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21 março 2011

Paradoxo das maças

Por Leonado Monastério


Custos de transporte podem gerar efeitos curiosos. O Teorema de Alchian-Allen ilumina um desses fenômenos. Esses autores buscaram uma resposta a um mistério econômico: por que em uma região produtora de maçãs são encontradas apenas as de pior qualidade, enquanto as melhores são exportadas. O motivo é simples: como o custo de transporte é o mesmo para maçãs boas ou ruins, o frete torna as maças boas mais baratas em relação as ruins. Um exemplo numérico com o caso dos vinhos torna tudo mais claro. Suponha que existem dois tipos de vinho: o Chateau Caro custa R$ 50,00 e Chateau Vagabundo, R$ 5,00. É razoável supor que os custos de transporte são os mesmos para qualquer tipo de vinho; digamos, R$ 5,00. No local de produção, a relação de preços vinho bom/vinho ruim é de 10 para 1. No mercado consumidor, com frete, a relação de preços passa a ser de 5,5 (R$ 55,00/R$ 10,00). Ou seja, em termos relativos, o vinho bom fica mais barato no mercado distante do que no local. Portanto, o vinho bom tenderá a ser exportado e o ruim ficará para consumo local. O Teorema de Alchian-Allen significa, assim, que uma tarifa fixa leva uma substituição de bens de pior qualidade pelos de melhor.

E nos casos em que os turistas compram os produtos locais de alta qualidade? Por acaso os turistas que compram uísque em Edimburgo estão violando o Teorema de Alchian-Allen? Não. A diferença é apenas quanto ao modo como se dá o custo de transporte: em um caso a garrafa vai até o consumidor, e em outro o consumidor é que vai até a garrafa. Quão irracional seria viajar até a Escócia e lá comprar uma garrafa de uísque de má qualidade!

Pela mesma lógica, o teorema prevê que, se você paga uma babá para ficar com o seu filho, você não vai jantar numa lanchonete barata, e sim em um restaurante chique. (Como o custo de contratar a babá é fixo, a ida à lanchonete ficaria muito relativamente cara). Por fim, ele explica a evidência empírica que mostra que, ceteris paribus, quanto mais longe viajam os turistas, mais eles gastam por dia (Hummels e Skiba, 2001)."


Fonte: Blog do Leo Monasterio.

Ainda: Apostila completa publicada pelo Ipea (2011) disponível aqui.
Economia Regional e Urbana: Teorias e métodos com ênfase o Brasil.
Org.: CRUZ, B. O.; FURTADO, B. A.; MONASTERIO, L.; RODRÍGUES JÚNIOR, W.

Segredos de Investimento 4

O russo Sergey Aleynikov, ex-funcionário da Goldman Sachs no período de maio de 2007 a junho de 2009, foi acusado de fazer cópias de arquivos da empresa para seu computador pessoal. Antes do delito, o Goldman Sachs chegou a escrever uma carta de recomentação para Sergey. Mas logo a empresa descobriu que Sergey tinha roubado os códigos secretos usados na avaliação dos investimentos da GS.

Agora um tribunal de Manhattan condenou Sergey, atualmente com 41 anos, culpado do roubo. Os códigos dizem respeito a transações de investimentos realizadas em elevada velocidade. Sergey foi condenado a oito anos de prisão.

Otimista

Fonte: aqui

Mais admiradas

As empresas mundiais mais admiradas: 1 Apple 2 Google 3 Berkshire Hathaway 4 Southwest Airlines 5 Procter & Gamble 6 Coca-Cola 7 Amazon.com 8 FedEx 9 Microsoft 10 McDonald's Fonte: Aqui

A Fritura de Agnelli

Na avaliação do Planalto, Agnelli [executivo da Vale do Rio Doce] comanda a empresa olhando apenas para os acionistas, sem pensar nos interesses do País. Dilma, a exemplo de seu antecessor, gostaria de ver a Vale investindo mais em siderúrgicas, e não apenas extraindo e exportando minério de ferro e outros minerais. A empresa não concorda que a atual estratégia esteja errada.
“Exportar minério é bom para a companhia e bom para o País”, disse à DINHEIRO Fábio Spina, diretor global, jurídico e de relações institucionais da Vale. “Nossas exportações são de US$ 23 bilhões, mais do que o superávit do País.”
Se desagrada ao governo, a gestão técnica é aprovada pelo mercado, que não simpatiza com uma substituição neste momento, por entender que seria uma prova de ingerência política numa empresa que, no ano passado, teve lucros recordes e distribuiu US$ 3 bilhões em dividendos. Desde 2001, quando Agnelli assumiu a direção da mineradora, seu valor de mercado saltou de US$ 10 bilhões para US$ 158 bilhões. “A maior parte do lucro na cadeia produtiva está no minério”, diz Leonardo Alves, analista de mineração da corretora Link. “Não faz tanto sentido investir em aço.”

Salários da F1

Fonte: aqui

Emergentes

O papel dos países emergentes na economia mundial é cada vez maior. A figura mostra a participação no PIB. Após a crise, em razão da recessão nos países desenvolvidos, o peso ficou ainda maior.

20 março 2011

Rir é o melhor remédio

Teoria do Caos - Por Pedro Correia



Escândalos contábeis chineses estimulam troca de auditoria

Postado por Pedro Correia
Devido a diversos escândalos contábeis, algumas empresas chinesas que tem ações negociadas nas bolsas dos EUA estão descartando empresas de auditoria menores e estão contratando as Big Four para convencer os investidores de que a contabilidade é confiável.

"Companies are under pressure from investors to get the best auditor they can," said Paul Gillis, an accounting professor at Peking University in Beijing.

More than 200 Chinese companies are listed on U.S. exchanges, and hundreds more trade on over-the-counter bulletin boards. In the last five months, at least 15 have upgraded to a Big Four auditor -- Deloitte, Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers or KPMG -- from a smaller firm, according to an analysis from Audit Analytics.

Os investidores veem a troca como bastante positiva. Um exemplo recente ocorreu com a empresa China Valves Technology (CVVT.O), as suas ações subiram 18 % em 18 de janeiro, quando a companhia anunciou que pretendia contratar uma das Big Four.

Nossa pequena Harvard

Por Pedro Correia

Excelente reportagem da revista Veja sobre o IMPA:

Escondido em meio à Floresta da Tijuca e pouco conhecido até mesmo dos cariocas, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada rivaliza em excelência com as melhores universidades americanas.

