[Anindya Ghose e Panagiotis Ipeirotis] notaram que "a procura de um hotel aumenta se as opiniões online no TripAdvisor e Travelocity são bem escritas, sem erros ortográficos; não importa se a revisão for positivo ou negativa." Ghose e Ipeirotis encontraram tendências semelhantes para produtos na Amazon.com.(Does Reviewer Quality Matter? - Freakonomics - 12 de abr de 2011. Foto, aqui
17 maio 2011
Qualidade da escrita e a quantidade de vendas
Basileia 3
Hoje, pelas regras do Banco Central brasileiro, crédito de valor até R$ 5 mil inadimplente por mais de seis meses tem de virar prejuízo no balanço dos bancos. A Receita Federal também aceita que essa perda seja dedutível para Imposto de Renda. No crédito de valor acima de R$ 5 mil, com atraso acima de um ano, os bancos têm de declarar como perda contábil, mas a Receita, no entanto, não aceita que essa perda seja deduzida do IR até que sejam esgotadas todas as tentativas de recuperar o crédito, inclusive judiciais, o que pode levar anos. O banco fica com crédito tributário por muito tempo consumindo o seu capital. Se vender esse crédito da empresa, porém, a perda é imediata tanto pelo BC como pela Receita Federal. Não há credito tributário, portanto.
Os grandes vendedores de crédito podre hoje são Santander, Citi, HSBC, Banco Mercantil, Banco Votorantim e agora também banco Pine. Segundo investidores, há muitos bancos que evitam esse crédito tributário e inclusive o prejuízo contábil ao registrar crédito de empresas em atraso como se fosse renegociação normal de dívida. Há também empresas que vendem carteiras de crédito em atraso de seus clientes, como a Telefônica, a Brasil Telecom, o Ponto Frio, a Lojas Colombo, a Lojas Marisa e o Magazine Luiza.
Fonte: Cristiane Perini Lucchesi, Valor Economico
16 maio 2011
Rir é o melhor remédio
O que estamos pesquisando 2
Ano passado publicamos aqui a imagem criada no Wordle com base nos resumos dos trabalhos aprovados no 10º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade:
Esse ano nós criamos outra imagem bem semelhante com os resumos de todos os trabalhos aprovados na 11ª edição do evento:
Podemos observar as palavras utilizadas nos resumos não sofreram muita alteração. A diferença que achei mais marcante foi a palavra “custos” que está mais presente em 2010 do quem em 2011.
Em 2010 encontrei a palavra “internacionalização”, mas não encontrei “IFRS”, só em 2011. E você?
Boa visão definitivamente não é um dos meus atributos! Então me ajude. Você observou alguma divergência interessante?
Clique na imagem para observá-la em uma resolução melhor.
Teste 473
Resposta do Anterior: Deloitte. Fonte aqui
Foi a depreciação mesmo?
A Triunfo Participações e Investimentos (TPI), holding que controla concessão de rodovias, porto privativo e hidrelétrica, teve lucro líquido de R$ 8,58 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 37,4% em relação ao mesmo intervalo de 2010. O recuo foi causado por uma reavaliação dos ativos da companhia em razão das mudanças de normas contábeis (adoção do IFRS), o que acabou aumentando a depreciação. (...) [Depreciação reduz em 37,4% lucro trimestral da Triunfo, Valor, 13 de maio de 2011, p D4, grifo do blog]
Mais adiante o texto afirma:
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) chegou a R$ 89,46 milhões, crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2010. Já a margem Ebitda, calculada sobre a receita líquida, caiu de 60,9% para 55,3%, ocasionada pelo aumento dos gastos no segmento portuário, devido à volta da operação da trading Iceport e aos gastos com o início do negócio de cabotagem
A depreciação parece não ter nenhuma relação com o desempenho da empresa, correto?
Mais capital
Os maiores bancos do mundo deverão ser afetados por uma exigência maior de capital, que cresce progressivamente conforme o porte da instituição, a extensão de suas conexões com outros bancos e o grau de facilidade com que pode ser substituída numa crise, revelaram autoridades reguladoras mundiais ao "Financial Times". As propostas terão efeitos benéficos para os enormes bancos chineses e japoneses voltados para o mercado interno, e para os bancos europeus e americanos de segunda linha. (...)
Os maiores bancos europeus e americanos deverão ser atingidos por grandes exigências adicionais devido à sua complexa estrutura e ao seu alcance mundial, enquanto os bancos chineses e japoneses deverão enfrentar exigências menores. As autoridades reguladoras nacionais aplicarão as exigências às Sifis em suas próprias jurisdições.
Grandes Bancos serão prejudicados por uma exigência maior de capital - Financial Times , via Valor
Valor da Moeda
É o valor atual da nota mais alta do Zimbábue, o maior valor já impresso em papel-moeda — e também símbolo nacional de uma política monetária fora de controle. Num determinado momento de 2009 a nota de 100 trilhões de dólares não conseguia comprar uma passagem de ônibus na capital do país, Harare. (...)
A nota de 100 trilhões circulou durante poucos meses antes de o dólar do Zimbábue ser oficialmente abandonado como a moeda oficial do país, em 2009. (...)
Mas fora do país as inúteis notas do Zimbábue passaram a ser valiosas. O fato de ser nomeada como dólar aumenta ainda mais o apelo das notas, dizem operadores cambiais e colecionadores, especialmente depois da crise financeira mundial e das dívidas públicas crescentes motivarem temor de inflação nos Estados Unidos. (...)
"As pessoas as usam para fazer piadas sobre o que vai acontecer aqui", diz David Laties, dono da Educational Coin Company, que vende notas e moedas no atacado e é sediada em Highland, no Estado de Nova York. (...)
Ele pagou entre US$ 1 e US$ 2 por cédula em várias operações no decorrer de um ano e agora as vende por US$ 5 a US$ 6 cada.(...)
Como transformar 5 trilhões de dólares em 5 e ser feliz - Wall Street Journal - 12 de maio de 2010
Eis um caso interessante. Como seria o registro contábil da compra das notas do Zimbabwe? Pelo valor de custo, entre 1 a 2 dólares.
Evidenciação
Cinema
“Muitas vezes vale a pena pagar. Principalmente pela visibilidade que a entrevista terá na mídia”, diz Marcio Fraccaroli, executivo-chefe da Paris Filmes. (...) As produtoras responsáveis pelo filma [Meia-Noite em Paris] estão cobrando da distribuidora € 3 mil por vaga. Esse é o preço por veículo impresso que participara das entrevistas com Woody Allen em Cannes, com duração de 30 minutos. O mesmo tempo com os atores (entre eles, Owen Wilson, Marion Catillard e Rachel McAdams) sai por € 2,5 mil.
Para entender como funciona, quem paga é sempre a distribuidora. A idéia é que a entrevista reforce a divulgação do filme no país para os quais a empresa comprou os direitos de distribuição. Por isso, é a distribuidora quem escolhe a publicação que fará a entrevista. Quem recebe são os produtores. Os atores não vêem a cor desse dinheiro – geralmente, em seus contratos já estão previstas jornadas de divulgação e encontros com a imprensa. (...)
