Seria incorreto dizer que a beleza é capaz de definir uma eleição para presidente. Mas é inegável que uma aparência adequada - que inclui linguagem corporal, postura e figurino - é uma ferramenta bastante eficiente para impactar os eleitores. (Vanessa Barone, Aparência, um cabo eleitoral de peso, Valor Econômico , 9 de setembro de 2014)
Este é um assunto interessante. No passado conduzi uma pesquisa com um aluno de graduação. Tomamos os cinco políticos mais bem votados do Paraná e cinco com baixo nível de votação. Escolhemos o Paraná por ser um estado distante onde a pesquisa foi realizada e, por isto, não poderia exercer influencia sobre o resultado.
Com as fotografias dos políticos, projetamos para uma classe de alunos as fotografias, dispostas aleatoriamente. Fizemos uma projeção dos retratos em poucos segundos e os alunos deveriam marcar o grau de confiabilidade nos políticos. O resultado mostrou que a turma sabia distinguir os políticos “vencedores”, atribuindo notas mais elevadas, dos políticos “perdedores”.
Existe um viés nesta pesquisa que talvez ajude a explicar o resultado: o político com recursos financeiros provavelmente deve gastar mais contratando um fotografo profissional, sabendo que uma boa imagem é importante para conquistar votos. Já o político com poucos recursos não deve gastar seu dinheiro com um profissional e provavelmente a qualidade da fotografia não é muito adequada. Assim, não seria a aparência o fato relevante, mas os recursos financeiros do candidato.
18 setembro 2014
Listas: As melhores empresas
Para mães trabalharem, segundo a Working Mother:
Abbott
Deloitte
Discovery Communications
Ernst Young LLP
General Mills
IBM
Prudential Financial
PwC
WellStar Health System
Zoetis
(Em destaque, três das quatro maiores empresas de auditoria)
Abbott
Deloitte
Discovery Communications
Ernst Young LLP
General Mills
IBM
Prudential Financial
PwC
WellStar Health System
Zoetis
(Em destaque, três das quatro maiores empresas de auditoria)
17 setembro 2014
Curso de Contabilidade Básica: Inflação
Até 1994 a variação dos preços era muito alta no Brasil. Com
a contabilidade presta informação basicamente em moeda, foram criados
mecanismos para que as demonstrações pudessem refletir o desempenho de cada
empresa. Estes mecanismos faziam com que a contabilidade fosse bastante
complexa e trabalhosa.
Após a implantação do Plano Real estes mecanismos perderam
parte de sua validade. Nos últimos anos a inflação esteve próxima a 6%, uma
variação bem reduzida quando se compara com os índices de vinte anos atrás. Isto
não signifique que as empresas não estejam atentas ao problema. A gestão
financeira sabe que ainda existem aumentos (e reduções) nos preços e algumas
destas variações são relevantes na composição dos resultados. Mas provavelmente
pouquíssimas empresas usam mecanismos de tratamento à inflação nas
demonstrações contábeis (confesso que não conheço nenhum exemplo).
Da mesma forma, é pouco usual que as demonstrações contábeis
das empresas expressem sua preocupação com a variação dos preços. Provavelmente
os gestores sabem que os usuários não consideram este aspecto relevante na
atual situação. Mas existem exceções, como é o caso da Natura, a conhecida empresa de cosméticos. Esta empresa fez a seguinte observação:
A preocupação da empresa é informar o comportamento de duas
variáveis econômicas: o câmbio e a inflação. Mais adiante a empresa tece a
seguinte consideração:
Esta é uma observação bastante genérica e que não ajuda o
usuário a verificar o efeito da inflação sobre o resultado da empresa.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
Quarto curso mais procurado
O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgaram, no dia 9 de setembro de 2014, os dados do Censo da Educação Superior 2013. O curso de Ciências Contábeis está entre os mais procurados pelos estudantes de graduação e ocupa a quarta colocação no ranking, com 328.031 futuros profissionais.
Em 2013, foram realizadas 7.509.694 matrículas em cursos de nível superior, 7.305.977 em cursos de graduação e 203.717 na pós-graduação. Comparando os resultados de 2012 e 2013, o curso de Ciências Contábeis subiu uma posição na lista de cursos mais procurados, passando da quinta para a quarta colocação, ficando atrás apenas de administração, direito e pedagogia.
Foram 328.031 alunos matriculados em 2013, contra 313.174 no ano anterior. A área contábil sozinha representa quase 5% de todos os cursos de graduação no país, o que significa que um em cada 20 estudantes do nível superior pretende se formar Contador.
A alta procura demonstra ainda o crescimento da profissão contábil, que recentemente atingiu a marca de 500 mil profissionais registrados em todo o Brasil. Os profissionais da Contabilidade paulistas representam quase um terço do total, com 146.152 registros no CRCSP.
O Censo da Educação Superior é publicado anualmente e reúne informações sobre os cursos de graduação e pós-graduação, presenciais e a distância, de todo o país. Os dados foram coletados entre os dias 3 de fevereiro e 15 de maio de 2014 por meio de questionários preenchidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES).
