Fonte: Aqui
06 abril 2016
05 abril 2016
Caixa
Conforme Leandra Peres e Ribamar Oliveira, no Valor
A programação orçamentária e financeira feita pela área econômica só garante recursos para as despesas do governo federal até o fim deste mês, início do próximo, de acordo com fonte do governo.
O problema de caixa no governo federal já existia nos anos anteriores e está mais grave nos últimos meses. Também nos últimos meses ocorreu um descolamento entre o orçamento e o financeiro. No passado, ter orçamento significava ter financeiro. Hoje uma unidade do governo precisa conquistar o orçamento e depois o financeiro.
A programação orçamentária e financeira feita pela área econômica só garante recursos para as despesas do governo federal até o fim deste mês, início do próximo, de acordo com fonte do governo.
O problema de caixa no governo federal já existia nos anos anteriores e está mais grave nos últimos meses. Também nos últimos meses ocorreu um descolamento entre o orçamento e o financeiro. No passado, ter orçamento significava ter financeiro. Hoje uma unidade do governo precisa conquistar o orçamento e depois o financeiro.
04 abril 2016
Primeira vítma do Panamá Papers
Informa o El País
Chile tiene el primer caído luego de la filtración de los papeles de Panamá y, paradójicamente, se trata del presidente de Chile Transparente, el capítulo chileno de Transparencia Internacional. El abogado Gonzalo Delaveau Swett presentó esta tarde su renuncia luego de que el Centro de Investigación Periodística (CIPER), del Consorcio Internacional de Periodistas de Investigación (ICIJ), revelara este lunes que el profesional se desempeñó como intermediarios entre los propietarios reales de las sociedades y el bufete panameño Mossack Fonseca. “Ha gestionado a través de Mossack Fonseca la administración de una serie de sociedades offshore con domicilio en Bahamas, desde las que se controla un millonario proyecto minero e hidroeléctrico en la V Región”, publicó el medio de comunicación
Chile tiene el primer caído luego de la filtración de los papeles de Panamá y, paradójicamente, se trata del presidente de Chile Transparente, el capítulo chileno de Transparencia Internacional. El abogado Gonzalo Delaveau Swett presentó esta tarde su renuncia luego de que el Centro de Investigación Periodística (CIPER), del Consorcio Internacional de Periodistas de Investigación (ICIJ), revelara este lunes que el profesional se desempeñó como intermediarios entre los propietarios reales de las sociedades y el bufete panameño Mossack Fonseca. “Ha gestionado a través de Mossack Fonseca la administración de una serie de sociedades offshore con domicilio en Bahamas, desde las que se controla un millonario proyecto minero e hidroeléctrico en la V Región”, publicó el medio de comunicación
Corrupção
Sobre as recentes notícias de corrupção, o The Conversation resume:
Em termos econômicos, corrupção é simplesmente outro imposto do governo.
Talvez não seja exatamente isto, mas o texto faz a comparação para dizer que o dinheiro da corrupção tem que sair do resultado da empresa, assim como o imposto. A diferença é que o governo retorna, parcialmente, o valor cobrado para a sociedade. Mas ambos desencorajam os negócios e reduzem o incentivo para produção.
Além disto, a existência de corrupção (1) reduz a crença das pessoas no governo; e (2) é mais desconhecida e variável que os impostos. Existe uma relação entre aumento na corrupção e redução no crescimento econômico, maior nível de pobreza e desigualdade.
Em termos econômicos, corrupção é simplesmente outro imposto do governo.
Talvez não seja exatamente isto, mas o texto faz a comparação para dizer que o dinheiro da corrupção tem que sair do resultado da empresa, assim como o imposto. A diferença é que o governo retorna, parcialmente, o valor cobrado para a sociedade. Mas ambos desencorajam os negócios e reduzem o incentivo para produção.
Além disto, a existência de corrupção (1) reduz a crença das pessoas no governo; e (2) é mais desconhecida e variável que os impostos. Existe uma relação entre aumento na corrupção e redução no crescimento econômico, maior nível de pobreza e desigualdade.
03 abril 2016
Panama Papers
A divulgação do Panama Papers já está incomodando muita gente. Parece que na relação dos envolvidos estão Messi e Platini, Putin, presidente da Rússia, Joaquim Barbosa, presidente da Argentina Macri e diversas pessoas já acusadas na lava-jato ou em vias de.
É importante notar que a operação revelada pelos jornais este final de semana não são necessariamente ilegais.
Qual a relação com a contabilidade? Com a palavra o El País:
El Grupo Mossack Fonseca, una firma mundial con sede en Panamá y oficinas en 27 países en los cinco continentes, es una de las más importantes empresas proveedoras de servicios contables, fiduciarios y legales, con un abanico de ofertas que contemplan desde trabajos en propiedad intelectual, asuntos migratorios o leyes de telecomunicaciones, hasta registros médicos, de cosméticos, yates y alimentos para animales, pasando por prevención de fraude y lavado de dinero.
É importante notar que a operação revelada pelos jornais este final de semana não são necessariamente ilegais.
Qual a relação com a contabilidade? Com a palavra o El País:
El Grupo Mossack Fonseca, una firma mundial con sede en Panamá y oficinas en 27 países en los cinco continentes, es una de las más importantes empresas proveedoras de servicios contables, fiduciarios y legales, con un abanico de ofertas que contemplan desde trabajos en propiedad intelectual, asuntos migratorios o leyes de telecomunicaciones, hasta registros médicos, de cosméticos, yates y alimentos para animales, pasando por prevención de fraude y lavado de dinero.
Resenha da Resenha
Lendo um monte de e-mails acumulados encontrei um texto escrito por Juliana Cunha sobre a resenha de Bartleby o Escrevente:
Tenho lido muitas vezes a história de Bartleby, um escrivão de Wall Street que, ao ouvir pedidos do patrão, responde com franqueza que “preferiria não fazer”. Imagina que incrível: seu chefe te pede para preparar um relatório e você simplesmente diz: “Prefiro não fazer”. Quem algum dia preferiu fazer?
Wall Street é um lugar estranho porque é, ao mesmo tempo, uma rua cheia de pessoas obcecadas pelo trabalho e um símbolo do capitalismo financeiro, sistema que permitiu que a geração de dinheiro fosse desconectada do trabalho. Ou seja, que dinheiro gerasse dinheiro, sem necessariamente passar por toda aquela burocracia de produzir bens, vendê-los e só então obter lucro.
Bartleby trabalha nessa rua de lógica torta: a rua que possibilitou que tantos ricos preferissem não mais fazer coisas, não mais lidar com funcionários, não mais produzir.
Seu próprio patrão, um advogado velhinho, acha que a forma mais fácil de levar a vida é sempre a melhor, mas fica transtornado quando um simples funcionário resolve levar seu conselho ao pé da letra.
No começo do conto — esqueci de avisar que estamos falando de um conto de Melville, autor de “Moby-Dick” —, Bartleby até que trabalha. Logo depois de ser contratado, parece ávido por copiar documentos, mas copia mecanicamente, sem alegria, o que aborrece o chefe.
