Muitas empresas estavam esperando esta norma: como irá funcionar as assembleias digitais. Através da Instrução 622, a CVM indicou sobre as assembleias de acionistas inteiramente digitais. Isto está apoiado na MP 931/20 e corresponde a uma mudança diante do Covid-19.
Em muitos casos, as próprias empresas divulgavam, juntamente com a convocação ou cancelamento da Assembleia, um indicativo que estavam esperando um pronunciamento da CVM sobre os procedimentos que seriam adotados. Segundo a entidade, as principais mudanças são:
Inclusão de definição das assembleias realizadas de modo parcialmente digital.
Esclarecimento de que nas assembleias realizadas de modo parcialmente digital, a reunião poderá ocorrer fora da sede da companhia, em caráter excepcional.
Possibilidade de definição, por parte da companhia, de prazo de antecedência para que o acionista deposite os documentos mencionados no anúncio de convocação e que estes possam ser apresentados por meio de protocolo digital.
Previsão de que o sistema a ser utilizado pela companhia possibilite a comunicação entre os acionistas.
Possibilidade dos administradores e pessoas cuja presença seja obrigatória nas assembleias participarem a distância nas assembleias realizadas de modo parcial ou exclusivamente digital.
Possibilidade de o presidente da mesa e o secretário registrarem em ata a presença dos acionistas que participarem a distância.
19 abril 2020
Iasb a todo vapor
Uma das consequências positivas do Covid para contabilidade poderia ser a redução no ritmo de produção de normas. Mas parece que isto não está acontecendo. A Deloitte fez um interessante comparativo entre o planejamento do Iasb, de um mês para cá. Pouca coisa mudou. Ou seja, mais e mais normas. Eis a listagem da empresa de auditoria:
Standard-setting projects
Maintenance projects
On 17 April 2020, the Board decided to extend the consultation period by (approximately) three months for the following consultation documents:
Standard-setting projects
- No changes, but see below for changes not yet reflected in the updated work plan
Maintenance projects
- Changes in accounting policies and estimates — Final amendments are now expected in the fourth quarter of 2020 (previously no date given)
- Amendments to IFRS 17 'Insurance Contracts' — Final amendments are now expected in June 2020 (previously second half of 2020)
- Deferred tax related to assets and liabilities arising from a single transaction — The discussion of exposure draft feedback is now expected in June 2020 (previously second quarter of 2020)
- Disclosure initiative — Accounting policies — The last work plan stated that feedback to the exposure draft would be discussed (no date given); this has now changed to final amendments to be expected in the fourth quarter of 2020 without redeliberations having occurred yet Disclosure initiative —
- Disclosure review — An exposure draft is now expected in the first half of 2021 (previously second half of 2020)
- IBOR reform and its effects on financial reporting — Phase 2 — An exposure was published on 9 April 2020; discussion of the feedback received is expected to occur in the third quarter of 2020
- IFRS 16 and COVID-19 — A project newly added to the work plan; an exposure draft is expected "by 27 April 2020"
- Business combinations under common control — A discussion paper is now expected in the third quarter of 2020 (previously second quarter of 2020)
- Dynamic risk management — Outreach on the core model is now expected in the second half of 2020 (previously second quarter of 2020)
- Extractive Activities — Research findings will now be discussed in June 2020 (previously second quarter of 2020)
- Goodwill and impairment — The feedback received on the discussion paper will be discussed in the first half of 2021 (previously second half of 2020)
- Post-implementation Review of IFRS 10, IFRS 11 and IFRS 12 — in the last work plan, the research review was announced for April 2020; this has now been given an entry "fourth quarter of 2020" although the Board will actually discuss the feedback at the upcoming Board meeting
- 2020 Agenda Consultation — A request for information is now expected in the first half of 2021 (previously second half of 2020)
On 17 April 2020, the Board decided to extend the consultation period by (approximately) three months for the following consultation documents:
- the Exposure Draft General Presentation and Disclosures;
- the Request for Information Comprehensive Review of the IFRS for SMEs Standard;
- and the Discussion Paper Business Combinations—Disclosures, Goodwill and Impairment.
18 abril 2020
Parabéns Contabilidade Financeira
Alguns bons amigos lembraram que hoje estamos completando aniversário. Gostaria de aproveitar e agradecer o grande incentivo e apoio da Isabel e do Pedro, sempre presentes. E daqueles que gostam daquilo que fazemos.
Que venham mais anos de vida pela frente. E muita postagem. Sobre débitos e créditos da vida real.
Que venham mais anos de vida pela frente. E muita postagem. Sobre débitos e créditos da vida real.
12 artigos de economia que todo contador deveria ler
Bayesian persuasion: Kamenica and M. Gentzkow (AER 2011)
Apresenta a solução de uma vasta classe de modelos de divulgação de informação com comprometimento.
2. Unique equilibrium in a model of self-fulfilling currency attacks, by S. Morris and H. Shin (AER 1998)
Apresenta os fundamentos de modelos de equilíbrio único com estratégias complementares.
Estabelece os problemas que surgem quando um especialista em discriminação de preços detém o monopólio da certificação.
Apresenta um teoria dos contratos dinâmica do balanço contábil.
5. Financial intermediation, loanable funds and the real sector, by B. Holmstrom and J. Tirole (QJE 1997)
Desenvolve um modelo de equilíbrio geral do papel de garantias financeiras.
6. Has moral hazard become a more important factor in managerial compensation?, by G. Gayle and R. Miller (AER 2009)
Estima uma modelo estrutural de incentivos gerenciais.
Mostra que a divulgação voluntária de informação induz à aquisição de informação em excesso.
8. Using privileged information to manipulate markets: Insiders, Gurus and Credibility, by R. Benabou and G. Laroque (QJE 1997)
Apresenta um modelo simples de manipulação de informações não verificáveis.
9. The survival of noise traders in financial markets, by J. De Long, A. Schleifer, L. Summers and R. Waldman (JB 1991)
Analisa a hipótese de que alguns negociantes têm expectativas mal especificadas.
10. An incomplete contracts approach to financial contracting, by P. Aghion and P. Bolton (RES 1992)
Apresenta a estrutura de vários modelos de contratos incompletos.
Mostra como um modelo simples do talento do CEO e de leis de potência ajuda a desenhar a análises empíricas da remuneração do CEO e interpreta seus resultados.
Revela o que acontece nos fundos de gerenciamento de ativos.
Ex-auditor da EY recebe indenização
A justiça inglesa aceitou uma causa favorável a Amjad Rihan, um ex-funcionário da empresa de auditoria EY. Rihan irá receber 11 milhões de dólares por danos, pois foi demitido da empresa por ter indicado irregularidades em uma empresa chamada Kaloti, em 2013.
O juiz entendeu que a EY ajudou a encobrir problemas que Rihan tinha descoberto ao fazer a auditoria da empresa de metais preciosos Kaloti. A empresa atuava de maneira inadequada e Rihan descobriu, por exemplo, que a Kaloti importou barras de ouro, revestidas de prata, do Marrocos. A empresa atuava no Emirados Árabes, destino de ouro contrabandeado da África.Outra descoberta de Rihan foi que a Kaloti efetuou, somente em 2012, pagamentos no total de 5,2 bilhões de dólares em caixa, um série indício de lavagem de dinheiro.
A EY disse que irá apelar, mas não quis comentar a decisão. Disse que foi uma equipe da empresa que descobriu irregularidades e fez a denúncia.