O levantamento será utilizado no cálculo dos indicadores de qualidade do MEC, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC). O relatório final do Censo da Educação Superior 2013 será publicado no site do Inep.
Ciências Contábeis é o quarto curso mais procurado, segundo o MEC
Por Comunicação CRCSP – Thiago Benevides - (Dica de Alexandre Alcantara, grato)
Em 2013, foram realizadas 7.509.694 matrículas em cursos de nível superior, 7.305.977 em cursos de graduação e 203.717 na pós-graduação. Comparando os resultados de 2012 e 2013, o curso de Ciências Contábeis subiu uma posição na lista de cursos mais procurados, passando da quinta para a quarta colocação, ficando atrás apenas de administração, direito e pedagogia.
Foram 328.031 alunos matriculados em 2013, contra 313.174 no ano anterior. A área contábil sozinha representa quase 5% de todos os cursos de graduação no país, o que significa que um em cada 20 estudantes do nível superior pretende se formar Contador.
A alta procura demonstra ainda o crescimento da profissão contábil, que recentemente atingiu a marca de 500 mil profissionais registrados em todo o Brasil. Os profissionais da Contabilidade paulistas representam quase um terço do total, com 146.152 registros no CRCSP.
O Censo da Educação Superior é publicado anualmente e reúne informações sobre os cursos de graduação e pós-graduação, presenciais e a distância, de todo o país. Os dados foram coletados entre os dias 3 de fevereiro e 15 de maio de 2014 por meio de questionários preenchidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES).
O levantamento será utilizado no cálculo dos indicadores de qualidade do MEC, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC). O relatório final do Censo da Educação Superior 2013 será publicado no site do Inep.
Ciências Contábeis é o quarto curso mais procurado, segundo o MEC
Por Comunicação CRCSP – Thiago Benevides - (Dica de Alexandre Alcantara, grato)
Estudantes criam aplicativos
Com uma ideia na cabeça e um smartphone na mão, os universitários estão preenchendo, por conta própria, as lacunas deixadas por sistemas arcaicos que gerenciam a vida acadêmica.
Foi o caso de Lucas Argate, 24. Ele perdeu as contas das vezes em que presenciou seus colegas perdidos durante a embaralhada troca de salas no curso de sistemas de informação, na PUC de Campinas (a 93 km de São Paulo).
Ele viu que havia uma demanda: era preciso organizar o caos. Assim nasceu o aplicativo gratuito "PUC Grade".
O aluno o acessa com a mesma senha que insere no sistema da universidade. Lá encontra a grade curricular, a localização dos prédios do campus e as atividades desenvolvidas no curso.
O aplicativo atualiza as informações do aluno graças a um servidor alugado pelo estudante nos EUA -Lucas gasta US$ 90 por mês com isso.
Na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), alunos de ciência da computação também trabalham para quebrar um ciclo vicioso: o sistema de matrícula da universidade vez ou outra emperra. A cada novo semestre, muitos universitários ficam perdidos pelos blocos do campus.
No rastro desta demanda, surgiu o "Guia UFSCar". O aplicativo tem 4.000 usuários. "A gente adicionou funções que faziam falta no nosso dia a dia", diz Henrique Galo, 24, um dos inventores.
No "Guia", os alunos têm um mapa com a localização dos blocos, o cardápio do restaurante universitário e um gerenciador de faltas.
As iniciativas de Lucas e Henrique são apenas uma mostra dos primeiros passos na carreira que muitos estudantes da área de tecnologia têm dado Brasil afora.
"É o tipo de aluno que identifica o problema e põe em funcionamento uma solução melhor que a existente. Isso requer uma certa maturidade", reflete Leandro Tessler, especialista em ensino superior da Unicamp.
A própria Unicamp é um exemplo disso. Detentora de uma plataforma para os graduandos (com informações como salas, professores e matriz curricular) que era alvo de reclamações, a universidade absorveu ao seu sistema um software criado pelo estudante Felipe Franco, da engenharia da computação.
"[O software] utiliza a linguagem própria dos alunos e permite o acesso das informações em qualquer ponto com acesso à internet", diz a universidade em comunicado.
O fenômeno é mundial. "Os estudantes são sempre mais inovadores do que os burocratas", diz Harry Lewis, do departamento de ciências da computação de Harvard. "Os alunos fazem sistemas com usabilidade muito melhor do que os oficiais."
Os inventores têm opinião parecida. "A universidade não incentiva e não vê o aplicativo como uma necessidade", diz Eduardo Ferreira, 21, criador do "Partiu Bandeja?", que disponibiliza informações do bandejão da UFRJ.
Henrique Galo diz que a ampliação do "Guia UFSCar" ainda engatinha. "Para o mapa sair, fomos anotando à mão a longitude e a latitude de cada bloco. Queremos trazer a biblioteca e a rádio para o aplicativo, mas os sistemas da UFSCar são tão ruins que é desanimador fazer um contato com a direção", diz.
