27 junho 2020
Informação Contábil não perdeu relevância
Resumo:
We address how value relevance of accounting information evolved as the new economy developed. Prior research concludes accounting information—primarily earnings—has lost relevance. We consider more accounting amounts and find no decline in combined value relevance from 1962 to 2014. We assess evolution in each amount’s value relevance and find increases, most notably for amounts related to intangible assets, growth opportunities, and alternative performance measures, which are important in the new economy. The number of relevant amounts also increases. We also consider separately new economy, non-new economy profit, and non-new economy loss firms. The relevance trends are more pronounced for, but extend beyond, new economy firms. We base inferences on a non-parametric approach that automatically incorporates nonlinearities and interactions, thereby unconstraining the valuation relation. Taken together, our findings reveal a more nuanced, but not declining, relation between share price and accounting information that reflects the new economy.
Barth, Mary E. and Li, Ken and McClure, Charles, Evolution in Value Relevance of Accounting Information (August 22, 2019). Stanford University Graduate School of Business Research Paper No. 17-24. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2933197
We address how value relevance of accounting information evolved as the new economy developed. Prior research concludes accounting information—primarily earnings—has lost relevance. We consider more accounting amounts and find no decline in combined value relevance from 1962 to 2014. We assess evolution in each amount’s value relevance and find increases, most notably for amounts related to intangible assets, growth opportunities, and alternative performance measures, which are important in the new economy. The number of relevant amounts also increases. We also consider separately new economy, non-new economy profit, and non-new economy loss firms. The relevance trends are more pronounced for, but extend beyond, new economy firms. We base inferences on a non-parametric approach that automatically incorporates nonlinearities and interactions, thereby unconstraining the valuation relation. Taken together, our findings reveal a more nuanced, but not declining, relation between share price and accounting information that reflects the new economy.
Barth, Mary E. and Li, Ken and McClure, Charles, Evolution in Value Relevance of Accounting Information (August 22, 2019). Stanford University Graduate School of Business Research Paper No. 17-24. Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2933197
26 junho 2020
Perguntas e Respostas sobre a Wirecard
No dia 19 de junho nós postamos sobre o desaparecimento de dinheiro da empresa alemã Wirecard. No início do mês já tínhamos postado que a empresa seria um exemplo de contabilidade ruim. Nesta semana, uma série de eventos fez com que a Wirecard fosse um dos assuntos mais comentados (veja gráfico do Google Trends)
A seguir, um conjunto de perguntas e respostas sobre o caso
O que faz o escândalo da Wirecard ser tão comentado?
São vários os motivos. A empresa foi a primeira da Bolsa de Frankfurt a entrar em falência. Era um orgulho da Alemanha, sendo uma grande empresa. Mas talvez o que faz o escândalo ser comentado é como ocorreu: quase 2 bilhões de euros que a empresa afirmava existir em conta corrente em nome da empresa não existia. Geralmente esperamos que as manipulações aconteçam em ativos que são fáceis de serem manipulados e dinheiro em bancos não é o caso.
A empresa de auditoria errou?
A empresa responsável pela auditoria, a EY, afirma que ocorreu uma fraude sofisticada e que mesmo os procedimentos de auditoria não permitiram descobrir a fraude. Mas isto parece muito difícil de aceitar, já que existiam denúncias anteriores (por parte do Financial Times) e somente agora ela se pronunciou sobre o erro. Talvez tenha existido um problema de viés de confirmação por parte do auditor.
Como a gestão da Wirecard conseguiu fazer tantas pessoas de bobo?
Esta é uma questão mais complicada. Mas o apoio incisivo do regulador alemão, quando surgiram as primeiras denúncias, tem um papel muito importante. O fato de que para algumas pessoas, a denúncia de um jornal, nos dias atuais, é considerada “manipulação” e “distorção” talvez ajude a explicar. Finalmente, sendo negociada na bolsa e tendo entregue resultado nos anos anteriores, a empresa estava acima de qualquer suspeita.
O que deve acontecer agora?
A empresa possui dívidas de 4 bilhões de dólares. Os financiadores deverão ter perda total deste empréstimo. O responsável foi preso, mas pagou 5 milhões de euros para responder em liberdade o processo. Acredito que deva sobrar para o regulador alemão, que agiu protegendo a empresa. A EY talvez saia do escândalo com um pequena multa. A Comunidade Europeia já começou a investigar o caso
Como isto pode prejudicar a contabilidade?
A palavra contabilidade está sendo colocada junto da palavra escândalo. Haverá uma perda de reputação, assim como ocorreu com outros escândalos. E novamente com a forma como o mundo criou o mecanismo de certificação da qualidade da informação, que parece que precisa ser revisto - mas que provavelmente não será.
A seguir, um conjunto de perguntas e respostas sobre o caso
O que faz o escândalo da Wirecard ser tão comentado?
São vários os motivos. A empresa foi a primeira da Bolsa de Frankfurt a entrar em falência. Era um orgulho da Alemanha, sendo uma grande empresa. Mas talvez o que faz o escândalo ser comentado é como ocorreu: quase 2 bilhões de euros que a empresa afirmava existir em conta corrente em nome da empresa não existia. Geralmente esperamos que as manipulações aconteçam em ativos que são fáceis de serem manipulados e dinheiro em bancos não é o caso.
A empresa de auditoria errou?
