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19 fevereiro 2010

Marcas

País avança em ranking de marcas
O Estado de São Paulo - 19/2/2010

O número de marcas brasileiras presentes na lista das 500 mais valiosas do mundo saltou de apenas seis em 2009 para 15 neste ano. As três empresas brasileiras mais bem classificadas são o Bradesco, o Banco do Brasil e a Petrobrás. Mundialmente, Walmart, Google e Coca-Cola lideram o ranking.

O relatório da Brand Finance, consultoria independente especializada na avaliação de marcas, é produzido com base em um levantamento financeiro sobre as empresas e em questionários com clientes e especialistas em medir a força de marcas.

“A região sul-americana registrou o mais alto crescimento do valor de suas marcas, subindo 84% (desde o ano passado). Isso é um reflexo do desempenho sólido na região, particularmente do mercado bancário brasileiro”, diz a Brand Finance, em comunicado.

Em entrevista à BBC Brasil, Gilson Nunes, diretor da Brand Finance do Brasil, explica porque a presença de marcas brasileiras no ranking cresceu tanto. “A crise econômica afetou seriamente as marcas de empresas dos países desenvolvidos, abrindo espaço para o crescimento das marcas das demais nações. O Brasil, porém, quase não sentiu a crise, o que possibilitou às empresas nacionais ganhar valor de mercado”, disse.

Entre as 15 empresas brasileiras que entraram no ranking das 500 mais, oito são do setor bancário, três de telefonia e duas de extrativismo mineral. Gerdau e Bovespa completam a lista.

O Bradesco, que na lista de 2009 aparecia na 75ª posição, saltou para o 42º lugar geral, sendo a 9ª marca de banco mais valiosa do mundo. Segundo a Brand Finance, a instituição é avaliada em US$ 13,3 bilhões, quase o dobro da avaliação do ano passado.

Com 3,5 milhões de clientes, o banco brasileiro é também a marca mais importante da América Latina.

O Banco do Brasil, por sua vez, mais do que dobrou o valor de sua marca nos últimos doze meses, chegando a US$ 6,7 bilhões, enquanto a Petrobrás é avaliada em US$ 5,6 bilhões.

RECUPERAÇÃO

A Brand Finance destaca em sua análise a recuperação do setor bancário ao redor do mundo. “O valor agregado das 500 maiores marcas bancárias do mundo em 2010 é agora 4% maior do que em 2008, antes da crise”, informa o site da companhia.

Pelo terceiro ano consecutivo, o HSBC lidera a lista entre os bancos, com US$ 28,5 bilhões. O Bank of America e o Santander vêm na sequência.

O domínio dos bancos americanos está em queda na lista. Das 500 marcas bancárias mais valiosas do mundo, 85 são dos EUA, ante 95 no ano passado. Enquanto isso, a quantidade de bancos europeus cresceu na lista de 174 para 197. Só a Grã-Bretanha ficou de fora desse crescimento, vendo o número de bancos do país no ranking cair de 24 para 22. “Isso sugere que a recuperação do continente europeu, em particular na França, Espanha e Suíça, deixou os bancos britânicos de fora”, analisa a Brand Finance.

DOMÍNIO AMERICANO

Na lista mundial de marcas de todos os setores, as empresas dos EUA dominam: as seis marcas mais valiosas do mundo são americanas, sendo elas Walmart, Google, Coca-Cola, IBM, Microsoft e GE.

Esse é o segundo ano seguido que a rede de supermercados lidera a lista, enquanto que o Google saltou da 5ª para a 2ª posição desde o ano passado.

A montadora japonesa Toyota permaneceu na 10ª posição do ranking, possivelmente porque o levantamento foi produzido antes dos recentes problemas com os veículos da marca virem à tona.

Outra montadora japonesa, a Mitsubishi, foi uma das empresas que mais ganharam posições na lista. Em 2009, a marca era a 220ª mais valiosa do mundo. Neste ano ela saltou para a 25ª colocação.