Leandro Leite, 24, partiu por outra via. Ele e um amigo criaram o grupo de pesquisa Web & Mobile, na UFRJ. O desafio é ousado: formar desenvolvedores de aplicativos. "Quem sabe, poderemos fazer disso um negócio", sonha.
Apesar das dificuldades, especialistas dizem que tais aplicativos são uma bela porta de entrada para o mercado de trabalho. "Quando o estudante traduz uma necessidade, supera dificuldades e cria uma solução, ele está cumprindo um ciclo de entrega, como um profissional", analisa Renato Fonseca, gerente de Inovação do Sebrae-SP.
Para Fernando Pires, 25, sócio da Start Apps, empresa que desenvolve aplicativos para celular, a universidade tem a vantagem de permitir ao desenvolvedor experimentar.
"No ramo de tecnologia, a aposta sempre vale a pena. Não se pode ter medo do erro. Todos ainda estão aprendendo. O importante é perceber que o 'app' precisa ter uma razão para existir, ser funcional, pensar qual público pretende atingir."
Estudantes criam aplicativos para driblar a burocracia das universidades - Folha de S Paulo
Foi o caso de Lucas Argate, 24. Ele perdeu as contas das vezes em que presenciou seus colegas perdidos durante a embaralhada troca de salas no curso de sistemas de informação, na PUC de Campinas (a 93 km de São Paulo).
Ele viu que havia uma demanda: era preciso organizar o caos. Assim nasceu o aplicativo gratuito "PUC Grade".
O aluno o acessa com a mesma senha que insere no sistema da universidade. Lá encontra a grade curricular, a localização dos prédios do campus e as atividades desenvolvidas no curso.
O aplicativo atualiza as informações do aluno graças a um servidor alugado pelo estudante nos EUA -Lucas gasta US$ 90 por mês com isso.
Na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), alunos de ciência da computação também trabalham para quebrar um ciclo vicioso: o sistema de matrícula da universidade vez ou outra emperra. A cada novo semestre, muitos universitários ficam perdidos pelos blocos do campus.
No rastro desta demanda, surgiu o "Guia UFSCar". O aplicativo tem 4.000 usuários. "A gente adicionou funções que faziam falta no nosso dia a dia", diz Henrique Galo, 24, um dos inventores.
No "Guia", os alunos têm um mapa com a localização dos blocos, o cardápio do restaurante universitário e um gerenciador de faltas.
As iniciativas de Lucas e Henrique são apenas uma mostra dos primeiros passos na carreira que muitos estudantes da área de tecnologia têm dado Brasil afora.
"É o tipo de aluno que identifica o problema e põe em funcionamento uma solução melhor que a existente. Isso requer uma certa maturidade", reflete Leandro Tessler, especialista em ensino superior da Unicamp.
A própria Unicamp é um exemplo disso. Detentora de uma plataforma para os graduandos (com informações como salas, professores e matriz curricular) que era alvo de reclamações, a universidade absorveu ao seu sistema um software criado pelo estudante Felipe Franco, da engenharia da computação.
"[O software] utiliza a linguagem própria dos alunos e permite o acesso das informações em qualquer ponto com acesso à internet", diz a universidade em comunicado.
O fenômeno é mundial. "Os estudantes são sempre mais inovadores do que os burocratas", diz Harry Lewis, do departamento de ciências da computação de Harvard. "Os alunos fazem sistemas com usabilidade muito melhor do que os oficiais."
Os inventores têm opinião parecida. "A universidade não incentiva e não vê o aplicativo como uma necessidade", diz Eduardo Ferreira, 21, criador do "Partiu Bandeja?", que disponibiliza informações do bandejão da UFRJ.
Henrique Galo diz que a ampliação do "Guia UFSCar" ainda engatinha. "Para o mapa sair, fomos anotando à mão a longitude e a latitude de cada bloco. Queremos trazer a biblioteca e a rádio para o aplicativo, mas os sistemas da UFSCar são tão ruins que é desanimador fazer um contato com a direção", diz.
Leandro Leite, 24, partiu por outra via. Ele e um amigo criaram o grupo de pesquisa Web & Mobile, na UFRJ. O desafio é ousado: formar desenvolvedores de aplicativos. "Quem sabe, poderemos fazer disso um negócio", sonha.
Apesar das dificuldades, especialistas dizem que tais aplicativos são uma bela porta de entrada para o mercado de trabalho. "Quando o estudante traduz uma necessidade, supera dificuldades e cria uma solução, ele está cumprindo um ciclo de entrega, como um profissional", analisa Renato Fonseca, gerente de Inovação do Sebrae-SP.
Para Fernando Pires, 25, sócio da Start Apps, empresa que desenvolve aplicativos para celular, a universidade tem a vantagem de permitir ao desenvolvedor experimentar.
"No ramo de tecnologia, a aposta sempre vale a pena. Não se pode ter medo do erro. Todos ainda estão aprendendo. O importante é perceber que o 'app' precisa ter uma razão para existir, ser funcional, pensar qual público pretende atingir."
