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17 março 2022

Mapas

 Para quem gosta de mapas, aqui aparece vários deles. Os mais curiosos:

Como é o sobrenome Smith em várias línguas europeias. Ferreira em Portugal.

O caminho mais longo que é possível fazer por uma pessoa caminhando. 
Países com mais ovelhas que pessoas
O que irrita um europeu em uma frase (veja Portugal => "você fala brasileiro?")
Os países que nunca foram invadidos pelos britânicos (em tom mais claro no mapa)


Regulando Charlatões

 Resumo:

We model a market for a skill that is in short supply and high demand, where the presence of charlatans (professionals who sell a service that they do not deliver on) is an equilibrium outcome. We use this model to evaluate the standards and disclosure requirements that exist in these markets. We show that reducing the number of charlatans through regulation decreases consumer surplus. Although both standards and disclosure drive charlatans out of the market, consumers are still left worse off because of the resulting reduction in competition amongst producers. Producers, on the other hand, strictly benefit from the regulation, implying that the regulation we observe in these markets likely derives from producer interests. Using these insights, we study the factors that drive the cross-sectional variation in charlatans across professions. Professions with weak trade groups, skills in larger supply, shorter training periods and less informative signals regarding the professional’s skill, are more likely to feature charlatans.

Berk, Jonathan B. and van Binsbergen, Jules H., Regulation of Charlatans in High-Skill Professions  Journal of Finance. 2022




Pandemia e aula

 


A pandemia trouxe um desafio para o docente: como manter a vontade de continuar transmitindo um conteúdo com entusiasmo. Uma das questões problemáticas é você falar um conteúdo e não poder olhar a reação dos discentes – quase todos mantém sua câmera desligada. E assim, toda semana, ligamos nossa câmera, abrimos o arquivo, geralmente uma apresentação de powerpoint, e começamos a falar. E falamos, falamos e falamos.

Em muitos momentos, no meio de algumas frases, dúvidas surgem na nossa mente. Ou novas ideias sobre o assunto, um novo paralelo, uma nova abordagem. Mas seguimos em frente. Provavelmente os alunos não viram este breve momento de pausa, pois estão com o som desligado ou fazendo outra coisa.

Recentemente tive uma experiência interessante. Comecei fazendo um exemplo em uma aula, usando uma planilha. Logo depois, fiz outro exemplo e para a compreensão de todos os aspectos da questão, aumentei um pouco a complexidade. O problema é que não aumentei somente um pouco, pois quando percebi o exemplo estava bem mais avançado do que gostaria. Ficava me questionando quando apareceria alguém para dizer que não estava entendendo a situação. Não apareceu. Será que estavam escutando o que estava passando em sala de aula virtual?

Hoje, alguns dias depois, leio que talvez o que aconteceu comigo em sala de aula virtual tem um nome: ignorância pluralística. Bregman, em Humanidade – um livro muito atual, para ser lido, para que possamos acreditar no ser humano – relata que Dan Ariely fez um pequeno experimento com isto. Durante uma aula, Ariely apresentou uma definição aparentemente técnica de um assunto. O que os alunos não sabiam é que os termos usados na definição foram gerados em um computador, de maneira aleatória, para produzir uma linguagem difícil, mas vazia. Os alunos ouviram e não reagiram. Ninguém comentou ou perguntou.

Individualmente, os alunos de Ariely acharam sua narrativa impossível de ser acompanhada, mas, ao verem os colegas ouvirem com atenção, consideraram que o problema era deles.

O problema é que isto parece inofensivo, uma mera experiência em sala de aula, mas explica problemas sérios. Usando o exemplo de Bregman, se você perguntar a um estudante se ele gosta de beber até cair, ele dirá que não. Mas pergunte se os colegas fazem isto, talvez digam que sim. Acho que tenho um exemplo melhor: quantas vezes você passou no sinal vermelho, dirigindo um automóvel, e falou para você que “todos fazem isto”.

Voltando a minha sala de aula, a ausência de manifestação de nenhum dos colegas talvez tenha levado a uma turma calada. E que levou o professor a acreditar que sua explicação foi maravilhosa – já que ninguém teve dúvida. (No meu caso, não pensei isto; pelo contrário, pensei “ninguém estava prestando atenção, pois se tivesse questionariam meu exemplo”)

No ensino presencial há alguns sinais que um professor consegue ver nos seus alunos. Não temos isto no Teams, quando a câmera está desligada. O processo de comunicação fica prejudicado.