Em Cannes, até falar com estrelas custa caro – Valor Econômico – 12 mai 2011 p. B2
Empregados
Os carteiros são obrigados a caminhar até 15 quilômetros por dia, carregando sacolas com 11kg nas costas - um sistema da década de 70. Um grupo pequeno usa motos, mas a estatal não paga seguro nem da frota nem individual, o que obriga o trabalhador a arcar com as despesas do próprio bolso se for comprovada sua culpa em um acidente. Só em São Paulo, 628 funcionários têm um passivo a pagar de quase R$ 1 milhão.
Com salário bruto de R$ 850, os trabalhadores da chamada área fim (70% do quadro) recebem quase o mesmo (R$ 741) com o auxílio-alimentação, benefício que não conta para aposentadoria nem FGTS.
(Correios têm um chefe para cada dois servidores e 9 mil estão em licença-médica - O Globo)
Reguladores
O cenário é o seguinte:
a) As corretoras estão numa guerra de preços através da redução das taxas de corretagens
b) O Banco Central estaria preocupado com isto, pois poderia levar a problemas financeiros
c) O Banco Central fez um pedido de estudo para a FGV sobre o setor de corretoras
d) O Banco Central estaria reforçando a fiscalização e investigando práticas desleais
e) Uma das propostas é não divulgar mais o ranking das corretoras. Outra é exigir um programa de qualidade operacional da bolsa; para cumprir seriam necessários investimentos em qualidade e controle
A intervenção do órgão regulador pode ser conservadora. Mas por outro lado é prejudicial ao investidor, que estaria sendo favorecido neste momento pela guerra de preços. O mais interessante é a típica medida do governo: para responder a uma crise, contrate a FGV. Ela provavelmente fará um estudo com os dados que foram produzidos pelo próprio governo, que será entregue após o problema já não ser tão relevante, e as decisões que serão tomadas serão políticas.
Mais provisões
De forma geral, o índice de atrasos superiores a 90 dias no primeiro trimestre de 2011 até melhorou em relação ao desempenho verificado no quarto trimestre de 2010. É em intervalos inferiores a 90 dias que a alta aparece, o que de certa forma antecipa o movimento de perdas futuras. [2]
A expectativa da administração do Itaú Unibanco é de um aumento nos próximos trimestres entre 0,2 e 0,3 ponto percentual no índice de atrasos superiores a 90 dias, que fechou março em 4,2% - estável na comparação com dezembro. "Todos os segmentos de atuação devem ter algum nível de aumento ao longo dos próximos trimestres", afirmou Rogério Calderón, diretor de controladoria e relações com investidores do Itaú Unibanco, em teleconferência com jornalistas. "Isso normalmente é decorrente do aumento da inflação."
Em decorrência do aumento da inadimplência entre 31 e 90 dias, de 2,3% para 2,9% nesse mesmo período, houve um acréscimo de R$ 270 milhões na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa do Itaú em relação aos percentuais mínimos exigidos pelo Banco Central (BC), elevando o saldo da provisão complementar do banco para R$ 5,1 bilhões.
Mas, apesar de o Itaú Unibanco ter voltado a aumentar as provisões complementares, o montante requerido pelo BC foi reduzido no trimestre em R$ 306 milhões. Conforme notou Jayme Alves, economista sênior da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o saldo de provisões para devedores em relação à carteira de crédito do banco recuou para 7,3%, menor patamar desde o quarto trimestre de 2008. "Os níveis atuais de cobertura foram reduzidos, sobretudo nas operações vencidas acima de 60 dias", destacou em ele no informativo semanal da entidade.
No Banco do Brasil (BB), o índice de atrasos superiores a 90 dias caiu de 2,3% em dezembro de 2010 para 2,1% em março de 2011 - abaixo da média do sistema financeiro nacional, de 3,2%. No curto prazo, porém, a tendência de repique já pode ser constatada. Atrasos superiores a 15 dias, por exemplo, passaram de 3,7%, em dezembro, para 4%, em março.
Mas, ao contrário do Itaú, o BB tem preferido agir em outra frente que não a de provisões. A estratégia do banco tem sido dar prioridade produtos de menor risco, a exemplo do crédito consignado e do imobiliário, para pessoas físicas, e das linhas de investimento para empresas. "O fato de termos avançado a carteira [de crédito] durante a crise, focando em operações de baixo risco, nos permite colher os benefícios agora que o ambiente é de mais incerteza [3]", explica Ivan de Souza Monteiro, vice-presidente de finanças do BB. "Para o outro grupo de bancos que volta a atuar agora e encontra esse ambiente, é natural provisionar mais." As despesas com provisões para devedores do BB apresentaram decréscimo de 13,1% nos doze meses encerrados em março. As projeções do banco apontam para um crescimento entre 3,3% a 3,7% em 2011, mas Monteiro acredita que a performance do banco tende a ficar abaixo disso.
No Bradesco, o índice de atrasos superiores a 90 dias se manteve estável em março na comparação com dezembro, em 3,6%, mas os atrasos superiores a 60 dias mostram um leve repique - de 4,3% para 4,4%. "Não é nada que nos preocupe", disse Domingos de Abreu, vice-presidente executivo do Bradesco, por ocasião da divulgação de resultado. O saldo de provisões para devedores teve acréscimo de 2,8% entre dezembro e março, para R$ 16,7 bilhões.
Banco vê sinais de inadimplência - Valor Econômico - 12 maio de 2011
[1] Nem sempre mudança na provisão é sinal de aumento de risco. A provisão tem sido usada para gerenciamento de resultado nas instituições financeiras.
[2] Falta uma análise geral. Perder num segmento e ganhar no outro não significa que os bancos estão perdendo no âmbito geral.
[3] Esta afirmação é contraditória. Durante a crise a instituição escolheu minimizar o risco e agora o ambiente é de maior incerteza?
Nota Fiscal Eletrônica
O software para enviar a NF-e é oferecido gratuitamente pela Secretaria da Fazenda do Governo de São Paulo e por prefeituras mas também pode ser adquirido de empresas desenvolvedoras de programas para gestão empresarial.Para Otávio Alberecht, sócio do Palópoli Advogados, a NF-e exige gastos altos de negócios de pequeno porte.
Segundo ele, é preciso cautela ao utilizar o sistema. “A empresa que cometer erros [como deixar de emitir a nota ou preenchê-la com um valor errado] poderá se dar mal no futuro, quando a Receita Federal cruzar os dados”, diz.A multa gira em torno de R$ 100 por nota não emitida, segundo as secretarias e as prefeituras consultadas pela Folha. O valor é limitado a R$ 1.000 por ação fiscal.