Estudantes criam aplicativos para driblar a burocracia das universidades - Folha de S Paulo
Ética e Hábito
Sobre uma pesquisa referente a ética, conforme o Valor Econômico
David Welsh e Lisa Ordóñez descobriram que as pessoas que se deparam com oportunidades crescentes de comportamento antiético estão muito mais propensas a racionalizar essa conduta do que aquelas que se veem às voltas com uma mudança abrupta. E trapaceiam um pouco no primeiro “round”, trapacearão um pouco mais no segundo e muito mais no terceiro.
Isso é precisamente o que encontraram: diante de uma série de problemas a ser solucionados, 50% da amostra trapaceou para ganhar US$ 0,25 por problema no primeiro “round”, e 60% trapacearam para obter US$ 2,50 na rodada final. Contudo, as pessoas que não podiam trapacear nas duas primeiras rodadas foram menos propensas a fazê-lo para ganhar US$ 2,50 no “round” final – apenas 30% o fizeram.
Para piorar a situação, as pessoas tendem a negligenciar o comportamento antiético dos outros quando ele se deteriora gradualmente com o passar do tempo. Francesca Gino e seu colega Max Bazerman descobriram que as pessoas que desempenharam o papel de auditor em uma tarefa de auditoria simulada estavam muito menos propensas a reportar aqueles que gradualmente inflacionavam seus números ao longo do tempo que os que faziam mudanças abruptas de uma só vez, mesmo que o nível de inflação fosse eventualmente o mesmo.
Qualquer pesquisa deve ser considerada com cuidado nas suas conclusões. Mais ainda uma pesquisa sobre hábito. No caso, o hábito somente poderia ser apurado após diversas rodadas, com um intervalo temporal. Assim, o experimento estaria mais próximo da situação real. Finalmente, isto parece contradizer algumas das conclusões existentes no último livro de Dan Ariely, sobre desonestidade.
David Welsh e Lisa Ordóñez descobriram que as pessoas que se deparam com oportunidades crescentes de comportamento antiético estão muito mais propensas a racionalizar essa conduta do que aquelas que se veem às voltas com uma mudança abrupta. E trapaceiam um pouco no primeiro “round”, trapacearão um pouco mais no segundo e muito mais no terceiro.
Isso é precisamente o que encontraram: diante de uma série de problemas a ser solucionados, 50% da amostra trapaceou para ganhar US$ 0,25 por problema no primeiro “round”, e 60% trapacearam para obter US$ 2,50 na rodada final. Contudo, as pessoas que não podiam trapacear nas duas primeiras rodadas foram menos propensas a fazê-lo para ganhar US$ 2,50 no “round” final – apenas 30% o fizeram.
Para piorar a situação, as pessoas tendem a negligenciar o comportamento antiético dos outros quando ele se deteriora gradualmente com o passar do tempo. Francesca Gino e seu colega Max Bazerman descobriram que as pessoas que desempenharam o papel de auditor em uma tarefa de auditoria simulada estavam muito menos propensas a reportar aqueles que gradualmente inflacionavam seus números ao longo do tempo que os que faziam mudanças abruptas de uma só vez, mesmo que o nível de inflação fosse eventualmente o mesmo.
Qualquer pesquisa deve ser considerada com cuidado nas suas conclusões. Mais ainda uma pesquisa sobre hábito. No caso, o hábito somente poderia ser apurado após diversas rodadas, com um intervalo temporal. Assim, o experimento estaria mais próximo da situação real. Finalmente, isto parece contradizer algumas das conclusões existentes no último livro de Dan Ariely, sobre desonestidade.
Listas: Os melhores sistemas tributários
1. Estonia
2. Nova Zelândia
3. Suíça
4. Suécia
5. Austrália
6. Luxemburgo
7. Holanda
8. República Eslováquia
9. Turquia
10. Eslovênia
Fonte: Aqui
2. Nova Zelândia
3. Suíça
4. Suécia
5. Austrália
6. Luxemburgo
7. Holanda
8. República Eslováquia
9. Turquia
10. Eslovênia
Fonte: Aqui
16 setembro 2014
Curso de Contabilidade Básica: Passivo
O balanço patrimonial apresenta do lado direito as fontes de
financiamento de uma empresa. Entre estas fontes, o item que mais está
associada ao risco é o passivo oneroso, composto dos empréstimos e
financiamentos. Neste sentido, para mostrar a real situação da empresa, a mesma
poderá apresentar uma série de informações para o usuário.
Vamos observar o caso da Minerva SA,
uma empresa na área de processamento de carne. Inicialmente, a informação sobre
a composição do passivo da empresa, obtida no balanço patrimonial:
Do lado direito, 62% são provenientes de empréstimos e
financiamentos (e destacados na figura acima). Como a empresa destacou
informações adicionais na nota explicativa 15, é interessante que o usuário
leia com atenção esta nota em razão da representatividade deste item. Na DFC
podemos encontrar mais informações sobre este assunto:
No segundo trimestre a empresa captou 206 milhões de reais
em empréstimos e financiamentos e liquidou 287 milhões. Já a demonstração do
valor adicionado mostra que a grande parcela da distribuição do valor gerado na
empresa está sendo distribuído para pagamento de juros (243 milhões de 375
milhões).
