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11 abril 2008

O Downgrade da ACA


A revista Business Week apresenta uma reportagem (Dissecting the ACA Downgrade, de David Henry e Matthew Goldstein) sobre o downgrade da ACA Financial Guaranty.

Durante anos, a S&P classificou a empresa com um rating de boa qualidade (nível A). Mas em dezembro a agência cortou a nota, de A para CCC, um caso raro para a S&P. O mercado já indicava que algo não estava bom para esta empresa (vide gráfico. Fonte: aqui) desde junho, quando a ação caiu 95%. Mas geralmente empresas de rating, como a S&P não usam o comportamento de preços para suas decisões. A justificativa é que os preços refletem aspectos de curto prazo, não necessariamente a posição financeira da empresa. Em outras palavras, os ratings são mais estáveis do que os preços.

Entretanto, pelo menos desta vez, o mercado antecipou a movimentação do rating.

Usando Prediction Markets para fazer previsões


Um artigo de Steve Lohr (Betting to Improve the Odds, 9 de abril de 2008, New York Times Link) destaca o uso de "prediction markets" para fazer previsões. (ver aqui e aqui sobre o assunto).

Lohr destaca que essa técnica tem sido usada por diversas empresas (InterContinental, GE, HP, Best Buy,Google, Cisco, Arcelor Mittal, entre outras) para tentar melhorar o processo de previsão, reduzir o risco e aumentar a inovação, com ajuda do mercado. O mecanismo pode contar com ajuda interna ou externa. Os participantes fazem apostas virtuais de forma anônima. Eles apostam sobre o que irá ocorrer (e não o que eles ou seus chefes gostariam que ocorressem). Os apostadores mais precisos ganham presentes modestos, como um iPod.

A ferramenta é mais provável de usar em grandes empresas, mas o potencial é grande. O texto apresenta o caso de da Best Buy, que estava na dúvida sobre a data provável de abertura de uma loja no mercado chinês. Usando a ferramenta, os preços no prediction market mostrou que a loja poderia abrir na data, mas que a incerteza era grande.

O conceito deve sua popularização ao livro de James Surowiecki denominado "The Wisdom of Crowds".

Bernanke afirma que a contabilidade pode ter ajudado na crise


Segundo notícia da Reuters (Bernanke: mark-to-market accounting challenging, 10/4/2008, Reporting by Joanne Morrison, Writing by David Lawder, Editing by Chizu Nomiyama) o presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke (foto), disse que a contabilidade baseada no valor de mercado pode ter ajudado a desestabilizar o mercado para ativos ilíquidos. Entretanto, Bernanke ressaltou que os reguladores devem agir com cautela sobre a mudança no sistema.

"It's also true in the current context, that mark-to-market accounting has been sometimes destabilizing in that sales of assets into very illiquid markets had led to reductions in prices, which have caused writedowns which have sometimes caused firesales, and you get into an adverse dynamic which has caused problems in some of our markets," Bernanke said (...)

On balance, he said mark-to-market accounting has been a positive influence for investors, but valuations should be determined during normally functioning, stable markets, not times when assets are illiquid.

IBFed contra valor justo


Segundo a Banking Newslink (IBFed against full fair value accounting, 11/04/2008) a International Banking Federation publicou um documento contra a contabilidade a valor justo.

The final conclusion states "There is a need to continue to measure some financial instruments at amortised cost while others may be measured at fair value in order to reflect the underlying economic substance and business strategy of the company."

The paper highlights the difficulties in identifying the fair value of some financial instruments. It spends less time on the difficulties of amortisation both in terms of the ends value and path which reaches that point.

10 abril 2008

Rir é o melhor remédio


"O povo unido jamais será vencido"

Reflexo da imagem


Este é Dick Cheney, vice-presidente dos Estados Unidos. A foto foi divulgada pela Casa Branca. Observe o reflexo nos óculos de Cheney. Fonte: Aqui

Média de salários para graduados



Fonte: Aqui

Tecnologia


Em 1931, um curso na Western Secretarial ensinava a usar o telefone para os estudantes. O telefone gigante funcionava. Fonte: Aqui

Modelos de Risco


Em complemento a postagem sobre a falha dos modelos de risco para bancos (aqui), um interessante comentário de John Kay sobre o mesmo assunto denominado In Times of Complexity, Common Sense Must Prevail (aqui). (O texto foi publicado também no Financial Times de 9 de abril de 2008)

Kay começa lembrando o artigo de Alan Greenspan (também publicado no Financial Times, em 16 de março de 2008, aqui) que observa que os modelos existentes não são tão complexos o suficiente para captar a realidade. Kay acredita que esse comentário é um erro, pois implica que somente com modelos complexos - que incorpora mais aspectos da realidade - será possível evitar desastres.

A questão é que os modelos de gestão de risco possuem uma estrutura comum. Esses modelos calculam os riscos associados com as carteiras de ativos usando retornos reais e volatilidade. Mas o elemento central, lembra Kay, é o grau com que os retornos de diferentes ativos estão relacionados entre si, denominado co-variância ou correlação. A correlação é relevante nos modelos já que é a chave para diversificação, um conceito de meados do século passado.

A questão central é que correlação não significa causação. (Aqui, várias postagens sobre o tema neste blog). Uma situação com correlação hoje pode não persistir no futuro.

E mudanças estruturais pode invalidar correlações históricas. As vezes, o simples fato de uma correlação ser observada pode alterar o resultado, afirma Kay.

09 abril 2008

Rir é o melhor remédio


Mais uma de Photoshop: o alimento deixa a barriga branca.

Desenhando melhores escolhas


Segundo Thaler e Sunstein, num artigo publicado no L A Times (2/4/2008, Designing better choices ou aqui) a escolha a arquitetura pode influenciar nas decisões humanas. Um exemplo apresentado diz respeito a um problema nos banheiros masculinos do aeroporto de Amsterdam, já que os homens não tinham muita precisão e atenção quando iam fazer suas necessidades. Ao colocar uma imagem em cada mictório os problemas reduziram em 80%.

Outro exemplo diz respeito a questão da doação de órgãos. Geralmente o estado assume que as pessoas mortas não querem doar seus órgãos. Se existisse um consentimento pressumido (pressuposição de que todo morto doará seus órgãos) poderia melhorar a quantidade de pessoas salvas com implantes.

As Falhas dos Modelos de Riscos dos Bancos


Neste período de crise, os modelos de risco dos bancos são questionados. Estes modelos foram criados para evitar problemas financeiros para essas entidades e, no entanto, parecem não funcionar adequadamente. Existem algumas explicações para isto, mas Avinash Persaud fornece uma explicação interessante.

Os modelos de risco são construídos com a suposição de o usuário é a única pessoa que irá usá-lo. Isto é razoável quando os mesmos começaram a ser construídos, em meados do século XX. Hoje, os participantes do mercados de diversos países usam os dados disponíveis (praticamente o mesmo para todos) para calcular risco, retorno, correlação e outras medidas e instrumentos.

Quando um destes participantes detecta um aumento no risco, provavelmente outros também já o fizeram. Um círculo vicioso instala, induzindo a uma reação no próprio mercado. Isto significa dizer que a área de risco dos modelos é maior na realidade.

Em outras palavras, o uso de modelos de risco tende a aumentar o risco sistêmico (ou risco não diversificável)