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15 novembro 2021

Desmembramento como solução


A Exame explica o motivo de três grandes empresas - J&J, Toshiba e GE - terem anunciado o desmembramento em duas ou mais empresas. Para cada uma delas há razões particulares, mas a Exame destaca que grandes empresas complexas são derivadas de um momento histórico que favorecia esta opção. 

Cada empresa possui suas particularidades para justificar a decisão. Mas em comum, todas elas são companhias centenárias, oriundas de um tempo do capitalismo em que construir grandes impérios globais, com atuação nas mais diversas áreas, era sinônimo de sucesso e crescimento. 

Não estou convencido desta explicação. Ainda acho que as razões são particulares, mas com um ponto em comum. O desmembramento permitiria cortar as áreas de negócios sem o desgaste da venda. É mais fácil para Johnson separar o negócio mais rentável - produtos farmacêuticos e médicos - dos demais. A área responsável pela produção de talco, por exemplo, que tem uma grande quantidade de processo, pode ficar com este passivo. O texto reconhece o peso dos acionistas: 

Parte da pressão para o desmembramento vem dos próprios acionistas, que, muitas vezes, enxergam a burocracia presente nos grandes grupos como um obstáculo ao crescimento.

(Ah, o texto não usa o termo "cisão"). 

Outra possibilidade, sobre o caso específico da Toshida, é a recuperação da reputação

Dados e esportes

Para que gosta de ler sobre dados em esportes (gostou do livro Moneyball, por exemplo), um texto da BBC sobre um dos pioneiros de uma abordagem científica no esportes - no caso o beisebol - no início do século XX. 

O texto surpreende pois mostra que Fullerton, o pioneiro do parágrafo anterior, mantinha notas e analisava os jogos. E ele usou sua análise para denunciar uma mutreta, onde oito jogadores venderam o resultado. 

Em 1906, Fullerton usou seus métodos para prever que o Chicago White Sox venceria o favorito Chicago Cubs. Ele previu o vencedor da World Série de 1912, 1915, 1916 e 1917. Mas sua previsão mais famoso ocorreu em 1919, no jogo entre o Cincinnati Reds e o Chicago White Sox. 

Antes do jogo, Fullerton alertou para que não apostassem. O White Sox era considerado favorito e nas estatísticas de Fullerton isto significava 71% de chance. O resultado foi diferente do esperado e Fullerton passou a analisar os jogos. Mas não conseguiu publicar sua análise nos jornais, com medo da acusação de difamação. Somente depois de mudar o texto, a análise foi publicada no Evening World, em dezembro de 1919. Mas Fullerton foi acusado de falar besteira, amargurado pelo fato de sua previsão não ter se realizado. 

Em setembro de 1920, durante uma investigação de outro jogo, uma testemunha afirmou que a série - conjunto de partidas entre dois times - no ano anterior era suspeita. O trabalho dele só foi reconhecido após sua morte. 

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Finalmente Stepp Blatter (ex-presidente da Fifa) foi indiciado pela justiça da Suíça - se você achava que a justiça era complacente com os poderosos somente no Brasil

Compensação de carbono não deve fazer parte das demonstrações? Segundo este texto, não. 

Questão ambiental é a nova "coisa quente" na contabilidade - Nada de novo, mas a citação que a Harvard Business duvida disto é novidade para mim

SEC quer ter um papel ativo na regulação das moedas estáveis (stablecoins)

Maldição dos recursos naturais, Portugal e a descoberta do ouro no Brasil: o declínio de Portugal

Rir é o melhor remédio

 

Competição

14 novembro 2021

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4 detectores de plágio em língua inglesa

Reduzir o tamanho de uma turma melhora a qualidade da educação?  os efeitos são controversos e muitos deles, quando positivos, são pouco expressivos. E os custos são elevados. 

Vídeo: A história de Jho Low e sua conexão com Hollywood

O significado do cenário de mudança climática 8.5 - uma discussão sobre o uso de um cenário catastrófico 

Normas internacionais de contabilidade  adotadas pela Comunidade Europeia em espanhol

Pinturas antigas e diálogos modernos (imagem)

13 novembro 2021

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O periódico American Journal of Heath and Behavior lançou uma edição especial com pesquisas sobre as vantagens e desvantagens do cigarro eletrônico. A edição foi patrocinada pela empresa Juul, uma empresa de cigarros eletrônicos

A questão do clima e o papel do banco central

O valor do equipamento que os EUA deixou no Afeganistão: 

Geração da audição ansiosa quer música mais "objetiva"


Consumo e comportamento


Como nosso cérebro pode nos deixar mais pobres (e o que fazer para evitar) Estudos têm mostrado que tomamos decisões irracionais que prejudicam nossa saúde financeira com frequência. Entenda quais são os erros mais comuns e como evitar essas 'armadilhas' mentais.

Por João da Mata, BBC

Você está navegando em uma loja online e fica tentado a comprar um produto.

É um pouco mais caro do que a sua conta bancária permite, mas se torna a coisa mais urgente do mundo naquele momento. E se o preço aumentar e você perder a oportunidade? E se esgotar?

Tomado pelo impulso, você faz as contas de cabeça e decide comprar. Não precisa nem colocar o número de cartão, que já está salvo no navegador. Dias depois, vem o arrependimento. Ou pior, o endividamento.

