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12 abril 2020

Barça e Superfaturamento - Parte 2


A novela envolvendo o clube de futebol Barcelona teve mais um capítulo (vide post anterior aqui).

Diante das denúncias, a empresa de auditoria PwC foi contratada para analisar o contrato entre o clube catalão e a empresa I3 Ventures. Esta empresa foi contratada para gerir as mídias sociais do clube, mas em um determinado momento começou a atacar jogadores (Messi, inclusive) e adversários do presidente atual.

O jornal espanho Sport  (via aqui) teve acesso ao relatório inicial da empresa de auditoria. A PwC afirmou que o contrato entre o clube e a I3Ventures  teria um valor de apenas 150 mil euros. Este é o valor que o clube deveria pagar pelos serviços da I3. O valor do contrato foi de 980 mil euros.

Mas duas coisas chamam a atenção. A primeira é que os pagamentos foram realizados em cinco parcelas, cada uma de 198 mil euros. Este valor é interessante, pois existe uma norma de controle interno que pagamentos acima de 200 mil euros devem ser aprovados por uma comissão interna.


O segundo ponto: parece que as faturas entre a I3 Ventures e o Barcelona foram "destruídas". Estranho, não? Mas nunca é demais lembrar que o presidente anterior do Barcelona esteve envolvido em diversos negócios escusos, chegando a ficar quase dois anos preso.

Negociação de ações: pessoas físicas perdem muito

Resumo:

Individual investor trading results in systematic and economically large losses. Using a complete trading history of all investors in Taiwan, we document that the aggregate portfolio of individuals suffers an annual performance penalty of 3.8 percentage points. Individual investor losses are equivalent to 2.2% of Taiwan’s gross domestic product or 2.8% of the total personal income. Virtually all individual trading losses can be traced to their aggressive orders. In contrast, institutions enjoy an annual performance boost of 1.5 percentage points, and both the aggressive and passive trades of institutions are profitable. Foreign institutions garner nearly half of institutional profits.


Brad M. Barber, Yi-Tsung Lee, Yu-Jane Liu, Terrance Odean, Just How Much Do Individual Investors Lose by Trading?, The Review of Financial Studies, Volume 22, Issue 2, February 2009, Pages 609–632, https://doi.org/10.1093/rfs/hhn046

O Perigo do Covid-19

Esta animação mostra a razão do Covid-19 não ser uma "gripezinha" qualquer



Os dados são dos Estados Unidos, mas podem ser replicados em qualquer outro país.

Rir é o melhor remédio

Via aqui

11 abril 2020

Leasing e Covid-19

O International Accounting Standards Board (IASB) publicou um documento respondendo a perguntas relacionadas à aplicação da IFRS 16 'Leasing' durante o período de maior incerteza econômica decorrente da pandemia do COVID-19. Em sua próxima reunião, o IASB discutirá mais o assunto e também considerará datas efetivas, períodos de consultas e datas de publicação em geral.

Link aqui. O Iasb pode discutir a postergação da data de vigência de alguns pontos. Via aqui

Negociar ações é perigoso para o seu patrimônio

Resumo:

Individual investors who hold common stocks directly pay a tremendous performance penalty for active trading. Of 66,465 households with accounts at a large discount broker during 1991 to 1996, those that trade most earn an annual return of 11.4 percent, while the market returns 17.9 percent. The average household earns an annual return of 16.4 percent, tilts its common stock investment toward high-beta, small, value stocks, and turns over 75 percent of its portfolio annually. Overconfidence can explain high trading levels and the resulting poor performance of individual investors. Our central message is that trading is hazardous to your wealth.

“Trading is Hazardous to Your Wealth: The Common Stock Investment Performance of Individual Investors," with T. Odean, Journal of Finance, vol.55, no.2, pp.773-806, April 2000.



Stock Trading: Now Hazardous to Your Wealth

Barça e superfaturamento

Uma grave crise está ocorrendo no clube de futebol Barcelona. Recentemente, o presidente do clube (fotografia) foi acusado de contratar uma empresa para divulgar notícias negativas de alguns jogadores. O presidente disse, depois, que a empresa contratada não está agindo a mando dele.

