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27 abril 2020

Multiplan e o retorno

Quando a OMS declarou o Covid uma pandemia, algumas empresas começaram a tomar posição para o que poderia acontecer. Quase uma semana depois, no dia 17 de março, a empresa Multiplan algumas medidas que estava tomando, incluindo a redução do horário de funcionamento dos shoppings centers gerenciados pela empresa. Naquela ocasião, a Multiplan indicava que a medida “foi tomada com o intuito de resguardar a saúde e o bem-estar dos nossos consumidores, colaboradores, lojistas e de toda a população e será reavaliada constantemente pela Companhia de acordo com o desdobramento dos fatos, determinações e orientações das autoridades competentes”. A política da empresa era do tipo “entregar os anéis para não perder os dedos”. A empresa chamava a atenção para as medidas de prevenção e conscientização. Nos termos da empresa, “a Companhia tem trabalhado junto às autoridades, buscando atenuar os impactos causados pela situação atual e tem, também, se colocado à disposição para auxiliar em iniciativas que possam ajudar a sociedade”.

Mas isto não foi suficiente, já que os governos estaduais e municipais tomaram medidas de suspender as operações de alguns dos shoppings da empresa. No dia seguinte ao comunicado, a empresa teve que fechar os shoppings do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Ao dar a notícia, a empresa novamente enfatizou que estava trabalhando junto com as autoridades para “atenuar os impactos causados pela situação atual e tem, também, se colocado à disposição para auxiliar em iniciativas que possam ajudar a sociedade”. Um dia depois as unidades de São Paulo e Brasília foram suspensas e, logo a seguir, em Belo Horizonte, Canoas, Jundiaí e Ribeirão Preto. O comunicado encerrava com as mesmas palavras de apoio às autoridades.

Quase um mês depois, a mesma empresa publica um anúncio de página inteira nos jornais intitulado “O Coronavírus e a Saúde no Brasil”. O anúncio começa afirmando que se trata de uma epidemia (sic) de proporções mundiais e que “atinge o Brasil num momento extremamente delicado da nossa economia”. A seguir, a empresa afirma que está seguindo as orientações das autoridades internacionais de saúde para reduzir o risco de contaminação. E depois disto, uma estratégia de reduzir a gravidade da doença e a necessidade de levar em consideração os aspectos econômicos. O comunicado encerra com as seguintes frases:

Para vencermos essa pandemia [esta é a primeira vez que o termo é usado], o Brasil e o Governo contam com o trabalho indispensável de nossos agricultores, comerciários, industriários, prestadores de serviços, profissionais liberais e empresários que, através dos impostos pagos, sustentam a Nação [não é bem isto; o melhor seria “sustentam o governo”]. O desemprego e a fome podem gerar consequências tão ou mais letais que o coronavírus. Juntos vamos lutar pela saúde do Brasil!”

O texto encerra com a assinatura do CEO da empresa.

O conteúdo vai no sentido de que o isolamento social pode causar mais prejuízo do que as mortes. O desemprego e a fome podem ser tão ou mais prejudiciais que as mortes pelo Covid. É um argumento. O problema é que o anúncio força nos dados. Não irei falar do fato de que o anúncio superestima a população brasileira (indica 212 milhões de habitantes, versus o dado do Ibge de 211 para abril de 2020). Ou que o número de óbitos reportados pela OMS corresponde somente aos casos comprovados de mortes relacionadas com a doença; ou seja, as mortes pelo Covid-19 estão subestimadas. Também não é razoável comparar Brasil com Itália, onde a curva da doença está em momentos distintos.

Mas o texto usa o seguinte argumento: doenças respiratórias matam 150 mil pessoas por ano no Brasil e o coronavírus “contabiliza” [termo usado pela empresa] até o presente momento 3.313 mortes. Há uma comparação inadequada aqui: as mortes por outras doenças é contada em termos anuais, enquanto da pandemia é feita a contagem acumulada de alguns dias. Faz sentido? Não.

Veja que o argumento da Multiplan tem sua validade, mas forçar na tortura dos dados termina por comprometer o restante do texto.

Rir é o melhor remédio

Lucro operacional ou Ebitda?

26 abril 2020

Assembleias

Mais de trinta assembleias de acionistas já foram convocadas desde que a CVM regularizou a possibilidade do evento ser também digital. Eis um panorama interessante.

As seguintes empresas (total de 16) fizeram a convocação de forma exclusivamente digital:
Light - Anima - Usiminas - Paranapanema - Log-In - International Meal - Brasil Brokers - Sinqia - Alupar - Sabesp - Vale - Tupy - TLSA - Alpargatas - Arezzo - Vivara - Telebras

As empresas (12 até agora) a seguir estão chamando a assembleia de forma híbrida:

BRF - Emae - Banco da Amazonia - Bombril - Guararapes - Ideias Net - Coteminas - Santanense - Hering - Bahema - Ser - Copasa

Quanto ao sistema de comunicação, 13 empresas não indicaram, na convocação, o sistema que será usado ou indicaram que irão usar um sistema próprio ou um sistema a ser disponibilizado (BRF - EMAE - Bombril - Telebras - Guararapes - Brasil Brokers - Springs - Coteminas - Santanense - Bahema - Tupy - TLSA - Copasa - Springs). A demais indicaram o sistema, com uma predominância pelo Zoom (Light - Anima Holding - Paranapanema - Log-in - International Meal - Ideias Net - Alpargatas - Sabesp - Arezzo ou seja 9 empresas). Mas também foram citados Teams (4 empresas ou Usiminas - Banco da Amazonia - Mitre - Hering), Webex (Sinqia - Alupar - Vale), Webecast (Vivara) e Net Globe (Ser Educacional).

O leitor poderá notar que das nove empresas que irão usar o Zoom, oito fizeram a opção pela assembleia exclusivamente digital.

Medallion: o rei do mercado financeiro

Resumo:

The performance of Renaissance Technologies’ Medallion fund provides the ultimate counterexample to the hypothesis of market efficiency. Over the period from the start of trading in 1988 to 2018, $100 invested in Medallion would have grown to $398.7 million, representing a compound return of 63.3%. Returns of this magnitude over such an extended period far outstrip anything reported in the academic literature. Furthermore, during the entire 31-year period, Medallion never had a negative return despite the dot.com crash and the financial crisis. Despite this remarkable performance, the fund’s market beta and factor loadings were all negative, so Medallion’s performance cannot be interpreted as a premium for risk bearing. To date, there is no adequate rational market explanation for this performance.


