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28 fevereiro 2022

O humor mundial no twitter

O hedonometer mede o humor das pessoas com as mensagens do Twitter. É um bom termômetro para o estado atual do mundo. Se as pessoas usam mais palavras felizes, como "amor", "feliz", "paz" e outras, isto terá um peso positivo no índice; se forem usadas mais palavras como "ódio", "morte", "derrota", o índice será menor. A seguir a evolução nos últimos meses para as palavras em língua portuguesa. Entretanto, os valores médios dos últimos dias ainda são maiores que início de fevereiro de 2021. 

A figura a seguir é a mesma métrica, agora para as palavras em russo. A média caiu de 6 para 5,5 nos últimos dias. O valor só não é pior que o registrado em 2 de março de 2009. (Confesso que fiquei curioso e procurei na Wikipedia um possível fato ocorrido na data. Não encontrei)
E abaixo, em língua inglesa. O ponto mínimo foi a invasão do capitólio. Mas a crise aparece no lado direito do gráfico

DEI, uma nova sigla para aprender

Do CFA , que lançou na quinta passada, o significado da sigla:

Diversidade, equidade e inclusão (DEI) são elementos cruciais no futuro do setor de investimentos e no sucesso das empresas de investimento. O CFA Institute reconhece que uma diversidade de perspectivas levará a melhores resultados para os investidores; um setor de investimento inclusivo servirá melhor à nossa sociedade diversificada. Além disso, reconhecemos que uma organização, com uma cultura inclusiva, conscientização e educação e relações de trabalho eficazes, é um lugar melhor para trabalhar. Para ajudar a garantir essas iniciativas críticas, o CFA Institute desenvolveu um código voluntário para orientar o DEI, começando nos Estados Unidos e no Canadá.

Carta anual de Buffett


O "Oráculo de Omaha" Warren Buffett publicado sua 57a carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway no sábado, e nele proclamou que a Apple - que a Berkshire finalmente comprou em 2016, superando sua aversão de décadas à tecnologia do consumidor - havia se tornado um dos "nossos quatro gigantes" responsável pela prosperidade contínua da empresa.

A empresa registrou mais de US $ 90 bilhões em lucro líquido em 2021, com quase US $ 40 bilhões apenas no quarto trimestre.

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Dinheiro e guerra na Ucrânia

 


Paul Krugman propõe uma solução financeira para combater Putin e punir a invasão à Ucrânia. Em artigo para o New York Times, o nobel de Economia, Krugman considera que a resposta do Ocidente deve envolver sanções financeiras e econômicas. E que podem ser eficazes “se o ocidente mostrar vontade e estiver disposto a assumir a própria corrupção”.

Além do fato de que haverá uma redução brutal no investimento estrangeiro – ninguém quer assumir um compromisso com alguém que desprezou o estado de direito – o economista defende que sanções financeiras sejam tomadas para restringir a capacidade da Rússia arrecadar e movimentar recursos no exterior. Sua proposta inclui a exclusão da Rússia do sistema Swift, que permite o pagamento entre bancos internacionais. O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais, em inglês) permite a movimentação de recursos entre empresas de diferentes países, com mais de 11 mil instituições financeiras de 200 países.

No sábado parte da proposta foi considerada pelos Estados Unidos e Europa, mas de forma parcial. Mas como isto pode significar a interrupção do fornecimento de energia russa para Europa.

Krugman também propõe focar na riqueza dos magnatas russos que estão no Ocidente. Estes bilionários ajudam Putin a ficar no poder. Mas as maiores dificuldades são as consequências desta medida: há uma ligação forte entre estes ricos e pessoas bem posicionadas na política e seria mexer em um vespeiro, pois envolveria olhar os lavadores de dinheiro que ajudam os corruptos do mundo ocidental.

Lembra um pouco combater Al Capone não pelos seus crimes, mas pela ausência de declaração do imposto de renda. 

Foto: Bendabout

Links


Nunca pergunte a razão dos seus pais estarem em azul na Wikipedia - uma maneira indireta de alertar para o nepotismo (não somente em Hollywood)

As dez praias melhores do mundo - um país com 3 das 10 praias? 


Rir é o melhor remédio

 

Eu estou tentando explicar a falácia do custo perdido há uma hora. E não consigo.


Mas não posso desistir agora, pois meu esforço teria sido em vão.

27 fevereiro 2022

História da Contabilidade: assegure seu futuro

 Ainda anos 40, na revista Eu Sei Tudo. A propaganda do Instituto Universal Brasileiro era:

Apesar de criado em 1941, a escola de ensino por correspondência tinha uma grande presença com publicidade. Mas o curso do Instituto não era reconhecido oficialmente. 

História da Contabilidade: Balanço da Estrada de Ferro Central do Brasil

 

O balanço, publicado no jornal A Cruz, edição 23, do Ano de 1943, refere-se ao exercício de 1942. Ou seja, foi publicado seis meses depois do fechamento do exercício. Fiz algumas anotações

(1) O balanço traz o que seria hoje o relatório da administração. E um conteúdo era a Análise do Balanço, com destaque para análise da liquidez e variação patrimonial positiva

(2) A ordem do ativo é inversa ao que temos hoje. Começa com os investimentos em maquinários e termina valores disponíveis e realizáveis. No final, valores de compensação.

(3) O termo do lado direito é denominado de passivo e começa com o "patrimônio", que corresponde ao atual PL. Somente depois temos "responsabilidades correntes", que corresponde ao passivo. 