Agora, seis diretores renunciaram. E pediram que o presidente saía do cargo. O motivo é desvio de dinheiro. A empresa PwC foi contratada para fazer uma auditoria:

Os seis demissionários pediram por uma investigação sobre o caso, que foi chamado de Barçagate. Uma auditoria chegou a ser feita pela Price Waterhouse Cooper e os demissionários exigem que o trabalho seja concluído e divulgado. Esperam que a empresa conclua quem errou e que o dinheiro seja devolvido aos cofres do clube.

O ex-vice-presidente do clube sugeriu que o próprio contrato com a empresa de mídia estava superfaturado.

O antigo presidente do clube, Sandro Rosell, chegou a ficar preso quase dois anos. 

Nudismo em tempos de Covid-19


Com o crescimento do número de pessoas infectadas, as autoridades tchecas passaram a exigir que as pessoas usassem máscaras de proteção. Mesmo aqueles adeptos do nudismo estão sujeitos a regra e podem ser punidos se não estiverem com a boca protegida. Nudismo ainda pode ser praticado, mas com máscara de proteção. 

Rir é o melhor remédio

Conquista da quarentena

10 abril 2020

Imprimir dinheiro não é solução para o Brasil

Neste momento de crise, muitos, no Brasil, têm defendido que o Banco Central expanda a quantidade de moeda para enfrentar os problemas. Essa...

Leia mais em https://braziljournal.com/nao-podemos-transformar-esta-crise-numa-longa-depressao

Covid-19 e o monopólio da Amazon

The home confinement forced on most Americans by Covid-19 has created a new dependency on internet-based services for work and for play. Although using a variety of applications gives many users the sense that they are supporting many different companies, this is a façade.

This new normal represents a near-total dependence on Amazon’s cloud-computing operation, Amazon Web Services (AWS), and places a substantial portion of our professional and social lives in the hands of a private monopolist.

The internet-based services enabling remote work and play have experienced unprecedented growth because of Covid-19 restrictions. Netflix’s new subscriber growth increased by 47 percent over the past month. The communications platform Slack added 2.5 million additional users in just one week, and the videoconferencing software Zoom was downloaded by more than 600,000 new users in one day last week and has recorded a 21 percent increase in users since December.

But these three booming applications—and many others like them—all depend on the cloud computing power of AWS. In essence, AWS lets any company outsource its computational and storage needs, to save it the expense of buying its own equipment.

And the coronavirus outbreak has made AWS more indispensable than ever. Zoom, Slack, Netflix, Reddit, and Twitter all depend on AWS for their operations. Furthermore, General Electric, Apple, and Yelp also significantly depend on AWS, paying Amazon what are essentially digital rents for the use of the AWS computer infrastructure. Apple alone pays Amazon $30 million per month for AWS. Even government agencies rely on and utilize AWS for critical aspects of their services.

The success of AWS has made the division Amazon’s most profitable operation. The most critical sector in the cloud computing market is the Infrastructure as a Service (IaaS) sector, which supplies clients with computer servers, data storage, and networking hardware.

AWS is the dominant market leader in the industry, with a 48 percent market share in the IaaS sector, more than triple that of its closest competitor, Microsoft.

Amazon has used its dominant market share in various anti-competitive ways that choke competition. Amazon’s computer infrastructure provides it the ability to essentially spy on its competition.

[..]



6 ferramentas de automação na nuvem da AWS - Computer Consulting

Seja trouxa: faça Day Trade

Resumo:

We analyze the performance of and learning by individual investors who engage in day trading in Taiwan from 1992 to 2006 and test the proposition that individual investors rationally speculate as day traders in order to learn whether they possess superior trading ability. Consistent with models of both rational and biased learning, we document that unprofitable day traders are more likely to quit than profitable traders. Inconsistent with models of rational speculation and learning, we document that the aggregate performance of day traders is negative, the vast majority of day traders are unprofitable, and many persist despite an extensive experience of losses.