Na nota explicativa 15 aparecem mais informações sobre cada
um dos empréstimos:
Esta tabela é muito importante. Observe que dos 2,9 bilhões,
1,3 bilhão (ou 42%) refere-se a um empréstimo de longo prazo, sujeito a
variação cambial: o Senior Unsecured Notes – I e II. Se o passivo está sujeito à
variação cambial mais juros, o comportamento do câmbio passa a ser relevante para
o usuário da informação da empresa. Este passivo é importante, mas resta saber
quando ele deverá ser pago. A tabela acima só informa que é um empréstimo de
longo prazo, mas não diz quando será quitado.
Para conhecer isto, a empresa preparou outra tabela
importante: a relação dos desembolsos estimados dos empréstimos. Veja a seguir
esta informação:
Grifamos dois momentos: em 2019 a empresa deverá desembolsar
850 milhões, sendo 824 milhões do empréstimo de longo prazo, e em 2022 serão
quase 800 milhões. À medida que o tempo passa, a empresa deverá juntar recursos
para cobrir estas obrigações.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
Dia do Professor na China
Na China, 10 de setembro é Dia do Professor. A comemoração anual, criada em 1985, celebra a contribuição dos educadores para a sociedade chinesa, e costumava ser o momento de estudantes expressarem sua gratidão com cartões e flores. Mais recentemente, porém, a data ganhou novos contornos e tornou-se comum os pais comprarem presentes extravagantes para os mestres de seus filhos, como iPads, cosméticos de luxo, bolsas de design e vale-compras opulentos.
Esses itens raramente refletem a gratidão dos alunos. Contrariamente, fazem parte da grande competição que se tornou a educação na China. E ser o preferido do professor é uma das facetas desse jogo.
Alguns pais com carteiras recheadas acreditam que um bom presente pode ajudar os filhoas a terem sucesso escolar – o que pode ser caracterizado como propina. Essas gratificações também perpetuam a desigualdade: nem todos podem dar presentes desse porte, e um sistema que recompensa a riqueza com mais oportunidade é profundamente problemático.
A gratificação escusa de professores, contudo, está com os dias contados. Em 2012, o presidente Xi Jinping condenou essa prática nas esolas durante uma campanha anticorrupção – durante a qual também recriminou outras atitudes como a realização de banquetes, a fabricação de tortas da lua (típico doce chinês) em ouro maciço e o consumo de bebidas alcoolicas caras. No ano passado, o governo fez um projeto de lei que propõe a mudança da comemoração do Dia do Professor para 28 de setembro, considerado o aniversário de Confúcio. (...)The Economist, via aqui
15 setembro 2014
Curso de Contabilidade Básica: Desempenho dos Bancos
Podemos encontrar aplicação dos primeiros conhecimentos de contabilidade em diversas situações da nossa vida. Isto torna mais agradável a aplicação do conteúdo, reforçando a importância destes temas.
Recentemente uma discussão esteve nos noticiários sobre os jornais: os candidatos a presidência da república trocaram acusações sobre o tratamento que os últimos presidentes deram para as instituições bancárias. Mais especificamente, a candidata pelo PSB, Marina Silva, afirmou que “nunca os banqueiros ganharam tanto” no governo do PT.
Mas será isto verdade? Haverá muita controvérsia sobre este assunto por uma série de razões. Em primeiro lugar, a afirmação não é muito precisa em termos técnicos: a candidata está se referindo a fluxo de caixa, ou lucro ou retorno? Assim, não sabemos o significado preciso para verificar se a frase é verdadeira.
Mesmo assim, alguns jornais fizeram o cálculo usando o lucro ou o retorno sobre o capital investido (ou retorno sobre o patrimônio líquido). Mesmo partindo de um destes conceitos, ainda assim existe muita divergência na medida. Veja o caso do lucro, como exemplo. Temos diferentes tipos de lucro (líquido, operacional, abrangente etc) de modo que a escolha poderá influenciar a resposta. Outro aspecto é que o lucro está expresso em termos nominais e uma comparação no tempo deve levar em consideração a inflação do período. E mesmo que isto seja considerado, o levantamento dos lucros deve incluir ou não as instituições públicas? Para cada um dos itens acima teremos um escolha e isto poderá influenciar no resultado final.
O jornal Valor Econômico, por exemplo, fez uma opção por calcular o retorno sobre o patrimônio líquido. Mas não foi precisamente isto que a Marina Silva falou (sua frase não é muito precisa, lembre-se). E mesmo que aceitemos esta escolha, o fato em si deve ser visto com ressalva já que os momentos históricos são distintos: durante o governo Fernando Henrique tivemos diversos problemas econômicos que podem ter influenciado o retorno do patrimônio dos bancos. E o mesmo ocorreu com o governo Lula e da Dilma. Em geral as empresas apresentam um desempenho melhor quando a economia está bem. Assim, a comparação deveria levar isto em consideração.