Foto: Rachel Moenning

Rir é o melhor remédio

 Logo para as empresas que estão deixando a Rússia:








16 março 2022

Links

 Onde a internet é mais censurada e onde o país solicita exclusão de conteúdo no Google

Um jogo para disciplina de ética contábil (versão preliminar, criado pelos alunos da profa. Andréa)

Café: aquecer ou não aquecer (dica de Alexandre Alcântara, grato)

Regulador dos EUA e as NFTs (dica da profa. Ludmila)

Lado feio de alguns países do mundo (não tem Brasil)


Como você está na população

 

O site Population.io é bem divertido. Você coloca a data de nascimento, o país e o gênero. E o site informa quantas pessoas são mais jovens que você (no meu caso, acima, no dia 16 de março de 2022, as 23 horas) era 6 bilhões e 851 milhões. E quantas pessoas são mais velhas que você - somente 1 bilhão e 41 milhões de pessoas. O que parece ser um sinal de que estou ficando velho.

O site também indica qual minha data de validade: 2043. 

Clique aqui para fazer sua estimativa. 

Rir é o melhor remédio

 

Reunião que poderia ser por e-mail

15 março 2022

Carteira para investidores de longo prazo


Resumo:

How should long-term investors form portfolios in our time-varying, multi-factor and friction-filled world? Two conceptual frameworks may help: first, look directly at the stream of payments that a portfolio and payout policy can produce. Second, include a general equilibrium view of the markets’ economic purpose, and the nature of investors’ different preferences, risk-taking ability, and function in that equilibrium. These perspectives can rationalize some of investors’ behaviors, suggest substantial revisions to standard portfolio theory, and help us to apply portfolio theory in a way that is useful in practice.

John H Cochrane, Portfolios for Long-Term Investors, Review of Finance, Volume 26, Issue 1, February 2022, Pages 1–42, https://doi.org/10.1093/rof/rfab038



Ativo, segundo o Fasb - 2

 

Na postagem de ontem comentamos que o conceito do ativo, para o Fasb, foi bastante simplificado. Corresponderia a um direito presente a um benefício econômico. Comentamos duas inovações da proposta: a exclusão da orientação ao passado, onde ativo seria algo decorrente de um evento anterior no tempo, e a ausência do termo controle da definição.

Há uma outra ausência importante que faltou destacar no texto: provável. E novamente acredito que se trata de uma boa inovação, embora seja levado a acreditar que as razões invocadas pelo Fasb não estejam corretas.

The term probablein the definitions in Concepts Statement 6 has been misunderstood as implying that a future economic benefit or a future sacrifice of economic benefit must be probable to a certain threshold before the definition of an asset or a liability is met. In other words, if the probability of future economic benefit is low, the asset definition is not met under that interpretation. A similar interpretation could be made for liabilities. The footnotes to the Concepts Statement 6 definition of assets and liabilities also were not helpful in clarifying the application of the term probable as used in the definitions of assets and liabilities. Accordingly, the Board decided to eliminate that term from the definitions of both assets and liabilities.

Foto: Markus Spiske

Julgamento do desvio do fundo soberano da Malásia

O julgamento de um dos maiores desvios de dinheiro público da história está caminhando para seu fim. Roger Ng, ex-funcionário do Goldman Sachs, está sendo acusado de ajudar o grande mentor, Jho Low, no desvio do dinheiro.

Um breve histórico do caso. A Malásia criou um fundo soberano, chamado 1MDB. Este fundo tinha como conselheiro uma pessoa chamada Jho Low. O Goldman ajudava na gestão do fundo e levantou 6,5 bilhões de dólares para o desenvolvimento econômico do país. Mas a maior parte do dinheiro foi desviada por Low e algumas pessoas próximas do então primeiro-ministro, Najib Razak. Razak já foi condenado na Malásia, perdeu o cargo e caiu em desgraça. Low, depois de gastar o dinheiro com festas e presentes para algumas das celebridades conhecidas do mundo (foto), desapareceu. Acredita que Low esteja na China, mas o paradeiro é desconhecido.

O julgamento refere-se a funcionários do Goldman Sachs. A instituição já reconheceu sua culpa e pagou multas no valor de 5 bilhões. Um alto funcionário do Sachs, Tim Leissner, também afirmou ser culpado e deu um depoimento de dez dias para o caso. Agora é a vez de um subordinado de Leissner, Roger Ng.

Provavelmente a participação de Ng deve demorar mais duas semanas. Leissner afirma que Ng era o contato com Low, que marcou uma reunião onde Low indicou quem o Goldman deveria subornar para gerenciar o fundo. O problema é que Leissner é duvidoso como testemunha. O próprio Goldman considera Leissner um vigarista, o que não significa muito. E era chefe de Ng.

Certamente, não há inocente aqui. 