Não lembro em que livro Bukowski conclui que, para o patrão, o fato de você entregar um trabalho bem feito nunca é suficiente. É preciso amar o trabalho, fazer declarações públicas de amor a ele.
Bartleby é pura passividade paciente. Fica parado, contemplativo, quase zen. Só se alimenta de pães de mel. Não trabalha nem se dá o trabalho de fingir. O chefe ficaria aliviado caso ele se recusasse a trabalhar, mas ele não se recusa, apenas apresenta um empecilho incontornável: ele preferiria não trabalhar. Como obrigar uma pessoa a preferir algo?
No original em inglês, a frase usada soa esquistia. Barlteby diz “I would preferer not to”, enquanto a construção maiscomum seria “I would rather not”.
Deleuze fez um texto sobre esse conto em que diz o seguinte:
“A fórmula I PREFER NOT TO exclui qualquer alternativa e engole o que pretende conservar assim como descarta qualquer outra coisa; implica que Bartleby para de copiar, isto é, de reproduzir palavras; cava uma zona de indeterminação que faz com que as palavras já não se distinguam, produz o vazio na linguagem. Mas também desarticula os atos de fala segundo os quais um patrão pode comandar, um amigo benevolente fazer perguntas, um homem de fé prometer. Se Bartleby recusasse, poderia ainda ser reconhecido como um rebelde ou revoltado, e a esse título desempenharia um papel social. Mas a fórmula desasticula todo ato de fala, ao mesmo tempo que faz de Bartleby um puro excluído, ao qual já nenhuma situação social pode ser atribuída”.
Traduzindo para linguagem de dia de semana, a força de Bartleby está em não recusar nem aceitar, em dar uma resposta esquisita que coloca os outros numa posição igualmente esquisita.
O advogado do conto chega a dizer que “nada irrita mais uma pessoa honesta do que a resistência passiva”. Por conta dessa resistência passiva e irritante, alguns críticos chegam a compará-lo a Gandhi e eu chego a considerá-lo um herói da classe trabalhadora.
Duas observações: (1) Peço desculpas para Juliana, pois só agora notei o texto; (2) o comentário dela é tão interessante que merece uma postagem.
Tenho lido muitas vezes a história de Bartleby, um escrivão de Wall Street que, ao ouvir pedidos do patrão, responde com franqueza que “preferiria não fazer”. Imagina que incrível: seu chefe te pede para preparar um relatório e você simplesmente diz: “Prefiro não fazer”. Quem algum dia preferiu fazer?
Wall Street é um lugar estranho porque é, ao mesmo tempo, uma rua cheia de pessoas obcecadas pelo trabalho e um símbolo do capitalismo financeiro, sistema que permitiu que a geração de dinheiro fosse desconectada do trabalho. Ou seja, que dinheiro gerasse dinheiro, sem necessariamente passar por toda aquela burocracia de produzir bens, vendê-los e só então obter lucro.
Bartleby trabalha nessa rua de lógica torta: a rua que possibilitou que tantos ricos preferissem não mais fazer coisas, não mais lidar com funcionários, não mais produzir.
Seu próprio patrão, um advogado velhinho, acha que a forma mais fácil de levar a vida é sempre a melhor, mas fica transtornado quando um simples funcionário resolve levar seu conselho ao pé da letra.
No começo do conto — esqueci de avisar que estamos falando de um conto de Melville, autor de “Moby-Dick” —, Bartleby até que trabalha. Logo depois de ser contratado, parece ávido por copiar documentos, mas copia mecanicamente, sem alegria, o que aborrece o chefe.
Não lembro em que livro Bukowski conclui que, para o patrão, o fato de você entregar um trabalho bem feito nunca é suficiente. É preciso amar o trabalho, fazer declarações públicas de amor a ele.
Bartleby é pura passividade paciente. Fica parado, contemplativo, quase zen. Só se alimenta de pães de mel. Não trabalha nem se dá o trabalho de fingir. O chefe ficaria aliviado caso ele se recusasse a trabalhar, mas ele não se recusa, apenas apresenta um empecilho incontornável: ele preferiria não trabalhar. Como obrigar uma pessoa a preferir algo?
No original em inglês, a frase usada soa esquistia. Barlteby diz “I would preferer not to”, enquanto a construção maiscomum seria “I would rather not”.
Deleuze fez um texto sobre esse conto em que diz o seguinte:
“A fórmula I PREFER NOT TO exclui qualquer alternativa e engole o que pretende conservar assim como descarta qualquer outra coisa; implica que Bartleby para de copiar, isto é, de reproduzir palavras; cava uma zona de indeterminação que faz com que as palavras já não se distinguam, produz o vazio na linguagem. Mas também desarticula os atos de fala segundo os quais um patrão pode comandar, um amigo benevolente fazer perguntas, um homem de fé prometer. Se Bartleby recusasse, poderia ainda ser reconhecido como um rebelde ou revoltado, e a esse título desempenharia um papel social. Mas a fórmula desasticula todo ato de fala, ao mesmo tempo que faz de Bartleby um puro excluído, ao qual já nenhuma situação social pode ser atribuída”.
Traduzindo para linguagem de dia de semana, a força de Bartleby está em não recusar nem aceitar, em dar uma resposta esquisita que coloca os outros numa posição igualmente esquisita.
O advogado do conto chega a dizer que “nada irrita mais uma pessoa honesta do que a resistência passiva”. Por conta dessa resistência passiva e irritante, alguns críticos chegam a compará-lo a Gandhi e eu chego a considerá-lo um herói da classe trabalhadora.
Duas observações: (1) Peço desculpas para Juliana, pois só agora notei o texto; (2) o comentário dela é tão interessante que merece uma postagem.
Pesquisa 1
A doutoranda Ivone Vieira Pereira solicita a contribuição dos leitores para uma pesquisa sobre Teoria do Prospecto. Aqueles que puderem responder clique aqui
Pesquisa 2
Uma aluna de graduação da UEPB solicita contribuição dos leitores para responder questionário sobre Six Sigma. Para acessar o questionário clique aqui
02 abril 2016
Fábrica de Corrupção
Uma reportagem do The Huffington Post e Fairfax Media desvenda os meandros de uma empresa que o texto denominou de “fábrica da corrupção”. A empresa atua no setor de petróleo, mas a investigação mostrou que tradicionais empresas ocidentais, como Rolls-Royce, Halliburton, Samsung e Hyundai. E não é a Petrobras.
Trata-se a Unaoil, com sede em Mônaco. É bem verdade que afirmar que se trata do maior escândalo de corrupção do mundo é um exagero. Mas a corrupção da Unaoil atingiu o Iraque, o Irã, a Líbia, a Síria, o Iêmen, o Kuwait e a os Emirados Árabes.
