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02 novembro 2021

Passaporte de vacinação pode ser útil para entender as normas contábeis


A revista The Economist trata do caos com os passaportes da vacina no mundo. É um bom exemplo para ilustrar as vantagens e desvantagens do processo de padronização. E como isto envolve questões técnicas, mas também questões políticas. A discussão é válida para as normas contábeis. Abaixo, os trechos mais significativos:

Muitos países não exigiam passaportes para a entrada de estrangeiros antes da 1.ª Guerra. Mas, conforme o conflito se espalhou, Estados se apressaram em adotar documentos de viagens para ajudar a manter a segurança de suas fronteiras. Portanto, após o armistício, acumulou-se uma variedade desconcertante de informações a respeito de diferentes nacionalidades, que provocavam mais caos do que clareza nos postos de controle fronteiriço. Mas retornar a um mundo em que as pessoas podiam viajar livremente pelas fronteiras se tornou inimaginável.

Em 1920, a Liga das Nações entrou em ação e projetou um livreto de 32 páginas, com o nome do país na capa e informações pessoais básicas, como local e data de nascimento. Alguns governos reclamaram. A França achava o livreto caro demais para imprimir em comparação ao cartão de frente e verso que utilizava – e levou alguns anos para eles se adaptarem. Hoje, porém, todos os passaportes seguem o mesmo modelo. Seja em Heathrow, no Reino Unido, ou no Aeroporto Internacional Moshoeshoe I, em Lesoto, autoridades são capazes de olhar para um passaporte e ter uma boa noção a respeito de que privilégios desfruta o portador do documento.

Durante a pandemia, um processo similar ocorre. Estados se apressaram para criar passaportes de vacinas para impedir o vírus de atravessar fronteiras – ou as portas de um restaurante ou de uma academia de ginástica. Com frequência as pessoas têm de provar que foram vacinadas, que testaram negativo recentemente ou que tiveram covid e se recuperaram.

(...) O problema é que esses passes não são interoperáveis. A maioria parece igual: um QR code num smartphone ou num pedaço de papel. Mesmo assim, até escanear os códigos pode ser problemático. Diferentes aplicativos de verificação leem diferentes tipos de passes. Uma vez escaneados, os códigos oferecem informações que variam, dependendo do sistema de saúde nacional ou local ou regras de privacidade. (...)

Passou da hora de padronizar. Ainda assim, desenvolver um passe digital de saúde é mais complicado do que desenvolver um documento de viagem. Passaportes podem revelar idades, mas passes de vacina são portas de entrada para informações pessoais de saúde. Isso assusta as pessoas.

Mesmo entre países com índices de vacinação relativamente altos, o apoio aos passaportes de vacinação ainda varia, de 52% na Hungria, a 84% no Reino Unido. Na Índia, as pessoas estão acostumadas a compartilhar impressões digitais e escaneamentos de íris, como parte do sistema de identificação biométrica Aadhaar. Ainda assim, muita gente, como a editora executiva Debjani Mazumder, se preocupa com a possibilidade de farmacêuticas e seguradoras terem acesso aos seus registros de saúde. “Sinto-me como uma cobaia”, afirma Mazumder.

(...) Quando agentes de empresas aéreas, empregadores e funcionários de bares escaneiam QR codes, eles checam duas coisas: a confirmação de que os portadores estão vacinados ou testados contra covid e uma assinatura digital provando que a informação vem de um emissor confiável. A uniformidade entre os passes digitais de saúde requereria um amplo acordo a respeito de qual informação exata de saúde incluir – e como qualificá-la e empacotá-la.

Isso deveria ser relativamente fácil. Em agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um guia com as recomendações mínimas de dados para um certificado. O nome e a data de nascimento do portador, mais a marca e o número do lote da vacina são considerados necessários. Identificar quem ministrou a inoculação – o que vem incluído em alguns passes –, não.

O mais complicado é criar um sistema unificado de checagem de assinaturas digitais de autoridades de saúde. Criar um repositório de todas as assinaturas confiáveis é uma tarefa cara e carregada de tensão política. Países com sistemas nacionais de saúde pública, como o Reino Unido, possuem apenas um emissor. Mas, nos EUA, há cerca de 300, incluindo governos estaduais, hospitais e farmácias.

Confiança

Sem uma maneira confiável de verificar certificados internacionalmente, até a mais avançada tecnologia falha. George Connolly, diretor da OneLedger, a firma que desenvolveu o OnePass, um passaporte de vacinação com base em blockchain. Ele diz que o aplicativo acessa dados de apenas cerca de 20 jurisdições.

Então, ele faz com que firmas terceirizadas obtenham passes de saúde de outros lugares, telefonando e mandando e-mails para autoridades sanitárias. Dakota Gruener, diretora da id2020, uma parceria público-privada com foco em identificação digital, virou os olhos. “Uma blockchain não é necessária”, afirma. “A blockchain é apenas uma distração.”

Os avessos à tecnologia têm motivos para se orgulhar. Conforme diz Albert Fox Cahn, do Surveillance Technology Oversight Project, um grupo de defesa de direitos, “há tanto dinheiro sendo gasto para instalar essas lindas e brilhantes novas cercas de metal em torno de nossa sociedade, ao mesmo tempo em que as cercas de madeira ainda cumprem bem sua função.”

Pedaços de papel assinados por médicos, como o “cartão amarelo” da OMS, têm sido suficientes para registrar imunizações há décadas. Eles são mais inclusivos globalmente, dado que muita gente em países pobres não tem smartphones. A julgar pelos preços do mercado clandestino, os passes de papel não seriam tão mais fáceis de falsificar. Falsificações de certificados de vacina em papel supostamente emitidos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA saem por US$ 150 no Telegram, mais caro do que algumas alternativas digitais.

Atribuição O maior impedimento para passaportes de vacina não é a tecnologia, mas a geopolítica. Seria necessário uma organização sofisticada em termos de saúde, tecnologia e diplomacia, para fazer os países concordarem com padrões globais. Isso parece uma função óbvia da OMS. Enroscada na rivalidade entre EUA e China, porém, a organização tem sido atacada por todos os lados em razão da maneira com que tem lidado com a pandemia. A respeito dos passes digitais, a OMS se atrapalhou. Mesmo tendo publicado extensos documentos descrevendo como os passaportes de vacina deveriam ser projetados, a entidade insiste que provas de vacinação não deveriam ser exigidas de viajantes internacionais enquanto a distribuição de vacinas estiver tão concentrada nos países ricos.

Fundamentalmente, a OMS rejeitou se envolver na validação e verificação dos documentos. Manter um registro de signatários confiáveis requerer uma grande equipe de funcionários. Também exige escolhas políticas, como a respeito de reconhecer signatários como Palestina ou Afeganistão – e quais vacinas são válidas. A OMS também deveria ter de adotar algum tipo de ação quando algum Estado violasse as regras. Carmen Dolea, diretora do Secretariado Internacional para Regulações de Saúde, da OMS, diz que essa tarefa vai além de suas atribuições. “Há questões de responsabilização”, afirma.

Ainda assim, mesmo que de maneira destrambelhada, o mundo parece estar convergindo para alguns padrões e tecnologias. Os padrões da UE para certificações digitais relativas à covid, por exemplo, também estão sendo usados na Turquia a na Suíça. Os padrões indianos foram adotados no Sri Lanka e nas Filipinas.

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01 novembro 2021

Contadores: Adaptação, não substituição

Quaisquer que sejam seus medos, o avanço perpétuo da tecnologia não substituirá os contadores - mas exigirá que eles mudem significativamente, de acordo com Jason Marx, presidente e CEO da Wolters Kluwer Tax & Accounting.