O juiz entendeu que a EY ajudou a encobrir problemas que Rihan tinha descoberto ao fazer a auditoria da empresa de metais preciosos Kaloti. A empresa atuava de maneira inadequada e Rihan descobriu, por exemplo, que a Kaloti importou barras de ouro, revestidas de prata, do Marrocos. A empresa atuava no Emirados Árabes, destino de ouro contrabandeado da África.Outra descoberta de Rihan foi que a Kaloti efetuou, somente em 2012, pagamentos no total de 5,2 bilhões de dólares em caixa, um série indício de lavagem de dinheiro.
A EY disse que irá apelar, mas não quis comentar a decisão. Disse que foi uma equipe da empresa que descobriu irregularidades e fez a denúncia.
Arte na Quarentena
Ontem postamos um vídeo que mostra que muitos comerciais são repetitivos. Mas veja como a Ucrânia, através do Ministério da Cultura e Informação, foi criativa, usando obras de arte para passar a ideia dos cuidados em tempos do Covid-19:
17 abril 2020
O pós Covid-19 em diferentes setores da economia
A empresa de consultoria Bain faz um exercício de futurologia (via aqui). A saída das últimas crises foram "eufóricas" (li isto em uma postagem, mas perdi a referência). Acho que a recuperação de viagem e turismo será bem mais rápida que o previsto na figura. E discordo que o entretenimento on-line irá continuar com demanda em alta, somente para citar dois casos.
Todo comercial do Covid é igual?
Parece que sim. Falta criatividade. Começa com o som de um piano ...
Reunião de empresas com o presidente da SEC
Resumo:
We examine whether meetings between the SEC Chair and public companies facilitate regulatory capture. Our analyses indicate that firms seek out meetings with the SEC Chair, as meetings are more likely to occur for politically active rather than industry leading firms, and meetings are more likely to occur during periods when the firm is under nonpublic investigation. In addition, we find that firms with meetings benefit from reduced monetary penalties, and that these reduced penalties are attributable, in part, to the favorable selection of the adjudication forum. These findings extend our understanding of how regulatory capture occurs at the SEC, and suggest that closed-door meetings between the SEC Chair and public companies may facilitate regulatory capture by providing a forum that helps firms negotiate for and obtain favorable regulatory outcomes.
We examine whether meetings between the SEC Chair and public companies facilitate regulatory capture. Our analyses indicate that firms seek out meetings with the SEC Chair, as meetings are more likely to occur for politically active rather than industry leading firms, and meetings are more likely to occur during periods when the firm is under nonpublic investigation. In addition, we find that firms with meetings benefit from reduced monetary penalties, and that these reduced penalties are attributable, in part, to the favorable selection of the adjudication forum. These findings extend our understanding of how regulatory capture occurs at the SEC, and suggest that closed-door meetings between the SEC Chair and public companies may facilitate regulatory capture by providing a forum that helps firms negotiate for and obtain favorable regulatory outcomes.
Mudanças no moeda Libra
Quando foi lançada, a Libra, a moeda do Facebook, recebeu uma reação muito fria dos reguladores. Muitos meses depois, a ideia sofreu algumas alterações, tentando obter o apoio dos bancos centrais dos principais países mundiais. Agora a entidade responsável pelo lançamento da moeda anunciou que haverá um maior controle por parte dos reguladores, com a participação de mais de 20 países como "cão de guarda".
A Associação Libra tenta a aprovação do governo suíço e sua sede é em Genebra. Apesar dos planos, a Associação não deu mais detalhes como será o controle da moeda. Mas sabe-se que a moeda, que deveria ser lançada em junho, terá seu lançamento alterado para o final do ano.
O advento da Libra assusta em razão do potencial uso para lavagem de dinheiro e a falta de controle por um governo central.
A Associação Libra tenta a aprovação do governo suíço e sua sede é em Genebra. Apesar dos planos, a Associação não deu mais detalhes como será o controle da moeda. Mas sabe-se que a moeda, que deveria ser lançada em junho, terá seu lançamento alterado para o final do ano.
O advento da Libra assusta em razão do potencial uso para lavagem de dinheiro e a falta de controle por um governo central.
16 abril 2020
Custo dos Jogos de Tóquio
Com a postergação, os Jogos Olímpicos de Tóquio deverá ter um elevado custo.
Mais elevado que Londres, quase quatro vezes o custo do Rio 2016 ou duas vezes Pequim.
Mais elevado que Londres, quase quatro vezes o custo do Rio 2016 ou duas vezes Pequim.
CVM muda regras
A CVM fez algumas "mudanças" nas normas. No Ofício Circular CVM/SNC/SEP 3/20 a entidade trouxe instruções sobre o impacto do Covid-19 no no cálculo de perdas esperadas de ativos financeiros.
As áreas técnicas da CVM entendem que a identificação da ocorrência, ou não, do aumento significativo no risco de crédito de um instrumento financeiro demanda uma avaliação abrangente de um conjunto de aspectos quantitativos e qualitativos do crédito que permita inferir, de forma prudente, mudanças no padrão de risco para a vida toda do instrumento.
Nesse contexto, em linha com as orientações de outros reguladores, a SNC e a SEP esclarecem que o diferimento do prazo para pagamento de parcelas vincendas (moratória), no âmbito das medidas anticíclicas adotadas no enfrentamento à Covid-19, por si só, não é suficiente para desencadear a alteração do modelo de cálculo de perda esperada.
A deliberação 852 muda o prazo de entrega das informações periódicas "dos empreendimentos hoteleiros e de emissores não registrados que realizaram ofertas ao amparo da Instrução CVM 476, como demonstrações financeiras."
A norma também prevê alteração na Deliberação CVM 849, contemplado ajustes no adiamento do relatório produzido pelos agentes fiduciários (nos termos do art. 68, § 1º, alínea b, da Lei 6.404/76) e nos prazos de entrega de informações periódicas das companhias abertas, como demonstrações financeiras e formulários trimestrais, formulário cadastral, formulário de referência e o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa.
As áreas técnicas da CVM entendem que a identificação da ocorrência, ou não, do aumento significativo no risco de crédito de um instrumento financeiro demanda uma avaliação abrangente de um conjunto de aspectos quantitativos e qualitativos do crédito que permita inferir, de forma prudente, mudanças no padrão de risco para a vida toda do instrumento.
Nesse contexto, em linha com as orientações de outros reguladores, a SNC e a SEP esclarecem que o diferimento do prazo para pagamento de parcelas vincendas (moratória), no âmbito das medidas anticíclicas adotadas no enfrentamento à Covid-19, por si só, não é suficiente para desencadear a alteração do modelo de cálculo de perda esperada.
A deliberação 852 muda o prazo de entrega das informações periódicas "dos empreendimentos hoteleiros e de emissores não registrados que realizaram ofertas ao amparo da Instrução CVM 476, como demonstrações financeiras."
A norma também prevê alteração na Deliberação CVM 849, contemplado ajustes no adiamento do relatório produzido pelos agentes fiduciários (nos termos do art. 68, § 1º, alínea b, da Lei 6.404/76) e nos prazos de entrega de informações periódicas das companhias abertas, como demonstrações financeiras e formulários trimestrais, formulário cadastral, formulário de referência e o informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa.
Regulação e a crise
Com o Covid-19, muitos restaurantes fecharam. Os consumidores correram para os supermercados. E ocorreu um princípio de desabastecimento. Uma questão natural: os fornecedores dos restaurantes poderiam encaminhar seus produtos para os supermercados; isto resolveria o problema.