(4) Por último, e o mais interessante, o texto de abertura afirma que "pela primeira vez no Brasil, uma grande estrada de ferro apresenta o seu balanço geral do Ativo e Passivo rigorosamente de acordo com a Padronização das Contas das Estradas de Ferro, aprovadas pelo Ministro da Viação e Obras Públicas desde 1937". Parece um feito, mas foram cinco anos para implementação. Mas tal fato foi glorificado no texto. Logo a seguir:

Evidentemente, não se deve ver nisso nenhum vislumbre de vaidade de nossa parte; apenas nos moveu o desejo de sempre superarmos a nós mesmos, de modo a jamais desmerecermos da confiança que nos teem depositado o sr. presidente Getulio Vargas e o sr. ministro da Viação, general Mendonça Lima.

Por sinal, a foto - aparentemente jovem - do ministro está no balanço. 

História da Contabilidade: Economia e o reconhecimento da profissão


Tudo começou com a necessidade de um empréstimo externo:

Em 1913, o governo federal necessitava obter um segundo funding loan, mas esbarrou nas exigências dos banqueiros europeus, de exame da escrita do Tesouro para apurar as garantias que poderiam obter. Segundo Lobo e Moraes Junior (1941), no entanto, a pobreza dos registros contábeis dificultou o andamento da negociação.

Para tentar resolver o problema foi criada uma Comissão de Partidas Dobradas. 

A Comissão de Partidas Dobradas funcionou até 1918. Ela contou, entre seus membros, com funcionários do Tesouro Nacional, como João Ferreira de Moraes Junior e Ernesto Le Cesne, e com dois servidores emprestados do Tesouro de São Paulo, Francisco D’Áuria [foto] e Carlos Levy Magano. Carlos Cláudio da Silva havia sido incumbido pelo ministro da Fazenda Rivadávia Corrêa de ir a São Paulo estudar os procedimentos contábeis que, desde 1906, eram executados sob a direção de Carlos de Carvalho. 

Segundo Azevedo e Pigatto (2020), a experiência paulista recebia influência teórica italiana e consistia na adoção da contabilidade dual, isto é, orçamentária e patrimonial. 

Uma consequência deste fato foi o fortalecimento profissional:

A modernização da contabilidade do Tesouro Nacional aproximou as trajetórias de contadores do Rio de Janeiro e de São Paulo. Eles constituíram associações de classe, ampliaram os intercâmbios entre si, editaram revistas e apresentaram demandas por profissionalização basicamente em dois sentidos: regulamentação da formação dos profissionais de contabilidade e garantias de exercício profissional. As duas mais influentes associações contábeis da época [Instituto Brasileiro de Contabilidade e Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais] e foram constituídas no bojo desse movimento. 

Eis o resumo do texto:

RESUMO: Este texto discute como a inserção de um grupo de contadores oriundos do Rio de Janeiro e de São Paulo nos serviços contábeis federais entre 1914 e 1926 representou a abertura de um canal por meio do qual se aceleraram as demandas por reconhecimento da profissão contábil. A necessidade de reformar os serviços contábeis da União descortinou-se com a negociação do segundo funding loan em 1914. Os banqueiros ingleses solicitaram informações orçamentárias e patrimoniais, a fim de avaliar as garantias que poderiam obter para respaldar um empréstimo. A pobreza dos balanços existentes conduziu à formação da Comissão das Partidas Dobradas, que congregou contadores dos Tesouros Nacional e Paulista para atualizar os serviços de contabilidade da União. Esses contadores, nos anos 1920, colaboraram para a consolidação das instituições de contabilidade pública federais e para a política fiscal do presidente Arthur Bernardes. O presente texto explora como o envolvimento dos contadores paulistas e cariocas nos serviços contábeis federais, em tarefas instrumentais à busca por equilíbrio orçamentário, permitiu-lhes uma base a partir da qual apresentaram seus pleitos pelo reconhecimento da profissão de contador. Esse é um estudo qualitativo e baseado em fontes primárias.

PROFISSÃO CONTÁBIL E PODERES PÚBLICOS:CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO EPROFISSIONALIZAÇÃO (1914-1926) - Adelino Martins em Pluralidade de Temas e Aportes Teórico-Metodológicos na Pesquisa em História 2

25 fevereiro 2022

Debate importante

 

Vamos apresentar e debater os principais assuntos discutidos no Grupo de Pesquisas em Informações Contábeis, sobre os quais produzimos comment letters para o IASB em 2021. Informações e inscrições em Incont.fearp.usp.br

Longo caminho para ESG/DEI


James Peterson, sobre a nova entidade de regulação ISSB, indica questões que devem ser exploradas e são, realmente, relevantes:

a – os relatórios ESG e DEI (diversidade, equidade e inclusão) devem ser obrigatórios ou voluntários – bom, a rigor, nenhum relatório da Fundação IFRS é obrigatório, pois trata-se de uma entidade do terceiro setor, sem o poder de tornar compulsória um pronunciamento. Entretanto, a entidade poderia recomendar a adoção e isto ser considerado algo obrigatório por uma entidade governamental, como uma agência pública

b – Deveria haver garantia de especialista, se sim, por quem? - este é um ponto que podemos confundir “especialista” com uma profissão específica. O espectro dos relatórios são tão amplos que seria difícil restringir. Além disto, a ISSB – assim como o Iasb – não é uma entidade profissional, como o IFAC

c – Qual a melhor forma de medir a não conformidade? - bom …

d – Quem dever ser responsável e com que sanções? - imagino que se refere a qual área da empresa, mas será possível antever sanções?

Além destas, o que se qualifica como padrão? E qual a chance que existe para que os padrões sejam coerentes, comparáveis e credíveis?

Ele parece bem cético sobre o assunto...