Além disto, a imprensa tem tratado o escândalo de forma tendenciosa, conforme pode ser visto aqui
Fato da Semana
Fato: Desempenho das Estatais
Data: Durante a Semana
Fonte: Diversos
Precedentes:
28-mar-16 = O lucro do BNDES é de 4,5 bilhões devido ao resultado da Petrobras.31/mar/16 = Eletrobras divulga prejuízo de 14 bilhões.
31/mar/16 = Segundo a Exame, o lucro das empresas brasileiras caiu mais de 80%. As estatais ajudaram muito neste desempenho.
01/abr/16 = O Estado de S Paulo revela que o empréstimo chinês na Petrobras está atrelado a compra de equipamentos daquele país. Esta informação não consta das demonstrações da empresa.
01/abr/16 = O resultado somado de cinco estatais atinge a 60 bilhões de reais de prejuízo
Notícia boa para contabilidade? Novamente, a contabilidade deve refletir a realidade da entidade. Os resultados divulgados são reflexos da má gestão, da recessão na economia e da falta de controle. Quando se considera que parte do desempenho é resultante de problemas de governança e controle, a notícia é ruim para a contabilidade. Infelizmente ela não está desempenhando seu papel.
Desdobramentos - Nos anos anteriores, a distribuição de dividendos ajudou o governo a manter o superavit. Agora a situação indica que as estatais não irão gerar dividendos para União como podem chamar seu controlador para salvar as empresas da derrocada. Problemas no médio prazo.
Mas a semana só teve isto? - A possibilidade de criação de uma associação internacional dos CPAs poderia ser a notícia da semana.
01 abril 2016
60 bilhões
Segundo Daniel Rittner, no Valor Econômico, o prejuízo somado das empresas estatais em 2015 corresponde a 60 bilhões de reais. Isto Correios, Infraero, Telebras, Eletrobras e Petrobras. A tecnologia pode ser uma "justificativa" para o caso dos Correios, mas decisões desastrosas, como ressuscitar a Telebras, rever contratos na Eletrobras e incentivar a corrupção na Petrobras são típicos de má gestão.
Este prejuízo corresponde ao início do processo. Ou alguém acredita ser possível reverter o quadro?
Este prejuízo corresponde ao início do processo. Ou alguém acredita ser possível reverter o quadro?
Empréstimo chinês com garantia de compra
O Estado de S Paulo revelou que o empréstimo de abril de 2015 da empresa Petrobras com o banco de desenvolvimento chinês CDB está condicionado a compra, pela empresa, de produtos chineses no valor correspondente a 60% do empréstimo. O jornal informa que a captação é vantajosa para empresa:
a Petrobrás encara a China como uma solução para, simultaneamente, ter acesso a crédito barato, mesmo sem o selo de grau de investimento (de boa pagadora) das agências de classificação de risco, e ainda comprar produtos mais baratos do que os da média do mercado.
O que estamos interessados é observar a evidenciação da empresa na operação. Os valores contratados podem superar a 10 bilhões de reais, expressivo, mesmo para uma empresa tão endividada como a Petrobras. Se o leitor buscar nas últimas informações que a empresa divulgou irá encontrar o seguinte na DFP apresenta à CVM:
A empresa informa que assinou um termo de compromisso em 2016, mas nada sobre os contratos passados. E que o acordo tem uma previsão de fornecer petróleo para empresas chineses, numa base similar ao acordo de 2009. Mas também não informa as bases da operação ou algo do tipo. Neste documento, na nota explicativa sobre empréstimo, existe um trecho sobre garantias, que comenta que existem instrumentos específicos de fomento com garantias reais lastreados nas exportações. Sem citar nenhuma informação específica.
No formulário de referência de 2015 a empresa destaca que o aumento de caixa deveu-se a um acordo com o banco chinês no valor de 5 bilhões, vencimento em cem anos. Também informa que a empresa contratou pré-pagamentos de exportação de cinco bilhões em meados de 2015, para dez anos. Mais adiante “detalha” as condições:
Nas notas explicativas do Formulário 20F a empresa informa:
E nada mais nas notas explicativas.
a Petrobrás encara a China como uma solução para, simultaneamente, ter acesso a crédito barato, mesmo sem o selo de grau de investimento (de boa pagadora) das agências de classificação de risco, e ainda comprar produtos mais baratos do que os da média do mercado.
O que estamos interessados é observar a evidenciação da empresa na operação. Os valores contratados podem superar a 10 bilhões de reais, expressivo, mesmo para uma empresa tão endividada como a Petrobras. Se o leitor buscar nas últimas informações que a empresa divulgou irá encontrar o seguinte na DFP apresenta à CVM:
A empresa informa que assinou um termo de compromisso em 2016, mas nada sobre os contratos passados. E que o acordo tem uma previsão de fornecer petróleo para empresas chineses, numa base similar ao acordo de 2009. Mas também não informa as bases da operação ou algo do tipo. Neste documento, na nota explicativa sobre empréstimo, existe um trecho sobre garantias, que comenta que existem instrumentos específicos de fomento com garantias reais lastreados nas exportações. Sem citar nenhuma informação específica.
No formulário de referência de 2015 a empresa destaca que o aumento de caixa deveu-se a um acordo com o banco chinês no valor de 5 bilhões, vencimento em cem anos. Também informa que a empresa contratou pré-pagamentos de exportação de cinco bilhões em meados de 2015, para dez anos. Mais adiante “detalha” as condições:
Nas notas explicativas do Formulário 20F a empresa informa:
E nada mais nas notas explicativas.
Lucro das empresas caiu 87,2% em 2015
O lucro líquido das empresas de capital aberto do Brasil caiu 87,2% em 2015, lastrado principalmente pela mineradora Vale, a Petrobras e a Eletrobras, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela consultoria Economática.
O lucro das 297 companhias brasileiras com ações cotadas na bolsa de São Paulo somou RS 14 bilhões em 2015, frente aos RS 109,8 bilhões no ano anterior.
Excluindo Petrobras, Vale e Eletrobras, os lucros das companhias ano passado chegou a RS 107,4 bilhões, o que representa uma queda de 19,5% em relação a 2014, quando o lucro foi de US 133,5 bilhões.
Dos 24 setores listados, dez tiveram prejuízo em 2015 e entre eles se destacou o da mineração, que fechou o ano com um resultado negativo de US 45,1 bilhões.
[...]
O prejuízo acumulado de Vale, Petrobras e Eletrobras em 2015 foi de RS 93,4 bilhões, quase quatro vezes pior que as perdas de 2014, de RS 23,6 bilhões.
Apesar da crise aguda que o Brasil atravessa o setor bancário, composto por 25 instituições, aumentou seu lucro em 28,3%, dos RS 54,9 bilhões em 2014 para RS 70,5 bilhões em 2015.
Fonte: Aqui
Imagem: Aqui
O lucro das 297 companhias brasileiras com ações cotadas na bolsa de São Paulo somou RS 14 bilhões em 2015, frente aos RS 109,8 bilhões no ano anterior.
Excluindo Petrobras, Vale e Eletrobras, os lucros das companhias ano passado chegou a RS 107,4 bilhões, o que representa uma queda de 19,5% em relação a 2014, quando o lucro foi de US 133,5 bilhões.