A empresa responsável pela auditoria, a EY, afirma que ocorreu uma fraude sofisticada e que mesmo os procedimentos de auditoria não permitiram descobrir a fraude. Mas isto parece muito difícil de aceitar, já que existiam denúncias anteriores (por parte do Financial Times) e somente agora ela se pronunciou sobre o erro. Talvez tenha existido um problema de viés de confirmação por parte do auditor.
Como a gestão da Wirecard conseguiu fazer tantas pessoas de bobo?
Esta é uma questão mais complicada. Mas o apoio incisivo do regulador alemão, quando surgiram as primeiras denúncias, tem um papel muito importante. O fato de que para algumas pessoas, a denúncia de um jornal, nos dias atuais, é considerada “manipulação” e “distorção” talvez ajude a explicar. Finalmente, sendo negociada na bolsa e tendo entregue resultado nos anos anteriores, a empresa estava acima de qualquer suspeita.
O que deve acontecer agora?
A empresa possui dívidas de 4 bilhões de dólares. Os financiadores deverão ter perda total deste empréstimo. O responsável foi preso, mas pagou 5 milhões de euros para responder em liberdade o processo. Acredito que deva sobrar para o regulador alemão, que agiu protegendo a empresa. A EY talvez saia do escândalo com um pequena multa. A Comunidade Europeia já começou a investigar o caso
Como isto pode prejudicar a contabilidade?
A palavra contabilidade está sendo colocada junto da palavra escândalo. Haverá uma perda de reputação, assim como ocorreu com outros escândalos. E novamente com a forma como o mundo criou o mecanismo de certificação da qualidade da informação, que parece que precisa ser revisto - mas que provavelmente não será.
25 junho 2020
Preço de um livro
Ok, o livro é bom. Na verdade, é um dos melhores livros de contabilidade. Mas 7 mil reais pela obra (além de 89 reais de frete) não é um pouco de exagero?
Imparidade em Portugal
O Banco de Portugal publicou esta quarta-feira o Relatório de Estabilidade Financeira de junho de 2020 onde aborda os riscos financeiros e macroeconómicos e que no caso concreto foram acentuados pela pandemia Covid-19.
Apesar da melhoria da rentabilidade dos bancos nos últimos anos é esperado um aumento das perdas por imparidade em resultado da acentuada degradação das perspetivas macroeconómicas, diz o banco central. Para mitigar este impacto está o facto do sistema bancário português ter aumentado os seus níveis de capital e de liquidez e ter adoptado uma estrutura de financiamento mais estável, com rácios de transformação mais baixos, o que significa que se financiam mais através de depósitos.
No ano passado o rácio de crédito non-performing continuou a baixar, “mas a sua evolução nos próximos anos surge condicionada pelo contexto macroeconómico muito adverso”, avisa o BdP.
“Estamos a convergir com o rácio de NPL da área do euro, sobretudo no rácio bruto. No NPL líquido de imparidades estamos 2 pontos percentuais acima da área do euro”, segundo o BdP.
Mas como factor negativo na comparacão com a Europa, surge o rácio de malparado das empresas que está nos 12,3%. Nos particulares é de apenas 3,7%.
No segundo trimestre de 2020, as instituições antecipam um aumento da restritividade nos empréstimos, com menor intensidade nas empresas. As instituições esperam um aumento da procura de crédito por parte das empresas não financeiras e uma redução no segmento dos particulares.
Na sequência da crise verificou-se uma evolução diferenciada das novas operações de crédito. O crédito ao consumo caiu muito com a Covid-19, o crédito à habitação desacelerou e o crédito a empresas aumentou.
“A adoção de medidas de apoio à liquidez das empresas é vital, quer numa perspetiva de curto-prazo, quer para o processo de recuperação da economia, mas medidas de reforço de capital poderão a vir a ser necessarias”, diz o BdP, ao mesmo tempo que alerta que o apoio deve srr prestado a empresas viáveis e não a empresas zoombie, com muita dívida e sem capacidade de investimento.
“A crise pandémica criou uma situação de incerteza exacerbada, particularmente desafiante para a estabilidade financeira e não está diretamente relacionado com a acumulação prévia de desequilíbrios macroeconómicos e financeiros”, diz o BdP.
A contração da atividade económica deverá condicionar negativamente a evolução do mercado imobiliário, com consequências para os bancos, mas o facto de apenas cerca de 11% da carteira de crédito à habitação apresentar um rácio de loan-to-value acima de 80% o que atua como mitigante.
O BdP salienta um factor de incerteza indexado à duração da crise económica. Sendo que o apoio do BCE aqui também ajuda porque está a dar liquidez a investidores internacionais que normalmente investem no imobiliário.
Esta crise é exógena ao setor financeiro e não está relacionada com a acumulação prévia de desiquilibrios macroeconómicos, ou com acumulação de malparado.
O Banco de Portugal destaca a baixa taxa de poupança nacional como uma das maiores vulnerabilidades, apesar do endividamento dos particulares estar a baixar, sobretudo nas pessoas de baixos rendimentos.
A baixa poupança também explica que não tenha acontecido o que se verificiu noutros países do euro, de um aumento da importância dos Fundos de Investimento que normalmente movem mercados.
Ao contrário de outros setores, o sistema financeiro europeu continua a registar uma desvalorização forte nos mercados financeiros, o que significa que as bolsas estão a antever dificuldades futuras para o setor bancário.
O Banco de Portugal destaca que o aumento de endividamento das administrações públicas poderá colocar uma pressão adicional sobre o sistema bancário, especialmente num contexto de recuperação lenta da economia, não obstante o efeito mitigador das medidas de política monetária.