"A economia tradicional olhou por muito tempo para o indivíduo como alguém racional, frio e objetivo e que vai querer maximizar o seu bem-estar, seu lucro, seu ganho financeiro e interesse próprio", afirma a professora Renata Taveiros, coordenadora do Curso de extensão em neurociência e neuroeconomia na FIA.

As tomadas de decisão inconsistentes, que fogem da racionalidade, eram consideradas anomalias. Ou seja, não viravam objeto de estudos. Mas no final dos anos 70, um grupo de pesquisadores revolucionou a economia ao olhar justamente para essas anomalias.

Surgia o campo da economia comportamental, cujo maior nome é o psicólogo - isso mesmo, um psicólogo - Daniel Kahneman, vencedor do prêmio Nobel em 2002.

"Eles abrem esse espaço de conversa para que a gente possa perceber que tem outras coisas que influenciam a tomada de decisão, e não só a ideia de maximização da utilidade, do bem-estar e do lucro. Que coisas são essas? As emoções", explica Renata.

No final dos anos 1980, outro campo de estudos vai ainda mais fundo.

Unindo as descobertas da economia comportamental e as técnicas da neurociência, a neuroeconomia tenta desvendar o que acontece no cérebro dos indivíduos na hora que ele decide fazer uma compra desnecessária, por exemplo.

"Agora a gente tem a possibilidade de abrir a caixa preta, que é como os economistas se referiam à mente das pessoas. Você consegue de fato olhar e entender o que vai acontecendo no processamento cerebral na hora que o indivíduo vai tomar uma decisão", diz Renata.

"Quando você estuda neuroeconomia, cai por terra a ideia de que podemos controlar o comportamento, a tomada de decisão, tudo o que fazemos. Porque o motivador da tomada de decisão não é o aspecto racional, cortical, lógico e analítico. Ele está muito mais ligado à emocionalidade."

Aprenda a dizer 'não' a si próprio

Antes de tudo, é bom deixar claro que os afetos e emoções não são necessariamente ruins. Pelo contrário, são de suma importância para nossa sobrevivência.

"A seleção natural nos trouxe a combinação do afeto com a razão. E não foi à toa. Isso maximiza nosso acoplamento com o mundo. Quando a gente tira emoção, a gente tira empatia pelo outro. Nossas decisões se tornam mais egoístas, e a sociedade como um todo desfalece", diz o neurocientista Álvaro Machado Dias, da USP.

Mas é fato que emoções também podem nos levar a cometer erros graves, que levam ao sentimento de culpa e ao endividamento. É nesse sentido que os ensinamentos economia comportamental e a neuroeconomia podem nos ser úteis: tornar nossa irracionalidade previsível e evitar decisões ruins.

A primeira dica parece simples, mas na prática é bem difícil. Você deve aprender a dizer não para si mesmo.

"Não faça nada por impulso sem antes avaliar se a culpa não vai estragar a festa. Entenda melhor seu 'eu futuro', com suas agendas e cobranças. Dizer não para si é como dizer não para um filho: é difícil, mas pode ser engrandecedor", aconselha Álvaro. Segundo Renata Taveiros Saboia, um dos motivos que tornam tão difícil essa negação dos próprios impulsos é a facilidade cada vez maior de fazer pagamentos. QR Codes, Pix, cartões de crédito que ficam salvos em sites de compras são alguns exemplos.

Além disso, o neurotransmissor chamado dopamina, que ativa o chamado "sistema de recompensa" do cérebro, também pode atrapalhar.

"Quando a dopamina está trabalhando, ela estimula o comportamento impulsivo. Como funciona? Você tem lá uma expectativa de ganhar algo. Pode ser dinheiro, bem-estar, prazer, uma imagem bacana diante dos outros, etc. E esse comportamento impulsivo te faz querer imediatamente aquela recompensa", explica.

Um exemplo de como esse sistema de recompensa é explorado atualmente é a gamificação do consumo. Ou seja, a transformação do ato de comprar em um jogo.

Aplicativos de supermercados e lojas online prometem recompensas (descontos, produtos grátis, etc.) ao se atingir um determinado número de pontos, por exemplo.

No Brasil, esse tipo de decisão ruim pode ser identificada nos nossos altos níveis de endividamento, diz Renata.

Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de agosto de 2021, aponta que um em cada quatro brasileiros (25,6%) não conseguia quitar as dívidas no prazo naquele mês.

"A gente tem problemas muito sérios no Brasil, e todo esse estímulo para consumo que estimula o comportamento impulsivo piora ainda mais essas condições", diz a neuroeconomista.

Por isso, uma dica de ouro para evitar esse tipo de decisão impulsiva é sempre "dar uma volta a mais".

"Eu costumo colocar um adesivo no cartão de crédito dos clientes dizendo 'dê mais uma volta, espere mais um pouco, respire'. Quando a pessoa vai fazer outra coisa e volta, a dopamina baixa, já que é uma substância química que tem efeito por um tempo determinado. Logo, a sensação de 'quero, quero' vai passar e ela chegará à conclusão que pode usar esse dinheiro para outra coisa. Mas tem que ser depois, na hora não dá", explica.

Não faça contas de cabeça

Só que essas decisões ruins podem ser evitadas antes mesmo da compra. Renata Taveiros explica que quando você tem a exata noção de como anda a sua vida financeira, é mais difícil ficar endividado.