Medallion Fund: The Ultimate Counterexample?Bradford Cornel The Journal of Portfolio Management March 2020, 46 (4) 156-159; DOI: https://doi.org/10.3905/jpm.2020.1.128


Medallion Fund - Posts | Facebook

Divórcio Embraer Boeing

O Covid fez mais uma vítima: o acordo entre as fabricantes de aviões Embraer e Boeing está desfeito. Este acordo surgiu depois que a Airbus adquiriu a fabricante canadense Bombadier. Nos últimos meses, a Boeing enfrentava problemas sérios de reputação (queda de aviões), atrasos e cancelamento de encomendas. A crise das cias aéreas parece que foi o ponto final.

A Boeing acusou a Embraer de não cumprir o combinado para fechar o acordo. A empresa brasileira julga que a Boeing cancelou o acordo de forma indevida, arrumando justificativas.

Fontes da indústria dizem que a Boeing estava interessada na Embraer principalmente pelo acesso a engenheiros de baixo custo e novas opções de fabricação, mas agora está pensando em cortar 10% de sua força de trabalho enquanto também procura ajuda federal dos EUA para o setor aeroespacial.


Segundo a Reuters, há uma multa de 100 milhões de dólares, mas parece que a Embraer quer mais, alegando que foi prejudicada nas vendas dos jatos E2. A agência Estado afirma que

A Embraer, que informou acreditar estar em conformidade com suas obrigações no acordo e ter cumprido com todas as condições necessárias até a data de ontem (prazo final para conclusão), disse que buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos.

Concurso CAF de ensaios universitários: ideias para o futuro


O CAF — banco de desenvolvimento da América Latina — abriu as inscrições para o concurso de ensaios universitários "Ideias para o futuro", que tem como objetivo reunir a visão dos jovens universitários sobre os desafios para o desenvolvimento da América Latina e o Caribe.

O concurso premiará o melhor ensaio em âmbito nacional para, posteriormente, escolher os três melhores ensaios ao nível ibero-americano. Os ganhadores ao nível ibero-americano apresentarão seus ensaios na Conferência CAF, que será realizada na Cidade do México em novembro de 2020, e poderão receber os seguintes prêmios:

Prêmio Guillermo Perry: USD 3.000 (três mil dólares dos Estados Unidos).
Segundo colocado: USD 2.000 (dois mil dólares dos Estados Unidos).
Terceiro colocado: USD 1.000 (mil dólares dos Estados Unidos).

Temática:
A temática dos ensaios deve ser centrada nos desafios de desenvolvimento enfrentados pela América Latina e o Caribe. Seguem algumas perguntas que servem de orientação para elaborar os ensaios:
  • Como podemos preparar nossos países para combater e recuperar-se, com maior rapidez, diante de crises sociais, econômicas ou de saúde?
  • Como os países da América Latina e do Caribe podem evitar cair na armadilha da renda média?
  • Como equilibrar a agenda social com a estabilidade econômica?
  • Como estabelecer mecanismos adequados para a expressão do descontentamento social?
  • Quais são as áreas mais urgentes para acelerar o desenvolvimento da América Latina?
  • Como conseguir que as PME latino-americanas sejam mais competitivas e ofereçam emprego de melhor qualidade?
Critérios para participação:
  • Idade entre os 18 e 29 anos (nascidos estritamente entre 31 de dezembro de 1990 e 1º de janeiro de 2002).
  • Jovens estudantes universitários de graduação e pós-graduação de qualquer disciplina, inscritos em uma universidade de qualquer dos 19 países da CAF, com comprovante de matrícula (comprovante de aluno regular ou equivalente).
  • Não poderão participar desta convocação funcionários, estagiários, consultores, ex-funcionários e ex-consultores, seja da CAF ou dos Bancos Centrais, nem familiares de até segundo grau de consanguinidade dos funcionários da CAF e dos Bancos Centrais.
  • Os autores deverão apresentar, no máximo, um ensaio. A participação é estritamente individual.
  • Os participantes deverão enviar seus ensaios pela página caf.com/pt, preenchendo todos os campos expressamente declarados obrigatórios.
Fonte: http://ideasparaelfuturo.caf.com/pt, enviado por Jaqueline Sales, a quem agradecemos.

Rir é o melhor remédio

Recentemente postamos sobre casamento on-line.

25 abril 2020

Irreprodutibilidade da Pesquisa Contábil

Resumo:

We have little knowledge about the prevalence of irreproducibility in the accounting literature. To narrow this gap, we conducted a survey among the participants of the 2019 JAR Conference on their perceptions of the frequency, causes and consequences of irreproducible research published in accounting journals. A majority of respondents believe that irreproducibility is common in the literature, constitutes a major problem and receives too little attention. Most have encountered irreproducibility in the work of others (although not in their own work) but chose not to pursue their failed reproduction attempts to publication. Respondents believe irreproducibility results chiefly from career or publication incentives as well as from selective reporting of results. They also believe that practices like sharing code and data combined with stronger incentives to replicate the work of others would enhance reproducibility. The views of accounting researchers are remarkably similar to those expressed in a survey by the scientific journal Nature. We conclude by discussing the implications of our findings and provide several potential paths forward for the accounting research
community.

Hail, Luzi and Lang, Mark H. and Leuz, Christian, Reproducibility in Accounting Research: Views of the Research Community (March 15, 2020). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3554020 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3554020


2 Scientific Methods and Knowledge | Reproducibility and ...

OMS lança iniciativa global para tratamentos da covid-19

Desde que os primeiros casos de covid-19 surgiram na China no final de 2019, o ritmo da inovação médica foi de tirar o fôlego. Os esforços dos cientistas do mundo já estão começando a dar frutos. Em menos de quatro meses, vários ensaios para novas vacinas e tratamentos promissores começaram. Isso pode oferecer uma saída para a crise do covid-19.

No entanto, com a corrida global para desenvolver novos tratamentos, diagnósticos e vacinas, uma pergunta não foi respondida: como essas inovações essenciais podem ser entregues globalmente e de maneira justa, onde são mais necessárias? Uma iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciada em 24 de abril, busca fornecer uma resposta.

Existe urgência nessa questão, porque o impacto global da covid-19, tanto na saúde das pessoas quanto em seus meios de subsistência, significa que uma solução global seria superior a muitas nacionais individuais, nas quais cada país tenta encontrar uma vacina ou uma cura para seus próprios cidadãos isoladamente, e cada país tenta manter suprimentos vitais, mas escassos. O vírus se espalha através das fronteiras, por isso é melhor controlado globalmente. Um esforço comum será menos oneroso, tanto quanto a vidas quanto a dinheiro, do que a busca apenas pelos interesses nacionais.