Dos 24 setores listados, dez tiveram prejuízo em 2015 e entre eles se destacou o da mineração, que fechou o ano com um resultado negativo de US 45,1 bilhões.
[...]
O prejuízo acumulado de Vale, Petrobras e Eletrobras em 2015 foi de RS 93,4 bilhões, quase quatro vezes pior que as perdas de 2014, de RS 23,6 bilhões.
Apesar da crise aguda que o Brasil atravessa o setor bancário, composto por 25 instituições, aumentou seu lucro em 28,3%, dos RS 54,9 bilhões em 2014 para RS 70,5 bilhões em 2015.
Fonte: Aqui
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31 março 2016
Mais prejuízo
A Eletrobrás registrou prejuízo atribuído aos controladores de R$ 14,442 bilhões, quase cinco vezes superior ao prejuízo de R$ 3,031 bilhões de 2014. Somente no quarto trimestre do ano passado, a empresa teve prejuízo de R$ 10,327 bilhões, um valor quase nove vezes acima do resultado também negativo reportado no quarto trimestre de 2014, de R$ 1,196 bilhão.
Entre as variáveis que afetaram o resultado, a Eletrobrás informa o ajuste contábil em ativos (impairments) de R$ 2,605 bilhões, influenciado pelo impairment de R$ 1,588 bilhão de Angra 3, que ocorreu, principalmente, no aumento da taxa de desconto e alteração na data de entrada em operação da Usina Termonuclear de Angra 3. A Eletrobrás destaca ainda despesas relativas à provisão e pagamento de processos judiciais envolvendo empréstimo compulsório de R$ 5,019 bilhões.
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Entre as variáveis que afetaram o resultado, a Eletrobrás informa o ajuste contábil em ativos (impairments) de R$ 2,605 bilhões, influenciado pelo impairment de R$ 1,588 bilhão de Angra 3, que ocorreu, principalmente, no aumento da taxa de desconto e alteração na data de entrada em operação da Usina Termonuclear de Angra 3. A Eletrobrás destaca ainda despesas relativas à provisão e pagamento de processos judiciais envolvendo empréstimo compulsório de R$ 5,019 bilhões.
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30 março 2016
Resenha: House of Cards
House of Cards é um drama político vencedor do Golden Globe. A série foi baseada na homônima minissérie da BBC que, por sua vez, foi inspirada pelo livro do político britânico Michael Dobbs.
Um trecho do livro (que, salvo engano, foi utilizada como fala na série) dá o exato tom de House of Cards:
“Política requer sacrifícios. Sacrifícios dos outros, óbvio. Qualquer coisa que um homem atinja ao se sacrificar pelo seu país pode ser alcançada permitindo que outros se sacrifiquem antes. Oportunidade, como diz a minha esposa, é tudo.”
Agendas a serem resolvidas, pessoas a serem eliminadas, políticos a serem criados ou descarrilados, repórteres para esmagar... Essa é parte da trama de House of Cards que foi a primeira série original da Netflix e eles estrearam com estilo, objetivando criar e solidificar a marca. Investiram em um roteiro bem construído, atores de primeira linha, produtores e diretores aclamados pelo público, visando criar uma programação digna de prêmios. Atualmente, é comum ouvir que a Netflix eclipsou o cinema.
O presidente Barack Obama já publicou no Twitter que acompanha a série e pede, por favor, que não compartilhem spoilers.
Importante salientar que, para que haja empatia do público com Frank, há a chamada “quebra da quarta parede”. Essa é a mesma técnica utilizada em “Curtindo a Vida Adoidado”, quando o personagem fala diretamente com o público como se ninguém fosse perceber e fosse perfeitamente normal. Estilo "somos amigões então deixa eu te contar...". Então no meio de um esquema, Frank olha para você e diz: “Esta vendo? É assim que o ser humano funciona”.
A série vem sido bastante comentada pela quarta temporada ter sido disponibilizada recentemente, no início de março (a quinta só virá em 2017) e pela semelhança com a política brasileira. Frente aos escândalos políticos recentes, os atores inclusive foram abordados para discutir a política brasileira (como “grandes conhecedores” do assunto). A Netfliz produz um ótimo conteúdo e merece todos os elogios, mas certamente a série fez ainda mais sucesso após as comparações com o Brasil.
Eu sou Isabel Sales, viciada anônima em séries. E quando a Netflix lança programas (Fuller House sendo uma exceção merecida) eu espero o acúmulo de algumas temporadas para começar a assistir... então só comecei a assistir House of Cards recentemente. Talvez pelo clima político eu não tenha gostado tanto. Não achei uma série ruim. Os atores são excelentes e o roteiro também (assim como direção, produção e etc). Mas não me animou... Inclusive eu fiquei tão pra baixo que voltei a assistir Full House (a original, com início nos anos 1980) por ser basicamente família e abraços. Um antídoto para a corrupção e mentiras em excesso! Mas eu sou assim mesmo... Eu demorei a “aceitar” Mad Men" e quando voltei a assistir, anos depois, e o fiz do início ao fim, achei uma série fantástica.
Vale a pena? Acho que sim. Mas depende do seu humor... Há violência,sexo e drogas então não é exatamente uma série para se assistir com a família. Pode ser ofensiva a algumas pessoas mais sensíveis. Enfim... fala sobre corrupção, manipulação midiática... e como os americanos dizem: “hits too close to home”.
Outras séries sobre política e Washington: The West Wing (é a mais parecida com House of Cards e é menos forte), Veep (uma comédia indicada a vários prêmios), Scandal (drama criado pela Shonda Rhimes, responsável por How To Get Away With Murder e Grey’s Anatomy), parte de The Good Wife (a série se divide entre direito e política) e 1600 Penn (não conheço, fico devendo).
Disclosure: Infelizmente não temos qualquer associação com a Netflix e a resenha não é patrocinada. Pago a mensalidade, como uma boaviciada cidadã.
Um trecho do livro (que, salvo engano, foi utilizada como fala na série) dá o exato tom de House of Cards:
“Política requer sacrifícios. Sacrifícios dos outros, óbvio. Qualquer coisa que um homem atinja ao se sacrificar pelo seu país pode ser alcançada permitindo que outros se sacrifiquem antes. Oportunidade, como diz a minha esposa, é tudo.”
Agendas a serem resolvidas, pessoas a serem eliminadas, políticos a serem criados ou descarrilados, repórteres para esmagar... Essa é parte da trama de House of Cards que foi a primeira série original da Netflix e eles estrearam com estilo, objetivando criar e solidificar a marca. Investiram em um roteiro bem construído, atores de primeira linha, produtores e diretores aclamados pelo público, visando criar uma programação digna de prêmios. Atualmente, é comum ouvir que a Netflix eclipsou o cinema.
O presidente Barack Obama já publicou no Twitter que acompanha a série e pede, por favor, que não compartilhem spoilers.
