Translate

05 junho 2016

Situação fiscal do estados

O Risco das Finanças Estaduais

Por Monica de Bolle
Publicado na Exame Hoje, 03/06/2016

[...]

Entre os cinco maiores estados brasileiros, aqueles que representam 65% do PIB do País, quatro têm dívidas exorbitantes. Segundo dados dos Relatórios de Gestão Fiscal de cada unidade federativa e do Tesouro Nacional, São Paulo devia, ao final de 2015, 168% de suas receitas correntes líquidas. Minas Gerais devia 199% de suas receitas correntes líquidas. O Rio de Janeiro, 198% de suas receitas correntes líquidas. O Rio Grande de Sul, o pior entre eles, devia 227% de suas receitas correntes líquidas. O limite de endividamento definido em percentual da receita corrente líquida estabelecido para os estados pela Resolução do Senado Federal no. 40 de 20 de dezembro de 2001 é de 200%. Como revelam os números citados, Rio e Minas estão no teto do endividamento permitido. O Rio Grande do Sul jamais cumpriu tal limite: desde 2001, a razão divída líquida/receita líquida excede em muito os 200%.

Para além dos estoques de dívida que sobrecarregam os maiores estados brasileiros, há a situação calamitosa dos fluxos. Os rombos fiscais, os déficits como proporção das receitas correntes líquidas, aumentaram sobremaneira em 2015 devido tanto à recessão, quanto à maior permissividade do governo federal, que, nos últimos anos, abriu espaço para que as leis de responsabilidade fiscal subnacionais fossem descumpridas. A mais recente nota de política fiscal publicada pelo Banco Central mostra o tamanho dos problemas de cada um – os dados são retrato da situação dos estados, incluindo suas respectivas capitais e principais municípios. De acordo com a compilação feita pelo BC até abril de 2016, o Rio de Janeiro desponta como o estado com o maior déficit como proporção das receitas correntes líquidas, inacreditáveis 19%. Não à toa, não há dinheiro para pagar servidores inativos, tampouco para servir a dívida. Resta ver como as Olímpiadas poderão frustrar expectativas de melhora da situação fiscal, ou mesmo piorar aquilo que péssimo, já está. O segundo lugar entre os cinco maiores estados é do Rio Grande do Sul, com déficit de 16%, seguido de Minas Gerais (14,7%), e São Paulo (13,7%). Na região Nordeste, os destaques são Sergipe (10%), Ceará (8,7%), e Alagoas (6,6%) – o déficit médio da região é de 5,3% das receitas correntes líquidas dos estados que a compõem. No Sudeste, o rombo médio é de 14,6%, enquanto no Sul é de 7,9%. Apenas o Centro-Oeste se salva. Na região Norte, estados como Amazonas, Roraima, Amapá aparecem com déficits bastante salgados, embora menores do que os destacados.

A sangria dos estados brasileiros é, portanto, generalizada. Estancá-la haverá de requerer mais do que ajustes e melhorias de gestão. Como já se sabe, muitos estados brasileiros precisarão ter parcela de suas dívidas alongadas, perdoadas, renegociadas. A parte que cabe desse latifúndio à União terá de ser reestruturada, aumentando o rombo do governo central. O lado positivo dessa tragédia é que, ante a penúria coletiva, o governo poderá usar como moeda de troca para o alívio das dívidas a tão aguardada reforma do ICMS, aquela que em mundo ideal acabaria com a guerra fiscal entre os estados, ajudando o setor produtivo.


[...]

Rir é o melhor remédio


04 junho 2016

Fato da Semana: TCU e as contas do governo

Fato: Área técnica do TCU recomenda a reprovação das contas do governo federal de 2015

Data: 1 de junho de 2015

Fonte: Valor Econômico e O Estado de S Paulo

Precedentes
2000 = Aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que aumenta as restrições com respeito aos gastos públicos
abr/15 = A área técnica do TCU faz um parecer indicando que o governo federal infringiu a LRF no exercício de 2014. O parecer técnico foi apoiado pelo TCU, que encaminhou ao Congresso para julgar as contas do executivo federal de 2014
2o. semestre 2015 = O congresso dá início ao processo de impeachment em razão das pedaladas fiscais. Em 2016 o presidente da república é afastado temporariamente.
junho de 2016 = A área técnica do TCU entende que o executivo federal continuou cometendo irregularidades na gestão pública dos recursos.

Notícia boa para contabilidade?Independente de crença política, a área técnica do TCU está mostrando que o tribunal é mais independente que se pensava. O novo parecer continua sendo técnico, deixando a critério do congresso o julgamento, político ou não, da prestação de contas.

Desdobramentos
Se o senado confirmar a cassação do presidente afastado, o relatório técnico perderá sua relevância. Se for derrotado, talvez não exista "clima" para um novo processo de desrespeito a LRF.

Mas a semana só teve isto?

Não. Finalmente Bendine saiu da Petrobras e a empresa tem um novo presidente, fora do núcleo que levou a entidade a situação crítica atual. Além disto, a CVM mostrou os processos que possui contra a empresa. E ficamos sabendo o grande estrago advindo do Panama Papers.

Rir é o melhor remédio


03 junho 2016

Corrupção

Ao analisar a questão do combate à corrupção na China, Steinbock afirma:

In the short-term, the anti-corruption campaigns can contribute to economic and political uncertainty. However, corruption is corrosive to economy and fatal to nation’s moral fiber. Overcoming corruption will only make the nation stronger, growth more resilient and living standards higher.

Kroton avalia compra da Estácio para criar gigante de 1,6 milhão de alunos

Há três anos, a [...] Kroton Educacional surpreendeu o mercado ao anunciar uma união com a então rival Anhanguera e formar a maior empresa de ensino superior privado do mundo, com cerca de 1 milhão de alunos. Nesta quinta-feira, 2, a maior companhia de ensino privado do País voltou a mostrar que o seu apetite por aquisições está longe de acabar: a empresa informou ao mercado a intenção de incorporar a Estácio Participações, a segunda maior do ranking, com seus quase 600 mil estudantes.