Os Estados Unidos e a União Européia já restringiram as exportações de equipamentos de proteção individual. Há receios de que isso se estenda às vacinas. Durante a pandemia da gripe suína de 2009, a exportação de vacinas para o exterior tornou-se uma questão política sensível nos Estados Unidos. Como as vacinas são a estratégia de saída de longo prazo do mundo para a crise, uma abordagem global é especialmente valiosa.

Por vários meses, nos bastidores, autoridades de saúde, ONGs, financiadores e pesquisadores de todo o mundo vêm buscando uma solução. Desde fevereiro, ficou claro que havia uma necessidade urgente de um plano para financiar, desenvolver e distribuir vacinas globalmente. Mesmo que meios bem-sucedidos de imunização possam ser encontrados, o mundo nunca produziu uma vacina na velocidade prevista (talvez na primeira metade de 2021) ou na escala - eventualmente e idealmente, mundial.

E mesmo quando as vacinas estão sendo produzidas em massa, os suprimentos serão limitados. Uma estratégia para usá-los precisa ser elaborada com antecedência. Pode ser, por exemplo, dar prioridade aos profissionais de saúde, países com surtos ativos ou pontos de acesso da infecção. Existem muitas permutações possíveis de distribuição. Idealmente, cada um precisa ser considerado e comparado - e rapidamente.

Em 24 de abril, um grupo de "atores globais da saúde" se juntou à OMS para iniciar uma parceria para acelerar o desenvolvimento e o acesso global às tecnologias da saúde, incluindo vacinas, para combater a covid-19 em todo o mundo. Entre os envolvidos estão o Wellcome Trust, uma grande instituição de caridade médica britânica, bem como o Banco Mundial e governos, incluindo os da França, Noruega e África do Sul. Os Estados Unidos estão notavelmente ausentes.

O ACT Accelerator, como é chamado, irá acelerar e ampliar as ferramentas necessárias para acabar com a pandemia. Muitos de seus parceiros, como a Fundação Gates e a GAVI, um grupo de financiamento de vacinas, e o Fundo Global, que financia a batalha contra a Aids, malária e tuberculose, têm décadas de experiência no combate às crises globais da saúde, na ampliação de soluções e na entrega delas. Mesmo sem o poder de fogo do governo americano, este é um grupo poderoso.

Embora o ACT Accelerator não esteja com falta de ambição, está com pouco dinheiro. Serão necessários US $ 8 bilhões em financiamento inicial, de uma só vez. Isso foi identificado como necessário há dois meses atrás, diz Alex Harris, chefe de política global do Wellcome Trust. (O valor é baseado em uma avaliação do Conselho Global de Monitoramento da Preparação, um órgão independente de monitoramento e prestação de contas.) Espera-se que governos, agências da ONU e outros desembolsem o dinheiro em uma conferência de compromisso em 4 de maio. O ministro das Finanças da Arábia Saudita disse que já foram prometidos US $ 2 bilhões. Dos US $ 8 bilhões, US $ 3 bilhões serão para pesquisa e desenvolvimento de vacinas e US $ 2,25 bilhões para medicamentos.

Muitos detalhes precisarão ser elaborados, e o trabalho futuro provavelmente será difícil. O chefe do programa de vacinas será Sir Andrew Witty, presidente do UnitedHealth Group, um gigante americano da saúde (ele está suspendendo temporariamente esse papel). Sir Andrew, que costumava administrar a GlaxoSmithKline, fabricante de vacinas, traz uma riqueza de experiência nos negócios.

Ele precisará formular um plano para ajudar a identificar os melhores candidatos a vacina, financiar seu desenvolvimento e concordar em como compartilhá-las. Essa abordagem cooperativa também significa que nenhum país perderá com se falhar durante o desenvolvimento de uma vacina ou com a impossibilidade de se conseguir vacinas fabricadas em outros lugares. Medicamentos e equipamentos de proteção também precisarão do mesmo tipo de planejamento. É apenas um começo. Mas é um sinal de que os adultos estão chegando à mesa.

Fonte: Adaptado daqui.

Censura na pesquisa sobre Covid

Denúncia do blog LSE mostra que pesquisas sobre o Covid-19 estão sendo censuradas na China. Isto inclui um sistema de verificação prévia dos artigos, onde funcionários do governo determinam se a pesquisa tem valor acadêmico e se o momento da publicação é adequado. Isto não é uma prática nova na China, que já tinha feito uma triagem em artigos sobre assuntos sensíveis, como os três Ts (Tiananmem, Tibete e Taiwan).  

Issues of censorship surrounding the publication of scholarly research in China have been prominent since a series of press reports and publisher statements revealed that works had been removed from circulation that were deemed sensitive by Chinese buyers. As George Cooper observes, evidence that Chinese authorities are conducting pre-publication vetting of COVID-19 related research, raises new challenges for publishers seeking to distribute open access research papers on this subject, as there is little ground for publishers to remove these papers from their platforms. As publisher commitments to openness collide with their obligations to operate within the legal frameworks of the countries they operate in, it is argued that COVID-19 presages an overdue discussion on the limits of openness in publishing.

Caixa

No momento da crise, o volume de caixa é muito importante. Eis um levantamento da posição de liquidez de algumas empresas dos EUA

Princípios de Contabilidade

No site peruano Noticiero Contable encontrei o seguinte texto sobre os Princípios de Contabilidade de autoria de Miguel Torres. Nos dias de hoje, falar em princípios contábeis parece ultrapassado. Mas não deixa de ser interessante notar a similaridade dos princípios expostos por Torres com os das duas estruturas conceituais que existiam no Brasil até os final do milênio passado.

Principios de Contabilidad
Los principios de contabilidad generalmente aceptados son los siguientes:

Equidad - Es el principio que debe aplicar el Contador en todo momento, y es la igualdad en el trato de todos los que intervienen en la operación, ya sea al empresario, SUNAT, CONASEV, etc.

Partida Doble - Los hechos económicos y jurídicos de la empresa se expresan en forma cabal aplicando sistemas contables que registran los dos aspectos de cada acontecimiento, cambios en el activo y en el pasivo (participaciones) que dan lugar a la ecuación contable.

Ente - Los estados financieros se refieren siempre a un ente, donde el elemento subjetivo o propietario es considerado como tercero.El concepto de ente es distinto del de persona, ya que una misma persona puede producir estados financieros de varios entes de su propiedad.

Bienes Económicos - Los estados financieros se refieren siempre a bienes económicos; es decir, bienes materiales e inmateriales que poseen valor económico y por ende, susceptibles de ser valuados en términos monetarios.

