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21 julho 2011

Driblando os contribuintes

Os proprietários de equipes esportivas frequentemente recorrem ao contribuinte em geral para ajudá-los a construir belos estádios novos, incluindo camarotes luxuosos para torcedores abastados.Como o fazem?Em parte, pagando os consultores para que produzam estudos que demonstrem o grande impacto econômico favorável na região do novo estádio.O problema com esses estudos é que são falhos. Os eleitores do Estado de Washington rejeitaram o financiamento público do novo campo Safeco de beisebol em Seattle, mas a assenbleia legislativa reuni-se em sessão especial para aprovar uma lei tributária que financiasse essa construção.Logo despois, se solicitou dos contribuintes que pagassem 325 milhões de dólares para demolir o velho estádio de futebol americano, Kingdome, e fosse construído um novo estádio para os Seattle Seahawks. Quando se perguntava por que recursos públicos deviam financiar instalações privadas para a prática de esportes tradicionais, a resposta era:"Mesmo que você não seja aficicionado por futebol, o alto nível de atividade econômico gerado pelos Seahawks lhe afeta...O impacto econômico total anual do Seahawks no Estado de Washington corresponde a 129 milhões de dólares".

Parace impressionante, mas esse argumento é falacioso. A maior parte desse dinheiro teria sido gasto no Estado de Washington de qualquer maneira, mesmo que os Seahawks tivessem se mudado de Seattle para outra cidade. Se um torcedor local não tivesse um jogo dos Seahawks para assistir, o que ele faria com o dinheiro?Queimaria? Dificilmente. Quase todo esse dinheiro teria sido gasto na região de qualquer maneira. Uma estimativa independente do gasto adicional que viria para o Estado de Washington em consequência da manutenção dos Seahawks em Seatte colocou o impacto econômico total em menos da metade do valor erroneamente alegado pelos preponentes do estádio. Colocando esses cálculos numa perspectiva apropriada,o próprio Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer tem um impacto econômico duas vezes maior do que o das equipes de esportes profissionais em Seattle.

Fonte:Tom Griffin,"Only a Game", Columns - The University of Washington Alumni Magazine, junho de 1997,pp.15-17.

20 julho 2011

Rir é o melhor remédio




Preguiça

Qual o melhor número da poltrona ao fazer uma viagem?


Se você pretende fazer uma viagem a escolha do número do assento pode ser um problema.

Caso a viagem seja de ônibus, a escolha é simples e foi-me ensinada pelo meu pai, uma pessoa sábia que viaja de ônibus regularmente: escolha o número 23. Em geral este número é janela, o preferido pelos que usam o ônibus. Mas o principal atrativo deste número é fato de que as pessoas são gostam de viajar no número “24”, principalmente os homens. Por este motivo, existe uma grande chance de você fazer sua viagem sem nenhuma pessoa ao lado, para seu maior conforto.

Em viagens de avião imagina-se que a escolha do assento pode levar em conta diversos fatores. Caso seja importante viajar com o lugar ao lado desocupado, a sugestão é não ser preconceituoso e escolher qualquer assento com o número “24”. Novamente a chance de você viajar com mais conforte é maior, pois a chance de ter uma pessoa ao lado é menor. Mas se você é daqueles que na escola, numa lista numerada, pulava o número “24”, esqueça a dica. Mas nunca escolha as poltronas da portas de emergência, pois a chance de uma pessoa de “peso” viajar ao seu lado são maiores.

Caso você goste de ser o primeiro a pisar no solo, escolha um número de corredor, no início do avião. Se estiver com fome, os melhores assentos são os primeiros e os últimos, pois geralmente o lanche começa a ser servido neste sentido. Sendo estatístico, escolha os últimos assentos: a chance de sobrevivência para quem estiver na cauda do avião são maiores.

Teste 502


Esta foto é um exemplo de um conceito da economia, muito importante na vida prática. Que conceito é este?

Resposta do Anterior: Receita Diferida

Pesquisa e Desenvolvimento

Por Pedro Correia


No artigo intitulado "Foreign acquisitions, domestic multinationals, and R&D", os autores buscaram examinar o que acontece nas atividades de P & D de empresas suecas,após a aquisição por uma multinacional estrangeira.É importante ressaltar que multinacionais de origem sueca, como Volvo, Saab, Asea, e Astra foram adquiridas por estrangeiros e, portanto, não são mais suecas.Ademais,eventos semelhantes são observados e debatidos em muitos outros países.

A figura abaixo mostra a importância das multinacionais estrangeiras e suecas no setor manufatureiro do país. Ambos os tipos de multinacionais respondem juntas por cerca de 80% do emprego total no setor. No entanto, a contribuição relativa dos dois grupos mudou bastante na última década. Enquanto as multinacionais suecas foram responsável pela maioria do emprego no início de 1990,no início dos anos 2000 as estrangeiras dominavam esse quesito. Esta mudança se deve principalmente a aquisições de empresas multinacionais suecas por estrangeiros.




Bandick e Gorg (2010) e Bandick e Karpaty (2010) constataram que tais aquisições não resultam em reduções no emprego ou fechamento de fábricas. No entanto,o que acontece com as atividades de P& D,nas empresas que,anteriormente eram multinacionais suecas? Afinal, o adquirente ,normalmente possui essas atividades em seu país de origem. Será que as atividades P & D são realocados para o país de origem do novo proprietário, retirando da Suécia essa atividade de extrema relevância? Ou será que a localização de P & D é mantida e até mesmo expandida,devido à aquisição estrangeira?

Em uma rápida comparação,as multinacionais estrangeiras e suecas realizam maiores investimentos em P & D (medido como a razão de gasto em P & D sobre o total de vendas em uma empresa) que as não-multinacionais.No entanto, não há diferença estatística significante nos gastos de P & D entre multinacionais estrangeiras e suecas. Esta simples comparação, obviamente, não permitem qualquer conclusão sobre o potencial efeito de uma aquisição externa nas atividades P & D de multinacionais suecas.



A fim de resolver este problema, os autores empregam uma estratégia empírica, que envolve a construção de um grupo contrafactual de controle, ou seja, empresas que possuem características semelhantes as empresas alvos de aquisição, mas que não foram adquiridas por estrangeiros. Para esses dois grupos de: empresas adquiridas e grupo controle, a diferença no crescimento da intensidade de P & D antes e após a aquisição são então comparados.

Os resultados sugerem que as atividades de P & D em empresas suecas não diminuem após serem adquiridas por um proprietário estrangeiro. Ao contrário, os resultados econométricos sugerem que a P & D aumentam de intensidade entre 3% a 10% após a aquisição estrangeira. Embora estes efeitos sejam mais fortes para a aquisição de empresas suecas não-multinacionais do que para as multinacionais suecas, é importante ressaltar que mesmo para a aquisição de multinacionais suecas o efeito em P & D é geralmente positiva, nunca negativa.


Assim, os resultados sugerem que os temores de que a aquisição de grandes multinacionais suecas por proprietários estrangeiros poderia levar a um deslocamento das atividades de pesquisa e desenvolvimento para o exterior parecem infundadas.

Avaliação de Docente

Sobre a avaliação de um professor, eis um comentário pertinente de Dan Ariely:
A missão de ensinar, e sua avaliação, são incrivelmente intrincadas e complexas. Além de ser capaz de ler, escrever e fazer alguns cálculos e ciências, nós queremos que os alunos sejam informados, tenham a mente aberta, sejam criativos, sejam alunos ao longo da vida, etc etc etc Em cima disso, todos nós podemos prontamente concordar que a educação é um processo de longo prazo que, por vezes, leva muitos anos para vir a ser concretizadas. Com toda essa complexidade e dificuldade de descobrir o que faz um bom ensino, também é incrivelmente difícil dizer com precisão e avaliar exaustivamente o quão bem os professores estão fazendo.

Brasileiro

O graphjam é um sítio muito interessante, com gráficos de mentira. Tenho utilizado alguns dos gráficos na seção de "Rir é o melhor Remédio". Eis um dos mais recentes deles:
(O que as pessoas fazem quando eu digo que sou brasileiro? Elas param de falar comigo com medo). Junte a isto uma propaganda do Trident. Observem o "samba" e outras coisas, mas o comercial termina com mensagens em espanhol. Vejam aqui:
(fonte do vídeo, aqui)

Homem e Mulher

A figura acima apresenta uma propaganda da Nike (observem com atenção que a mulher está com tênis desta empresa). Uma pesquisa sobre o comportamento do gênero e a propaganda mostra alguns aspectos interessantes. Ao mostrar esta fotografia para homens e mulheres notou-se diferença na atenção. Ambos observam muito a face da modelo. Os homens também observam outra parte da propaganda (não é necessário dizer qual). Já as mulheres também focam sua atenção para coxa e para o calçado. Enquanto o homem gastou em média 4,18 segundos observando a face da modelo, as mulheres passaram 3,01 segundos neste detalhe. O segundo ponto de maior observação na foto teve mais tempo de observação do homem (1,57 segundo, bem abaixo do tempo olhando o rosto) do que da mulher (1,05 segundo). Os homens olharam 0,95 segundo para o sapato versus 1,49 segundo das mulheres.