O supervisor destaca a exposição do setor bancário português a títulos de dívida pública, em percentagem do ativo, que apesar de alto, tem estado a descer.
O choque associado à pandemia assumiu uma natureza assimétrica nos diferentes setores de atividade, constata o BdP. “Observam-se situações de vulnerabilidade de liquidez e de capital em empresas de setores de atividade mais sensíveis aos efeitos da pandemia, incluindo em setores com um peso significativo na carteira de crédito dos bancos”.
Sobre as moratórias de crédito, consequência imediata do encerramento da economia, o BdP revelou que o crédito associado aos regimes de moratória soma 39 mil milhões de euros, entre moratórias públicas e privadas que representa 22% do total da carteira. Sendo que as moratórias pesam 30% do total da carteira, no que toca a crédito a empresas e 17% no que se refere a crédito a particulares (entre moratórias ao abrigo da lei do Estado e moratórias ao abrigo do protocolo APB).
Mas o Banco de Portugal defende que as moratórias não são um indicador avançado de NPL.
A crise refletiu-se também na descida abrupta do preço do petróleo o que coloca uma pressão adicional sobre as economias exportadoras destas matérias-primas e aumentando o risco de contraparte para os agentes económicos com exposição relevante a estas economias.
O Banco de Portugal prevê um novo equilíbrio numa economia menos global, mas mais digital e sustentável, e alerta para o ciber-risco que aumentará inevitavelmente.
A pandemia exigiu um esforço adicional por parte do supervisor e dos supervisionados para assegurar um adequado acompanhamento dos riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo potenciados pela crise sanitária.
O Banco de Portugal tomou medidas. Flexibilizou a aceitação dos planos de conservação de capital das instituições menos significativas que decidam operar temporariamente abaixo do guidance do Pilar 2 e do requisito de reserva combinada.
A reposição dessas almofadas, após crise, não será imediata, haverá um período de tempo para essa reposição. Esse horizonte temporal ainda não está definido.
Estas instituições podem também operar com níveis de liquidez inferiores ao requisito.
Estas medidas foram originariamente aplicadas pelo BCE para bancos com dimensão significativa.
O impacto em fundos próprios totais, das medidas macro e microprudenciais, do requisito combinado de reserva e ainda da reserva voluntária representam cerca de 13 mil milhões de euros (equivalente a 7,1% dos ativos ponderados pelo risco), diz o BdP.
O banco central também, em resposta à Covid, manteve a reserva contracíclica em 0% do montante total das posições de risco e adiamento, por um ano, do período de implementação gradual da reserva de O-SII (outras instituições de importância sistemática). Este é o momento de não acionar a reserva contraciclica.
O BdP reavaliou a recomendação prudencial de forma a assegurar, no curto prazo, liquidez às famílias e às empresas, continuando a ancorar os critérios e concessão de crédito no médio e longo prazo: dispensa dos novos créditos pessoais com maturidades até 2 anos e devidamente identificados como destinados a mitigar situações de insuficiência temporária de liquidez por parte das famílias do cumprimento no limite do rácio de DSTI (taxa de esforço) e do pagamento regular de capital e juros.
O banco central procedeu também à alteração à recomendação macroprudencial relativa à redução da maturidade máxima do crédito pessoal e diminuição das exceções ao limite do rácio DSTI (debt service-to-income).
Fonte: Aqui
Apesar da melhoria da rentabilidade dos bancos nos últimos anos é esperado um aumento das perdas por imparidade em resultado da acentuada degradação das perspetivas macroeconómicas, diz o banco central. Para mitigar este impacto está o facto do sistema bancário português ter aumentado os seus níveis de capital e de liquidez e ter adoptado uma estrutura de financiamento mais estável, com rácios de transformação mais baixos, o que significa que se financiam mais através de depósitos.
No ano passado o rácio de crédito non-performing continuou a baixar, “mas a sua evolução nos próximos anos surge condicionada pelo contexto macroeconómico muito adverso”, avisa o BdP.
“Estamos a convergir com o rácio de NPL da área do euro, sobretudo no rácio bruto. No NPL líquido de imparidades estamos 2 pontos percentuais acima da área do euro”, segundo o BdP.
Mas como factor negativo na comparacão com a Europa, surge o rácio de malparado das empresas que está nos 12,3%. Nos particulares é de apenas 3,7%.
No segundo trimestre de 2020, as instituições antecipam um aumento da restritividade nos empréstimos, com menor intensidade nas empresas. As instituições esperam um aumento da procura de crédito por parte das empresas não financeiras e uma redução no segmento dos particulares.
Na sequência da crise verificou-se uma evolução diferenciada das novas operações de crédito. O crédito ao consumo caiu muito com a Covid-19, o crédito à habitação desacelerou e o crédito a empresas aumentou.
“A adoção de medidas de apoio à liquidez das empresas é vital, quer numa perspetiva de curto-prazo, quer para o processo de recuperação da economia, mas medidas de reforço de capital poderão a vir a ser necessarias”, diz o BdP, ao mesmo tempo que alerta que o apoio deve srr prestado a empresas viáveis e não a empresas zoombie, com muita dívida e sem capacidade de investimento.
“A crise pandémica criou uma situação de incerteza exacerbada, particularmente desafiante para a estabilidade financeira e não está diretamente relacionado com a acumulação prévia de desequilíbrios macroeconómicos e financeiros”, diz o BdP.