Em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Kroton anunciou que está avaliando a compra da concorrente em uma operação envolvendo apenas ações. A empresa disse ainda que já contratou o Itaú BBA e o escritório de advocacia Barbosa Müssnich Aragão para assessorá-la em uma eventual transação. [...]

Os planos da líder de mercado ocorrem em meio à redução das verbas federais para o financiamento do ensino superior privado por meio do Fies e à recessão no País, que trouxeram dificuldades ao setor de ensino superior privado na captação e na retenção de alunos.

Segundo a Kroton, a relação de troca avaliada internamente pela companhia para a empreitada seria de 0,977 ação da Kroton para cada 1 ação da Estácio, com base no preço médio dos últimos 30 pregões na BM&FBovespa anteriores ao anúncio.[...]

[...] o conselho de administração da Estácio pretende se reunir ainda nesta semana para discutir a oferta de compra não solicitada.

No mercado, as ações ordinárias, com direito a voto, das duas empresas lideraram as altas da BM&FBovespa. Os papéis da Estácio subiram 23,74% e os da Kroton, 13,56%.

Fonte: Aqui

Operação Esfinge: Auditor da Receita e mulher presos por fraude

Ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal, o auditor-fiscal Marcelo Fisch, e a mulher dele foram presos em Brasília na manhã desta sexta-feira (3) em uma operação da Polícia Federal para desarticular uma quadrilha envolvida em fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Agentes também cumpriram seis mandados de busca e apreensão em escritórios e residências dos integrantes do suposto grupo criminoso. [...]

Um dos alvos da operação é um escritório de consultoria que recebeu cerca de R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda. As investigações apontam que a empresa recebeu o valor sem prestar os serviços em contrapartida, e teria servido de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema. Fisch teria facilitado a contratação do estabelecimento.

A licitação da Casa da Moeda, investigada por fraude, teve por objeto o Sistema de Controle da Produção de Bebida que prevê a instalação, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras), de equipamentos contadores de produção, bem como de sistema para o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos à Receita Federal, para fins de tributação. O faturamento desse contrato, nos últimos seis anos, ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões.

Os presos foram indiciados e denunciados por crimes de corrupção ativa e passiva. A Operação Esfinge é um desdobramento da Operação Vícios, da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) do Rio de Janeiro, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


02 junho 2016

Links

Messi não leu os contratos que assinou

Mais que você pensa: contadores e tecnologia

Listas: Os melhores filmes da Pixar (ao lado o melhor)

Paris está banindo carros construídos antes de 1997

Mulheres no board e aquisições 

Por que a Teoria Econômica está errada? Parte 2

Neste post vou tentar dar explicações mais intuitivas sobre as razões dos fundamento da teoria econômica atual estarem errados. Algum leitor pode se perguntar: E daí. O que isso tem a ver com a contabilidade? Todos sabem que grande parte da pesquisa contábil atual utiliza a teoria e métodos da pesquisa econômica. Essas pesquisastêm impacto na regulamentação contábil e no ensino de contabilidade nos níveis de graduação e pós-graduação. Assim, a discussão é muito pertinente.

Um dos conceitos mais importantes para entender a razão da teoria econômica estar errada é o de sistemas ergódicos e não-ergódicos. Suponha que 1 milhão de pessoas joguem ao mesmo tempo uma moeda. Agora suponha que você, sozinho, jogue uma moeda 1 milhão de vezes em sequência (vai demorar, mas você é capaz). No fim das contas, a proporção de caras e coroas será a mesma. Um sistema é ergódico quando a média do conjunto (várias pessoas jogando a moeda) é igual a média do tempo (uma pessoa jogando a moeda), como no exemplo dado. O mesmo raciocínio pode ser feito com um dado.  Num sistema não-ergódico, como a maioria das coisas na vida, a média do conjunto (ou valor esperado) não é igual a média do tempo (o que de fato acontece na vida real).

A teoria econômica e de finanças estuda um sistema não-ergódico (a economia e o mercado financeiro) como se fosse um sistema ergódico, em que  o tempo não é relevante, não tem direção, é indiferente a suas condições iniciais. Num sistema ergódico nada é criado, adicionado ou perdido.  Nenhuma decisão tem importância, pois o sistema sempre retorna para a mesma situação.  Dado que essas disciplinas tratam de sistemas não-ergódicos, não é possível igualar o comportamento ao longo do tempo com o valor esperado.

Segundo Paul Davidson, Paul Samuelson, pai da economia moderna, afirmou que a hipótese de ergocidade é essencial para o avanço da economia como uma ciência de fato. Para ele, não seria possível modelar sistemas não-ergódicos, dado sua complexidade. Assim, seria prefrível assumir que as coisas são ergódicas. No entanto, a mecânica estatística modela sistemas não-ergódicos há mais de 100 anos. Então, não faz sentido assumir que a hipótese de ergodicidade para modelar sistemas econômicos. Essa é uma questão epistemológica fundamental que foi ignorado pelos economistas.

Outro ponto fundamental é o uso da função de utilidade na teoria econômica. Daniel Bernoulli introduziu o conceito de utilidade , uma medida de satisfação, para solucionar o Paradoxo de São Petersburg. Imagine que o homem mais rico lhe ofereça um jogo de lançar moeda, em que caso saia cara na primeira rodada. você ganha 2 reais. Caso a cara só saia na segunda rodada, você ganha 4 reais. Se for na terceira, 8 reais. O valor ganho dobra a cada rodada em que cair cara. O valor esperado desse jogo é infinito, mas poucas pessoas estão dispostas a pagar uma grande quantia para jogar esse jogo. Para resolver esse problema, Bernoulli introduziu o conceito de utilidade. À medidade que sua riqueza aumenta, a satisfação em receber um real a mais vai caindo. Assim, as pessoas não estariam dispostas a gastar toda sua fortuna para entrar nesse jogo, mesmo sabendo que seu valor esperado excede sua riqueza atual. Essa solução foi proposta , pois a matemática na época era pouco avançada. O paradoxo surge, pois as pessoas não se comportam como o valor esperado sugere.

