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10 junho 2008

Goodwill

(...) Rulemakers' attention has recently focused on so-called "identifiable intangibles" - things such as customer lists and brands that can be valued. Acquirers are now required to report "qualitative descriptions" of these. For example, the value of its brands does not appear in Coca-Cola's books but any buyer would have to put a number on them.

The net effect, as more of goodwill is explained, should be its shrinking, but it is proving a tough asset to break up. According to research by the Intangible Business consultancy, almost half the value of deals done by top European and US companies in recent years is still accounted for under goodwill.

Its point is that more could be explained, some intangibles can be reliably valued, and companies should be making the effort to do just that. Mumblings about expected synergies is no longer enough.

But do investors really care? The answer seems to be: "Not that much."

"Acquirers don't look at businesses as a bucket of assets and liabilities," said Peter Elwin of Cazenove. "The value of the deal is about future activity: cash flows from combining what you have with what you're buying, and access to new markets."

Mr Elwin is a member of the Corporate Reporting Users' Forum, a group of accounting analysts. "We're really not that keen on getting goodwill as small as possible if it simply results in new intangible assets that then get amortised."

Analysts usually add back amortisations (gradual write-offs that cover the depreciating value of assets over time) as an accounting adjustment that means nothing in the real world. Adding more of these only complicates that task. (...)

Little value in making goodwill even more intangible.
By JENNIFER HUGHES - 8 May 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - Page 20

Pfizer e dividendos

A Pfizer Inc., já às voltas com a estagnação de vendas e lucros e a dificuldade para encontrar novas drogas, tem agora mais uma dor de cabeça: como manter seus generosos dividendos. (...)

À primeira vista, caixa não deveria ser um problema para a Pfizer. No fim do ano passado, ela tinha US$ 25 milhões em dinheiro e investimentos de curto prazo. Mas a maior parte disso está fora dos EUA e a Pfizer teria uma grande despesa tributária para repatriá-la, o que poderia prejudicar o lucro, diz David Risinger, um analista da Merrill Lynch. (...)

Farmacêuticas como a Pfizer há muito exploram as leis tributárias que lhes permitem registrar propriedade intelectual de remédios em outros países com alíquotas de imposto menores, diz Gary McGill, um especialista em tributação da Universidade da Flórida. Isso lhes permite evitar o imposto de pessoa jurídica de 35% sobre a maior parte de suas receitas. No ano passado, a alíquota ajustada da Pfizer foi de 21%.

O problema é que seus dividendos têm de ser pagos em dólares que estão nos EUA. A analista Jami Rubin, do Morgan Stanley, estima que mais de três quartos do caixa da Pfizer estão fora dos EUA, número que a empresa não confirma.

Lucro maior fora dos EUA põe em xeque dividendos da Pfizer
Avery Johnson e Joann S. Lublin, The Wall Street Journal - 3 June 2008
The Wall Street Journal Americas - 1

Prejuízo no setor financeiro dos EUA

Em Wall Street, o prejuízo inesperadamente grande da Lehman ressaltou a encruzilhada existencial em que se encontram a Lehman e seus concorrentes, à medida que eles reduzem acentuadamente a sua dependência de dinheiro emprestado, que ajudou a alimentar lucros recordes quando o mercado estava em alta, mas também levou à aceitação de riscos excessivos que depois voltaram para assombrá-los. À medida que a Lehman e outras corretoras diminuírem o uso da alavancagem, ficará muito mais difícil para elas gerar o tipo de crescimento a que os investidores tinham se acostumado antes que os problemas começassem a surgir, no meio do ano passado.

Para tornar a situação ainda mais desafiadora, a turbulência do mercado praticamente dizimou certos negócios que eram minas de ouro para Wall Street, como a agregação de hipotecas em títulos e o fornecimento de grandes empréstimos para empresas. Isso deve fazer com que se leve ainda mais tempo do que se pensava para o mercado se recuperar totalmente da presente bagunça. (...)

Perdas da Lehman reacendem temores sobre setor financeiro
Susanne Craig e Tom Lauricella, The Wall Street Journal - 10/6/2008
The Wall Street Journal Americas - 1

Defesa do Valor Justo

Mr Knight also thinks that the use of fair-value accounting has delivered some unexpected, medium-term benefits, too. For while it may have exacerbated the pain in the short term, it has also accelerated the adjustment - and deleveraging - process.