A contração da atividade económica deverá condicionar negativamente a evolução do mercado imobiliário, com consequências para os bancos, mas o facto de apenas cerca de 11% da carteira de crédito à habitação apresentar um rácio de loan-to-value acima de 80% o que atua como mitigante.
O BdP salienta um factor de incerteza indexado à duração da crise económica. Sendo que o apoio do BCE aqui também ajuda porque está a dar liquidez a investidores internacionais que normalmente investem no imobiliário.
Esta crise é exógena ao setor financeiro e não está relacionada com a acumulação prévia de desiquilibrios macroeconómicos, ou com acumulação de malparado.
O Banco de Portugal destaca a baixa taxa de poupança nacional como uma das maiores vulnerabilidades, apesar do endividamento dos particulares estar a baixar, sobretudo nas pessoas de baixos rendimentos.
A baixa poupança também explica que não tenha acontecido o que se verificiu noutros países do euro, de um aumento da importância dos Fundos de Investimento que normalmente movem mercados.
Ao contrário de outros setores, o sistema financeiro europeu continua a registar uma desvalorização forte nos mercados financeiros, o que significa que as bolsas estão a antever dificuldades futuras para o setor bancário.
O Banco de Portugal destaca que o aumento de endividamento das administrações públicas poderá colocar uma pressão adicional sobre o sistema bancário, especialmente num contexto de recuperação lenta da economia, não obstante o efeito mitigador das medidas de política monetária.
O supervisor destaca a exposição do setor bancário português a títulos de dívida pública, em percentagem do ativo, que apesar de alto, tem estado a descer.
O choque associado à pandemia assumiu uma natureza assimétrica nos diferentes setores de atividade, constata o BdP. “Observam-se situações de vulnerabilidade de liquidez e de capital em empresas de setores de atividade mais sensíveis aos efeitos da pandemia, incluindo em setores com um peso significativo na carteira de crédito dos bancos”.
Sobre as moratórias de crédito, consequência imediata do encerramento da economia, o BdP revelou que o crédito associado aos regimes de moratória soma 39 mil milhões de euros, entre moratórias públicas e privadas que representa 22% do total da carteira. Sendo que as moratórias pesam 30% do total da carteira, no que toca a crédito a empresas e 17% no que se refere a crédito a particulares (entre moratórias ao abrigo da lei do Estado e moratórias ao abrigo do protocolo APB).
Mas o Banco de Portugal defende que as moratórias não são um indicador avançado de NPL.
A crise refletiu-se também na descida abrupta do preço do petróleo o que coloca uma pressão adicional sobre as economias exportadoras destas matérias-primas e aumentando o risco de contraparte para os agentes económicos com exposição relevante a estas economias.
O Banco de Portugal prevê um novo equilíbrio numa economia menos global, mas mais digital e sustentável, e alerta para o ciber-risco que aumentará inevitavelmente.
A pandemia exigiu um esforço adicional por parte do supervisor e dos supervisionados para assegurar um adequado acompanhamento dos riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo potenciados pela crise sanitária.
O Banco de Portugal tomou medidas. Flexibilizou a aceitação dos planos de conservação de capital das instituições menos significativas que decidam operar temporariamente abaixo do guidance do Pilar 2 e do requisito de reserva combinada.
A reposição dessas almofadas, após crise, não será imediata, haverá um período de tempo para essa reposição. Esse horizonte temporal ainda não está definido.
Estas instituições podem também operar com níveis de liquidez inferiores ao requisito.
Estas medidas foram originariamente aplicadas pelo BCE para bancos com dimensão significativa.
O impacto em fundos próprios totais, das medidas macro e microprudenciais, do requisito combinado de reserva e ainda da reserva voluntária representam cerca de 13 mil milhões de euros (equivalente a 7,1% dos ativos ponderados pelo risco), diz o BdP.
O banco central também, em resposta à Covid, manteve a reserva contracíclica em 0% do montante total das posições de risco e adiamento, por um ano, do período de implementação gradual da reserva de O-SII (outras instituições de importância sistemática). Este é o momento de não acionar a reserva contraciclica.
O BdP reavaliou a recomendação prudencial de forma a assegurar, no curto prazo, liquidez às famílias e às empresas, continuando a ancorar os critérios e concessão de crédito no médio e longo prazo: dispensa dos novos créditos pessoais com maturidades até 2 anos e devidamente identificados como destinados a mitigar situações de insuficiência temporária de liquidez por parte das famílias do cumprimento no limite do rácio de DSTI (taxa de esforço) e do pagamento regular de capital e juros.
O banco central procedeu também à alteração à recomendação macroprudencial relativa à redução da maturidade máxima do crédito pessoal e diminuição das exceções ao limite do rácio DSTI (debt service-to-income).
Fonte: Aqui
24 junho 2020
Evento do Iasb em Língua portuguesa
O Iasb anunciou um webinar em língua portuguesa para discutir um draft relacionado com "combinações de negócios - evidenciação, goodwill e recuperabilidade". Irá ocorrer em 7 julho de 2020, as 3:00 pm BST ou 11 horas no horário de Brasília. O evento será com Tadeu Cendon, membro do Board, e Gustavo Olinda.