Embora não seja muito conhecido entre os próprios cariocas, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) é unanimemente apontado entre os especialistas como um dos principais centros de pesquisa do mundo. Ancorado em sólida produção científica, exibe uma performance surpreendente, ultrapassando índices de departamentos de universidades americanas como Harvard, Princeton e Berkeley. Segundo dados da American Mathematical Society, a instituição brasileira publica, em média, 2,03 artigos relevantes por pesquisador ao ano, enquanto Harvard alcança 1,89 e Princeton, 1,83. “Sempre buscamos a excelência, e essa performance é apenas o resultado desse compromisso”, orgulha-se o diretor César Camacho.

O Impa tem formado sucessivas gerações de gente que faz diferença. O mais reconhecido é Jacob Palis, 71 anos, tido como gênio mundial dos sistemas dinâmicos. No ano passado, Palis, doutor por Berkeley, nos Estados Unidos, foi agraciado com o Prêmio Balzan, uma das principais distinções europeias. Além de ser o primeiro brasileiro a receber a honraria — e o 1,2 milhão de reais que a acompanha — , Palis tornou-se o sétimo matemático a entrar para o grupo de agraciados. Empenhado em transmitir seus conhecimentos, ele se emociona ao relembrar que orientou 41 teses de doutorado ao longo da carreira. Desde então, esses mesmos doutores já formaram outros 150 matemáticos do instituto. “Essa é a essência do conhecimento, em que os mais experientes formam os mais jovens, sucessivamente”, resume.

Nas grandes universidades do mundo, os pesquisadores de ponta gozam de uma invejável independência, seja para dispor de seu tempo, seja para escolher os rumos de seu trabalho. O mesmo acontece com os matemáticos da ilha de excelência carioca. O fato de não terem de dar aulas para graduação lhes permite uma maior dedicação a seus próprios projetos. É curioso observar que, frequentemente, um estudante de determinada área não entende absolutamente nada das outras. “Eu sou da computação gráfica e as outras especialidades são praticamente outra língua para mim”, confessa Diego Nehab. Aos 34 anos, ele é representante da nova geração de estudiosos do instituto. Doutorou-se em Princeton e passou pelo centro de inovação da Microsoft, na costa oeste americana. Com tantas credenciais, Nehab poderia ter continuado nos Estados Unidos, mas, quando soube da vaga, decidiu que era a hora de voltar. “Aqui tudo funciona. Os equipamentos são ótimos”, diz ele. Trajetória semelhante teve Carolina Araújo, de 34 anos. Como Nehab, ela fez doutorado em Princeton. Lá, sua sala ficava no mesmo andar do escritório de John Forbes Nash, ganhador do Nobel de Economia em 1994 — e inspirador do filme Uma Mente Brilhante. “Ele ia diariamente à universidade. Sempre nos cumprimentávamos”, recorda. A perspectiva de desenvolver projetos na área de geometria algébrica a animou a trocar os Estados Unidos pelo Rio. Com isso, tornou-se também a única mulher a ocupar um posto na elite do Impa.

Presenças marcantes no belo câmpus do Horto, os estrangeiros parecem se sentir em casa. Adepto de um uniforme pouco usual entre as estrelas acadêmicas de seu país, o argentino Reimundo Heloani, de 33 anos, percorre os amplos corredores do instituto de camiseta, bermuda e chinelo de dedo, aliás um visual comum por ali, principalmente entre os expatriados. Com especialização no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e em Berkeley, escolheu o Brasil para fazer suas pesquisas em uma área aqui ainda pouco explorada, a física matemática.

19 março 2011

Rir é o melhor remédio


Justiça isenta venda de ações do IR

Postado por Pedro Correia


A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem, por maioria de votos, que não incide Imposto de Renda (IR) sobre a venda de ações e participações societárias adquiridas durante a vigência do Decreto-Lei nº 1.510, desde que elas tenham sido mantidas pelo detentor por pelo menos cinco anos. A norma, editada em 1976, garantia a isenção do IR sobre o ganho de capital obtido com a venda desses papéis, com a condição de que não houvesse transferência durante o período de cinco anos. O objetivo da regra era promover o mercado de capitais.

O decreto foi revogado em 1988, pela Lei nº 7.713. Com isso, voltou a ser aplicada a alíquota de 15% de IR sobre os ganhos de capital. Por esse motivo, os contribuintes começaram a entrar na Justiça defendendo o direito adquirido à isenção do tributo sobre os ganhos de capital relativos a ações e participações adquiridas na época. A discussão começou no fim da década de 80, mas ainda permanece atual - tanto pelos processos que ainda tramitam quanto pelas novas ações movidas por contribuintes que venderam esses papéis recentemente.

...O julgamento da 1ª Seção havia sido interrompido em novembro por um pedido de vista do ministro Benedito Gonçalves. Em seu voto de ontem, favorável aos contribuintes, o ministro declarou que o benefício estabelecido pelo Decreto-Lei 1.510 é uma isenção tributária com condição onerosa - ou seja, para usufruir da vantagem, o contribuinte tinha um ônus de adquirir os papéis, mas mantê-los por cinco anos. Já que se trata de uma isenção com condição onerosa, entenderam os ministros, que o direito adquirido se aplicaria ao caso.

Segundo o advogado Flávio Eduardo Carvalho, do escritório Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados, a decisão de ontem é importante - mesmo que não haja recurso repetitivo - porque direciona o entendimento do STJ sobre a matéria. "Embora a discussão seja antiga, muitas autuações começaram a surgir agora, pois a Receita não tem concordado com a isenção pleiteada pelas pessoas que estão vendendo hoje essas ações e participações societárias", afirma Carvalho.

O advogado Marcos Joaquim Gonçalves Alves, do Mattos Filho Advogados, aponta que o posicionamento do STJ segue o entendimento da Súmula nº 544 do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual as isenções concedidas de forma onerosa não podem ser livremente suprimidas. "A decisão é importante porque traz segurança jurídica nessas operações", afirma Alves. Para ele, além dos casos envolvendo o IR, a decisão de ontem também poderia impactar discussões sobre benefícios fiscais concedidos às empresas pelos governos estaduais, desde que elas cumpram determinadas condições previstas em contrato. Segundo Alves, o posicionamento do STJ indica que isenções condicionadas devem ser garantidas.

Maíra Magro De Brasilia
15/03/2011 - Valor Econômico

Caixa Dois

Postado por Pedro Correia
Desde o episodio do escândalo do mensalão que os representantes dos partidos tem se defendido sob a alegação de que os recursos envolvidos têm origem no que denominam “Caixa Dois” e que simplesmente não foram escriturados na contabilidade partidária.