As pessoas só vivem uma vez. Então, o que importa é o seu desempenho ao longo da sua vida e não a média de cópias de nós mesmos. Num sistema não-ergódico, como nossas vidas , não faz sentido calcular valor esperado. Para resolver o  Paradoxo de São Petersburg sem a teoria da utilidade basta calcular a média ao longo do tempo ao invés de usar o valor esperado.

Quais são as implicações práticas disso? Na teoria de finanças, existe o famoso modelo de média-variância para a formação de portfólio, que estabelece uma relação linear entre risco e retorno: quanto mais risco, mais retorno. Esse modelo é baseado no conceito de valor esperado. Por isso, não é adequado no contexto financeiro. Além disso, perde importantes informações sobre a distribuição dos retornos, pois modela apenas a média e variância dos retornos.

Imagine um investimento em que a taxa de retorno esperado é maior do que o custo do capital. Caso eu tome cada vez mais dinheiro emprestado para investir mais, a taxa de retorno esperado continuará a subir cada vez mais e , em algum momento, quebrarei devido ao excesso de alavancagem. Quanto mais dinheiro emprestado (risco), mais retorno. Ou seja, o conceito de média e variância não leva a conta a questão do excesso de alavancagem. No contexto da média do tempo, existe uma alavangem ótima, pois muita alavncagem leva à ruína, mas com pouca alavancagem oportunidades de lucro são perdidas.

Outro conceito bem tradicional em finanças é a razão de Sharpe: dado pela divisão do execesso de retorno pela volatilidade. Essa razão é uma medida de risco ajustada pelo retorno do investimento. O que acontece com a razão de Sharpe na presença de alavancagem? Nada. O valor permanece o mesmo, então utilizá-lo como o único critério para julgar um investimento é completamente equivocado.

Em suma, os economistas cometram um erro histórico (a teoria econômica tem muitos outros erros) ao tratar a aleatoriedade com o uso do valor esperado, da teoria da utilidade esperada e de funções de utilidade limitadas. Esse erro tem uma série de implicações no estabelecimento de política econômica, gestã de riscos, regulação financeira, contábil, entre outras coisas. Ole Peters e seus colaboradores estão dando soluções para uma série de questões econômicas com o uso do conceito de média do tempo, entre outros. São trabalhos sofisticados  que demonstram um grande potencial de aplicações nas mais diversas áreas da economia e finanças.



Fonte: aqui



Rir é o melhor remédio


01 junho 2016

CVM e Petrobras 2

No relatório anual da CVM consta o seguinte:

Irregularidades, no âmbito do mercado de capitais de casos publicamente conhecidos, como os do “Grupo EBX” começaram a ser julgados em 18 meses. Pelo andamento dos processos no site da CVM é possível observar que em futuro próximo devem ir a julgamento casos envolvendo a Petrobras.

CVM e Petrobras

A Comissão de Valores Mobiliários fez agora um pronunciamento divulgando os processos envolvendo a empresa Petrobras. São VINTE processos, sendo seis inquéritos administrativos, quatro processos sancionadores e dez processos administrativos. Nos processos administrativos apura-se a responsabilidade de Almir Barbassa (diretor de RI), de Guido Mantega e outros membros do Conselho de Administração, além dos ex-presidentes Gabrielli e Foster. Nos processos administrativos, destaco os referentes as empresas de auditoria e a denúncia sobre o teste de recuperabilidade.

Eis a lista:

Inquéritos Administrativos (levantamento e apuração de informações. Status em 27/05/2016: em instrução junto à Superintendência de Processos Sancionadores – SPS):

(i) 14/2014: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à Pasadena Refinery System Inc.;

(ii) 05/2016: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à construção da Refinaria Abreu e Lima – RNEST;

(iii) 06/2016: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ;

(iv) 07/2016: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à contratação da SBM Offshore;

(v) 08/2016: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à contratação de construção dos Navios Sonda Petrobras 10000, Vitória 10000 e Pride DS-5; e

(vi) 09/2016: tem por objeto apurar eventuais irregularidades relacionadas à possível inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia no que concerne, especificamente, à contratação de construção do Navio Sonda Titanium Explorer.



Processos Administrativos Sancionadores (acusação formulada):

(i) RJ-2014-3402: apura a responsabilidade de Almir Guilherme Barbassa, na qualidade de Diretor de Relações com Investidores da Petrobras, pelo descumprimento ao parágrafo único do artigo 6° da Instrução CVM 358, combinado com o § 4° do artigo 157 da Lei 6.404 (Status em 27/05/2016: na Superintendência Geral – SGE - para análise de proposta de Termo de Compromisso apresentada);

(ii) RJ-2015-2386: apura a responsabilidade de Guido Mantega, Miriam Aparecida Belchior, Francisco Roberto de Albuquerque, Luciano Galvão Coutinho, Marcio Pereira Zimmermann, Sérgio Franklin Quintella, Jorge Gerdau Johannpeter e José Maria Ferreira Rangel, na qualidade de membros do Conselho de Administração da Petrobras, pelo descumprimento ao artigo 155, caput, da Lei 6.404 (Status em 27/05/2016: com o diretor-relator do processo, Pablo Renteria);

(iii) RJ-2015-10276: apura a responsabilidade da Petrobras; de Almir Guilherme Barbassa; de José Sergio Gabrielli de Azevedo; de Maria das Graças Silva Foster; do Banco Bradesco BBI S/A; e de Bruno D'Avila Melo Boetger em decorrência da infração às Instruções CVM 400 e 480 (Status em 27/05/2016: na Procuradoria Federal Especializada – PFE/CVM - para análise da legalidade da proposta de Termo de Compromisso apresentada); e

(iv) RJ-2015-10677: apura a responsabilidade da União Federal, na qualidade de acionista controladora Petrobras, por infração ao art. 116, parágrafo único, da Lei 6.404 (Status em 27/05/2016: O diretor relator do processo, Roberto Tadeu, encaminhou o referido para consulta junto à Superintendência Geral – SGE).