O empresário tem ainda a Certidão Conjunta da Receita Federal (que confirma a regularidade do pagamento de tributos) travada _não poderá ser utilizada enquanto os débitos não forem quitados.O custo é alto, mas não é o principal problema das empresas, pondera Bruno Quick, gerente de políticas públicas do Sebrae Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Segundo ele, o período dado para que elas se adaptem às exigências é o maior empecilho. “Uma transformação estrutural desse porte demanda, no mínimo, três anos de preparação”, opina Quick.Na implantação da NF-e, as empresas obrigadas a emitir o documento tiveram dois anos e meio para se adaptar.
Fonte: Folha de São Paulo
15 maio 2011
Livros personalizados
Que tal um livro personalizado? E não, você não precisa pedir pra sua irmã fazer uma colagem na capa nem nada do tipo. Segundo uma reportagem do Estadão (indicada por Glauber Barbosa, a quem agradeço) para combater a pirataria, as editoras estão investindo em livros personalizados. Você precisa de apenas um capítulo de um livro? Ao invés de copiar, a editora supre a sua demanda.
A editora Saraiva já apresenta em sua página uma opção para livros personalizados para empresas ou instituições de ensino (e não, não estamos ganhando comissão!). Segundo o site, funciona de uma forma similar a como quando vamos montar um livro para fotocópia (tirar alguns capítulos do livro, incluir capítulos de outras fontes, acrescentar uma mensagem personalizada), com o custo também similar, o que eliminaria as cópias ilegais. Interessante. Alguém já utilizou essa ferramenta? Para que o custo seja análogo a de fotocópias, a entidade terá que fazer um pedido considerável, o que não é atraente a usuários individuais. Ao menos não pra mim. Não sei até que ponto isso altera a pirataria, mas a ideia não deixa de ser interessante.
Será que só utilizam livros da própria editora? Imagino que sim, o que, por sua vez, diminui a atratividade da ideia. Pergunto-me como ficará a questão dos direitos autorais recebidos por escritores a cada exemplar vendido. Vou indagar a empresa, se me responderem posto aqui no blog.
Ainda segundo a reportagem do Estadão, o grupo universitário Estácio vai distribuir tablets aos seus alunos (quanto será a mensalidade dessa instituição?) para a leitura de textos, com base em um programa que está sendo desenvolvido em conjunto com a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.
Bem... para assimilar algumas novidades eu preciso “ver com as minhas mãos”. Se eu não tocar num desses tablets com o tal do software contra pirataria, sou cética. Acredito que existem tantos gênios da computação que qualquer bloqueio é quebrado ou amolecido. E a partir daí o que vale é a honestidade de cada um, inclusive das editoras que tem cobrado preços absurdos livrarias afora...
Queridos leitores, hoje percebi que as minhas conversas com meu querido amigo, mestrando e professor voluntário da UnB Glauber Barbosa rendem muitas postagens para esse blog. Espero que quando ele terminar a dissertação se torne um blogueiro, pois com certeza terá muito a acrescentar! (Isso me lembrou duma postagem antiga, mas muito legal em que o professor César questiona “por que temos tão poucos blogs no Brasil?”).
Postagens relacionadas:
Por que não faz sentido controlar o preço do livro eletrônico? Aqui.
Plágio: aqui.
Livro eletrônico: aqui.
E-book: aqui.
Dicas de leitura: aqui.
IFRS 13
O International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) emitiram novas orientações sobre a mensuração do valor justo e os requisitos (exigências) de divulgação para as IFRS e o GAAP americano.A orientação, está estabelecida na IFRS 13 e na atualização do Topic 820 in the FASB’s Accounting Standards Codification (anteriormente conhecido como SFAS 157) .A harmonização das exigências de mensuração e divulgação do valor justo constitui importante elemento de resposta, de ambos os órgãos, para a crise financeira.
A crise enfatizou a importância de objetivos comuns na mensuração do valor justo e requisitos de divulgação com redação idêntica em IFRS e EUA GAAP. Segundo o comunicado do IASB, a débâcle de 2008 exigiu a necessidade de: esclarecer como mensurar o valor justo quando o mercado para um ativo ou passivo se torna menos ativo e melhorar a transparência da mensuração e divulgação deste valor em cenários de incerteza. [1]
A IFRS 13 não estende o uso do valor justo, mas ajuda as empresas a decidirem como o fair value deve ser aplicado nos casos em que já é exigido ou permitido pela IFRS e padrões americanos. Esta norma não introduz novas exigências quanto à mensuração de um ativo ou passivo pelo valor justo. Em suma, a IFRS 13 fornece uma definição mais precisa do valor justo e uma única fonte de mensuração do valor justo e seus requisitos de divulgação. A norma entra em vigor em janeiro de 2013, no entanto, é permitida a adoção antecipada.
As orientações e requisitos para a mensuração do valor justo e divulgação de informações sobre estes valores estavam dispersas em muitas normas e, em muitos casos, estas não articulavam uma clara mensuração ou objetivo de divulgação. Desse modo, algumas IFRS’s continham informações limitadas sobre como mensurar o valor justo, enquanto outras continham informações extensivas, que nem sempre eram consistentes entre os padrões contábeis.
A conclusão deste trabalho dos Board’s resulta no alinhamento das normas internacionais e americanas neste importante tema da contabilidade. A presença das mesmas exigências para a mensuração e divulgação do valor justo diminuirá a diversidade das aplicações, e por consequência, provavelmente melhorará a comparabilidade das demonstrações financeiras que usam o IFRS e o US-GAAP.
O IFRS 13 ajudará a aumentar a transparência quando as entidades usam modelos para mensurar o justo valor, particularmente, quando os usuários precisam de mais informações sobre mensuração em condições de incerteza, por exemplo, quando o mercado para um ativo ou um passivo torna-se menos ativa.
Outrossim , aumenta a transparência da mensuração do fair value, exigindo informações pormenorizadas sobre os valores justos calculados com base em modelos.Isto irá proporcionar um aumento da confiança na mensuração do valor justo ,pois a IFRS 13 exige que as entidades divulguem informações sobre as técnicas de avaliação e os inputs utilizados para mensurar o valor justo no nível 3.
Os objetivos do IFRS 13 são: reduzir a complexidade e melhorar a coerência na aplicação da mensuração do valor justo, ter um único conjunto de requisitos para a mensuração de todo valor justo, clarificar a definição do justo valor, melhorar a transparência e aumentar a convergência das IFRS e os US-GAAP.
[1]Como afirma Lustosa (2010): “...a justiça de uma medida de valor está mais na capacidade de ela expressar os conceitos corretos de mensuração do que na exatidão da medida”.
O mundo das finanças, as esfirras e o efeito contágio
Muito bom, certo? Afinal, ninguém deseja que uma ditadura como essas continue. Porém, aparentemente, para os mercados, não. Basta ver as fortes quedas dos principais ativos de risco, principalmente, os associados a mercados emergentes e, sobretudo, os árabes. Informações concretas, como o fato do Egito não ameaçar a oferta global de petróleo ou de que o canal de Suez pode ser facilmente contornado sem ameaçar a distribuição dessa commodity, parecem não ser muito importantes.