...O que temos observado nessa confusão de mensalões e de caixa dois é uma renuncia, talvez por desconhecimento, ao princípio básico das partidas dobradas e ao fato de que a contabilidade deve fazer seus registros para identificar as relações com as outras partes (devedores e credores), respeitando o princípio da entidade – consignada, aliás, no vetusto Código Comercial Brasileiro. Neste sentido o não registro de uma entrada de caixa na contabilidade partidária deveria ensejar ações em dois sentidos: o primeiro na identificação da sua origem (de onde o dinheiro veio) e o segundo voltado para a identificação de seu destino (para onde o dinheiro foi).

É elementar que o dinheiro confessadamente recebido como caixa dois pelos partidos tenha servido para efetuar pagamentos totais ou parciais “por fora” mediante a exigencia dos fornecedores e prestadores de serviço desses mesmos partidos para “evitarem” os efeitos da carga tributária e, a partir daí, estabelecerem todo um mecanismo de proteção patrimonial junto aos denominados paraisos fiscais.

Infelizmente tal levantamento, até onde é do nosso conhecimento, não vem sendo feito pois ao que parece as autoridades estão mais interessadas no noticiário das páginas políciais do que na apuração e investigação contábil quando procurariam adotar a idéia de seguir permanentemente o dinheiro desse malfadado caixa dois (Follow The Money). A adoção de tal fundamento permitiria comprovar que o valor do caixa dois foi recebido pela outra parte que, por sua vez, deveria estar sentada no banco dos réus. Talvez até na condição de ator principal e não de coadjuvante.

Fonte: Blog do Lino Martins

QI e Riqueza

Eles descobriram que a inteligência fez a diferença no produto interno bruto. Para cada aumento de um ponto no QI médio de um país, o PIB per capita era de 229 dólares mais alto. Isso fez uma diferença ainda mais nos 5 por cento da população mais esperta: para cada ponto adicional de QI nesse grupo, o PIB per capita foi de 468 dólares mais elevado. Fonte: aqui

18 março 2011

Rir é o melhor remédio


Teste 449

A Venezuela possui uma das gasolinas mais baratas do mundo. O preço do litro do combustível naquele país corresponde a um valor: 

Abaixo de R$0,50 o litro
Entre R$0,50 e R$1,00 o litro
Acima de R$1,00 o litro

Resposta do Anterior: Estados Unidos, Rússia e São Cristovão, na ordem. Fonte aqui

Links

Um mapa para você localizar seu jornal

Petrobrás, tecnologia e o desastre ambiental do Golfo do México

Tenis: saque a 251 km por hora e nenhuma reação de Karlovic

Reputação dos hospitais e medidas de qualidade Remuneração no Brasil:

CVM e estrutura societária no Brasil

Receita e stock options (aqui também)

RTT, Depreciação do Imobilizado e Receita

Empresas e o risco sistêmico (aqui também)

Efeito do terremoto do Japão deve ser de curto prazo

Murdoch compra empresa da filha, pagando um preço acima do mercado

Contador do blog da Bethânia iria receber R$2500 por mês

McDonald´s e as condições de trabalho no Brasil (E ela ainda é eleita um boa empresa para se trabalhar!)

Opiniões divergentes sobre a IFRS

Balanço de empresas chinesas

Os melhores perfumes estão nos menores frascos

Postado por Pedro Correia
Como ditado, isso não é lá muito verdade. Contudo, a máxima é válida ao se referir a perfumes,vinhos e semelhantes. Vamos lá: imagine que existem dois tipos de perfumes: o (b)om e o(f)edorento. O (b) tem um custo de R$ 10 por cm^3. Já o (f) custa apenas R$1 por cm^3.Calcule o custo da embalagem de acordo com o volume. Suponha que o embalagem com ladosde 1 cm (capaz de conter 1 cm^3, portanto) e que custa R$1,00 . Imagine que dobrarmos o tamanho de suas arestas. O resultado vai ser uma cubo de 8 cm^3 e que custará R$4 para serproduzido (os custos da caixa são proporcionais a área dos seus lados).Vejamos agora os custos de cada perfume:


Perfume bom- Grande 84 (4+8*10) Pequeno - 11(1+1*10)

Perfume fedorento - Grande 12 (4+8*1)- Pequeno 2(1+1*1)

Veja, perfume bom custa 7 (84/12) vezes o preço do fedorento. Já na embalagem pequena, o perfume bom custa apenas 5.5 vezes mais (11/2). Dessa forma, em termos relativos, o melhor perfume para o consumidor na embalagem menor do que na grande. Entendeu porque vinho ruim é vendido em garrafão?*

*Se você quiser saber mais aplicações da mesma lógica procure se informar sobre o Teorema de Alchian Allen (1968).
Texto de Leonardo Monastério

PIB per capita x Reservas

Postado por Pedro Correia

Ao contrário do que as teorias sobre maldições de recursos naturais sugerem, existe uma forte correlação positiva entre o valor de reservas de petróleo e gás natural per capita e o nível da PIB per capita (vide gráfico abaixo com dados de renda per capita PPP do IMF/WEO e reservas de petróleo e gás da British Petroleum, para países com mais de 200 barris de petróleo equivalente per capita em 1990).

É interessante notar quem está acima e abaixo da linha de regressão.




Texto de Irineu de Carvalho

Obras somem

Dezessete das 612 obras de arte que estavam listadas num processo criminal de 2005 não foram localizadas na última semana na antiga casa do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, segundo laudo feito por um perito designado pela Justiça.
Entre as obras há duas urnas funerárias marajoara e uma da cultura Santarém. O conjunto é avaliado em R$ 160 mil. Há também foto de Nan Goldin, uma das mais importantes artistas americanas dos anos 90, avaliada pelos peritos em R$ 13 mil, mas que vale pelo menos o dobro, segundo galeristas. A Folha apurou que a foto esteva na casa quando o Banco Santos sofreu intervenção do Banco Central, em 2004.
Obras somem da casa de Edemar, diz perito - Folha de São Paulo

Valor Justo

Ao contrário do que fez a rival BR Malls, a administradora de shopping centers Multiplan optou por manter a prática contábil de avaliar seus empreendimentos pelo custo e não pelo valor justo. A norma contábil internacional IFRS, que as duas empresas seguem a partir do balanço de 2010, permite essa escolha, embora a troca do custo pelo valor justo seja facilitada, enquanto o caminho inverso não. "Fomos conservadores e consistentes. Se tivéssemos trazido a valor justo o patrimônio, teríamos um efeito muito positivo", explica Armando d'Almeida Neto, diretor vice-presidente e de relações com investidores da Multiplan.
Com isso, as propriedades para investimento foram avaliadas em R$ 2,5 bilhões no ativo, embora em nota explicativa o valor justo divulgado seja de R$ 12,3 bilhões. Se a opção contábil fosse outra, essa diferença teria impacto no lucro líquido da Multiplan.
(Téo Takar e Paola de Moura - Fonte: Valor Econômico - IFRS: Multiplan rejeita VALOR JUSTO para shoppings

Preço da Gasolina

Um estudo, parcialmente publicado no Valor Econômico de 15 de março (Gasolina está 13% mais barata no Brasil) mostra que as grandes distribuidoras pagavam, em junho de 2009, US$ 0,56 por litro de gasolina vendido pela Petrobrás. Este valor corresponde a 11,1% a mais que o cobrado na Costa do Golfo. Nos dias de hoje, o preço na Costa do Golfo é de US$0,75, enquanto a Petrobrás cobra US$0,64 por litro, ou 12,9% a menos.