"While fair-value accounting can lead to over-depreciating assets in distressed market conditions, it also has the advantage of focusing everyone's attention on the impact of the deleveraging prices on asset values," said Mr Knight.


The 'D' word that still haunts central bankers - Gilian Tett - 9 June 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - 02

Caixa versus Competência

Muito interessante a matéria do Valor Econômico sobre a questão contábil da empresa João Fortes.

Lucro da João Fortes em 2006 vira prejuízo
Valor Econômico - 10/6/2008

A João Fortes Engenharia, que não divulga balanços desde meados do ano passado, informou ontem que vai refazer as demonstrações financeiras de 2006 e que o lucro de R$ 9,5 milhões que havia sido divulgado poderá se converter num prejuízo da ordem de R$ 10 milhões, de acordo com estimativas em fase final de verificação. A companhia também informou que as estimativas das demonstrações financeiras de 2007 apontam para um prejuízo de cerca de R$ 25 milhões.

As últimas demonstrações financeiras divulgadas pela companhia são relativas ao segundo trimestre do ano passado. No comunicado divulgado no início da noite de ontem, a companhia informa que decidiu mudar o critério contábil do balanço "do regime de caixa para o regime de competência". A nota não dá mais detalhes. O regime de competência - receitas e despesas devem ser incluídas no período em que aconteceram, mesmo que o dinheiro não tenha entrado ou saído - é um dos princípios fundamentais da contabilidade.

A empresa não explica por que vinha utilizando o regime de caixa. Em meados de 2007, o controle que pertencia a família Fortes, foi comprado pelo ex-banqueiro Antônio José Carneiro, conhecido como "Bode" no mercado. Logo depois da mudança societária, a João Fortes comunicou ao mercado a troca da auditoria independente Tag pela PricewaterhouseCoopers, que estaria avaliando as mudanças contábeis.

A demonstração financeira de 2006 auditada pela Tag traz uma ressalva - nota do auditor que indica erro no balanço - referente ao "diferimento do lucro das obras de incorporação imobiliária, apropriados no grupamento contábil 'resultados de exercícios futuros'". O procedimento, diz o auditor, está em conformidade com o regulamento da Receita Federal, mas contra as regras da Comissão de Valores Mobiliários, que manda que esse dinheiro passe pelo resultado do exercício. Ainda de acordo com a nota do auditor, a CVM acatou recurso interposto pela João Fortes "a fim de manter o mencionado critério de contabilização nos moldes da legislação tributária".

De acordo com as informações divulgadas ontem, as demonstrações financeiras de 2006 e 2007 serão finalizadas nos próximos dias e serão publicadas assim que houver o parecer do novo auditor independente, o que está estimado para até o fim deste mês. A diretoria propôs ao conselho da João Fortes que os dados de 2006 e dos dois primeiros trimestres fossem refeitos, já que os estudos da área de controladoria da companhia indicaram "inconsistências naquelas demonstrações e nos lançamentos contábeis que as embasaram".

O comunicado informa que o conselho, reunido ontem, também determinou a divulgação imediata ao mercado das projeções relativas as revisões que serão feitas nas demonstrações financeiras, em virtude da relevância das mesmas, "em linha com as melhores práticas de governança". A João Fortes também informou que vai deve fazer um novo aumento de capital privado, com a emissão de 20 milhões de novas ações, com direito de preferência para os acionistas. (...)

A maldição dos Recursos Naturais

Em postagem anterior comentei a maldição de um país ter uma grande fonte de riqueza em termos de recursos naturais e isso gerar uma maldição, sob a forma de guerra civil, abandono de outros setores e corrupção. Em geração, existiria uma relação inversa entre petróleo e democracia. Em Questioning the Link Between Commodity Wealth and Oppression mostra uma outra pesquisa, de Stephen Haber e Victor Menaldo, que não encontraram nenhuma evidencia de que uma riqueza em termos de um produto primário ameaça a democracia. As evidências seriam o Chile e o México, que se tornaram democracias depois da descoberta de cobre e petróleo.