Links


Tributação das criptomoedas, NFTs e outros itens é uma realidade

O que ocorre quando a polícia usa a Inteligência Artificial para prever e prevenir o crime? - há problemas sérios de viés. O mesmo é válido em um processo seletivo. Algoritmos são tendenciosos pois estão baseados em experiências também tendenciosas. Vale a pena uma leitura do Weapons of Math Destruction, de Cathy O'Neil

Enquadramento e a questão de gênero na linguagem - há uma citação de que os gramáticos, nos séculos XVI e XVII, recomendavam nomear homens antes das mulheres por serem mais "dignos". Por isto, "homens são Vênus e mulheres são Marte" (a ordem aqui importa). Interessante

A briga contra o sistema de preço

Vídeo com Putin tentando cumprimentar alguém 

Rir é o melhor remédio


 Achei na internet, com comentários sobre a qualidade de vida na prisão. 

14 março 2022

Digitalização do dinheiro



Resumo:

The ongoing digital revolution may lead to a radical departure from the traditional model of monetary exchange. We may see an unbundling of the separate roles of money, creating fiercer competition among specialized currencies. On the other hand, digital currencies associated with large platform ecosystems may lead to a re-bundling of money in which payment services are packaged with an array of data services, encouraging differentiation but discouraging interoperability between platforms. Digital currencies may also cause an upheaval of the international monetary system: countries that are socially or digitally integrated with their neighbors may face digital dollarization, and the prevalence of systemically important platforms could lead to the emergence of digital currency areas that transcend national borders. Central bank digital currency (CBDC) ensures that public money remains a relevant unit of account.



Brunnermeier, Markus K., Harold James, and Jean-Pierre Landau. “The Digitalization of Money”. Working Papers.




Ativo, segundo o Fasb


Ao promover uma alteração na sua estrutura conceitual, o Fasb incorpora um novo conceito de ativo. Segundo o documento mais recente, o ativo é um direito presente de uma entidade a um benefício econômico. A entidade que produz as normas contábeis que são aceitas e usadas nos Estados Unidos considera então duas características essenciais para um item ser considerado um ativo:

1. é um direito presente

2. a um benefício econômico

A definição anterior é: Prováveis benefícios econômicos futuros obtidos ou controlados por uma entidade específica como resultado de transações ou eventos passados.

Uma inovação no conceito é que o Fasb deixa de considerar o "proveniente de um evento passado" como uma característica importante para o ativo. Isto é interessante, pois em uma conceituação mais conhecida - direito atual a um futuro benefício econômico, baseado em um evento passado - temos os três momentos do tempo: passado (evento), presente (atual) e futuro. Esta lógica termina na conceituação do Fasb e o motivo é que parece existir uma redundância. Isto foi tratado no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, na sua página 133. Afinal, se existe um direito presente é porque ocorreu algo no passado para garantir este direito. 

Mas os mais conservadores entendem que a ausência do "proveniente de um evento passado" pudesse pressionar para o reconhecimento do goodwill gerado internamente, algo que a contabilidade financeira ainda não permite. E também deve-se lembrar dos ativos contingentes, que destacamos no livro de Teoria. 

Outro ponto relevante é que o Fasb evita usar o termo "controle" na definição. Durante a fase de debate, muitos deixaram claro que eram contrários a esta exclusão por dois motivos: há padrões que usam o termo e isto poderia gerar incompatibilidade entre a estrutura conceitual e os pronunciamentos; e o Iasb mantém este termo na sua estrutura e há a questão da convergência. Para resolver este problema, o Fasb acrescentou parágrafos sobre como o controle ainda persiste como um ponto importante dentro da definição do ativo. 

Vamos analisar a seguir cada um dos itens que constitui a definição do Fasb:

Direito presente - a mera existência de direito não configura o ativo, mas é importante para tal. Um exemplo, citado pelo Fasb, é que uma rodovia pode agregar valor para uma empresa, mas o direito de usar esta via de transporte não garante seu privilégio ou uma vantagem para a entidade. A presença do termo direito pode ser vista como uma vinculação com a propriedade legal, mas existem ativos onde não é necessária a presença da propriedade legal, como é o caso de um arrendamento ou um licenciamento de um propriedade intelectual. 

Benefício econômico - geralmente associa-se este termo a entrada potencial de caixa em uma entidade. Isto faz sentido para uma empresa, mas a estrutura conceitual do Fasb procura abarca também as entidades sem fins lucrativos. Sendo assim, o Fasb entende que benefício econômico não está restrito a entrada de caixa, mas em qualquer forma de benefício que pode ser usado para fornecer produtos ou serviços, para os beneficiários ou outras pessoas, da entidade. 

Em resumo temos uma definição bem mais sintética. Achei que ocorreu uma evolução aqui. 