Resumindo, sem spoilers: quando não recebe o cargo de Secretário de Estado, como previamente prometido pelo presidente dos Estados Unidos, o representante da “Minority Whip Rep”, Frank Underwood, se dedica a um esquema de proporções maquiavélicas contra o presidente. Claire é a esposa que aparenta ser um anjo, mas é o par perfeito para Frank. Doug é o seu braço direito que se esforça até demais para ajudar a por em prática as ideias do chefe. Zoe Barnes é a jornalista extremamente sedenta pelo seu espaço e, com isso, se alia a Frank e divulga notícias exclusivas, mas com o toque exato que ele quer, o tom manipulativo que fará com que seus planos funcionem. Frank é o principal, mas há uma engrenagem de pessoas e profissionais que trabalham em sincronia para que as coisas caminhem a favor de Frank Underwood.Tomorrow: @HouseOfCards. No spoilers, please.— Barack Obama (@BarackObama) 13 de fevereiro de 2014
Importante salientar que, para que haja empatia do público com Frank, há a chamada “quebra da quarta parede”. Essa é a mesma técnica utilizada em “Curtindo a Vida Adoidado”, quando o personagem fala diretamente com o público como se ninguém fosse perceber e fosse perfeitamente normal. Estilo "somos amigões então deixa eu te contar...". Então no meio de um esquema, Frank olha para você e diz: “Esta vendo? É assim que o ser humano funciona”.
Quebra da quarta parede |
Eu sou Isabel Sales, viciada anônima em séries. E quando a Netflix lança programas (Fuller House sendo uma exceção merecida) eu espero o acúmulo de algumas temporadas para começar a assistir... então só comecei a assistir House of Cards recentemente. Talvez pelo clima político eu não tenha gostado tanto. Não achei uma série ruim. Os atores são excelentes e o roteiro também (assim como direção, produção e etc). Mas não me animou... Inclusive eu fiquei tão pra baixo que voltei a assistir Full House (a original, com início nos anos 1980) por ser basicamente família e abraços. Um antídoto para a corrupção e mentiras em excesso! Mas eu sou assim mesmo... Eu demorei a “aceitar” Mad Men" e quando voltei a assistir, anos depois, e o fiz do início ao fim, achei uma série fantástica.
Vale a pena? Acho que sim. Mas depende do seu humor... Há violência,sexo e drogas então não é exatamente uma série para se assistir com a família. Pode ser ofensiva a algumas pessoas mais sensíveis. Enfim... fala sobre corrupção, manipulação midiática... e como os americanos dizem: “hits too close to home”.
Outras séries sobre política e Washington: The West Wing (é a mais parecida com House of Cards e é menos forte), Veep (uma comédia indicada a vários prêmios), Scandal (drama criado pela Shonda Rhimes, responsável por How To Get Away With Murder e Grey’s Anatomy), parte de The Good Wife (a série se divide entre direito e política) e 1600 Penn (não conheço, fico devendo).
Disclosure: Infelizmente não temos qualquer associação com a Netflix e a resenha não é patrocinada. Pago a mensalidade, como uma boa
Avaliação: uma introdução
O processo de avaliar uma empresa envolve uma série de conhecimentos. Algumas das técnicas utilizadas na Avaliação de Empresas podem ser aplicadas na “avaliação na empresa”, no gerenciamento da atividade administrativa do negócio, na inferência de expectativas do mercado, no impacto de eventos numa empresa, em avaliar estratégias, na mensuração de ativos na contabilidade de uma entidade, na escolha de investimentos, entre outras.
(Continua aqui)
(Continua aqui)
IFRS e poder político
Uma querida leitora nos contou pelo twitter que a sua turma de pós-graduação discutiria alguns assuntos trabalhados no blog. Nada mais justo e interessante que pedir uma palhinha pra ela, não é mesmo? Então abaixo segue um texto colaborativo escrito pela Camila Fernanda de Oliveira Coelho. Espero que gostem!
Através da indicação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Brasil obteve em 2014 representação e direito a voto no processo de convergência contábil internacional. Este foi o ponto de partida para início do debate criado para a turma do curso de pós-graduação em Auditoria Empresarial no dia 19 de março de 2016. Abordou-se o trabalho de órgãos como IASB e o IFAC, que são considerados importantes no processo de elaboração e aplicação das normas internacionais de contabilidade.
Os principais pontos colocados em discussão para os alunos foram: quais seriam as vantagens de se adotar as IFRS, descobrir se os alunos realmente acreditam que esses organismos são fontes de desenvolvimento dos normativos contábeis ou seriam apenas instrumentos de manutenção do poder político por parte dos países desenvolvidos.
A maioria dos alunos acreditam que os órgãos normativos são importantes, afinal, cada vez mais os países estão interagindo entre si, seja através de investimentos ou em mercados de capitais e então surge a necessidade de informações contábeis padronizadas de confiança e mais úteis aos usuários. Mas as decisões dessas instituições acabam ficando nas mãos dos países mais desenvolvidos pelo grande poder político e econômico que detêm.
A grande maioria apontou que infelizmente fatores políticos acabam sobrepondo as questões técnicas no momento da tomada de decisões destes organismos, porque em países como o Brasil, o poder político se preocupa mais com os próprios interesses do que com as questões normativas que poderiam favorecer as entidades.
Qual é a sua opinião?
As IFRS e o poder político
Através da indicação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Brasil obteve em 2014 representação e direito a voto no processo de convergência contábil internacional. Este foi o ponto de partida para início do debate criado para a turma do curso de pós-graduação em Auditoria Empresarial no dia 19 de março de 2016. Abordou-se o trabalho de órgãos como IASB e o IFAC, que são considerados importantes no processo de elaboração e aplicação das normas internacionais de contabilidade.
Os principais pontos colocados em discussão para os alunos foram: quais seriam as vantagens de se adotar as IFRS, descobrir se os alunos realmente acreditam que esses organismos são fontes de desenvolvimento dos normativos contábeis ou seriam apenas instrumentos de manutenção do poder político por parte dos países desenvolvidos.
A maioria dos alunos acreditam que os órgãos normativos são importantes, afinal, cada vez mais os países estão interagindo entre si, seja através de investimentos ou em mercados de capitais e então surge a necessidade de informações contábeis padronizadas de confiança e mais úteis aos usuários. Mas as decisões dessas instituições acabam ficando nas mãos dos países mais desenvolvidos pelo grande poder político e econômico que detêm.
A grande maioria apontou que infelizmente fatores políticos acabam sobrepondo as questões técnicas no momento da tomada de decisões destes organismos, porque em países como o Brasil, o poder político se preocupa mais com os próprios interesses do que com as questões normativas que poderiam favorecer as entidades.
Qual é a sua opinião?