Já as distribuidoras cobram R$2,28 dos postos, enquanto estes possuem um preço médio de 2,61 reais. 

Quando se analisa os dados percebe algo estranho. Se as distribuidoras compram o produto por US$0,64, isto corresponde a R$1,10, aproximadamente. Repassando o produto a R$2,28, a margem seria muito grande. A diferença provavelmente estaria nos impostos.

Petrobras e Dívida

A relação entre a Petrobras e os bancos públicos nunca foi tão próxima. A estatal terminou 2010 com uma dívida líquida recorde de R$ 46,3 bilhões com BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, revelam dados coletados pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mansueto de Almeida, no balanço mais recente divulgado pela empresa. 
Esse montante respondeu por quase 40% do endividamento total da estatal, que chegou a R$ 117,9 bilhões em 2010. O levantamento demonstra um crescimento exponencial da dívida da Petrobras com BNDES, BB e Caixa nos últimos três anos. Em 2006, a companhia tinha crédito a receber de R$ 2,55 bilhões com os bancos públicos.[1] 
Essa mudança suscita críticas entre os especialistas. "Uma empresa do porte da Petrobras não deveria recorrer aos bancos públicos, porque tira recursos de outros setores da economia", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) [2]. BNDES, BB e Caixa negam que, por causa dos empréstimos da Petrobras, faltem recursos para outras empresas. 
De acordo com a assessoria de imprensa da Petrobras, o endividamento crescente reflete o apetite por novos projetos. Nos últimos quatro anos, os investimentos da Petrobras mais que quadruplicaram, saindo de R$ 16,5 bilhões em 2006 para R$ 76,4 bilhões no ano passado. Foi uma mudança importante no perfil da petroleira, que desde o início dos anos 2000 privilegiava a redução da dívida e a remuneração dos acionistas.
Petrobras deve R$ 46 bi a bancos oficiais - Estado de São Paulo [1] É estranha esta frase. O texto analisa a situação atual e insere uma informação de 2006 [não seria final de 2006?] [2] Depende da política do governo. Parece que uma política econômica do nosso governo é formar grandes conglomerados, muitos deles com a participação ativa do governo. É o caso da Petrobrás, JBS e Vale.

Pirataria e poder de compra

A pesquisa aponta que o brasileiro, ao comprar produto pirata, sente no bolso quase o mesmo que os moradores dos Estados Unidos sentem quando adquirem o produto original. O Batman saía por cerca de US$ 3,50 no mercado ilegal do Brasil em 2008 (ano em que foi feita a tomada de preços), só que esse valor, para a renda de um morador do País, corresponde ao que seria um gasto de US$ 20 para um americano. 
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Brasil foi de US$ 10,5 mil em 2008, pouco mais do que um quinto do americano (US$ 47,2 mil), segundo base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre cinco países em desenvolvimento pesquisados, a Índia é o que se encontra em pior situação. O DVD do Batman pesa no bolso dos indianos o que equivaleria a US$ 641 para os moradores dos Estados Unidos. No país asiático, o PIB per capita foi de apenas US$ 2,9 mil no ano em que os dados foram coletados. 
A Rússia, um dos países que estão na berlinda por questões relacionadas à pirataria e à falsificação, está melhor que o Brasil quando se analisa o peso do produto original no bolso do cidadão. O preço do Batman oficial ajustado ao poder de compra da população é de US$ 75. A versão ilegal do mesmo filme fica em US$ 25 no preço relacionado ao poder de compra - praticamente o mesmo valor do produto original nos EUA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No Brasil, DVD pirata custa mais que o triplo nos EUA - Estado de São Paulo

Os maiores acordos de divórcio


Fonte: Aqui

Fato Gerador, Tributo, Nike e Robinho

Sobre o caso Robinho versus Nike:


Em correspondência de 17 de fevereiro, a Nike responde que não pagou a parcela de janeiro porque "não recebeu a respectiva fatura".
A carta diz ainda que a nota deve ser enviada "com seis semanas de antecedência".
No final do documento, Otto Volgenant, advogado holandês da empresa, pede que Robinho mande a fatura em questão para a Nike. 
A correspondência pegou o jogador de surpresa. "Não existe essa obrigação constituída no contrato, na versão em português", diz a ação de Robinho no Brasil, assinada pela advogada Marisa Alija. 
A Nike argumenta que tal obrigação está no contrato em inglês _e que Robinho concordou com a cláusula que dá preferência a essa versão em caso de dúvidas. 
Na ação no Brasil, o atleta afirma que "nos últimos quatro anos, não se emitiu uma única fatura" e sustenta ainda que, no dia 11 deste mês, venceu o prazo para que a empresa quitasse a dívida. Nesta quinta-feira, a advogada do atleta, Marisa Alija, disse que, desde que o Robinho foi morar na Europa, "não mais existe a tributação no Brasil, e sim no país onde ele tem domicílio fiscal". Daí, segundo ela, a desobrigação de emitir fatura [*]. Ainda segundo a ação, "as notas não mais foram emitidas porque o pagamento passou a ser feito na Europa --na Holanda-- onde não se emite nota".

[*] Receita Federal: observe a questão do fato gerador. No período que o jogador esteve atuando no Brasil deve ser emitida a fatura, e pago todos os impostos.

É interessante notar que a Nike patrocina a Seleção Brasileira. E que na última convocação não apareceu o nome do jogador.

17 março 2011

Rir é o melhor remédio








Mergulhando ... (Mais, aqui)

Teste 448

A prisão é uma forma da sociedade punir as pessoas que não obedecem a lei. No Brasil, de cada cem mil pessoas, 253 são presos. No Timor Leste a proporção é de 20 para cem mil. Qual o país que possui a maior população de presos, proporcional, do mundo? Os três primeiros, em ordem alfabética, são listados abaixo:

Estados Unidos
Rússia
São Cristovão e Nevis

Resposta do anterior: PwC.