Parece mentira? Veja outra figura abaixo. Novamente uma mulher atraente, agora numa praia, de biquíni. Os homens gastaram bem mais tempo olhando o rosto da modelo (2,28 segundos versus 1,61 segundo), tempo quase igual no tronco (1,23 versus 1,28), mas menos tempo nas pernas (0,52 versus 0,65) e nos textos.
Fonte: aqui

19 julho 2011

Rir é o melhor remédio

Cores, segundo o homem e a mulher

Teste 501

Uma sugestão para melhorar o desempenho financeiro dos clubes de futebol no Brasil é a venda antecipada de ingressos (vide postagem de hoje sobre o assunto). Esta venda antecipada recebe uma denominação na contabilidade. Qual o nome dela?

Resposta do Anterior: Custo do transporte. Detroit está muito mais perto do mercado consumidor.

Links


Gráfico interativo: evolução no número de jornais nos Estados Unidos

Gráfico: Onde a Wikipedia está sendo atualizada

As maiores reservas de ouro

Portugal descobre um buraco no orçamento (Aqui também)

Mulheres manda mais mensagens explicitas ou fotos

Murdoch e os acionistas

Crescimento econômico e tamanho do …

Reservas de petróleo da Venezuela são maiores que da Arábia Saudita

Localização da escola e desempenho do aluno

compensação de cheque é de dois dias

Renda fixa é o melhor investimento em 17 anos

Gambiologia: a ciência da Gambiarra [foto]

Os livros mais roubados

Efeito Beleza


Londres, dia 19 de maio de 2011. Na conferência anual da Royal Economic Society, realizada na Universidade de Londres, dois economistas israelenses causaram comoção ao apresentar um estudo realizado em 2010. Eles mostraram, por meio de números, que a beleza ajuda homens e prejudica as mulheres na hora da seleção para um emprego. "Nossa pesquisa chamou bastante atenção dentro e fora da conferência", diz o economista Ze’ev Shtudiner, um dos responsáveis pelo trabalho (leia mais na entrevista abaixo).

A reação trouxe de volta a discussão: a beleza ajuda ou atrapalha no mercado do trabalho? O assunto vem sendo abordado desde a década de 1970, com pesquisas mostrando que os belos ganham mais e são promovidos mais rapidamente. A diferença agora, apontada pelos israelenses, é a questão da suposta discriminação das mulheres bonitas na hora da escolha, reduzindo suas chances de contratação em até 30%. A hipótese formulada para explicar os resultados é, no mínimo, polêmica. "Como a área de recursos humanos tem mão de obra predominantemente de mulheres, o motivo é a inveja feminina", afirma Shtudiner. (...)

Outros fatos apurados surpreenderam a publicitária [Juliana Penha Gomes, no seu trabalho de mestrado]. Todas as entrevistadas afirmaram que preferiam ter um gestor homem. "Pude perceber que elas associavam as mulheres a estereótipos de falsidade e inveja. Uma comentou que, quando a chefe era mulher, precisava pensar mais para falar e não podia ser direta, pois tinha medo de como seria interpretada." (...) (Quando ser bonita atrapalha a carreira - Estado de S Paulo - 10 de julho de 2011 - Empregos, p. 6)

Aqui  uma postagem anterior sobre o assunto. A questão do efeito beleza já foi discutida amplamente. Mas parece que as conclusões do texto acima contradizem a maioria das pesquisa, onde o efeito beleza é bastante favorável aos mais belos. As escolhas políticas são afetadas pela beleza. Particularmente fiz uma pesquisa com um aluno de graduação (André Brandão) e constatamos que os candidatos mais belos são os mais votados. No Brasil. 

Na prostituição, as mais bonitas recebem mais, segundo pesquisa realizada no México e Equador. Isto também interfere na remuneração dos executivos. No mercado de trabalho foi constatado que os mais belos ganham mais (aqui também). Isto inclui a televisão.

Mas os mais belos possuem mais chance de obterem empréstimo e, olhem só, serem mal pagadores.

Algumas pesquisas sugerem que a beleza das russas deve-se a falta de mercado da beleza feminina no comunismo. Aqui uma discussão sobre a relação entre beleza e felicidade.

Outro efeito interessante é que as pessoas tendem a acreditar que são mais belas que a média, um viés conhecido como Efeito Lake Wobegon. 

(fonte da foto: aqui)

Qualidade da Exportação Piorou


O gráfico acima mostra o tipo de exportação brasileira sobre o total exportado. Se na década de 90 prevalecia a exportação de produtos manufaturados (acima de 50% do total exportado), nos últimos anos o Brasil está exportando cada vez mais produtos básicos. Ou seja, regredimos em termos de qualidade da nossa exportação. O gráfico abaixo mostra que em termos absolutos o volume exportado de manufaturados caiu após a crise financeira.


Os dados são do Banco Central.

Fazendas

Uma comparação entre o tamanho das fazendas, no Brasil e nos Estados Unidos. Dos 815 milhões de acres de fazenda no Brasil, mais de 40% possui mais de mil acres de tamanho. Somente uma pequena parcela é de minifúndio. O contrário ocorre nos Estados Unidos. 

O PIB agrícola dos EUA representa 0,9% da sua economia, enquanto no Brasil é de 4,53%. Em termos de paridade do poder de compra, o PIB dos EUA é de 14 trilhões, enquanto o PIB brasileiro é de 2,1 trilhões. Isto significa que a agricultura dos EUA é 30% maior que a brasileira. 

Mas levando em conta a área, os EUA utilizam 2 261 milhões de acres ou 177% a mais que o Brasil. Assim, em termos de área, a produção agrícola brasileira é maior que dos EUA. 

(Com base nos dados da Wikipedia)

Venda Antecipada


Organizar um sistema eficiente de venda antecipada de ingressos é a melhor maneira de os clubes conseguirem a garantia de receitas expressivas com o público que frequenta os estádios. Essa é uma das conclusões do levantamento "Estudo da demanda por ingressos no futebol brasileiro", elaborado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). (...)


Para o clube, a vantagem é poder ter um planejamento financeiro e operacional mais eficiente. Com conhecimento antecipado da receita, pode-se, por exemplo, montar elencos mais fortes, o que amplia a perspectiva de bons resultados em campo.


Bagunça. Há, porém, empecilhos para essa mudança de método na comercialização dos ingressos. Um deles é o calendário. "É um sério problema, as mudanças de datas não são boas para ninguém", atesta Machado. (...)


O preço do bilhete, concluiu a pesquisa, está ligado à demanda de público. "Um aumento médio de R$ 10 diminuiu o público em 2,11%", diz o professor. "Mas tem peso menor do que a performance recente do time. E clássicos ou jogos que envolvam equipes do Rio e de São Paulo têm efeito positivo sobre a demanda."


Condições climáticas também estão ligadas à decisão de ir ao jogo. O estudo mostrou que em dias de chuva o público sofreu redução de 23% em relação aos outros dias. "Com a venda antecipada, não haveria esse problema", afirma o professor. (...)


Venda Antecipada de entrada espanta torcedor de ocasião - Almir Leite - Estado de S Paulo, 12 jul de 2011 E2

Relatório do Iasb

A receita da Fundação IFRS depende da contribuição recebida de governos, empresas e particulares. Nos dois últimos anos praticamente não ocorreu muita variação na fonte e no valor total: a receita total da entidade foi de 22,7 milhões de libras esterlinas, sendo 16,6 de doações e 5,8 com publicações.
Já as despesas aumentaram substancialmente: era quase 23 milhões de libras e chegou a 24,1 milhões. Boa parte do aumento teve sua origem em salários. 
Assim, quando se compara a receita com a despesa tem-se um déficit crescente. 
Isto faz com que a dependência da doação das Big Four, as quatro grande empresas de auditoria, seja significativa. Suas doações representaram quase 30% das doações recebidas ou 21,8% da receita total. 