Foto: Rouichi

Maiores Lucros e Prejuízos Corrigidos

Considerando somente os anos pós IFRS, os maiores lucros da história brasileira, por ordem, em $ bilhões corrigidos pela inflação, são os seguintes (dados da Economática):


E os maiores prejuízos:


Para cada ano, os quatro melhores resultados:




Maiores lucros da história brasileira recente


Certo, o comparativo nominal não é muito razoável, mas não deixa de ser um comparativo e mostra o tamanho deste valor. Eis a lista:

Petrobras - 31/12/2021: R$ 106,6 bilhões 

Petrobras - 31/12/2019: R$ 40,1 bilhões 

Vale - 31/12/2011: R$ 37,8 bilhões 

Petrobras - 31/12/2010: R$ 35,1 bilhões 

Petrobras - 31/12/2011: R$ 33,3 bilhões 

Petrobras - 31/12/2008: R$ 32,9 bilhões 

Vale - 31/12/2010: R$ 30 bilhões 

Petrobras - 31/12/2009: R$ 28,9 bilhões 

Vale - 31/12/2020: R$ 26,7 bilhões 

Itaú Unibanco - 31/12/2019: R$ 26,5 bilhões

24 fevereiro 2022

Rotatividade política e impacto na educação

Quando há uma mudança no governo por conta de uma nova eleição, o vencedor leva novos gestores, geralmente os apoiadores da sua campanha. No Brasil, estas nomeações podem mudar substancialmente a burocracia e o problema é maior quando o governo é frágil. A questão política prevalece sobre a qualidade do serviço entregue e muitas mudanças positivas são paralisadas por serem do "governo anterior". 

Uma pesquisa (via aqui) realizada com governos municipais no Brasil comparou a mudança provocada pela política e o desempenho dos alunos após uma eleição apertada. A pontuação nos testes foram mais baixas nos municípios onde um novo partido venceu, comparado com os locais onde não ocorreu mudança no poder. 

A rotatividade política pode ser prejudicial para a qualidade dos serviços públicos quando a burocracia não está protegida desta mudança. É necessário estabelecer alguns mecanismos para evitar esta mudança, simplesmente pelo fato de ser do "governo anterior". 


Incerteza no mundo

Hites Ahir, Nicholas Bloom e Davide Furceri construíram um índice mundial de incerteza, tendo por base o relatório Economist Intelligence Unit. Anteriormente Baker, Bloom e outros autores usaram jornal de diversos países.

 We construct the World Uncertainty Index (WUI) for an unbalanced panel of 143 individual countries on a quarterly basis from 1952. This is the frequency of the word “uncertainty” in the quarterly Economist Intelligence Unit country reports. Globally, the Index spikes around major events like the Gulf War, the Euro debt crisis, the Brexit vote and the COVID pandemic. The level of uncertainty is higher in developing countries but is more synchronized across advanced economies with their tighter trade and financial linkages. In a panel vector autoregressive setting we find that innovations in the WUI foreshadow significant declines in output. This effect is larger and more persistent in countries with lower institutional quality, and in sectors with greater financial constraints.

Eis o gráfico do Brasil:

As eleições de 2018 trouxeram uma grande incerteza - a maior da série. Os dados foram calculados trimestralmente. Aparentemente os processos eleitorais nos últimos anos são fontes de elevada incerteza.

Psicologia da Doação

As entidades do terceiro setor aprenderam, ao longo do tempo, a usar de pequenos truques para extrair dinheiro dos potenciais doadores. Isto funciona para doações em um templo, no sinal de trânsito e, também, na internet. Em lugar de números, belas fotografias de pessoas com animais, de for uma entidade de defesa da vida animal, ou com crianças, se o público for esta faixa etária. Para uma entidade de defesa do ambiente, imagens de árvore são mais atraentes do que o desempenho frio dos números.

Uma estratégia interessante é solicitar uma doação em dinheiro. Algumas apelam para valores como $19 por mês. Mas qual a razão de pedir $19 e não $20? Uma resposta interessante é que ao pedir $19, as pessoas terão mais dificuldades de calcular o valor ao final de um ano. Se o pedido for de $20, parece mais simples multiplicar por 12 para ter a despesa anual.

Outro fato de pode ajudar na definição do valor é que o montante deve ser grande o suficiente para cobrir os custos de arrecadação e permitir que o doador imagine que fará diferença com aquele valor, sem pesar demais no bolso.

Adicionalmente é comum a solicitação em outra moeda - em dólar, por exemplo. Dez dólares não parece muito e pode ser que isto aumente a possibilidade de doação. Parece melhor que pedir R$50 (câmbio na data da postagem era um pouco acima de R$5 = US$1). Ou pedir o correspondente a 12 cafezinhos.

Veja mais aqui

Links


Evasão escolar durante a pandemia no Brasil

O verdadeiro preço dos escritórios vazios - a influência da pandemia nos escritórios comerciais, nos transportes públicos e outras questões

O sucesso pode ser aprendido - do autor do Fator de Sucesso, que pesquisou cientistas de sucesso e sua "paixão" pelo que fazem

NFT, marketing, influencer ...  - a questão do título (porque os famosos estão interessados nos NFTs) parece bem fácil de responder - a monetização da sua fama - mas há outras questões relevantes para responder

Teste do Marshmallow refeito - já comentamos aqui sobre uma nova pesquisa que questiona o famoso teste. Mas este texto traz uma análise bem ampla sobre a questão


23 fevereiro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Na sociedade do feedback, onde tudo é avaliado, o usuário fez uma avaliação da prisão de Kollupitiya, uma localidade perto de Colombo, Sri Lanka. E deu cinco estrelas, destacando o bom tratamento, celas espaçosas e limpas, além da comida. 