"É muito importante a pessoa ter coragem e saber que vai ser muito bom se aproximar da vida financeira e olhar as contas. Muitos dizem que é difícil, mas depois que você faz isso, vem uma sensação de alívio. Se você tiver medo de olhar, vai cair em todo tipo de armadilhas mentais.", diz ela.

Uma dessas armadilhas é a "contabilidade mental" - aquela mania de fazer contas de cabeça, na maioria das vezes erradas, sobre a nossa situação financeira.

"A gente faz contas de caixinha. 'Eu ganho 100, então eu posso gastar 50 no supermercado, 20 no barzinho, só 10 no lanche, também posso ter uma parcela mensal de 15...'. Você compara 15 com 100, 10 com 100, mas não soma tudo. Depois, leva um susto e vê que está no vermelho", alerta a neuroeconomista.

Ou seja, coloque seus gastos na ponta do lápis. Some todos os seus ganhos e os seus custos de vida. Só assim você terá a real noção de quanto dinheiro pode gastar.

Cuide do seu 'eu futuro'

Uma das decisões mais importantes que precisamos tomar, pensando no nosso futuro, é a de guardar dinheiro.

É claro que o contexto da economia brasileira - com desemprego, informalidade e inflação em alta - torna isso proibitivo para muita gente.

Mas por que é tão difícil fazer isso mesmo quando há condições?

Um efeito conhecido como "desconto intertemporal" na economia comportamental pode explicar:

"Imagina que você pega um binóculo e vira ao contrário. O que acontece? O que tá lá longe fica pequenino. E o que está perto ganha um valor, um tamanho gigante", explica Renata Taveiros.

"A gente quer a recompensa imediata, agora, já, porque ela aparenta ser muito maior do que uma recompensa que é muito misteriosa, que você não sabe o que vai acontecer, lá no futuro."

Estudos neuroeconômicos mostram que algumas áreas do cérebro acionadas quando você pensa em guardar dinheiro para o seu futuro são as mesmas de quando você pensa em dar dinheiro para um estranho.

O que pode significar que, para o nosso cérebro, guardar dinheiro para o Eu futuro e dar a mesma quantia para outra pessoa é quase a mesma coisa.

Segundo Renata Taveiros de Saboia, uma solução pode ser criar um "nudge", ou seja, um empurrãozinho para que você pense com mais carinho no seu futuro.

"Uma ideia que eu costumo aplicar é usar um desses aplicativos que te deixam mais velho em uma foto. Isso te faz se conectar com aquela imagem. Aí você deve fazer o exercício de pensar o que quer para a vida daquela outra pessoa. Assim, vai criar um circuito neural que conecta o seu eu do futuro com o seu eu de hoje", diz ela.

Aprenda também a dizer 'sim' a si próprio

Mas o neurocientista Álvaro Machado Dias faz um alerta. Ainda que seja importante guardar dinheiro, é necessário também saber se permitir.

"Não assuma que se permitir é sempre ruim e nem caia na falácia de que devemos adiar continuamente o prazer para um dia poder usufruir do mesmo em intensidades maiores. Hoje, o que vemos é um mar de gente sem tesão de viver. Saia deste mar", diz ele.

De acordo com Álvaro, nem todas as decisões que tomamos na vida, sejam elas econômicas ou não, podem ser realizadas de maneira puramente racional - e nem é desejável que isso aconteça.

"Às vezes a gente é tomado por componentes emocionais, e de fato isso pode gerar desfechos ruins, inclusive arrependimento", diz ele. "Mas a entrada em jogo desses componentes que não são formalistas, lógicos, é o que no final das contas torna as nossas decisões melhores para o grupo, espécie e cultura como um tudo", completa.

Por isso, a dica é saber alocar melhor as suas energias e preocupações:

"Não dá tempo - nem faz qualquer sentido - tentar otimizar todas as decisões. Escolha as suas batalhas. Foque nas escolhas que mais importam; são elas que, ao fim e ao cabo, definirão quem você é". 

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 Green washing ou lavagem verde:



12 novembro 2021

Mentiras: meio importa

 

A forma de comunicação afeta a taxa de mentira? Sim, veja que interessante o gráfico. Os meios de comunicação onde a escrita prevalece (e-mail e mensagens de texto) possuem menor "grau de mentira". 

Influenciadores digitais e Regulação

Faz sentido o governo regular a pessoa que dá conselhos na mídia social? Este debate está ocorrendo em diversas partes do mundo. Em um artigo sobre a Austrália, uma funcionária do governo expôs um argumento contrário a regulação:

“O influenciador do TikTok que está destruindo a Nokia não é tão diferente do cara do pub que quer lhe contar tudo sobre a grande empresa em que ele acabou de investir - mas com uma voz muito mais alta. Isso não é um conselho financeiro, mas como tem sido o caso desde que os taxistas começaram a dar dicas de ações, é uma parte inevitável de um ecossistema financeiro."

Há controvérsia sobre esta postura. Os influenciadores digitais possuem uma grande audiência e recebem para postar nas mídias. Assim, haveria motivos distintos do "cara do pub".

Na Austrália, segundo informação do artigo, os investidores de varejo possuem um volume de negociação superior ao investimento institucional. Isto trouxe uma preocupação para CVM de lá, preocupada com “influenciadores sociais estão contribuindo para o momento do rebanho em ações especulativas”.