Uma melhor visão do risco de uma entidade

“Fornece uma idéia mais acurada do risco da empresa que a contabilidade pelo custo histórico” Stephen Horan, em Finance briefing (Abaixo, o texto completo)

Finance briefing: system depicts risk more accurately
Financial Times (FT.Com) - 1 June 2008

The International Accounting Standards Board (IASB) and Financial Accounting Standards Board (FASB) share a vision of a single set of high-quality global accounting standards. In the third of a monthly series, Stephen M. Horan discusses the role of fair value accounting in the current market environment.

Q: What are the benefits of fair value accounting?
A: Fair value accounting is intended to reflect in reported financial statements the essential economic, market-based information related to a firm's activities.
It can provide early warnings of changes in a firm's financial position by continuously reflecting the changing value of its assets and liabilities. It provides a more accurate picture of firm risk than historical cost accounting, which can obscure and defer recognition of economic realities.

Q: Why switch from historical cost accounting?
A: A historical cost regime can provide managers with an option to realise gains when asset values increase but to conceal losses when asset values drop.
This flexibility can encourage managers to undertake speculative projects knowing that historical cost puts a floor on their reported losses. Although recording impaired assets at the lesser of their original cost or their current market value as dictated by traditional rules mitigates this incentive, adherence to this rule depends on management judgment.
Moreover, managers may have an incentive to pursue excess leverage or hidden risks because historical cost accounting artificially smooths results.
Ironically, the incentive to take on more risk than is justified by the economics can result in the sort of turmoil we now have in credit markets.

Q: Why do stakeholders prefer one over the other?
A: Corporate managers usually prefer historical cost accounting as it tends to stabilise reported earnings over time, which may also smooth out a manager's incentive-based compensation.
They believe the approach reduces market volatility and that fair value information is costly to obtain.
Investors, on the other hand, tend to value accounting information that reflects underlying economic conditions.
A recent survey of CFA Institute members shows 79 per cent of respondents believe fair value accounting improves transparency of financial institutions while 74 per cent believe it improves market integrity.

Q: Did fair value accounting cause the meltdown in credit markets?
A: Some say fair value write-downs triggered margin calls and capital requirement violations that forced liquidations that suppressed prices further and caused further write-downs. However, fair value accounting probably brought the extent of write-downs from subprime financial market instruments to light sooner, which may have prompted more timely intervention from central banks and prevented further deterioration of market liquidity.

Q: What are some of the challenges of fair value accounting?
A: Ideally, direct market quotes of actively traded assets can be used to mark to market. The credit crisis highlights that market prices of some financial instruments may not be readily observable, especially in illiquid or unbalanced markets.
For these assets, fair value might be estimated using prices of similar securities in active markets. Where this is not feasible, a specific valuation technique that relies on external inputs as much as possible rather than internally generated inputs is necessary.
This approach may seem onerous, but financial institutions should presumably have valuation expertise for instruments they trade. The lack of such expertise should not be construed as a deficiency in the accounting regime.

Q: What problems arise if some assets and liabilities are not reported at fair value?
A: A mixed attribute accounting model, which blends fair value and historical cost treatments, can create mismatches with unintended consequences.
For example, if a firm uses fair value accounting for a derivative security intended to hedge the interest rate risk of a loan recorded at historical cost, the accounting mismatch can create artificial volatility in the reported value of the combined position.
But markets have an uncanny ability to discern economic reality when given the proper data.

Q: Can fair value accounting be improved?
A: Financial statement presentation proposals under consideration by the IASB and FASB can help isolate the impact of fair value reporting on reported financial performance.
These proposals suggest separating gains and losses from financial instruments from operating activities.

Q: What is your advice for fund managers?
A: They should become familiar with using the additional information available through fair value reporting and distinguish mixed attribute volatility from true economic volatility.
Those who appreciate the added value and transparency of fair value accounting might also demand fuller disclosure.
Finally, fund managers might consider supporting the IASB and FASB efforts to promote fair value accounting.

Stephen M. Horan is head, private wealth and investor education at CFA Institute. Vincent Papa, senior policy analyst, contributed to this article.
(grifo meu)

Origens dos Equipamentos de Ginástica


A foto apresenta o que talvez tenha sido o primeiro equipamento de ginástica. Fonte: aqui

09 junho 2008

Um pequeno teste

Com respeito ao texto do Vasco da Gama, clique aqui para direcionar para um pequeno teste.