Foto: Mika Baumeister

Valor da IP e como isto importa


CPA Austrália publicou um texto com opiniões de diversas pessoas sobre a questão do reconhecimento da propriedade intelectual por parte da contabilidade. O texto completo pode ser acessado aqui

Keoy Soo apresenta a distinção de preço de valor. Segundo ele:

Dizemos que preço é o que você paga e valor é o que você recebe depois de pagar o preço.

Ian Mackintosh, vice-presidente do Iasb, reconhece que os padrões contábeis dificultam o reconhecimento da propriedade intelectual. Baruch Lev sugere ativar as despesas e se por três ou quatro anos não sair nada do ativo, leve para resultado. Ou seja, a proposta de Lev é postergar o lançamento para resultado. Davem, da Universidade de Melbourne, é contrário ao reconhecimento dos intangíveis pois a troca entre confiabilidade e relevância não compensaria. 

Modo robô


Bem interessante o texto de Isabella Abreu, do jornal O Estado de S. Paulo (12 de março). Abreu fala sobre o modo robô, quando você está no "piloto automático". Eis um trecho:

É provável que você se tenha identificado com alguma dessas situações. São muitas as atividades que realizamos de forma automática no dia a dia – escovar os dentes, tomar banho, fazer uma refeição. Christian Haag Kristensen, professor de Pós-graduação em Psicologia da PUC-RS, explica que quando, em nosso cérebro, um processo se torna mais automatizado, significa que necessitamos despender menos “energia”.

“Os processos mais automatizados necessitam de menor direcionamento de recursos de atenção, menos esforços conscientes, por assim dizer, para que uma determinada tarefa seja executada. Dessa forma, ao precisarmos exercer menor controle mental para o gerenciamento de tarefas, podemos ter recursos (de atenção, de memória, etc.) disponíveis para outras atividades”, diz. Um exemplo é quando estamos aprendendo a dirigir. No início, precisamos de muita atenção em processos básicos. Na medida em que essas tarefas (trocar marcha, por exemplo) se tornam procedimentos de rotina, podemos focalizar a atenção em outros aspectos, como o ambiente a nossa volta, outras pessoas no carro, etc. 

 (...) A psicóloga [Elaine de Moraes] avalia que um dos grandes obstáculos para se manter presente é o vício tecnológico. O bombardeio de informações, propagandas e imagens que “metralham” nossos olhos diariamente vem gerando um padrão de concentração baseado na distração concentrada. “Esse estado de excitação e inquietação mental produzido pelas telas deixa as pessoas muito mais voltadas para esses estímulos externos e visuais, atrofiando a capacidade de concentração interna, reflexiva e consciente do momento presente.”

Um estilo de vida acelerado e sem presença pode acarretar diversos prejuízos. Para Déborah Aquino, especialista em desenvolvimento humano, a falta de presença nos tira da excelência. “Gosto do conceito do professor Clóvis de Barros Filho, que afirma que excelência é alocar todos os seus recursos numa determinada atividade, fazendo o que pode ser feito, com o que você tem no momento. Considerando essa ideia, são pouquíssimas as pessoas que são realmente excelentes nas diversas áreas da vida”, observa.

Segundo a especialista, a desconexão com o momento presente afeta a carreira, prejudicando o pensamento criativo e o foco na solução e em novas ideias. Nas relações com amigos e familiares, são grandes as possibilidades de que elas sejam superficiais e distantes. “Sem presença você não escuta, não olha nos olhos, não entende as necessidades emocionais das pessoas que são importantes para você”, enfatiza.

Já na saúde, o impacto também é enorme. “Quem é acelerado não come direito, porque está sempre com pressa e, consequentemente, come além da conta. Quem não tem presença, deixa de sentir, não sabe lidar com as emoções. Além disso, não dorme bem, não tem paciência para respirar”, enumera.

E a que devemos estar atentos para evitar uma vida no “piloto automático”? Falhas de memória, dificuldade em concentração, irritabilidade, senso de urgência para tudo (já reparou quantas vezes temos pressa e nem sabemos o motivo?), culpa por descansar e ser multitarefa são alguns indícios. “Nosso cérebro não suporta tanta coisa ao mesmo tempo. Ele ‘buga’. E quando isso acontece, ele escolhe o caminho mais fácil. E esse caminho, definitivamente, não é o caminho da consciência”, ressalta Déborah Aquino. A solução? Fazer uma coisa por vez.

Rir é o melhor remédio


Quando seu cão comeu o livro de contabilidade. 

13 março 2022

Quanto é 2573 vezes 389?

A pergunta foi feita pelo Mathwithbaddrawings. Sem usar a calculadora, o site pede para você tentar. 

Sem a calculadora e antes de passar adiante, você conseguiu? 