Cowen apresenta esta questão para os Estados Unidos, mas acredito que seja também válida para o Brasil. O problema está na regulação. A rotulagem nutricional e outras normas exigidas pelo governo para venda de produtos em um supermercado não é utilizada na venda dos fornecedores para os restaurantes. Além disto, as embalagens (incluindo o tamanho e a quantidade de produtos) não é compatível. A norma criada para proteger o consumidor em uma supermercado tornou-se um estorvo.
A questão da rotulagem é de regulação. Isto é um assunto que interessa à Contabilidade. Muito da contabilidade para o usuário externo depende da regulação e em momentos de crise isto pode fazer diferença. As entidades reguladoras - incluindo Iasb - demoraram a perceber a gravidade da crise e a flexibilizar as normas (se é que fizeram).
Este assunto - da regulação - é tratado no capítulo 1 do livro de Teoria da Contabilidade.
Cowen apresenta esta questão para os Estados Unidos, mas acredito que seja também válida para o Brasil. O problema está na regulação. A rotulagem nutricional e outras normas exigidas pelo governo para venda de produtos em um supermercado não é utilizada na venda dos fornecedores para os restaurantes. Além disto, as embalagens (incluindo o tamanho e a quantidade de produtos) não é compatível. A norma criada para proteger o consumidor em uma supermercado tornou-se um estorvo.
A questão da rotulagem é de regulação. Isto é um assunto que interessa à Contabilidade. Muito da contabilidade para o usuário externo depende da regulação e em momentos de crise isto pode fazer diferença. As entidades reguladoras - incluindo Iasb - demoraram a perceber a gravidade da crise e a flexibilizar as normas (se é que fizeram).
Este assunto - da regulação - é tratado no capítulo 1 do livro de Teoria da Contabilidade.
Risco Sistemático via dados de alta frequência
Resumo:
Based on a novel high-frequency data set for a large number of firms, I estimate the time-varying latent continuous and jump factors that explain individual stock returns. The factors are estimated with a principal component analysis applied to a local volatility and jump covariance matrix. I find four stable continuous systematic factors, which can be approximated very well by a market, oil, finance and electricity portfolio, while there is only one stable jump market factor. The risk exposure to these factors varies substantially over time. The four continuous factors carry an intraday risk premium that reverses overnight.
Understanding Systematic Risk: A High-Frequency Approach
Journal of Finance, 2020- MARKUS PELGER
Based on a novel high-frequency data set for a large number of firms, I estimate the time-varying latent continuous and jump factors that explain individual stock returns. The factors are estimated with a principal component analysis applied to a local volatility and jump covariance matrix. I find four stable continuous systematic factors, which can be approximated very well by a market, oil, finance and electricity portfolio, while there is only one stable jump market factor. The risk exposure to these factors varies substantially over time. The four continuous factors carry an intraday risk premium that reverses overnight.
Understanding Systematic Risk: A High-Frequency Approach
Journal of Finance, 2020- MARKUS PELGER
15 abril 2020
Faz sentido uma empresa fazer uma doação neste momento?
O Itaú Unibanco anunciou a criação de uma iniciativa chamada Todos pelas Saúde, com uma "doação" de 1 bilhão. Segundo a instituição, o recurso "tem o objetivo de combater o novo coronavírus e seus efeitos sobre a sociedade brasileira". Nestes últimos dias, a Alpargatas anunciou a doação de sandálias para a população. Um pouco antes da páscoa, a Nestlé fez uma doação de 20% da produção de ovos de chocolates para pessoas carentes.
Isto faz sentido? Sob a ótica financeira, talvez. Observe que a administração de cada uma das entidades tomou uma decisão, sem uma consulta ao acionista. Se o trabalho da gestão é agregar valor, cabe a pergunta se este tipo de ação atinge este objetivo.
O caso da Nestlé foi anunciado bem perto da páscoa. Como neste momento o consumo de supérfluos deve ser reduzido, provavelmente parte do estoque não seria vendido. Veja o que diz o Valor (Alexandre Melo, Nestlé doa 20% dos ovos de chocolate, 13 de abril de 2020, B6)
Questionado se a doação tem relação com a venda sazonal fraca, Milo [vice-presidente da Nestlé Brasil] respondeu que as conversas com a varejista [Lojas Americanas] começaram há duas semanas [quando já se sabia da demanda].
Como os ovos são negociados com o varejo em consignação, e as vendas se mostravam fracas, na semana passada a Mondelez retirou produtos estocados na Lojas Americanas para revender a pequenos e médios varejistas.
Sobre o caso do Itaú é importante fazer uma grande ressalva. No meu entendimento, considero que a entidade não fez uma doação. Eis o que foi dito no anúncio da entidade:
Caberá a uma equipe de sete reconhecidos especialistas a definição das ações a serem financiadas por esses recursos.
Na realidade, o Itaú reservou um valor de 1 bilhão para serem gastos em ações. Contabilmente, nenhuma entidade recebeu estes recursos, embora possa acontecer. Veja as ações que serão/poderão ser financiadas:
Talvez a ação do Itau seja muito mais defensiva. No momento atual, uma "doação" (perdão, mas continuo achando que não é uma doação) pode inibir uma atitude política de questionar os lucros dos bancos, por exemplo. Ou aumento na alíquota do imposto.
Isto faz sentido? Sob a ótica financeira, talvez. Observe que a administração de cada uma das entidades tomou uma decisão, sem uma consulta ao acionista. Se o trabalho da gestão é agregar valor, cabe a pergunta se este tipo de ação atinge este objetivo.
O caso da Nestlé foi anunciado bem perto da páscoa. Como neste momento o consumo de supérfluos deve ser reduzido, provavelmente parte do estoque não seria vendido. Veja o que diz o Valor (Alexandre Melo, Nestlé doa 20% dos ovos de chocolate, 13 de abril de 2020, B6)
Questionado se a doação tem relação com a venda sazonal fraca, Milo [vice-presidente da Nestlé Brasil] respondeu que as conversas com a varejista [Lojas Americanas] começaram há duas semanas [quando já se sabia da demanda].
Como os ovos são negociados com o varejo em consignação, e as vendas se mostravam fracas, na semana passada a Mondelez retirou produtos estocados na Lojas Americanas para revender a pequenos e médios varejistas.
Sobre o caso do Itaú é importante fazer uma grande ressalva. No meu entendimento, considero que a entidade não fez uma doação. Eis o que foi dito no anúncio da entidade:
Caberá a uma equipe de sete reconhecidos especialistas a definição das ações a serem financiadas por esses recursos.
Na realidade, o Itaú reservou um valor de 1 bilhão para serem gastos em ações. Contabilmente, nenhuma entidade recebeu estes recursos, embora possa acontecer. Veja as ações que serão/poderão ser financiadas:
- Informar: orientação da população como campanha de incentivo ao uso de máscaras;
- Proteger: testagem populacional e para profissionais de saúde;
- Cuidar: apoio aos gestores públicos estaduais e de grandes municípios na estruturação de gabinetes de crise; capacitação e apoio aos profissionais de saúde; uso de telemedicina; ampliação da capacidade e eficiência em estruturas hospitalares referenciadas; compra e distribuição de insumos estratégicos, além da mobilização de equipamentos e recursos humanos.
- Retomar: colaboração para o desenvolvimento de estratégias, visando a: retorno mais seguro às atividades sociais; e programas de monitoramento da população com risco elevado.