"Rodízio" de auditoria

As empresas de auditoria saudaram o aumento de tempo limite proposto para prestação de serviços a companhias abertas no Brasil, mas defendem o fim do "rodízio" exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na quinta-feira, a CVM colocou em consulta pública até 15 de agosto a minuta de instrução que altera de 5 para 10 anos consecutivos o prazo para prestação de serviços de uma mesma auditoria externa para uma companhia, desde que ela tenha um comitê de auditoria em estatuto. "O rodízio não dá uma contribuição importante para o que foi proposto", afirmou o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco, Sergio Romani, à Reuters. Um dos principais pontos da troca obrigatória de auditores é evitar vícios e favoritismos na hora de revisar a contabilidade das companhias.

Para Romani, um forte reforço na governança corporativa das companhias, principalmente nos conselhos de administração, seria mais saudável do que a troca obrigatória de auditores. O sócio da KPMG Gilberto Munhoz acrescenta que a troca dos profissionais responsáveis pela análise dos números, e não das auditorias em si, a cada cinco anos também reforçaria a credibilidade do serviço. "O vício da auditoria você minimiza pela rotação dos responsáveis técnicos", sugeriu.

Passar mais tempo auditando uma companhia pode também ajudar na identificação de fraudes e rombos contábeis, apesar de não constituir nenhuma garantia quanto a isso. "Quanto mais tempo, mais você conhece o cliente, os sistemas de controle, a cultura, e há uma auditoria mais eficaz. Mas auditoria não é feita para identificar fraude", afirmou Munhoz.

Em um cenário no qual o fim do rodízio ainda não é previsto, a reforma da instrução, contudo, é considerada bem-vinda. "Se a gente olhar pela ótica de que o rodízio não vai acabar, a nova instrução é muito boa", disse o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco. Segundo ele, cinco anos para o rodízio é um prazo muito curto, já que as equipes de auditores têm que se adaptar, por exemplo, a cálculos complexos e controles internos que variam entre empresas.Além disso, as firmas de auditoria investem em treinamentos específicos que precisarão ser feitos novamente a cada rodízio, disse Munhoz, da KPMG.

"A cada cinco anos você treina equipes para determinados nichos de clientes, e todo o investimento você vai perder depois de cinco anos, e tem que treinar novamente. O custo fica muito grande." Custo que pode ficar maior para auditorias de pequeno e médio porte, já que as grandes dominam o mercado de prestação de serviço para companhias abertas e trocam entre si esses contratos.

"Acho que o rodízio é mais prejudicial às pequenas auditorias do que às grandes", disse o diretor superintendente da auditoria UHY Moreira, Paulo Moreira. A UHY Moreira, com sede em Porto Alegre (RS), possui apenas cinco clientes listados na Bovespa, entre eles a Telebrás.

No documento colocado em consulta pública, a CVM argumenta que, mantido o rodízio obrigatório com prazo maior, custos de treinamento de auditores seriam diluídos ao longo do tempo.As auditorias consultadas pela Reuters estão analisando se irão encaminhar sugestões para a modificação da instrução proposta pela CVM.

Fonte: aqui via Alexandre Alcantara

Trustees da Fundação IFRS

A composição dos trustees da Fundação IFRS revela um claro domínio europeu e dos Estados Unidos (quatro dos cinco representantes da América do Norte são deste país). América do Sul (ou seja, Pedro Malan, do Brasil) e África possuem um representante. 

Recompra de ações

Os programas de recompra de ações voltaram. Muito utilizadas em épocas em que o mercado está em baixa, essas operações foram anunciadas –ou renovadas– por diversas empresas neste ano, como Vale, Bradesco e Cyrela.Para o acionista minoritário das companhias, esses programas trazem diversas vantagens, dizem analistas. A recompra de ações é uma forma de a empresa mostrar aos investidores que acredita que seus papéis valem mais do que preço pelo qual estão sendo vendidos.



Com dinheiro em caixa, as companhias compram parte de suas próprias ações, como forma de aumentar sua negociação e, eventualmente, até elevar seu preço. Além disso, como acreditam que os papéis devem subir no longo prazo, elas também podem lucrar com a venda deles no futuro.Outra opção é cancelar as ações compradas, como será feito no caso da Vale.

A mineradora –que tem uma das ações mais negociadas da Bovespa– lançou em 30 de junho um programa para recomprar até 5,9% das ações em circulação. Para isso, vai gastar US$ 3 bilhões (R$ 4,72 bilhões).Desde então, sua ação preferencial teve valorização de 2,77% –nos mesmos 15 dias, a Bolsa caiu 4,69%. “Se a empresa lança esse programa de recompra, é porque entende que as ações dela são um bom investimento em relação a outras aplicações que ela poderia fazer com o seu caixa”, diz Márcio Cardoso, da Título Corretora.

Por conta dessa sinalização positiva, os analistas acreditam que os acionistas dessas empresas devam manter suas posições. Além disso, pode ser um bom momento para comprar esses papéis. A recompra tem um viés positivo para os acionistas”, afirma Marcelo Varejão, analista-chefe da Socopa.

Se a empresa cancela as ações, a participação de cada acionista na empresa aumenta automaticamente, mantendo o valor investido. Assim, o lucro por ação cresce. E, na hora de receber os dividendos, cada investidor terá um retorno maior.

Leandro Martins, da Walpires Corretora, alerta para o fato de que o anúncio da recompra não é suficiente para fazer os papéis começarem a subir de forma constante.“Em 2008, a ação da Vale teve recompra e continuou a cair. O acionista tem que tomar cuidado, fazer uma análise técnica da ação. Preço não é loteria, não é jogo, é preciso acompanhar a cotação”, afirma.

Os analistas concordam, no entanto, que a tendência para os preços é de alta.“A Vale, por exemplo, não faria isso de maneira inconsequente. Se isso fosse só jogada, o mercado perceberia rapidamente”, diz Cardoso, da Título Corretora.



Fonte: Folha de São Paulo -Giuliana Vallone,

18 julho 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Links sobre penalti


Equilibrio de Nash e cobrança de pênalti

Um jeito estranho de bater pênalti

Um vídeo sobre um jeito de bater pênalti

Segredo de bater o pênalti

Teoria do Jogos e Futebol

Parcialidade do juiz e o goleiro

Teste 500

A GM irá produzir um carro econômico em Detroit, segundo esta notícia. A redução do custo dos trabalhadores ainda é insuficiente para compensar o custo no México. Entretanto, existe uma economia de custo que não aparece no texto. Qual seria esta economia?

  Resposta do Anterior: Imprensa

Custos


O único carro subcompacto fabricado em solo americano sairá em breve de uma fábrica da área suburbana de Detroit tão incomum quanto o carro em si. A linha de produção foi confinada à metade do espaço de uma fábrica tradicional. Os robôs soldadores estão concentrados em grupos eficientes e não espaçados ao longo da linha, enquanto muitos trabalhadores recebem a metade de um salário típico de um sindicalizado. Até a primeira camada de agente antiferrugem foi reformulada para ter um centésimo da espessura, mais barata que o revestimento em outros carros.


Um dos mais antigos axiomas da indústria automobilística é que nenhuma companhia consegue construir um carro subcompacto nos Estados Unidos e ganhar dinheiro, porque seu preço de venda é baixo. O Ford Fiesta é montado no México. O Honda Fit em vários locais, incluindo China e Brasil. Mas com os americanos - e Detroit - redescobrindo carros pequenos por causa da alta do preço da gasolina, a General Motors pretende derrubar essa noção com o Sonic. O modelo não só proporcionará nova entrada da GM na camada inferior do mercado quando for lançado em setembro, como se espera que represente avanço no estabelecimento de um novo nível de cooperação entre Detroit e o UAW, o sindicato dos trabalhadores automotivos.


Economia. A fábrica radicalmente reformada opera com menos e mais baratos trabalhadores, muitos dos quais recebem US$ 14 por hora em vez do salário pleno de US$ 28 por hora do UAW. A planta em si é menor e reconfigurada para poupar dinheiro. Executivos moldaram mudanças acompanhando fábricas mais eficientes da GM na Alemanha e na Coreia do Sul.


A área da linha de montagem foi reduzida de cerca de 93 mil metros quadrados para cerca de 47 mil. A conta da energia foi reduzida com o acionamento de operações com gás metano de aterros sanitários próximos.


O Sonic será o menor e mais econômico carro da GM para combustíveis convencionais. Foi concebido em 2008 antes de o governo salvar a empresa da falência, quando negociadores da companhia e do sindicato começaram a quebrar a cabeça sobre como fazer um carro subcompacto lucrativo nos EUA em vez de fazê-lo em países de salários baixos. "Queríamos provar que podíamos fazê-lo", disse Diana D. Tremblay, diretora de relações trabalhistas da GM, "e entramos nisso de mente aberta."