A duração é em torno de 45 minutos
Mais informações aqui
A duração é em torno de 45 minutos
Mais informações aqui
Os melhores ratings
Como o Canadá perdeu a nota mais alta da Fitch, agora só temos dez países com as notas máximas. Eis a lista:
Alemanha
Austrália
Cingapura
Dinamarca
Finlândia
Holanda
Luxemburgo
Noruega
Suécia
Suíça
Alemanha
Austrália
Cingapura
Dinamarca
Finlândia
Holanda
Luxemburgo
Noruega
Suécia
Suíça
Percepçoes sobre o Coronavirus e Ansiedade Econômica
Resumo:
We provide one of the first systematic assessments of the development and determinants of economic anxiety at the onset of the coronavirus pandemic. Using a global dataset on internet searches and two representative surveys from the US, we document a substantial increase in economic anxiety during and after the arrival of the coronavirus. We also document a large dispersion in beliefs about the pandemic risk factors of the coronavirus, and demonstrate that these beliefs causally affect individuals’ economic anxieties. Finally, we show that individuals’ mental models of infectious disease spread understate non-linear growth and shape the extent of economic anxiety.
Fonte: Coronavirus Perceptions and Economic Anxiety" forthcoming at the Review of Economics and Statistics
We provide one of the first systematic assessments of the development and determinants of economic anxiety at the onset of the coronavirus pandemic. Using a global dataset on internet searches and two representative surveys from the US, we document a substantial increase in economic anxiety during and after the arrival of the coronavirus. We also document a large dispersion in beliefs about the pandemic risk factors of the coronavirus, and demonstrate that these beliefs causally affect individuals’ economic anxieties. Finally, we show that individuals’ mental models of infectious disease spread understate non-linear growth and shape the extent of economic anxiety.
Fonte: Coronavirus Perceptions and Economic Anxiety" forthcoming at the Review of Economics and Statistics
Rir é o melhor remédio
Como ganhar um milhão de views em 3 dias. Isto que é otimismo: 2 anos depois, 7 views. E existe mesmo no youtube.
23 junho 2020
Novo auditor na GE
Algo surpreendente aconteceu no mundo da auditoria. Depois de 110 anos, a empresa General Electric anunciou que seu auditor não será mais a KPMG. Em 2018, um grande número de acionista votou contra a continuidade da KPMG na General Electric, depois de uma série de "problemas".
Entre 2015 a 2019, a KPMG recebeu 514 milhões de dólares para fazer trabalho de auditoria e outros na GE.
A mudança foi considerada uma sinalização para o mercado que as coisas estão mudando na GE. A Deloitte irá assumir o lugar. A KPMG deverá ainda auditar as demonstrações até o final deste ano.
Aqui um apanhado das postagens sobre o assunto no blog.
Entre 2015 a 2019, a KPMG recebeu 514 milhões de dólares para fazer trabalho de auditoria e outros na GE.
A mudança foi considerada uma sinalização para o mercado que as coisas estão mudando na GE. A Deloitte irá assumir o lugar. A KPMG deverá ainda auditar as demonstrações até o final deste ano.
Aqui um apanhado das postagens sobre o assunto no blog.
Vítima ou Ré?
A Exame publicou um texto sobre um possível derrota da Petrobras em uma contenda de arbitragem. Os detalhes do assunto estão no início do texto. O negrito é do blog. A segunda parte é mais uma discussão sobre a questão da arbitragem. A empresa sempre afirmou ser vítima da corrupção e isto ajudou a "purificar" seus pecados. A arbitragem parece não reconhecer isto.
Maio vai entrar para a história do mercado de capitais brasileiro. As fundações Petros e Previ ganharam, em disputa na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), uma ação de ressarcimento contra a Petrobras em razão da Operação Lava-Jato. Trata-se da primeira indenização a investidores no Brasil por perdas com ações devido à má conduta da companhia definida em arbitragem. A decisão é do dia 27 do mês passado. Disputas na CAM são sigilosas e o assunto está sendo tratado com discrição adicional. Ainda não foram definidos os valores que a Petrobras deve pagar e, por enquanto, a estatal não comunicou ao mercado a vitória dos fundos de pensão no caso. O tribunal arbitral, conforme o EXAME In, apurou, estabeleceu alguns parâmetros.
A Petrobras, conforme pessoas próximas ao tema, consultou diversos juristas e prepara-se para ir à Justiça para tentar reverter o entendimento da CAM, que pertence à B3. O prazo regulamentar para isso é de 90 dias a contar da decisão. Esse seria o motivo de a companhia não ter informado ao mercado a respeito do assunto, por acreditar na elevada possibilidade de “anulação” do resultado da disputa. Consultada, a estatal limitou-se a informar, por meio de sua assessoria de imprensa: “A sentença parcial mencionada na matéria é confidencial, não encerra a arbitragem e tampouco determina o pagamento de valores pela Petrobras. Essa sentença parcial não altera o que a Petrobras já vem comunicando ao mercado sobre o assunto”.
A Lei de Arbitragem no Brasil (9.307/96) prevê que “o árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”. Segundo a legislação, a decisão arbitral é irrecorrível, a menos em casos de vícios no processo, como impedimento da defesa — o que torna muito rara a situação de revisão do mérito.
A dificuldade de os investidores obterem ressarcimento é recorrentemente apontada como uma das fraquezas do mercado brasileiro de capitais. A questão fica mais grave quando envolve uma companhia listada na bolsa de Nova York e os estrangeiros conseguem ser recompensados mais facilmente lá, o que cria uma distorção no tratamento dos acionistas das duas jurisdições.
Os problemas no Brasil combinam lentidão do sistema judiciário com falta de especialização (pano de fundo da criação da CAM há 20 anos), ausência de um modelo simples para ações coletivas e ainda a própria estrutura da Lei das Sociedades por Ações, que pressupõe as empresas como vítimas da má conduta de seus administradores e controladores, e não como autoras, ou seja, como rés.