Não foi raro ouvirmos recentemente em entrevistas, relatórios, análise em comitês de investimentos e conversas informais, que a situação poderia se alastrar para outras nações do mundo árabe e aí sim afetar fortemente a produção e o transporte de petróleo. Isso seria um risco enorme para a frágil recuperação mundial. A estabilidade dos regimes na Argélia, Marrocos e até Arábia Saudita estariam em risco.
O fato desses comentários serem feitos por profissionais que jamais pisaram em qualquer um desses países e de que teriam muita dificuldade em dizer se são governados por presidentes, reis ou primeiros ministros (nem ouse perguntar o nome dos governantes dessas nações...), parece ser de pouca importância. O mais próximo que chegaram de algo minimamente relacionado ao mundo árabe muito provavelmente foi uma esfirra ou um quibe cru. Dizer que o regime saudita corre risco de ruir, atualmente, equivale a falar que a rainha da Inglaterra deveria ter ficado alarmada com os tumultos políticos de 2005 na Ucrânia.
Mas por que isso ocorre? Afinal, os mercados não são racionais? Os agentes não usam toda a informação que possuem para tomar a melhor decisão? A cadeira de finanças comportamentais denomina esse tipo de análise superficial e o processo decisório resultante de efeito disponibilidade. Segundo esse conceito, os indivíduos se valem de elementos simples, de fácil acesso e assimilação para construir previsões e estimativas, que são fortemente influenciadas por informações que estejam imediatamente disponíveis.
Registrada pela primeira vez na literatura acadêmica por Amos e Tversy (1974), o efeito disponibilidade está ligado ao princípio de que as pessoas avaliam a probabilidade de um evento ocorrer baseadas na facilidade com a qual encontram exemplos similares ou na facilidade com que tais exemplos vem à mente.
Em um estudo criativo, os dois pesquisadores pediram a uma amostra representativa da população americana que estimasse o que é mais frequente, palavras em inglês que começam com a letra K ou palavras em inglês onde a letra K aparece em terceiro lugar (terceira letra da esquerda para a direita)? 70% dos respondentes estimou que as palavras que começam com a letra K são mais numerosas. Na verdade, as palavras onde a letra K aparece em terceiro lugar são 2 vezes mais frequentes! O fato de ser mais fácil pensar em palavras que começam com K explica porque um percentual tão elevado errou feio a estimativa.
Outros exemplos da vida cotidiana também são capazes de evidenciar tal tendência. Por exemplo, um motorista que acabou de sofrer um acidente tende a dirigir com mais cautela nas semanas seguintes à colisão, ainda que a probabilidade objetiva de que sofra um novo acidente não tenha sofrido alteração. O que aumentou momentaneamente foi a probabilidade subjetiva que a vítima do acidente atribui à possível repetição de tal evento.
No mundo financeiro, em que o dinamismo e a velocidade das transações e, consequentemente, das análises, só aumenta, o efeito disponibilidade, bem como o efeito contágio resultante, tem origem na insuficiência de informação ou na simples ignorância quanto a determinado tema. Dessa forma, os indivíduos recorrem e atribuem um peso maior ao raciocínio por analogia e pouco ou nenhum peso ao raciocínio lógico no momento de fazer um julgamento e tomar uma posição. E mais uma vez, lá se vai a hipótese de racionalidade por água abaixo.
Aquiles Mosca é estrategista de investimentos pessoais e superintendente executivo comercial do Santander Asset Management. É autor dos livros "Investimento sob medida" e "Finanças Comportamentais".
Fonte: Valor Econômico
Origem do Caixa
Recentemente, a Microsoft anunciou a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, em uma das maiores aquisições da história da companhia de Bill Gates.O negócio foi fechado com o pagamento em caixa. No entanto, um ponto crucial não foi muito comentado:Qual é o origem deste caixa?
Therese Poletti do sítio Market Watch mostra que no dia 31 de março deste ano, a Microsoft informou que 42 bilhões de dólares de seus 50,2 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo eram mantidos por subsidiárias no exterior e que esta quantia estava sujeita à "tributos de repatriamento de caixa."
O problema para as empresas dos EUA é que a repatriação de dinheiro para os EUA tem elevados custos tributários. Em 2004, o presidente George W. Bush declarou um "feriado fiscal" permitindo que as corporações trouxessem dinheiro de volta para os EUA sem o pagamento de tributos.
No caso deste negócio, alguns analistas acreditam que,provavelmente a Microsoft usará o caixa das subsidiárias no estrangeiro,pois o custo de oportunidade em utilizar esses recursos é menor que usar o caixa oriundo dos EUA.
Quer dicas de leitura?
Os livros de negócios mais vendidos em abril (lista do jornal The New York Times):
1º The Big Short, de Michael Lewis. Discursa sobre a crise dos últimos anos e mostra como alguns investidores fizeram a sua fortuna apostando contra os títulos de crédito imobiliário.
2º Drive, de Daniel H. Pink. Já comentado no blog, fala sobre o que nos motiva. Relembre: aqui e aqui.
3º Finding the Uncommon Deal, de Adam Leitman Bailey. Um livro que ensina a comprar imóveis, negociar e encontrar as melhores opções.
4º The Tipping Point, de Malcom Gladwell. O livro é uma análise refinada das epidemias sociais e há versão em português: “O Ponto da Virada”, publicado pela editora Sextante. Na postagem “sete livros que recomendo”, escrita pelo professor César, Gladwell está na 3ª posição.
5º The Checklist Manifesto, de Atul Gawande. Uma forma simples de gerenciar a complexidade.
6˚ Freakonomics, de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner. Livro que dispensa apresentações e está em 4º na postagem “sete livros que recomendo”. A versão em português tem o mesmo título e é publicada pela editora Campus. Algumas postagens anteriores sobre o livro no blog: aqui, aqui e aqui.
7˚ Unfair Advantage, de Robert T. Kiyosaki. O autor de Pai Rico, Pai Pobre fala sobre estratégias financeiras as quais nomeia de “unfair advantage”. As estratégias são aplicadas a diversas situações que lidam com impostos, dívidas, risco.
8˚ The Black Swan, de Nassim Nicholas Taleb. A Lógica do Cisne Negro, no Brasil, publicado pela editora Best Seller. Cisne negro é um evento imprevisível, impactante e que é a base de quase tudo sobre o mundo, da ascensão das religiões à vida pessoal.
9˚ The Quants, de Scott Patterson. O livro fala sobre como uma nova geração de matemáticos conquistou Wall Street e quase a destruiu. Mais no blog: aqui.
10˚ The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Livro que fala sobre como dois alunos de Harvard criaram o Facebook.
Mais dicas de leitura publicadas anteriormente no blog:
Como gostar de métodos quantitativos? Aqui. Fique atento para as dicas de leitura no fim da postagem.
Sete livros que recomendo: aqui.