Processos Administrativos (procedimentos de análise):

(i) RJ-2013-7516, aberto em 12/07/2013: análise de ITR (Status em 27/05/2016: Gerência de Acompanhamento de Empresas 5 – GEA5);

(ii) RJ-2014-13943, aberto em 8/12/2014: análise da atuação da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes junto à Petrobras (Status em 27/05/2016: Gerência de Normas e Auditoria – GNA);

(iii) RJ-2014-14590, aberto em 18/12/2014: análise da atuação da KPMG Auditores Independentes junto à Petrobras (Status em 27/05/2016: Gerência de Normas e Auditoria – GNA);

(iv) RJ-2015-1020, aberto em 02/02/2015: análise de informações eventuais de companhia (Status em 27/05/2016: Gerência de Acompanhamento de Empresas 5 – GEA5);

(v) RJ-2015-3346, aberto em 23/04/2015: analisar as DF/DFP da Petrobras, divulgadas em 22/04/2015 (Status em 27/05/2016: Gerência de Acompanhamento de Empresas 5 – GEA5);

(vi) RJ-2015-5549, aberto em 02/06/2015: análise da atuação da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes junto à Petrobras (1ª ITR2015) (Status em 27/05/2016: Gerência de Normas e Auditoria – GNA);

(vii) SP-2015-356, aberto em 02/10/2015: reclamação de investidor (Status em 27/05/2016: Gerência de Acompanhamento de Empresas 3 – GEA3);

(viii) RJ-2016-687, aberto em 21/01/2016: suposta irregularidade na divulgação de informações pelo administrador da Cia (Status em 27/05/2016: Gerência de Orientação aos Investidores – GOI1);

(ix) RJ-2016-3626, aberto em 28/03/2016: reclamação de investidor (Status em 27/05/2016: Gerência de Acompanhamento de Empresas 5 – GEA5);

(x) SP-2016-182, aberto em 16/05/2016: denúncia a respeito do impairment realizado pela companhia em seu balanço patrimonial (Status em 27/05/2016: Gerência de Orientação aos Investidores – GOI1).



Por fim, cabe lembrar que:

(i) a Lei que criou a CVM (6385/76) e a Lei das Sociedades por Ações (6404/76) disciplinaram o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus participantes, dentre os quais as companhias abertas, seus controladores, administradores, investidores, bolsa de valores e intermediários;

(ii) a Autarquia tem poderes para disciplinar, orientar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de valores mobiliários;

(iii) a Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Nesse contexto, diante de qualquer possível desvio de conduta no âmbito da sua jurisdição, a Autarquia inicia uma apuração específica dos fatos, que pode levar a abertura de um procedimento sancionador (inquéritos administrativos ou termos de acusação), bem como, no que diz respeito a matérias não abrangidas pela sua esfera de competência, informa os fatos aos órgãos ou entidades competentes, para adoção das providências cabíveis;

(iv) a CVM realiza as suas atividades de supervisão, dentre outras ações, mediante o acompanhamento da divulgação de informações relativas a companhias abertas, demais participantes do mercado e aos valores mobiliários negociados;

(v) as informações sobre a existência de processos administrativos em trâmite na CVM, as partes envolvidas e a última movimentação interna podem ser pesquisadas na página da Comissão na Internet (www.cvm.gov.br), no link ‘Consulta a Processos’, a partir, por exemplo, do nome da companhia envolvida;

(vi) é possível, ainda, consultar as respostas da companhia a questionamentos da CVM acessando as informações divulgadas pela Petrobras, por meio do Sistema IPE, no site da Autarquia;

(vii) ressalta-se que o resultado da pesquisa acima citada pode não incluir apurações preliminares, investigações ou processos que estejam tramitando em sigilo; e

(viii) os autos dos processos administrativos da CVM podem ser objeto de pedido de vista, nos termos da regulamentação específica.

Contas do governo de 2015 reprovadas pelos técnicos do TCU

O jornal Valor Econômico informa que o TCU deverá rejeitar as contas do governo federal de 2015. Segundo o jornal, o parecer aponta quatro irregularidades:

1 – A Medida Provisória 704 de 23 de dezembro de 2015 autorizou que o superávit financeiro existente na conta do Tesouro até o exercício anterior fosse usado para cobrir despesas primárias obrigatórias. Isto alteraria a destinação de receitas vinculadas;

2 – O pagamento atrasado ao BNDES e Banco do Brasil entre os dias 2 de janeiro e 3 de julho de 2015;

3 – A emissão de títulos no valor de R$1,5 bilhão que foram comprados pelo Banco do Brasil, existindo a suspeita que a instituição financeira foi obrigada a comprar os papéis, configurando uma operação de crédito ilegal;

4 – Decretos de suplementação, que foi a base para a condenação de 2014 e o afastamento do presidente.

Para quem trabalha na área pública, parece que a questão do superávit – item 1 – terá um profundo impacto na gestão dos recursos públicos. Sobre este assunto, o valor ouviu a doutoranda Selene Nunes (do programa multi) que afirmou:

"Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso"

Na minha instituição é muito comum a existência de superávit. Diante do parecer do TCU, isto pode provocar a não utilização do mesmo no ano seguinte, uma prática comum nos últimos anos.

Links

Expansão geográfica e redução de risco nos bancos

Convergência contábil no setor público

O mundo sem o ser humano (vídeo)

China cria vaga de estacionamento para mulheres (foto) (com tinta rosa)

Índice de qualidade da cidadania: Alemanha em primeiro e Brasil em 38o. 