"Os contadores precisam pensar muito mais em adaptação do que em substituição", disse Marx aos participantes na conferência anual de usuários da empresa, realizada esta semana em Austin, Texas. “A tecnologia melhora a eficiência, removendo etapas manuais e reduzindo o erro humano. Ele impulsiona o processamento direto, em vez de substituir os contadores, e os libera para se concentrarem no trabalho mais estratégico que exige criatividade, colaboração e imaginação."

Isso, claro, só é verdade se eles tirarem proveito das ferramentas em questão: Marx contrastou uma pesquisa de Robert Half de 2019, na qual os contadores relataram esmagadoramente estar preocupados com o potencial de tecnologia, com um estudo de Wolters Kluwer, de 2021, que mostrou que apenas 7% das pequenas empresas — e apenas 2% surpreendentes das grandes empresas — acreditam que eles estão maximizando o uso da tecnologia.

Ele acredita que os profissionais tributários e contábeis estão mais do que prontos para o desafio. "Você faz parte de uma profissão que provou sua coragem, determinação e resiliência repetidamente", disse ele aos participantes da conferência. “Você serviu como heróis calmos nos bastidores para manter as empresas funcionando durante tempos muito, muito difíceis. Você está equilibrando as implicações de novas regulamentações tributárias, acelerando as tendências do mercado para tecnologia e mobilidade, uma verdadeira guerra por talentos e demandas urgentes de clientes o tempo todo."

Para ajudá-los a entender e enfrentar todos esses desafios, ele explicou cinco grandes tendências de mercado que estão moldando a contabilidade e que precisam ter em mente à medida que avançam.

1. A mudança para a nuvem - "A pandemia serviu como catalisador para estabelecer o valor e a flexibilidade do software em nuvem", disse Marx. "Isso trouxe fatores como alta disponibilidade, custos mais baixos para recuperação de desastres, continuidade de negócios, gerenciamento remoto da força de trabalho e agilidade dos negócios", e a mudança só está se acelerando.

2. A mudança para o trabalho remoto - Embora esse movimento esteja gerando uma necessidade de colaboração e eficiência mais rigorosas na experiência do cliente, seu impacto está realmente sendo sentido internamente. "A experiência da equipe se tornou muito mais relevante, com os crescentes impactos da guerra para os principais talentos, que certamente foram agravados pela pandemia", explicou Marx.

3. Os crescentes requisitos para troca e relatórios de dados em tempo real - "Isso está sendo impulsionado pela captura automatizada de dados de origem por relatórios regulatórios que exigem dados consistentes e pela crescente importância das APIs que permitem às empresas tratar plataformas como nosso próprio CCH Axcess como um hub central", segundo Marx.

4. Tecnologia emergente que permite um trabalho de maior valor - Ao reduzir a entrada manual de dados e melhorar a precisão, ferramentas tecnológicas emergentes e avançadas - e pelo menos 90% das empresas esperam que essas ferramentas os ajudem a obter melhores resultados na próxima temporada de impostos, de acordo com uma pesquisa de 2021 da Wolters Kluwer citada por Marx. “Quarenta por cento de todas as empresas disseram que eram inovadoras ou adotantes iniciais de tecnologia e 54% das grandes empresas, e todas elas relataram níveis mais altos de confiança e melhores resultados do que as empresas que se rotulam como mais lentas para adotar."

5. Mudança legislativa e regulatória - O volume, a velocidade e a intensidade das mudanças legislativas e regulamentares estão ficando esmagadores. “Não há dúvida de que o ritmo da regulamentação mudou nos últimos anos - bem, você sabe disso; você vive isso. É praticamente ininterrupto, e não vemos isso mudando ", disse Marx. “Muitos de vocês se perguntam se algum dia veremos um retorno a uma temporada normal de impostos, mas planejar a temporada de impostos está se tornando mais complicado por mudanças tardias no preenchimento de prazos e formulários."

Fonte: aqui

Meta

 

No final da semana passada o executivo do Facebook anunciou que haveria uma mudança no nome da empresa para Meta. (Na realidade o anúncio vai um pouco além da mudança do nome)

Na sexta, a empresa Meta Materials teve um acréscimo de 24% no preço das ações, antes que o investidor desse conta que era outra empresa. Não é a primeira vez, nem será a última, onde o mercado confunde o nome de uma empresa. Aconteceu com a Zoom (software), logo no início da pandemia. Ou até em termos geográficos, com uma confusão entre Nigéria e Niger

Imposto mínimo


O governo democrata de Joe Biden quer aumentar a arrecadação. Uma primeira ideia era taxar os bilionários. A proposta é bastante controversa. Agora outra proposta surgiu: o imposto mínimo para as empresas. Nos Estados Unidos - assim como aqui, em alguns momentos da nossa história - as empresas apresentam uma demonstração financeira para o fisco e outra para os acionistas. A alíquota nominal é de 21% e a proposta seria a seguinte: a empresa pagaria pelo menos 15% sobre o lucro que informam aos acionistas, se o valor for maior que os 21% indicado ao fisco.

Apesar do apoio dos políticos do partido de Biden, a proposta parece não ter agradado aos contadores de lá, segundo informa a newsletter do Deal Book. Uma pesquisa informal entre 39 acadêmmicos de contabilidade não encontrou nenhum apoio. A resistência refere-se a redução da qualidade das informações contábeis para os acionistas. Além disto, os políticos estimam um geração adicional de 400 bilhões de dólares em dez anos, mas uma estimativa da Universidade da Pensilvânia encontrou um valor de 227 bilhões e outra do Centro de Política Tributária achou US $ 110 bilhões.

Foto: aqui

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Os CAPTCHAs são deprimentes porque as fotos são sombrias, sem alegria e carecem de humanidade 

Como vacinar o mundo mais rapidamente - A produção global tem sido impressionante e acelerada: de acordo com a Airfinity, uma empresa de análise de ciências da vida, a marca de produção de bilhões de doses foi atingida em 12 de abril. Um bilhão a mais foi produzido em 26 de maio e o terceiro bilhão em 22 de junho. Isso é bom. Mas precisamos de 11 bilhões de doses para vacinar completamente 70% do mundo, o que pode não acontecer até 2022. (...) se reduzirmos o tamanho da dose, podemos vacinar mais pessoas de cada frasco de vacina. 

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30 outubro 2021

Dez Filmes para Contadores


Vejo agora uma relação de dez filmes com contadores. É diferente das tradicionais listas e como conhecia 8 dos 10 filmes resolvo trazer aqui (com meus comentários)

Dez filmes com contadores

1. Dave, Presidente por um dia - com Kevin Kline e Sigourney Weaver - onde o presidente dos EUA é substituído por um sósia.

2. Primavera para Hitler - onde um contador sugere criar uma peça ruim para, com o prejuízo, resolver os problemas de um empresário. Mel Brooks é garantia de coisa boa.

3. A Honra do Poderoso Prizzi - com Kathleen Turner e Jack Nicolson. Turner é uma especialista em impostos. O diretor é John Huston, que não precisa de apresentações, em um dos últimos trabalhos

4. Lista de Schindler - A história real de  Itzhak Stern, que ajudou a salvar judeus na Segunda Guerra. Spielberg dirigiu. 

5. Os Intocáveis - de Brian de Palma, com Kevin Costner e De Niro, sobre a prisão de Al Capone, acusado de sonegação de impostos

6. Império do Crime - um filme de 1991. Confesso que não vi. 

7. A Felicidade não se compra - Frank Capra com James Stewart sobre a importância de uma pessoa na vida de outras. É interessante que indiquei este filme no podcast da dissertação da Tais Lara. Só não emociona quem não tem coração. No final do filme um contador aparece em uma cena bem conhecida. 