Corrida pelos padrões ambientais

Parece existir uma verdadeira corrida para que apresenta primeiro os padrões ambientais. O EFRAG, vinculado a comunidade europeia, divulgou um documento sobre Poluição. O objetivo seria:

The objective of this [draft] standard is to specify Disclosure Requirements which will enable users of the sustainability reporting to understand: (a) the positive and negative impacts of the undertaking on the pollution of air, water and soil, living organisms and food resources and its past, current and future measures to protect the environment from pollution; (b) the nature, type and extent of risks and opportunities to which the undertaking is exposed, arising from pollution itself as well as from the prevention, control or elimination and reduction of pollution; (c) the effects of pollution-related risks and opportunities on the undertaking’s development, performance and position over the short-, medium- and long-term and thus on its ability to create enterprise value over the short-, medium- and long-term; (d) the plans and capacity of the undertaking to adapt its business model(s) and operations in line with the transition to a sustainable economy concurring with the needs for prevention, control and elimination of pollution across air, water, soil, living organisms and food resources, thereby creating a toxic-free environment with zero pollution also in support of the EU Action Plan ‘Towards a Zero Pollution for Air, Water and Soil’.

Mas eis um trecho do documento:

Perceberam? 

Um fato interessante que consta dos documentos - foram três divulgados - é a insistência em afirmar que a proposta é compatível com os guias do SASB, GRI e ISO. 


Desafios do ISSB


Sobre os padrões de sustentabilidade, um texto expõe alguns dos desafios do ISSB:

(...) Apesar de seu otimismo geral, Watson [da KPMG] ressalta que um desafio crítico surge na forma de garantir a comparabilidade global.

"Há muito a sugerir que isso será impactante - ele [ISSB] tem o apoio da IOSCO e muitos países estão por trás disso - mas é preciso que os países realmente a adotem", diz ela.

Enquanto o Reino Unido diz planeja usar os padrões ISSB quando estiverem disponíveis, esse pode não ser o caso em outras jurisdições.

Por exemplo, os reguladores dos EUA relutaram notoriamente em adotar padrões globais de relatórios no passado, e continua a especulação sobre se as próximas propostas estarão alinhadas com o ISSB

A Comissão Europeia está atualmente avançando na produção de seu próprio conjunto de padrões. Atualmente, o trabalho está sendo realizado pelo Grupo Consultivo Europeu para Relatórios Financeiros (EFRAG), de acordo com um mandato de 2020.

(...) Por outro lado, o ISSB está focado em atender às necessidades de informações dos investidores e, portanto, adota uma abordagem que seria mais semelhante à "materialidade única". Em outras palavras, procurará medir apenas a importância financeira.

"Nada é uma bala de prata que vai consertar tudo", diz Watson, dando um certo grau de reserva sobre os recentes desenvolvimentos do IFRS.

(...) "É tudo diplomacia daqui em diante. Quanto maior o número de empresas que adotam os padrões ISSB, maior a pressão dos mercados para ser comparável a eles."[Watson, da KPMG]

Netflix e a pegada de carbono

É um fato pouco divulgado que o uso da internet traz consumo de uma infraestrutura que pode gerar carbono. Um estudo fez uma análise de quatro serviços online populares (TikTok, Facebook, Netflix e YouTube) e surpresa: a Netflix é a grande inimiga do ambiente.

O advento de plataformas de tecnologia, comércio eletrônico, streaming on-line e redes sociais facilmente acessíveis levou a grandes quantidades de dados sendo armazenados e processados a cada segundo. As infraestruturas de TI necessárias para suportar essa era digital consomem uma grande quantidade de energia e têm um impacto negativo no meio ambiente. Houve vários esforços diferentes para estimar a pegada de carbono da Internet, mas não existe um método exato comprovado para ela. Portanto, os objetivos deste artigo são: primeiro - revisar criticamente os métodos de cálculo das emissões de carbono e comparar os resultados; e segundo - divulgar o impacto ambiental de nosso hábito diário simples de uso da Internet. Calculamos a pegada de carbono dos quatro serviços online mais populares (TikTok, Facebook, Netflix e YouTube) usando métodos mais citados, como os da Obringer, Shift Project, Andrae e Hintemann e Hinterholze. Ao comparar o dióxido de carbono emitido, a média ponderada do uso de streaming de vídeo on-line por dia é 51 vezes mais que 14 horas de uma viagem de avião. Netflix gera o maior CO2 emissões entre as quatro aplicações devido à entrega de vídeo em alta resolução e ao número de usuários.

(Acho que conseguirmos reduzir o tempo que passamos para escolher um programa já reduziria bem a pegada de carbono, não?) (Será que isto consta do relatório ambiental das empresas?)

Links



Inglês é a língua da internet




O segredo do Oreo: açúcar

22 fevereiro 2022

Divulgação

 


Livros que li recentemente


Por falta de tempo ou ânimo, não fiz postagens com resenha. Mas a seguir um breve resumo de algumas das minhas últimas leituras:

Guarda Lunar - Tom Gauld - história ilustrada de Gauld sobre um astronauta na Lua. Filosófico, mas de certa forma triste, um belo e curto livro

Torto Arado - Itamar Vieira Junior - romance que conta a vida agrária no interior do Brasil, com uma discussão sobre a questão agrária, racismo e outras. Uma redação elegante e vale uma leitura.

Sob um céu branco - Elizabeth Kolbert - é uma obra sobre a relação entre o homem e a natureza. Há algumas histórias interessantes, como peixe no Buraco do Diabo ou a praga do sapo boi na Austrália. 

O Poder da Inovação - Steven Johnson - O autor defende a tese que muito progresso da humanidade foi obtido através da busca do prazer e da diversão. O teclado do computador tem sua origem no teclado do instrumento musical. 

Como chegamos até aqui - Steven Johnson - Outro livro de Johnson, agora mostrando como algumas inovações "pequenas" provocaram uma enorme evolução na nossa vida pessoal. 

Anos de Chumbo - Chico Buarque - Do maior letrista da música popular mostra que também possui o dom de escrever ótimos contos, como cômico O Passaporte.