Somente na CAM, a Petrobras é alvo de mais quatro ações em busca de indenização. E há ainda processos semelhantes na Holanda e na Argentina. Os questionamentos têm paralelo na ação de classe movida nos Estados Unidos em razão dos escândalos de corrupção relacionados à Operação Lava-Jato.
Nos Estados Unidos, a Petrobras desembolsou nada menos do que 2,95 bilhões de dólares em acordos para encerrar as contendas antes que fossem a julgamento. Em dinheiro de hoje, isso é nada menos do que quase 15 bilhões de reais.
O caso da estatal foi agravado porque a companhia realizou, em 2010, a maior oferta de ações do mundo até aquele momento, de 120 bilhões de reais — a petroleira saudita Saudi Aranco [sic] ainda nem sonhava com seu IPO. Na prática, a Petrobras captou recursos dos investidores enquanto a corrupção ocorria de forma desmedida em seus contratos. Além disso, a empresa aprovava investimentos que não tinham nenhuma perspectiva de retorno e, ao mesmo tempo, se comprometia com limites de alavancagem financeira que sabia que não poderia cumprir.
Entre os questionamentos ainda pendentes de decisão na CAM, estão a ação conhecida como “dos 1.500”, em que diversos investidores institucionais querem ser recompensados por suas perdas, e a primeira iniciativa de uma arbitragem coletiva, movida por uma associação, a Aidmin. Os pleitos são os mesmos da discussão das fundações, mas a vitória da Petros e da Previ não se aplica aos demais processos.
Coleção de coletivas
A CAM tem hoje três ações coletivas de ressarcimento para investidores em teste. Além da Petrobras, são alvo de pedidos de indenização a mineradora Vale, pelo desastre de Brumadinho e a forma como lidou com as informações sobre os riscos antes do rompimento da barragem, e a resseguradora IRB, pelas discussões a respeito de sua contabilidade. Tanto Vale como IRB também são alvo de ações de ressarcimento individuais na CAM.
A proposta da arbitragem coletiva é muito parecida à ação de classe americana — e nunca foi testada por aqui. As iniciativas são feitas em nome de um grupo que fica aberto a adesões. Normalmente, de investidores que possuíam ação no período da conduta alvo de questionamento, em janela que vai ser definida pelo próprio tribunal arbitral.
A discussão desse modelo no Brasil ganhou força porque o Novo Mercado e o Nível 2 de governança estabelecem, em regulamento, que o ambiente para discussões societárias é a CAM, e não o Judiciário.
Os argumentos dos casos são sempre muito semelhantes — como ocorre com as ações de classe americanas, quase sempre concentradas no debate sobre a qualidade das informações divulgadas ao mercado. O escritório de Modesto Carvalhosa é o autor das três iniciativas coletivas e da maioria das individuais também.
A tese jurídica adotada para solicitar indenização combina obrigações de compensação de prejuízos previstas no Código de Processo Civil com a regulação do mercado, Lei das Sociedades por Ações e regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O modelo, chamado de class arbitration, está em debate em diversos outros países. Mas as iniciativas no Brasil estão despertando atenção. Nesta semana, é a discussão central de um evento virtual coordenado pelo Ministério da Economia, mais CVM, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Embora a adoção de um modelo de arbitragem obrigatória para Novo Mercado tenha sido comemorada lá atrás, o tempo vem trazendo críticas para essa saída. Além de ser um sistema caro para o investidor, a sistematização de um questionamento coletivo é ainda mais desafiadora do que na Justiça. A organização fica prejudicada com o fato de as disputas serem sigilosas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vem buscando formas de facilitar a organização de investidores.
Maio vai entrar para a história do mercado de capitais brasileiro. As fundações Petros e Previ ganharam, em disputa na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), uma ação de ressarcimento contra a Petrobras em razão da Operação Lava-Jato. Trata-se da primeira indenização a investidores no Brasil por perdas com ações devido à má conduta da companhia definida em arbitragem. A decisão é do dia 27 do mês passado. Disputas na CAM são sigilosas e o assunto está sendo tratado com discrição adicional. Ainda não foram definidos os valores que a Petrobras deve pagar e, por enquanto, a estatal não comunicou ao mercado a vitória dos fundos de pensão no caso. O tribunal arbitral, conforme o EXAME In, apurou, estabeleceu alguns parâmetros.
A Petrobras, conforme pessoas próximas ao tema, consultou diversos juristas e prepara-se para ir à Justiça para tentar reverter o entendimento da CAM, que pertence à B3. O prazo regulamentar para isso é de 90 dias a contar da decisão. Esse seria o motivo de a companhia não ter informado ao mercado a respeito do assunto, por acreditar na elevada possibilidade de “anulação” do resultado da disputa. Consultada, a estatal limitou-se a informar, por meio de sua assessoria de imprensa: “A sentença parcial mencionada na matéria é confidencial, não encerra a arbitragem e tampouco determina o pagamento de valores pela Petrobras. Essa sentença parcial não altera o que a Petrobras já vem comunicando ao mercado sobre o assunto”.
A Lei de Arbitragem no Brasil (9.307/96) prevê que “o árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”. Segundo a legislação, a decisão arbitral é irrecorrível, a menos em casos de vícios no processo, como impedimento da defesa — o que torna muito rara a situação de revisão do mérito.