8.  Um sonho de liberdade - Tim Robbins é um prisioneiro que ajuda o diretor a fazer seu imposto de renda. Considerado o melhor filme, segundo a nota do Imdb: 9,3. Mais da metade dos que assistiram deram nota 10. 

9. Fuga a Meia Noite - Robert De Niro ajuda um contador na sua fuga. 

10. Tudo bem no ano que vem - Alan Alda é o contador da história, com Ellen Burstyn. Confesso que não vi. 

28 outubro 2021

Efeito Streisand

efeito Streisand, aquela coisa em que você tenta encobrir algo ruim dizendo às pessoas para pararem de falar sobre isso, e então, opa, todo mundo está falando sobre isso, porque você lhes disse para não falar. 


A primeira lei do efeito Streisand é que ninguém aprende com exemplos anteriores do efeito Streisand. Alguns vão pelo menos tentar sutileza, mas esses esforços também fracassam inevitavelmente. 

A Arábia Saudita, por exemplo, está tentando evitar a publicidade tóxica, comprando um time da Premier League inglesa, o que é como comprar um traje de carne para evitar cachorros. Em primeiro lugar, ninguém gosta de donos de equipes EPL, nem mesmo os fãs dessas equipes. 

Em segundo lugar, você já ouviu as coisas que os fãs de futebol britânicos dizem uns aos outros? Como crianças malvadas no ônibus escolar, só que mais bêbadas, eles vão identificar sua fraqueza mais sensível e martelá-la com cânticos, canções e sinais que passam de geração em geração. 

Antes do novo time da Arábia Saudita, o Newcastle United, jogar sua primeira partida sob nova direção contra o Tottenham Hotspur, os fãs do Spurs tiveram a ideia de usar máscaras de Jamal Khashoggi e gritar sobre o técnico do Newcastle, Steve Bruce, sendo assassinado como o jornalista. 

As cabeças mais frias prevaleceram, porque os fãs dos Spurs não são nada senão elegantes. Em vez disso, eles meramente previram a demissão inevitável de Bruce. Mas aonde quer que Newcastle vá agora, os fãs e a mídia vão trazer à tona todas as coisas que a Arábia Saudita fez de errado nos últimos 50 anos ou mais, desde o assassinato de Khashoggi até seu tratamento abismal com as mulheres. O efeito Streisand não poupa ninguém.

(Bloomberg)

O efeito Streisand recebeu o nome em homenagem a atriz e cantora, Barbara Streisand, que tentou impedir que falasse da sua mansão (foto). Obviamente que o efeito foi o inverso. 

Sobre a norma da descontinuidade


A equipe do Australian Accounting Standards Board (AASB) publicou 'Divulgações de preocupação: um caso para definição de padrões internacionais'.

O documento analisa o feedback recebido de várias partes interessadas, australianas e internacionais, no período de julho de 2020 a março de 2021, incluindo preparadores de demonstrações financeiras, auditores, reguladores e usuários. A pergunta feita foi se os atuais requisitos de relatórios de continuidade operacional do IAS 1, Apresentação das Demonstrações Financeiras, são suficientes em sua forma atual ou se é um assunto que precisa ser tratado pelo IASB

Em relação à adequação das divulgações atuais de continuidade operacional, o feedback indicou que há problemas em torno da inconsistência e da interpretação inadequada dos requisitos atuais. Além disso, foram levantadas preocupações em relação à diversidade na prática em relação às informações divulgadas nas circunstâncias em que as demonstrações financeiras são preparadas com base em continuidade, mas a administração está ciente de eventos ou condições que podem lançar dúvidas significativas sobre esse julgamento. Os entrevistados também sugeriram que o desenvolvimento de orientações seria útil para garantir consistência e comparabilidade das demonstrações financeiras quando a entidade não for mais uma preocupação permanente.

No geral, com base nas conclusões apresentadas, o documento recomenda que o IASB revise a IAS 1 para desenvolver exemplos e orientações específicas para os preparadores sobre como avaliar e divulgar questões relacionadas a assuntos. Os autores também recomendam que o IASB inicie um projeto de pesquisa para entender melhor a extensão das considerações subjacentes em relação à preparação de demonstrações financeiras de forma não contínua.

Fonte: aqui. Foto: Ruffa Jane Reyes

Conversando com Estranhos


Na última década e meia, os pesquisadores  começaram a se perguntar se interagir com estranhos também poderia ser bom para nós: não como um substituto para relacionamentos íntimos, mas como um complemento para eles. Os resultados dessa pesquisa foram impressionantes. Repetidas vezes, estudos mostraram que conversar com estranhos pode nos tornar mais felizes, mais conectados às nossas comunidades, mentalmente mais afiados, mais saudáveis, menos solitários e mais confiantes e otimistas. No entanto muitos de nós desconfiam dessas interações, especialmente depois que a pandemia de coronavírus limitou nossas vidas sociais com tanta severidade.(...)

Em um experimento diferente desenvolvido pelo psicólogo da Universidade de Chicago, Nicholas Epley e sua então estudante Juliana Schroeder, pessoas foram instruídas a falar com estranhos em transporte de massa, relatando um trajeto significativamente mais positivo e agradável do que aqueles que não o fizeram. Em média, as conversas duraram 14,2 minutos, e os falantes gostaram muito dos estranhos com quem conversaram. Pessoas de todos os tipos de personalidade se divertiram.

(...) Se conversar com estranhos é tão agradável - e tão bom para nós - por que as pessoas não fazem isso com mais frequência? Essa é uma grande questão, respondida por questões de raça, classe e gênero, cultura, densidade populacional e décadas de mensagens (às vezes válidas) do "perigo do estranho". Mas a resposta principal parece ser dupla: não esperamos que estranhos gostem de nós e também não esperamos gostar deles.

Um fenômeno semelhante apareceu no trabalho de Sandstrom com outro grupo de psicólogos, liderado por Erica Boothby, chamado de "lacuna de gostar".”A pesquisa deles descobriu que os participantes do experimento (especialmente os mais tímidos) acreditavam que gostavam mais do estranho do que o estranho gostava deles. Essa percepção errônea impede as pessoas de procurar essas interações e, por sua vez, as priva não apenas de aumentos de felicidade e pertencimento a curto prazo, mas também de benefícios mais duradouros, como conhecer novos amigos, parceiros românticos ou contatos comerciais.

Mas uma força mais profunda também está em jogo aqui. Os participantes desses estudos esperavam muito pouco das próprias conversas. Quando Epley e Schroeder pediram aos passageiros que imaginassem como se sentiriam se conversassem com uma nova pessoa versus permanecessem solitários, aqueles que imaginavam conversar com um estranho previram que seus deslocamentos seriam significativamente piores. Essa previsão é reveladora. Por que foi uma surpresa tão grande que um estranho pudesse ser acessível, cordial e interessante? (...)

Sandstrom tinha uma explicação diferente (e mais simples) de por que não conversamos com estranhos: ela acreditava que as pessoas simplesmente não sabiam como fazê-lo. Então ela decidiu ensiná-los.

Em colaboração com o agora extinto grupo londrino chamado Talk to Me, Sandstrom realizou uma série de eventos que visavam mostrar às pessoas o quão agradável era conversar com estranhos - e aprender mais sobre por que as pessoas estavam tão hesitantes em fazê-lo. Desde então, ela desenvolveu algumas técnicas para ajudar a acalmar esses medos. Por exemplo, ela diz às pessoas para seguirem sua curiosidade - observe algo, elogie uma pessoa ou faça uma pergunta. Geralmente, porém, ela apenas deixa as pessoas descobrirem por si mesmas. Depois de superar o desafio inicial, eles acham que ela chega a eles naturalmente. "Você não pode calá-los", diz ela. "No final, eles não querem parar de falar. É fascinante. Eu amo isso."(...)