Learning, Fast or Slow,” with Y. Lee, Y. Liu, T. Odean, and K. Zhang, forthcoming, Review of Asset Pricing Studies.

Mas, afinal, o que é esse tal Day trade? - Day Trade Show

Cor do papel higiênico

Qual a razão do papel higiênico ser da cor branca? Quando li esta pergunta no MentalFloss imaginei que a resposta seria devido a facilidade que a cor branca permite na determinação do término da limpeza. Isto é uma resposta plausível.

Mas a principal resposta diz respeito ao processo de produção, ao custo e as preocupações ambientais. O papel higiênico é produzido a partir da celulose; no processo, há a remoção da lignina, o que faz com que o papel fique mais macio e prolongue a vida útil do produto. Este processo faz com que o resultado final seja um produto branco. Esta seria a primeira explicação: o processo de produção.

Mas é possível produzir um papel de outra cor. Para isto, os fabricantes poderiam acrescentar corantes. Há dois problemas aqui. O primeiro, é que isto aumenta o custo de produção, o que significa preço mais elevado. O segundo problema é que os corantes podem trazer irritação na pela do cliente e provocar danos ambientais.

Custo do sequenciamento genético

Desde o início da utilização da técnica de sequenciamento de genoma, o custo caiu substancialmente. Isto ajuda a explicar, em parte, a rapidez da resposta que a ciência está dando, até agora, para o Covid.

Rir é o melhor remédio

Agora todos somos Monk

(Monk = série da TV de 2002 sobre um ex-detetive muito inteligente, mas com TOC) (Vale a pena)

09 abril 2020

Taleb, Covid-19 e o retorno de 3.600%

A tail-risk hedge fund advised by Nassim Taleb, author of “The Black Swan,” returned 3,612% in March, paying off massively for clients who invested in it as protection against a plunge in stock prices.

The fund, managed by Universa Investments of Miami, had a year-to-date return of 4,144% through the end of last month, according to an investor letter from President and Chief Investment Officer Mark Spitznagel that was obtained by Bloomberg. He said Universa was able to cash in many of its positions, locking in the gains, while also keeping in place protection against more equity sell-offs, “one of the tricks of the trade.”


[..]

“Looking ahead, the world remains very much trapped in the mother of all global financial bubbles,” Spitznagel, 49, wrote. “It’s the systemic vulnerabilities created by this unprecedented central-bank-fueled bubble, and the crazy, naive risk-taking and leverage that accompanies it, that makes this pandemic so potentially destructive to the financial markets and the economy.”

Fonte: aqui

Universa Investments L.P.

Efeito de TI na produção de informações: o sistema EDGAR

Resumo:

Modern information technologies have fundamentally changed how information is disseminated in Önancial markets. Using the staggered implementation of the EDGAR system in 1993ñ1996 as a shock to information dissemination technologies, we Önd evidence that internet dissemination of corporate information increases information production by corporate outsiders. SpeciÖcally, trades by individual investors in a stock become more informative about future stock returns after the stock becomes subject to mandatory Öling on EDGAR. This e§ect is driven primarily by investors who have access to the internet. The amount and accuracy of information produced by sell-side analysts increase following the EDGAR implementation. Market responses to analyst revisions also become stronger after a Örm becomes an EDGAR Öler. Furthermore, stock pricing e¢ ciency improves after the EDGAR implementation. Overall, these results suggest that greater and broader information dissemination facilitated by modern information technologies improves information production and stock pricing e¢ ciency.

Fonte: “Informing the Market: The Effect of Modern Information Technologies on Information Production,” with Meng Gao, 2020, Review of Financial Studies 33, 1367–1411

Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos – Wikipédia, a ...

Estratégia de baixo custo no combate ao Covid

O Vietnam parece ser um caso de sucesso de política pública no combate ao Covid-19. Os resultados são relevantes, como mostra a linha de baixo do gráfico:


Tightened border controls, agile health departments, tech platforms, and a hand-washing song that went viral have added up to a frugal but highly effective response to the threat of COVID-19. The country's success provides a model that other developing an emerging economies should follow.