A dificuldade de os investidores obterem ressarcimento é recorrentemente apontada como uma das fraquezas do mercado brasileiro de capitais. A questão fica mais grave quando envolve uma companhia listada na bolsa de Nova York e os estrangeiros conseguem ser recompensados mais facilmente lá, o que cria uma distorção no tratamento dos acionistas das duas jurisdições.
Os problemas no Brasil combinam lentidão do sistema judiciário com falta de especialização (pano de fundo da criação da CAM há 20 anos), ausência de um modelo simples para ações coletivas e ainda a própria estrutura da Lei das Sociedades por Ações, que pressupõe as empresas como vítimas da má conduta de seus administradores e controladores, e não como autoras, ou seja, como rés.
Somente na CAM, a Petrobras é alvo de mais quatro ações em busca de indenização. E há ainda processos semelhantes na Holanda e na Argentina. Os questionamentos têm paralelo na ação de classe movida nos Estados Unidos em razão dos escândalos de corrupção relacionados à Operação Lava-Jato.
Nos Estados Unidos, a Petrobras desembolsou nada menos do que 2,95 bilhões de dólares em acordos para encerrar as contendas antes que fossem a julgamento. Em dinheiro de hoje, isso é nada menos do que quase 15 bilhões de reais.
O caso da estatal foi agravado porque a companhia realizou, em 2010, a maior oferta de ações do mundo até aquele momento, de 120 bilhões de reais — a petroleira saudita Saudi Aranco [sic] ainda nem sonhava com seu IPO. Na prática, a Petrobras captou recursos dos investidores enquanto a corrupção ocorria de forma desmedida em seus contratos. Além disso, a empresa aprovava investimentos que não tinham nenhuma perspectiva de retorno e, ao mesmo tempo, se comprometia com limites de alavancagem financeira que sabia que não poderia cumprir.
Entre os questionamentos ainda pendentes de decisão na CAM, estão a ação conhecida como “dos 1.500”, em que diversos investidores institucionais querem ser recompensados por suas perdas, e a primeira iniciativa de uma arbitragem coletiva, movida por uma associação, a Aidmin. Os pleitos são os mesmos da discussão das fundações, mas a vitória da Petros e da Previ não se aplica aos demais processos.
Coleção de coletivas
A CAM tem hoje três ações coletivas de ressarcimento para investidores em teste. Além da Petrobras, são alvo de pedidos de indenização a mineradora Vale, pelo desastre de Brumadinho e a forma como lidou com as informações sobre os riscos antes do rompimento da barragem, e a resseguradora IRB, pelas discussões a respeito de sua contabilidade. Tanto Vale como IRB também são alvo de ações de ressarcimento individuais na CAM.
A proposta da arbitragem coletiva é muito parecida à ação de classe americana — e nunca foi testada por aqui. As iniciativas são feitas em nome de um grupo que fica aberto a adesões. Normalmente, de investidores que possuíam ação no período da conduta alvo de questionamento, em janela que vai ser definida pelo próprio tribunal arbitral.
A discussão desse modelo no Brasil ganhou força porque o Novo Mercado e o Nível 2 de governança estabelecem, em regulamento, que o ambiente para discussões societárias é a CAM, e não o Judiciário.
Os argumentos dos casos são sempre muito semelhantes — como ocorre com as ações de classe americanas, quase sempre concentradas no debate sobre a qualidade das informações divulgadas ao mercado. O escritório de Modesto Carvalhosa é o autor das três iniciativas coletivas e da maioria das individuais também.
A tese jurídica adotada para solicitar indenização combina obrigações de compensação de prejuízos previstas no Código de Processo Civil com a regulação do mercado, Lei das Sociedades por Ações e regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O modelo, chamado de class arbitration, está em debate em diversos outros países. Mas as iniciativas no Brasil estão despertando atenção. Nesta semana, é a discussão central de um evento virtual coordenado pelo Ministério da Economia, mais CVM, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Embora a adoção de um modelo de arbitragem obrigatória para Novo Mercado tenha sido comemorada lá atrás, o tempo vem trazendo críticas para essa saída. Além de ser um sistema caro para o investidor, a sistematização de um questionamento coletivo é ainda mais desafiadora do que na Justiça. A organização fica prejudicada com o fato de as disputas serem sigilosas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vem buscando formas de facilitar a organização de investidores.
22 junho 2020
Provas estruturadas
Em geral na linguagem matemática a apresentação da dedução de uma fórmula é realizada através dos procedimentos que quem já leu um livro de cálculo já sabe, geralmente terminando com um QED.
Uma abordagem mais elegante, proposta por Lamport, é a prova estruturada. Se você não quiser perder tempo com alguns passos, basta passar pelo passo correspondente. Se quiser estudar mais detalhadamente, você pode abrir cada passo para ver o que foi feito.
O Godel defendeu esta ideia em uma postagem bem interessante que pode ser lida aqui. Outro texto, publicado no site Medium, divulgou a visão de Lamport de maneira bem didática.
Contabilidade - percebo que temos uma carência na pesquisa de modelagem (com provas, teoremas etc), mesmo tendo sua origem na matemática. Quem seja útil no futuro da contabilidade.
Fraude Contábil
Detecting and preventing accounting fraud is a concern for many policymakers around the world. This column presents a framework that incorporates machine learning techniques to detect and forecast fraudulent behaviour by firms when reporting financial information. The framework relies on a larger set of firm information to achieve better detection performance and, unlike previous frameworks, provides forecasts for potential future accounting fraud.