RANKING

AS MARCAS MAIS VALIOSAS

1. Wal Mart: US$ 41,4 bilhões

2. Google: US$ 36,2 bilhões

3. Coca-Cola: US$ 34,8 bilhões

4. IBM: US$ 33,7 bilhões

5. Microsoft: US$ 33,6 bilhões

PRINCIPAIS BRASILEIRAS NA LISTA

42. Bradesco: US$ 13,3 bilhões

117. Banco do Brasil: US$ 6,7 bilhões

147. Petrobrás: US$ 5,6 bilhões

195. Oi: US$ 4,3 bilhões

425. Vivo: US$ 2,2 bilhões

18 fevereiro 2010

Mudanças no Iasb

Segundo a Reuters News (Accounting body shores up defences, investor focus, Huw Jones, 15/2/2010), o International Accounting Standards Board (IASB) anunciou algumas mudanças que representam uma resposta aos críticos da instituição.

Entre as alterações destaco a seguinte:

"Os investidores são identificados especificamente como objetivo da informação financeira."

Conforme destaca Jones, isto é uma resposta aos políticos que consideram que as regras contábeis devem ajudar na estabilidade financeira. Além disto, o Iasb aprovou que reformas urgentes somente com 75% de aprovação dos trustees.

Para Malcolm McKay, do blog Accounting Principles, é a primeira vez que o IASB reconhece que o investidor existe. O mesmo McKay, em Iasb backs off on Convergence, lembra que o Iasb parece ter abandonado a meta, anunciada anteriormente, de ter os EUA no processo de convergência. A convergência dos EUA deixou de ser um objetivo por si só.

Esta mudança foi percebida por Rachel Sanderson, do Financial Times, no texto Iasb softens stance on convergence, de 15 de fevereiro. Sanderson lembra as pressões políticas, o fato dos EUA terem atrasado a declaração de convergência por duas vezes e a preocupação com a perda da soberania nas normas contábeis como problemas. E que pela primeira vez o investidor é citado como público-alvo. (Mais sobre o assunto no Financial Times, aqui).

Numa correspondência ao Financial Times, o Iasb discorda da análise de Sanderson, afirmando que "nada poderia estar mais longe da verdade".

Mais sobre o assunto, aqui.

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #232

Desde 2003 as ações desta empresa sofreram uma valorização de 35.000%. E a CVM investiga as operações com as ações desde 2008. Esta empresa é:

EGX
Telebrás
Vale do Rio Doce

Resposta do Anterior: Joseph Yam ganha 1,32 milhão por ano. Bernanke, o mais preparado intelectualmente, ganha 191 mil dólares. Fonte: Damn it Feels Good to Be a Banker…

Links

Adoção das normas internacionais em Moçambique

Os virais de 2009

ABInbev refinancia

Conforme o New York Times, a Inbev conseguiu o refinanciamento de 13 bilhões de dólares de sua dívida. Em 2008 a empresa obteve recursos para pagar a aquisição de 52 bilhões da empresa dos EUA Anheuser-Busch. A empresa é classificada como BBB+ pela S&P e Baa2 pela Moody´s. A taxa a ser paga pela ABInbev é de 175 pontos acima do Euribor, pior do que a Telecom Italia (BBB e Baa2) obteve, de 130 pontos.

Arredondamento

Um estudo mostrou que quando as empresas pretendem "manipular" seus resultados, o número quatro aparece muito menos do que o esperado no lucro por ação nas casas decimais. Assim, se uma empresa apurou um lucro por ação de $1,234, existe uma tendência a "empurrar" o lucro por ação para $1,235, o que arredondaria o lucro por ação para $1,24.

Fonte: Predicting the next Enron, Freakonomics, New York Times, 17 de fevereiro de 2010.

17 fevereiro 2010

Rir é o melhor remédio


Disfarce

Links

A fotografia do ano

A ira da Grécia contra o JP Morgan: bomba no escritório

Kanitz e o otimismo com cautela

Questões

Será que existe ligação entre o aumento da dívida dos brasileiros e o aumento da provisão? Será que o impacto da crise no Brasil foi reduzido em razão desta expansão do endividamento? Isto não mascara os problemas da economia brasileira?

Aumento na provisão

Bancos elevam valor de provisões anticalote

Fabio Graner – 15/2/2010 - O Estado de São Paulo

O aumento do risco e o crescimento dos índices de inadimplência nas operações de crédito, em decorrência da crise financeira, levou os bancos a aumentarem em 50% suas reservas para cobrir eventuais perdas com calote de clientes no ano passado. Segundo dados do Banco Central, as provisões encerraram 2009 com um volume de R$ 97,6 bilhões, o equivalente a 6,9% do total de crédito fornecido pelas instituições financeiras públicas e privadas. Em 2008, essa reserva era de R$ 65,2 bilhões e correspondia a 5,3% do total de crédito concedido.