Mapas: Peso do Brasil no mundo
Compilado pelo departamento de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch, o "Transforming World Atlas" ("Atlas do Mundo em Transformação") identifica as tendências econômicas mundiais por meio de um conjunto de mapas. [BBC Brasil]
1) População
2) Pobreza
3) Orçamento de defesa
4) Emissão de CO²
5) Procedimentos estéticos
6) Números de tuítes em 24h
7) Interações no Facebook
8) Turismo
Leia mais: aqui
1) População
2) Pobreza
3) Orçamento de defesa
4) Emissão de CO²
5) Procedimentos estéticos
6) Números de tuítes em 24h
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29 março 2016
Adolescentes preenchendo o IR dos pais
Bem legal o vídeo do Buzzfeed... Alguns adolescentes que vivem em celulares e conectados a mídias sociais ajudam os pais a preencher o formulário norte-americano para a declaração do Imposto de Renda. Achei interessante observar, de uma forma tão descontraída, as características do aplicativo que permite desde ligações para tirar dúvidas em relação a formulários e preenchimentos quanto a captura de informações por meio do documento fotografado.
Efeito secundário da Petrobras
O BNDES, importante acionista da Petrobras, acusou o resultado anual da empresa. Segundo o Estadão:
O lucro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve retração de 27,9% em 2015, para R$ 6,2 bilhões. O principal fator para a redução foi a participação acionária da instituição na Petrobrás – o BNDES é dono de 17,2% do capital da petroleira. Por causa da queda nas cotações dos papéis, o BNDES registrou uma baixa contábil de R$ 7,3 bilhões no balanço financeiro no passado, divulgado nesta segunda-feira, 28.
Mas o resultado do BNDES foi contestado pela KPMG, que considerou uma mudança na forma de registrar a perda do Banco como errônea. Para KPMG o lucro deveria ter sido 3,5 bilhões.
O lucro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve retração de 27,9% em 2015, para R$ 6,2 bilhões. O principal fator para a redução foi a participação acionária da instituição na Petrobrás – o BNDES é dono de 17,2% do capital da petroleira. Por causa da queda nas cotações dos papéis, o BNDES registrou uma baixa contábil de R$ 7,3 bilhões no balanço financeiro no passado, divulgado nesta segunda-feira, 28.
Mas o resultado do BNDES foi contestado pela KPMG, que considerou uma mudança na forma de registrar a perda do Banco como errônea. Para KPMG o lucro deveria ter sido 3,5 bilhões.
Concentração bancária
A saída de alguns bancos do país (HSBC e futuramente o Citi) fez aumentar a concentração bancária. O Valor Econômico lembra bem um efeito perverso disto: a dificuldade que as empresas terão em rolar as dívidas nos meses.
Outro aspecto merece uma atenção: até que ponto a regulamentação, ao penalizar o risco dos bancos, termina por impedir o acesso de empresas com maior risco ao crédito?
Ao mesmo tempo, a fonte BNDES para os amigos parece ter secado. Estas empresas (ou melhor, algumas delas) podem ter uma grande dificuldade de captar recursos no mercado bancário já que não são viáveis, exceto com o dinheiro do contribuinte. Mas outras, viáveis, podem reduzir ainda mais a oferta de crédito.
Outro aspecto merece uma atenção: até que ponto a regulamentação, ao penalizar o risco dos bancos, termina por impedir o acesso de empresas com maior risco ao crédito?
Ao mesmo tempo, a fonte BNDES para os amigos parece ter secado. Estas empresas (ou melhor, algumas delas) podem ter uma grande dificuldade de captar recursos no mercado bancário já que não são viáveis, exceto com o dinheiro do contribuinte. Mas outras, viáveis, podem reduzir ainda mais a oferta de crédito.
Mais um escândalo na Petrobras
Claudia Schuffner faz uma excelente reportagem sobre a gestão de recursos humanos da empresa. O texto completo pode ser encontrado aqui
Os autores da denúncia, que se mantêm no anonimato por medo de represálias, apontam 11 medidas danosas e calculam que apenas duas políticas de remuneração podem ter trazido perdas à estatal da ordem de R$ 40 bilhões. Tais fatos já são ou podem se tornar objeto de contestação judicial se todos os empregados entrarem com ação reivindicando reconhecimento de benefícios, e ganharem.
O número é controverso e pode não ser tão elevado. Mas a base da acusação é o fato de os antigos gestores da empresa terem elevado as contingências trabalhistas em 2.300% entre 2006 e dezembro de 2014, de R$ 500 milhões para R$ 12,3 bilhões. Em setembro do ano passado o valor atualizado havia saltado para R$ 14,3 bilhões, um aumento de 28 vezes em dez anos.
(...) A área de RH da estatal foi comandada por sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) desde o primeiro governo federal do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 2003. No dossiê encaminhado duas vezes à ouvidoria, são relacionadas contingências nascidas de negociações salariais mal conduzidas por dirigentes sindicais ocupando cargos de gerência na área de RH. Eles teriam deixado brechas que, anos depois, permitiram que os sindicatos liderados pelos mesmos gerentes entrassem com ações contra a estatal, dizem os autores do documento.
(...) Os fatos mencionados ocorreram no período em que a área de RH da Petrobras foi comandada por Diego Hernandez, um ex-sindicalista ligado à FUP que foi assessor da presidência quando José Eduardo Dutra assumiu em 2003. (...)
O rombo potencial de R$ 20 bilhões, segundo a denúncia, começou a ser gestado em 2007, quando a Petrobras aprovou o Plano de Cargos e Avaliação de Carreiras (PAAC), após negociação com todos os sindicatos dos petroleiros. No Acordo Coletivo de Trabalho daquele ano todos os funcionários da Petrobras que trabalhavam em funções administrativas e sem exposição a riscos ocupacionais passaram a receber um complemento sobre o salário básico depois de negociada uma política salarial chamada Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR).
Conforme a política, funcionário de mesmo nível e da mesma região que recebesse menos que outro trabalhador passou a receber a diferença. Na prática, esse programa de equalização, que teria tido parecer contrário do departamento jurídico na época, acabou com o adicional de 30% a que tinham direito os trabalhadores expostos a riscos, como os que trabalham em refinarias e plataformas de petróleo.
"O rombo é tão grande que, em caso de derrota - considerado bastante provável, considerando as inúmeras ações individuais com decisões contrárias à Petrobras e os pareceres parciais dos ministros do TST e das instâncias inferiores da justiça que já julgaram o caso -, a Petrobras terá que pagar um passivo que, atualizado e segundo projeções recentes do próprio Jurídico da empresa, deve ultrapassar R$ 20 bilhões", afirmam os autores da denúncia. "A ação coletiva em questão é pública e pode ter seus detalhes consultados diretamente no TST", dizem eles.
Eles observam ainda que entre 10% e 15% do valor da ação "devem inundar os bolsos dos advogados e diretores sindicalistas e o restante fará a alegria dos empregados da estatal, além de quebrá-la de vez, já que esse valor equivale a um ano muito bom de lucro líquido da empresa", referindo-se aos honorários que cabem aos sindicatos.
(...) Os autores da denúncia estimam ainda a possibilidade de existência de outro passivo estimado em R$ 10 bilhões relacionado ao descanso semanal remunerado (DSR). No balanço de 2014 a contingência é tratada apenas como possível e calculada em R$ 1,16 bilhão. Os sindicatos, segundo os denunciantes, estariam pleiteando da empresa a cobrança de folgas semanais a título de DSR, em função do que consideram "uma maluca tabela de horários e regimes de trabalho" negociada pelos sindicatos. (...)