Auditoria e interesses


Francine McKenna tem uma visão crítica das empresas de auditoria. Recentemente ela expressou esta visão comentando que estas empresas deveriam focar na auditoria e seu interesse em questões "modernas" é para otimizar o valor recebido:

That includes employing slick language about “trust” to suggest their interest in quote-unquote “auditing” ESG disclosures, non-GAAP numbers, cybersecurity, or even stablecoin reserves is about enhancing statutory financial audits.

It is not. It's a play to sell more consulting services.

Audit firms claim they can wall off conflicts when providing tax, consulting and other advisory services — whether to audit clients or non-audit clients. But they are pulling your leg. Instead, the consulting push repeatedly compromises the independence and integrity of their audits, destroys professional skepticism, and poisons the professionalism of their entire firms.

A seguir ela escreve sobre a Theranos, Autonomy e Carillion. O texto abaixo:

Theranos

When you're pre-IPO for 15 years and don't have an approved, commercial product, you're in the business of raising money from investors.

What is the auditors' duty in this case?

To protect investors, and the public markets from the company!

I wrote in March of 2018 that ultra-wealthy investors in private company Theranos had abandoned basic due diligence and never requested audited financial statements before handing over hundreds of millions. If the investors who gave Elizabeth Holmes money 2008 had asked for audited financial statements — and we confirmed during Holmes’ recent trial that they had not — those investors would have been disappointed. There were reportedly, none to be had except in its earliest years. EY did give opinions on Theranos’ 2006, 2007 and 2008 financial statements. But then, for some reason, Holmes dumped EY and hired KPMG.

And we also found out during Holmes’ trial that KPMG planned to audit Theranos’ 2009 and 2010 financials and produce one report to cover the two years. However, KPMG disagreed with Holmes about the valuation of stock options and believed Theranos was understating its stock option compensation expense. So KPMG changed its mind about being an auditor and, instead, hung around until 2015 to help lend “credibility” to financial information that was provided to Theranos investors.

That makes two global audit firms hired to provide audit services to Theranos that gave no warning to investors or regulators of the lengths Holmes was going to grow Theranos and misrepresent its success to investors and the media.

Finally, a third firm, PwC, had no interest in providing audit services but was very interested in lucrative advisory work for the law firm defending Theranos against regulatory investigations from September 2016 to the spring of 2019. Theranos had no permanent CFO or external auditor but PwC was comfortable putting up to 40 PwC employees on site to spend more than 10,000 hours to collect text and email messages between Holmes and "Sunny" Balwani, the Theranos COO and Holmes's former boyfriend. PwC was also paid to wind down the company’s operations starting in late 2018.

HP-Autonomy

There was a really great article by the Economist’s Lane Green nearly 10 years ago called Shape shifters.

Green noted the phenomenal growth of Deloitte’s consulting and financial advisory business that year and wondered if Deloitte was “shape-shifting” into a firm with a business model that’s inconsistent with its government-sponsored mandates all over the world to do audits, mandates that create a virtual cash machine for auditors because they limit competition in exchange for focus and devotion to delivering public company audits that protect investors and markets.

Green asked Deloitte global CEO Barry Salzberg, “Do people perceive Deloitte as a consulting firm with an audit business rather than the other way round?”

Salzberg told Green: “We’re not going to take our eye off our professional responsibility with respect to either.”

Hardware firm HP announced it had acquired enterprise software firm Autonomy on October 3, 2011. HP had hired KPMG as a consultant to review Deloitte’s audits of Autonomy’s as part of its acquisition due diligence effort.

EY, HP’s external auditor, signed off on its audit opinion of HP’s full year results as of October 31, 2011 a couple of months later, on December 14.

But by early 2012 a whistleblower, a former Autonomy executive, had warned HP of the possibility it had overpaid for a fraud. HP began an investigation of the allegations in April 2012 and chose another Big 4 firm, PwC, as its independent forensic consultant to investigate the whistleblower’s claims.

HP had put PwC in a difficult spot. PwC Global Chairman Dennis Nally had told the Financial Times just the year before, in June 2011, that he did not believe it was the auditors' job to find fraud. How could PwC say that Deloitte, or KPMG, should have caught the Autonomy fraud if that’s what it found?

If I took a poll of the average investor or public company executive and asked them which Big 4 firm audited the major banks or firms accused of securities fraud in recent years — GE, Colonial Bank, Tesla, Parmalat, Satyam, Lehman Brothers, JP Morgan — I doubt they could give me the name. It’s just a big blur for most when it comes to the auditor.

That’s why a reputational hit to one member of the oligopoly of global audit firms is a reputational hit to the whole lot of them. If PwC found professional malpractice by Deloitte or KPMG, all the largest audit firms would suffer the impact of a negative view of audit and auditors, in general, and suffer from the precedent of any fines, sanctions, or legal settlements against Deloitte or KPMG.

HP’s disclosure of the investigation and a multi-billion dollar material overstatement of goodwill and intangible assets came more than a year after its acquisition of Autonomy.

On November 20, 2012, HP said it was taking a non-cash impairment charge of $8.8 billion related to Autonomy in the fourth quarter of its 2012 fiscal year.

Should EY, HP’s auditor, have more closely scrutinized the values assigned to the assets and liabilities purchased from Autonomy that HP put on its 2011 books or on any of the 2012 quarterly statements? EY is required to review HP’s quarterly financial statements and provide a type of negative assurance that, based on their review, they are not aware of any material modifications that should be made to the statements for them to be in conformity with GAAP.

In September 2020 the UK regulator, the FRC, ordered Deloitte UK to pay a record fine for its Autonomy audit of £15 million plus the investigation legal costs of £5.6m.