Talvez a ação do Itau seja muito mais defensiva. No momento atual, uma "doação" (perdão, mas continuo achando que não é uma doação) pode inibir uma atitude política de questionar os lucros dos bancos, por exemplo. Ou aumento na alíquota do imposto.
Distribuindo dividendos
Um grande número de empresas está evitando distribuir dividendos. Mas a SLC fez algo interessante. Além de mudar a data da assembleia, a SLC decidiu:
Adicionalmente, o Conselho de Administração aprovou nesta data a distribuição antecipada dos dividendos obrigatórios ordinários anuais, com base no lucro líquido ajustado da Companhia no exercício social encerrado em 31/12/2019, consoante artigo 204 da Lei 6.404/76 e artigo 37 do Estatuto Social da Companhia, no valor total de R$73.749.774,47 (setenta e três milhões, setecentos e quarenta e nove mil, setecentos e setenta e quatro reais e quarenta e sete centavos), equivalentes nesta data ao valor de R$0,39415410 por ação. O valor por ação é estimado e poderá ser alterado em decorrência de alienações de ações em tesouraria que ocorram para atender aos Planos de remuneração baseados em ações da Companhia.
Faz sentido?
(Talvez no caso de um controlador, necessitando de $, isto pode ser interessante)
Adicionalmente, o Conselho de Administração aprovou nesta data a distribuição antecipada dos dividendos obrigatórios ordinários anuais, com base no lucro líquido ajustado da Companhia no exercício social encerrado em 31/12/2019, consoante artigo 204 da Lei 6.404/76 e artigo 37 do Estatuto Social da Companhia, no valor total de R$73.749.774,47 (setenta e três milhões, setecentos e quarenta e nove mil, setecentos e setenta e quatro reais e quarenta e sete centavos), equivalentes nesta data ao valor de R$0,39415410 por ação. O valor por ação é estimado e poderá ser alterado em decorrência de alienações de ações em tesouraria que ocorram para atender aos Planos de remuneração baseados em ações da Companhia.
Faz sentido?
(Talvez no caso de um controlador, necessitando de $, isto pode ser interessante)
Brasil vai falir: a explosão da dívida pública de 2020 a 2030
Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) divulgado dia 13 de abril de 2020 pela IFI, o Brasil caminha a passos largos pra uma trajetória insustentável de dívida pública. O cenário pessimista considera que o PIB vai cair 5,2% em 2020, o que está em linha com outras instituições
Por dentro do insider trading: Becker encontra Kyle
Resumo:
How do illegal insider traders act on private information? Do they internalize legal risks? We address these questions using a unique sample of illegal insider traders convicted by the Securities Exchange Commission (SEC). To shed light on the traders’ investment strategies, we analyze, theoretically and empirically, the tradeoff between the risk of information becoming public (information risk) and the risk of being subject to enforcement actions (legal risk). Consistent with Kyle (1985), insiders manage their trades’ size and timing according to prevailing liquidity conditions, fundamental and noise volatility, and the value of the private tips they receive. Behavioral variables, such as gender, age, and profession, play a lesser role. Using various shocks to legal risk, we find that insiders internalize such risk by moderating trade aggressiveness, providing empirical support to the regulators’ actions. Consistent with Becker (1968), positive shocks to legal risk also induce insiders to concentrate on fewer private signals of higher economic value. Thus, insider trading enforcement could hamper stock price informativeness.
Kacperczyk, Marcin T. and Pagnotta, Emiliano, Becker Meets Kyle: Inside Insider Trading (November 30, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3142006 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3142006
How do illegal insider traders act on private information? Do they internalize legal risks? We address these questions using a unique sample of illegal insider traders convicted by the Securities Exchange Commission (SEC). To shed light on the traders’ investment strategies, we analyze, theoretically and empirically, the tradeoff between the risk of information becoming public (information risk) and the risk of being subject to enforcement actions (legal risk). Consistent with Kyle (1985), insiders manage their trades’ size and timing according to prevailing liquidity conditions, fundamental and noise volatility, and the value of the private tips they receive. Behavioral variables, such as gender, age, and profession, play a lesser role. Using various shocks to legal risk, we find that insiders internalize such risk by moderating trade aggressiveness, providing empirical support to the regulators’ actions. Consistent with Becker (1968), positive shocks to legal risk also induce insiders to concentrate on fewer private signals of higher economic value. Thus, insider trading enforcement could hamper stock price informativeness.
Kacperczyk, Marcin T. and Pagnotta, Emiliano, Becker Meets Kyle: Inside Insider Trading (November 30, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3142006 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3142006
Efeito Cantillon: consequências distributivas da impressão de dinheiro
De acordo com Richard Cantillon, banqueiro e filósofo francês do século XVIII, quem se beneficia quando o estado imprime dinheiro é função da configuração institucional do Estado. No século 18, isso significava que, quanto mais você se aproximava do rei e dos ricos, mais se beneficiava e, quanto mais distante, mais se machucava. O mesmo acontece hoje, com as medidas de liquidez do Banco Central dos EUA, beneficiando primeiro os fundos de hedge e as empresas de private equity.
O dinheiro, em outras palavras, não é neutro. A impressão de dinheiro tem consequências distributivas que operam através do sistema de preços, o que ficou conhecido como "Efeito Cantillon".
O dinheiro, em outras palavras, não é neutro. A impressão de dinheiro tem consequências distributivas que operam através do sistema de preços, o que ficou conhecido como "Efeito Cantillon".
14 abril 2020
Corte nos dividendos
O Valor Econômico fez um levantamento de 14 empresas que cortaram dividendos (e/ou juros sobre capital próprio) em razão dos problemas com o Covid-19. A movimentação aumentou com a Medida Provisória 931, que facilitou o processo: basta a decisão do Conselho de Administração, não mais a assembleia.
Em alguns casos, o dividendo realmente não será pago. Em outros, o pagamento será postergado. Há alguns casos, não inclusos na tabela, onde as empresas estão aproveitando para fazer recompra de ações. Isto pode ser um movimento perigoso, em termo políticos; se no futuro a empresa precisar de recursos (inclusive públicos), como justificar o uso passado do dinheiro para comprar suas ações?
Veja: Brandão, Raquel; Schincariol, Juliana. Corte o dividendo, o caixa sumiu. Valor, 13 de abril de 2020, p. B1 (via aqui, para assinantes).
Em alguns casos, o dividendo realmente não será pago. Em outros, o pagamento será postergado. Há alguns casos, não inclusos na tabela, onde as empresas estão aproveitando para fazer recompra de ações. Isto pode ser um movimento perigoso, em termo políticos; se no futuro a empresa precisar de recursos (inclusive públicos), como justificar o uso passado do dinheiro para comprar suas ações?
Veja: Brandão, Raquel; Schincariol, Juliana. Corte o dividendo, o caixa sumiu. Valor, 13 de abril de 2020, p. B1 (via aqui, para assinantes).
Covid-19 e a poluição
O comparativo entre a imagem de diversas cidades no mundo em 2019 e 2020. Mapas mais escuros é sinal de poluição. Em alguns caso o efeito é bem nítido.
Para maratonar
Em tempos de Covid-19 eis uma lista de série e o respectivo tempo que você levaria para assistir todos episódios. Algumas não sei se estão disponíveis no streaming no Brasil:
General Hospital—11,398 hours (474 days, 22 hours) - esta série existe desde 1963.