5 grandes livros de finanças em língua portuguesa: aqui.
10 melhores livros de negócios de 2008: aqui.
Mais uma lista: os melhores livros: aqui.
14 maio 2011
Governança, competitividade e retornos
Roberto Ushisima fez um excelente análise do artigo:Corporate Governance, Product Market Competition, and Equity prices.
"O artigo analisa a relação entre governança corporativa, competição e retorno de ações. Estudos passados mostram que há alguma relação entre governança e retornos e esse artigo inclui a análise da competitividade para melhor entender essa relação.
"...Em suma, empresas de pior governança em setores de atuação com menos competição geram menores retornos das ações, são menos lucrativas, menos produtivas e incorrem mais em aquisições destruidoras de valor. Uma conclusão que se pode tirar é que governança e competição são substitutos para melhorar o desempenho da empresa, em especial da alta direção. Em setores competitivos, a própria competição irá forçar a administração da empresa a buscar melhor resultados, sob risco de haver uma mudança na administração. Em setores pouco competitivos, não há essa pressão e, se não houver fortes mecanismos de governança, a empresa irá ser menos lucrativa e produtiva do que poderia ser. Para reduzir custos de agência, competição e governança são substitutos (o que não exclui que possam ser complementares)."
Leia a análise na íntegra.
Porque é mais difícil escrever uma dissertação do que ter um filho?
Postado por Isabel Sales
1. Três meses antes do seu prazo o seu doutor não fala: “Quero que você volte e refaça o trabalho do primeiro trimestre”.
2. Ao contrário de orientadores, você pode trocar de doutores sem ter que recomeçar tudo de novo.
3. Conceber neném é MUITO mais divertido que conceber um tópico.
4. Você sabe exatamente quanto tempo dura uma gravidez.
5. Amigos e parentes não questionam o valor de um bebê.
6. Você não precisa explicar repetidamente aos seus amigos e familiares o que é necessário para se conceber um filho e porque você ainda não chegou lá.
7. Ninguém o fará ir pra pós-graduação antes de ter um filho.
8. Todo mundo dirá que seu filho é lindo e você acreditará.
9. Nenéns não demandam notas de rodapé apropriadas e aderência ao manual de estilo.
10. Se você vai ter um bebê, é livre para pegar emprestadas coisas de outras pessoas e não ser acusado de plágio.
11. Ninguém vai reclamar se o seu neném for muito parecido com outro bebê.
- Identifiquei-me (e ri muito) com o 5º. Já o 1º me assustou! Tenso! Com certas coisas não se brinca... ;) -
Fonte: aqui
13 maio 2011
Títulos Centenários
O MIT conseguiu colocar no mercado títulos com vencimento de 100 anos.Os cupons são semestrais e irão ocorrer nos dia 1º de janeiro e 1º de julho a partir de 2012.A universidade foi autorizada a vender entre US $ 500 milhões e US$ 750 milhões. Os rendimentos serão direcionados para obras do campus,entre outros projetos,disse Nathaniel, porta-voz do MIT. Ele não quis comentar sobre os preços.
O negócio é atraente para os fundos de pensão e companhias de seguros de vida, que precisam combinar suas carteiras de ativos para suas dívidas a longo prazo, especialmente porque não há muitas investimentos atraentes para prazos maiores.Em relação aos títulos de dívida americano com prazo de 30 anos,os bonds do MIT vão oferecer um retorno até o vencimento de 5,6% contra 4,32% dos tresuaries.
"Há tão poucos títulos com o rating AAA ", disse Bob Hiebert, gerente de portfólio sênior da Legal & General Investment Management America, que tinha US $ 18,2 bilhões em ativos sob gestão em 31 de março e vai participar do negócio do MIT. "Quando olhamos para o longo prazo, este bond tem um diferencial,que é seu rating bem acima da média"
Em 1966, a universidade de Yale emitiu títulos com vencimento de 100 anos com um cupom de 7.375%.Outrossim, a universidade de Boston fez o mesmo em 1997.É um forma extremamente barata de financiamento. No caso do MIT o risco de inadimplência foi considerado bastante baixo, pois o rating é de "AAA".Além disso, as taxas de juro próximas de zero também corroboram para a o aumento da atratividade do financiamento da universidade.Em outras palavras, é um negócio raro e rentável para todos os participantes da negociação.
Fonte: WSJ
Consolidação Proporcional não é mais permitida nas IFRS
Na regra vigente hoje, o Iasb permite que as empresas registrem a participação em empreendimentos controlados em conjunto tanto por consolidação proporcional como via equivalência patrimonial. No primeiro modelo, a companhia registra no seu balanço consolidado 50% de receita, custos, despesas, ativos e passivos da investida.
No método da equivalência, a participação detida é evidenciada em uma única linha, a do patrimônio líquido da companhia.
Aqui no Brasil, ao adaptar a norma internacional[3], o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) vetou a possibilidade de se fazer equivalência patrimonial de joint ventures, tornando obrigatória a consolidação.[1]
Agora, se a ideia for realmente manter a harmonização com o padrão internacional, isso terá que ser mudado na regra brasileira. Lá fora, a nova norma, chamada de IFRS 11, se tornará obrigatória em 2013, embora a adoção antecipada seja permitida. Aqui no Brasil, isso dependerá do CPC e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já sinalizou que não é simpática à possibilidade de adoção antecipada de uma ou outra norma.[2]
Segundo Paul Sutcliffe, sócio especialista em IFRS da Ernst & Young, a existência de empreendimentos controlados em conjunto no Brasil é comum principalmente nos segmentos de energia elétrica, óleo e gás e imobiliário, o que torna as empresas dessas áreas as mais suscetíveis a sofrer algum impacto. “As joint ventures costumam ser formadas em áreas em é preciso investir muito para ter retorno, porque os dois sócios colocam dinheiros juntos”, afirma.
Outro segmento que pode ser atingido é o financeiro, embora por enquanto o IFRS só valha para os bancos como um demonstrativo financeiro adicional. O Banco do Brasil, por exemplo, consolida hoje metade dos ativos do Banco Votorantim no seu balanço, sendo que as empresas de previdência Brasilprev e capitalização Brasilcap também são classificadas como joint ventures.
Na opinião Sutcliffe, a nova regra “deve gerar estresse” no mercado. “Já tive conversas com empresas que não abrem mão da consolidação. Geralmente elas preferem isso porque mostra um valor maior de receita”, afirma.
Segundo reportagem do “Financial Times”, empresas como Nestlé, Basf, Carlsberg e Anglo American criticaram a proposta de mudança do Iasb, quando a minuta do pronunciamento estava em audiência pública.
Apesar dessa resistência, há que se lembrar que a decisão do órgão ocorreu dentro do esforço de convergência com a regra usada no modelo de contabilidade americano, conhecido como US Gaap. Além do pronunciamento sobre as joint ventures, o Iasb emitiu ontem mais duas novas normas contábeis que também caminham nesse sentido.