De acordo com analistas consultados pela Agência Estado, as dificuldades financeiras enfrentadas por muitas empresas ao longo do ano - especialmente as indústrias e companhias exportadoras -, o aumento do desemprego no primeiro semestre e o impacto negativo na renda, fatores diretamente provocados pela crise, elevaram significativamente a chance de os clientes não honrarem seus compromissos com os bancos. E o volume de calotes efetivamente teve forte alta - de mais de 60% de 2008 para 2009. "A economia não estava favorável à qualidade creditícia", argumenta o analista de bancos da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu.

Essa situação forçou os bancos a separarem recursos para cobrir o risco de perdas, o que na prática diminui a lucratividade das instituições e também reduziu a capacidade de as instituições fazerem empréstimos.

Uma medida adotada pelo Banco Central ao fim de 2008 também criou um incentivo para os bancos aumentarem suas reservas anticalote em 2009. A iniciativa, de caráter prudencial, permitiu que as instituições financeiras fizessem provisões adicionais ao que normalmente seria necessário para os créditos concedidos a pessoas e empresas sem que isso alterasse sua capacidade de financiar clientes.

Com isso, as instituições buscaram ampliar suas reservas, mas não perderam tanta musculatura para ofertar crédito, embora tenham mantido um ritmo lento de concessões em 2009. "O BC induziu os bancos a ampliarem o excesso de provisionamento, porque o risco era muito grande. Foi um incentivo a se provisionar mais", avalia o economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, lembrando que esse mecanismo acabará em abril deste ano, o que deve levar a uma relativa "desmontagem" do excesso de provisionamento realizado pelas instituições.

Na comparação entre bancos públicos e privados, o ritmo de alta das provisões foi bem maior no segundo grupo. As instituições financeiras privadas elevaram suas reservas contra perdas em 65,2%, para R$ 46,6 bilhões, e acima do ritmo da inadimplência dos seus créditos. Enquanto isso, os bancos públicos subiram as provisões em 39,8%, para R$ 32,5 bilhões e abaixo do ritmo de alta no seu índice de calotes.

Para o analista Luis Miguel Santacreu, esse comportamento se deveu ao fato de que os bancos públicos avançaram muito em créditos para pessoa física com boas garantias - como consignado e de veículos -, enquanto as instituições privadas, que têm um relacionamento mais estreito com as empresas, ficaram expostas a um risco maior e tiveram de reforçar seu provisionamento.

Para 2010, com o cenário de recuperação econômica e o fim do incentivo do BC ao provisionamento extra, a tendência é que o crescimento dessas reservas seja bem mais comedido. Segundo Salles, normalmente as provisões crescem em um ritmo próximo ao do estoque de crédito, que ele estima que subirá 20% este ano. Mas ele pondera que os bancos podem usar as reservas extras e transformá-las em provisões normais ao longo do ano, à medida que a carteira de crédito dessas instituições for crescendo.

Dívida do Brasileiro

Endividamento dos brasileiros bate recorde e chega a R$ 555 bilhões

Márcia De Chiara – 15/2/2010 - O Estado de São Paulo

Nunca o brasileiro deveu tanto. Entre cartões de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, empréstimos para compra de veículos, imóveis - incluindo os recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) -, a dívida das famílias atingiu no fim do ano passado R$ 555 bilhões. O valor é quase 40% da renda anual da população, que engloba a massa nacional de rendimentos do trabalho e os benefícios pagos pela Previdência Social.

"O endividamento do consumidor é recorde", afirma o economista chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. Ele fez um estudo, a pedido do Estado, para medir o grau de endividamento das famílias. Constatou que, se os bancos resolvessem cobrar toda a dívida, levando em conta o empréstimo principal e os juros, de uma só vez, cada brasileiro teria de entregar quase cinco meses de rendimentos.