O UAW tentou persuadir a Ford a produzir o subcompacto Fiesta nos EUA, mas a Ford optou pelo México, onde os salários e benefícios de um metalúrgico ficam em menos de US$ 10 por hora. Um trabalhador sindicalizado com salário completo nos EUA custa à GM perto de US$ 60 por hora. Mesmo um empregado em nível inicial custa US$ 30 por hora.


Embora não seja o único fator na produção de um subcompacto lucrativo, os custos mais baixos da mão de obra são críticos para a decisão de construir o Sonic em Michigan. Num acordo trabalhista inovador, o UAW permitiu que a GM pagasse a 40% de seus trabalhadores salário de nível inicial.


"A estrutura de salário em nível inicial foi um importante facilitador porque obviamente quanto menor o carro menor a margem de lucro", disse Diana.


O presidente do UAW, Bob King, disse que o sindicato considerou o significado de um subcompacto competitivo para a linha geral de produtos da GM. O Sonic é o primeiro subcompacto que a GM tentou fazer no mercado doméstico desde o Chevette, há quase 40 anos, fora um breve esforço conjunto com a Toyota para fazer o Geo Prisms. O menor carro de sua linha é atualmente o Aveo, subcompacto desenvolvido pela subsidiária sul-coreana da GM.


"Estamos comprometidos com o sucesso da empresa", disse King. "Tivemos de conversar sobre um modelo de negócios que faça sentido."


Apesar de todas suas promessas, o Sonic ainda terá de convencer os consumidores de que a GM encontrou a fórmula certa para um subcompacto atraente e acessível. Esforços anteriores foram pouco potentes e contribuíram para a reputação pouco animadora da GM no mercado de carros em geral. "A GM tem muita coisa a provar com o Sonic", disse Joseph Phillippi, da empresa de pesquisa Auto Trends. "É preciso cortar custos, mas produzindo um carro competitivo." / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK 

Nos EUA, GM se Reinventa para produzir o Sonic - Bill Vlasic - The New York Times, publicado no Estado de S Paulo 16 jul 2011, b15.

Um interessante estudo de caso para aula de custos.

Concessão


O texto a seguir mostra um interessante estudo de caso sobre a questão contábil da concessão:

O fim do prazo das concessões do setor elétrico corre sério risco de parar na Justiça, seja qual for a decisão do governo federal. De um lado, estão as empresas, lideradas especialmente pelas estatais, cujo principal objetivo é prorrogar os prazos de concessão de suas hidrelétricas. Do outro [1], estão os grandes consumidores de energia, que veem no vencimento dos prazos a oportunidade de derrubar os preços da energia elétrica no País.


(...) Para manter os contratos por mais tempo, o governo terá de aprovar uma nova lei no Congresso, já que a atual determina a retomada da concessão. "Mesmo que a lei seja alterada, o governo estaria ferindo a Constituição", afirma o presidente da Fiesp [Paulo Skaf]. Ele está disposto a tomar todas as providências para que uma nova licitação seja feita. A expectativa do executivo é reverter as elevadas tarifas de energia, uma vez que as usinas estão quase todas amortizadas [2]. Pelos cálculos de Skaf, uma nova licitação representaria uma economia de R$ 900 bilhões em 30 anos.


O presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, também espera que o fim dos contratos traga benefícios para os consumidores, extremamente prejudicados pelos preços da eletricidade. Ele acredita que o assunto vá provocar muita discussão na Justiça. Isso porque a legislação brasileira é confusa. Na Constituição, completa Pedrosa, é possível encontrar todo tipo de sinalização [3]. "Há juristas que entendem que apenas a mudança da lei seria suficiente para prorrogar as concessões. Outros acreditam que teria de mudar a Constituição."


Mas, se o governo decidir por novas licitações, também haverá manifestações contrárias. As geradoras argumentam que nem todas as usinas estão amortizadas [4], como os grandes consumidores afirmam. No caso da retomada da concessão, o governo teria de elaborar um mecanismo para remunerar as empresas por ativos ainda não amortizados. "Se a reversão da concessão não for feita de forma correta, poderá haver discussões judiciais", afirma o presidente da Associação das Grandes Empresas Geradoras de Energia (Abrage), Flávio Neiva. Ele destaca, entretanto, que as empresas não trabalham com essa possibilidade, pois apostam na prorrogação dos contratos. "A energia já esta barata. O problema são os tributos que incidem sobre ela."


Outro defensor da renovação das concessões é o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal. Ele reconhece que terá de haver compensações para que os contratos sejam prorrogados. Mas, ao contrário de Paulo Skaf, não acredita que seja possível reduzir pela metade o preço das tarifas. "As usinas têm custos. Não dá pra cortar tudo", destaca ele, que mantém sob o comando da secretaria a administração da geradora Cesp.


Por enquanto, o governo continua sem dar sinalização de qual caminho seguirá. Desde fevereiro, há um documento pronto com as duas possibilidades. A maioria das concessões das usinas vence em 2015. 

(Usinas antigas podem parar na Justiça, Renée Pereira, Estado de S Paulo, 16 jul, B7)

[1] E os potenciais concorrentes
[2] Observem o termo contábil
[3] Isto talvez seja um argumento a favor da estratégia de "deixar como está".
[4] Não creio que isto seja um argumento relevante. O governo recompensaria por esta parcela.

17 julho 2011

Rir é o melhor remédio

Melhores condições de trabalho

Controladorias Públicas

As Instituições Brasileiras de Controladoria Pública – Teoria versus Prática.
Janilson Antonio da Silva Suzart, Carolina Venturini Marcelino, Joséilton Silveira da Rocha

Resumo:

A criação da CGU, em 2003, foi acompanhada pelo surgimento ou pela transformação de instituições em controladorias públicas em nosso país, desde então. Presume-se que essa situação decorreu das necessidades dos gestores públicos de contar com instituições que fossem capazes de auxiliar a gestão estatal por meio da produção de informações e do acompanhamento das ações da Administração Pública. Nesse contexto, este artigo objetiva investigar se as funções desempenhadas pelas instituições brasileiras de controladoria pública diferem das funções definidas pela literatura. Como referencial teórico, buscouse apoio na literatura especializada, na qual foram identificadas e relacionadas as funções que esta julga serem típicas da controladoria. Em seguida, foram analisadas a estrutura e as funções desempenhadas por estas instituições, visando detectar se há uma padronização de funções, de estruturas e de posições hierárquicas, além de comparar estas características com as definidas na literatura. O presente artigo foi suportado por uma pesquisa bibliográfica que permitiu as comparações entre a teoria e a prática das controladorias públicas brasileiras. A amostra compreendeu quatorze instituições brasileiras do setor público federal e estadual. Os dados analisados refutaram a hipótese de que as funções desempenhadas pelas instituições brasileiras de controladoria pública diferem das funções definidas pela literatura.

16 julho 2011

Francisco


Nesta semana que estive ausente (inclusive passei cinco dias sem acessar a internet) tivemos a notícia do falecimento do professor José Francisco Ribeiro Filho. Um dos poucos doutores em contabilidade com conhecimento do setor público, Francisco era professor da Universidade Federal de Pernambuco, onde coordenou seu programa de pós-graduação.

Meu contato com ele ocorreu durante o Programa Multi, quando a UFPE participava do programa de mestrado. Neste período tive como autor de um dos capítulos do livro que organizei, Custos do Setor Público (editora da UnB).

A sua ausência empobrece o debate contábil no Brasil.  

Rir é o melhor remédio

30 anos de inovação:

A história dos calotes da dívida americana

A Short History of US Credit Defaults
by John S. Chamberlain
Mises Daily, July 15, 2011

On July 13th, the president of the United States angrily walked out of ongoing negotiations over the raising of the debt ceiling from its legislated maximum of $14.294 trillion dollars. This prompted a new round of speculation over whether the United States might default on its financial obligations. In these circumstances, it is useful to recall the previous instances in which this has occurred and the effects of those defaults. By studying the defaults of the past, we can gain insights into what future defaults might portend.
The Continental-Currency Default

The first default of the United States was on its first issuance of debt: the currency emitted by the Continental Congress of 1775. In June of 1775 the Continental Congress of the United States of America, located in Philadelphia, representing the 13 states of the union, issued bills of credit amounting to 2 million Spanish milled dollars to be paid four years hence in four annual installments.

Leia o o texto na íntegra aqui.

Remuneração e divulgação

Pouco mais de um ano e meio após entrar em vigor a instrução da CVM que obriga as companhias abertas a divulgar os salários dos principais executivos, apenas 28 (56%) das empresas do IBrX-50 (índice dos 50 papéis mais negociados) abrem a informação, segundo levantamento da Folha.