O estudioso não deve ficar frustrado com a dificuldade de se chegar a um acordo sobre este assunto. (Só para atrapalhar um pouco mais, o Valor concluiu que o retorno melhorou com Lula, em relação a FHC, mas piorou com Dilma; já o Correio Braziliense disse que os lucros melhoraram com Lula e Dilma; ou seja, os jornais chegaram a um consenso) Afinal, os políticos são mestres em fazerem afirmações imprecisas o suficiente para evitar que a afirmação seja refutada ou não; ao mesmo tempo, estas afirmações são mais do que suficiente para atingir o objetivo político.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
Impairment no futebol
A regra do impairment, que obriga à redução do valor de um ativo porque ele perdeu capacidade de produção de caixa a ponto de não ser mais possível recuperar todo o (ou parte do) dinheiro nele investido, não tem exceção. Qualquer ativo se subordina à regra de que não pode estar registrado por valor superior ao que vale. Entende-se aqui “o que vale” como o maior entre duas alternativas: a) o que vale se for vendido no mercado; b) o que vale pelo que se estima que venha a trazer de fluxo de caixa líquido no futuro trazido a valor presente.
A famosa provisão para devedores duvidosos é uma prática antiquíssima de impairment. A provisão para depreciação é uma forma sistemática de reconhecimento dele. A não menos famosa regra para os estoques de “custo ou mercado, dos dois o menor”, idem. Ou seja, nada de novidade.
Só que todos os demais ativos (imóveis, veículos, máquinas, direitos de concessão, outros intangíveis etc.) estão também subordinados à regra. A generalização da necessidade dos testes para ver se é necessário ou não reconhecer a perda nesses outros ativos havia sido um tanto quanto esquecida e foi ressuscitada com a adoção entre nós das normas contábeis internacionais.
Com a forma mais desastrada já vista de eliminação das esperanças brasileiras numa Copa do Mundo, quanto terá que ser feito de impairment especial sobre os valores contabilizados dos jogadores brasileiros nos balanços de seus respectivos clubes? Afinal, todos os valores investidos na formação dos jogadores ou no contrato de aquisição de seus serviços são ativados para caírem sistematicamente durante sua vida útil (respeitada a possível existência de um valor residual ao fim do contrato). Mesmo esses saldos contábeis, contudo, precisam ser submetidos ao teste de recuperabilidade, que pode demonstrar a obrigação da baixa especial.
Ou estarão os jogadores, individualmente, livres desse risco mesmo com o desempenho coletivo catastrófico? A única certeza que tenho é que o impairment do técnico já foi feito. A CBF já efetuou sua baixa integral. Ufa!
Nós, torcedores da seleção canarinha, já fizemos mentalmente enormes impairments de todos ou quase todos eles, com a honrosíssima exceção que não precisa ser nominada. Mas, e os clubes aos quais estão vinculados? O ilustre leitor sabia dessas práticas contábeis nos balanços dos clubes?
A título de exemplo: balanço de 31 de dezembro de 2013 do Glorioso Timão, nota 2c: “Redução ao valor recuperável de ativos (impairment) — O clube analisa periodicamente se existem evidências de que o valor contábil de um ativo não será recuperado”. E os valores relativos aos jogadores superam R$ 98 milhões nesse balanço. Mas lá nada parece haver de obrigação de registro de impairment.
Você sabia que, observado o figurino, essas regras deveriam estar sendo rigidamente seguidas? Aliás, sabidamente em alguns países isso é acompanhadíssimo junto aos clubes muito de perto, inclusive pelo mercado. Já entre nós, controvérsias há.
Ah, ia esquecendo: vale a lembrança de que, se reconhecido o impairment pela perda de valor num dado momento, se no balanço futuro houver recuperação essa perda será revertida. Ainda bem. A única exceção para a reversão é o goodwill. (Aliás, quem está interessado em boa vontade com esta seleção? Desculpem-me, nada a ver, mas não resisti).
Vamos começar a torcer para que a reversão dos impairments, contábeis ou mentais (em nossas cabeças), ocorra rapidamente?
O Impairment do Futebol Brasileiro - Eliseu Martins - Valor Econômico (via Informação Contábil)
A famosa provisão para devedores duvidosos é uma prática antiquíssima de impairment. A provisão para depreciação é uma forma sistemática de reconhecimento dele. A não menos famosa regra para os estoques de “custo ou mercado, dos dois o menor”, idem. Ou seja, nada de novidade.
Só que todos os demais ativos (imóveis, veículos, máquinas, direitos de concessão, outros intangíveis etc.) estão também subordinados à regra. A generalização da necessidade dos testes para ver se é necessário ou não reconhecer a perda nesses outros ativos havia sido um tanto quanto esquecida e foi ressuscitada com a adoção entre nós das normas contábeis internacionais.