Links

Pessoas felizes são investidores otimistas?

O peso do garçom impacta o pedido do cliente no restaurante

Péssimo conselho para quem deseja ganhar na loteria

Nove viéses e a forma de combatê-los

Mais evidências pode reduzir a confiança

Adivinhe a correlação

Embarque num avião e a melhor opção em termos de rapidez (vídeo)

No xadrez cometemos mais erros quando jogamos com jogador fraco 

Frases nas pesquisas científicas

Matthew Hankins catalogou 500 frases usadas em artigos científicos. Principalmente quando existe divergência entre a crença do pesquisador e o resultado. Eis algumas:

(barely) not statistically significant (p=0.052)
a barely detectable statistically significant difference (p=0.073)
a borderline significant trend (p=0.09)
a certain trend toward significance (p=0.08)
a clear tendency to significance (p=0.052)
a clear trend (p<0 .09="" br=""> a clear, strong trend (p=0.09)
a considerable trend toward significance (p=0.069)
a decreasing trend (p=0.09)
a definite trend (p=0.08)
a distinct trend toward significance (p=0.07)
a favorable trend (p=0.09)
a favourable statistical trend (p=0.09)
a little significant (p<0 .1="" br=""> a margin at the edge of significance (p=0.0608)
a marginal trend (p=0.09)
a marginal trend toward significance (p=0.052)
a marked trend (p=0.07)
a mild trend (p<0 .09="" br=""> a moderate trend toward significance (p=0.068)
a near-significant trend (p=0.07)
a negative trend (p=0.09)
a nonsignificant trend (p<0 .1="" 0="" br="">

Rir é o melhor remédio


31 maio 2016

Preço dinâmico


Mensurando o valor de um jogador de futebol

Max Beck, via aqui, divaga sobre a dificuldade de mensurar o valor de um jogador de futebol. Enquanto é fácil obter estatística no basquetebol (número de cestas, assistências, rebotes etc) ou beisebol, no futebol os números são mais difíceis. Existe uma tentativa de incorporar estas medidas recentemente (número de quilômetros percorridos, assistências etc), a única medida que realmente interessa é o gol.

Outro fator relevante são os impostos pessoais. Nos países onde a alíquota tributária é menor, os clubes possuem vantagem sobre os concorrentes estrangeiros.

A possibilidade dos clubes lavarem dinheiro sujo também ajuda no aumento do valor dos atletas. 

Links

Lucros ajustados é sinal de mercado em queda?

A importância da análise de sensibilidade do risco para o Basileia II

Comparabilidade das demonstrações na transição para as normas internacionais no Brasil (via Vladmir)

Artigos inovadores tem impacto no longo prazo (viés contra a novidade na ciência) (Como as agências de fomento usam as citações de curto prazo, a distribuição de recursos prejudica as pesquisas inovadoras)

Nudge: Analisando os pedidos de doações dos candidatos a presidente dos EUA (continua aqui)

Rir é o melhor remédio


30 maio 2016

Petrobras sob nova direção

Bendine anunciou a renuncia ao cargo de presidente da Petrobras. Na correspondência onde informa a sua saída, Bendine comenta que está deixando uma empresa com um caixa acima de R$100 bilhões, que cortou investimentos e despesas, "que fizeram com que nossas despesas fossem menores que nossas receitas pela primeira vez desde 2008" (sic) (a empresa teve prejuízo nos três últimos trimestres. Os fatos desmentem as frases)

Na página da empresa encontrei este fato interessante:

Panamá Papers

Em abril de 2016 a imprensa divulgou dados de 214 mil empresas de fachada que foram criadas em paraísos fiscais pelo escritório de advocacia Mossack Fonseca. Os efeitos dos documentos da Mossack implicaram empresas, políticos e celebridades em todo o mundo. A constituição de uma empresa de fachada tem como principal objetivo a evasão fiscal, o financiamento da corrupção, a lavagem de dinheiro, a ocultação de atividades ilícitas, entre outros crimes.



Três pesquisadores, O´Donovan, Wagner e Zeume, de três universidades distintas (Insead, Bocconi e Michigan) analisaram o efeito provocado pela divulgação no valor das empresas envolvidas. O efeito foi de 230 bilhões de dólares entre 1.105 empresas ou uma redução no valor de 0,5% a 0,6%. Além disto, empresas de países com grande propensão de corrupção também sofreram com a divulgação.


O´Donovan; Wagner; Zeume. The Value Of Offshore Secrets – Evidence From The Panama Papers.

Um link para o artigo pode ser encontrado aqui.





Aqui você pode pesquisar as empresas

Austeridade Fiscal: custos e benefícios

[...]

Curbing the size of the state is another aspect of the neoliberal agenda. Privatization of some government functions is one way to achieve this. Another is to constrain government spending through limits on the size of fiscal deficits and on the ability of governments to accumulate debt. The economic history of recent decades offers many examples of such curbs, such as the limit of 60 percent of GDP set for countries to join the euro area (one of the so-called Maastricht criteria).­

Economic theory provides little guidance on the optimal public debt target. Some theories justify higher levels of debt (since taxation is distortionary) and others point to lower—or even negative—levels (since adverse shocks call for precautionary saving). In some of its fiscal policy advice, the IMF has been concerned mainly with the pace at which governments reduce deficits and debt levels following the buildup of debt in advanced economies induced by the global financial crisis: too slow would unnerve markets; too fast would derail recovery. But the IMF has also argued for paying down debt ratios in the medium term in a broad mix of advanced and emerging market countries, mainly as insurance against future shocks.­

