistas de um banco terá de ser equivalente a, no mínimo, 7% do ativo total do mesmo. O valor é mais que o triplo dos 2% em vigor atualmente.
Operações de crédito, por exemplo, fazem parte do ativo de um banco. É da natureza dos bancos trabalhar alavancados, ou seja, emprestar e "arriscar" em outras operações complexas mais recursos do que possuem.
A regra mais rígida, parte de um pacote que inclui outras medidas, visa aumentar a solidez dos bancos, ajudando a reduzir os riscos dessas operações e a evitar crises como a de 2008.
Para poderem emprestar mais e fazer operações arriscadas, os bancos terão de ter mais capital próprio como seguro para eventuais perdas.
As novas medidas poderão ter impacto negativo na lucratividade dos bancos. Analistas dizem que a maior parte das instituições norte-americanas e europeias tem condições de se adaptar às novas regras. Bancos públicos alemães estão entre os que deverão enfrentar maiores dificuldades.
Segundo Roberto Troster, sócio da S/A M e ex-economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), as novas regras "terão impacto quase nulo" para o sistema bancário brasileiro.
"O Brasil já trabalha com padrões mais rígidos", disse Troster à Folha.
As regras aprovadas ontem pelas autoridades financeiras de 27 países-membros do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia (Suíça), ainda precisam ser ratificadas pelo G20 (grupo de 19 maiores economias mais a UE) em reunião que ocorrerá ainda este ano.
O BIS sugeriu um calendário que se estenderia por dez anos a partir de 2013 para a adoção gradual das regras.
Alguns analistas esperavam regras ainda mais rígidas do que as anunciadas ontem. Em uma concessão ao sistema financeiro, os banqueiros centrais estabeleceram que os países poderão, individualmente, estabelecer um requerimento extra de capital de 2,5% dos ativos em períodos de forte crescimento econômico.
Acordo global endurece regras para bancos - 13 Set 2010 - Folha de São Paulo
Basiléia III
BASILEIA (Suíça) e WASHINGTON. Presidentes de bancos centrais de 27 países chegaram ontem a um acordo para uma nova regulação global, chamado Basileia III, a fim de reduzir os riscos do sistema financeiro no caso de uma nova turbulência. Os bancos serão obrigados a manter reservas de capital maiores para se tornarem mais resistentes a choques. A proposta é uma reação às práticas arriscadas do setor financeiro, que levaram o mundo à atual crise.
As novas regras sobre capital e liquidez dos bancos determinam que estes tenham em 2013 um mínimo de 3,5% das ações ordinárias (ON, que dão direito a voto) retidas em reserva, ante a taxa de 2% atualmente.
Adicionalmente, os bancos terão de criar um colchão de proteção, no valor de 2,5% de suas ações ordinárias. A parcela em papéis ON faz parte de uma reserva maior, o chamado Tier 1 — de lucros e ações retidos — que deve passar dos atuais 4% do capital total do banco para 4,5% em 2013. Será exigido ainda outro colchão de proteção, classificado de anticíclico, que ficaria entre zero e 2,5% das ações ON. O percentual dependeria das necessidades de cada país.
Entre 2013 e 2019, será implementado um nível de proteção ainda maior. No caso das ações ON, o nível passa a 4,5% e, no do chamado Tier 1, a 6%. O acordo prevê uma meta de reservas de 7% em 2019 (somando o nível de 4,5% de ações com o colchão de 2,5%).
O acordo está previsto para entrar em vigor em 2013, mas ainda precisa ser aprovado em reunião do G-20 (que reúne os principais países ricos e emergentes) em novembro e, depois, ratificado por cada país signatário. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que “a contribuição (do acordo) para a estabilidade financeira a longo prazo e para o crescimento será fundamental”.
Apesar dos avanços nas exigências de capital, a elevação é menor do que previam alguns analistas. E o nível é menor que o exigido em alguns países, como o Reino Unido, e que aquele que vinha sendo defendido por Estados Unidos e Suíça, por exemplo.(...)
Acordo para nova regulação financeira - 13 Set 2010 - O Globo - Fernando Eichenberg
12 setembro 2010
Graciliano Ramos
O escritor Graciliano Ramos deve muito à sua experiência como prefeito da pequena cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas.