As empresas que omitem o dado, considerado peça importante para compreender os riscos assumidos pela alta gerência, se apoiam em uma liminar obtida pelo Ibef-RJ (Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças) que garante o direito ao sigilo.A alegação é de risco à segurança. Executivos consultados pelaFolha solicitaram que suas fotos não fossem publicadas.

Desde 2010, as empresas abertas têm de divulgar os valores do maior e do menor salário, além da média salarial da diretoria e do conselho de administração no chamado formulário de referência -documento anual que pretende ser uma espécie de dossiê permanente das empresas, com a mesma transparência de quando vão ao mercado captar dinheiro na Bolsa.A punição vai de advertência à suspensão do exercício profissional.

Mesmo as empresas que divulgam os dados, como manda a CVM, também pecam na qualidade de informação, segundo especialistas. Faltam informações que permitem saber o quanto um executivo recebe quando acumula cargos em várias empresas do mesmo grupo.

Gigantes como Vale, Grupo Pão de Açúcar, Braskem e Itaú Unibanco, entre outros, não divulgam a informação a seus acionistas. “Além de termos empresas que simplesmente não divulgam a informação, as que divulgam fazem isso de forma errada ou não padronizada, dificultando a comparação”, afirma Alexandre di Micelli, coordenador do Centro de Estudos em Governança da Fipecafi.

INCONGRUÊNCIAS

Segundo ele, o caso do Banco PanAmericano é um exemplo. “O formulário do ano passado não informava qualquer valor relativo a bônus, embora tenha ficado claro no escândalo que os executivos recebiam bônus polpudos do banco. É preciso haver alguma forma de aferir a precisão das informações divulgadas”, afirma Di Micelli.

Nas companhias estatais e mistas, as remunerações chegam a representar menos de 10% dos pacotes mais generosos. Entre as cinco maiores remunerações – OGX, Lojas Renner, Bradesco, TAM e MMX -, duas companhias são do grupo de Eike Batista.[1]

Para Leonardo Salgado, especialista em remuneração da consultoria Hay Group, o motivo de tamanha diferença é que, nas empresas estatais e mistas, os salários não estão atrelados ao desempenho dos negócios. Segundo ele, todas as empresas seguem uma lógica compatível ao mercado. No entanto, o valor da remuneração depende da exposição ao risco da empresa.

“Em casos de remuneração altíssima, as metas da empresa também são agressivas. Nas companhias que pagam valores menores, a situação é de desempenho sem risco.”

Fonte: Felipe Vanini Bruning, Toni Sciarretto, Folha de S.Paulo

[1] Leia esta postagem:Remuneração e desempenho

Consumidores tomam crédito mais caro

As restrições ao crédito anunciadas desde o fim do ano passado levaram a um aumento na procura por linhas mais caras, como as do cartão de crédito e do cheque especial.Por outro lado, os consignados (empréstimos com desconto em folha de pagamento) e as linhas para a compra de veículos (que, em geral, trabalham com taxas de juros mais baixas) perderam espaço no financiamento para os consumidores.

Dados do Banco Central mostram aumento superior a 15% na média diária de concessões no cartão de crédito e no cheque especial em maio passado na comparação com dezembro de 2010.No mesmo período, a liberação de novos financiamentos de veículos caiu 17,4%.O crédito pessoal manteve o ritmo de crescimento, mas houve queda na participação dos empréstimos com desconto em folha de pagamento, incluídos pelo Banco Central nessa categoria.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse que o objetivo do crédito mudou: as pessoas não estão se endividando para comprar bens, mas para pagar as despesas do mês. Percival afirma que esse movimento faz parte do ciclo de endividamento e reflete a maneira encontrada pelas famílias com mais dívidas para passar por esse momento de aperto no crédito.

“Não significa que as pessoas vão quebrar. O emprego e a renda continuam crescendo. O problema é quando a riqueza não cresce na mesma proporção que a dívida.” Fernando Blanco, do Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito, diz que a mudança reflete ainda a dificuldade das famílias das classes C/D em lidar com pioras nas condições de crédito.

“Essas pessoas têm nível muito alto de endividamento, e, quando acontece algo, não têm para onde correr.”Ele acrescenta que os bancos ainda não conhecem esse cliente. “É uma relação muito nova, e não há linha pré-aprovada de qualidade para esse atendimento.”

A facilidade de acesso é outra explicação para o aumento no uso do cheque especial e do parcelamento das faturas de cartão. “A primeira coisa que acontece quando há uma restrição de crédito é uma procura por essas linhas pré-aprovadas, de acesso mais rápido”, diz Miguel de Oliveira, da Anefac (associação dos executivos de finanças).

Consignado

Outro problema é a dificuldade de acesso ao consignado, de custo financeiro mais baixo, mas que está concentrado em funcionários públicos e aposentados, que respondem por 85% dessa linha. O consignado chegou a representar 61% dos empréstimos pessoais em dezembro, fatia recorde e que fechou período quase ininterrupto de alta. Em maio, atingiu a menor participação em 15 meses.

Essa desaceleração foi registrada apesar de as medidas de restrição ao crédito e o aumento dos juros desde o fim de 2010 terem afetado menos essa linha.A taxa média de juros de 28,2% ao ano é quase a mesma verificada em dezembro. No crédito pessoal sem desconto em folha, o juro subiu quase dez pontos percentuais no período, para 65,6%.

Fonte: Eduardo Cucolo, Folha de S.Paulo

Cetip

A Bolsa americana ICE (Intercontinental Exchange), líder nos negócios de balcão (fora de pregão) com derivativos e commodities, comprou 12,4% da brasileira Cetip, empresa que faz o registro e permite a negociação de títulos de dívida privada. O negócio marca a entrada dos americanos no Brasil, acirrando a disputa pelas transações financeiras com a BM&FBovespa.

A Intercontinental será a maior acionista individual da Cetip, que tem seu capital pulverizado no mercado. Para chegar aos 12,4% da empresa, a Intercontinental comprou 10% da participação da Advent, fundo de “private equity” (participação em empresas), por US$ 512 milhões.

Os 2,4% restantes foram adquiridos de outros acionistas e do mercado. Pelo acordo, a ICE comprará as ações da Cetip por R$ 25,50 por ação, preço médio das ações nos últimos 90 dias.

Saída

A venda das ações da Cetip para a ICE também representa a saída da Advent da empresa. O fundo comprou 32% da Cetip em maio de 2009, antes de sua abertura de capital na Bolsa. Até o início do ano, a Advent já havia vendido 22%.

Única empresa hoje capaz de concorrer com a BM&FBovespa, a Cetip permite o registro e a compensação de transações financeiras entre empresas privadas
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Fonte: Toni Sciarretta, Folha de S.Paulo

Esqueça o “pi”. “Tau” vem aí!

Esqueça o “pi”. “Tau” vem aí! Por Isabel Sales


Segundo a Wikipédia, o pi "é uma proporção numérica originada da relação entre as grandezas do perímetro de uma circunferência e seu diâmetro; por outras palavras, se uma circunferência tem perímetro p e diâmetro d, então aquele número é igual a p/d."

Em 2001 o matemático Bob Palais escreveu um ensaio afirmando que o π (pi) está errado e que por milhares de anos os seres humanos focaram a atenção e adulação a constante matemática errada.

2 x π e não o π em si é o verdadeiro número sagrado do círculo.

Palais afirma que nós deveríamos estar celebrando (?) e simbolizando o valor aproximadamente igual a 6,28 (a relação entre a circunferência e o raio do círculo). [Será que daqui a alguns anos os nossos netos/filhos vão questionar estupefatos: “eu não acrediiiito que vocês usavam 3,14 e não 6,28”, nos olhando com um ar de descrença?”].

Ano passado os seguidores de Palais nomearam o 2 π como τ (tau). Desde aí o movimento tem aumentado e no dia 28 de junho desse ano houve uma celebração homenageando o tau em eventos matemáticos mundo afora.

Mas o pi está realmente errado? Caso esteja, por que o tau é melhor?

Na verdade, os matemáticos não querem afirmar que o pi está errado, mas sim que não é o valor mais importante ao se tratar de círculos. Segundo Kevin Houston, um matemático do Reino Unido, o tau é um numero mais naturalmente utilizado nos campos da matemática que envolvem círculos (geometria, trigonometria, cálculo avançado. ademais, tem sido observado uma melhora significativa no aprendizado dos alunos.[Life’sLittleMysteries]

15 julho 2011

Rir é o melhor remédio

O problema do Bush Tax Cuts:









Fonte: aqui

"Vocês não podem interromper o IFRS!"