Uma delas, chamada de IFRS 10, dá mais informações sobre quando uma empresa investida deve ser considerada controlada e, portanto, consolidada integralmente no balanço da investidora.
A outra norma, que recebeu o nome de IFRS 12, determina quais informações devem ser divulgadas em notas explicativas sobre as empresas, sociedades de propósito específico ou fundos que não sejam controlados e, dessa forma, não entrem de forma proporcional no balanço.
“Como um todo, essas mudanças vão proporcionar controle sobre instrumentos que ficam fora do balanço e dar aos investidores um quadro muito mais claro da natureza e alcance do envolvimento da empresa com outras entidades”, afirmou David Tweedie, presidente do Iasb, em comunicado do Iasb.
Sutcliffe, da Ernst & Young, acredita que o IFRS 10 deve tornar mais difícil para que uma empresa diga que controla a outra.[3] “É preciso analisar com detalhes os acordos de acionistas para entender se o controle é compartilhado”, diz o especialista. Segundo ele, isso pode ser caracterizado, por exemplo, se o minoritário tiver direito de veto a questões como o orçamento da companhia ou a indicação de diretores relevantes na empresa.
“Se os direitos de minoritários são tão grandes que o outro sócio não pode controlar sozinho, não pode ser feita a consolidação integral”, diz Sutcliffe, destacando que não importa se o direito é ou não usado na prática.
Fonte: Fernando Torres, Valor Economico
Publicação das demonstrações da Eletrobrás e a UHE Xingó
Segundo a lei das Sociedades Anônimas, nos quatro primeiro meses após o término do exercício as empresas têm que realizar uma assembleia geral. Para que isso ocorra, um mês antes é necessário disponibilizar uma cópia das demonstrações financeiras (artigos 133 e 134 da lei 6.404/1976). Assim, geralmente no fim do primeiro trimestre do ano temos acesso aos relatórios anuais das empresas que participam da BM&FBovespa. Esse ano, contudo, a regra não foi seguida.
Ontem, após o encerramento dos pregões na bolsa, a Eletrobrás divulgou aqui seu resultado de 2010: R$ 2,25 bilhões (em 2009: 911 milhões).
A empresa já adiou algumas vezes a publicação das demonstrações financeiras anuais. No dia 28 de março o Diretor Financeiro e de Relação com Investidores, Armando Casado de Araújo, comunicou que devido à adoção dos novos padrões de contabilidade e à alteração de leis que afetam o setor, as demonstrações seriam publicadas no dia 29 de abril, dia em que foi publicado um novo comunicado (!!!) remarcando para o dia 13 de maio. Interessante notar que no dia 11 de maio foi publicado um comunicado remarcando a data do dia 13 de maio para o dia 12, quando realmente liberaram as demonstrações.
Tive a curiosidade de observar que a UHE Xingó (comentada ontem aqui no blog) tem a capacidade instalada de 3.162 MW. A UHE Belo Monte, por sua vez, terá capacidade instalada de 11.233 MW (sendo 15% de participação da Chesf, a quem pertence a UHE Xingó).
Há a seguinte informação na nota explicativa 46 sobre eventos subsequentes (também presente em um comunicado ao mercado feito pela Eletrobrás):
“Ressalte-se que, o primeiro dos 6 hidrogeradores da UHE Xingó entrou em operação comercial em dezembro de 1994, e o último em agosto de 1997. Assim, ao se considerar o termo final da concessão em 2015, a ANEEL entende que o período total de concessão, somado ao de prorrogação, é de 20 anos.”
As demonstrações de 2010 da Chesf ainda não foram publicadas. Postaram, contudo, um comunicado ao mercado idêntico ao da Eletrobrás.
11 maio 2011
Bandsports bloqueio
Não sou torcedor do São Paulo nem do Palmeiras. Mas esta propaganda é mesmo interessante. Dica daqui
Depreciação
Em suma, a legislação fiscal fixa critério próprio para a quota de depreciação, independentemente do valor de mercado do ativo (método linear). A legislação privada, com as mudanças recentes, adota parâmetro distinto (vida útil econômica efetiva). Por essas razões, com ou sem RTT, o trabalho técnico feito para quantificar a quota registrável no lucro líquido é indiferente para identificar a quota dedutível no resultado tributável.Depreciação no resultado tributável - Douglas Guidini Odorizzi - Valor Econômico - 11 maio de 2011
Minoritários
O Ministério da Justiça decidiu abrir um processo contra a BR Distribuidora por causa dos sucessivos aumentos de combustíveis no Distrito Federal. (...)
A abertura de investigação contra a BR - distribuidora da Petrobras - publicada no "Diário Oficial da União" de hoje ocorre dois dias depois de o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, cobrar publicamente do Cade e da Secretaria de Direito Econômico (SDE) ações contra os cartéis no setor de combustíveis. A cobrança de Lobão atende a uma preocupação da presidente Dilma Rousseff, que exigiu providências contra os sucessivos aumentos na gasolina.
Este assunto parece ser relevante. Mas se procurar no endereço da CVM, em Fatos Relevantes, não se encontra nenhum comunicado da BR sobre o assunto. Parece que a empresa está dizendo para seus acionistas que não se deve preocupar com o assunto. Mas o texto a seguir faz acusações graves para a gestão da empresa:
(...) A Gasol [uma distribuidora do DF} paga aluguéis à BR pelos terrenos dos postos em preços muito mais baratos do que as demais redes do DF, segundo a SDE. Em alguns casos, segundo apurou a SDE, a Gasol paga R$ 700 por mês, enquanto outros postos pagam R$ 20 mil. A Gasol também não paga IPTU e não precisa seguir índices oficiais no reajuste de aluguéis dos terrenos dos postos da BR. Só que as demais redes e postos precisam seguir esses índices e têm de pagar IPTU. Por fim, os postos do DF são obrigados a vender uma cota mínima de combustíveis por mês para não terem de pagar adicionais à BR. Mas, a Gasol está fora dessa exigência.
Esse tratamento diferenciado ocorre em 67 postos da BR no DF. Desses, 29 são da Gasol e 38 de outras redes.
Se a notícia for verdadeira, está existindo uma transferência de renda dos acionistas da empresa para o cliente. Isto merece uma explicação da empresa.
Chesf
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou ontem à Chesf, subsidiária da Eletrobras, a prorrogação da concessão da hidrelétrica de Xingó, a maior usina da Chesf e a quarta maior em operação no país. A empresa pleiteava mais 15 anos para explorar comercialmente a usina(Aneel nega prorrogação da concessão de Xingó, Valor Econômico, via aqui, 11 de maio de 2011).
É interessante notar que no endereço da empresa não tem nenhuma notícia sobre o assunto. Mais ainda, a última demonstração contábil disponível é de 2009.
Evolução do conceito de governança
Na opinião de Di Miceli, o Novo Mercado perdeu valor desde a sua criação, pois a diferenciação do segmento perante o restante do mercado diminuiu e as regras do segmento não evoluíram na mesma velocidade que a regulamentação geral ou mesmo que as discussões sobre governança.