Os autores da denúncia, que se mantêm no anonimato por medo de represálias, apontam 11 medidas danosas e calculam que apenas duas políticas de remuneração podem ter trazido perdas à estatal da ordem de R$ 40 bilhões. Tais fatos já são ou podem se tornar objeto de contestação judicial se todos os empregados entrarem com ação reivindicando reconhecimento de benefícios, e ganharem.
O número é controverso e pode não ser tão elevado. Mas a base da acusação é o fato de os antigos gestores da empresa terem elevado as contingências trabalhistas em 2.300% entre 2006 e dezembro de 2014, de R$ 500 milhões para R$ 12,3 bilhões. Em setembro do ano passado o valor atualizado havia saltado para R$ 14,3 bilhões, um aumento de 28 vezes em dez anos.
(...) A área de RH da estatal foi comandada por sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) desde o primeiro governo federal do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 2003. No dossiê encaminhado duas vezes à ouvidoria, são relacionadas contingências nascidas de negociações salariais mal conduzidas por dirigentes sindicais ocupando cargos de gerência na área de RH. Eles teriam deixado brechas que, anos depois, permitiram que os sindicatos liderados pelos mesmos gerentes entrassem com ações contra a estatal, dizem os autores do documento.
(...) Os fatos mencionados ocorreram no período em que a área de RH da Petrobras foi comandada por Diego Hernandez, um ex-sindicalista ligado à FUP que foi assessor da presidência quando José Eduardo Dutra assumiu em 2003. (...)
O rombo potencial de R$ 20 bilhões, segundo a denúncia, começou a ser gestado em 2007, quando a Petrobras aprovou o Plano de Cargos e Avaliação de Carreiras (PAAC), após negociação com todos os sindicatos dos petroleiros. No Acordo Coletivo de Trabalho daquele ano todos os funcionários da Petrobras que trabalhavam em funções administrativas e sem exposição a riscos ocupacionais passaram a receber um complemento sobre o salário básico depois de negociada uma política salarial chamada Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR).
Conforme a política, funcionário de mesmo nível e da mesma região que recebesse menos que outro trabalhador passou a receber a diferença. Na prática, esse programa de equalização, que teria tido parecer contrário do departamento jurídico na época, acabou com o adicional de 30% a que tinham direito os trabalhadores expostos a riscos, como os que trabalham em refinarias e plataformas de petróleo.
"O rombo é tão grande que, em caso de derrota - considerado bastante provável, considerando as inúmeras ações individuais com decisões contrárias à Petrobras e os pareceres parciais dos ministros do TST e das instâncias inferiores da justiça que já julgaram o caso -, a Petrobras terá que pagar um passivo que, atualizado e segundo projeções recentes do próprio Jurídico da empresa, deve ultrapassar R$ 20 bilhões", afirmam os autores da denúncia. "A ação coletiva em questão é pública e pode ter seus detalhes consultados diretamente no TST", dizem eles.
Eles observam ainda que entre 10% e 15% do valor da ação "devem inundar os bolsos dos advogados e diretores sindicalistas e o restante fará a alegria dos empregados da estatal, além de quebrá-la de vez, já que esse valor equivale a um ano muito bom de lucro líquido da empresa", referindo-se aos honorários que cabem aos sindicatos.
(...) Os autores da denúncia estimam ainda a possibilidade de existência de outro passivo estimado em R$ 10 bilhões relacionado ao descanso semanal remunerado (DSR). No balanço de 2014 a contingência é tratada apenas como possível e calculada em R$ 1,16 bilhão. Os sindicatos, segundo os denunciantes, estariam pleiteando da empresa a cobrança de folgas semanais a título de DSR, em função do que consideram "uma maluca tabela de horários e regimes de trabalho" negociada pelos sindicatos. (...)
Rir é o melhor remédio
Parodiando John Lennon, vida é o que acontece enquanto você espera o seu orientador/professor responder ao e-mail
Valeant
A empresa Valeant esteve recentemente envolvida em controvérsias relacionadas a aquisição de empresas e aumento, logo a seguir, nos preços. Na área contábil a empresa também esteve envolvida em problemas. Segundo o NYT a empresa criou uma comissão para analisar suas informações contábeis. E o parecer foi que alguns aspectos das informações mereceriam uma revisão e que dois contadores agiram de maneira inadequada.
O jornal lembrou que as conclusões da comissão de certa forma apoiam aqueles que criticam, há tempos, a contabilidade da empresa. Provavelmente a contabilidade mostrava uma empresa melhor que a realidade, aumentando suas receitas e permitindo o aumento da dívida.
O jornal lembrou que as conclusões da comissão de certa forma apoiam aqueles que criticam, há tempos, a contabilidade da empresa. Provavelmente a contabilidade mostrava uma empresa melhor que a realidade, aumentando suas receitas e permitindo o aumento da dívida.
28 março 2016
Petrobras não conseguirá renegociar a sua dívida
A Petrobras dificilmente conseguirá renegociar sua dívida com os bancos. E boa parte do problema pode ser atribuído a um fato que costuma passar despercebido: não existe regime de insolvência aplicável às estatais.
Vamos começar por aquilo que todo mundo já sabe. A dívida da Petrobras, no valor de US 127,5 bilhões em setembro de 2015, é praticamente impagável. É uma das maiores dívidas corporativas do mundo. Aproximadamente metade é detida por bancos e a outra metade por detentores de títulos.
[...]
Não parece um desastre completo, mas se considerarmos que esse Ebitda está sendo gerado por um subsídio do cidadão brasileiro à companhia (hoje pagamos um preço de gasolina mais caro do que deveria ser) e que a empresa tem ainda compromissos enormes com a aventura do pré-sal – a conta de investimento, depois de vários cortes, ainda é US 20 bilhões somente em 2016 – vê-se claramente que não há de onde tirar “sobras” para pagar. Além disso, estamos ignorando aqui os “leases” operacionais que praticamente dobrariam o tamanho da dívida, sendo que todos (inclusive as agências de rating) atualmente preferem ignorar esse número nada irrelevante. Por isso a Petrobras tenta vender tudo que pode.
Quando os credores baterem às portas da Petrobras, só restará ao governo capitalizar e salvar a empresa Ora, o que faz um banco diante de um grande devedor nessa situação? Vamos esquecer por um instante que se trata da Petrobras e vamos pensar num caso mais geral.
Se o devedor está em tamanha dificuldade, há basicamente três opções para o banco credor. A primeira opção é cobrar a dívida. Aqui o resultado prático é forçar o devedor a entrar em recuperação judicial. É que os contratos de financiamento de grandes empresas costumam conter cláusula de cross default – inadimplemento cruzado. A impontualidade em um contrato causa o vencimento antecipado de todos os demais. O banco, assim, executará as dívidas e em meio à recuperação judicial receberá uma parte do seu crédito. O resto terá que ser reconhecido como perda.