Com a forma mais desastrada já vista de eliminação das esperanças brasileiras numa Copa do Mundo, quanto terá que ser feito de impairment especial sobre os valores contabilizados dos jogadores brasileiros nos balanços de seus respectivos clubes? Afinal, todos os valores investidos na formação dos jogadores ou no contrato de aquisição de seus serviços são ativados para caírem sistematicamente durante sua vida útil (respeitada a possível existência de um valor residual ao fim do contrato). Mesmo esses saldos contábeis, contudo, precisam ser submetidos ao teste de recuperabilidade, que pode demonstrar a obrigação da baixa especial.
Ou estarão os jogadores, individualmente, livres desse risco mesmo com o desempenho coletivo catastrófico? A única certeza que tenho é que o impairment do técnico já foi feito. A CBF já efetuou sua baixa integral. Ufa!
Nós, torcedores da seleção canarinha, já fizemos mentalmente enormes impairments de todos ou quase todos eles, com a honrosíssima exceção que não precisa ser nominada. Mas, e os clubes aos quais estão vinculados? O ilustre leitor sabia dessas práticas contábeis nos balanços dos clubes?
A título de exemplo: balanço de 31 de dezembro de 2013 do Glorioso Timão, nota 2c: “Redução ao valor recuperável de ativos (impairment) — O clube analisa periodicamente se existem evidências de que o valor contábil de um ativo não será recuperado”. E os valores relativos aos jogadores superam R$ 98 milhões nesse balanço. Mas lá nada parece haver de obrigação de registro de impairment.
Você sabia que, observado o figurino, essas regras deveriam estar sendo rigidamente seguidas? Aliás, sabidamente em alguns países isso é acompanhadíssimo junto aos clubes muito de perto, inclusive pelo mercado. Já entre nós, controvérsias há.
Ah, ia esquecendo: vale a lembrança de que, se reconhecido o impairment pela perda de valor num dado momento, se no balanço futuro houver recuperação essa perda será revertida. Ainda bem. A única exceção para a reversão é o goodwill. (Aliás, quem está interessado em boa vontade com esta seleção? Desculpem-me, nada a ver, mas não resisti).
Vamos começar a torcer para que a reversão dos impairments, contábeis ou mentais (em nossas cabeças), ocorra rapidamente?
O Impairment do Futebol Brasileiro - Eliseu Martins - Valor Econômico (via Informação Contábil)
Cuidado onde busca sua Fotografia
Acima, a capa de um livro tailandês de matemática básica. A fotografia da garota originalmente era esta:
Detalhe: foi retirada do material de divulgação de um filme pornográfico de Mana Aoki
Detalhe: foi retirada do material de divulgação de um filme pornográfico de Mana Aoki
Custo - Benefício
A CVM decidiu fazer um projeto voltado para a comunidades de baixa renda, conforme informa o Valor Econômico (CVM investiga mentes para tentar estimular poupança)
O projeto mais adiantado é o voltado a comunidades de baixa renda. A CVM tem feito visitas e iniciado alguns projetos-piloto no Rio, como nas regiões da Barreira do Vasco e Santa Marta, junto a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). "Fizemos parcerias com grupos que fazem políticas públicas nesses locais e já conhecem a realidade, os valores, signos e símbolos, a forma como as pessoas se decidem e como se organizam em termos econômicos", diz Vasco.
Será que isto passaria pelo teste da análise custo-benefício? Provavelmente não. A grande maioria dos investidores, seja de baixa ou alta renda, fazem investimentos através de fundos. Não seria mais relevante a entidade, que usa recursos públicos, preocupar-se com venda casada de investimento ou taxas elevadas de administração dos fundos?
O projeto mais adiantado é o voltado a comunidades de baixa renda. A CVM tem feito visitas e iniciado alguns projetos-piloto no Rio, como nas regiões da Barreira do Vasco e Santa Marta, junto a Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). "Fizemos parcerias com grupos que fazem políticas públicas nesses locais e já conhecem a realidade, os valores, signos e símbolos, a forma como as pessoas se decidem e como se organizam em termos econômicos", diz Vasco.
Será que isto passaria pelo teste da análise custo-benefício? Provavelmente não. A grande maioria dos investidores, seja de baixa ou alta renda, fazem investimentos através de fundos. Não seria mais relevante a entidade, que usa recursos públicos, preocupar-se com venda casada de investimento ou taxas elevadas de administração dos fundos?
Listas: Maiores empresas por valor de mercado
1. Apple = 593 bilhões de dólares
2. Exxon Mobil = 418
3. Google = 403
4. Microsoft = 383
5. Berkshire Hathaway = 341
6. Johnson & Johnson = 294
7. Wells Fargo = 269
8. China Mobile = 266
9. General Eletric = 263
10. Royal Dutch Shell = 258
14 setembro 2014
MP denuncia Eike Batista por crimes financeiros
RIO - O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra Eike Batista. O empresário é acusado pelos crimes de manipulação de mercado e insider trading (uso de informação privilegiada). O pedido, assinado pelos procuradores da República Orlando da Cunha e Rodrigo Poerson, foi enviado anteontem para a 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio. O MPF solicitou ainda o arresto de bens do fundador do grupo X e de seus familiares até o montante de R$ 1,5 bilhão. O pedido inclui os filhos Thor e Olin Batista — do casamento com a modelo Luma de Oliveira — além de sua mulher, Flávia Sampaio.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, será iniciada uma ação penal e o empresário passa a responder formalmente como réu. Até o fechamento desta edição, os advogados do empresário afirmaram não ter informações sobre o movimento do MPF.