Fonte: aqui
Como os autores falam no texto: fraude contábil é igual procurar uma agulha em um palheiro. Por coincidência tinha esbarrado na pesquisa dos autores como um working paper e agora esta exposição mais didática.
Fonte: aqui
Como os autores falam no texto: fraude contábil é igual procurar uma agulha em um palheiro. Por coincidência tinha esbarrado na pesquisa dos autores como um working paper e agora esta exposição mais didática.
Desenvolvimento recente em sustentabilidade e relato integrado
Eis uma listagem de recentes desenvolvimentos na área de sustentabilidade e relato integrado.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que tanto os investidores quanto o mercado está ignorando o risco do clima nos relatórios.
O Climate Disclosure Standards Board (CDSB) apresentou um relatório denominado Falling Short? analisando a evidenciação das 50 maiores empresas com ações negociadas na bolsa da Europa, com respeito a questão ambiental. Há melhorias em relação ao ano de 2018. A mesma entidade lançou uma listagem do que fazer para assegurar divulgação adequada.
O Global Reporting Initiative (GRI) emitiu um novo padrão, denominado GRI 306: Waste 2020 sobre resíduos gerados na cadeia de valor. A mesma entidade emitiu Linking the SDGs and the GRI Standards que faz um mapeamento dos documentos do GRI. Também o GRI publicou o relatório Using Corporate Reporting to Strengthen Sustainable Development Goals com recomendações para os governos e outras entidades públicas.
Um documento com as orientações das bolsas de valores sobre a questão da sustentabilidade foi lançado pela United Nations Sustainable Stock Exchanges.
O Comitê de Supervisão Bancária de Basileia emitiu um relatório sobre riscos financeiros relacionados ao clima.
Já a entidade responsável pelo Relatório Integrado, o International Integrated Reporting Council, publicou um documento denominado Building Consensus Towards a Global System. O documento diz respeito ao ano de 2019.
O governo alemão, através do Ministério da Justiça, nomeou um Comitê de Normas Contábeis (ASCG) para analisar os relatórios não financeiros.
O ISAR, vinculado as Nações Unidas, promoveu um seminário sobre relatórios de sustentabilidade.
O Japan Exchange Group (JPX) publicou um manual para empresas que pretendem trabalhar com o assunto.
Listagem compilada pela Deloitte
21 junho 2020
Corrupção e pobreza
Segundo Alejandro Chafuen, na Forbes, é a corrupção a grande causa da pobreza, não a globalização. O artigo é do início do ano, mais ainda vale a pena a leitura:
Esses índices estão melhorando a cada ano. Ainda são imagens imperfeitas da realidade, mas nos permitem julgar que tipos de arranjos econômicos levam a maior prosperidade e redução da pobreza. Os estudos baseados nesses dados mostram que um forte respeito aos direitos de propriedade, permitindo o livre comércio e os preços livres na maioria dos setores da economia, e dinheiro sólido são os principais ingredientes das economias bem-sucedidas e ajudam as pessoas a deixar a pobreza.
Destes, dois são relativamente fáceis de analisar e implementar: comércio e dinheiro sólido. O mais difícil é o Estado de Direito e o respeito à propriedade privada. Embora os índices tenham demonstrado progresso em dinheiro e comércio, eles mostraram estagnação no estado de direito. As medidas de corrupção estão melhorando, mas não temos medidas de compadrismo, que em muitos países são mais prevalentes que a corrupção.
Contabilidade - a questão da liberdade econômica é relevante para a contabilidade. Uma das medidas mais relevantes, o índice de fazer negócios, proposto por De Soto, mostra em quantos dias é possível criar uma empresa em um país. Esta é uma das atividades dos contadores. Os instrumentos contábeis deveriam ser úteis na redução da corrupção e no aumento da liberdade econômica.
Esses índices estão melhorando a cada ano. Ainda são imagens imperfeitas da realidade, mas nos permitem julgar que tipos de arranjos econômicos levam a maior prosperidade e redução da pobreza. Os estudos baseados nesses dados mostram que um forte respeito aos direitos de propriedade, permitindo o livre comércio e os preços livres na maioria dos setores da economia, e dinheiro sólido são os principais ingredientes das economias bem-sucedidas e ajudam as pessoas a deixar a pobreza.
Destes, dois são relativamente fáceis de analisar e implementar: comércio e dinheiro sólido. O mais difícil é o Estado de Direito e o respeito à propriedade privada. Embora os índices tenham demonstrado progresso em dinheiro e comércio, eles mostraram estagnação no estado de direito. As medidas de corrupção estão melhorando, mas não temos medidas de compadrismo, que em muitos países são mais prevalentes que a corrupção.
Contabilidade - a questão da liberdade econômica é relevante para a contabilidade. Uma das medidas mais relevantes, o índice de fazer negócios, proposto por De Soto, mostra em quantos dias é possível criar uma empresa em um país. Esta é uma das atividades dos contadores. Os instrumentos contábeis deveriam ser úteis na redução da corrupção e no aumento da liberdade econômica.
Frase
como um bônus adicional, aprender a revisão por pares pode salvá-lo de uma morte prematura
Interessante. Do site da Publons, que divulgando seu curso para ensinar pesquisadores a fazer uma revisão de artigos.
Neste sentido, Stumbling and Mumbling usa o conceito de custo perdido:
A friend recently showed me a rejection letter for a paper he’d written. Reviewer 2 claimed not to understand a section because it was “purely descriptive.” It was, of course, wholly comprehensible. What Reviewer 2 was doing was protecting his investment.
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