Maldição do Vencedor

Maldição do Vencedor - Postado por Pedro Correia
A revista Conjuntura Econômica de fevereiro traz uma entrevista especial com o economista Paul Milgrom. Milgrom é conhecido no meio acadêmico por suas contribuições para a área de leilões, contratos e economia industrial. Fora da academia ele tem contribuído em diversas áreas, principalmente em leilões. Em particular, desenhou o leilão ascendente simultâneo (LAS) usado nos EUA e em vários outros países para vender espectro de rádio, e que tem gerado centenas de milhões de dólares de receita para os governos. Além disso, é consenso entre economistas que as contribuições de Paul Milgrom nas áreas de teoria de leilões, teoria dos jogos, organizações e finanças, o fazem merecedor de um Prêmio Nobel.

Segue trecho da entrevista, em que ele comenta sobre "a maldição do vencedor":

O governo brasileiro cederá à Petrobras os direitos de exploração dos blocos de pré-sal adjacentes àqueles que já são de sua propriedade, com o argumento de que ela tem “melhor informação sobre a viabilidade desses blocos”. É uma boa ideia?

Esse é um exemplo clássico da “maldição do vencedor”, e também ilustra uma situação na qual o leiloeiro se sai melhor quando distingue participantes fortes e fracos. A “maldição do vencedor” funciona assim: se um participante– digamos a Petrobras – está mais informado que os outros e se um participante menos informado vence o leilão, então o vencedor está “amaldiçoado”. A razão é simples: caso os direitos valessem muito a Petrobras teria dando lances agressivos para adquiri-los. Uma maneira simples de lidar com a “maldição do vencedor” é excluir o participante forte, bem informado. Se essa é uma boa ideia depende de uma análise específica. Por exemplo: é necessário avaliar a possibilidade de que a Petrobras distorça o resultado de qualquer maneira, vendendo ou trocando sua informação superior com outro participante. Outra questão é o número de participantes. E, dependendo dos fatos, pode haver outras maneiras menos custosas de mitigar a “maldição do vencedor” do que excluir a Petrobras.
Entrevista completa em português: aqui.
Entrevista completa em inglês: aqui

O milagre das Ilhas Maurícia

O milagre das Ilhas Maurícia - Postado por Pedro Correia

O nobel de economia, Joseph E.Stiglitz, escreveu excelente artigo sobre a desconhecida Maurícia.Aqui estão alguns pontos interessantes:

"Mas Maurícia,é uma pequena nação-ilha ao lado da costa leste da África, não é particularmente rica, e nem está no caminho para a ruína orçamental. No entanto, o país passou as últimas décadas com êxito na construção de uma economia diversificada, um sistema político democrático e uma forte rede de segurança social. Muitos países, sobretudo os EUA, poderiam aprender com sua experiência.

A Maurícia aumentou a renda per capita de menos de 400 dólares na época da independência, em 1968, para mais de $ 6.700 hoje. O país progrediu a partir da monocultura açucareira para uma economia diversificada que inclui o turismo, finanças, produtos têxteis e, se os planos atuais derem certo, de tecnologia avançada.

A Maurícia reconheceu que, sem recursos naturais, seu povo é seu único ativo. Talvez,a valorização de seus recursos humanos é também o que levou Maurícias para perceber que, sobretudo tendo em conta as possíveis divergências religiosas, étnicas e políticas - que alguns tentaram explorar a fim de levá-la a continuar a ser uma colônia britânica - a educação para todos foi fundamental para a unidade social. Então, foi um forte compromisso com as instituições democráticas e a cooperação entre trabalhadores, governo e empregadores que levu o país ao sucesso. O que de fato é precisamente o oposto do tipo de discórdia e divisão engendrado pelos conservadores nos EUA de hoje. "


A Maurícia ocupa a 12ª posição em 183 países no índice da Heritage Foundation of Economic Freedom - três lugares atrás os EUA.

Para aqueles que não conhecessem esta ilha :


Plágio

O aumento da incidência do plágio - apropriação indevida da obra intelectual de outra pessoa - em produções científicas vem preocupando pesquisadores em todo o mundo. No Brasil, embora não haja estudos que apontem o crescimento da prática, a falta de regras claras para a definição e a prevenção dessa conduta considerada antiética torna a questão bastante delicada. A avaliação é da pesquisadora da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Sônia Vasconcelos, que estuda o assunto. 

A professora, que participou nesta quarta-feira, 16, no Rio de Janeiro, de um seminário sobre o tema, promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explicou que há levantamentos que apontam que a identificação de má conduta, entre elas, a ocorrência de plágio, triplicou entre a década de 1970 e 2007, tendo passado de menos de 0,25% para 1%, em estudos submetidos ao Medline, base de dados de produções da literatura internacional da área médica e biomédica. 

 (Fonte: Blog do Jomar)

Cidades

As maiores cidades no ano de 1900 e sua população (em milhões de habitantes):
1. Londres = 6,5 milhões
2. Nova Iorque = 4,2
3. Paris = 3,3
4. Berlim = 2,7
5. Chicago = 1,7
6. Viena = 1,7
7. Tóquio = 1,5
8. São Petersburgo = 1,439
9. Manchester = 1,435
10. Filadelfia = 1,418

 Em 1950
1. Nova Iorque = 12,5
2. Londres = 8,86
3. Tóquio = 7
4. Paris = 5,9
5. Xangai = 5,4
6. Moscou = 5,1
7. Buenos Aires = 5
8. Chicago = 4,9
9. Ruhr = 4,9
10. Calcutá = 4,8

 É interessante notar que há 60 anos somente duas cidade do terceiro mundo (Buenos Aires não conta) estavam na lista: Xangai e Calcutá.

Herança Explica os Bilionários Brasileiros

Segundo a lista global da revista "Forbes" divulgada anteontem, metade dos 30 bilionários brasileiros teve a colaboração de herança para alavancar seu patrimônio.
É o caso da família Steinbruch (da CSN), dos Ermírio de Moraes (Votorantim) e de Abilio Diniz (Pão de Açúcar).
Dos 12 brasileiros que estão pela primeira vez no ranking, 9 devem à herança ao menos parte da sua presença na lista --são herdeiros do Itaú Unibanco e do Bradesco.
No topo da lista, porém, o cenário é diferente. As quatro pessoas mais ricas do país têm a fortuna chamada "self-made", ou por esforço próprio: Eike Batista, Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra e Marcel Telles. (...)
Herança é origem da fortuna de 50% dos bilionários do Brasil – Folha de São Paulo – Álvaro Fagundes

Pesquisa no Brasil

A seguir, trechos da entrevista com Miguel Nicolelis, concedida ao Estado de São Paulo, sobre ciência

O que você acha da política científica brasileira? 