Foi depois de ler relatórios nos quais ele prestava contas da gestão que o editor Augusto Frederico Schmidt descobriu sua veia literária e apostou na publicação de seu primeiro romance, "Caetés".
Nestes relatórios, publicados após sua morte no livro "Viventes das Alagoas", Graciliano usa de ironia e talento ao lamentar, por exemplo, o contrato do prefeito anterior com a concessionária de energia: "Apesar de ser o negócio referente à claridade, julgo que assinaram aquilo às escuras".
O município, por sua vez, também deve muito ao prefeito. Embora tenha renunciado dois anos após sua posse, em 1928, Graciliano governou com preceitos de um administrador moderno.
Ele saneou as contas públicas, enxugou o quadro de funcionários, baniu a prática de criar galinhas e porcos nas ruas, construiu estradas e escolas, reformou o código tributário municipal e passou a cobrar os impostos de forma rigorosa.
Com o choque de ordem, ganhou inimigos e foi alvo de um atentado a tiros em 1929.
Candidato único, Graciliano elegeu-se com 433 votos, quando a cidade tinha cerca de 10 mil habitantes e o voto não era obrigatório.
Havia um clima político conturbado. Seu antecessor, Lauro de Almeida Lima, tinha sido assassinado por um fiscal de impostos enviado pelo governador do Estado.
Para substituí-lo, os coronéis da política local precisavam de um nome inatacável do ponto de vista ético. Aos 35 anos, Graciliano, pai de quatro filhos (dos oito que viria a ter), era um comerciante bem sucedido, dono da loja Sincera, que vendia tecido.
"Ele era conhecido por sua postura honesta e organizada, que cumpria com horários e compromissos", diz Sônia Jaconi, autora de pesquisa sobre ele na Universidade Metodista de SP.
Candidatou-se pelo Partido Democrata, um detalhe desconfortável na vida do escritor que seria conhecido pela militância comunista.
Eleito, anunciou que não iria compactuar com o clientelismo vigente num município onde, segundo ele, "cada pedaço tinha sua administração particular".
Seu código tributário estabelecia para os mais ricos carga de impostos maior. Ele próprio fazia a contabilidade do município. Por vezes entregava as cobranças pessoalmente.
Sua austeridade incomodou muita gente, inclusive seu pai, o coronel Sebastião Ramos de Oliveira. Certa vez, ao recusar o pagamento do tributo, ele ouviu do filho a frase: "Prefeito não tem pai".
Em 1930, Graciliano renunciou ao cargo, diante do convite para ser diretor da Imprensa Oficial de Alagoas, com salário melhor e possibilidade de morar na capital.
Talento de escritor foi descoberto em relatórios de gestão
12 Set 2010 - Folha de São Paulo
11 setembro 2010
Novo mercado, velhas idéias
Armínio Fraga, presidente do conselho de administração da BM&FBovespa, definiu bem o resultado da proposta de alteração das regras do Novo Mercado, divulgado na quinta-feira 9. “Senti no ar um pouco do Brasil velho”, disse ele. Após 18 meses de tramitação, alguns itens mais importantes em defesa dos minoritários acabaram sendo reprovados de maneira avassaladora.
As empresas rejeitaram a obrigatoriedade de os investidores que adquirirem mais de 30% das ações de uma empresa fazerem uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelos demais papéis em circulação no mercado. E a obrigatoriedade de todas as empresas com governança diferenciada estabelecerem um Comitê de Auditoria.
“Esse Comitê trataria de questões sistêmicas e operacionais, que é onde estão os problemas das empresas hoje”, diz Fraga. Ele cita como exemplo os acontecimentos de 2008, quando quem apostou contra o dólar perdeu fortunas.
“Estratégias como essas têm de ser discutidas nos Comitês”, diz Fraga. Surpreendentemente, diversas empresas que votaram contra a medida já dispõem de comitês de auditoria.
Houve avanços, claro. Entre eles, a proibição que o principal executivo seja também o presidente do conselho de administração, e a necessidade de as empresas divulgarem suas políticas de negociação de ações.