Moneda común Denominador - Este recurso consiste en elegir una moneda y valorizar los elementos patrimoniales aplicando un precio a cada unidad. En el Perú, de conformidad con dispositivos legales, la contabilidad se lleva en moneda nacional.

Empresa en Marcha -Salvo indicación expresa en contrario, se entiende que los estados financieros pertenecen a una “empresa en marcha“, considerándose que el concepto que informa la mencionada expresión, se refiere a todo organismo económico cuya existencia temporal tiene plena vigencia y proyección.
Valuación al Costo - El valor de costo – adquisición o producción – constituye el criterio principal y básico de valuación, que condiciona la formulación de los estados financieros llamados de situación, en correspondencia también con el concepto de “empresa en marcha“, razón por la cual esta norma adquiere el carácter de principio.
Periodo - En la “empresa en marcha” es indispensable medir el resultado de la gestión de tiempo en tiempo, ya sea para satisfacer razones de administración, legales, fiscales o para cumplir con compromisos financieros.El lapso que media entre una fecha y otra se llama periodo. Para los efectos del Plan Contable General, este periodo es de doce meses y recibe el nombre de Ejercicio.

Devengado - Las variaciones patrimoniales que se deben considerar para establecer el resultado económico, son los que corresponden a un ejercicio sin entrar a distinguir si se han cobrado o pagado durante dicho periodo.

Objetividad - Los cambios en el activo, pasivo y en la expresión contable del patrimonio neto, se deben reconocer formalmente en los registros contables, tan pronto como sea posible medirlos objetivamente y expresar esta medida en términos monetarios.

Realización - Los resultados económicos se registran cuando sean realizados, o sea cuando la operación que los origina queda perfeccionada desde el punto de vista de la legislación o de las prácticas comerciales aplicables y se hayan ponderado fundamentalmente todos los riesgos inherentes a tal operación. Se establecerá como carácter general que el concepto “realizado” participa del concepto de “devengado”.


Prudencia - Significa que cuando se deba elegir entre dos valores para un elemento del activo, normalmente, se debe optar por el más bajo, o bien que una operación se contabilice de tal modo, que la participación del propietario sea menor. Este principio general se puede expresar también diciendo: “contabilizar todas las pérdidas cuando se conocen y las ganancias solamente cuando se hayan realizado“.

Uniformidad - Los principios generales, cuando fueren aplicables y las normas particulares – principios de valuación – utilizados para formular los estados financieros de un determinado ente deben ser aplicados uniformemente de un ejercicio a otro.

Significación o Importancia Relativa - Se debe actuar con sentido práctico, aplicando el mejor criterio. El contador pasa por alto una gran cantidad de hecho de poca importancia, que el trabajo de registrarlos no justifica el valor de las ventajas que se obtuviesen.

Exposición - Los estados financieros deben contener toda la información y discriminación básica y adicional que sea indispensable para una adecuada interpretación de la situación financiera y de los resultados económicos del ente a que se refieren.

Rir é o melhor remédio

Qual estágio da quarentena você está?

24 abril 2020

Assembleias menos democráticas?

A necessidade de restringir a interação entre os acionistas pode fazer com que as assembleias sejam menos democráticas, alerta a Reuters. Os exemplos apresentados são dos Estados Unidos, mas servem de alerta para outros países.

Na reunião do Citi deste ano somente as perguntas por escrito foram consideradas. Isto, naturalmente, impede uma interação maior entre investidor e empresa. Ativistas, que participavam de reuniões para defender suas causas, também ficaram desanimados pela falta de tempo e espaço para as perguntas. Um ativista ambiental teve sua pergunta de 350 perguntas resumida para 60 palavras durante uma reunião com uma instituição bancária.

Tanto o Bank of America quanto o Citi afirmaram que responderam todas as perguntas, embora tenham resumido algumas para economizar tempo. O BNY Mellon recebeu as perguntas antes e não respondeu logo. Nenhum banco grande aceitou perguntas por telefone ou uma comunicação mais direta com executivos.

Alguns ativistas estão pensando em "encontrar outros fóruns para abordar as questões em que eles não vão gostar".

Devolva o dinheiro - parte 2

A Universidade de Harvard estaria recebendo um auxílio do governo dos Estados Unidos e isto provocou a ira de Donald Trump. Inicialmente a universidade tinha dito que não devolveria os recursos.

Agora, a entidade anunciou que não irá aceitar os 8,6 milhões de dólares. É muito pouco, para uma instituição que possui um orçamento de 41 bilhões de dólares. Mesmo que os recursos sejam destinados a assistência financeira dos alunos carentes.

O apoio é uma ajuda do governo dos Estados Unidos para as instituições que recebem alunos carentes, dentro de um pacote de 2 trilhões de ajuda aprovado em março pelo congresso dos EUA. Ao recusar, Harvard disse que enfrenta sérios desafios financeiros, mas que o foco político da ajuda era um problema. O senador Ted Cruz, ex-aluno de Harvard, também condenou o apoio. Logo após a crítica de Trump, Stanford e Princeton afirmaram que não aceitariam o financiamento público; isto significa 7 e 5 milhões de dólares, na ordem.

Casamento virtual


Uma das mudanças nos hábitos: em Nova Iorque é possível casar de maneira virtual. O governador Cuomo instituiu a possibilidade do casamento usando a tecnologia de vídeo.

Será mais um hábito que veio para ficar?

Ontem mostramos os efeitos do Covid nos negócios funerários.

Vacina Covid-19

Conseguiremos encontrar uma vacina rápido o suficiente? E se conseguirmos, será possível produzi-la em massa, de maneira justa?

O surto de ebola que começou em 2013 foi o maior que o mundo já viu; durante três anos, matou mais de 11.000 pessoas na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Foi também o responsável pelos primeiros testes em humanos de uma vacina contra a doença. No final dos anos 90, os cientistas canadenses que tentavam entender como o Ebola trabalhava colocaram alguns de seus genes no genoma de um vírus normalmente inofensivo e o injetaram em ratos. Os ratos não adoeceram, como os cientistas esperavam; em vez disso, tornaram-se imunes ao Ebola. Em 2005, esse desenvolvimento acidental havia se tornado uma vacina que poderia ser aplicada de maneira plausível aos seres humanos. Mas não houve surtos de ebola que precisassem.