Days of Our Lives—11,281 hours (470 days, 1 hour)
Saturday Night Live—1308 hours (54 days, 12 hours)
Pokémon—513 hours (21 days, 9 hours)
Law and Order: Special Victims Unit — 460 hours (19 days, 4 hours)
NCIS—379 hours (15 days, 19 hours)
Grey's Anatomy—343 hours (14 days, 7 hours)
The Simpsons—334 hours (13 days, 22 hours)
Criminal Minds—317 hours (13 days, 5 hours)
The X-Files—218 hours (9 days, 2 hours)
Star Trek: The Next Generation—178 hours (7 days, 10 hours)
House—176 hours (7 days, 8 hours)
The Vampire Diaries—171 hours (7 days, 3 hours)
Dragon Ball Z—170 hours (7 days, 2 hours)
Family Guy—165 hours (6 days, 21 hours)
The West Wing—154 hours (6 days, 10 hours)
Gilmore Girls—153 hours (6 days, 9 hours)
South Park—152 hours (6 days, 8 hours)
Buffy the Vampire Slayer—144 hours (6 days)
The Big Bang Theory—139 hours (5 days, 19 hours)
Cheers—138 hours (5 days, 18 hours)
The Walking Dead—131 hours (5 days, 11 hours)
M*A*S*H—129 hours (5 days, 9 hours)
King of the Hill—127 hours (5 days, 7 hours)
Gossip Girl—121 hours (5 days, 1 hour)
Lost—121 hours (5 days, 1 hour)
Friends—121 hours (5 days, 1 hour)
SpongeBob SquarePants—120 hours (5 days)
Shameless—110 hours (4 days, 14 hours)
Sons of Anarchy—105 hours (4 days, 9 hours)
How I Met Your Mother—104 hours (4 days, 8 hours)
That 70s Show—102 hours (4 days, 6 hours)
The Office—99 hours (4 days, 3 hours)
Dexter—96 hours (4 days)
Mad Men—92 hours (3 days, 20 hours)
Orange Is the New Black—91 hours (3 days, 19 hours)
Seinfeld—90 hours (3 days, 18 hours)
The Sopranos—86 hours (3 days, 14 hours)
Fresh Prince of Bel-Air—74 hours (3 days, 2 hours)
It's Always Sunny in Philadelphia—71 hours (2 days, 23 hours)
Adventure Time—70 hours (2 days, 22 hours)
Game of Thrones—70 hours (2 days, 22 hours)
Brooklyn Nine-Nine—65 hours (2 days, 17 hours)
Parks and Recreation—63 hours (2 days, 15 hours)
Breaking Bad—62 hours (2 days, 14 hours)
Futurama—62 hours (2 days, 14 hours)
The Wire—60 hours (2 days, 12 hours)
Downton Abbey—56 hours (2 days, 8 hours)
Avatar: The Last Airbender—30 hours (1 day, 6 hours)
Black Mirror—21 hours
Stranger Things—20 hours
Rick and Morty—15 hours
Fonte: Aqui
Somei as séries que assisti integralmente e deu 26 dias (626 horas para ser exato)
General Hospital—11,398 hours (474 days, 22 hours) - esta série existe desde 1963.
Days of Our Lives—11,281 hours (470 days, 1 hour)
Saturday Night Live—1308 hours (54 days, 12 hours)
Pokémon—513 hours (21 days, 9 hours)
Law and Order: Special Victims Unit — 460 hours (19 days, 4 hours)
NCIS—379 hours (15 days, 19 hours)
Grey's Anatomy—343 hours (14 days, 7 hours)
The Simpsons—334 hours (13 days, 22 hours)
Criminal Minds—317 hours (13 days, 5 hours)
The X-Files—218 hours (9 days, 2 hours)
Star Trek: The Next Generation—178 hours (7 days, 10 hours)
House—176 hours (7 days, 8 hours)
The Vampire Diaries—171 hours (7 days, 3 hours)
Dragon Ball Z—170 hours (7 days, 2 hours)
Family Guy—165 hours (6 days, 21 hours)
The West Wing—154 hours (6 days, 10 hours)
Gilmore Girls—153 hours (6 days, 9 hours)
South Park—152 hours (6 days, 8 hours)
Buffy the Vampire Slayer—144 hours (6 days)
The Big Bang Theory—139 hours (5 days, 19 hours)
Cheers—138 hours (5 days, 18 hours)
The Walking Dead—131 hours (5 days, 11 hours)
M*A*S*H—129 hours (5 days, 9 hours)
King of the Hill—127 hours (5 days, 7 hours)
Gossip Girl—121 hours (5 days, 1 hour)
Lost—121 hours (5 days, 1 hour)
Friends—121 hours (5 days, 1 hour)
SpongeBob SquarePants—120 hours (5 days)
Shameless—110 hours (4 days, 14 hours)
Sons of Anarchy—105 hours (4 days, 9 hours)
How I Met Your Mother—104 hours (4 days, 8 hours)
That 70s Show—102 hours (4 days, 6 hours)
The Office—99 hours (4 days, 3 hours)
Dexter—96 hours (4 days)
Mad Men—92 hours (3 days, 20 hours)
Orange Is the New Black—91 hours (3 days, 19 hours)
Seinfeld—90 hours (3 days, 18 hours)
The Sopranos—86 hours (3 days, 14 hours)
Fresh Prince of Bel-Air—74 hours (3 days, 2 hours)
It's Always Sunny in Philadelphia—71 hours (2 days, 23 hours)
Adventure Time—70 hours (2 days, 22 hours)
Game of Thrones—70 hours (2 days, 22 hours)
Brooklyn Nine-Nine—65 hours (2 days, 17 hours)
Parks and Recreation—63 hours (2 days, 15 hours)
Breaking Bad—62 hours (2 days, 14 hours)
Futurama—62 hours (2 days, 14 hours)
The Wire—60 hours (2 days, 12 hours)
Downton Abbey—56 hours (2 days, 8 hours)
Avatar: The Last Airbender—30 hours (1 day, 6 hours)
Black Mirror—21 hours
Stranger Things—20 hours
Rick and Morty—15 hours
Fonte: Aqui
Somei as séries que assisti integralmente e deu 26 dias (626 horas para ser exato)
Sem proteção para risco de cauda, a carteira de ativos explode
Nassim Taleb, the former options trader who predicted the 2008 financial crisis in his bestseller “The Black Swan,” said investors stung by the coronavirus crisis are paying the price for ignoring the risk of a predictable event.
Taleb also criticized the $2 trillion economic relief package signed into law last week as a bailout for investors and for companies that drained cash or levered up to buy back stock.
“The worst thing you can do with insurance is try to time it,” Taleb, a distinguished professor of risk engineering at New York University, said in an interview Monday on Bloomberg Television. “If you don’t have tail insurance, you don’t have a portfolio. Your portfolio is going to blow up.”
[...]
“The system favors the companies that spent their cash to buy their stock and furthermore borrow over those who had a cautious attitude,” he said in the interview. “We should bail out employees, we should bail out citizens, not the corporations who made these mistakes.”
What irks Taleb most of all is the suggestion that the virus pandemic is a “black swan” event, a statistical outlier so rare no one could have predicted or prevented it. His 2007 book of the same name flagged globalization as reason enough to anticipate a “very strange acute virus spreading throughout the planet.”
“We’ve had black swans -- Sept. 11 [2001] was definitely a black swan,” he said. “This was a white swan.”
Taleb also criticized the $2 trillion economic relief package signed into law last week as a bailout for investors and for companies that drained cash or levered up to buy back stock.