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Planejado e realizado

27 outubro 2021

Memes e Pandemia


Os memes, imagens engraçadas compartilhadas na internet, ajudaram as pessoas a lidar melhor com o enfrentamento da pandemia de covid-19. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Estado da Pennsylvania e da Universidade da Califórnia Santa Barbara. O trabalho foi publicado no periódico científico Psychology of Popular Media.

Segundo a Associação Americana de Psicologia, responsável pelo jornal onde o estudo foi publicado, as pessoas que viram memes tiveram níveis mais altos de humor. O levantamento foi feito via internet e contou com a participação de 748 pessoas.

Os melhores resultados na melhoria do humor foram com os memes especificamente relacionados com a pandemia.

A pesquisa apontou ainda que as pessoas que viram memes sobre bebês ou filhotes de animais tendiam a pensar menos sobre a pandemia.

"Embora a Organização Mundial da Saúde recomende que as pessoas evitem mídias relacionadas com a covid-19 para o benefício da saúde mental, nossa pesquisa mostra que os memes sobre a covid-19 podem ajudar as pessoas a se sentirem mais confiantes na capacidade de lidar com a pandemia", disse, em nota, Jessica Gall Myrick, autora do estudo e professora da Pennsylvania State University.

Fonte: Exame

Futuro do profissional e Análise dos Dados


Em 3 habilidades necessárias para o futuro profissional tem-se:

2). Análise de dados Com o ritmo atual de mudança, a análise de dados é uma habilidade essencial que os contadores precisarão no futuro. Isso inclui não apenas a perspicácia tecnológica, mas também as habilidades de mineração e extração de dados, análise operacional e habilidades de modelagem estatística, bem como a capacidade de identificar as principais tendências de dados. Os contadores devem ser capazes de entender os dados e conversar com seus clientes e / ou colegas sobre o desempenho dos negócios, não apenas sobre finanças. 

Tenho visto cursos enfatizando "econometria" ou "cálculo" como conteúdo, inclusive o de graduação, mestrado e doutorado da minha universidade. Acho isto um grande erro. Mas mudar a mentalidade das pessoas é muito difícil. O que dirá mudar o currículo.

Foto: aqui

Confiança, Marketing ou Mentira

Quando é muito difícil definir um executivo: confiante, marqueteiro ou mentiroso? O texto procura uma resposta:


(...) Mais especificamente, Baron pressionou Musk a respeito de seu grande plano para um “telhado solar”: um telhado para casas que seria feito de painéis solares. Ele revelou a ideia em 2016, em parte para justificar o acordo com a SolarCity, e em determinado momento afirmou que estaria pronto para implantação generalizada no ano seguinte – uma afirmação ousada para o que, na época, era um conceito nada funcional. Cinco anos depois, o telhado ainda não está em produção em massa, embora Musk não tenha desistido.

“Tenho o hábito de ser otimista com os cronogramas”, disse Musk. “Se eu não fosse otimista, não acho que teria fundado uma empresa de carros elétricos ou de foguetes”.

Baron não estava comprando a ideia. “É mais do que otimista”, disse ele sobre os prazos do telhado solar. “É simplesmente mentira”.

Então Musk é otimista ou mentiroso? A verdade pode ser um pouco de cada coisa: seja sua previsão de um telhado solar em 2017, um Tesla totalmente autônomo em 2018 ou um milhão de robô-táxis nas ruas em 2020, Musk muitas vezes falha em cumprir o prometido. E, no entanto, é essa mesma ambição ultrajante que levou suas empresas a realizações que poucos pensavam possíveis, desde liderar uma revolução elétrica na indústria automotiva até o pioneirismo na exploração comercial do espaço.

Da mesma forma, as travessuras e os tuítes bizarros de Musk – desde se coroar “Rei da Tecnologia” da Tesla num processo federal até vender lança-chamas, fumar maconha no podcast de Joe Rogan e batizar seu filho X Æ A-12 – podem ser vistos de duas maneiras. Um ponto de vista é que ele é um idiota imaturo, mimado e sem autocontrole. O outro, que o próprio Musk sugeriu no tribunal esta semana, é que ele é um marqueteiro e showman inventivo.

(...) Mas não há como negar que ele teve sucesso em transformar a Tesla num nome famoso em todo o mundo sem fazer um único comercial de carro. Mais uma vez, as duas coisas podem ser verdadeiras: Musk é um tagarela imprudente e ególatra, mas também um mestre da mídia.

Elon Musk é um gênio do marketing ou um narcisista? - Por Will Oremus - The Washington Post

26 outubro 2021

CFC e a elaboração de normas do setor público


Em reunião realizada no dia 7 de outubro, o Plenário do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a criação do Comitê Permanente para Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CP Casp). A iniciativa surgiu em razão do relevante trabalho de convergência normativa que vem sendo executado pelo Grupo Assessor (GA) das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP). 

De acordo com o vice-presidente Técnico do CFC, Idésio da Silva Coelho Júnior, a criação do Comitê resulta de uma necessidade de corpo técnico permanente e especializado, com representatividade, autonomia e mecanismos de governança apropriados para zelar pelo interesse público durante as etapas de emissão das NBC TSP. Notícia do CFC 

Na notícia constava o nome dos 20 membros do CPCasp. Manter o mandato de quatro anos garante estabilidade para os membros e pode ser uma boa ideia. Eu particularmente não gosto de conselhos/comitês com um número par de membros, pois isto pode ser problemático em assuntos controversos. Mas com 20 membros, a chance de uma divisão é bem reduzida

Análise financeira da Copa do Mundo Bianual

Recentemente surgiu uma proposta de fazer a Copa do Mundo um evento a cada dois anos. Christina Philippou, Professora de Contabilidade e Gestão Financeira, da Universidade de Portsmouth faz uma análise 


(...) Mas, como a maioria das decisões tomadas no mundo dos negócios, seja bancário ou esportivo, não se trata apenas de prós e contras. É sobre benefícios e custos financeiros.

Para a FIFA, o maioria de sua receita vem das taxas de transmissão, dos direitos de licenciamento e da venda de ingressos do torneio masculino da Copa do Mundo, realizado a cada quatro anos desde 1930. De fato, existe um ciclo financeiro claro no qual as perdas se acumulam em três em cada quatro anos. Mais Copas do Mundo poderiam gerar mais renda.

Então, por que a Uefa não está interessada em fazer o mesmo? (...) A principal diferença é que a Uefa simplesmente não depende tão financeiramente de um único evento. Em vez disso, tem algo que a Fifa não tem: mais de um grande evento que gera dinheiro. Isso inclui as competições da Liga dos Campeões (masculina e feminina) e da Liga Europa.

Como resultado, a Uefa ganha muito mais dinheiro do que a Fifa. Nos últimos quatro anos, as receitas da UEFA, de US $ 12,5 bilhões (£ 9,4 bilhões), foram quase o dobro dos da FIFA, que arrecadou US $ 6,4 bilhões (£ 4,6 bilhões).

É também uma receita muito mais suave ano a ano, enquanto a Fifa depende mais de um grande impulso a cada quatro anos. Claramente, a FIFA precisa mais da Copa do Mundo masculina do que a Uefa precisa dos Euros.