Por Pedro Correia

Resposta do presidente do IASB, Han Hoogervors,para as críticas feitas ao IASB por representantes de investidores institucionais:

“It is my strong conviction that the momentum behind IFRS is so strong right now it can only be delayed but it cannot be stopped any more,” IASB’s chairman Hans Hoogervorst said. The United States has an “extremely important” decision to make this year on whether to replace its own Generally Accepted Accounting Principles (GAAP)standard with IASB rules, Hoogervorst told a webcast meeting of the IASB’s trustees in New York. By next year two thirds of the world’s top 20 economies (G20) will be allowing or requiring local listed companies to use the IFRS accounting rules"

Evidências de bolhas especulativas na Bovespa: Uma aplicação do filtro de Kalman

Segue o resumo do artigo intitulado: Evidências de bolhas especulativas na Bovespa: Uma aplicação do filtro de Kalman.

A existência de bolhas nos preços dos ativos é um assunto de grande importância para governos e investidores no mercado de capitais devido aos sérios problemas que podem acarretar às economias nacionais. No caso das ações, a presença de bolha de preços pode ser constatada pela comparação dos preços e dos respectivos dividendos no longo prazo. Este trabalho buscou verificar a ocorrência de bolhas de preços no mercado acionário brasileiro, através da comparação do IBOVESPA, como índice de preço, e um índice de dividendos distribuídos, construído a partir da metodologia do IBOVESPA. A bolha foi considerada um vetor estado não observável em um modelo estado-espaço e foi estimada com o filtro de Kalman. Os resultados foram comparados com o modelo de valor presente e o modelo de intrinsic bubbles. Apesar de o modelo constatar a presença de bolhas, o modelo de intrinsic bubbles apresentou resultado semelhante e maior precisão.

Hat Tip: Vladimir Almeida

Quem quer ser um milionário?

Por Pedro Correia


De acordo com um relatório da Capgemini e Merrill Lynch,o número de milionários aumentou substancialmente entre 2009 e 2010.Um dos dados mais interessante do relatório é que o Japão tem o maior número de milionários do sexo feminino(31% do total)mais que a Europa Ocidental (18%). A única grande economia,onde os milionários tornaram-se mais escassos foi a Itália.Ademais,a Suíça tem a maior concentração de pessoas ricas e os EUA é o primeiro em termos absolutos.

Nós subestimamos os custos dos crimes?

Muito interessante esta entrevista sobre crimes com Bill James. Segue um trecho:

As a society, do we overestimate or underestimate the importance of crime in day-to-day life?

We underestimate it, because it’s our intent to underestimate it. We only deal with it indirectly. We all do so many things to avoid being the victims of crime that we no longer see those things, so we don’t see the cost of it. Just finding a safe place for us to have this conversation, for example — we needed a quiet place, but before that, we needed to find a safe place. A hotel lobby is what it is because of the level of security. I’ve checked out of this hotel, but I’m still sitting here in the third-floor lobby, because it’s safe. When you buy something, it’s wrapped in seven layers of packaging in order to make it harder to steal.

Dinheiro alivia a dor

Num estudo da Universidade de Minnesota, dois grupos de voluntários mergulharam as mãos em água quente. Mas o primeiro grupo havia manuseado cédulas de dinheiro antes do teste - e, por isso, sentiu 30% menos dor com as mãos na água quente. Os pesquisadores acham que isso acontece porque o dinheiro traz sentimentos muito positivos, que distraem o cérebro.

Postado por Isabel Sales. Fonte: Super

Cade quer acordo com a Gol

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode firmar com a Gol e a Webjet um acordo pelo qual as empresas não poderão adotar medidas irreversíveis no mercado antes de sua fusão ser analisada pelas autoridades de defesa da concorrência. A informação foi dada ontem pelo conselheiro do Cade Olavo Chinaglia.

A Gol já informou que, após a aprovação do Cade, a marca Webjet deixará de existir - mas o Conselho precisará aprovar essa intenção.

Segundo Chinaglia, embora a operação ainda não tenha sido comunicada oficialmente ao Cade, o mercado de aviação no Brasil já é muito concentrado.

- É uma possibilidade (firmar um acordo). Existem apenas cinco ou seis empresas que atuam no mercado de aviação. Olhando a operação sem dados detalhados, já se pode dizer que ela é mais preocupante que a fusão entre TAM e (a chilena) LAN, pois a participação da LAN no Brasil é bem inferior à da Webjet - explicou.

Acordos que preservam negócios antes do julgamento do Cade são comuns em fusões de grandes empresas. Esse tipo de procedimento, conhecido como Apro (Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação), foi adotado, por exemplo, na compra da Sadia pela Perdigão e das Casas Bahia pelo Pão de Açúcar.

No caso do mercado aéreo, as fusões passam por uma análise da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) antes de serem julgadas pelo Cade. Segundo uma alta fonte do governo, o caso Gol-Webjet já está sendo estudado informalmente, pois será apresentado aos órgãos de defesa da concorrência nos próximos dias.

Segundo essa fonte, o negócio não deve provocar danos à competição no país. Isso porque a Webjet tem participação pequena no mercado, de apenas 5%. Além disso, embora ele já seja bastante concentrado, as tarifas caíram 40% nos últimos dois anos. A TAM fechou maio com 44,43% do mercado e a Gol, com 35,39%.

- As tarifas continuarão caindo porque o mercado está crescendo e vai ter mais gente voando - acredita essa fonte

Fonte: O Globo

14 julho 2011

Rir é o melhor remédio

Geração Bumerangue*


Por Daniel Clowes, capa do The New Yorker em 24 de maio de 2010.

*O termo se refere a atual geração de jovens ocidentais, em decorrência da frequência com que decidem coabitar com seus pais após breves períodos vivendo sozinhos – voltando, em forma de bumerangue, a seu lugar de origem. Fonte: Wikipédia

Benefícios do IFRS ainda são limitados

O IFRS, padrão internacional de contabilidade adotado no Brasil, ainda não atingiu um de seus principais objetivos – o de facilitar a comparação entre empresas de diferentes nacionalidades.[1]. Pelo menos, não na visão de alguns profissionais de relações com investidores de companhias abertas brasileiras.

Uma pesquisa da auditoria e consultoria Deloitte em parceira com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) mostrou que apenas 24% dos profissionais de relações com investidores acreditam que as demonstrações financeiras ficaram mais facilmente comparáveis entre os países, competidores e indústrias a partir da adoção do IFRS. A maioria não tem opinião sobre o assunto (60%) ou não acha que a comparação ficou mais fácil (16%).[1]

“Enquanto o Japão e os Estados Unidos não adotarem as normas internacionais, os profissionais de RI não vão sentir com força a melhoria na comparabilidade entre as empresas”, avalia o presidente-executivo do Ibri, Ricardo Florence. [2]

O levantamento buscou revelar os impactos da adoção do IFRS na área de RI das empresas. A pesquisa envolveu 46 companhias, com faturamento total de R$ 40 bilhões, dentre cerca de 380 empresas com ações na bolsa. Os questionários foram respondidos voluntariamente entre abril e junho deste ano pelos profissionais das áreas de RI e o resultado foi divulgado ontem durante 13º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, em São Paulo, organizado pelo Ibri e pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).

Quase 40% das empresas responderam que ainda é cedo para avaliar se a adoção ao IFRS melhorou o acesso a linhas de crédito internacional, aumentou a geração de negócios ou reduziu o custo de capital. [3]

Por outro lado, 58% dos profissionais de relações com investidores apontaram a ampliação da transparência nas demonstrações financeiras como principal fator positivo já observado no mercado e nas organizações. [4]

“Há mais disponibilidade de informação, inclusive um maior detalhamento setorial a partir do IFRS. Mas, mesmo que seja uma linguagem única, a comparabilidade nunca será perfeita”, disse Bruce Mescher, sócio da Deloitte.

A pesquisa apontou ainda que a adesão ao IFRS exigiu mais investimentos das empresas na área de relações com investidores. A parcela de companhias que gastou mais de R$ 2 milhões ao ano em atividades de RI subiu de 7%, em 2009, para 12%, em 2010.

No mesmo período, o percentual de empresas que gastou entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão caiu de 19% para 16%. A parcela de companhias que investiram de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões diminuiu, também de 19% para 16%.

“Companhias de pequeno e médio porte passaram a gastar mais com as áreas de RI”, explica Mescher. “Cresceram os gastos com pessoal, tecnologia e programas de apresentação de resultados.