“The worst thing you can do with insurance is try to time it,” Taleb, a distinguished professor of risk engineering at New York University, said in an interview Monday on Bloomberg Television. “If you don’t have tail insurance, you don’t have a portfolio. Your portfolio is going to blow up.”
[...]
“The system favors the companies that spent their cash to buy their stock and furthermore borrow over those who had a cautious attitude,” he said in the interview. “We should bail out employees, we should bail out citizens, not the corporations who made these mistakes.”
What irks Taleb most of all is the suggestion that the virus pandemic is a “black swan” event, a statistical outlier so rare no one could have predicted or prevented it. His 2007 book of the same name flagged globalization as reason enough to anticipate a “very strange acute virus spreading throughout the planet.”
“We’ve had black swans -- Sept. 11 [2001] was definitely a black swan,” he said. “This was a white swan.”
Eletrobras e o planejamento em tempos do Covid
No início de março, a Organização Mundial de Saúde decretou uma pandemia global. Nos dias seguintes, diversos governadores dos estados adotaram severas restrições para a movimentação das pessoas, incluindo o fechamento da maioria dos estabelecimentos comerciais e industriais. Um ambiente como este significa uma mudança em qualquer perspectiva do que esperamos para o futuro. Algumas estimativas sobre o comportamento da economia fala na maior recessão da economia brasileira. O mundo mudou.
É interessante que diante desta situação no dia 27 de março a Eletrobras tenha realizado uma reunião do seu Conselho de Administração. Em geral, nos dias atuais, quando isto ocorre é para suspender uma assembleia previamente convocada ou tomar medidas para preparar a empresa para os dias atuais. No caso da Eletrobras não foi bem este o caso. A empresa aprovou o "novo Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período de 2020 a 2024". Parece temerário, já que é praticamente impossível planejar na atual situação.
Mas não foi bem isto. O documento traz um alerta interessante:
A Companhia esclarece que o PDNG 2020-2024 foi elaborado antes do surto do COVID-19 no Brasil e, portanto, não contempla seus possíveis impactos nos negócios da Companhia, que foram objeto de esclarecimentos de outro Fato Relevante também divulgado ao mercado, nesta data, especificamente sobre este tema.
Faz sentido? É bem verdade que a empresa, em outro documento, faz uma exposição sobre o impacto do Covid concluindo que:
Não obstante o exposto acima, devido ao cenário atípico e de características potencialmente imprevisíveis, não é possível prever com exatidão os cenários que poderão se materializar nos próximos meses nas operações da Companhia. Ainda não estão suficientemente claros os efeitos na economia mundial e, em particular no Brasil, nem por quanto tempo estes efeitos irão perdurar. Além disso, as medidas anticíclicas, sem precedentes, que estão sendo adotadas no mundo todo podem contribuir para a redução dos impactos econômicos da pandemia.
É interessante que diante desta situação no dia 27 de março a Eletrobras tenha realizado uma reunião do seu Conselho de Administração. Em geral, nos dias atuais, quando isto ocorre é para suspender uma assembleia previamente convocada ou tomar medidas para preparar a empresa para os dias atuais. No caso da Eletrobras não foi bem este o caso. A empresa aprovou o "novo Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período de 2020 a 2024". Parece temerário, já que é praticamente impossível planejar na atual situação.
Mas não foi bem isto. O documento traz um alerta interessante:
A Companhia esclarece que o PDNG 2020-2024 foi elaborado antes do surto do COVID-19 no Brasil e, portanto, não contempla seus possíveis impactos nos negócios da Companhia, que foram objeto de esclarecimentos de outro Fato Relevante também divulgado ao mercado, nesta data, especificamente sobre este tema.
Faz sentido? É bem verdade que a empresa, em outro documento, faz uma exposição sobre o impacto do Covid concluindo que:
Não obstante o exposto acima, devido ao cenário atípico e de características potencialmente imprevisíveis, não é possível prever com exatidão os cenários que poderão se materializar nos próximos meses nas operações da Companhia. Ainda não estão suficientemente claros os efeitos na economia mundial e, em particular no Brasil, nem por quanto tempo estes efeitos irão perdurar. Além disso, as medidas anticíclicas, sem precedentes, que estão sendo adotadas no mundo todo podem contribuir para a redução dos impactos econômicos da pandemia.
13 abril 2020
Projeções
Ao mesmo tempo que divulgava um fato relevante dizendo que não iria divulgar projeções, a Gol Linhas Aéreas divulgou outro fato relevante com a seguinte frase:
A pandemia de Covid-19 começou a afetar as operações da Gol em meados de março de 2020 e, portanto teve efeito limitado no desempenho do primeiro trimestre.
Pode ser que a bola de cristal da empresa seja boa, mas meados de março significa 1/6 do trimestre. Acho que os efeitos serão significativos.
A pandemia de Covid-19 começou a afetar as operações da Gol em meados de março de 2020 e, portanto teve efeito limitado no desempenho do primeiro trimestre.
Pode ser que a bola de cristal da empresa seja boa, mas meados de março significa 1/6 do trimestre. Acho que os efeitos serão significativos.
Pesquisas com Covid-19
Parece que a ciência está atenta a maior necessidade do mundo atual. No site do NBER, nos working-papers da semana, 13 estão relacionados com a doença.
Em Polarization and Public Health: Partisan Differences in Social Distancing during the Coronavirus Pandemic, os pesquisadores Hunt Allcott, Levi Boxell, Jacob C. Conway, Matthew Gentzkow, Michael Thaler e David Y. Yang investigam a questão política na reação à doença. Usando dados de celulares, os pesquisadores descobriram que áreas tradicionalmente republicanas apresentaram menos distanciamento social.
Triage Protocol Design for Ventilator Rationing in a Pandemic: Integrating Multiple Ethical Values through Reserves, de autoria de Parag A. Pathak, Tayfun Sönmez, M. Utku Unver e M. Bumin Yenmez mostra como é feita a divisão dos equipamentos médicos em diferentes locais nos Estados Unidos. Os autores propõe um modelo através de reservas como um processo de triagem do equipamento para solucionar o problema.
George J. Borjas, em Demographic Determinants of Testing Incidence and COVID-19 Infections in New York City Neighborhoods, descobriu, usando dados do código postal da residência, que pessoas residentes em locais mais pobres são menos prováveis de serem testadas com o Covid-19, embora exista mais chance do resultado ser positivo.
U.S. Economic Activity During the Early Weeks of the SARS-Cov-2 Outbreak, de autoria de Daniel Lewis, Karel Mertens e James H. Stock acompanha o índice de atividade econômica semanal e verificaram que a queda na atividade econômica começou na semana terminada em 21 de março.
A pergunta sobre a mortalidade da doença é o ponto relevante do texto de Andrew Atkeson, em How Deadly Is COVID-19? Understanding The Difficulties With Estimation Of Its Fatality Rate. Há uma discussão se esta taxa é 0,1% ou 1% ou um número intermediário. Atkeson afirma que somente com testes aleatórios de larga escala é possível responder a esta questão.
O texto Firm-level Exposure to Epidemic Diseases: Covid-19, SARS, and H1N1, de Tarek Alexander Hassan, Stephan Hollander, Laurence van Lent e Ahmed Tahoun é de grande interesse para área contábil-financeira. A partir de dados de trabalhos anteriores, os autores determinam quais empresas esperam ganhar ou perder com uma doença epidêmica e quais são as mais afetadas pela incerteza associada à medida que uma doença se espalha em uma região ou ao redor do mundo. Além disto, os autores descobriram que as principais preocupações das empresas estão relacionadas ao colapso da demanda, ao aumento da incerteza e à interrupção nas cadeias de suprimentos.