De fato, a maioria da receita anual da Uefa vem de competições de clubes, que eles não gostariam de atrapalhar. (...)

Quanto aos clubes, há custos potencialmente graves de disponibilizar seus jogadores para mais tarefas internacionais, como os riscos de fadiga e lesão dos jogadores. É mais provável que os grandes clubes tenham vários jogadores da equipe nacional e, portanto, mais propensos a enfrentar um risco geral maior para sua equipe. Clubes menores podem ter um jogador nacional como ator principal.

Mas o que as emissoras pagam por direitos depende da demanda do público em potencial. Quanto mais as pessoas querem assistir a algo, mais estão dispostas a pagar para superar seus concorrentes.

Tornar um evento importante menos raro (e, portanto, talvez menos importante), ocorrendo duas vezes mais e colidindo com outros eventos esportivos que as pessoas querem assistir (como as Olimpíadas) pode facilmente diluir o valor para as emissoras, tornando-as menos dispostas a pagar.

Esta é a aposta. Com mais eventos, mas potencialmente menos dinheiro por evento, o efeito geral será positivo para a renda da Fifa? E vale a pena arriscar qualquer dinheiro extra que arrisque a ira da Uefa, alguns dos maiores clubes do mundo e, crucialmente, os fãs?

Talvez o custo de preparação seja alto e isto não interessa. O que seria isto? Quando há uma Copa do Mundo, a convocação e o treinamento dos jogadores para atuarem juntos demanda alguns dias. Com a mudança na periodicidade, isto não afetaria este custo?

Vantagens do trabalho presencial


Vantagens do trabalho presencial

Quando trabalham separados, os funcionários mais jovens perdem a chance de fazer contatos, desenvolver mentores e ganhar uma experiência valiosa observando os colegas de perto, dizem os gerentes veteranos.

Em alguns casos, os millennials mais velhos, como Jonathan Singer, de 37 anos, advogado imobiliário em Portland, Oregon, se veem defendendo a ideia de voltar ao escritório para colegas mais jovens e mais céticos que se acostumaram a trabalhar em casa.

“Como gerente, é muito difícil obter coesão e coleguismo sem estarmos juntos regularmente, e é difícil ser mentor de alguém sem estar no mesmo lugar”, disse Singer. Mas não tem sido fácil persuadir os trabalhadores mais jovens a ver as coisas do seu jeito.

“Com a vantagem que os funcionários têm e a prova de que podem trabalhar em casa, é difícil colocar a pasta de dente de volta no tubo”, disse ele.

Alexander Fleiss, de 38 anos, presidente-executivo da empresa de gestão de investimentos Rebellion Research, disse que alguns funcionários estavam resistindo a voltar ao escritório. Ele espera que a pressão dos colegas e o medo de perder uma promoção por falta de interações face a face atraiam as pessoas de volta.

“Essas pessoas podem perder o emprego por causa da seleção natural”, disse Fleiss. Ele disse que não ficaria surpreso se os trabalhadores começassem a processar as empresas por acharem que foram demitidos por se recusarem a voltar para o escritório.

Fleiss também está tentando convencer os membros de sua equipe de que estão trabalhando em projetos de retorno se concentrando nos benefícios das colaborações cara a cara, mas muitos funcionários preferem continuar com as ligações de Zoom.

“Se é isso que eles querem, é isso que eles querem”, disse ele. “Nos dias de hoje, você não pode forçar ninguém a fazer nada. Você só pode pedir.”

Retorno ao escritório encontra um obstáculo: jovens resistentes - Nelson D. Schwartz e Coral Murphy Marcos , The New York Times


Publicação na área pública

 A Revista Contabilidade, Gestão e Governança está propondo uma edição especial na área pública. Serão recebidas pesquisas científicas que reflitam o estado da arte nos seguintes temas:

Relação entre normas The International Public Sector Accounting Standards (IPSAS), as European Public Sector Accounting Standards (EPSAS), em possíveis efeitos no Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) em Portugal e no Brasil; Impacto das reformas do setor público no sistema de contabilidade governamental; Órgãos de controle e nova governança pública; Accountability e gestão de políticas públicas; Informação contábil e tomada de decisão na Administração Pública; Contribuição da informação contábil na elaboração do orçamento público.

Submissões

Os autores deverão observar os orientações de submissão da CGG (https://www.revistacgg.org/contabil/about/submissions);

Na Carta ao editor deverá ser informado que se trata da Edição Extra: Reformas do Setor Público e Mudanças na Contabilidade Pública;

Recepção dos artigos até 30 de abril /2022

Publicação da edição extra: outubro/2022

Maiores informações acesse: https://www.revistacgg.org/contabil

Rir é o melhor remédio


 Fazendo a reunião mais curta (comigo duraria 30 segundos)

25 outubro 2021

Gasto Militar no Brasil

 Uma série histórica mostra a evolução do gasto militar. Inicialmente, em relação ao tamanho da economia:

É uma surpresa perceber que o maior nível do gasto militar ocorreu no governo JK, quando a percentagem sobre o PIB foi de quase 4,5%. Atualmente, a relação é de 1,4% - dados de 2020 - um pouco abaixo da mediana da América Latina e bem abaixo de um padrão histórico. 

Quando a comparação é com o total de gasto do governo, a série histórica é um pouco menor:

A mediana da América Latina é de 4,6% e o resultado do Brasil é de 3,2%, abaixo da Colômbia (9,2%) ou Uruguais (6,4%), mas acima da Argentina (1,7%). O país com maior gasto relativo aqui é o Belarus, onde quase um terço do gasto público é para fins militares (30,8%, de forma mais precisa), muito embora existam lacunas nos dados. 

Os dados foram obtidos aqui. Leia mais aqui. Uma comparação entre os gastos militares e as despesas operacionais de empresas pode ser encontrado aqui

João Rendeiro


João Rendeiro tem sido notícia na imprensa portuguesa nos últimos dias. Este alfacinha (ou lisboeta), nascido em 1952 foi fundador e gestor do Banco Privado Português. As notícias referem-se ao período da gestão desta instituição financeira, fundada em 1996 e descontinuado em 2010, "depois de verificada a inviabilidade dos esforços de recapitalização e recuperação desta instituição"

Entre 2010 e até o presente momento, o judiciário português tenta provar que ocorreu problemas no banco que podem estar relacionado com lavagem de dinheiro, que os portugueses conhecem como branqueamento de capital. Em 2008, três gestores receberam dinheiro e dez anos depois Rendeiro foi condenado pelo Tribunal de Lisboa a cinco anos de prisão. Além da lavagem de dinheiro, crimes como falsificação de documentação e contabilidade inadequada. 

Em 2020 outro tribunal, agora o Tribunal da Relação, condenou Rendeiro a 5 anos e 8 meses de prisão. A fase de recurso encerrou e as condenações transitaram em julgado em setembro de 2021. Há outros processos contra Rendeiro, que inclui fraude fiscal, abuso de confiança e lavagem de dinheiro. Em 28 de setembro, nova condenação de Rendeiro, agora por burla qualificada. 

No mesmo dia, foi noticiado que Rendeiro tinha fugido de Portugal e da Europa. Há uma mandato de prisão internacional, estando na lista da Interpol. 

Para tentar recuperar parte do prejuízo, a justiça portuguesa foi atrás de bens de Rendeiro. Isto incluía obras de arte, cuja originalidade tem sido questionada. Um dos gestores mais próximos de Rendeiro já foi preso, mas parece que o chefão está solto pelo mundo. 