Rir é o melhor remédio

 

O poder do café

11 novembro 2021

O mercado é da tecnologia


Em 2005, o mercado acionário era dominado pela GE, Exxon, Microsoft e Citigroup. O mercado de agora é bem tecnológico. A figura mostra que nos dias atuais a bolsa tem, entre as empresas mais valorizadas, Microsoft, Apple, Aramco e Alphabet. Em 


em 2005, a lista das empresas listadas mais valiosas do mundo era bastante diversificada, com algumas grandes empresas de petróleo, mas também conglomerados multinacionais, empresas de distribuição e finanças e assistência médica. Mas hoje, com exceção da Saudi Aramco, são os gigantes da tecnologia americana que dominam os rankings (embora a Tesla também possa ser colocada na categoria automotiva).

Surgimento das partidas dobradas e o poder da Itália

Uma das questões importante da história contábil é o surgimento das partidas dobradas. O gráfico acima é um trecho de um gráfico maior, de abrange o início das civilizações e chega até o século XX. O gráfico destaca o período entre 1250 a 1600 e cada cor representa uma "civilização". Em destaque, no alto, a "Itália". Veja que a Itália não era uma civilização forte, apesar dos pintores e da criação das partidas dobradas. No momento que a contabilidade "surgiu", em torno de 1300 depois de Cristo, os Mongóis dominavam o mundo (amarelo) e esta é a história de Marco Polo. Os otomanos turcos começam um fase de aumento de prestígio (azul claro), mas na Europa a principal "nação" era o território oriundo do Santo Império Romano (Áustria e arredores). 

Fintech e Concentração Bancária


 O texto é de agosto, mas continua muito interessante: 

A concentração bancária no Brasil, inclusive, foi um dos motivos que levou o BC a criar a #AgendaBC, um conjunto de iniciativas de inovação, desburocratização e democratização do sistema financeiro. O lançamento do sistema de pagamentos e transferências Pix e o open banking, por exemplo, surgiram a partir dessa iniciativa. “No sentido de promover inovação e competitividade no setor, a agenda do [Roberto] Campos Neto [atual presidente do BC] está indo numa direção perfeita”, avalia Schaefer.

Com um ambiente mais propício para a criação de plataformas financeiras e fintechs, a concentração bancária tem se reduzido gradualmente, embora ainda esteja em níveis altos. De acordo com o “Relatório de Economia Bancária”, realizado pelo BC em 2020, os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú Unibanco e Santander) foram responsáveis por 81,8% das operações de crédito realizadas no país em 2020, assim como por 79,1% dos depósitos. Em 2018, esses números eram 84,8% e 83,8%, respectivamente.

Esse fenômeno, de criação de fintechs dentro de casa, é chamado de “fintechzação” e deve se intensificar nos próximos anos. “As empresas perceberam que não precisam mais realizar parcerias com bancos para oferecer serviços financeiros. Elas podem criar os seus próprios bancos por meio de tecnologia e sistemas”, afirma Moraes, que já liderou pelo menos sete projetos de estruturação de bancos digitais. Entre os clientes da empresa estão, por exemplo, a varejista de moda Marisa e a companhia de cosméticos Natura.

O valor de ter esse tipo de serviço financeiro, conta o especialista, é poder aproveitar uma base de clientes já familiarizada com o ecossistema de produtos da empresa, elevando o relacionamento com esses consumidores. Augusto, da Liga Ventures, também vê benefícios nessa estratégia. “Da perspectiva do cliente, faz muito mais sentido ter um relacionamento financeiro com uma companhia que está presente no seu dia a dia”, afirma. “As startups vão ajudar nesse movimento de transformação, até porque as corporações não têm como objetivo final serem bancos, mas apenas prestarem esse serviço.”

Rir é o melhor remédio

 

Sucesso e fracasso

10 novembro 2021

Mudança no mundo da energia

 

Algo está mudando no mundo da energia. Carvão e petróleo ainda predomina, mas a figura mostra o crescimento da energia hidroelétrica e outras fontes renováveis. Ainda é pouco. Incentivos governamentais e redução no preço. 

P.S. Atualização: como a pandemia afetou a emissão


International Accounting Day

 

Parabéns a todos que encontraram na contabilidade um campo de estudo, trabalho e diversão. Hoje é o International Accounting Day. A razão? É a data da publicação da Summa, de Pacioli. 

Finanças Comportamentais está envelhecendo mal?


Recentemente tivemos a divulgação de quem um dos autores mais renomados na área de finanças comportamentais agiu de maneira pouco ética. Além disto, algumas pesquisas famosas na área estão sendo questionadas, como é o caso do teste do Marshmallow. A pergunta faz sentido. Será que as finanças comportamentais entrou em crise?

O Nadaesgratis apresentou um longo texto sobre o assunto. A seguir alguns trechos:

Aún con todas estas limitaciones, creemos que los rumores sobre la muerte de la economía del comportamiento han sido ampliamente exagerados. Merece la pena ver la situación con algo de perspectiva:

Los problemas de replicación son comunes en la ciencia y, de hecho, estas crisis sirven para mejorarla. Las revistas académicas de economía, y poco a poco a también las de psicología, han elevado los estándares para facilitar la comprobación de los resultados de sus publicaciones. Hoy en día, la gran mayoría de las investigaciones en economía del comportamiento exigen un pre-registro de las hipótesis y los análisis que se van a estudiar, de forma que no haya una búsqueda espuria de resultados a partir de los datos obtenidos.