Em 2008, eram necessários 4,3 meses de rendimentos (salários, aposentadorias e pensões) para quitar os empréstimos. Em dezembro do ano passado o índice subiu para 4,8 meses, a maior relação entre dívida e rendimentos da série histórica iniciada em 2001, quando eram precisos dois meses de rendimentos para pagar os empréstimos. Borges explica que o estudo levou em conta a estimativa da massa de rendimentos nacional, não apenas nas seis regiões metropolitanas, e os benefícios pagos pela Previdência Social.

"Os benefícios pagos pela Previdência respondem por um quarto do total da massa de rendimentos de R$ 1,4 trilhão em 2009", observa o economista, ressaltando a importância da inclusão das pensões e aposentadorias.

RECORDE

Outro estudo, feito pelo consultor Humberto Veiga, da Universidade de Brasília, confirma que o endividamento do brasileiro é recorde, mas com números diferentes. Ele considerou apenas o saldo de empréstimos com recursos livres, isto é, excluiu os empréstimos do SFH e levou em consideração somente a massa de salários das seis regiões metropolitanas do País, deixando de fora os benefícios da Previdência.

Como a base de rendimentos considerada no estudo de Veiga é menor, ou seja, é a massa de salários nas seis regiões metropolitanas, o economista concluiu que o brasileiro encerrou 2009 devendo o equivalente a 10 meses e 20 dias de salário, a maior marca da série iniciada em 2004. Em 2008, a dívida, nessa fórmula de cálculo, era menor: correspondia a 10 meses e 2 dias de salário.

O aumento do endividamento das famílias é apontado também por outro tipo de pesquisa. De acordo com a diretora da Kantar Worldpanel (ex-Latin Panel), Christine Pereira, 65% dos dois mil lares visitados na Grande São Paulo e na Grande Rio pela consultoria tinham algum tipo de financiamento em 2009. No ano anterior, esse índice estava em 60%. Ela observa que, no ano passado, o porcentual de famílias com financiamento era superior a 50% em todos os estratos de renda.

RISCOS

Apesar do endividamento recorde do consumidor, o estudo da LCA mostra que o comprometimento da renda mensal com financiamentos diminuiu nos últimos 12 meses. Em 2008, o gasto com prestações consumia 5,9% da renda mensal e, no fim do ano passado, 15%. O pico do comprometimento da renda com empréstimos foi atingido em 2006, quando as prestações respondiam por 18,2% do orçamento. "De lá para cá houve um alívio", observa Borges.

O economista diz que a chave dessa aparente contradição entre endividamento recorde e menor comprometimento da renda mensal do consumidor é o alongamento dos prazos de pagamento dos financiamentos. De 2006 a 2009, os prazos médios quase que dobraram, passando de 17,3 meses para 31,1 meses. Dois anos e meio é maior prazo médio da série histórica do crédito.

Com mais prazo, ressalta Borges, o consumidor gasta mais com encargos financeiros. "O montante que as famílias estão pagando hoje aos bancos é maior, mesmo com a queda nas taxas de juros ao consumidor nos últimos meses." Um dado que ratifica esse raciocínio é o lucro robusto dos bancos auferido em 2009.

EMPREGO

Para Borges, enquanto o brasileiro continuar empregado - o que, na opinião dele, é o cenário mais provável -, o aumento do grau de endividamento das famílias não necessariamente vai representar elevação da taxa de inadimplência.

Segundo o economista, o risco de alta da inadimplência fica adiado para 2011, quando o emprego e o ritmo de atividade devem crescer mais lentamente.

Mas o indicador antecedente do calote, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva de Inadimplência do Consumidor, que aponta a tendência para os próximos seis meses, mostra outra realidade. Pelo quarto mês consecutivo, o indicador subiu em dezembro.

"A inadimplência hoje está em queda, mas vai parar de cair em seis meses", afirma o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, com base nos resultados do indicador que leva em conta cerca de uma centena de variáveis.

Ele aponta três razões que sustentam essa previsão de reversão de tendência da inadimplência. A primeira delas é o crescimento acelerado da tomada de crédito por parte das famílias num ritmo superior ao aumento da renda. Outra razão é a corrosão do poder de compra da renda do consumidor, com repique inflacionário neste início de ano.

Por último, Rabi ressalta a elevação do custo dos financiamentos em várias modalidades de crédito. Esse movimento já é nítido em vários estudos que pesquisam as taxas de juros ao consumidor. "O cenário para o segundo semestre deste ano é muito diferente do quadro do segundo semestre de 2009", alerta o economista.