Está ultrapassada. Principalmente, a gestão científica. Foi por isso que eu escrevi o Manifesto da Ciência Tropical (PS do Viomundo: publicado primeiro aqui mesmo, neste espaço). O mais importante nós temos: o talento humano. Mas ele é rapidamente sufocado por normas absurdas dentro das universidades. Não podemos mais fazer pesquisa de forma amadora. Devemos ter uma carreira para pesquisadores em tempo integral e oferecer um suporte administrativo profissional aos cientistas. Visitei um dos melhores institutos de física do País, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e o pessoal não tem suporte nenhum. Se um americano do Instituto de Física da Universidade Duke visitar os pesquisadores brasileiros, não vai acreditar. Eles tomam conta do auditório, fazem os cheques e compram as coisas, porque não é permitido ter gestores científicos com formação específica para este trabalho. Nós preferimos tirar cientistas que despontaram da academia. Aqui no Brasil há a cultura de que, subindo na carreira científica, o último passo de glória é virar um administrador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ou da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É uma tragédia. Esses caras não tem formação para administrar nada. Nem a casa deles. Não temos quadros de gestores. A gente gasta muito dinheiro e presta muita atenção em besteira e não investe naquilo que é fundamental. 

Como avaliar mérito na academia?

Nós publicamos mais do que a Suíça. Mas o impacto da ciência suíça é muito maior. Basta ver o número de prêmios Nobel lá. E eles têm apenas cinco milhões de habitantes. Na academia brasileira, as recompensas dependem do que eu chamo de "índice gravitacional de publicação": quanto mais pesado o currículo, melhor. Ou seja, o cientista precisa colecionar o maior número de publicações - sem importar tanto seu conteúdo. Não pode ser assim. O mérito tem de ser julgado pelo impacto nacional ou internacional de uma pesquisa. Não podemos dizer: quem publica mais, leva o bolo. Porque aí o sujeito começa a publicar em qualquer revista. Não é difícil. A publicação científica é um negócio como qualquer outro. Mesmo se você considerar as revistas de maior impacto. Também não adianta criar e usar um índice numérico de citações (que mede o número de citações dos artigos de um determinado cientista).

Talento não está no número de citações: é imponderável. Meu departamento na Universidade Duke nunca pediu meu índice de citação. Também nunca calculei. Quando sai do Brasil, achei que estava deixando um mundo de lordes da ciência. Fui perguntando nome por nome lá fora. Ninguém conhecia. Ninguém sabia quem era. Críamos uma bolha provinciana que deve ser estourada agora se o Brasil quer dar um salto quântico. Mas as pessoas têm receio de falar com medo de perder o financiamento. Há outras formas de medir o impacto científico: ver o que cara está fazendo e consultar a opinião de pessoas que importam no mundo, dos líderes de cada área. Sob este ponto de vista, o impacto da ciência brasileira é muito baixo. E precisamos dizer isso sem medo. Não dá para esconder o sol com a peneira.

Quando decidem criar um Instituto Nacional (de Ciência e Tecnologia), em vez de dividir o dinheiro entre 30 ou 40 pesquisadores promissores, preferem pulverizar o dinheiro entre 120 cientistas, muitos deles com propostas que não vão chegar a lugar nenhum. Cada um recebe um R$ 1 milhão, uma quantia considerável na opinião de muita gente mas que não paga nem a conta de luz de um projeto bem feito. Não podemos ter receio de selecionar os melhores. Você precisa escolher os bons jogadores, não os pernas-de-pau. Outra coisa: só o Brasil ainda admite cientista por concurso público. Cientista tem de ser admitido por mérito, por julgamento de pares, por entrevista, por compromisso, por plano de trabalho.
Qual é o futuro dos jovens pesquisadores no País?

Atualmente, eles têm uma dificuldade tremenda de conseguir dinheiro porque não são pesquisadores 1A do CNPq. Você precisa ser um cardeal da academia para conseguir dinheiro e sobressair. Com um físico da UFPE, cheguei à conclusão de que Albert Einstein não seria pesquisador 1A do CNPq, porque ele não preenche todos os pré-requisitos - número de orientandos de mestrado, de doutorado.

Se Einstein não poderia estar no topo, há algo errado. Minha esperança é que o futuro ministro ataque isso de frente pois, até agora, ninguém teve coragem de bater de frente com o establishment da ciência brasileira. Ninguém teve coragem de chegar lá e dizer: "Chega! Não é assim! A ciência não está devolvendo ao povo brasileiro o investimento do povo na ciência." Os cientistas brilhantes jovens não têm acesso às benesses que os grandes cardeais - pesquisadores A1 do CNPq - têm, muitos deles sem ter feito muita coisa que valha.

Além disso, veja a situação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT, que assessora o presidente da República nas decisões relacionadas à política científica). O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) - agora, um grande matemático - me perdoe, mas ele não deveria ter cadeira cativa nesse conselho. O Brasil deveria ter um conselho de gente que está fazendo ciência mundo afora. E não pessoas que ocupam cargos burocráticos em associações de classe. Deveria ser gente com impacto no mundo. E pessoas jovens com a cabeça aberta. Mas as pessoas têm muita dificuldade de quebrar esses rituais.
 

Japão








Fonte: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui

Ilusão de ótica

O que é isto? 
 Uma obra de arte?



A resposta é:

16 março 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Teste 447


O blog divulgou hoje a lista das maiores empresas de auditoria dos Estados Unidos. Quando considera somente a atividade de auditoria (audit and attest), a maior empresa não é a Deloitte. Que empresa é esta?

Resposta do Anterior: R$0,42 vezes 223 vezes 30 = R$2 800 (aproximadamente)

Relação Espúria : Acesso Online e Citações

Relação Espúria - Acesso Online e Citações - Postado por Pedro Correia



Fonte: Online Access and Citations — A Spurious Relationship, Economists Say

Harvard - S.O.S.

Harvard - S.O.S.
Por Isabel Sales

Hoje eu estava conversando com o Glauber Barbosa (a quem agradeço) que me informou que Harvard está iniciando um trabalho com o Brasil para um intercambio entre professores e estudantes. Interessante, não é mesmo? Ainda mais após a postagem fresquinha sobre as top 100 universidades do mundo.

Acho importante o relacionamento saudável entre universidades internacionais. Isso conta, inclusive, na avaliação da Capes que incentiva o intercâmbio com outros centros, acordos e convênios com instituições internacionais.