Además, se han elevado las exigencias sobre la disponibilidad pública de los datos utilizados. Todo ello facilita que se puedan comprobar la robustez de las investigaciones mediante réplicas, aunque estas lleven su tiempo.

Los problemas de falta de honestidad también aparecen, tristemente, en todas las ramas de la ciencia. Por centrarnos en la economía, cualquier análisis empírico con datos privados y/o confidenciales es susceptible de ser manipulado.(...)

Es cierto que, en su proceso de popularización, los economistas del comportamiento hemos sido culpables de cierta falta de rigor al publicitar en exceso resultados llamativos. No siempre se ha incidido lo suficiente en la complejidad y la volatilidad intrínseca del comportamiento humano, así como en los pequeños detalles del diseño experimental que pueden incidir de forma crucial en los resultados. (...) La economía del comportamiento no se reduce a los nudges, ni quizás sean los instrumentos más efectivos. Es cierto que los pequeños empujones psicológicos son un instrumento sencillo y barato de influir en el comportamiento de los individuos. Sin embargo, en su efectividad influyen múltiples factores que pueden contradecirse y la duración de sus estímulos es, en muchos casos, de corto plazo y el tamaño de los efectos tiende a ser pequeño. Aunque no inexistente.

Algunas herramientas, como el “priming”, están más en entredicho que otras. De hecho, esta ya ha sido eliminada de la última versión del libro de Thaler y Sunstein, demostrando que hay un avance en el aprendizaje de la materia. Por el contrario, otras como la teoría prospectiva, fundamento básico de la ciencia del comportamiento, ha sido replicada con éxito en numerosas ocasiones y cuenta con unos cimientos teóricos y empíricos muy sólidos.

(...)En definitiva, la economía del comportamiento ha sufrido los vaivenes clásicos de toda área científica en su proceso de maduración: escepticismo inicial, éxito desmesurado y, finalmente, crisis y reposicionamiento. Pero como ha señalado Alex Imas, tiene sentido esperar que el enriquecimiento que brinda a la ciencia económica haga que la economía del comportamiento no muera, sino que, como ya está ocurriendo, se transforme y pase a ser, simplemente, economía.

Fundos sustentáveis e empresas de tecnologia

 O crescimento de fundos específicos para quem deseja investir em ações "sustentáveis" tornou a missão dos gestores desses fundos complicada. Como encontrar ações de empresas que possam satisfazer os critérios de sustentabilidade? A melhor alternativa foram as empresas de tecnologia (Apple, Microsoft e outras) que satisfazem os critérios (pelo menos no escopo 1 e 2). O gráfico mostra que os principais fundos direcionaram os recursos para estas empresas



Rir é o melhor remédio


 Contabilidade, nos livros e na vida real

09 novembro 2021

Frases

É impossível gerar confiança, afeto, respeito, reputação, status, lealdade, generosidade ou oportunidade sexual simplesmente perseguindo os ditames da teoria econômica racional. Se a racionalidade fosse valiosa em termos evolutivos, os contadores seriam sexy. Strippers masculinos se vestem como bombeiros, não como contadores; bravura é sexy, mas racionalidade não. 

(Rory Sutherland, Alchemy, via aqui

Otimismo e investimento


Optimal stock investment decisions rely on assessments of the distribution of expected returns. Using a representative sample, we find over half the US population cannot answer simple questions on expected stock returns. Respondents who are unable to make any return prediction, who cannot answer questions on the distribution of expected returns, or who reveal unlikely distributional beliefs participate less in the stock market and have smaller stock investments. However, overoptimistic investors are more likely to participate in the stock market and have larger stock investments. These results persist after controlling for financial literacy, intelligence, education, and demographics. People who are ignorant about stock return distribution are more likely to invest in equities if they have higher levels of trust. Therefore, trust can substitute for cognition as a factor positively associated with individuals' propensity to invest.

Stock-Return Ignorance Yulia Merkoulova & Chris Veld Journal of Financial Economics, via aqui

Em outras palavras: para participar do mercado é necessário conhecer sobre os retornos esperados; as pessoas comuns não possuem este conhecimento; serão os otimistas que irão participar do mercado. A pesquisa controlou a educação financeira, a inteligência, a educação e aspectos demográficos. 

Valor de um livro

Um vídeo da Forbes analisa o valor de um livro. No caso, um manuscrito de Leonardo da Vinci. Em 3:30 um especialista comenta algumas das variáveis que podem determinar o valor, resumida por ele em "o que temos em mãos". Logo a seguir, em 5:20, surge o valor de 50 milhões de dólares (foi vendido por um pouco menos de 30 milhões para Bill Gates), chamado de Valor Justo. Mas com a ressalva de que só saberemos o valor quando for a leilão. Mas seria inferior ao valor de um pintura de Da Vinci, pois um quadro seria mais raro. 