The Deloitte Autonomy lead partner was banned from the accounting profession for five years and fined £500,000. Another Deloitte partner was fined £250,000 and “severely reprimanded”. They both had already “early retired” from the firm. Those fines are quite a bit larger than the ones the SEC imposed in 2019 on PwC — $8 million — and on its partner — $25 thousand— for auditor independence issues in 15 clients.

I reported at the time that Deloitte US and other Deloitte member firms played all possible angles with Autonomy – as its auditor in the UK and San Jose, CA, as a customer, as a vendor, and as an alliance partner for Autonomy software implementations. HP’s auditor Ernst & Young had also been a customer of Autonomy.

Sources had told me of at least two large client engagements where Autonomy and Deloitte Consulting worked together at the same time Deloitte UK was auditing the company. Deloitte was a “Platinum” strategic alliance technology implementation partner for HP, too.

Autonomy was a British company that listed on Nasdaq in 2000 but apparently followed the more lax British honor code, versus the Sarbanes-Oxley rules, when choosing which services besides the audit to buy from auditor Deloitte UK and Deloitte US.

The UK media didn’t miss a beat in reporting on Enron-style conflicts when the fraud allegations surfaced in 2012. Deloitte had been selling Autonomy nearly as much in consulting services such as tax compliance and due diligence for acquisitions — £4.44 million in non-audit fees over the prior four years — as they were charging for the audits — £5.422 million. The implication is that Deloitte’s independence may have been compromised.

EY continues to be HP’s auditor today. Why would either firm give up such a mutually beneficial relationship?

In September of 2012, EY went to Washington DC to explain how it helped its audit client HP develop and implement a strategy to move profits offshore to avoid U.S. taxes. That Congressional testimony was given smack in the middle of HP’s Autonomy investigation, while EY likely knew PwC would find a significant overstatement of the Autonomy acquisition goodwill and that the writedown would have to be announced in less than two months. The EY tax partner for audit client HP testified in defense of HP’s tax avoidance strategy and then charged HP $2 million dollars for the trip, according to HP's 2013 proxy.

Despite numerous reports of HP and whistleblowers reporting the findings of fraud and lack of action by auditors and advisors to the SEC, neither the SEC nor the PCAOB ever insisted on a restatement by HP and never charged Deloitte or individual partners at Deloitte US, EY or KPMG with anything.

Carillion

Finally, we have UK company Carillion, a multinational construction and facilities management services company that in January 2018 became the was the largest ever liquidation in the UK. Carillion continues to be a painful portion of the KPMG UK’s “partner matters” litigation portfolio.

On February 3, 2022, the Financial Times reported that KPMG UK had been sued for £1.3 billion by the liquidators of PwC UK was appointed by the UK High Court as Special Managers for the Official Receiver of Carillion.

Deloitte and KPMG, were ruled out of the liquidation role because they were already Carillion’s internal and external auditors, respectively. EY had advised Carillion on restructuring options before its collapse.

Responses to questions posed to the firms about their Carillion work from two parliamentary Committees revealed they collected nearly £72m for work linked to Carillion in the 10 years leading up to its collapse.

Expressions like “feasting on what was soon to become a carcass” were used by MPs to describe a picture of the Big 4 thriving while exploiting its vulnerabilities as Carillion began to rot.

However, PwC had conflicts at the time of its appointment in 2018, according to the FT. Carillion’s pension trustees had engaged PwC in 2017 to advise as financial difficulties increased. The contract was ongoing since PwC would be one of Carillion’s creditors that PwC, as an agent for the receiver, is supposed to treat impartially. The Insolvency Committee claims that PwC put up “ethical walls” to prevent conflicts between all of its activities for Carillion and its creditors.

The liquidators, with PwC’s help, are now suing KPMG UK saying the firm auditor missed “red flags” that Carillion’s accounts were misstated because it was apparently insolvent for more than two years before it collapsed. Carillion had liabilities of £7 billion and just £29 million in cash when it went into liquidation.

The FT quoted one MP saying he would not hire KPMG to audit “the contents of my fridge” and posited that it was KPMG’s Carillion failure that prompted the UK’s latest round of calls for substantial reforms to UK audit and corporate governance rules.

KPMG has been investigated by the UK FRC, which is comparable to an SEC/PCAOB combined in terms of its authority over the audit firms. KPMG has voluntarily ceased bidding for UK government contracts after scandals.

Now the FRC says KPMG auditors misled regulators during inspections of their work on the Carillion audit and it threatens to “further damage the reputation of KPMG,” as if it could get any worse. Another scandal related to KPMG’s restructuring advisory activities for bedmaker Silentnight resulted in a £13 million fine in August 2021. KPMG has since sold the restructuring unit.

One good thing is KPMG’s UK chief executive Jon Holt acknowledged that it was “clear . . . misconduct has occurred [by KPMG regarding the Carillion inspections] and that our regulator was misled”.

However, Holt and his Big 4 UK colleagues are crying in their tea towels about their damaged reputations all the way to the bank.

KPMG’s UK partners took home an average of $934k last year in a booming deals market. It was the biggest payday for KPMG partners since 2014. And it is even better at the other UK Big 4 firms Deloitte partners received an average of $1.2 million last year plus an extra $267k from the sale of its restructuring division. EY and PwC partners took home a record average of $1.02 and $1.2 million, respectively.

Foto: NeoOnBRAND

21 fevereiro 2022

Viabilidade das apostas online


Nos últimos anos o leitor deve ter notado uma avalanche de propaganda de sites de aposta. O serviço de aposta online cresceu muito e tornou-se internacional. No último Super Bowl foi observado anúncios destes serviços e olhe que o espaço do evento é considerado nobre e caro. 

Uma das empresas do setor, a DraftKings, revela na sua contabilidade uma realidade contrária ao senso comum. Há um mantra que o cassino nunca perde; mas as demonstrações contábeis da DraftKings revela prejuízo de 326 milhões de dólares no último trimestre, segundo a newsletter DealBook, do New York Times. E provavelmente terá prejuízo, algo em torno de 1 bilhão, este ano. 