Auditoria precisa de uma revolução


A auditoria não está atendendo as necessidades da sociedade. Para que isto ocorra, é necessário mudar a lógica da contabilidade voltada para o acionista, segundo Richard Murphy. Ele propõe mudar o objetivo da contabilidade e da auditoria. Eis um trecho do artigo 

O objetivo da contabilidade é fornecer às partes interessadas de uma entidade relatora demonstrações financeiras que incluem informações relevantes, confiáveis e suficientes que lhes permitam tomar decisões informadas.'

Em seguida, relacionamos o objetivo da auditoria a esse objetivo para contabilidade, sugerindo que:

O objetivo da auditoria de uma entidade de interesse público é primeiro informar se as demonstrações financeiras sobre as quais o auditor oferece uma opinião são relevantes, são informações confiáveis e suficientes para os usuários dessas declarações e, em segundo lugar, onde há uma falha, remediar essa falha ou, se não for possível fazê-lo, relatar por que isso e quais são suas consequências.

Esse objetivo transformaria fundamentalmente a auditoria. Tal como está, os auditores são forçados pela regulamentação e pelos reguladores a uma função passiva de marcar caixas que confirma a conformidade com padrões contábeis inadequados. Na abordagem que sugerimos, o auditor tem um papel dinâmico na avaliação do que as partes interessadas podem ser em relação à entidade em cujas contas eles estão relatando. Eles teriam a obrigação de garantir que a necessidade de relatório seja atendida, independentemente de a entidade relatora desejar a divulgação exigida ou não.

Os auditores precisam atender às expectativas

Obviamente, haverá requisitos básicos para garantir a comparabilidade entre as demonstrações financeiras. Mas a suposição de que existe um conjunto de divulgações que atende a todas as demandas das partes interessadas e que os auditores podem cumprir suas obrigações cumprindo um critério básico deve ser consignada ao histórico. O histórico da auditoria revela que foram os auditores que desenvolveram estruturas de relatórios e que, por muitas décadas, atuaram como agentes para aprimorar a divulgação. Precisamos voltar a essa época.

O trabalho do auditor deve ser alcançar as expectativas e não emburrecer para garantir a conformidade com os horizontes limitados dos relatórios das IFRS. Então, e somente então, poderemos obter auditorias decentes e, ainda mais importante, contas que forneçam informações significativas sobre o papel de nossas principais empresas na sociedade.

Links


O prêmio Nobel deste ano é agridoce. É um lembrete do suicídio de Alan Krueger em 2019. Krueger foi co-autor de vários dos trabalhos citados pelo Nobel.




37 melhores cidades do mundo (foto, inclui São Paulo)

Rir é o melhor remédio




 Karlo Fredon

24 outubro 2021

Melhores Cursos de Contábeis do país

 Segundo o antigo Guia do Estudante, agora Estadão Blue Studio:


E os melhores com ensino à distância:



Sobre Racionalidade

Andrew Gelman, resumindo 
o novo livro de Pinker, Rationality

Homens são animais racionais. Sim, estamos sujeitos a ilusões cognitivas, mas a importância dessas ilusões é de alguma forma uma demonstração de nossa racionalidade, na medida em que buscamos razões para nossas crenças e decisões. (Esta é a síntese do padrão de Tversky-Kahneman-Giverenzer; Pinker enfatiza Gigerenzer um pouco menos do que eu faria, mas eu concordo com o fluxo geral.) Mas não somos perfeitamente racionais e nossas irracionalidades podem causar problemas. Além da velha irracionalidade, também existem pessoas que celebram a irracionalidade. Muitos desses celebradores da irracionalidade são pessoas racionais e é importante explicar a eles por que a racionalidade é uma coisa boa. Se todos nos reunirmos e comunicarmos os benefícios da racionalidade, várias mudanças podem ser feitas em nossa sociedade para reduzir a disseminação da irracionalidade. Isso deve ser possível, dada a diminuição da irracionalidade violenta nos últimos mil anos. A racionalidade não é frágil, exatamente, mas poderia usar nossa ajuda, e o objetivo do livro de Pinker é fazer com que seus leitores apoiem esse projeto.

Rir é o melhor remédio

22 outubro 2021

Links


Gasb - entidade que regula a contabilidade dos Estados Unidos - está mudando o nome de relatório por que o acrônimo é racista para os negros da África do Sul. Já tínhamos postado sobre isto no blog, mas o caso é tão "estranho" que vale o link. 

Com receita de 1,5 bi em libras, a Netflix do Reino Unido está pagando 4 milhões de impostos

Fotografias do Siena Awards Winners (Rodrigo Cabrita, acima)

Islândia pode ser um continente, não uma ilha

As casas abandonadas do Instagram

Auditoria no Reino Unido


O Reino Unido, que prometia mudar o setor de auditoria global, parece estar reconhecendo a dificuldade da tarefa. Eis um relato resumido:

O setor de auditoria do Reino Unido está enfrentando uma revisão estrutural após anos de baixo desempenho e o fracasso de grandes empresas como BHS e Carillion. Uma consulta de 16 semanas realizada pelo governo considerou forçar os clientes das grandes quatro empresas da FTSE350  a usar contadores de nível médio.

O uso de limites de participação de mercado nos quatro grandes foi proposto para melhorar a concorrência.

No entanto, em uma conferência virtual realizada pelo ICAEW nesta semana, o executivo-chefe da FRC, Sir Jon Thompson, questionou a probabilidade de o governo fazer essas mudanças drásticas.

Rir é o melhor remédio

 

A volta da correção integral

21 outubro 2021

Futebol e Covid

Dois artigos mostraram o efeito da pandemia sobre o futebol. O primeiro (via aqui, que faz uma crítica ao gráfico usado pelos autores) afirma que o fator torcida é relevante:

Ao longo do tempo, o time de casa vence a maioria das partidas. Mas na última temporada ocorreu uma inversão.

O segundo texto (via aqui) mostra que o desempenho de jogadores de futebol após terem Covid foi pior do que antes. 

Como prejudicar pesquisas científicas


De uma pergunta do QuoraO que pode afetar milhares de pesquisas científicas? (Rodrigo Faustino)

"Bem-vindos aos side hustles que eu recomendo tentar", disse ela nos primeiros segundos, sentada em seu quarto e sorrindo para a câmera. Em inglês, "side hustles" significa alguma atividade rentável para conseguir aquela grana extra.

Uma das dicas de Frank em seu vídeo de 56 segundos foi para utilizar o site Online participant recruitment for surveys and market research, onde usuários respondem pesquisas e recebem uma quantia em dinheiro em troca.

A ferramenta é essencial para cientistas que conduzem pesquisas comportamentais e revolucionou vários campos de pesquisa após seu lançamento.

“Esse é um empreendimento que exige muito tempo e mão-de-obra. A pesquisa online torna tudo muito mais fácil.

Você programa uma pesquisa, a coloca online e, em um dia, tem 1.000 respostas. Isso mudou as ciências sociais", disse Nicholas Hall, diretor do Behavioral Lab da Stanford School of Business.

O que Frank não esperava é que seu vídeo iria acumular 4,1 milhões de visualizações no mês seguinte a publicação.

O site, que não contava com ferramenta de triagem, de repente recebeu uma enxurrada de usuários mulheres, dos Estados Unidos e em torno da idade da jovem de 18 anos.

Para os pesquisadores, a mudança repentina da demografia da plataforma gerou confusão — e ameaçou a reputação do Prolific, que é um dos maiores sites para pesquisas do tipo.

“Notamos um grande salto no número de participantes na plataforma dos EUA, de 40 mil para 80 mil. O que é ótimo, no entanto, agora muitos de nossos estudos têm uma distorção de gênero, em que talvez 85% dos participantes são mulheres. Além disso, a média de idade está em torno de 21", escreveu um membro do Stanford Behavioral Laboratory em um fórum do Prolific.