Links

 Como a torcida afeta o resultado de uma partida de futebol - inclui o efeito da pandemia

Brincando com a silhueta do sol (fotografia)

Influência de Musk com suas postagens no mercado de criptomoedas

Como a chegada do telégrafo afetou o preço de produtos agrícolas na China - aumentou também a variabilidade

Rir é o melhor remédio

 

O que a escola ensina e o que eu preciso aprender

08 novembro 2021

Confiança Global

Ipsos faz uma pesquisa em diversos países questionando se algumas profissões são confiáveis ou não. Eis o resultado de 2021:

Médicos e cientistas, que estiveram diante da batalha contra a pandemia, receberam avaliação positiva. O valor do gráfico é a diferença entre quem confia e quem não confia em cada profissão. Por exemplo, os médicos receberam 64% de aprovação e 10% de reprovação, o que corresponde a uma valor de 54%. Políticos (menos 52%) e ministros do governo (-39%) não estão muito bem cotados. 

O relatório também está desmembrado por país. Vejamos as cotações para o Brasil:

Médicos = 66% - 9% = 55%
Cientistas = 68% - 9% = 57%
Professores = 68% - 8% = 60%
Membros das forças armadas = 35% - 26% = 9%
Polícia = 30% - 31% = 1%
Pessoas normais = 35% - 14% = 21%
Juízes = 26% - 32% = -6%
Advogados = 22% - 33% = -11%
Apresentadores de Televisão = 26% - 33% = -6%
Pesquisa de opinião = 33% - 22% = 11%
Padre e Pastor = 25% - 31% = 6%
Jornalista = 34% - 30% = 4%
Servidores públicos = 27% - 26% = 1% 
Líderes empresariais = 23% - 24% = -1%
Banqueiros = 14% - 47% = -33%
Executivos de propaganda = 19% - 28% = -9%
Ministros do governo = 11% - 65% = -54%
Políticos em geral = 6% - 77% = -71%

Ou seja, avaliamos nossos políticos e ministros pior que a média global. 

Mas gostaria de chamar a atenção para um resultado da pesquisa. Você já deve ter lido uma bobeira dizendo que no Japão o único profissional que não curva para o imperador é o professor. Além de não proceder, veja o resultado da pesquisa:
A pior avaliação para professor está na parte debaixo da figura. Veja que o Brasil é um dos países com elevada valorização ao docente. 

Empresas e sustentabilidade


A AAT, uma entidade contábil inglesa, está discutindo a divulgação de sustentabilidade no sentido de evitar a "lavagem verde" (greenwashing). A lavagem verde é a atitude de empresas que induzem investidores e público em geral a acreditar que seus produtos e serviços são mais ecológicos do que são na realidade. É uma manipulação relacionada com a questão da sustentabilidade. 

Neste sentido, "a AAT lançou uma nova orientação ética sobre sustentabilidade, que inclui uma lista de verificação para as empresas seguirem. Inclui: perguntar como sua organização e base de clientes podem ajudar a sociedade e a sustentabilidade; garantir que cada novo projeto ou área de desenvolvimento seja completamente explorada e pesquisada do ponto de vista da sustentabilidade; medir tudo, de KPIs e metas a resultados; realizar regularmente avaliações de risco; e estabelecer metas baseadas na ciência.

Links

 James Bond, cardápios de restaurante e taxa de câmbio histórica

Como a imprensa pode distorcer a noção percebida de risco: avião x automóvel - viés da representatividade

Um guia rápido de termos climáticos e seu significado

A melhor entrevista de xadrez - Em 2018, no torneio de Gilbratar, Ivanchuk (nascido em 1969) foi questionado sobre sua partida. Ele faz a análise de memória, com detalhes impressionantes. (via aqui). Aqui em português

Usando a linguagem textual para identificar as patentes relevantes (figura acima)

Rir é o melhor remédio

 

Itchy Feet são quadrinhos sobre diferença cultural. Mais aqui e abaixo:







07 novembro 2021

Documentos do IFAC

 O IFAC acaba de publicar Pontos de Vista (POV) em francês, árabe, russo e espanhol. A série apresenta discussão sobre relatórios corporativos, responsabilidade e transparência no setor público, profissão contábil, confiança e crise, auditoria, clima e corrupção e lavagem de dinheiro

A imagem a seguir é do setor público e mostra a quantidade de países que adotam o regime de competência:


Além disto, o IFAC está permitindo uma consulta online aos padrões desenvolvidos pelo International Audit and Assurance Standards Board (IAASB), o International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA) e o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). Clique aqui

Contar a emissão de carbono faz sentido?


Não tinha pensado desta forma:

(...) as empresas estão sendo solicitadas a fazer é um exercício amplamente sem sentido. O fato é que não queremos medir a quantidade de carbono que está sendo injetada na atmosfera como se fosse assim que resolveremos nossa crise climática. O que nós, como sociedade, queremos é que essas emissões sejam radicalmente reduzidas. Em outras palavras, o problema que as empresas precisam resolver não é como elas medem suas emissões de carbono, mas como as eliminam e a que custo. (...)