But is there really a defensible case for countries like Germany, the United Kingdom, or the United States to pay down the public debt? Two arguments are usually made in support of paying down the debt in countries with ample fiscal space—that is, in countries where there is little real prospect of a fiscal crisis. The first is that, although large adverse shocks such as the Great Depression of the 1930s or the global financial crisis of the past decade occur rarely, when they do, it is helpful to have used the quiet times to pay down the debt. The second argument rests on the notion that high debt is bad for growth—and, therefore, to lay a firm foundation for growth, paying down the debt is essential.­

It is surely the case that many countries (such as those in southern Europe) have little choice but to engage in fiscal consolidation, because markets will not allow them to continue borrowing. But the need for consolidation in some countries does not mean all countries—at least in this case, caution about “one size fits all” seems completely warranted. Markets generally attach very low probabilities of a debt crisis to countries that have a strong record of being fiscally responsible (Mendoza and Ostry, 2007). Such a track record gives them latitude to decide not to raise taxes or cut productive spending when the debt level is high (Ostry and others, 2010; Ghosh and others, 2013). And for countries with a strong track record, the benefit of debt reduction, in terms of insurance against a future fiscal crisis, turns out to be remarkably small, even at very high levels of debt to GDP. For example, moving from a debt ratio of 120 percent of GDP to 100 percent of GDP over a few years buys the country very little in terms of reduced crisis risk (Baldacci and others, 2011).­

But even if the insurance benefit is small, it may still be worth incurring if the cost is sufficiently low. It turns out, however, that the cost could be large—much larger than the benefit. The reason is that, to get to a lower debt level, taxes that distort economic behavior need to be raised temporarily or productive spending needs to be cut—or both. The costs of the tax increases or expenditure cuts required to bring down the debt may be much larger than the reduced crisis risk engendered by the lower debt (Ostry, Ghosh, and Espinoza, 2015). This is not to deny that high debt is bad for growth and welfare. It is. But the key point is that the welfare cost from the higher debt (the so-called burden of the debt) is one that has already been incurred and cannot be recovered; it is a sunk cost. Faced with a choice between living with the higher debt—allowing the debt ratio to decline organically through growth—or deliberately running budgetary surpluses to reduce the debt, governments with ample fiscal space will do better by living with the debt.­

Austerity policies not only generate substantial welfare costs due to supply-side channels, they also hurt demand—and thus worsen employment and unemployment. The notion that fiscal consolidations can be expansionary (that is, raise output and employment), in part by raising private sector confidence and investment, has been championed by, among others, Harvard economist Alberto Alesina in the academic world and by former European Central Bank President Jean-Claude Trichet in the policy arena. However, in practice, episodes of fiscal consolidation have been followed, on average, by drops rather than by expansions in output. On average, a consolidation of 1 percent of GDP increases the long-term unemployment rate by 0.6 percentage point and raises by 1.5 percent within five years the Gini measure of income inequality (Ball and others, 2013).­

In sum, the benefits of some policies that are an important part of the neoliberal agenda appear to have been somewhat overplayed. In the case of financial openness, some capital flows, such as foreign direct investment, do appear to confer the benefits claimed for them. But for others, particularly short-term capital flows, the benefits to growth are difficult to reap, whereas the risks, in terms of greater volatility and increased risk of crisis, loom large.­

In the case of fiscal consolidation, the short-run costs in terms of lower output and welfare and higher unemployment have been underplayed, and the desirability for countries with ample fiscal space of simply living with high debt and allowing debt ratios to decline organically through growth is underappreciated.
An adverse loop­

Moreover, since both openness and austerity are associated with increasing income inequality, this distributional effect sets up an adverse feedback loop. The increase in inequality engendered by financial openness and austerity might itself undercut growth, the very thing that the neoliberal agenda is intent on boosting. There is now strong evidence that inequality can significantly lower both the level and the durability of growth (Ostry, Berg, and Tsangarides, 2014).­

The evidence of the economic damage from inequality suggests that policymakers should be more open to redistribution than they are. Of course, apart from redistribution, policies could be designed to mitigate some of the impacts in advance—for instance, through increased spending on education and training, which expands equality of opportunity (so-called predistribution policies). And fiscal consolidation strategies—when they are needed—could be designed to minimize the adverse impact on low-income groups. But in some cases, the untoward distributional consequences will have to be remedied after they occur by using taxes and government spending to redistribute income. Fortunately, the fear that such policies will themselves necessarily hurt growth is unfounded (Ostry, 2014).­



[...]

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio



Fonte: Peanuts Completo - 1961 a 1962

28 maio 2016

Fato da Semana: Emprego no setor contábil



Data: 28 de maio de 2016

Fonte: Caged e Blog

Precedentes
2014 = Apesar da recessão, o setor contábil (incluindo os contadores, auditores, técnicos e escriturários) termina o ano criando mais vagas: 69. Mas entre os contadores e auditores observou-se uma redução de 1.429 vagas.
2015 = Dos meses do ano, somente janeiro e outubro ocorreu um aumento no número de empregados formais do setor. Somente em dezembro houve uma destruição de mais de três mil vagas no Brasil.
fev/16 = O pior mês dos últimos anos: foram admitidos 8.475 pessoas e demitidos 12.669, uma variação líquida negativa de 4.194.
26/05/2016 = Os dados divulgados de abril mostram uma redução de quase vinte mil vagas desde janeiro de 2014. Somente em 2016 foram quase 11 mil. Os números divulgados pelo blog mostram uma diferença salarial entre contratados e demitidos de 20% em abril.

Notícia boa para contabilidade?
A crença de que a contabilidade é imune a crise não foi comprovada pelos números de empregos formais. Não somos a profissão do presente e do futuro. É um reflexo da pior crise econômica que já enfrentamos.

Desdobramentos - A questão política ainda será central no que irá ocorrer nos próximos meses. O ajuste para que a economia volte a cresce irá significar redução dos gastos públicos e talvez até aumento de impostos. Ainda teremos redução nos empregos formais do setor.

Mas a semana só teve isto?
Não. As medidas econômicas anunciadas para tentar corrigir as finanças públicas foram relevantes. O escandalo na Alibaba mostra a fragilidade da contabilidade chinesa.