A música  Ghen Cô Vy tem 32 milhões de visualizações e chegou a aparecer no programa John Oliver


Uma versão em inglês da música está aqui

Uso da internet e o Covid

Os gráficos mostram quem está ganhando (e quem está perdendo) com o Covid. É interessante notar que o boom do Facebook começou com outra crise, a financeira de 2008. Coincidência?

No The Conversation um longo artigo (com muitos links) sobre a pornografia e o momento atual.Aqui um texto sobre o Google Trends e o Covid

Rir é o melhor remédio

Uma coleção de imagens, colocando o ator/personagem nos dias 1o. de março versus 1o. de abril. Ou seja, antes e depois do Covid-19. Eis uma amostra:




Mais aqui

08 abril 2020

Clóvis Padoveze

Comunicado da Anpcont:

Com grande pesar, comunicamos o falecimento do Prof. Clóvis Luís Padovese, professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração da Unimep. O enterro ocorrerá hoje (08/04/2020) às 15:30 no cemitério Campo da Ressurreição, em Santa Bárbara D´Oeste.

O falecimento decorreu de uma tragédia doméstica. Ele tinha um dos livros de custos mais usados no Brasil.

2020: 500 bilhões de déficit

O déficit primário de 2020, no momento estimado em R$ 429 bilhões, já é suficiente para fazer a dívida bruta caminhar para, pelo menos, 90% do PIB, mesmo que a recessão seja leve. Num cenário menos otimista, a dívida bruta chegaria facilmente a 100% do PIB. Mesmo descontando reservas internacionais, hoje da ordem de 25% do PIB, ficaríamos com uma dívida líquida de reservas bastante elevada, de 75% do PIB.

Há quem não veja problema nisso, argumentando que basta o Banco Central emitir moeda para pagar a dívida. Em um contexto de deflação em todo o mundo, essa expansão não aumentaria nossa inflação.

Infelizmente, não é o caso.

Operamos em um regime de política monetária no qual o BC fixa uma taxa de juros, para atingir uma meta para a inflação. Para tanto, ele precisa prover a quantidade de moeda demandada pelo sistema, seja ela qual for, para atingir a taxa Selic determinada pelo Copom. Não é possível, simultaneamente, fixar juros e controlar a quantidade de moeda.

Se o BC passar a emitir moeda, para pagar a dívida do Tesouro (abstraindo da restrição legal para fazê-lo), haverá aumento da liquidez no mercado e a taxa Selic ficará abaixo do valor fixado pelo Copom. A reação do BC terá que ser a de vender títulos públicos (via operações compromissadas) para reduzir a liquidez e puxar os juros para cima. Esses títulos colocados em mercado aumentarão a dívida bruta medida pelo BC.

Somente poderíamos recorrer à monetização da dívida se abandonássemos o bem-sucedido sistema de metas de inflação. O BC passaria a atuar com metas de agregados monetários, e os deixaria crescer frouxamente. Mesmo com baixa inflação internacional, os preços se acelerariam no Brasil. Para quem acha que a atual conjuntura mundial deflacionária não permitiria isso, basta olhar para a Argentina.

[...]

Não existe mágica para nos livrarmos da dívida que ora se acumula. Serão décadas de esforço fiscal. Já estamos mais pobres.

Temos que evitar dois graves erros, que facilmente podem ocorrer em meio às imprescindíveis ações para vencer a atual crise: dar dinheiro público a quem dele não precisa e estender os gastos emergenciais para além do tempo estritamente necessário, agravando nossa já precária situação fiscal.

Sem esses cuidados, corremos o risco de sair da pandemia voltando a conviver com inflação elevada e com grande dificuldade de retomar o crescimento.

Fonte: aqui

Continuidade

Um dos efeitos que a pandemia poderá trazer para as empresas é o aumento do número de casos onde o relatório da auditoria questiona a continuidade. Os comunicados dos reguladores estão alertando para esta situação (vide aqui para o caso europeu).