O desafio tem uma lição de moral:

Precisamos estar no lugar dos nossos alunos. Não é grande coisa errar o problema e é perdoável que subestimamos sua dificuldade. (Você provavelmente também fez antes de ler este post.) Mas esses erros razoáveis e bem-intencionados se somaram a algo bastante terrível: forçando nossos alunos a fazer algo desnecessariamente difícil e pouco esclarecedor, por nenhuma razão específica. 

Uma turma é como um caminho de montanha. Definimos a trilha que nossos alunos devem seguir. Nós escolhemos a direção; nós desenhamos o mapa; e deixamos os marcadores ao longo do caminho para que eles não se percam. Onde eles enfrentarão lacunas, construímos pontes. Onde eles lutam para subir, construímos escadas. Onde eles podem se desviar, construímos grades (ou redes para pegá-las). 

Não temos tempo para verificar duas vezes cada centímetro do terreno. Mas se os levarmos a uma colina íngreme e difícil, é melhor garantirmos que vale a pena a luta. É fácil enviar crianças por um caminho infrutífero, especialmente quando você tem anos para esquecer as pedras e os obstáculos. 

É fácil fazer uma pergunta que pareça simples e que você não pode realmente fazer a si mesmo. Então esse é o meu argumento, um simples lembrete de que um professor é um guia de trilhas. Ele precisa testar o caminho periodicamente, mesmo que não especialmente se - ele é um especialista agora que não consegue mais se lembrar de como é andar pela estrada pela primeira vez.

A leitura deste texto ocorreu em um momento que tentava explicar para uma discente algo que parecia trivial. Mas será que era? Provavelmente a aluna nunca tinha feito aquela atividade e precisava ser um guia. 

Ah sim, errei a operação proposta. 

Links


Acordo de divórcio de Kelly Clarkson estipula que ela pagará para o ex-esposo manter o "estilo de vida" em ambas casas, para a visita mensal dos filhos - 45 mil dólares. Recentemente comentamos sobre isto

A importância da prudência em tempos de instabilidade (espanhol)


Clima e auditoria - um alerta do Audit Analytics

Guerra na Ucrânia e o profissional contábil - é um guia europeu sobre os efeitos da guerra nas medidas sobre lavagem de dinheiro, cibersegurança, implicações nas demonstrações, entre outros aspectos. Não é um documento profundo, mas ajuda como uma listagem de checagem

12 março 2022

Estratégias de investimento e pesquisa acadêmica

Uma investigação (via aqui) entre pesquisas acadêmicas do passado mostrou que muitas estratégias de investimento não se sustenta. De 46 variáveis analisadas, somente cinco conseguiram um desempenho adequado: 

Looking at the table below, the variables that were found to remain statistically significant on the extended dataset were those with the fewest citations and likely less well known among market participants.



The Five Best Variables on a Statistical Basis

Fourth-Quarter Growth Rate in Personal Consumption Expenditures (gpce): This macroeconomic variable from researchers Møller and Rangvid posits that high personal consumption growth rates at the end of the year predicts poor stock-market gains in the following year. The researchers found it to be the best, and most consistent, variable in the investment strategies. It outperformed a buy-and-hold approach with three of the four strategies tested. However, the outperformance was only marginal.

Aggregate Accruals (accru): This is a sentiment-based variable introduced by Hirshleifer, Hou and Teoh and uses aggressive corporate accounting to predict future stock returns — more aggressive accruals lead to lower future returns. The variable also marginally beat buy-and-hold returns in three out of four approaches. Most of its performance came from its prediction of the post-tech market crash in 2000-2002.

Credit Standards (crdstd): This is another macroeconomic variable and was introduced by Chava, Gallmeyer and Park. It finds that optimistic (loose) credit standards predict poor market returns and comes from survey data by the Fed. This variable did well in the researchers’ investment strategies and had good performance on test sample data, but statistical measures of the variable on the training sample data were not as convincing and much of its performance comes from the first four years in that sample.

The Investment Capital Ratio (i/k): This a financial ratio introduced by Cochrane all the way back in 1991 and was also included in the 2008 paper from Goyal and Welch. It posits that high capital investment in the current quarter predicts poor stock-market returns in the next quarter. While it was a poor predictor from 1975 to 1998, it has since improved performance yet was not able to outperform a buy-and-hold strategy in three of four of the researchers’ timing strategies.

Treasury-bill Rates (tbl): This is another variable examined in the 2008 paper. It does well statistically but had poor performance in the investment strategies.

Uma das razões para o desempenho fraco das sugestões das pesquisas é que quando as medidas se tornam conhecidas pelos profissionais, a vantagem deixa de existir. 

Intangíveis, segundo o AASB


O Australian Accounting Standards Board soltou um documento com cerca de 100 páginas sobre o ativo intangível. O documento tem um sumário executivo, um background, relacionamentos com a estrutura conceitual, suporte da pesquisa e evidenciação. Nove apêndices e uma lista de referência completa do documento. 