Rir é o melhor remédio

Muito cuidado com a escolha da sobremesa...
 Fonte: Aqui

27 maio 2016

Links

Plágio de trabalhos acadêmicos na Rússia

DNA desenhado errado na moeda turca

Depois de PwC+Google, Deloitte+Dell, EY+Microsoft e KPMG+IBM é a hora da BDO+QuickBooks

Suíça prepara o "almoço grátis" para todos

O valor da árvore: em Tampa, uma economia de 35 milhões de US$ por ano para saúde pública

(Des)emprego do Setor Contábil em Abril

Os dados do emprego formal do setor contábil em abril mostram que nada mudou. E isto é muito ruim.

Antes de detalhar é importante destacar que este blog expandiu o critério, incorporando os técnicos em contabilidade e os escriturários. Acreditamos que esta incorporação irá refletir melhor o que ocorre no setor em termos de mercado de trabalho. O desempenho ruim apontado nos levantamentos anteriores nos meses de outubro de 2015 torna-se positivo com esta mudança. Mas nos demais meses, o levantamento continua mostrando uma crise generalizado do emprego formal. É também importante destacar que a base primária dos dados é o Caged, do Ministério do Trabalho.

No mês de abril foram admitidos 9.135 novos empregados e demitidos 11.758, indicando uma redução no número de vagas no setor de 2.623. O gráfico a seguir mostra que esta foi uma tendência dos últimos meses.

As informações mostram que desde outubro de 2015 o setor não abre novas vagas. Em fevereiro de 2016 tivemos o pior mês em termos de emprego no setor, batendo dezembro de 2015, um mês onde geralmente existe dispensa de empregados.



A variação acumulada mostra que desde janeiro de 2014 foram reduzidas quase 20 mil vagas no setor. O tempo médio de emprego dos desligados em abril foi de 29 meses. Entre os admitidos, a idade média era de 29,2 anos, enquanto os desligados tinham uma idade média de 30,7 anos. As mulheres foram as maiores vítimas, com 57% dos desligados. 60% dos desligados tinham o ensino médio completo e 77% eram escriturários.



O gráfico a seguir mostra uma realidade persistente na movimentação do setor: o salário médio dos admitidos é bem inferior ao dos admitidos. Em abril a diferença ficou em 20%, acima da média dos períodos anteriores (de 17%) e dos valores de janeiro e fevereiro deste ano (5% e 9%, na ordem).

É interessante notar que não existe relação estatística entre a perda salarial admitidos e demitidos com o saldo de movimentação no mês (correlação de 9,7% no período).

Rir é o melhor remédio


26 maio 2016

Déficit primário em 2017: 66 ou 100 bilhões?

O pacote de controle de despesas, anunciado anteontem pelo governo, não evitará um novo rombo das contas públicas no ano que vem. O governo trabalha com um déficit superior a R$ 100 bilhões (1,5% do Produto Interno Bruto) se as medidas não forem aprovadas no Congresso, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO. Com isso, seria o quarto ano consecutivo de rombo. O momento político, porém, dificulta o processo. Por causa da interinidade do presidente Michel Temer, nenhum projeto polêmico será colocado em votação pelo governo antes da apreciação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se o pacote tiver aval do Legislativo, o déficit cairia para R$ 66 bilhões no ano que vem, pelo cálculo de especialistas.


[...]

Fonte: aqui

Filme: Jogo do Dinheiro

Mais um filme aparentemente interessante à vista: Jogo do Dinheiro.

Rir é o melhor remédio

Propagandas criativas






Veja mais: aqui

25 maio 2016

Eletrobras: Não, não

O TCU aprovou uma medida cautelar que suspende repasse de recursos para a construção de hidrelétrica na Nicarágua. O empreendimento foi concedido para a Eletrobras em parceria com a Queiroz Galvão, investigada na Operação Lava Jato.

Segundo publicação da Agência Brasil, existem irregularidades no projeto - que já tem um aporte de US$ 100 milhões autorizados. A medida cautelar barrou o aporte de mais US$ 1,2 bilhão. O ministro Bruno Dantas declarou que os US$ 100 milhões iniciais autorizados não foram pagos porque "não tem dinheiro".

A Eletrobras apresentou um prejuízo de R$ 3,898 bilhões no 1º trimestre de 2016. E Angra 3 continuará dando dor de cabeça.

Contabilidade da Alibaba investigada

O Alibaba, gigante chinês do comércio digital, está sendo investigado por órgãos reguladores americanos por causa de suas práticas contábeis.

A companhia, que representa cerca de 80% do e-commerce na China, revelou a investigação da SEC, órgão regulador do mercado americano, nesta quinta-feira. Segundo o Alibaba, os órgãos reguladores solicitaram documentos e informações relacionadas às práticas de consolidação de ganhos e transações, entre outras coisas.

A empresa alegou que está cooperando com as investigações e que foi orientada pela SEC a não interpretar a solicitação de documentos como um indicativo de violação de regras de segurança.

O Alibaba abriu seu capital nos Estados Unidos em setembro de 2014.

Fonte: Aqui

Preço das commmodities continuarão em baixa

Les matières premières ont fait le grand plongeon. Nul ne peut le nier. Reste à savoir combien de temps cette situation durera. « J’estime que les prix vont rester durablement déprimés, peut-être même jusqu’à la fin de la décennie », affirme Philippe Chalmin, professeur à l’université Paris-Dauphine et président de la société d’études Cyclope qui publie, mardi 24 mai, son rapport annuel sur l’état et les perspectives des marchés des matières premières.