O AuditAnalytics faz um levantamento anual e divulga a evolução ao longo do tempo. Eis uma análise entre 2000 a 2018 onde é possível perceber que o último ano foi aquele onde o número de vezes que o "going concern" (continuidade) foi pouco lembrada.
 Entretanto, este gráfico pode estar enviesado, já que uma empresa com problemas de continuidade pode ter o fato alertado em mais de um ano. Mas mesmo considerando somente os casos "novos" de alerta na continuidade a conclusão é a mesma: os últimos anos tivemos poucos casos relacionados com a continuidade.
Apesar do levantamento referir-se a outro mercado, é uma evolução importante. Provavelmente o ano de 2019 e seguintes o número deverá aumentar. Uma das razões: recomendação dos reguladores. A outra: os efeitos da pandemia (Covid-19)

Impacto do Covid-19 na economia

Os cálculos são para economia dos EUA. Mas usando muitas informações disponíveis, eis um resultado

Estimamos que a taxa de crescimento real do PIB caia 5% a cada mês de paralisação econômica parcial. Portanto, o custo econômico dos dois primeiros meses de combate à pandemia será de US $ 2,14 trilhões (10%)

Links Covid - Contabilidade

O principais reguladores criaram páginas específicas para destacar as notícias relacionadas com o Covid-19. Eis uma relação atualizada:

Brasil
CVM

Estados Unidos
AICPA
SEC

Internacional

IAASB - International Auditing and Assurance Standards Board
[NOVO] IPSASB - International Public Sector Accounting Standards Board 


Reino Unido
FRC  Financial Reporting Council

Auditores
BDO
Deloitte
EY
Grant Thornton
KPMG
PwC

Outras Entidades
Center for Audit Quality

Publicado originalmente no dia 6 de abril e atualizado no dia 8 de abril

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

07 abril 2020

Futebol e Covid-19

Enquanto em Portugal o Belenenses entrou em "lay-off", no Brasil a situação também será (é) crítica para os clubes. Eis uma análise inicial:

O principal player está suspendendo os pagamentos de campeonatos regionais pela ausência de jogos. Muitos patrocinadores estão rompendo contratos visto que não há exposição da marca e o futebol não é o foco prioritário para o momento. A bilheteria afeta imediatamente o caixa e receitas dos clubes. Os royalties são afetados pois não há venda física dos produtos licenciados dos clubes. Mesmo na venda virtual, não há nesse momento grandes motivações para que os torcedores comprem produtos.

Pensando nos impactos de médio e longo prazo, temos inicialmente a possibilidade de revisão de contratos de transmissão. A principal competição do Brasil (Campeonato Brasileiro) e a mais rentável (Copa do Brasil) podem ter os prazos encurtados e consequente redução dos valores a serem pagos conforme os jogos não se iniciarem até o mês de junho/20.

Há ainda a possibilidade de duplo impacto na negociação de atletas. Primeiro pela falta de exibição e exposição dos jogadores para viabilizar as contratações, segundo pelo fato que o mercado europeu que atualmente renegocia a redução dos salários milionários dos atletas, certamente irá rever a política de contratações até que as contas se ajustem. No aspecto custo, alguns clubes tem e terão dificuldades para honrar salários atrasados, agora com a crise do COVID 19, pagar o corrente, com os encargos e com as receitas reduzindo, o risco de inadimplência é iminente. E pela falta de caixa, há o risco de não pagamento das parcelas do PROFUT e consequente eliminação do maior programa de parcelamento fiscal das dívidas dos clubes.


Estatística Bayesiana

Gellman disponibilizou o livro Bayesian Data Analysis, em parceria com outros autores. Está em PDF. O arquivo é bastante grande.

Xadrez On-line

O político, ator e fisiculturista Arnold Schwarzenegger aconselhou: fiquem em casa e joguem xadrez. Um bom conselho, já que é possível jogar xadrez online a qualquer momento em diversos sites existentes; na quase totalidade deles sequer é necessário ter um parceiro, pois há um jogador virtual para você enfrentar.