ADVOGADO DIZ QUE NÃO HÁ JUSTIFICATIVA
De acordo com o advogado Sérgio Bermudes, Eike Batista está fora do país em viagem à Inglaterra e à Coreia do Sul. Ele deve estar de volta no início da próxima semana. Quanto ao pedido de bloqueio de bens, Bermudes afirma não se tratar de medida cabível:
— O arresto de bens se aplica somente quando há pressupostos que justifiquem a decisão. A lei não permite o que está se propondo. Não há qualquer tentativa de escamoteamento de bens ou de fuga por parte do empresário.
As investigações conduzidas até aqui indicam que ele teria conhecimento de que as reservas da OGX (rebatizada de OGPar após entrar em recuperação judicial) não tinham o volume inicialmente estimado de petróleo. O fato, porém, só foi comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) meses depois, em 1º de julho de 2013. Antes de tornar o fato público e a despeito da situação desfavorável, o empresário teria manipulado preços e realizado vendas de ações enquanto dava declarações positivas sobre sua petroleira no Twitter, como mostrou reportagem do GLOBO em 5 de dezembro de 2013.
Um dos pontos abordados na denúncia é a promessa de Eike de injetar US$ 1 bilhão na empresa, através da compra de ações da própria companhia, a chamada cláusula put. A claúsula foi divulgada em 24 de outubro de 2012. Em setembro do ano passado, a diretoria da petroleira cobrou a injeção de recursos. Na época, Eike Batista afirmou que levaria o caso à arbitragem e, quatro dias mais tarde, divulgou os termos da put. Por esse acordo, a cláusula só teria validade quando o plano de negócios em curso fosse assinado. O plano, contudo, foi alterado em 2013, o que, segundo Eike, teria inviabilizado a injeção de recursos, que acabou não acontecendo.
Segundo a CVM, o empresário teria uma perda de R$ 1,5 bilhão caso cumprisse a put, por conta do tombo no valor das ações da OGX no último ano. A empresa está em processo de recuperação judicial.
“A má-fé e fraude na divulgação de contrato com cláusula que jamais seria adimplida (cumprida) resta comprovada uma vez que muito antes de sua divulgação era de conhecimento do denunciado Eike que os campos de exploração Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia não ensejavam a prospecção anunciada e que justificava os altos preços das ações”, acusa o MPF. Ao se comprometer em fazer um grande aporte em sua própria companhia, o empresário demonstrava confiança no sucesso do empreendimento, sustentam os procuradores.
No mês passado, o presidente da OGPar, Paulo Narcélio, anunciou que o volume de óleo recuperável de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, está prestes a se esgotar. Dos cerca de 5,77 milhões de barris de óleo estimados, já foram produzidos 5,45 milhões.
A decisão do MPF de pedir o arresto de bens também de familiares de Eike Batista se baseou principalmente em depoimento do empresário à Polícia Federal. Em sua declaração, ele reconheceu ter doado imóveis a seus filhos. Uma casa no Jardim Botânico, vizinha à que ele mora, agora pertence ao filho Thor. O imóvel teria valor de R$ 10 milhões. Outra casa, em Angra dos Reis, foi passada para os dois filhos mais velhos, Thor e Olin, avaliada no mesmo valor. Ele passou ainda para o nome de sua mulher, Flávia um imóvel em Ipanema, no valor de R$ 5 milhões.
DOAÇÃO AOS FILHOS É QUESTIONADA
No texto da denúncia do MPF a que O GLOBO teve acesso, o procurador Orlando da Cunha diz que a doação dos imóveis “evidencia manobra fraudulenta levada a efeito pelo denunciado no inequívoco propósito de afastar seus bens de futura medida constritiva”. É que as transferências de titularidades ocorreram posteriormente a 24 de outubro de 2012, data em que foi divulgada a put. O imóvel em que ele reside ficou de fora do pedido de arresto, pois fora transferido para o nome dos filhos Thor e Olin em 2001. Eike tem ainda um filho de 1 ano, Balder. Mas, segundo depoimento de Eike à PF, seu filho caçula não recebeu qualquer doação.
Na solicitação de arresto, o procurador pede o bloqueio de todos os ativos financeiros de Eike, além de bens imóveis e móveis (carros, embarcações, aeronaves).
Em maio, um conjunto de medidas cautelares emitidas pela Justiça Federal do Rio continha pedido de bloqueio de bens de Eike no valor de R$ 122 milhões. A decisão foi emitida pelo juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Criminal Federal no Rio. A defesa do empresário recorreu da decisão que, até aqui, está mantida.
O patrimônio de Eike está minguando. Em 2012, ele era o maior bilionário do país, com R$ 30,26 bilhões, segundo a "Forbes". Com a crise no grupo, ele saiu da lista de maiores bilionários do planeta.
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