« A la recherche des sommets perdus », le titre que s’est donné cet ouvrage collectif pour son édition 2016 donne bien la mesure des interrogations d’un secteur secoué par la brusque dégringolade des cours. Des décrochages quasi généralisés. Que ce soit le pétrole, bien sûr, avec un baril de brent qui a plongé sous la barre des 30 dollars (sous les 26 euros) en janvier. Qu’il s’agisse de la tonne de fer, tombée sous le seuil symbolique des 40 dollars en décembre 2015 ; ou celle du cuivre négociée à moins de 5 000 dollars. Sans oublier le prix du boisseau de maïs, inférieur pour sa part à 4 dollars.

Des points bas qui ne sont pas sans rappeler quelques souvenirs à M. Chalmin. Lorsqu’il a lancé Cyclope, en 1986, « les marchés mondiaux étaient en plein contre-choc, qu’il s’agisse du pétrole, des minéraux et métaux, des produits agricoles. Les matières premières passaient au second plan derrière l’explosion des marchés financiers puis l’apparition de la “nouvelle économie” que l’on imaginait totalement...


Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Em tempos de digitação...


24 maio 2016

Claude Shannon, o pai da Teoria da Informação

[...]


As is sometimes the case with encyclopedias, the crisply worded entry didn’t quite do justice to its subject’s legacy. That humdrum phrase—“channel capacity”—refers to the maximum rate at which data can travel through a given medium without losing integrity. The Shannon limit, as it came to be known, is different for telephone wires than for fibre-optic cables, and, like absolute zero or the speed of light, it is devilishly hard to reach in the real world. But providing a means to compute this limit was perhaps the lesser of Shannon’s great breakthroughs. First and foremost, he introduced the notion that information could be quantified at all. In “A Mathematical Theory of Communication,” his legendary paper from 1948, Shannon proposed that data should be measured in bits—discrete values of zero or one. (He gave credit for the word’s invention to his colleague John Tukey, at what was then Bell Telephone Laboratories, who coined it as a contraction of the phrase “binary digit.”)

“It would be cheesy to compare him to Einstein,” James Gleick, the author of “The Information,” told me, before submitting to temptation. “Einstein looms large, and rightly so. But we’re not living in the relativity age, we’re living in the information age. It’s Shannon whose fingerprints are on every electronic device we own, every computer screen we gaze into, every means of digital communication. He’s one of these people who so transform the world that, after the transformation, the old world is forgotten.” That old world, Gleick said, treated information as “vague and unimportant,” as something to be relegated to “an information desk at the library.” The new world, Shannon’s world, exalted information; information was everywhere. “He created a whole field from scratch, from the brow of Zeus,” David Forney, an electrical engineer and adjunct professor at M.I.T., said. Almost immediately, the bit became a sensation: scientists tried to measure birdsong with bits, and human speech, and nerve impulses. (In 1956, Shannon wrote a disapproving editorial about this phenomenon, called “The Bandwagon.”)

Although Shannon worked largely with analog technology, he also has some claim as the father of the digital age, whose ancestral ideas date back not only to his 1948 paper but also to his master’s thesis, published a decade earlier. The thesis melded George Boole’s nineteenth-century Boolean algebra (based on the variables true and false, denoted by the binary one and zero) with the relays and switches of electronic circuitry. The computer scientist and sometime historian Herman Goldstine hyperbolically deemed it “one of the most important master’s theses ever written,” arguing that “it changed circuit design from an art to a science.” Neil Sloane, a retired Bell Labs mathematician as well as the co-editor of Shannon’s collected papers and the founder of the On-Line Encyclopedia of Integer Sequences, agreed. “Of course, Shannon’s main work was in communication theory, without which we would still be waiting for telegrams,” Sloane said. But circuit design, he added, seemed to be Shannon’s great love. “He loved little machines. He loved the tinkering.”


[...]


Fonte: aqui

Dívida pública vai a 73% do PIB no fim de 2016

O governo do presidente interino Michel Temer estima que a dívida bruta encerrará o ano em 73,4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim deste ano, na esteira do histórico rombo primário nas contas públicas para o qual busca ganhar sinal verde do Congresso Nacional. Em 2015, a dívida bruta correspondeu a 66,5% do PIB.

Considerada o principal indicador da solvência de um país, a dívida pública bruta já estava em 67,3% do PIB em março, conforme dados mais recentes divulgados pelo Banco Central. A projeção de 73,4% consta em projeto de lei da nova meta fiscal, enviado nesta segunda-feira ao Legislativo.

Sem conseguir economizar para o pagamento de juros da dívida pública, o endividamento segue em alta. Sua evolução nos últimos anos é retrato da deterioração fiscal do Brasil, impactada, de um lado, por elevados gastos obrigatórios, e, de outro, por receitas em franco declínio por causa da recessão econômica.

[...]

Fonte: aqui

História da Teoria da Utilidade Esperada

É bom lembrar que a teoria da utilidade esperada não é muito útil pra modelar escolhas sob incerteza, apesar de muita gente achar que serve pra alguma coisa.


Resumo:

Expected utility theory dominated the economic analysis of individual decision-making under risk from the early 1950s to the 1990. Among the early supporters of the expected utility hypothesis in the von Neumann–Morgenstern version were Milton Friedman and Leonard Jimmie Savage, both based at the University of Chicago, and Jacob Marschak, a leading member of the Cowles Commission for Research in Economics. Paul Samuelson of MIT was initially a severe critic of expected utility theory. Between mid-April and early May 1950, Samuelson composed three papers in which he attacked von Neumann and Morgenstern's axiomatic system. By 1952, however, Samuelson had somewhat unexpectedly become a resolute supporter of the expected utility hypothesis. Why did Samuelson change his mind? Based on the correspondence between Samuelson, Savage, Marschak, and Friedman, this article reconstructs the joint intellectual journey that led Samuelson to accept expected utility theory and Savage to revise his motivations for supporting it.

Fonte: Moscati, Ivan. 2016. "Retrospectives: How Economists Came to Accept Expected Utility Theory: The Case of Samuelson and Savage." Journal of Economic Perspectives, 30(2): 219-36.