Mas há uma frustração, já que o torneio de candidatos para selecionar o desafiante ao atual campeão, o norueguês Magnus Carlsen, era um dos poucos eventos esportivos em andamento. Mas a Rússia indicou que iria fechar suas fronteiras e o torneio foi interrompido na sua metade.

Mas agora o atual campeão Carlsen está promovendo um torneio entre os melhores do mundo. Com um detalhe: online.O prêmio, de $250 mil, é bastante atrativo para o xadrez. E pode ser assistido ao vivo. O jogos terão um tempo de duração curto, o que garante a atratividade, já que a chance de "erro" é maior.


Rir é o melhor remédio

Aquamen na quarentena

06 abril 2020

Loucura das massas e a probabilidade de bolhas

Resumo:

The limits-to-arbitrage framework explains how a speculative bubble can be sustained. But, it does not explain how often you should expect one to occur. To do that, you need to model the on/off switch which sporadically amplifies speculator biases, causing arbitrageur constraints to bind and a bubble to form. I propose a first such model with an on/off switch based on social interactions between speculators. In the model, bubbles occur more often when small increases in past returns make an asset’s speculators much more persuasive to their peers. I use industry-level stock returns to empirically verify this ex ante prediction about bubble likelihoods. And, in the process, I show it is possible to test such predictions even in the presence of ex post disagreement about how to define a speculative bubble.

Fonte: Chinco, Alexander, The Madness Of Crowds And The Likelihood Of Bubbles (November 17, 2019). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3518021 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3518021

Asset Bubbles Through History: The 5 Biggest

Escola e Crime

We examine if compulsory schooling laws (CSL) necessarily lower crimes. We focus on violent youth crime (homicides by assault and guns) among 15-19 years age group in all Brazilian municipalities over 2000-13, taking advantage of the 2009 Brazilian Constitutional Amendment that required introduction of compulsory high schooling of 15-17-year-olds by 2016. Only about 53% municipalities adopted the Amendment by 2013. Differencein-difference estimates with municipality fixed effects to account for the endogenous adoption of the Amendment by municipalities show small treatment effects for homicides, but insignificant effects for homicide rates in the full sample. In the absence of any significant increase in income/employment among this age group, we attribute this to the incapacitation effect of CSL, which was, however, weakened by overcrowding in day and night schools in treated municipalities after 2009. In contrast, poorer treated municipalities witnessed increased class size, worse school performance and increased crime too. The crime reduction effects of CSL thus crucially depend on whether/how it affects class size and school quality especially in less promising jurisdictions.

Do Compulsory Schooling Laws Always Work? A Study of Youth Crime in Brazilian Municipalities*

Redundância no comércio global

As técnicas modernas de gestão de estoques enfatiza a relação do custo de estocagem e o custo da falta (vide capítulo do livro Administração do Capital de Giro, Assaf e Silva, onde isto é tratado usando o lote econômico de compra). A literatura enfatizou que o custo de estocagem deveria ser melhor avaliado - ou seja, seu valor é substancial.
 Assim, o custo da falta em situações como a da pandemia global não estava previsto. Shannon O´Neil destaca este ponto.Para Shannon, a palavra chave talvez seja redundância. E esta questão da redundância talvez não esteja adequadamente destacada no livro. Eis um trecho do artigo de O´Neil:

Mas a pandemia de coronavírus iluminou os riscos que as cadeias de suprimentos globais representam para as pessoas, as economias e a segurança das nações. Quando um componente é produzido exclusivamente em um país ou região, ou em alguns casos, mesmo em uma fábrica, as empresas em todo o mundo podem repentinamente se encontrar sem insumos vitais. Além disso, enfatizou-se as técnicas de manufatura enxuta, que buscam reduzir estoques, trabalhadores, momentos de inatividade e erros. Todas as escolas de administração ensinam esses métodos e os conselhos e acionistas corporativos os recompensam. Mas em tempos de crise, as práticas deixam empresas com estoques escassos e poucos substitutos viáveis ​​para quando as cadeias de suprimentos são cortadas. Em muitas empresas, os estoques caíram do "suficiente para as próximas semanas" para o "suficiente para os próximos dias" e, em alguns casos, o suficiente para durar apenas algumas horas, pois software sofisticado, sensores e inteligência artificial permitem que as peças cheguem imediatamente antes de serem inseridas em carros, máquinas de ressonância magnética, computadores ou empilhadeiras acelerando ao longo das linhas de montagem. A margem para erro, em outras palavras, é muito fina.

A pandemia de coronavírus iluminou os riscos que as cadeias de suprimentos globais representam para as pessoas, as economias e a segurança das nações.


Isto se tornou muito claro nos dias atuais, onde se construiu uma dependência do fornecimento de alguns países, em especial a China:

As interrupções na produção de suprimentos médicos já são evidentes. Como hospitais e profissionais de saúde dos EUA enfrentam ondas crescentes de doenças, máscaras e equipamentos de proteção são escassos, em grande parte porque a maioria é fabricada na China. Muitos temem que os produtos farmacêuticos sejam os próximos. Certamente, fábricas em todo o mundo produzem pílulas, pomadas e xaropes. Mas muitos dos ingredientes ativos de antibióticos, analgésicos, insulina, antidepressivos e outros medicamentos também vêm da China. Se o envio desses itens for atrasado por causa do coronavírus, a saúde de dezenas de milhões de pessoas poderá sofrer.

Praticamente todos os setores e sistemas que alimentam a economia americana podem ser afetados. O lítio essencial para telefones celulares e baterias de computadores, os minerais de terras raras integrados a painéis solares e turbinas eólicas, e os semicondutores e telas de LCD em eletrônicos são todos fabricados em um ou apenas em alguns lugares. Se os suprimentos falharem por muito tempo, a comunicação poderá falhar, a energia poderá sair e os avanços tecnológicos dos EUA poderão parar. Também podem desaparecer produtos mais prosaicos: peças para carros, máquinas de lavar, geladeiras, misturadoras de cimento e muito mais dependem de fábricas que estão na fronteira ou no mar.

Talvez nos próximos meses, quando a situação se normalizar, alguns destes métodos poderão ser revistos. Saberemos quando compararmos os níveis de estoques e insumos antes e depois da crise.

Impacto da Gripe Espanhola no Brasil

Toda segunda, o NBER disponibiliza um bom conjunto de pesquisa, todas de altíssima qualidade. Várias destas pesquisas estarão, nos próximos meses, nos principais periódicos acadêmicos mundiais. Assim, acompanhar os textos do NBER é conhecer o que está sendo feito agora na área de pesquisa econômica.

Nesta segunda, diversos textos sobre o Covid-19. Mas um chamou a atenção: uma pesquisa sobre os efeitos da gripe espanhola sobre a demografia, a formação do capital humano e a produtividade do estado de São Paulo. Sob o título "The Brazilian Bombshell? The Long-Term Impact of the 1918 Influenza Pandemic the South American Way", Amanda Guimbeau, Nidhiya Menon e Aldo Musacchio fizeram um levantamento histórico dos efeitos da Influenza. Eis o resumo:

We analyze the repercussions of the 1918 Influenza Pandemic on demographic measures, human capital formation, and productivity markers in the state of Sao Paulo, Brazil's financial center and the most populous city in South America today. Leveraging temporal and spatial variation in district-level estimates of influenza-related deaths for the period 1917-1920 combined with a unique database on socio-economic, health and productivity outcomes constructed from historical and contemporary documents for all districts in Sao Paulo, we find that the 1918 Influenza pandemic had significant negative impacts on infant mortality and sex ratios at birth in 1920 (the short-run). We find robust evidence of persistent effects on health, educational attainment and productivity more than twenty years later. Our study highlights the importance of documenting the legacy of historical shocks in understanding the development trajectories of countries over time. 

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