The AASB has released a Staff Paper Intangible Assets: Reducing the Financial Statements Information Gap through Improved Disclosures. The Paper aims to facilitate discussion of possible solutions to a perceived financial statements information gap relating to intangible assets, focusing on disclosures about unrecognised internally generated intangible assets that could be made in financial statements, having regard to costs and benefits.

The AASB Staff Paper considers:

=> a spectrum of possible disclosures, whether of a financial (cost or fair value) or non-financial (quantitative, non-quantitative or narrative) nature, or a combination of all or some thereof, that could be made in financial statements; the types of entities that should be subject to the disclosures; => whether the disclosures should be mandated or encouraged; and => how a standard-setting project could be structured and progressed to achieve timely improvements to disclosures.

As a first step, the Paper concludes that consideration could be given to making improvements to the current approach to disclosures about unrecognised internally generated intangible assets by publicly-accountable for-profit private-sector entities.

Foto: Yang

Rir é o melhor remédio

 

Educação e inteligência

11 março 2022

Antiguidade falsificada e a contabilidade


O que acontece quando uma empresa descobre que a obra de arte ou a antiguidade é falsificada? Esta questão surgiu quando li a notícia que a cantora Demi Lovato estava exibindo algumas antiguidades que ela comprou na sua página do Instagram. O problema é que alguns especialistas em arte egípcia desconfiaram da autenticidade dos objetos e questionaram a origem. Lovato exibiu, então, um certificado que ela tinha de um site comprovando a originalidade dos objetos. Você pode acompanhar a notícia aqui, neste site de fofocas de celebridades. 

Aqui temos dois desdobramentos. Como os especialistas não tiveram contato físico com as obras, os objetos exibidos podem ser falsificados ou podem ter sido contrabandeados de sítios arqueológicos. Vamos começar com a primeira possibilidade, com a falsificação. O que era ativo provavelmente deixou de ser. A empresa (ou a celebridade) deve reconhecer o prejuízo e retirar a obra do balanço. Eventualmente, uma obra falsificada ainda pode ter valor. Michelangelo era um deles e certamente sua trapaça tem algum valor. Neste caso, a despesa com a falsificação poderia ser parcial, não total. 

O segundo caso é o contrabando, onde passar um objeto que foi retirado ilegalmente de um sítio arqueológico pode trazer uma punição severa. Se descoberto que o ativo foi contrabandeado, poderia perder o seu valor de troca. E talvez também o seu valor de uso, muito embora o Museu Britânico, um dos mais conhecidos em termos mundiais, tenha muitos itens contrabandeados. Mas certamente para uma artista, como Demi Lovato, ser acusada de receptadora de objetos retirados ilicitamente de um país não é algo agradável. 

Dois gráficos sobre a Rússia

Uma das sanções à Rússia atingiu o bolso de alguns bilionários do país. O gráfico abaixo mostra que os bilionários representava mais de 20% da economia russa. Menos de vinte dias a parcela caiu para 15% 

E algumas empresas estão deixando a pátria de Rasputin. Entre as empresas que empregam mais, fast-food do McDonald's e a bebida açucarada da Pepsi. Mas olhem ali a KPMG e PwC também:

Links


Aramco perto de voltar a ser a empresa mais valiosa do mundo

Banco Mundial e uma base com mais de 900 informações sobre gênero

Empresas familiares e a busca da auditoria

BlackRock, defensor do investimento ESG, perde muito dinheiro com a Rússia

Suco de cana em coquetéis 

Rir é o melhor remédio

 


10 março 2022

Tecnologia e Resiliência

 


This paper estimates the impact of technology sophistication pre-COVID-19 on the performance of firms during the early stages of the pandemic. We exploit a unique data covering firms from Brazil, Senegal, and Vietnam using a treatment effect mediation framework to decompose the results into a direct and an indirect effect. Increasing pre-pandemic technology sophistication by one standard deviation is associated with 3.8pp higher sales. Both effects are positive, but the direct effect is about 5 times larger than the indirect effect. The total effect on sales is markedly nonlinear with significantly smaller estimates of the reduction in sales for firms with more sophisticated pre-pandemic technology. Our results are robust to different measures of digital responses and matching estimators.

Fonte: aqui

Links


Ajudando a resolver um vício: coloque seu telefone na escala cinza - fiz isto e funcionou

12 serviços, dos anos 90, que desapareceram nos últimos anos

Importância ou não da herança - estudo na Noruega

Não seja como John - este é um daqueles cartazes "motivacionais" e o texto mostra o outro lado (imagem acima)

Diplomas que fazem falta

Rir é o melhor remédio

 


09 março 2022

Meu Mestrado e Doutorado em Contabilidade Pública

Esta é uma daquelas ideias geniais. Um grupo de pesquisadores, querendo incentivar a pesquisa na área pública nos programas de pós-graduação, resolveu criar um local para discutir os projetos que seriam submetidos no processo seletivo. A ideia cresceu e continua em 2022. Conforme lembrou o blog Ideias Contábeis, estamos na sexta edição. 