O debate sobre boas práticas na gestão empresarial está em constante evolução, acompanhando as demandas de mercado – em especial as geradas pelas crises.
Segundo análise de Di Miceli, nos últimos dez anos houve uma mudança estrutural e uma ampliação no conceito de governança. O tema deixou de dizer respeito só ao alinhamento de interesses entre sócios majoritários e minoritários e agora inclui questões do aprimoramento da gestão e do processo decisório.
O recente documento emitido pela União Europeia, o “green paper” sobre governança empresarial, traz diversas questões ligadas à gestão dos negócios. A minuta destaca a questão da fiscalização e dedica-se a assuntos relacionados à administração, como a formação e o papel do conselho de administração, remuneração, gestão de riscos e formas de relatar as práticas de governança, entre outros.
Os conselhos de administração são importantes para desafiar a gerência executiva, na visão do documento. O “green paper” defende a diversidade de perfis na composição desse colegiado, para agregar o máximo possível de competências e uma variedade maior de valores, visões e experiências.
Nesse mesmo sentido, o documento cobra também o papel do investidor. É determinante que os acionistas se envolvam com a empresa, para cobrar e acompanhar a administração. “No entanto, há evidências de que a maioria dos acionistas é passiva e muitas vezes focada em lucros de cruto prazo”, destaca a minuta.
Gilberto Mifano, presidente do conselho do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), acredita que o Novo Mercado não precisa ficar sempre à frente da lei, como no momento de sua criação. Para manter sua evolução, ele acredita que o segmento precisará incorporar externalidades das companhias, como questões sociais e ambientais.
Fonte: Graziella Valenti, Valor Economico
Monografias
Premiação:
R$ 20.000,00 - 1º colocado em cada tema
R$ 10.000,00 - 2º colocado em cada tema
R$ 5.000,00 - 3º colocado em cada tema
Maiores Informações: aqui
Por Que não faz sentido controlar o preço do livro eletrônico?
O custo do livro eletrônico varia dependendo da obra por diversos motivos.
Por exemplo: - Livros mais longos possuem custo de diagramação maior, que irá refletir no seu custo final.
- Livros de autores mais conhecidos podem ter um custo de direito autoral superior ao das obras de domínio público, que geralmente não possuem este custo. - As obras com maiores tiragens terão um custo unitário superior àquelas que possuem uma vendagem menor.
Esses são apenas alguns dos fatores que podem afetar o custo final de um livro. E se o custo é diferente, não faz sentido manter um mesmo preço.
Ainda, o preço de qualquer produto não depende somente do seu custo. A existência de concorrência e o tipo de cliente podem influenciar. Títulos de autores clássicos provavelmente possuem mais de uma editora publicando, o que pode reduzir seu preço. Já o último lançamento do Paulo Coelho é exclusivo de uma editora, o que faz com que seu preço seja mais elevado.
Finalmente, tabelar preço de livro tende a modificar o comportamento dos autores e da editora. Se o preço é único para qualquer obra, as editoras tenderão a oferecer títulos com menor número de páginas, subdivididos em diversos volumes. Caso a lei crie um parâmetro por página de cada obra, o tamanho da letra tende a aumentar. Em alguns casos, os editores podem escolher o que publicar conforme a norma legal aprovada. Isto é uma lei natural da economia: os agentes econômicos reagem a incentivos. Ou seja, ter um único preço por cada obra pode incentivar certos comportamentos que podem, no final, prejudicar o maior interessado: o leitor.
(Fonte da imagem, aqui)
Links
Buffett em The Office
Marcas mais valiosas (e aqui e aqui)
A cor de cada marca
Recursos não contabilizados na área pública
Custo das reservas brasileiras
Samoa avançará o calendário um dia
Vídeo: como as IFRS pode afetar as Finanças Corporativas
Ex-chefão da Fórmula 1 (Mosley) perde na justiça sobre a privacidade
A modelo mais bem paga
Petrobrás perde R$1,6 bi pelo não reajuste
Lucro recorde da Vale
Câmbio ótimo de R$ 2,90
Madoff no Brasil
A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que obriga o banco Itaú a indenizar um cliente que perdeu dinheiro ao aplicar em um fundo do fraudador americano Bernard Madoff pode estimular outros clientes brasileiros a seguir o mesmo caminho. A avaliação é de advogados que acompanham o assunto desde que a megafraude de mais de US$ 65 bilhões foi descoberta nos Estados Unidos, no fim de 2008.
Na segunda-feira passada, o TJ determinou que o Itaú pague R$ 176.813,14 ao correntista. "Um dos pontos mais importantes dessa decisão é o fato de que a Justiça brasileira reconhece que tem competência para analisar esse tipo de caso e que as leis do País se aplicam à questão", celebrou o advogado do cliente, Paulo José Iasz de Morais. Ele faz a ressalva de que a tese só vale para quem abriu a conta no Brasil e fez a aplicação aqui no País.
Em relação à sentença especificamente, Morais não ficou plenamente satisfeito e vai recorrer. O TJ entendeu que seu cliente, cujo nome é mantido sob sigilo, sabia dos riscos que corria. Portanto, determinou o reembolso de metade do valor aplicado - na ocasião, o equivalente a US$ 208 mil. O advogado quer o valor integral.(...)Fonte: Estado de São Paulo.
É estranha esta decisão. Típica da justiça brasileira. Agora os investidores não terão mais riscos nas suas aplicações?
A importância da escolha temporal
Entretanto, se forem incorporados os dados de 1970 a figura parece mudar um pouco. No gráfico abaixo, os novos dados estão em vermelho e mostra que a relação entre desemprego e investimento não é tão clara.
Com mais dados, de 1948 a 2010, parece que a relação desaparece. Veja abaixo.
Adaptado: daqui
Crise nas IFRS?
Este termo é realmente interessante e mostra que os Estados Unidos não estão dispostos a adaptarem-se as normas internacionais. Por isto a dúvida de Selling.
David Albrecht lembra a afirmativa de Orlik: a IFRS está começando a desmoronar e os problemas estão aparecendo.
É interessante que este tipo de discussão não chegou no Brasil. Talvez o fato de que nossa contabilidade estava “atrasada” em relação as IFRS tenha ajudado; isto não ocorre com os Estados Unidos, já que o US GAAP parece ser superior as IFRS. Mas resolvemos adotar um padrão menos testado.
Outro aspecto importante, e que poucos comentam, é que a rigor o Brasil não adotou as IFRS plenamente. Por dois motivos: a) o Banco Central não endossou as normas do CPC; b) as normas do CPC não refletem integralmente as normas internacionais (reavaliação, por exemplo).
Central de Balanços
As informações coletadas serão mantidas em um repositório e publicadas em diversos níveis de agregação. Esses dados serão utilizados para geração de estatísticas, análises nacionais e internacionais (por setor econômico, forma jurídica e porte das empresas), análises de risco creditício e estudos econômicos, contábeis e financeiros, dentre outros usos.