Só que nenhum banco gosta de reconhecer perdas – fazer o write off, como se diz. A perda reconhecida reduz a lucratividade e sinaliza fraqueza. E em tempos de crise, sinalizar fraqueza é perigoso. Por isso, a segunda opção é rolar a dívida, ou seja, conceder um novo empréstimo que permita pagar a dívida anterior, substituindo-a
por uma nova. Rolar a dívida é bom para o devedor, que ganha tempo para por a casa em ordem (leia-se: reduzir as despesas correntes, vender ativos, renegociar com os clientes e esperar a retomada dos preços no mercado). E rolar a dívida pode também ser bom para o banco credor, que mantém a chance de receber integralmente o seu crédito.
Há ainda uma terceira opção, e essa é geralmente a preferida por qualquer devedor. Trata-se de renegociar a dívida, isso é, reduzir o principal ou os juros, e alongar os prazos. Para o credor, faz sentido dar essa colher de chá para o devedor quando a expectativa do recebimento do valor renegociado for maior do que aquilo que espera receber na recuperação judicial.
Pois bem: será que a Petrobras vai conseguir rolar ou renegociar a sua colossal dívida com seus atuais credores? Provavelmente, não.
Normalmente, como vimos, o banco credor tem receio de “apertar” o devedor: interessa ao credor evitar a recuperação judicial. Mas com a Petrobras não é assim, porque a Lei 11.101/05 – a Lei de Falências – é expressa ao dizer que a recuperação judicial não se aplica às estatais. Essa é então a diferença fundamental entre a Petrobras e as diversas grandes empresas brasileiras hoje passando pelo constrangimento da recuperação judicial: essas empresas podem entrar em recuperação judicial; a Petrobras, não.
Verdade que como em qualquer tema jurídico também nesse há sutilezas. Extrai-se do artigo 173 da Constituição Federal a ideia de que as estatais se sujeitam ao regime jurídico das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Se isso é verdade, argumentam alguns, parece correto concluir que a Lei de Falências deva se aplicar também às estatais. Por que só as empresas privadas teriam a possibilidade de recorrer à renegociação judicial?
O argumento faz sentido. O problema é que ele nunca foi testado em juízo. Por isso, uma eventual recuperação judicial da Petrobras seria em certa medida uma aventura jurídica, um mergulho no desconhecido envolto em uma incerteza ainda maior que a exploração do pré-sal…
Recentemente, a Petrobras tem sido salva pelo gongo – ou, melhor dizendo, pelos aportes do Banco de Desenvolvimento da China, que têm dado liquidez em troca do compromisso da Petrobras de fornecer petróleo com preferências no futuro. Não resolve o problema da Petrobras, mas ajuda a empurrar com a barriga. O que quer dizer que se o preço do petróleo não se recuperar rapidamente, mais aportes da China serão necessários.
E se o dinheiro chinês não vier? Nesse caso, quando os bancos credores baterem na porta da Petrobras não restará ao governo outra alternativa a não ser capitalizar e salvar a empresa. Aí não haverá muito o que fazer: dar o calote geraria perigosos efeitos em cadeia; e privatizar a empresa segue sendo anátema para este governo federal. Assim, o Tesouro teria que pôr dinheiro. Sabedores disso, não há por que os credores rolarem nem renegociar nada por enquanto. É bem verdade que já houve no passado uma rodada de renegociações, mas o contexto político e econômico era outro. Hoje, não há por que esperar que a Petrobras consiga nada dos seus credores.
Tivéssemos uma legislação adequada, talvez o resultado fosse outro.
Fonte: Valor Econômico / Bruno Meyerhof Salama
27 março 2016
Nova entidade
Os CPAs estarão votando um plano para criação de uma associação mundial contábil. Em 2012 o AICPA e o CIMA criaram o Chartered Global Management Accountant. Agora os membros do AICPA vão votar até 16 de junho. Tanto o AICPA quanto o CIMA irão se manter, apesar da criação da organização internacional.
Os membros atuais AICPA e CIMA serão membros da nova associação, que terá 600.000 membros. Tudo leva a crer que a proposta será aprovada.
Os membros atuais AICPA e CIMA serão membros da nova associação, que terá 600.000 membros. Tudo leva a crer que a proposta será aprovada.
26 março 2016
Fato da Semana
Fato: Petrobras divulga o balanço
Data: 21 de março de 2016
Fonte: Petrobras
Precedentes
out/10 = Efetua uma capitalização de 73 bilhões de dólares.
mar de 2014 = Inicia-se a operção Lava-jato.
2014 = A empresa tem um prejuízo de 22 bilhões de reias, sendo 6 bilhões originários da corrupção, segundo cálculo da empresa. A estimativa da Polícia Federal é um valor de 42 bilhões.
2015 = A Petrobras continua sendo investigada. O preço do petróleo internacional cai, mas a empresa, que detem o monopólio no Brasil, mantém o preço interno, o que gera uma transferência de renda dos consumidores para a empresa.
Início de 2016 = A situação política se agrava com o detalhamento do esquema de corrupção na empresa. A questão política não ajuda a empresa.
Notícia boa para contabilidade? A contabilidade deve refletir o que ocorre numa empresa. No balanço de 2014 a empresa claramente subestimou o efeito da corrupção. A derrubada do preço dos commodities ajudou a empresa a amortizar investimentos agora, mas muitos deles já poderia ter sido baixados no exercício anterior.
Desdobramentos: A Petrobras não deve quebrar por razões políticas e não por motivos de saúde financeira. Uma futura capitalização por parte do governo pode ser uma opção. A solução da empresa deve ser a sua redução, cortando investimentos e empregos.
Mas a semana só teve isto? Não. Tivemos a revelação que uma grande empreiteira possuía um setor específico para pagamento de propina, que o desemprego no setor continua e que as empresas continuam revelando no seu lucro os problemas da economia, como ocorreu com a Oi.
25 março 2016
Diretor de Narcos pretende filmar o caso Petrobras
José Padilha (foto), produtor e diretor de Narcos, baseada na vida do traficante Pablo Escobar, pretende criar uma série tendo por base o caso Petrobras, informou o El Pais. Segundo o jornal, "la trama corrupta de la petrolera brasileña que tiene acorralado al Gobierno de Dilma Rousseff"
Padilha pretende contar os detalhes da operação policial. A série está sendo chamada de Jet Wash.
Padilha explorará con Jet Wash otra cara del crimen en Brasil. Con un poco de suerte se podría ver a Moura como Lula o como Sérgio Moro, el juez que hasta hace poco investigaba al líder del PT. Héroes o villanos de la historia de América Latina.
Padilha pretende contar os detalhes da operação policial. A série está sendo chamada de Jet Wash.
Padilha explorará con Jet Wash otra cara del crimen en Brasil. Con un poco de suerte se podría ver a Moura como Lula o como Sérgio Moro, el juez que hasta hace poco investigaba al líder del PT. Héroes o villanos de la historia de América Latina.
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