Futebol, fraude e Vasco

Uma reportagem do jornal Lance (7/6/2008, p. 14) aponta uma possível fraude no balanço de 2005 no clube de futebol Vasco:

"Em maio de 2006, a juíza Márcia Capanema, da 7a. Vara Cível, em atenção à reclamação feita pelo MUV, movimento de oposição, considerou irregular o procedimento de aprovação e publicação do balanço de 2005. Depois de luta judicial, somente em maio deste ano, e por intermédio de um mandado de busca e apreensão, o MUV conseguiu os documento para tentar comprovar a possível fraude.

De posse dos documentos, o MUV submeteu ao auditor Mauro Moreira, com 30 anos de experiência no mercado, o balanço de 2005. De acordo com ele, a atual diretoria comprou debêntures (título de crédito emitido por sociedade anônima) da Vale do Rio Doce e, a partir desta transação, conseguiu maquiar o referido balanço. Além disso, três das quatro aquisições foram feitas em 2006 (ver uma delas ao lado), mas incluídas no balanço de 2005, indevidamente.

Entre dezembro de 2005 e abril de 2006, o clube pagou, por 125 mil debêntures, o valor de R$233.800,00. Quando lançadas no mercado, em 1997, pouco antes da privatização da Vale, cada debênture valia R$0,01. Já uma ação da mesma empresa, na Bolsa de Valores, era negociada a R$29,20.

Supostamente para maquiar o balanço, argumentam os opositores, a diretoria interina do Vasco contratou a perita contábil Elizete Oliveira (CRC/RS 33439), que avaliou as 125 mil debêntures em R$35 milhões, segundo o MUV.

Elizete contou ao LANCE! que estimou as debêntures em R$35 milhões por considerar que cada uma delas valia seis ações da Vale, à época cotada a aproximadamente R$47,00, segundo a perita.

Entretanto, na Cetip (mercado de balcão organizado para registro da negociação de títulos), a maior cotação no ano de 2005 foi de R$1,00. Já a última negociação de debênture (30/5/2008) foi feita a R$2,55. Ou seja, a supervalização foi de cerca de R$34.875.000,00.

Dessa forma, o balanço de 2005, divulgado como positivo em R$22 milhões pelo Vasco, na verdade deveria ser, segundo o MUV, de R$43 milhões negativos. Levando-se em conta que este balanço também não provisionava cerca de 31 milhões para as 177 ações em fase de execução, nas quais o Vasco é réu.


Afogado em Números - Carlos Monteiro e Guilherme de Paula

Aqui, um pequeno teste sobre esse texto.

Passivo?


(...) Os brasileiros devem aos cofres públicos mais de 28% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas do País – ou o equivalente a R$ 653 bilhões e, por ano, a recuperação não chega a 1% (R$ 6,53 bilhões). (...)

Existem tributos que a própria Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) já perdeu as esperanças de receber. Esse é o caso de um débito de 1927, que, hoje, corresponde a R$ 28 mil. A manutenção na contabilidade, mesmo com possibilidade nula de pagamento, é uma das justificativas para o crescimento da dívida ativa, que é corrigida pela taxa básica de juros (Selic), atualmente de 12,25% ao ano. O desafio dos procuradores da Fazenda Nacional é evitar que situações como esta, onde o devedor nem existe mais, continuem. A coordenadora-geral da dívida ativa da União, Nélida Maria de Brito Araújo, reforça que quanto mais antigo o débito maior dificuldade para reaver o recurso. “É muito mais fácil receber de um devedor inscrito na dívida neste ano do que um de 1927, por exemplo”, afirma.

Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) até concordam com Nélida. Porém, consideram muito baixo o patamar de recuperação dos créditos. De 2006 para 2007, o governo conseguiu dobrar o valor recebido, que saltou de R$ 9,6 bilhões para R$ 12,9 bilhões. “Essa elevação é considerável, mas não sabemos se é sustentável. Isso porque, há muito parcelamento”, explica um representante do TCU. Muitas vezes, na avaliação do tribunal, programas de parcelamento – Refis e Paes – só contribuem para incentivar os calotes.


Dívida perdida no tempo - Edna Simão - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 9/6/2008