A Central tem como objetivo a captação de dados contábeis e financeiros (notadamente as demonstrações contábeis), a agregação desses dados e a disponibilização à sociedade, em meio magnético, dos dados originais e agregados.
Fonte: Ministério da Fazenda via Alexandre Alcantara
Alto custo de transação nas decisões públicas
Olhemos, agora, o lado de um consumidor que gaste R$ 2 mil por ano em sua conta de telefone. Para ele, o custo adicional da aprovação da lei será de R$ 10. Vale a pena para ele fazer esforço e se mobilizar com vistas a economizar R$ 10? Quanto tempo e dinheiro ele irá gastar para conclamar os milhares de usuários de telefone a se organizarem para protestar em conjunto?
Ou seja, os lobbies em favor de interesses específicos, de grupos restritos, levam vantagem nas decisões políticas, pois têm menor custo de transação e maior resultado financeiro esperado nas decisões tomadas pelo governo; enquanto que, para a maioria que paga a conta, não vale a pena o custo de se mobilizar para brecar a demanda do lobby (o custo é dividido por todos e o benefício é concentrado).
Todos os grupos que conseguirem arcar com os custos de mobilização tendem a levar vantagem no processo de decisão política em detrimento do contribuinte: sindicatos de trabalhadores, movimentos de trabalhadores sem terra, federações empresariais, clubes de futebol, etc.
Um custo de transação adicional está na inércia das regras e na dificuldade para se alterar leis. A agenda do parlamento é congestionada e os projetos de lei devem esperar na fila a oportunidade para serem votados. Assim, um projeto de lei que revogue um privilégio injustificado de um grupo social pode simplesmente não ser aprovado porque o lobby dos beneficiários obtém sucesso em mantê-lo no final da fila.
10 maio 2011
Percepção e Corrupção
1. Dinamarca
2. Nova Zelândia
3. Cingapura
4. Finlândia
5. Suécia
6. Canadá
7. Holanda
8. Austrália
9. Suiça
10. Noruega
Os mais corruptos
168. Guiné Equatorial
169. Burundi
170. Chade
171. Sudão
172. Turquemistão
173. Usbequistão
174. Iraque
175. Afeganistão
176. Myamar
177. Somália
O Brasil está em 68o.
Custo e Receita nas Empresas Aéreas
Administradores de viagens corporativas e grupos de consumidores de viagens aéreas têm se queixado de que todas essas novas taxas - incluindo os de bagagem despachada, prioridade de embarque e de alimentos durante o voo e bebidas - tornaram cada vez mais difícil calcular os custos reais da viagem. (The Real Cost of Airline Travel Remains a Mystery, for Now – Joe Sharkey – New York Times, 9 de abr 2011
Uma das reclamações é que as empresas estão contabilizando as receitas de maneiras diferentes. Uma das reclamações é que as empresas não estão preocupadas com a evidenciação das suas receitas. Existe uma estimativa de que os “adicionais” cheguem a 11 bilhões de dólares. Outra estimativa fala em 20% do custo de um bilhete deve corresponder a estas taxas (comida, bagagem e outros serviços).
Para as empresas, num momento em que os custos estão aumentando (petróleo em alta, por exemplo), estas receitas são relevantes para sua lucratividade.
Problema principal-agente e informação assimétrica
Texto de Marcos Mendes sobre as consequências da assimetria de informação no setor público:
O problema do principal–agente surge em condições de informação assimétrica, ou seja, quando os atores envolvidos não possuem a mesma quantidade ou qualidade de informação. No caso, o “principal” contrata o “agente” numa situação em que pode haver conflito de interesses, de forma que o “agente”, por deter informação privilegiada, e terá incentivos para tirar proveito pessoal do negócio do “principal”. Por exemplo, um eleitor (principal) não conhece todos os detalhes contratuais e de custos de uma compra pública, o que abre espaço para um agente (gestor público) superfaturar a compra e obter ganho privado.
Diversos fenômenos conhecidos surgem desse problema. Suponha uma empresa pública que preste serviço de abastecimento de água. A intenção inicial do governo, ao criar essa empresa, foi lidar com uma falha de mercado conhecida como “monopólio natural”. Não é eficiente que várias empresas fornecedoras de água instalem encanamentos pela cidade para distribuir água às residências. O custo seria muito alto. É mais barato ter uma única rede de distribuição. Mas, nesse caso, a empresa operadora será monopolista e poderá cobrar muito caro pela água. Uma solução possível é prestar o serviço por meio de uma empresa estatal que, não tendo fins lucrativos e sendo voltada para o bem coletivo, irá estabelecer um preço justo para a água.
Ocorre que os políticos e servidores nomeados para gerenciar a empresa (agentes) podem resolver usar o poder de monopólio em proveito próprio. Aproveitando-se da menor informação que os eleitores (principais) têm sobre custos e receitas da empresa, os “agentes”, em vez de fixar um preço da água que apenas cubra os custos operacionais e de investimento, fixarão preço mais elevado e usarão o excedente em seu favor (altos salários, participações no lucro, baixo esforço para ser eficiente, contratação de pessoas de seu grupo político, etc.).
Outro exemplo interessante: uma conhecida falha de mercado (associada à falta de informações relativas a garantias para empréstimos) faz com que alguns setores da sociedade (como pequenos agricultores, micro e pequenos empresários) não tenham acesso ao crédito oferecido pela rede bancária tradicional. Essa falha de mercado justificou a criação de bancos estaduais no Brasil, voltados a ofertar crédito a tais segmentos. Mas o resultado foi uma falha de governo. Os governadores e gestores dos bancos estaduais (agentes) passaram a gerir tais bancos em desacordo com os objetivos anunciados aos eleitores (principais): os bancos estaduais viraram, em sua maioria, financiadores de campanhas eleitorais e de “empresários amigos”, deixando grandes rombos financeiros que acabaram sendo pagos pelo governo federal. O resultado final, em termos de bem-estar social, foi negativo.
Distribuição da Pobreza
No livro "Economia dos Pobres" os economistas Abhijit Banerjee e Esther Duflo descreveram os resultados de uma série de pesquisas domiciliares, que foram realizados em países em desenvolvimento . Seus dados permitem a comparação da distribuição total do consumo por pessoa em diversos países em desenvolvimento, para além das figuras mais comumente disponíveis sobre a fração de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Em alguns destes países, muitos dos que consomem o suficiente para garantir que estão acima da linha da pobreza são, na verdade apenas um pouco melhor do que aqueles abaixo da linha. Quase 80% dos 30,6% dos moradores de Blangladesh que têm mais de 2 dólares por dia, de fato consomem apenas entre US $ 2 e US $ 4 por dia. Um pouco de má sorte, como por exemplo uma colheita ruim, pode enviá-los para abaixo da linha da pobreza.
Fonte: The Economist