Quem tiver interesse, pode clicar aqui. A seguir, algumas datas importantes:



Viramos um país de commodities


Conclusão da The Economist:

Em outros países, a importância relativa da indústria também diminuiu. À medida que as fábricas se tornam mais eficientes, menos pessoas são necessárias para fabricar cada produto, e o emprego na indústria tende a cair mesmo com o aumento da produção. Mas o que é notável no Brasil é que o crescimento da produção também foi medíocre. Entre 1980 e 2017, o valor agregado da indústria em termos reais cresceu apenas 24%, em comparação com 69% na vizinha Argentina e 204% no mundo.

(...) O aumento dos preços das commodities ajudou o Brasil a atingir um superávit comercial recorde. Mas isso mascara um déficit de US$ 53 bilhões (ou 3,3% do PIB) em bens manufaturados. De fato, a dependência de commodities, cujas exportações no Brasil equivalem a 8% do PIB, normalmente tende a acelerar o declínio da manufatura ao fortalecer a moeda local, o que torna as importações mais baratas. A China há muito prefere comprar matérias-primas brutas e processá-las em casa. Em 2009, a China importou produtos alimentícios primários do Brasil no valor de US$ 7 bilhões, em comparação com produtos alimentícios processados ​​no valor de quase US$ 600 milhões. Em 2019, os números foram de US$ 23 bilhões e US$ 5 bilhões, respectivamente.

Devemos estudar mais contabilidade agrícola do que contabilidade de custos

Não fungíveis e seu tratamento contábil


As NFTs despertaram a atenção dos investidores, financistas e curiosos. Corresponde, em uma tradução, token não fungível. O termo fungível corresponde a algo que pode ser substituído. Assim, NFT seria algo que não teria um substituto, como ocorre com uma nota de um real ou uma revista. Neste sentido, as NFTs seriam próximas aos diamantes, aos imóveis ou uma obra de arte. 

Segundo a Bloomberg (via aqui), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, estariam interessados no assunto pois corresponde ao escopo de sua atuação. Em outras palavras, seriam valores mobiliários. 

Mas como registrar? 

Links


Uma análise de Restarting the Future (Como consertar a economia intangível), de Haskel e Westlake (os autores de capitalismo sem capital)

Minha filha deve ir para escola? Uma análise aritmética da decisão, feita por Bryan Caplan. Apesar dos dados serem para os EUA, acho que devemos pensar neste tipo de análise para o Brasil. 


"Na rua só oiço brasileiro" - ao final, uma surpresa

Médicos espanhóis pediram para a torre do relógio em Madri tocar mais lentamente o sinal no ano novo - comer doze uvas à meia-noite casou mortes por sufocamento

Rir é o melhor remédio

O que semana? E salário? 



08 março 2022

ResearchGate versus editoras científicas

 


Um processo judicial de duas grandes editoras científicas contra o site ResearchGate por acolher 50 textos acadêmicos com direitos autorais foi julgado na Alemanha. O tribunal proibiu a ResearchGate de hospedar os textos e decidiu que o site é responsável pela violação dos direitos autorais.

Com 20 milhões de usuários, o ResearchGate é um site muito conhecido entre os pesquisadores mundiais. A Elsevier e a American Chemical Society entraram com processo contra o ResearchGate em 2017 indicando que o site teria tornado disponível material protegido por lei. A ResearchGate afirmava que não tinha responsabilidade pelo conteúdo, já que era alimentado pelos autores.

O ResearchGate mantém um relacionamento complicado com os editores acadêmicos desde a sua fundação em 2008. Muitos pesquisadores usam a plataforma para carregar e compartilhar documentos, incluindo suas pesquisas publicadas.

Links


A insólita mensagem de recrutamento da GT - com comentários


Google maps sendo usado para driblar a censura - junto com a avaliação de um restaurante em Moscou, uma informação sobre a guerra. Para os prédios públicos, nota 1; para os restaurantes, nota 5, mas com inserção de notas sobre a Ucrânia. 


Excesso de informação na decisão de investimento

O comercial do Fidelity explora a grande quantidade de informação quando você digita "investimento". É um comercial, mas alguns comerciais tem o poder de sintetizar muitas situações reais.