Então, para usar um dos meus exemplos favoritos, o Aeroporto de Gatwick afirma que é um negócio neutro em carbono. Faz isso ignorando inteiramente suas emissões do escopo 3 [as criadas em razão da existência da empresa]. O fato de todo o seu modelo de negócios depende do envio de aeronaves para as pistas, o que criará grandes quantidades de emissões desnecessárias de carbono, é algo que eles optam por ignorar. Se, no entanto, eles fossem obrigados a eliminar suas emissões do escopo 3, teriam duas opções. Eles poderiam se tornar um centro de aeronaves elétricas, se fosse possível demonstrar que as aeronaves elétricas poderiam ser neutras em carbono. Como alternativa, eles poderiam admitir que é impossível alcançar seu objetivo e poderiam se declarar, nas palavras de contabilidade de custos sustentável, insolvente de carbono.

Foto: Chris LeBoutillier

Rir é o melhor remédio

 

Mídia social e sua melhor representação

04 novembro 2021

Reguladores fabricam narrativas conceituais para diluir críticas


Karthik Ramanna, em Unrealible Accounts: How Regulators Fabricate Conceptual Narratives to Diffuse Criticism antecipa um livro que será publicado em 2022. Ramanna concentra na mudança da estrutura conceitual do Fasb em 2010, que retirou os termos confiabilidade e verificabilidade do texto. Na época, o Fasb e o Iasb trabalhavam juntos e a presença dos termos seria um obstáculo ao uso, mais intenso, do valor justo. 

Para justificar a alteração, criou-se uma narrativa para eximir os reguladores de críticas. A narrativa teria como finalidade o famoso "tirar o c* da reta" (ou CYA em inglês), um termo bastante reconhecido dos jornalistas que cobrem entidades regulatórias. Seria uma forma de desviar a responsabilidade por algo. Neste sentido, como a confiabilidade e a verificabilidade eram obstáculos ao uso do valor justo, argumentou-se que os termos estavam sendo confundidos com objetividade. 


Rir é o melhor remédio


 Qualquer dúvida contábil

03 novembro 2021

FAQ sobre ISSB


A Fundação IFRS anunciou hoje a criação formal do International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês). Este anúncio já era previsto, mas agora temos alguns detalhes adicionais sobre o novo regulador. Eis um conjunto de perguntas e respostas para você entender o ISSB.

Qual a vinculação com a Fundação IFRS?

A ISSB estará vinculada a Fundação. Para isto, a "constituição" da Fundação foi alterada recentemente para prever a existência de uma entidade como esta. 

O que será feito das outras entidades que se dedicam a regulação na área?

O número excessivo de entidades que emitiam normas já tinha sofrido uma redução recente. Mas algumas destas entidades serão absorvidas pelo ISSB, como é o caso Value Reporting Foundation até junho de 2022. Não está claro como o pessoal destas entidades serão aproveitados na nova entidade, nem como as questões culturais e de estrutura administrativa e financeira será resolvido. 

E o GRI? Continuará existindo?

Sim, de maneira independente. A entidade declarou que pretende continuar colaborando com a Fundação IFRS.

Onde será a sede da ISSB?

Como tem sido praxe de entidades internacionais, a escolha é por cidades aprazíveis, com um bom sistema de transporte, segurança para seus membros e possibilidade de desfrutar uma boa vida. A escolha foi por Frankfurt. Por coincidência, ou não, o atual presidente da Fundação IFRS é alemão. Lembrando que a sede oficial da Fundação IFRS é o Delaware (não Londres). Mas anunciou que haverá centros regionais. 

Quem está apoiando a nova entidade?

Diversos apoios já foram declarados, como o IFAC, o IPSASB, o IOSCO e diversas entidades profissionais. O CFC ainda não declarou apoio, mas deverá fazê-lo breve. Algumas empresas de auditoria manifestaram apoio também. 

E os Estados Unidos?

Boa pergunta. Não vi nenhuma manifestação formal da SEC, por exemplo. O apoio não deixa de lançar uma expectativa de um reatamento entre Fasb e Iasb. Mas particularmente arriscaria que não existirá.

A nova entidade será dedicada ao ambiente, ao social, a governança ou todos os itens?

Formalmente, todos os itens. Mas o presidente da Fundação IFRS declarou que a sustentabilidade, em especial as mudanças climáticas, é a questão definidora.

Como será a representatividade da nova entidade?

Apesar da presença global e a representação de todas as regiões do mundo, incluindo as economias emergentes e em desenvolvimento, acredito que haverá uma distribuição onde os países mais ricos terão um peso maior. Isto ainda não está certo, mas já foi divulgado que serão três membros da região Ásia-Oceania, três membros da Europa, três membros das Américas, um membro da África e quatro membros nomeados de qualquer área.

Quem vai comandar a ISSB?

Ainda não foi definido. Haverá um presidente, um vice, pelo menos, e 14 membros. Depois de definido os membros é que os trabalhos irão começar. Acredito que algumas pessoas da Value Reporting serão aproveitadas aqui, mas não é garantido. 

O trabalho irá começar do zero?

Não. Em março foi criado um grupo, denominado de TRWG, responsável por desenvolver algumas iniciativas e recomendações técnicas. Este grupo já divulgou o seu trabalho, baseado em quatro pilares estratégia, gerenciamento de riscos, e métricas e metas

Qual será a governança?

O ISSB estará no mesmo nível do IASB, sendo supervisionado pelos curadores. E o processo de trabalho será o mesmo da Fundação. Haverá um Comitê Consultivo de Sustentabilidade e grupos regionais criado pelos curadores. 

Qual será a missão do ISSB? 