De acordo com o site The Verge, a psicóloga Hannah Schecter foi a primeira a desvendar o mistério. "Dado o momento, a viralidade do vídeo e os dados demográficos dos seguidores do usuário...", ela publicou em sua conta no Twitter com um link ao vídeo de Frank.

Cerca de 4.600 estudos foram interrompidos por conta do TikTok de Frank, aproximadamente 1/3 das pesquisas ativas na plataforma na época do vídeo. Destes, a grande maioria deve ser recuperável, de acordo com Phelim Bradley, cofundador e CTO da Prolific.

“Antes do Tiktok, cerca de 50% das respostas em nossa plataforma vinham de mulheres”, disse Bradley ao The Verge. “O aumento atingiu 75% por alguns dias, mas, desde então, esse número tem diminuído, e atualmente estamos de volta a cerca de 60% das respostas sendo de mulheres”.

Um mês depois do vídeo de Frank, a Prolific reembolsou pesquisadores que foram afetados pela onda de respostas e introduziu uma nova ferramenta de triagem demográfica.

Destruição agregando valor

Recentemente o artista Banksy começou a destruir um mural "Girl with Ballon" durante uma leilão da obra. A obra, parcialmente destruída em outubro de 2018, ganhou valor. Isto é um caso estranho, onde uma obra de arte fragmentada tem um valor maior do que a obra em estado perfeito. 

Em 14 de outubro o mural foi novamente colocado em leilão e recebeu um lance de 25,4 milhões de dólares, um aumento de 20 milhões em comparação com o lance de 2018. A obra se tornou, oficialmente, a arte mais cara de Banksy já leiloada.

Links

 Aula de matemática no Pornhub

Contadores devem entender a nuances do planejamento de cenários relacionados com o clima

As melhores séries do século XXI

Principal centro de estudos de primatas do Japão (do mundo?) está fechado por problemas contábeis

Julgamento da Steinhoff acontecendo na Alemanha

Rir é o melhor remédio

 

Como irritar um contador

18 outubro 2021

Educação Financeira ajuda?


A resposta para a pergunta parece ser um sonoro Sim. Infelizmente para que não é bem assim. Eis um texto do Blog Salmón

En 2014 tres investigadores publicaron un meta-estudio sobre 201 estudios previos acerca de la efectividad de la educación financiera en el comportamiento de las personas con su dinero. Las conclusiones fueron demoledoras:

La educación financiera no influye apenas (0.1%) en el comportamiento de las personas, especialmente en la gente con menos ingresos. Además, los efectos de esta educación decaen con el tiempo. Incluso en los casos donde la intervención fue intensa, con muchas horas de formación, los efectos son inapreciables.

¿Cómo puede ser esto? Se suponía que a más formación, mejores comportamientos. Pero la evidencia está ahí. Una persona más formada no tendrá un comportamiento más sano con el dinero. Saber de fondos de inversión no va hacer que se contraten más.

Lo que en realidad está pasando Lo cierto es que aunque los seres humanos tenemos la capacidad de hacer planes a largo plazo (y esto es lo que nos diferencia del resto de los animales), el corto plazo tiene mucho atractivo. Nuestro cerebro racional puede pensar a largo plazo, pero cuando las glándulas se ponen a actuar mandan. Y nos gusta más comprar y disfrutar del ahora que ahorrar y tener dinero para gastar después.

Y el manejo del dinero no es el único efecto de este cortoplacismo. Nos pasa también con la alimentación y el ejercicio, a pesar de que todo el mundo sabe que comer de más y no hacer ejercicio está mal, al final nos puede el ahora frente al después y por eso en los países desarrollados hay obesidad.

Por tanto mejorar la educación financiera no logra mejorar el manejo del dinero, invertir más y gastar menos. Este tipo de intervenciones no funcionan y múltiples estudios lo respaldan. Hay que buscar otro camino.

¿Cómo mejorar el comportamiento de los humanos? 

Los humanos somos, por naturaleza, bastante vagos. De nuevo, no lo digo yo, lo dicen los estudios. Y por tanto la mejor forma de mejorar el comportamiento financiero de las personas es ponérselo muy fácil. Esto lo ha estudiado una rama de la economía denominada "economía del comportamiento" y propone soluciones.

Por ejemplo, si lo que queremos como sociedad es que los individuos ahorren para su jubilación, la forma ideal para lograrlo es que las empresas tengan que abrir un plan de pensiones a todos sus trabajadores y destinar un porcentaje del sueldo a los mismos. Estos planes no serían obligatorios pero si el trabajador no quiere contratarlos o dedicar un porcentaje de su sueldo tendría que indicarlo explícitamente.

Cuando se realizan este tipo de intervenciones la mayoría de los trabajadores contratan el plan de pensiones. Es decir, un cambio de normativa, dejando completa libertad al individuo, logra aumentar la tasa de ahorro.

Por tanto, en lugar de seguir proponiendo educación financiera como solución hay que buscar nuevas inercias para la sociedad. Educar está muy bien, pero si el objetivo es cambiar comportamiento no estamos realizando lo correcto.

Risco da Falha da Internet


Você tenta usar seu cartão de crédito, mas ele não funciona. De fato, o cartão de crédito de ninguém funciona. Você tenta acessar alguns sites de notícias para descobrir o porquê, mas também não pode acessar nenhum deles. Nem mais ninguém. A compra de pânico ocorre. As pessoas esvaziam caixas eletrônicos de dinheiro. 

Esse tipo de colapso catastrófico da pan-internet é mais provável do que a maioria das pessoas imagina. 

Eu dirijo o Projeto Atlas da Internet na Universidade da Califórnia, Berkeley. Nosso objetivo é esclarecer os riscos de longo prazo para a Internet. Produzimos indicadores de pontos fracos e gargalos que ameaçam a estabilidade da Internet. 

Por exemplo, onde estão pontos de fragilidade na conectividade global de cabos. Cabos físicos sob o mar entregam 95% do tráfego de voz e dados da Internet. Mas alguns países, como Tonga, se conectam a apenas um outro país, tornando-os vulneráveis a ataques nos cabos. Outro exemplo é redes de entrega de conteúdo, que os sites usam para disponibilizar seu conteúdo prontamente para um grande número de usuários da Internet. Um interrupção na rede de entrega de conteúdo rapidamente em 8 de junho de 2021, cortou brevemente o acesso aos sites da Amazon, CNN, PayPal, Reddit, Spotify, The New York Times e o governo do Reino Unido. 

Fazemos medições em várias camadas da pilha tecnológica da Internet, de cabos a redes de entrega de conteúdo. Com essas medidas, identificamos pontos fracos na internet global. E a partir desses pontos fracos, construímos teorias que nos ajudam a entender quais partes da Internet estão em risco de interrupção, a quem essas interrupções afetarão e quão severamente e prever o que tornaria a Internet mais resiliente. 

Atualmente, a internet enfrenta dois perigos. De um lado, há a ameaça de consolidação total. O poder sobre a Internet tem se concentrado cada vez mais principalmente nas mãos de algumas organizações baseadas nos EUA. Por outro lado, há fragmentação. Tentativas de desafiar o status quo, particularmente por Rússia e China, ameaçar desestabilizar a internet globalmente. 

(...) Durante grande parte de sua história, a internet foi imperfeitamente, mas amplamente, aberta. O conteúdo pode ser acessado em qualquer lugar, através das fronteiras. Talvez essa abertura seja porque, e não apesar, do domínio dos EUA pela internet. 