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

07 março 2022

Padrões para área ambiental


O braço da Comunidade Europeia, o EFRAG, está trabalhando em documentos para a área ambiental. Há um grupo, denominado PTF-ESRS que já divulgou sete documentos sobre a sustentabilidade. Os documentos não corresponde a uma consulta pública, que será feita posteriormente. É somente no sentido de dar transparência ao processo. Está previsto para o meio do ano o encaminhamento das minutos dos padrões de relatórios de sustentabilidade à Comunidade Europeia.

Os documentos e sua denominação estão a seguir:

ESRS P1 Sustainability Statements

ESRS S1 Own Workforce General Standard

ESRS S4 Other work-related rights

ESRS S5 Workers in the Value Chain

ESRS S6 Affected Communities

ESRS S7 Consumers and End-users

ESRS E4 Biodiversity and Ecosystems standard

Foto JJ Ying

Frase

Se as Big 4 puderem deixar a Rússia, poderão deixar Cayman, as Ilhas Virgens, Jersey, Ilha de Man, Bermudas e outros locais também. Quando sabemos que esses lugares existem para fornecer opacidade, antes de tudo, por que eles não estão fazendo isso??

(Richard Murphy)

Adicionalmente, o mesmo é válido para outras empresas. 

Foto: David Tyemnyák

Contabilidade de um acordo pré-nupcial

 

A vida de celebridade pode ser interessante como exemplo em sala de aula ou até mesmo pois temos, em alguns casos, exemplos de aplicação de conhecimento contábil. Tracy Coen, uma contadora especializada em fraudes, traz o exemplo recente do acordo pré-nupcial entre Kim Kardashian e Kanye West. Fiz diversas adaptações no texto para mostrar o ponto de vista anterior.

Em 2013, a celebridade Kim Kardashian e o músico Kanye West passaram a viver juntos. Logo após terem um filho, ambos fizeram um acordo pré-nupcial. Este tipo de acordo é comum quando há um grande fluxo de dinheiro envolvendo o casal. É relevante para um eventual divórcio, pois facilita a separação econômica do casal, e quando existe uma grande diferença na renda entre o casal, estabelece os direitos de cada uma das partes.

Neste sentido, o acordo pré-nupcial funciona como o princípio da "entidade". Na empresa - especialmente de menor porte - é muito comum a confusão entre as contas da empresa e as contas do dono. A entidade incentiva a separação entre os dois, facilitando medir o real sucesso da empresa. Não é somente por isto que defendemos a entidade, mas certamente é um bom motivo.

Voltando ao caso de Kardashian e Kanye, em casos de "artistas", a renda pode variar muito ao longo do tempo. E o padrão de riqueza também. Em termos contábeis, os "ativos" dos envolvidos podem ser diferentes, da mesma forma que as "receitas". Isto faz com que o acordo pré-nupcial precise indicar tanto os ativos, as dívidas (o passivo) e as receitas de cada parte. Em 2014, o casal informou que a receita seria de 9,1 milhões de dólares e 8,4 milhões, em 2011 e 2012, para Kim, e 1,9 milhão e 4,6 milhões, na mesma ordem, para Kanye. Ou seja, Kim gerava mais receita que Kanye. Além disto, Kim tinha uma casa de 9 milhões - seu principal ativo tangível, e Kanye um condomínio em Nova York.

Sabendo a posição financeira de cada uma das partes era necessário estabelecer as regras de convivência financeira do casal. O acordo pré-nupcial estabelece isto e inclui o que acontece com os ativos que tinham antes do acordo e o que irá acontecer com os recursos após o acordo. Neste caso, Kim e Kanye manteriam os ativos anteriores separados. Kanye ajudaria na reforma da casa de Kim, mas seria reembolsado. Finalmente, o acordo também pode indicar a responsabilidade de cada um nas despesas com os filhos do casamento, a exemplo do que ocorreu com Kelly Clarkson . No caso de Kelly, pode até ajudar - quem sabe - em um eventual despejo de uma das partes.

 Ambos têm advogados de divórcio conhecidos por representar celebridades da lista A em seus divórcios. Suspeito que mais informações financeiras sejam divulgadas, já que Kanye faz o possível para arrastar esse divórcio.

Rir é o melhor remédio

Dois cartoons  mostrando que a opinião pública é favorável a Ucrânia e como outros conflitos não estão sendo cobertos pela mídia.



06 março 2022

Frase


Sobre a decisão de empresas ocidentais de sair da Rússia, após a invasão da Ucrânia, Tim Culpan, da Bloomberg (via aqui), pergunta "o que elas estavam fazendo lá?". 

"While that sounds like an appropriate response to Moscow’s brutality, it also smells of opportunism...

...it’s hard not to wonder whether companies were taking a principled stand only once it was no longer feasible to do business in the country"

"So if we want to measure business executives’ true character, watch what they do in authoritarian countries during times of peace and abundant revenue. We need not wait for the violence to start and the money flow to stop."