Há alguns problemas com o negócio de aposta online, apesar de ser um setor muito promissor. Primeiro, o custo de captação de um novo cliente é muito alto. E aqui novamente um adágio popular: é mais barato reter um cliente do que captar um novo. Para conquistar um novo cliente são necessárias despesas com publicidade (comercial no Super Bowl ou patrocínio em camisa de clube de futebol) elevadas. Somente 30 segundos de anúncio no Super Bowl representaram um valor de 6,5 milhões. E a DraftKings teve uma despesa de 300 milhões de dólares de vendas e marketing. Se os clientes não forem fiéis, o valor pode não compensar.

Outro problema: aposta é considerado algo supérfluo e alvo constante do fisco de qualquer lugar. Em alguns lugares, o imposto é acima de 50%, o que pode inviabilizar alguns negócios. 

Foto: Liverani

Ativo Intangível em um clube de futebol português

 

A entidade que fiscaliza o mercado de capitais de Portugal, a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou que o time de futebol Porto mudasse sua contabilidade de ativo intangível.

O valor registrado como ativo intangível seria de 14,1 milhões de euros, sendo a contrapartida no resultado do clube. O registro foi considerado, pela CMVM, como uma troca de ativos, conforme a IFRS 38 (parágrafo 45-48). Veja o detalhe a seguir:

Nas contas apresentadas a 30 de junho, o clube [Porto] contabilizou mais-valias de 14,1 milhões de euros com a venda dos jogadores Francisco Ribeiro (11 milhões, mais-valia de 10,33 milhões) e Rafael Pereira (4 milhões, mais-valia de 3,76 milhões) ao Vitória de Guimarães. Mas, no mesmo período, o FC Porto comprou igualmente dois jogadores ao mesmo clube (Romain Correia e João Mendes), avaliando o negócio pelos mesmos montantes.

Com esta alteração relevante, “as rubricas relacionadas com passes de jogadores tiveram um saldo líquido negativo, agora de 19,825 milhões uma vez que as vendas de direitos desportivos de jogadores efetuadas neste 1º semestre foram valorizadas por montantes não relevantes, dado que a FC Porto – Futebol, SAD decidiu rever a política contabilística aplicável a transações de aquisição e alienação de direitos desportivos de jogadores com a mesma contraparte”, lê-se no comunicado.

Assim os resultados consolidados do primeiro semestre 2021/2022 passam a ser negativos em 10,329 milhões, devido à inexistência de mais valias relacionadas com a venda de direitos desportivos de jogadores. 

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Pesquisa do Google está morrendo. O novo rei da pesquisa na internet é Reddit - será? Eu uso Duckduckgo

Audiência do SuperBowl comparado com a Copa do Mundo

Peixe transgênico invade rios da floresta Atlântida brasileira 

O que fazer quando um artigo submetido contém plágio? E se o artigo já tiver sido publicado?

A pior edição da Maiores e Melhores, segundo Alexandre Alcântara

19 fevereiro 2022

História da Contabilidade: IBC torna-se sindicato



 Em 1940, durante a ditadura Vargas, o Instituto Brasileiro de Contabilidade, torna-se o "único" sindicato da classe dos contabilistas:

Na fotografia acima, o Ministro do Trabalho assina a carta sindical onde o IBC é reconhecido com único sindicato dos contabilistas

A fotografia acima tem o diretor do Departamento Nacional do Trabalho, Luiz Augusto Rego Monteiro, lendo o texto da carta sindical. A seguir, a diretoria do IBC e o Ministro do Trabalho:

(parece que terno branco era a uniforme dos profissionais e dos burocratas). Em 1941, o IBC, por exigência da nova legislação, foi obrigado a mudar de nome e passou a chamar Sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro:
A plateia durante a comemoração do Dia do Contabilista. Em 1941 o IBC comemorava 25 anos de vida e teve como fundadores Augusto Carlos Setubal, Joaquim Teles e João Lyra. Parte da comemoração consistia na visita ao túmulo dos três fundadores. A seguir, "um grupo de moças que tomaram parte nas festividades comemorativas do 25o. aniversário do IBC", conforme a legenda da Revista da Semana (ed. 39, 1941, p. 2)
O Instituto também tinha uma função educadora, já que formava profissionais contábeis. A seguir, Paulo Lyra, representante do Presidente da República, discursa e, sentados, Honório Monteiro, Ministro do Trabalho, e Moraes Junior, do Sindicato:

(Revista da Semana, 1949, ed 6, p. 15). O mesmo Honório Monteiro discursa, sob olhares de Moraes Jr.  Era a III Convenção Nacional dos Contabilistas 

E Paulo Lyra também está discursando, na fotografia abaixo. 
Lembrando de Lyra foi o primeiro presidente do Conselho Federal de Contabilidade. 


História da contabilidade: formatura e gênero em meados do século XX

 Uma fotografia, de 1950, mostra uma turma de formados em contabilidade:


A legenda, do periódico Careta (ano 1950 ed 2169, p. 25), fala em duas moças - embora seja possível notar três mulheres. Mas a maioria é de homens. É interessante que esta fotografia estava em um trecho do Careta chamado "Formatura", com diversas fotografias. Na formatura de engenheiros, 100% de homens. Medicina tinha algumas mulheres. E eis um comentário do texto sobre este fato:

Acho que o tempo deu uma bela resposta para o redator, não? 