Independentemente de essa teoria ser ou não, é improvável que o domínio dos EUA sobre a Internet persista. O status quo enfrenta desafios dos EUA adversários, isto é aliados históricos e seus próprias empresas domésticas de tecnologia Na ausência de ação, o mundo ficará com alguma mistura de potência e escaramuças descentralizadas e ad-hoc dos EUA. 

Fonte: aqui . Imagem aqui

O risco relatado acima deveria constar da análise de risco de algumas empresas, que dependem da internet para seus negócios. Um restaurante que só atende por aplicativo é uma situação onde o risco seria mais afetado que um restaurante que abre fisicamente para clientes. Mas mesmo no último caso, o restaurante irá depender da internet para receber pagamentos, por exemplo.

Empresas e Sociedade


Qual o papel de uma empresa? Não somente lucro, parece certo. Mas e o limite? Eis trechos de um artigo de Emily Stewart, As empresas não vão salvar a América:

Starbucks é uma espécie de banheiro da América. Em cidades como Nova York, onde estão os banheiros públicos são difíceis de encontrar, é o local de fato para parar e fazer xixi. Mike Bloomberg tentou configurar uma rede de banheiros públicos, quando ele era prefeito, uma vez supostamente encolheu os ombros que talvez “há Starbucks suficiente "para atender às necessidades de banheiro da cidade de qualquer maneira. Mas a Starbucks é um banheiro público imperfeito, porque fornecer um banheiro público não é o objetivo da Starbucks. Ela tentou no passado limitar suas instalações aos funcionários, ou, no mínimo, exigir que as pessoas que usam essas instalações comprem algo primeiro. Isso provou ser um sistema problemático depois que funcionários da Starbucks Philadelphia, em 2018, chamaram a polícia quando dois homens negros pediram para usar o banheiro, enquanto aguardavam um companheiro. (...)

A solução está longe de ser ideal. Mas em muitos lugares nos EUA, não há muitas alternativas imediatas. O governo falhou em atender a uma necessidade biológica muito básica e, portanto, uma empresa privada preenche parte da lacuna.

Em vários segmentos da vida americana, o setor privado começou a assumir tarefas grandes e pequenas que se poderia pensar que deveriam ser enfrentadas pelo setor público. (...)

Não é uma coisa ruim para marcas e empresas tentarem melhorar o mundo. Iniciar um negócio geralmente envolve identificar um problema a ser resolvido, e é muito melhor para as empresas ajudarem do que causar danos. A responsabilidade social corporativa é boa. Existem, no entanto, limites.

"É claro que queremos que as empresas sejam responsáveis", disse Suzanne Kahn, diretora administrativa de pesquisa e política do Instituto Roosevelt. Mas ela enfatizou que isso não constitui um plano de como organizar a sociedade. (...)

As empresas têm um motivo de lucro e, em última análise, são responsáveis perante os acionistas. Fazer o que é lucrativo geralmente não se alinha ao que é melhor para a maioria das pessoas e, quando fazem coisas boas, geralmente é porque sabem que isso funcionará bem com consumidores e trabalhadores. A Domino´s ajudou a encher alguns buracos porque era uma boa publicidade para clientes de pizzas, não porque esteja preocupada com o futuro das pontes e estradas da América. O problema é que a entidade que deveria estar dirigindo o ônibus nas pontes americanas está meio que dormindo ao volante.

O setor privado está invadindo cada vez mais o espaço do governo porque o governo está deixando muito espaço para começar. As empresas estão adotando soluções porque as soluções provenientes de funcionários e entidades públicas não estão funcionando ou são inexistentes.

(...) As empresas têm dinheiro e poder e as principais empresas multinacionais costumam ser as únicas entidades, além do governo, com influência para influenciar as forças da sociedade, diz Jerry Davis, professor de administração da Ross School of Business da Universidade de Michigan. "É muito claro que alguns dos problemas que queremos resolver vão aumentar, e esse é o tipo de escala que apenas um governo ou uma grande empresa pode realizar. E se não confiamos no governo para fazê-lo, isso deixa o Walmart e a Amazon ”, disse Davis.

(...) A visão cínica das empresas que atuam como uma força benevolente no mundo é que elas o farão apenas na medida em que de alguma forma beneficie seus resultados ou seja um bom marketing. Essa visão cínica às vezes é confirmada na realidade.

Veja o exemplo da internet. O governo deu às empresas privadas bilhões de dólares para tentar expandir o acesso à Internet de banda larga nos Estados Unidos e frequentemente dependia de passar por empresas de telecomunicações para expandir urbano e rural banda larga. Mas algumas empresas pegaram o dinheiro público sem cumprir a barganha, ou usou o apoio financeiro público para promover seus interesses financeiros privados. Ainda assim, milhões de americanos não têm internet rápida e confiável porque não é lucrativo para as empresas de telecomunicações chegarem a elas. Os americanos que vivem em áreas remotas ou de baixa renda não gerarão retorno do investimento.

E, no entanto, continuamos procurando empresas privadas para ajudar a resolver o problema de banda larga dos Estados Unidos, porque o governo não está lá para fazê-lo. O governo não pensa na internet da maneira que ela faz, digamos, na eletricidade - como em algo que todos deveriam ter. Dificilmente é o único exemplo de setor público cedendo território ou deixando para o setor privado tarefas que mentes razoáveis possam pensar que deveriam assumir. (...)

Foto: Regine Tholen

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Como são contratados os assassinos (vídeo)

A nova economia do crescimento não considera mais o meio ambiente externo à economia

Responsabilidade do auditor de identificação e detecção de uma distorção relevante das demonstrações financeiras devido a fraude difere das responsabilidades do auditor relacionadas a atos ilegais

Nas canções de sucesso, riqueza é sucesso e sucesso é sempre conquistado

Consumidores respondem a evidenciação voluntária de informação: o caso da caloria pelo Starbucks

16 outubro 2021

Central de Balanços é fortalecida

 Do site do CFC:

A partir desta quarta-feira (13/10), as empresas de capital fechado com receita bruta anual de até R$ 78 milhões poderão publicar seus atos societários na Central de Balanços do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) sem cobrança de taxas. A medida, estabelecida pela Portaria nº 12.071/2021, regulamenta a divulgação eletrônica das companhias de que trata a Lei Complementar nº 182/21, conhecida como o Marco Legal das Startups.

Com a nova legislação, as companhias fechadas enquadradas ficam desobrigadas de publicar suas demonstrações contábeis, relatórios de auditoria, atas ou quaisquer outros atos societários exigidos na Lei nº 6.404/1976 em diários oficiais e jornais de grande circulação.

Para o subsecretário de Política Microeconômica e Financiamento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Emmanuel Sousa de Abreu, além de tornar mais eficaz e transparente o processo de publicação de atos obrigatórios dessas companhias, a iniciativa promoverá uma significativa redução de despesas, visto que essas divulgações representavam um custo alto para essas empresas.

“A expectativa é que essa simplificação das formas de publicação desburocratize a atuação das empresas, dê maior transparência às publicações, e contribua para a melhoria do ambiente de negócios e a retomada do crescimento econômico”, afirmou Abreu.

O SPED – plataforma desenvolvida pelo Ministério da Economia – permitirá a emissão de documentos que comprovem a autenticidade, a inalterabilidade e a data de publicação dos atos, que contarão com assinatura eletrônica que utiliza certificado digital.

Há um ponto importante que o texto não mostrou: haverá um tendência de centralização das informações na Central de Balanços. Bom para quem faz "pesquisa", inclusive reguladores em busca de informações.

Foto: Scott Webb

Rir é o melhor remédio

 

Poderes psíquicos