Na Gerdau, por exemplo, alguns desses aspectos têm sido encarados como desafio para a empresa se ajustar às normas do IFRS. “Para um profissional interpretar, julgar e aplicar a norma é preciso que tenha bagagem importante sobre a legislação. Também não basta ter conhecimento técnico, é preciso ter vivência na empresa”, diz Geraldo Toffanello, diretor contábil da Gerdau. “O grupo de profissionais e a retenção dos talentos estão entre os maiores desafios da companhia.” [5]

O depoimento de Toffanello foi dado no primeiro painel do encontro de RIs, que ainda debateu os impactos da implementação das novas normas contábeis e os principais problemas encontrados nos balanços.

Para Iara Pasian, diretora da Deloitte, o processo de implantação das novas normas já deixou uma série de lições para as companhias de energia. A consultora mencionou como exemplo que os novos padrões não alteram o fluxo de caixa das empresas, mas modificam a apresentação dos dividendos pagos aos investidores. Iara ainda ressaltou que a grande polêmica para a indústria de energia diz respeito à indenização sobre o valor residual da infraestrutura no fim do período de concessão. [6]

As polêmicas não se restringiram ao setor elétrico. Alexandre Labetta, sócio da Ernst & Young Terco, lembrou que as incorporadoras imobiliárias ainda esperam novo pronunciamento do Iasb sobre o reconhecimento de receitas de imóveis vendidos na planta – se durante o andamento das obras de construção ou apenas na entrega das chaves. As incorporadoras hoje reconhecem as vendas no decorrer da construção.

Arthur Gigueira Júnior, superintendente financeiro e de normas contábeis do Santander, Enio Bonafé, diretor da Delos Finanças e membro do Experts Advisory Panel do Iasb, e o professor da USP Eliseu Martins salientaram que as polêmicas visam identificar que modelo contábil melhor representa a “essência” das companhias. Ou seja, “como aproximar a norma contábil da realidade econômica das empresas”.

Fonte: Denise Carvalho e Marina Falcão, Valor Economico

Comentários de Pedro Correia:

[1]Em verdade, existem diversos GAAP's nacionais "disfarçados" de IFRS.No Brasil, é interessante observar a redação do caput 3º da Instrução ICVM 457/2007 :

“(…) uma declaração explícita e sem reservas de que estas demonstrações estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB e também de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil”.

Os CPC's são normas que não são as IFRS traduzidas "palavra-por-palavra".Além disso, foram editadas pela CVM de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.Esta situação ocorre em diversos países.Assim,o aumento da comparabilidade é pífio.

[2]A percepção dos investidores será que a entrada de Japão e EUA dará mais credibilidade para as IFRS.

[3]São questões relevantes, no entanto, sem evidências empíricas acerca do impacto das novas normas.

[4]Tenho dúvidas em relação ao aumento da transparência das demonstrações financeiras.

[5]A subjetividade das novas normas irá exigir profissionais cada vez mais qualificados.Em verdade, é preciso entender o fenômeno contábil e a essência econômica do evento.

[6] As discussões sobre a contabilidade das empresas que detêm concessões do Estado e as IFRS são muito interessantes.Leia mais aqui, aqui e aqui

Cade e a BR Foods

Nesta quarta-feira, na sessão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que aprovou a fusão entre Sadia e Perdigão por quatro votos a favor e um contra, na sede da autarquia, em Brasília, o conselheiro Olavo Zago Chinaglia afirmou ser este "agora o maior caso da história do órgão". Na leitura de seu voto, que foi favorável, Chinaglia disse que os casos Kolynos, Ambev (união de Antarctica e Brahma) e Garoto (adquirida pela Nestlé) "foram fantasmas durante o processo" da BRF Brasil Foods, empresa nascida da união entre os dois frigoríficos. [1]

Na opinião de Chinaglia, o Cade tomou o cuidado "de não repetir erros anteriores, se é que foram erros". Segundo o conselheiro, o acordo abre espaço para marcas menores crescerem, embora a barreira de entrada seja elevada, "mas não intransponível". [2] e [3]

Na opinião de outro conselheiro, Marcos Paulo Veríssimo, a BRF "é a maior intervenção estrutural" no histórico do órgão regulador da concorrência. Segundo ele, o acordo entre o Cade e a empresa, o Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) prevê a preservação das exportações, já que enfoca ações para o mercado interno, e proteção ao consumidor.[3]

O único voto contra foi do relator Carlos Ragazzo, que manteve sua posição desfavorável, já manifestada na primeira sessão do Cade sobre a BRF, ocorrida em 8 de junho. Ele iniciou sua fala hoje com críticas ao acordo, afirmando que um dos pontos do TCD, de suspensão da marca Perdigão em vários produtos, poderia gerar concorrência, mas que se trata de "uma decisão heterodoxa; pode ou não dar certo". Como lembrou o conselheiro Ricardo Machado Ruiz, o primeiro a se pronunciar sobre o caso nesta manhã, o voto de Ragazzo serviu de base para o acordo com a BRF.

Por sua vez, Alessandro Serafin Octaviani ressaltou em seu voto que "a solução só foi possível após nova postura das partes". A sessão contou ainda com a fala do procurador do Ministério Público Federal Luiz Augusto Santos Lima, sobre que "as soluções buscaram melhor caminho para concorrência". Na avaliação do MPF, "haverá mais julgamentos como este (da BRF); mas é preciso transparência".


Fonte: aqui

Comentários de Pedro Correia:

[1] Qual é o papel do Cade?Segundo a lei nº 8884/94, o Cade tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a tais abusos.Além disso, o papel pedagógico do Cade é de difundir a cultura da concorrência.

[2]É uma barreira elevada, mas não é instransponível.Talvez, a JBS seja capaz de transpor essa barreira, não é?Verdade.Ontem as maiores altas na Bovespa foram das ações da BR Foods e da JBS.Por que será?

[3]Qual é mesmo o papel do Cade?Acredito que seus conselheiros deveriam estudar Microeconomia e Economia Industrial.Além disso, a decisão tomada foi semelhante ao caso da Ambev.Outrossim, as medidas tomadas são paliativas e não estimulam a concorrência.

BR Foods 1

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou acordo com a Brasil Foods para tornar oficial a fusão de Sadia e Perdigão. Votou contra apenas o conselheiro Carlos Ragazzo, relator do processo. Pela negociação, a empresa terá de vender o equivalente à capacidade de processar e distribuir 730 mil toneladas de carne por ano (próximo à capacidade da Perdigão antes da união, em 2009).

A BR Foods aceitou vender determinadas marcas, como Rezende, Wilson, Texas, Escolha Saudável, Delicata, Fiesta e Doriana, entre outras, bem como a propriedade intelectual incluída na produção de produtos com essas marcas.

Também está suspenso por até cinco anos o uso de marcas existentes em setores onde a concorrência ficou mais restrita, segundo o Cade. Por três anos, por exemplo, será suspenso o uso da marca Perdigão de produtos de carne processada, como presunto e lingüiça. No caso de salames, mortadelas e hambúrgueres, o prazo é de 5 anos, também para a marca Perdigão. A empresa também não poderá usar a marca Perdigão por prazo de até cinco anos em produtos resfriados como lasanhas, pizzas e empanados.

A marca Batavo fica suspensa por prazo de 4 anos de alimentos processados, como margarinas e peru in natura e kits aves para festas. No entanto, a Batavo continua a ser uma marca existente na cadeia de lácteos, cuja concorrência não foi considerada abalada pela fusão.

O acordo tem outros critérios que foram mantidos em sigilo, como o prazo em que a BR Foods terá de vender os ativos, conforme determinação acordada com o Cade. O Conselho determinou que, nesse prazo, porém, devem ser mantidas as boas condições de produção desses ativos que serão alienados.

Segundo o conselheiro Ricardo Ruiz, que havia pedido vistas do processo e que costurou o acordo, a previsão abre espaço para o surgimento de uma nova empresa e uma nova marca relevante nos mercados cuja concorrência será mais abalada com o acordo. Ruiz destacou que o acordo só foi possível por conta de mudança de perfil relevante das empresas envolvidas, depois de apresentado o voto do relator Carlos Ragazzo, conselheiro do Cade cujo voto exigiu venda de ativos

Fonte: aqui

Todas essas medidas são paliativas e não estimulam a concorrência.

BR Foods 2

A Brasil Foods vai ter de buscar no mercado uma empresa concorrente que queira adquirir praticamente a metade do seu mercado no País, similar à fatia da Perdigão no mercado nacional antes da fusão com a Sadia, em 2009. A essa concorrente será vendida, em prazo confidencial, estrutura suficiente para criar uma segunda empresa dominante de força nacional, na visão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).[1]

Segundo o conselheiro Ricardo Ruiz, que foi responsável dentro do Cade por costurar um acordo com a Brasil Foods, para validar a fusão terão de ser vendidas pela BR Foods 20 ou mais unidades fabris espalhadas pelo país. "É um grande momento, de construção de um novo player (do mercado)".[1]

Para Ruiz, a empresa que adquirir esses ativos tende a ser uma só, “com capacidade de operar um volume de ativos dessa grandeza”. “Não faz sentido repartir em várias firmas.” [2]

A ideia do Cade é justamente abrir espaço para outro grande concorrente. “Esse concorrente tem de ter escala e capacidade”, afirmou Olavo Chinaglia, conselheiro do Cade após a decisão.