À medida que o surto de Ebola na África Ocidental ganhou velocidade em 2014, o Wellcome Trust, um financiador britânico de pesquisas médicas, colocou a vacina em testes de segurança iniciais, também conhecidos como testes de fase I, em voluntários saudáveis na Grã-Bretanha, Quênia, Estados Unidos e outros lugares. Em meados de 2015, sua eficácia estava sendo testada em ensaios de fase III na Guiné, onde foi declarada um sucesso. Essa vacina - rvsv-zebov (Ervebo) - agora é aprovada para uso em todo o mundo.

Para uma vacina passar dos ensaios da fase I para a fase III em apenas dez meses, como rvsv-zebov, era algo inédito na época - um exemplo surpreendente do que a urgência e a organização podem fazer. Agora, uma performance repetida, idealmente realizada em um ritmo ainda mais rápido, é a soma do desejo do mundo. Em meados de abril, mais pessoas morrem de covid-19 a cada três dias do que morreram de Ebola no oeste da África ao longo de três anos. Uma vacina não apenas salvaria vidas; mudaria o curso da pandemia de duas maneiras separadas, relacionadas. Protegeria aqueles que foram vacinados de ficarem doentes; e, reduzindo o número de pessoas suscetíveis, impediria a propagação do vírus, protegendo também os não vacinados.

Não havia candidatas pré-existentes à vacina quando a sequência genética do sars-cov-2, o vírus causador do covid-19, foi publicada em 10 de janeiro. Mas a ciência se move muito rapidamente nos dias de hoje. Há relatos de cerca de 86 vacinas candidatas contra o sars-cov-2 em desenvolvimento em todo o mundo, adotando uma ampla variedade de abordagens. Três já começaram os ensaios da fase I. Uma delas, fabricada pela CanSino Biologics, uma empresa chinesa de biotecnologia, em colaboração com uma unidade da Academia de Ciências Médicas Militares da China, dirigida por Chen Wei, um grande general festejado na mídia, foi aprovada para ensaios de fase II, que é desenvolvida para descobrir se uma vacina pode provocar uma resposta imune que pode combater o vírus. Estão sendo recrutados 500 voluntários em Wuhan.

Parece que um ou mais desses muitos esforços levarão a uma vacina funcional. Os veterinários usam vacinas para proteger os animais contra os coronavírus há anos. Na maioria das pessoas infectadas com sars-cov-2, o sistema imunológico é capaz de lidar com o vírus; é por isso que eles não adoecem. Entre os que são infectados, na maioria dos casos o sistema imunológico acaba livrando o corpo do vírus. Um sistema imunológico protegido por uma vacina deve ser capaz de fazê-lo melhor e mais rapidamente.

Mas não basta que uma vacina seja viável. O trabalho de disponibilizá-lo em todo o mundo será igualmente exigente. Uma candidata que se torne uma vacina pode ser identificada antes do fim do terceiro trimestre - talvez mais de uma. Mas mostrar o quão bem funciona, encontrar problemas raros que possam acontecer e fabricá-la em quantidades grandes o suficiente para o mundo inteiro, ainda levará tempo. Melinda Gates, que com seu marido gastou dezenas de bilhões de dólares em vacinas através da Fundação Bill e Melinda Gates, sugeriu que a preparação e distribuição de uma vacina covid-19 poderá levar 18 meses.

Em termos de bem-estar humano, o que importa é tornar esse tempo o mais curto e seguro possível. Em termos de prestígio e política, no entanto, quem conseguir fazer isso também importará muito. Produzir uma vacina eficaz sars-cov-2 será motivo de orgulho enorme para os pesquisadores, empresas e nações responsáveis.

A identidade da equipe de sucesso pode não ter apenas importância em termos de prestígio. A demanda por uma vacina que forneça proteção confiável e segura a populações inteiras será enorme. Atualmente, o mundo faz mais de 5 bilhões de doses de vacina por ano, das quais aproximadamente 1,5 bilhão são vacinas contra a gripe sazonal. Algumas empresas e governos já estão adicionando capacidade antes do desenvolvimento da vacina sars-cov-2. Mas, sem saber qual abordagem de vacina será melhor, há um limite para quanta capacidade pode ser preparada com antecedência.

Se a capacidade de produção de vacinas estiver limitada, a política de vacinação pode ficar desagradável. Uma estratégia ideal para o uso limitado de vacina da maneira que melhor beneficie o mundo pode ser destiná-las a populações de risco. Mas um país com liderança na fabricação de vacinas pode preferir dedicar seus estoques limitados à cobertura universal para seus próprios cidadãos, garantindo uma vantagem para si à custa de uma perda mais ampla para o mundo. Como Richard Hatchett, que dirige a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemia (cepi), uma ONG, afirma: "Os países estão no dilema de um prisioneiro do mundo real".

Fonte: Aqui, adaptado.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

23 abril 2020

O que aconteceria se Neo tivesse escolhido a pílula azul?

Saiu no TecMundo:

Uma das grandes dúvidas dos espectadores de Matrix é: o que teria acontecido se Neo (Keanu Reeves) escolhesse tomar a pílula azul? Um curta produzido pelo canal do YouTube Ctrl Shift Face dá a resposta para esse curioso questionamento.



Indicado pelo Cláudio Santana, a quem agradecemos.

O papel do controle em tempos de Cisnes Negros

Covid não foi ruim para todos

O GPA divulgou os números do primeiro trimestre de 2020. Os valores impressionam:

Assai - crescimento de 24% nas vendas brutas totais

Multivarejo
aumento do volume de vendas em todas as bandeiras e regiões do país, especialmente durante a última quinzena do mês de março (de 14 a 31): (i) Lojas físicas: aumento expressivo de 16% nas vendas nesse período; (ii) E-commerce alimentar: evolução de cerca de 150% dos pedidos (mais de 150.000 pedidos realizados); (iii) James Delivery: forte crescimento na última quinzena de março na vertical varejo em GMV acima de 3.000% e ticket médio de 225%, além do incremento no número de pedidos de 862% comparado à mesma quinzena do ano anterior; (iv) Cheftime: aumento de 90% no número de refeições vendidas considerando tanto as lojas físicas como online.

Eis um resumo em termos numéricos:

Assembleias digitais: Zoom prevalece

Depois que a CVM regularizou a assembleia digital, diversas empresas soltaram o edital convocando seus encontros com os acionistas.

Muitas assembleias foram canceladas em razão da pandemia. Isto ocorreu em março e início de abril. Com a atuação da CVM, além da MP 931, muitas empresas começaram a fazer a convocação. Junto a esta chamada, a empresa divulga alguns procedimentos para a participação. A seguir, a relação das empresas que já convocaram a assembleia e a plataforma que será usada.