A Simple Planning Problem for COVID-19 Lockdown, os autores Fernando E. Alvarez, David Argente e Francesco Lippi desenvolvem uma modelagem para uma política de quarentena, incluindo o momento mais adequado para a redução das restrições.
Lesley Chiou, Catherine Tucker analisaram o efeito da internet em Social Distancing, Internet Access and Inequality. Segundo as autoras, quanto maior a velocidade da internet e a renda da pessoa, maior a propensão de ficar em casa. As autoras usaram dados de celulares e os movimentos físicos das pessoas.
COVID-Induced Economic Uncertainty, de Scott R. Baker, Nicholas Bloom, Steven J. Davis, Stephen J. Terry usaram medidas de incerteza para avaliar o impacto econômico do Covid
Em Optimal Mitigation Policies in a Pandemic: Social Distancing and Working from Home, Callum J. Jones, Thomas Philippon, Venky Venkateswaran é mostrado o efeito do trabalho em casa em uma situação de pandemia. Isto reduz a taxa de mortalidade, mas há uma queda no consumo, que chega a 25% inicialmente.
A pesquisa em Covid19 and the Macroeconomic Effects of Costly Disasters, de Sydney C. Ludvigson, Sai Ma, Serena Ng focou o impacto econômico da doença. Ao contrário dos desastres naturais, o covid19 é um choque de vários meses, que afeta o mercado de trabalho e o bem-estar social e físico das pessoas. Os efeitos do evento, segundo os autores, duram de dois meses a mais de um ano, dependendo do setor da economia.
O foco da pesquisa How Are Small Businesses Adjusting to COVID-19? Early Evidence from a Survey, de Alexander W. Bartik, Marianne Bertrand, Zoë B. Cullen, Edward L. Glaeser, Michael Luca, Christopher T. Stanton são as empresas pequenas. Os autores descobriram que 43% das empresas estão temporariamente fechadas e as empresas reduziram o número de funcionários em 40%. Esta empresas são financeiramente frágeis: uma empresa mediana tem mais de US $ 10.000 em despesas mensais e menos de um mês de reserva em dinheiro.
Finalmente, The Geographic Spread of COVID-19 Correlates with Structure of Social Networks as Measured by Facebook, de Theresa Kuchler, Dominic Russel, Johannes Stroebel, mostraram existir uma relação entre os laços sociais fortes e a expansão da doença. Assim, dados das mídias sociais podem ser usados para prever a propagação da doença.
Em Polarization and Public Health: Partisan Differences in Social Distancing during the Coronavirus Pandemic, os pesquisadores Hunt Allcott, Levi Boxell, Jacob C. Conway, Matthew Gentzkow, Michael Thaler e David Y. Yang investigam a questão política na reação à doença. Usando dados de celulares, os pesquisadores descobriram que áreas tradicionalmente republicanas apresentaram menos distanciamento social.
Triage Protocol Design for Ventilator Rationing in a Pandemic: Integrating Multiple Ethical Values through Reserves, de autoria de Parag A. Pathak, Tayfun Sönmez, M. Utku Unver e M. Bumin Yenmez mostra como é feita a divisão dos equipamentos médicos em diferentes locais nos Estados Unidos. Os autores propõe um modelo através de reservas como um processo de triagem do equipamento para solucionar o problema.
George J. Borjas, em Demographic Determinants of Testing Incidence and COVID-19 Infections in New York City Neighborhoods, descobriu, usando dados do código postal da residência, que pessoas residentes em locais mais pobres são menos prováveis de serem testadas com o Covid-19, embora exista mais chance do resultado ser positivo.
U.S. Economic Activity During the Early Weeks of the SARS-Cov-2 Outbreak, de autoria de Daniel Lewis, Karel Mertens e James H. Stock acompanha o índice de atividade econômica semanal e verificaram que a queda na atividade econômica começou na semana terminada em 21 de março.
A pergunta sobre a mortalidade da doença é o ponto relevante do texto de Andrew Atkeson, em How Deadly Is COVID-19? Understanding The Difficulties With Estimation Of Its Fatality Rate. Há uma discussão se esta taxa é 0,1% ou 1% ou um número intermediário. Atkeson afirma que somente com testes aleatórios de larga escala é possível responder a esta questão.
O texto Firm-level Exposure to Epidemic Diseases: Covid-19, SARS, and H1N1, de Tarek Alexander Hassan, Stephan Hollander, Laurence van Lent e Ahmed Tahoun é de grande interesse para área contábil-financeira. A partir de dados de trabalhos anteriores, os autores determinam quais empresas esperam ganhar ou perder com uma doença epidêmica e quais são as mais afetadas pela incerteza associada à medida que uma doença se espalha em uma região ou ao redor do mundo. Além disto, os autores descobriram que as principais preocupações das empresas estão relacionadas ao colapso da demanda, ao aumento da incerteza e à interrupção nas cadeias de suprimentos.
A Simple Planning Problem for COVID-19 Lockdown, os autores Fernando E. Alvarez, David Argente e Francesco Lippi desenvolvem uma modelagem para uma política de quarentena, incluindo o momento mais adequado para a redução das restrições.
Lesley Chiou, Catherine Tucker analisaram o efeito da internet em Social Distancing, Internet Access and Inequality. Segundo as autoras, quanto maior a velocidade da internet e a renda da pessoa, maior a propensão de ficar em casa. As autoras usaram dados de celulares e os movimentos físicos das pessoas.
COVID-Induced Economic Uncertainty, de Scott R. Baker, Nicholas Bloom, Steven J. Davis, Stephen J. Terry usaram medidas de incerteza para avaliar o impacto econômico do Covid
Em Optimal Mitigation Policies in a Pandemic: Social Distancing and Working from Home, Callum J. Jones, Thomas Philippon, Venky Venkateswaran é mostrado o efeito do trabalho em casa em uma situação de pandemia. Isto reduz a taxa de mortalidade, mas há uma queda no consumo, que chega a 25% inicialmente.
A pesquisa em Covid19 and the Macroeconomic Effects of Costly Disasters, de Sydney C. Ludvigson, Sai Ma, Serena Ng focou o impacto econômico da doença. Ao contrário dos desastres naturais, o covid19 é um choque de vários meses, que afeta o mercado de trabalho e o bem-estar social e físico das pessoas. Os efeitos do evento, segundo os autores, duram de dois meses a mais de um ano, dependendo do setor da economia.
O foco da pesquisa How Are Small Businesses Adjusting to COVID-19? Early Evidence from a Survey, de Alexander W. Bartik, Marianne Bertrand, Zoë B. Cullen, Edward L. Glaeser, Michael Luca, Christopher T. Stanton são as empresas pequenas. Os autores descobriram que 43% das empresas estão temporariamente fechadas e as empresas reduziram o número de funcionários em 40%. Esta empresas são financeiramente frágeis: uma empresa mediana tem mais de US $ 10.000 em despesas mensais e menos de um mês de reserva em dinheiro.
Finalmente, The Geographic Spread of COVID-19 Correlates with Structure of Social Networks as Measured by Facebook, de Theresa Kuchler, Dominic Russel, Johannes Stroebel, mostraram existir uma relação entre os laços sociais fortes e a expansão da doença. Assim, dados das mídias sociais podem ser usados para prever a propagação da doença.