O resultado da votação mostrou que muitas empresas ainda resistem a avanços na transparência. Segundo Fraga, um grupo de 20 companhias que fazem parte do Novo Mercado procurou a Bolsa para informar que, mesmo apoiando a transparência, iriam votar contra alguns pontos da reforma. “Elas disseram que ainda não estavam maduras para as mudanças”, diz ele.
Novo Mercado, Velhas Idéias - ISto é Dinheiro. Veja mais aqui
10 setembro 2010
Teste #345
Falecido em 2000, este contador também era economista e administrador de formação. Recebeu o título de Contador Benemérito das Américas. Foi homenageado com o nome de uma praça em Sapopemba, zona leste da cidade de São Paulo. Desenvolveu estudos relevantes na área de princípios contábeis. Qual o seu nome?
Resposta do Anterior: duas primeiras frases, Barcelona. As demais, Real Madrid. Fonte: Los ingresos del Real Madrid suben pese a la falta de títulos, 8 set 2010, Reuters
Resposta do Anterior: duas primeiras frases, Barcelona. As demais, Real Madrid. Fonte: Los ingresos del Real Madrid suben pese a la falta de títulos, 8 set 2010, Reuters
Petrobras
Em dificuldade para chegar ao superávit primário prometido para este ano (3.3% do PIB), o governo vai usar o processo de capitalização da Petrobrás para turbinar a receita da União, garantir o cumprimento da meta fiscal e responder às desconfianças do mercado.
A engenharia financeira, relatada ontem ao Estado por pelo menos três fontes do governo, foi montada para tornar viável o aumento de capital da Petrobrás e, ao mesmo tempo, render uma receita extraordinária ao Tesouro Nacional. É o investimento do BNDES na capitalização da estatal de petróleo que vai ser contabilizado como receita extra da União.
A engenharia para obter esse dinheiro será assim: o governo vai receber R$ 74,8 bilhões pela venda de 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobrás, a chamada “cessão onerosa”. Paralelamente, a Petrobrás venderá R$ 74,8 bilhões em ações para a União e o BNDESPar, o braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que cuida das participações acionárias. O dinheiro que o BNDESPar injetar na Petrobrás será contabilizado como receita extraordinária da União.
O suficiente. Em um exemplo hipotético, se o BNDES colocar R$ 10 bilhões no aumento de capital da Petrobrás, a União colocará R$ 64,8 bilhões. Como o Tesouro ganhou R$ 74,8 bilhões da cessão onerosa, a diferença de R$ 10 bilhões é a receita que vai reforçar o resultado primário.
Esse valor é meramente ilustrativo, pois ainda não está definido qual será o montante que o BNDESPar vai aportar. Hoje, segundo dados fornecidos pelo BNDES, a instituição detém R$ 19 bilhões em ações da Petrobrás.
Apesar de a cifra que será liberada para o reforço de caixa do governo ainda não estar definida, o Estado apurou que será um montante suficiente para atingir facilmente a meta do superávit primário. O bastante, também, para que o governo não precise fazer outra manobra: tirar da conta da meta fiscal os investimentos prioritários do governo.
Nos últimos 12 meses, o setor público acumula um superávit primário de 2,03% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a meta é de 3,3% – podendo cair para 2,35% do PIB se todos os abatimentos permitidos pela lei, mas questionados pelo mercado, forem usados.
A capitalização da Petrobrás está prevista para ocorrer no fim do mês. A cessão onerosa deve acontecer quase simultaneamente.
Discurso confiante. A descoberta dessa engenharia ajuda a entender o discurso confiante do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de que a meta fiscal deste ano será cumprida sem abatimentos. Ele fala em apertar o cinto e que pode até cortar despesas, mas o fato é que o secretário sustenta esse discurso com um reforço considerável no caixa.
O dinheiro do BNDESpar entrará para o Tesouro como se o governo tivesse cobrado de uma empresa pela concessão de uma rodovia. É mais receita, o governo melhora a confiança nas contas públicas, mas o Ministério da Fazenda não fez efetivamente um controle mais rigoroso de despesas.
Decreto. O governo também editou ontem um decreto para facilitar a participação do Fundo Soberano do Brasil (FSB), da Caixa Econômica Federal e do BNDES na capitalização.
Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial, a União poderá trocar ações ordinárias (com direito a voto) por preferenciais (sem direito a voto, mas com preferência para receber dividendos) da Petrobrás com o BNDES.
Uma fonte de equipe econômica informou que o objetivo do Tesouro foi incluir em sua carteira ações preferenciais da Petrobrás, que hoje não fazem parte do portfólio do Tesouro.
O decreto de ontem também autorizou o BNDES e a Caixa a vender ou permutar até 217.395.982 de ações ordinárias da Petrobrás com o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE).
Manobra contábil na capitalização da Petrobrás garante meta fiscal - Adriana Fernandes e Fabio Graner - 10 Set 2010 - O Estado de São Paulo
Governança não avança
SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - As companhias abertas rejeitaram as três mudanças mais profundas que a BM&FBovespa queria implementar nos regulamentos de listagem de empresas com maior governança corporativa, em um processo que teve início em 2008.
"Foi um processo longo, de mais de um ano e meio, que teve um grau de engajamento bom, embora em muitos casos um pouco tardio", afirmou a jornalistas o chairman da BM&FBovespa, Armínio Fraga, que se envolveu diretamente nas discussões.
A proposta mais polêmica era a de lançamento obrigatório de uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os investidores de uma empresa no Novo Mercado por um acionista que atingisse participação de 30 por cento no capital da companhia.
Segundo a bolsa, de 105 empresas no Novo Mercado consultadas, 60 foram contrárias à medida e 12 não se manifestaram. Apenas 33 companhias no segmento apoiaram a medida.
"O mercado ainda é predominantemente com empresas de dono, de controlador definido. Sabíamos que era uma discussão difícil e foi de fato", comentou Fraga.
Também foram rejeitadas pela maioria das companhias dos Níveis 1 e 2 de governança e do Novo Mercado a proposta de criação de Comitê de Auditoria nas companhias e a de ampliação de conselheiros independentes no Conselho de Administração, de 20 para 30 por cento dos membros.
"Gostaríamos que esses três itens tivessem sido aprovados. Não foi assim, a decisão é das empresas. Sempre se soube que alguns itens seriam mais difíceis do que outros, decidimos arriscar e não temos nenhum arrependimento", afirmou Fraga.
A crise financeira global, a adoção no Brasil do padrão de contabilidade internacional e o aumento de empresas abertas sem a figura clara de um controlador motivaram a revisão dos segmentos de listagem na bolsa de alta governança. Isso não acontecia desde 2006.
Para Fraga, contudo, as empresas demonstraram que não estavam totalmente preparadas para isso. "Essa evolução de mentalidade não acontece da noite para o dia. Ainda senti no ar um pouco do Brasil velho."
"Vejo uma mentalidade de tratar todos os temas como coletivos. Me lembra um pouco o funcionamento do Congresso: o que parece ser um problema para uma minoria pequena acaba se transformando em um tema que angaria a solidariedade de muitos. Talvez esse tenha sido o caso nas propostas de Comitê de Auditoria e de conselheiros independentes", alfinetou.
POUCO IMPACTO
A maioria das mudanças aprovadas alcança empresas dos três segmentos de governança. Todas as empresas listadas no Novo Mercado e nos Níveis 1 e 2 terão que se comprometer a ter uma política sobre negociação de ações e um código de conduta.
Outra alteração aprovada, por margem apertada de votos, é que a mesma pessoa não poderá acumular as presidências do Conselho e da diretoria executiva na mesma companhia.
Segundo o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, as novas regras serão apreciadas pelo Conselho da bolsa e em seguida serão encaminhadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A maioria dos itens aprovados entrará em vigor seis meses depois de sua deliberação pela CVM. O impedimento de uma mesma pessoa nas funções de chairman e presidente-executivo valerá dentro de três anos, em alguns casos específicos, podendo ser um prazo ainda maior, disse Edemir.
De 19 empresas no Nível 2 de governança, segundo a bolsa, 13 se manifestaram. No Nível 1, 28 companhias votaram nas propostas de um total de 35 listadas.
Empresas vetam mudanças agudas da Bolsa em governança - 9 Set 2010 - Reuters Focus - Reportagem de Cesar Bianconi; Edição de Aluísio Alves
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