Zoom - Light - Anima Holding - Paranapanema - Log-in - International Meal

Microsoft Teams - Usiminas - Banco da Amazonia

Não especificaram - BRF - EMAE - Bombril - Telebras.

Cresce demanda por moeda corrente

Enquanto há uma preocupação com o uso do papel moeda como forma de pagamento (vide propaganda), parece que existe uma demanda crescente por moeda corrente, tanto euro quanto dólar.



O volume de dólar físico em circulação cresceu 9,1% em relação ao ano anterior.  É bem verdade que o crescimento ainda é reduzido em relação à crise de 2000, quando existia uma incerteza sobre a mudança do milênio. Mas está perto do que ocorreu na crise financeira de 2008. Com uma ressalva: agora há uma recomendação expressa de evitar o uso do papel moeda.



O mesmo está ocorrendo com as notas de euros, na Europa. Lembrando que a economia está em recessão e haveria menos demanda pelo papel moeda. (Aqui um destaque: a maior parte da moeda dos EUA e Europa estão no exterior, nos países onde a economia é instável, por exemplo. Há uma estimativa que 70% das notas de 100 dólares estejam em países estrangeiros.)

O aumento na demanda de papel moeda pode ser um sinal de que a população está acumulando para momentos de incerteza. Se uma instituição bancária falir, a iliquidez temporária pode ser complicada para as pessoas.

Disney e seus funcionários

O grupo Disney anunciou que irá deixar de pagar o salário de 100 mil funcionários que operam os parques e hotéis na Europa, Ásia e Estados Unidos. A empresa espera economizar 500 milhões de dólares por mês (receita de 1,4 bi no segmento). A empresa afirmou que irá fornecer benefícios de saúde para os funcionários e aconselhou a solicitar os benefícios governamentais.

Apesar dos problemas com os parques e hotéis, a empresa aumentou a receita com o canal de streaming (50 milhões de assinantes em cinco meses de vida) e seu maior executivo, Bob Iger, recebeu quase 50 milhões de dólares em 2019.

Fonte: Aqui

Devolva o dinheiro

Parece uma história fictícia ou de pastelão. Mas ocorreu. A Universidade de Harvard recebeu um estímulo por parte do governo dos Estados Unidos, para ajudar os estudantes com necessidades financeiras por conta da pandemia.

O presidente Trump não gostou de saber que Harvard tinha recebido este apoio do governo. Afinal Harvard é riquíssima e detém fundos suficientes para sustentar um programa como este. Trump exigiu que Harvard devolvesse 8 milhões de dólares. Trump disse que o dinheiro deveria ser destinado aos trabalhadores, não a uma instituição tão rica.

Harvard afirmou que não irá devolver o dinheiro recebido. A universidade disse que o recurso não irá pagar os custos institucionais, mas ajudar os estudantes carentes.

Este é a situação.

Mas como fazer o registro disto? Veja que existe uma controvérsia se este dinheiro é da entidade, embora esteja na sua conta corrente.Seria o caso de fazer uma contabilidade separada?

Rir é o melhor remédio


22 abril 2020

AES Tietê rejeita proposta de negociação

O conselho de administração da AES Tietê rejeitou, de forma unânime, a proposta de combinação de negócios apresentada pela Eneva no início de março, conforme informou a companhia na noite deste domingo. Segundo fato relevante divulgado pela empresa, em reunião realizada neste domingo, o conselho concluiu que a proposta, classificada pela geradora como hostil, “subavalia a companhia”, e possui termos e condições “inadequados ao melhor interesse da companhia e do conjunto de seus acionistas, tendo em vista, principalmente, a incompatibilidade existente entre os negócios e as estratégias da companhia e da Eneva.”

Continue lendo aqui

A AES demorou demais para responder, indicando desde o início não estar interessada no negócio.Causa uma certa estranheza fazer negócio neste ambiente. Mas ser prudente não é algo muito comum nos executivos.

Dividendos em tempos de Covid



Vários fatores explicam a redução no pagamento de dividendos. Primeiro, como o texto abaixo indica, há aspectos regulatórios. Os bancos, por exemplo, foram limitados pelo Bacen na distribuição. Segundo, muitas empresas sabem que o pagamento agora pode ser visto como jogar dinheiro fora, que poderia ser usado para manutenção de empregos, ajuda à sociedade, flexibilização de prazos para clientes e fornecedores, entre outros. Terceiro, há um aspecto de prudência aqui. Se no futuro a entidade necessitar de recurso, a captação provavelmente será muito cara, não somente em termo do custo do dinheiro, mas do impacto sobre a imagem das empresas.

O texto entretanto deixou de lado um fato muito importante que está ocorrendo: a recompra de ações. Muitas empresas estão aproveitando o momento para ir ao mercado e aproveitar o preço em baixa.

Crise derruba pagamentos de dividendos
Estadão Conteúdo
22/04/20 - 07h02

Para fazer caixa e garantir a liquidez durante a pandemia do novo coronavírus, as companhias brasileiras com ações negociadas em Bolsa estão reduzindo ou adiando o pagamento de dividendos bilionários para seus investidores. Uma projeção feita pela consultoria Economática aponta que a previsão de pagamento de dividendos este ano chegava a R$ 119 bilhões, um valor recorde, com crescimento de 13% em relação a 2019, sem levar em conta a inflação. Mas a crise provocada pela covid-19 derrubou definitivamente esse movimento.

O número de R$ 119 bilhões foi calculado com base no lucro das companhias abertas que, em 2019, foi de R$ 232,4 bilhões – os dividendos são pagos com base no resultado do ano anterior. “A projeção apontava para um número recorde. Mas, com certeza, vai ter uma baita de uma queda”, afirma o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero. “Ainda é preciso, no entanto, esperar pelas assembleias com os investidores para definir para quanto o volume vai cair.”

O que já se sabe é que os pagamentos no segmento bancário, que historicamente lidera em distribuição de dividendos, com valores acima de 60% do lucro, devem cair drasticamente. Os bancos lucraram R$ 91 bilhões em 2019 e o mercado esperava cerca de R$ 74 bilhões em proventos. Mas, após resolução do Banco Central, que limitou a distribuição de resultados das instituições em 25% do lucro, com o objetivo de ampliar a liquidez do setor, essa conta deve ficar perto de R$ 18 bilhões.

Além do segmento bancário, pelo menos 6 das 25 principais pagadoras de dividendos do País também já afirmaram que devem reduzir os desembolsos ao mínimo ou, na melhor das hipóteses, postergar os pagamentos para o fim do ano.