Segundo divulgado, desenvolver padrões globais e requisitos de divulgação para facilitar relatórios consistentes e comparáveis por empresas em todas as jurisdições, para ajudar a direcionar capital para negócios resilientes a longo prazo, na transição para uma economia de baixo carbono.

Como serão denominado os padrões?

IFRS Sus­tain­abil­ity Dis­clo­sure Standards

Fontes: aqui aqui aqui aqui aqui

Contabilidade e Ambiente - 1


No encontro entre os principais líderes mundiais, em Roma, foi divulgada uma declaração e em um determinado tópico temos:

Saudamos também o programa de trabalho da International Financial Reporting Standards Foundation para desenvolver um padrão global de relatórios de linha de base sob governança robusta e supervisão pública, com base na estrutura da Força-Tarefa do FSB sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima e no trabalho dos definidores de padrões de sustentabilidade.


Netflix e o processo de escolha


Lendo Eric Johnson (que acabou de lançar um livro sobre escolha) no Behavioral Scientist (How the Netflix choice engine tries to maximize happiness per dollar spent) encontrei algo que tentava entender e não conseguia: a razão da mudança do sistema de classificação da empresa, de nota para binário. 

Mas antes disto é importante dizer que Johnson mostra como a Netflix trabalha para que você possa usar seus serviços. São vários itens. Por exemplo, a empresa tem um catálogo de 6 mil títulos, mas eles reduzem estas opções para algo em torno de 80, usando seus algoritmos. 

Mas a parte que me interessava: qual o motivo de deixar de usar uma escala de nota? Veja que isto interessa aos pesquisadores, que pedem para seus entrevistados responderem questionários, e gostam de usar a escala de nota. Mas a Netflix parece ter optado pela escala binária. Eis o que Johnson diz:

A Netflix usou uma escala de 5 estrelas, mas acreditava que as pessoas estavam confusas com a escala. As pessoas descobriram que a escala de polegares era mais fácil de usar e a mudança para polegares dobrou o número de classificações coletadas. Eles também descobriram que as pessoas tendiam a avaliar apenas os filmes de alto nível e sérios com uma 5 empresas, embora ficassem felizes em dar um sinal positivo para uma comédia assistida. A escala de resposta binária tornou os avaliadores menos pretensiosos e talvez mais honestos. 

Tudo isto foi feito usando os testes A/B, com milhões de espectadores. 

Globalização e Big Data no mercado financeiro

Marc Flandreau argumenta que as empresas de tecnologia estão cada vez mais parecidas com bancos. O capital de hoje está muito parecido com o que ocorria no século XIX. Eis um trecho:

We argue that the clauses were valuable because they were information. While silent on the process whereby the assets would be repossessed, prospectuses were exceedingly detailed when it came to identifying the resource and describing the algorithm whereby information on foreign payments from the sources would be released. Sworn information intermediaries were involved, monitoring the execution of payments from, say, the borrower’s custom house. The funds became traceable in real-time: If for instance the money for the semester’s dividend was not forthcoming by a certain date specified in the contract, the intermediaries would write or telegraph to the agents for the loan London, and the credit event would be documented in the newspapers.

Fiscalização das auditorias das empresas chinesas: 2024 prazo limite


Com o escândalo da Enron, o legislativo dos Estados Unidos aprovou normas para fiscalização do trabalho dos auditores das empresas com ações negociadas na bolsa. Foi criado o PCAOB e muitas jurisdições estrangeiras, incluindo o Brasil, passaram a permitir que a entidade fiscalizasse os auditores. Duas exceções: China e Hong Kong.

Em 2020, novamente o Congresso dos Estados Unidos aprovaram uma nova norma. Pela lei, as ações de uma empresas serão proibidas de serem negociadas se uma jurisdição impedir que o PCAOB inspecione a auditoria por três anos consecutivos. A SEC regulou a norma e deve iniciar antes do final de 2021. Isto significa que em 2024 o prazo deve finalizar para as empresas chinesas com ações no mercado dos EUA.

Fonte: aqui. Foto: Annie Spratt

Links

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02 novembro 2021

Maldição do Conhecimento



De um artigo de Tim Harford, a maldição do conhecimento ou a dificuldade que uma pessoa bem informada tem em "apreciar", completamente, a ignorância de outras pessoas. Tim descreve sua experiência em ler as instruções de um exame de Covid, que talvez estivesse clara para quem escreveu, mas era bem confusa para ele. 

Tim comenta de um experimento famoso feito por Elizabeth Newton. Ela dividiu os participantes em dois grupos e pediu que um dele fizesse o som de uma música famosa, como Raindrops Keep Falling on my Head. A outra pessoa tinha que adivinhar a música. Para quem fazia o som, parecia muito fácil a tarefa. Apostavam que o acerto seria de 50%. Mas para quem escutava, tentando adivinhar, era bem difícil. Quem estava fazendo o ruído, podiam "ouvir" a música na cabeça, enquanto faziam o barulho. Eles não pensavam na música sem "ouvir" a letra. 

Isto não é novo, obviamente. Mas em um mundo com tanta informação, a chance de ocorrer aumenta substancialmente. Pense nas vezes que você tentou seguir as instruções de um produto e não conseguiu. Eis aí um exemplo desta maldição. 

Foto: cena clássica do filme Butch Cassidy and Sundance Kid