A empresa a comprar esses ativos poderá ser uma regional já existente, que procure ganhar maior capacidade no setor de alimentos processados, uma estrangeira atuante no setor, como a Tyson Foods, ou uma multinacional brasileira do ramo de alimentos, que queira ocupar esse mercado, como JBS Friboi e Marfrig.

Qualquer possibilidade está aberta, até mesmo de uma nova empresa, de investidores que queiram entrar no setor, considera Chinaglia. O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Brasil Foods, Wilson Mello, não descartou nenhuma dessas concorrentes citadas na reportagem. “O mercado brasileiro é dinâmico e esse concorrente pode vir tanto do mercado externo quanto do mercado interno.”

Segundo Mello, a fusão foi “pacificada” e preserva a essência do negócio fechado entre Sadia e Perdigão. Ele conta que a empresa já fez uma análise prévia do que vai vender, mas ressaltou que o acordo oferece certa flexibilidade para essa escolha.

O conselheiro Ruiz explica que cabe à Brasil Foods determinar onde estão as unidades – que sejam equivalentes à produção de 730 mil toneladas de alimentos processados por ano – a serem vendidas, assim como encontrar esse comprados. “No voto há flexibilidade”, ratifica Mello.

Segundo o procurador do Cade, Gilvandro Vasconcelos Coelho de Araújo, há sigilo de prazo em que a empresa tem de vender ativos para dar tranqüilidade para a empresa vender os ativos ainda em bom valor e estado. “A ideia é manter a estrutura funcionando, com a maior estabilidade possível.”

É compromisso da Brasil Foods, porém, manter a produtividade e os empregos dessas unidades que serão alienadas até que isso, de fato, ocorra. Se houver denúncia de perda de eficiência ou demissões envolvendo unidades e marcas que serão vendidas, a empresa poderá ser multada, conforme os termos do acordo. A empresa tem hoje 120 mil funcionários.

Fonte: aqui

Comentários de Pedro Correia:

[1]O JBS Friboi é um potencial candidato para compra desses ativos.Haja vista que,a empresa processa, embala e entrega produtos bovinos, suínos,
ovinos e de frango in natura, processados, que incluem também produtos de maior valor agregado. Além disso, processa,embala e entrega também lácteos e seus derivados tais como leite longa vida, iogurtes,achocolatados, queijos e manteigas. Recentemente, passou a investir em celulose.

[2]O outro conselheiro declarou que : "o acordo abre espaço para marcas menores crescerem, embora a barreira de entrada seja elevada, "mas não intransponível"."

BR Foods 3

O acordo fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afeta 13,1% da receita operacional líquida da Brasil Foods (BRF). O cálculo consta de fato relevante divulgado pela empresa há instantes e tem como base os números consolidados de 2010.

No documento, a Brasil Foods diz que sua receita total no ano passado somou R$ 22,681 bilhões. O impacto total do acordo com o Cade, que envolve venda de ativos e suspensão de marcas, é de R$ 2,967 bilhões. Em volume, representa 11,6% do total, ou 702 mil toneladas, de 6 milhões. O maior efeito é no setor de produtos elaborados e processados, com 582 mil toneladas. O volume sujeito às restrições representaria em 2010 cerca de um terço das vendas sob a marca Perdigão.

Nessa simulação não foi levado em consideração eventual incremento das vendas com as marcas que continuarão sendo utilizadas pela BRF, em substituição aos produtos, sob as marcas Perdigão e Batavo, que terão suas vendas temporariamente suspensas. A marca Perdigão, bem como todos os direitos a ela associados, permanece como propriedade da BRF e utilizada normalmente em várias categorias de alimentos processados como empanados, hambúrgueres, mortadela, lingüiças frescais, pratos prontos congelados (exceto lasanha), bacon, comemorativos de aves, além de toda linha de produtos in natura, entre outras, diz a empresa na nota.

Em relação aos ativos que serão vendidos, a BRF diz que se compromete a manter a qualidade dos seus produtos e o fornecimento aos pontos de venda até que seja feita a transição para os novos proprietários. “No que diz respeito aos funcionários e produtores integrados que atendem às unidades que deverão ser vendidas por exigência do Cade, a BRF adotará todas as medidas possíveis para minimizar os impactos decorrentes da mudança de controle destes ativos", afirma.

O acordo estabelece a obrigatoriedade de que o comprador dos ativos a serem alienados mantenha o nível atual de empregos pelo prazo mínimo de seis meses. A partir de agora a companhia diz que trabalhará para concluir o plano de integração das duas empresas, criando assim as condições necessárias para fazer da BRF uma líder global no setor de alimentos.

Segundo Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da Brasil Foods, uma decisão final dentro do Cade encerra o processo de fusão, o que reduz as incertezas para investidores. “Agora é olhar para o nosso plano estratégico.”

Ele explica que a escolha dos ativos e marcas a serem vendidas não foram influenciadas por opiniões particulares de ex-sócios de Sadia ou Perdigão. “A Brasil Foods é uma empresa aberta, de controle difuso e operada por profissionais”, declarou ele ao iG em resposta a uma pergunta sobre a influencia de cada sócio nas marcas a serem encerradas

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Fitch eleva o rating do Panamericano

A Fitch Ratings elevou os ratings nacionais de longo e curto prazo do Banco Panamericano, de “A-(bra)” para “AA-(bra)” (com perspectiva estável), e de “F2(bra)” para “F1+(bra)”, respectivamente.[1] A elevação, de acordo com a agência, se baseia no suporte do Banco BTG Pactual, bem como nos benefícios de ter a Caixa Econômica Federal como acionista e principal financiador, após aprovação final da atual composição acionária do BP por parte das autoridades brasileiras.[2]

A Fitch acredita que o Banco Panamericano procuraria o suporte do BTG em caso de necessidade. No entanto, apesar de reconhecer o forte suporte de liquidez da Caixa e do fato de o BP representar uma nova e importante linha de negócios para o BTG, a Fitch considera “moderada” a probabilidade deste suporte.[1]

Após dois aportes totalizando R$ 3,8 bilhões, a ativação de créditos tributários de R$ 700 milhões e a cessão de R$ 3,5 bilhões de crédito sem coobrigação para o FGC, o BP conseguiu recompor seu patrimônio para R$ 1,4 bilhão, em março de 2011.

Entretanto, a Fitch ressalta que a qualidade do capital é prejudicada pelo substancial volume de ativos intangíveis e dívida subordinada, apresentando índice de capital elegível Fitch de baixo 1,6% em março de 2011. Apesar disso, a agência acredita na melhora do desempenho e da capitalização do banco ao longo dos anos, embora fortemente dependente de cessões de crédito.

Com o apoio de duas auditorias internacionais e do Banco Central do Brasil, o banco concluiu uma extensa revisão de seus livros, que não indentificou novas irregularidades. A Fitch também ressalta que apenas as demonstrações financeiras de dezembro de 2010 e março de 2011 são confiáveis para análise do BP, dado que os balanços anteriores apresentavam inconsistências contábeis, principalmente envolvendo cessões de crédito, superestimando a carteira de crédito e suas receitas.[3]

Fonte: Monitor Mercantil, Digital

Comentários de Pedro Correia:

[1]A Moody's continua com uma nota D para o rating do banco.
[2]Só faltou citar o "suporte" do FGC.
[3]A situação é tão grave que mesmo com o “tremendo esforço” as demonstrações financeiras de 2010 do BP estão fora dos princípios e normas contábeis. Além disso, a participação da Caixa numa entidade como esta é lamentável. O índice de Basiléia do Panamericano é de -5,74%, assim para retornar aos 11% exigidos, a CEF irá aportar 10 bilhões de reais.

13 julho 2011

Brasil Foods fora da BM&FBovespa

Os negócios com ações da BRF-Brasil Foods estão suspensos na BM&FBovespa, a partir do pregão de hoje [13/7], informou há pouco a Agência Bovespa.

De acordo com comunicado, as negociações com os papéis da empresa somente serão retomadas após decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e manifestação da companhia.

O processo de fusão entre a Perdigão e a Sadia, que originou a Brasil Foods, será julgado hoje em sessão ordinária do Cade.


BM&FBovespa suspende negócios com ações da Brasil Foods. Stella Fontes. Valor Online.


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