É o que acontecerá com a Petrobrás. Nas semana passada, o conselho de administração da companhia aprovou a alteração da data de pagamento da remuneração aos acionistas. O desembolso seria realizado em 20 de maio e ocorrerá em 15 de dezembro. O montante ainda a ser pago é de R$ 1,7 bilhão para as ações ordinárias (R$ 0,23 por ação) e R$ 2,5 bilhões para as ações preferenciais (R$ 0,00045 por ação). Na última segunda-feira, acionistas da MRV aprovaram o pagamento de dividendos mínimos obrigatórios de R$ 163 milhões, representando R$ 0,34 por ação. A data-base, no entanto, não foi ainda definida.

Mas a lista ainda tem empresas como o braço brasileiro da companhia de energia francesa Engie, que já declarou que vai rever o seu plano de pagamento, além da distribuidora de energia Energisa e da geradora Equatorial, que disseram que iriam reavaliar o plano de dividendos em função da queda brusca de receita.

“Podemos entender que tempos difíceis vão surgir e a tendência natural é que empresas retenham dividendos para preservar liquidez”, diz Pedro Galdi, analista-chefe da Ativa Investimentos. “A Petrobrás já anunciou (mudança de data), a Vale deve anunciar mudança também e outras mais. As melhores pagadoras de dividendos estão no setor elétrico, que serão fortemente afetadas pela crise. A decisão de cada uma será de reter para preservar o caixa.”

Apesar do movimento de redução de dividendos, a analista de crédito sênior do banco Indosuez, Shana Agostini, não vê riscos de cancelamento de dividendos. “A gente tem simulado cenários e as empresas, apesar da queda de receita, conseguirão pagar. No fim da crise, elas ainda param de pé.”

Atuação Profissional em Contabilidade

O perfil @contabilidadeemgeral, no Instagram, está realizando entrevistas ao vivo (lives) tendo como tema a "Atuação Profissional em Contabilidade".

A professora Dra. Ludmila Melo está comandando o quadro e na segunda-feira (20/04) o entrevistado foi o Glauber de Castro Barbosa. Figurinha carimbada aqui no nosso blog, Glauber conta a sua trajetória desde a graduação em Ciências Contábeis na UnB até chegar ao seu cargo atual, na Secretaria do Tesouro Nacional. O vídeo foi disponibilizado no YouTube:



Além do Glauber, também participaram de lives o auditor federal da Controladoria Geral da União, Vinícius dos Santos Pereira, a professora Dra. Bianca Quirantes Checon, e o contador Jáder Cabral de Almeida, da Terracap.

Como o Banco Central controla a inflação?

Resumo:

Central banks have a primary task of pursuing price stability. They do so by issuing different forms of money, setting an array of interest rates, producing fiscal revenues, defining the unit of account, and affecting marginal costs of production via credit regulations and other policies. This article surveys the economic theories that justify the central bank’s ability to use these tools to control inflation around a target. It presents alternative approaches as consistent with each other, as opposed to as conflicting ideological camps. Each of them relies on equilibrium forces in different markets within a common dynamic general equilibrium structure.

Fonte: How do central banks control inflation?A guide for the perplexed∗2019

Pedido de desculpas

Depois de analisar um artigo elaborado por pesquisadores de Stanford, Gellman (induzido por Rushton) foi duro:

Eu acho que os autores do artigo acima devem um pedido de desculpas. Perdemos tempo e esforço discutindo este artigo, cujo principal ponto de venda eram alguns números que eram essencialmente o produto de um erro estatístico.

Estou falando sério sobre o pedido de desculpas. Todo mundo comete erros. Eu não acho que os autores precisam se desculpar só porque estragaram tudo. Eu acho que eles precisam se desculpar, porque essas eram bobagens evitáveis . Eles são o tipo de confusão que acontecem se você quiser sair com uma descoberta empolgante e não prestar muita atenção no que pode ter feito de errado. (...)


Os autores deste artigo dedicam muito trabalho porque se preocupam com a saúde pública e desejam contribuir para uma tomada de decisão útil. O estudo obteve atenção e credibilidade em parte por causa da reputação de Stanford. É justo: Stanford é uma ótima instituição. Coisas incríveis são feitas em Stanford. Mas Stanford também pagou um pequeno preço pela divulgação deste trabalho, porque as pessoas vão se lembrar de que "o estudo de Stanford" foi elogiado, mas teve problemas. Portanto, há um custo aqui. O próximo estudo de Stanford terá um pouco menos desse banco de credibilidade para emprestar. Se eu fosse professor de Stanford, ficaria meio irritado. Então, acho que os autores do estudo devem um pedido de desculpas não apenas a nós, mas a Stanford.



Caramba. Foi pesado.

Rir é o melhor remédio

Séries em tempos de Covid-19




Fonte: aqui

21 abril 2020

Prioridade

To prevent the spread of COVID-19, some types of stores and gathering places have been shut down while others remain open. The decision to shut down one type of location and leave another open constitutes a judgement about the relative danger and benefits of those locations. Using location data from a large sample of smartphones, nationally representative consumer preference surveys, and government statistics, we measure the relative transmission risk benefit and social cost of closing 30 different location categories in the US. Our categories include types of shops, schools, entertainments, and public spaces. We rank categories by those which should face stricter regulation via dominance across eight dimensions of risk and importance and through composite indexes. We find that from February to March, there were larger declines in visits to locations that our measures imply should be closed first. We hope this analysis will help policymakers decide how to reopen their economies.

Via aqui

Isto ajuda os políticos decidirem o que deve ser reaberto primeiro.

Negócio das funerárias

Um interessante reportagem da Forbes dos EUA sobre o negócio das funerárias. A revista buscou a maior empresa do ramo, a SCI. Esta empresa não está feliz com o Covid-19. Pelo contrário.

Seria fácil supor que o novo coronavírus - que já matou 40.600 americanos - seria uma benção para a SCI e outros no ramo de funerais. Como o maior provedor de assistência médica do país, a SCI possui 1.471 casas funerárias e 482 cemitérios nos EUA e no Canadá. No ano passado, a SCI teve uma média de US $ 10.000 em receita em cada uma das 319.000 pessoas mortas para quem prestou assistência (cerca de 12% do total de mortes nos EUA de 2,8 milhões no ano passado). Se o COVID-19 acabar matando 100.000 americanos, e o SCI prender 12.000 deles, isso significaria um adicional de US $ 120 milhões ou mais em novo crescimento de receita. Isso não é insignificante para uma empresa que registrou vendas de US $ 3,2 bilhões no calendário de 2019.