Minha torcida por esse envolvimento Brasil-Harvard cessa a partir do momento em que eu leio que os norte-americanos buscam, adicionalmente, recursos financeiros nesses convênios. Isso mesmo. Recursos financeiros. Do Brasil. Para Harvard.

Bom, tendo em vista que somos a 7ª economia em expansão (EUA em primeiro), que não entramos na lista das maiores universidades (Harvard é a primeira) – se eu souber que o Brasil está financiando Harvard eu me tornarei uma mini-acadêmica muito frustrada. E irritada. Como foi publicado aqui no blog, o orçamento total de Harvard corresponde a 60% do orçamento total do Ministério de Educação e Cultura, cerca de US$ 25 bilhões. Todavia, falemos de outros pontos importantes.

A presidente de Harvard, Drew Gilpin Faust, estará em são Paulo no dia 23 de março. No jornal “The Boston Globe” publicado ontem, Faust e Hockfield (presidente da MIT – Massachusetts Institute of Technology) discorreram sobre como os Estados Unidos superaram muitos problemas, tais quais guerras e depressões. Assim, estar em um momento que envolve crise não é sinônimo de que o país não terá um futuro próspero, mas sim que são necessárias atitudes que levem a ressurreição da moral e da prosperidade.

As presidentes afirmam que acelerar a inovação e aplica-la ao mercado de trabalho requer comprometimento tanto da indústria quanto do governo. Segundo um novo relatório da Bettele, uma empresa de desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, as fontes públicas e privadas dos Estados Unidos ainda são líderes mundiais em financiamento de P&D (pesquisa e desenvolvimento). Todavia, a China, a Coréia, a Índia, a Rússia e o Brasil (!!!) estão expandindo seu comprometimento com P&D de forma muito mais rápida que os Estados Unidos e outros líderes tradicionais, como a Alemanha e o Japão.

Ela termina o seu texto com um parágrafo que diz: “O Congresso está frente a um déficit orçamentário nacional doloroso. Mas os Estados Unidos também sofrem de um déficit nacional de inspiração; nós acreditamos muito pouco no nosso poder de inventar um futuro melhor para focar prioridades que trarão resultados não no próximo trimestre, ou mesmo no próximo ciclo eleitoral, mas nas próximas gerações. A história e a ciência julgariam esse pessimismo um erro”.

Olha que bonito. Mesmo sendo a universidade n. 1 do mundo, ela continua buscando e pregando a excelência. Depois dessa, quem não quer contribuir com Harvard?

Leia mais em:
Harvard busca alunos, professores e fundos em outros países

As maiores empresas de contabilidade dos EUA


O maior mercado financeiro do mundo apresenta as seguintes maiores empresas na área contábil:

 É possível observar que a maior empresa, Deloitte, possui maior receita, maior número de empregados e escritórios (entre as “big four”). Sua receita é duas vezes maior que a quarta, a KPMG. 

Custo da água na Líbia

Postado por Pedro Correia
Líbia é um dos países mais secos do mundo, com apenas a região costeira (menos de 5% do país), recebendo mais de 100 milímetros de chuva por ano. Em 1953,pesquisas de petróleo no deserto do sul da Líbia levaram à descoberta não apenas das reservas de petróleo significativas, mas também grandes quantidades de água doce em aquíferos sob o deserto da Líbia. O Sistema Aqüífero da Núbia, o maior do mundo, está localizada na parte oriental do deserto do Saara e atravessa as fronteiras da Líbia, Chade, Sudão e Egito. Abrange uma enorme área e contém uma estimativa 150.000 km cúbicos de água subterrânea.

Devido a problemas de contaminação na água dessalinizada na costa da Líbia, em 1983 um grande projeto de engenharia, conhecido como o Great Man-Made River Project, foi criado para o abastecimento de água por meio de aqüíferos do deserto para a região costeira da Líbia e para a expansão da agricultura através da irrigação. Veja a imagem abaixo:




O projeto, de cinco fases dos quais três já foram concluídas, destina-se a fornecer 6,5 milhões de metros cúbicos de água por dia através de 4.000 km de tubulações provenientes de 1.100 poços através de cinco reservatórios, com um custo estimado de 25 bilhões de dólares. O custo desta água não-renovável ​​é de cerca de um décimo do custo da água dessalinizada.

Esse projeto é uma das maiores obras de engenharia do planeta e é conhecido como
Grande Rio Artificial da Líbia.

Fonte: The Economist

Multiplus


Três textos sobre a empresa Multiplus foram publicados no Valor Econômico de 11 de março de 2011. Os textos comentam sobre a redução de capital da empresa no valor de R$600 milhões:

Raras empresas estariam dispostas a abrir mão de R$ 600 milhões, o equivalente a 87% do seu patrimônio líquido, decisão tomada pela Multiplus, empresa que opera programas de fidelidade, por meio de uma redução de capital. Ainda mais inusitado é o fato de a medida ter sido adotada um ano depois de a empresa ter feito um aumento de capital praticamente do mesmo valor, R$ 692 milhões. A explicação oficial é que o “capital social subscrito é atualmente considerado alto e sua redução oferecerá perspectivas de otimização da estrutura de capital em favor do acionista”.
Multiplus faz redução de capital de R$ 600 milhões – Fernando Torres – Valor Econômico – 11 de março de 2011

A explicação da otimização da estrutura de capital é controversa, já que a teoria de finanças afirma não existir uma estrutura ótima. Na realidade, ao diminuir o capital próprio a empresa estaria mais alavancada.

O texto tenta encontrar as razões para decisão da empresa. A principal delas parece ser tributária:

De início, a Multiplus não precisaria ter feito uma oferta primária de ações no ano passado, com conseqüente aumento de capital, quando a controladora TAM decidiu desmembrar a companhia e colocar as ações em bolsa. Isso porque o dinheiro arrecadado na oferta foi praticamente todo usado na compra de passagens de forma antecipada da própria TAM que ainda possui 73% do capital da empresa de fidelidade. Se o interesse era abrir o capital dessa divisão de negócios e ao mesmo tempo reforçar seu caixa, a companhia aérea poderia ter feito uma oferta secundária de ações da Multiplus, obtendo os mesmos R$600 milhões que recebeu via compra de passagens.
 Ao optar pela oferta primária, a TAM não precisou pagar imposto de renda sobre ganho de capital, que seria necessário caso tivesse decidido vender uma fatia da Multiplus na distribuição secundária. Como o patrimônio da empresa de fidelidade era quase zero, a conta seria salgada. (...)