Eis outra fotografia, do Instituto Fluminense de Contabilidade, em comemoração do "Dia do Contabilista" (Revista da semana, 1940, ed 18, 46)

(O "Fluminense" aqui corresponde ao antigo estado do Rio de Janeiro, cuja cidade do mesmo nome não fazia parte). As fotografias a seguir são no mesmo instituto, agora em uma homenagem a Valentim Bouças, em um banquete no Jockey Clube:



(Interessante que já tínhamos o "Dia do Contabilista")


18 fevereiro 2022

Musk vs SEC

 

Em 2018 o empresário Elon Musk divulgou, via twitter, que haveria um interessado em comprar as ações que estavam sendo negociadas no mercado por um valor de $420. A mensagem de Musk gerou um problema com a SEC, a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos. Uma informação como esta deve ser comunicada através de um conjunto de procedimentos, que não foi respeitado pelo empresário. A história completa desta mensagem pode ser lida aqui no blog

A investigação conduzida pela SEC terminou em um acordo, cujo conteúdo integral não foi revelado. Sabe-se, no entanto, que o empresário sairia do comando da Tesla, pagaria uma multa e teria uma espécie de tutor para verificar o que seria postado pelo empresário.

Em janeiro deste ano a Tesla solicitou ao escritório de advocacia Cooley LLP que demitisse um advogado que tinha trabalhado na SEC no caso do twitter. Como o escritório não cedeu, a Tesla e a SpaceX pararam de trabalhar com a Cooley.

Agora um novo capítulo. Musk está acusando a SEC por conta do processo de 2018. Uma das acusações é que a SEC não teria aplicado a multa recebida. Musk afirma que está sendo perseguido por ser um crítico do governo e sua liberdade de expressão está sendo tolhida.

O empresário é bastante polêmico. Ontem ele postou uma crítica ao governo canadense e suas medidas de reprimir os protestos dos motoristas de caminhão; o problema é que a mensagem comparava o primeiro-ministro do Canadá com os nazistas

Imagem aqui

(Mais ainda sobre Musk: ele revelou que fez doação de ações que detinha na Tesla no final do ano passado. Não se sabe para quem foi a doação, mas especula-se que o ato de generosidade do empresário tem relação com o pagamento de impostos em razão do exercício de opções, sendo um gesto com interesses no planejamento tributário. A conferir)

Contabilidade de Microempresas sem notas explicativas

 

Na nova norma de contabilidade para microempresas, não existe mais a necessidade de notas explicativas. Bom avanço, já que esta contabilidade deve ser a mais simples possível. Na minha opinião, a demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados também poderia ser dispensada. 

(Dica: Cláudio Santana, grato)

Custo dos Jogos Olímpicos

O custo de sediar uma Olimpíada. A de inverno tende a ser mais "barata", talvez por ser menor. Parte do custo pode ser amenizado se as instalações forem usadas após os jogos. 
 

Mudança no Android pode afetar resultado do Facebook

 


Em abril de 2021, a Apple permitiu que os usuários do iPhone escolhessem quais aplicativos podem rastrear seu comportamento em outros aplicativos. Como resultado, a grande maioria dos usuários optou por não permitir.

Agora, o Google está seguindo a liderança da Apple ao introduzir alterações de privacidade no rastreamento de anúncios no Android.

(...) A privacidade muda para o Android, e como a Apple, "limitará o compartilhamento de dados do usuário com terceiros e operará sem identificadores entre aplicativos", disse Chávez.

As mudanças não pretendem entrar em vigor por "pelo menos dois anos", disse ele, enquanto o Google trabalha com parceiros para implementá-lo.

Quando entrar em vigor, é provável que tenha um grande impacto nos resultados das empresas baseadas em anúncios, como a empresa-mãe do Facebook, Meta. Depois que a Apple fez a mudança, os primeiros relatórios mostraram isso: mais de 95% dos usuários do iPhone que baixaram a atualização optaram pelo rastreamento de anúncios.

Meta disse que vai perder US $ 10 bilhões este ano devido às pequenas, mas impactantes, mudanças feitas pela Apple.

Isso ocorre porque a principal fonte de receita da Meta é o negócio de publicidade, que se baseia no enorme banco de dados de informações de usuários que possui ao operar algumas das maiores plataformas sociais do mundo.

Além do rastreamento de anúncios em smartphones, o Meta está enfrentando outros grandes desafios em seus resultados: o Facebook informou sua primeira diminuição de usuários no trimestre passado, e as ações da Meta sofreram um grande golpe como resultado - caiu quase US $ 100 por ação em um dia, efetivamente acabando com US $ 230 bilhões em valor de mercado.

Fonte: aqui. Imagem: Hopman

Rir é o melhor remédio

 

Continue assim... O garoto do sistema e a nota fiscal

17 fevereiro 2022

ESMA propõe uma nova categoria de risco: climático

 


A autoridade europeia do mercado de capitais, ESMA, está propondo que o risco climático seja uma nova categoria de risco, ao lado dos já existentes (liquidez, mercado, crédito, contágio e operacional), sendo identificado três grupos: mudança no sentimento do mercado, lavagem verde e riscos relacionados com o clima. 

Regulators and supervisors have started to incorporate environmental risks, especially those stemming from climate change, and their potential implications for the financial system into their work. The objective of this article is twofold: first, to depict how environmental risks can be expected to impact EU securities markets and their participants; and second, to lay out ESMA’s approach to integrating environmental risks in the risk assessment and monitoring framework. In light of ESMA’s financial stability, investor protection and orderly market objectives, and given the unique nature of climate risks and the challenges they entail for risk monitoring purposes, we propose to integrate climate risk as a new risk category alongside the existing liquidity, market, credit, contagion and operational risk categories. This risk category is intended to capture physical and transition risk drivers and their mitigants, in addition to the potential risks associated with green finance. As part of this framework, at the current juncture we identify three core risks to ESMA’s objectives stemming from climate change: abrupt changes in market sentiment, greenwashing and weather-related hazards.