O executivo da empresa afirma que o Covid-19 é prejudicial aos negócios. A empresa não está conseguindo vender "adicionais". Em uma situação normal, uma cremação custa três mil dólares. Mas somando certos itens adicionais, como flores e lápide, o custo pode ser de vinte mil dólares ou mais. Mas com a pandemia, a empresa não está conseguindo vender estes opcionais.

Além disto, a empresa deve reduzir as receitas antecipadas. Ou seja, as vendas obtidas com clientes que compram o enterro antes de sua morte.

As vendas pré-necessárias são críticas para a SCI, em parte porque geram um fluxo de caixa confiável, que é mantido em confiança para serviços futuros. A maioria desses fundos não é reconhecida como receita até que sejam necessários, mas a SCI pode - e usa - esse dinheiro para capital de giro. No final de 2019, a SCI possuía um estoque de US $ 12 bilhões em receitas futuras, com grande parte investida em carteiras contendo tudo, desde ações e títulos a private equity.

Papel do preço

Discutindo com uma pessoa sobre o preço "abusivo" de uma máscara - em tempos de Covid-19. Parece fácil impor controles de preços, mas isto não resolve o problema. Pelo contrário.

Lendo agora de outra forma:

Se você se lembra dos princípios econômicos, sabe que o problema do conhecimento é resolvido por uma ordem espontânea guiada por preços que refletem trocas com base no conhecimento incompleto e imperfeito desagregado e nas preferências de milhões (bilhões) de indivíduos. Os preços servem tanto à função de fornecer informações quanto aos incentivos para agir com base nessas informações. É através desse processo de criação e coordenação de informações que os preços ajudam a resolver o problema do conhecimento.

Rir é o melhor remédio



 Uma escola francesa de dublês criou este vídeo denominado Fightcovid CUC Via aqui

Mercado acionário torna as empresas mais produtivas

Resumo:

Management, directly or indirectly, learns from its firm's stock price, so a more informative stock price should make the firm more productive. We show that stock price informativeness increases firm productivity. We provide direct evidence of one channel through which stock price informativeness affects productivity; specifically, we find that CEO turnover is less sensitive to Tobin's q when informativeness is lower. We predict and confirm that the productivity of smaller and younger firms, better governed firms, more specialized firms, and firms with more competition is more strongly related to the informativeness of their stock price. We further address endogeneity concerns with the use of brokerage closures, S&P 500 additions, and mutual fund redemptions as plausibly exogenous events.

20 abril 2020

Impacto do Covid sobre a Economia

Assumindo um cenário de 1,5 mês o resultado seria:
Para o Brasil, uma queda de 3,9% na economia, com intervalo entre 5,3 e 2,7. Mas se o shutdown for de três meses a queda será de -5,2%. De 4,5 meses, a queda chegaria a 8,8% (intervalo entre -13 e -5,5%). Calculo de Nuno Fernandes.

20 de Abril


O dia de hoje é conhecido como o dia da maconha.

É sempre bom lembrar o caso envolvendo Musk, que precificou as ações da sua empresa em 420 dólares, aparentemente sob o efeito da erva. A história está aqui e aqui. E aqui um filme da década de 30 sobre o produto.

Preço negativo

Em uma ação estratégica para maximizar a dor dos perfuradores de óleo de xisto dos EUA, a Arábia Saudita enviou uma flotilha de 20 navios transportando 40 milhões de barris de petróleo saudita para a Costa do Golfo dos EUA para inundar a região. E o mercado americano que já está inundado de petróleo. (...) Esses navios com petróleo saudita, que foram carregados em março e início de abril, estão se aproximando dos EUA e devem chegar ao Texas e à Louisiana em maio.

Fonte: aqui

O volume de estoque aumentou de 19,2 milhões de barris para 504 milhões, em uma semana, nos Estados Unidos. A guerra de preços da Arábia Saudita e Rússia está provocando um efeito sobre os produtores de xisto. São estes produtores que evitaram um aumento no preço do petróleo no passado e agora podem ser excluídos do mercado.

Hoje ficou evidente uma ruptura entre o contrato futuro de maio, o preço à vista (11 dólares, muito baixo) e o contrato de junho. Parece que ocorreu apostas altas que serão perdidas.

Outro fato é a recessão, que derrubou a demanda e aumentou os estoques.Como lidar com preço negativo?, pergunta Claudio Santana (a partir daqui)

Dividendos transmitem informação sobre lucros futuros

Resumo:

Yes. We show that dividend changes contain information about highly persistent changes in future economic income. Three methodological differences lead us to different conclusions from the extant literature: (i) we use an “event window approach” to cleanly delineate earnings after dividend changes from those before, (ii) we use alternative earnings measures to control for endogenous investment and asset write-downs surrounding dividend changes, and (iii) we control for the nonlinear relation between dividend changes and market reactions. Our results suggest dividend announcement returns reflect information about the level of permanent earnings, though the timing of the information content is difficult to reconcile with traditional signaling models.


PDF] Do Dividends Convey Information About Future Earnings ...

Rir é o melhor remédio

cartões de simpatia, para uma contabilidade que não deu certo

19 abril 2020

Previsão de recessões com dados do mercado

Do financial market participants, collectively, possess special wisdom about when economies are at risk of falling into a recession? When is Growth at Risk, a paper to be discussed at the Brookings Papers on Economic Activity conference March 19, suggests the answer is, “Probably not.”

Financial markets and the real economy (the production of goods and services) interact. Their movements are highly correlated, and financial indicators can, of course, provide useful information about current economic conditions. They also reflect market participants’ expectations of where the real economy is headed. The question the authors examine is whether financial indicators provide extra predictive power, more so than indicators of the real economy such as surveys of corporate purchasing managers.

“People in financial markets can obtain high returns if they can predict recessions but they are not able to do it—at least not better than anyone else. They cannot anticipate the timing of recessions and they price the risk of one only once they see it,” Professor Reichlin said in an interview with Brookings. “This blindness suggests that information bearing on the economy’s near-term path is rapidly available to all, but rare events such as recessions are fundamentally unforecastable.”


Policymakers should still pay attention to financial variables, even if they offer disappointingly little power to forecast recession risk—and they should seek to limit the accumulation of financial fragilities since those fragilities likely amplify the damage to the real economy once recessions occur, she said.

The authors use econometric techniques to analyze financial data back to 1973 and its ability to predict risks to gross domestic product (the economy’s output of goods and services) in both the very short term (within a quarter) and the medium term (four quarters). They examined both the predictive power of a compilation of financial variables in the United States (the Federal Reserve Bank of Chicago’s National Financial Conditions Index) and individual variables. They also looked at data for 12 other advanced-economy countries and found very similar patterns.