Covid e a Assembleia
Em meio aos problemas de saúde e a velocidade dos acontecimentos, um fato interessante ocorreu com a CCX Carvão da Colômbia, uma empresa em processo de liquidação. No final de março, a empresa divulgou a seguinte informação:
A CCX CARVÃO DA COLÔMBIA S.A. – EM LIQUIDAÇÃO (“CCX” “Companhia”), em atendimento ao artigo 157, parágrafo 4º, da Lei nº 6.404/76, na forma da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 358/02, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que:
1. Diante da quarentena decretada no estado do Rio de Janeiro (cf. Decreto nº 47.006 de 27 de março de 2020), onde se encontra a sede da Companhia, e conforme as recomendações emitidas pelo Ministério da Saúde (cf. Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e Recomendações do Ministério da Saúde e da Anvisa para a Operação Regresso), e conforme autoriza o artigo 1º da Medida Provisória nº 931, de 30 de março de 2020, a Companhia decidiu adiar a realização da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária de 2020 (“AGOE de 2020”), que inicialmente ocorreria em 30 de abril de 2020, para o dia 1º de junho de 2020.
(..) 3. Em linha com tal posicionamento, e considerando que Assembleias Gerais são eventos essencialmente caracterizados pela aglomeração de pessoas, a Companhia concluiu por adiar a AGOE de 2020 para 1º de junho de 2020. A Companhia destaca, ainda, que o principal objetivo da referida medida é proteger e resguardar seus acionistas neste momento tão sensível.
4. Some-se a isto o fato de que a circulação interestadual e intermunicipal de pessoas tem se tornado cada vez mais difícil, tendo em vista a imposição de restrições de deslocamento e também de redução da disponibilidade de meios de transporte. Desse modo, a alteração da data da AGOE de 2020 é a medida mais adequada para garantir aos acionistas a possibilidade de comparecer à AGOE de 2020 e exercer plenamente seus direitos.
Até aqui tudo bem. A empresa fez o que muitas outras também fizeram: mudar a data da assembleia. Mas chama atenção o próximo item:
5. Nesse sentido, a Companhia orienta os seus acionistas e o mercado em geral a desconsiderarem o Edital de Convocação publicado hoje no jornal Monitor Mercantil e no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, que convocava a AGOE para o dia 30 de abril de 2020.
Resumindo: a empresa publicou um edital de convocação para uma assembleia no dia 30 de março e no mesmo dia desmarcou a assembleia. Muito rápido.
A CCX CARVÃO DA COLÔMBIA S.A. – EM LIQUIDAÇÃO (“CCX” “Companhia”), em atendimento ao artigo 157, parágrafo 4º, da Lei nº 6.404/76, na forma da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 358/02, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que:
1. Diante da quarentena decretada no estado do Rio de Janeiro (cf. Decreto nº 47.006 de 27 de março de 2020), onde se encontra a sede da Companhia, e conforme as recomendações emitidas pelo Ministério da Saúde (cf. Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus e Recomendações do Ministério da Saúde e da Anvisa para a Operação Regresso), e conforme autoriza o artigo 1º da Medida Provisória nº 931, de 30 de março de 2020, a Companhia decidiu adiar a realização da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária de 2020 (“AGOE de 2020”), que inicialmente ocorreria em 30 de abril de 2020, para o dia 1º de junho de 2020.
(..) 3. Em linha com tal posicionamento, e considerando que Assembleias Gerais são eventos essencialmente caracterizados pela aglomeração de pessoas, a Companhia concluiu por adiar a AGOE de 2020 para 1º de junho de 2020. A Companhia destaca, ainda, que o principal objetivo da referida medida é proteger e resguardar seus acionistas neste momento tão sensível.
4. Some-se a isto o fato de que a circulação interestadual e intermunicipal de pessoas tem se tornado cada vez mais difícil, tendo em vista a imposição de restrições de deslocamento e também de redução da disponibilidade de meios de transporte. Desse modo, a alteração da data da AGOE de 2020 é a medida mais adequada para garantir aos acionistas a possibilidade de comparecer à AGOE de 2020 e exercer plenamente seus direitos.
Até aqui tudo bem. A empresa fez o que muitas outras também fizeram: mudar a data da assembleia. Mas chama atenção o próximo item:
5. Nesse sentido, a Companhia orienta os seus acionistas e o mercado em geral a desconsiderarem o Edital de Convocação publicado hoje no jornal Monitor Mercantil e no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, que convocava a AGOE para o dia 30 de abril de 2020.
Resumindo: a empresa publicou um edital de convocação para uma assembleia no dia 30 de março e no mesmo dia desmarcou a assembleia. Muito rápido.
Alocação dinâmica de ativos com atenção aos tributos
Resumo:
We consider dynamic asset allocation problems where the agent is required to pay capital gains taxes on her investment gains. These are very challenging problems because the tax owed whenever a security is sold depends on the cost basis, and this results in high-dimensional problems, which cannot be solved exactly except in the case of very stylized problems with just one or two securities and relatively few time periods. In this paper, we focus on exact and average cost-basis problems, make the limited use of losses (LUL) assumption and develop simple heuristic trading policies for these problems when there are differential tax rates for long- and short-term gains and losses. We use information relaxation-based duality techniques to assess the performance of these trading policies by constructing unbiased lower and upper bounds on the (unknown) optimal value function. In numerical experiments with as many as 80 time periods and 25 securities we find our best suboptimal policy is within 3–10 basis points of optimality on a certainty equivalent (CE) annualized return basis. The principal contribution of this paper is in demonstrating that while the primal problem remains very challenging to solve exactly, we can easily solve very large dual problem instances. Moreover, dual tractability extends to standard problem variations, including problems with random time horizons, no wash sales constraints, intertemporal consumption and recursive utility, as well as the step-up feature of the U.S. tax code, among others
Martin Haugh, Garud Iyengar, Chun Wang (2016) Tax-Aware Dynamic Asset Allocation. Operations Research Published online in Articles in Advance 24 Jun 2016 . http://dx.doi.org/10.1287/opre.2016.1517
We consider dynamic asset allocation problems where the agent is required to pay capital gains taxes on her investment gains. These are very challenging problems because the tax owed whenever a security is sold depends on the cost basis, and this results in high-dimensional problems, which cannot be solved exactly except in the case of very stylized problems with just one or two securities and relatively few time periods. In this paper, we focus on exact and average cost-basis problems, make the limited use of losses (LUL) assumption and develop simple heuristic trading policies for these problems when there are differential tax rates for long- and short-term gains and losses. We use information relaxation-based duality techniques to assess the performance of these trading policies by constructing unbiased lower and upper bounds on the (unknown) optimal value function. In numerical experiments with as many as 80 time periods and 25 securities we find our best suboptimal policy is within 3–10 basis points of optimality on a certainty equivalent (CE) annualized return basis. The principal contribution of this paper is in demonstrating that while the primal problem remains very challenging to solve exactly, we can easily solve very large dual problem instances. Moreover, dual tractability extends to standard problem variations, including problems with random time horizons, no wash sales constraints, intertemporal consumption and recursive utility, as well as the step-up feature of the U.S. tax code, among others
Martin Haugh, Garud Iyengar, Chun Wang (2016) Tax-Aware Dynamic Asset Allocation. Operations Research Published online in Articles in Advance 24 Jun 2016 . http://dx.doi.org/10.1287/opre.2016.1517
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