A segunda razão seria o fato da empresa ter gerado muito caixa no exerício passado, sem um grande lucro líquido. A distribuição de dividendos estaria limitada pelo lucro, que foi reduzido; para compensar, a empresa fez a redução de capital. Ou seja, a operação seria uma distribuição de dividendos disfarçada:

A Multiplus teve geração de caixa de R$919 milhões no ano passado, enquanto o lucro líquido somou apenas R$118 millhões.
 Por ser uma empresa nova, sem lucros acumulados, a companhia não tinha como pagar nada além dos 118 milhões na forma de dividendos.
 A diferença entre a geração de caixa e o lucro se explica não só pela antecipação de compra de passagens prêmio da TAM, evitando desembolsos que ocorreriam normalmente, como também pelo sistema de reconhecimento da receita da companhia.Embora a Multiplus receba o caixa quando vende os pontos às parceiras, a receita e o correspondente custo só são registrados quandos os pontos são resgatados.Multiplus abre mão de caixa – Fernando Torres – Valor – D1

Finalmente o texto tenta explica a questão dos pontos não usados:

Os pontos esquecidos e perdidos pelos participantes do programa de fidelidade responderam por 23% do faturamento da Multiplus no ano passado. A companhia registrou receita de R$122 milhões em 2010 por conta do vencimento de pon tos não resgatados. E essa entrada não tem nenhum custo como contrapartida, explica o professor Ricardo Almeida, do Insper, o que significa que o efeito aparece diretamente no lucro. O nome usado para tratar desse despedício de pontos é taxa de “breakage”, que fechou o ano passado em 22,6%, considerando o período de 12 meses.
 (...) Apesar do bom resultado gerado atualmente, a própria Multiplus afirma, no relatório que fala dos números do quarto trimestre, que essa taxa “tende a apresentar uma tendência natural de queda no longo prazo (...)” (...) Os anlista do BTG Pactual projetam que essa taxa ficará em 19% no longo prazo.
Pontos sem resgate viram receita na Multiplus – Fernando Torres – Valor Econômico – 11 de março – p. D3

Isto não parece ser realmente um problema. 

Investidor

Após perder US$ 2 milhões (R$ 3,3 milhões) com a compra de ações no Brasil no fim dos anos 1990, o investidor Ned Smith Junior ingressou com recurso na Justiça na tentativa de obter os valores de volta junto às corretoras e bancos locais que fizeram as aplicações. Mas Ned não apenas perdeu a causa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) - instância máxima para julgar esse tipo de questão no Judiciário - como seu processo marcou um entendimento importante do tribunal a respeito de quais investidores podem pedir ressarcimento por prejuízos em aplicações financeiras.
O STJ fez uma diferenciação entre dois tipos de investidores: os habituais e os esporádicos. Os primeiros são aqueles que atuam diariamente no mercado e operam com risco. Os segundos são os que possuem poucas aplicações que não contêm grandes riscos como CDBs e fundos DIs.
"O grande investidor ou investidor habitual conhece o negócio, acompanha o mercado, sabe os riscos que corre", afirmou ao Valor o ministro Sidnei Beneti, relator do caso. Esse investidor "profissional" teria menos chances de vencer ações na Justiça em caso de perdas no mercado financeiro pois é visto como alguém que monitora o mercado e faz aplicações quase diariamente com a percepção de possíveis prejuízos.
"Já o investidor episódico, que aplica em fundos DI e CDBs, é diferente", completou o ministro. Nessa visão, o investidor de CDBs não seria um profissional, mas apenas alguém que aplica seus recursos em intervalos de tempo maiores. Esse investidor teria mais chances de ser protegido pela Justiça, caso perca quantias por má administração de bancos e corretoras, pois é considerado mais vulnerável à atuação dos administradores. (...)
STJ rejeita reparação de perda na bolsa - Juliano Basile - Valor - 14 mar 2011

5 Grandes Livros de Finanças Comportamentais em Língua Portuguesa

O Mito dos Mercados Racionais – Justin Fox – conta a história do conceito de mercado racional. São 16 capítulos que tratam de finanças modernas.

Psicologia Econômica – Vera Ferreira – Uma tese que foi transformada em livro. É bastante completo no assunto. Para os leitores com maior rigor acadêmico

Finanças Comportamentais – Aquiles Mosca – Coletânea de artigos que foram publicados no Valor Econômico. Estilo acessível é um atrativo

Previsivelmente Irracional – Dan Ariely – Acho que este deveria ser a primeira leitura em Finanças Comportamentais. Apesar do autor evitar os conceitos, é um livro muito acessível e interessante. 

Positivamente Irracional – Dan Ariely – Segundo livro de Ariely, ainda uma boa leitura.

O Mito dos Mercados Racionais

Foi lançado o livro de Justin Fox em língua portuguesa. No início do ano fiz um comentário sobre o livro em inglês e a tradução é muito oportuna. Para quem leu O Desafio aos Deuses, de Peter Bernstein, o livro de Fox é um excelente complemento. Recomendo para quem gosta de Finanças Modernas, principalmente para aqueles que acompanham Finanças Comportamentais. Eis o texto sobre o livro:
O livro The Myth of Rational Market, de Justin Fox, conta a história do conceito de mercado racional. A obra está dividida em 16 capítulos, sendo que cada capítulo geralmente dedicado a uma pessoa de destaque. O capítulo 1 inicia-se com as pesquisas de Irving Fisher, um dos mais brilhantes economistas e talvez o primeiro teórico da área de finanças. O trabalho de Macaulay na década de 30 é tema do segundo capítulo. Os dois primeiros capítulos compõem o período inicial do tema. A seguir quatro capítulos que narram à ascensão do mercado racional, com os trabalhos de Markowitz, a teoria de random walk de Samuelson, a suposição de Modigliani e Miller e a proposição de Gene Fama. Em termos temporais, estes capítulos dizem respeito à década de 50 e 60, quando a teoria de finanças começa o período de consolidação. Três capítulos seguintes dizem respeito à conquista de Wall Street, quando os teóricos conseguem influenciar as decisões de investimento. Os capítulos são dedicados ao investidor Jack Bogle, ao falecido Fischer Black (da teoria de opções) e Michael Jensen. A década de 70 representa a possibilidade de colocar em prática as conquistas da teoria. Os quatro capítulos seguintes representam os problemas encontrados na prática. Os trabalhos de Dick Thaler (finanças comportamentais), Bob Shiller (exuberância irracional), Warren Buffett e Ed Thorp (o primeiro, o grande investidor; o segundo, investidor e estudioso de jogos de azar) e a Alan Greenspan, ex-presidente do FED. A última parte diz respeito “a queda” do mercado racional. São três capítulos, onde Fox mostra como a teoria tem sido cada vez mais questionada e alguns dos seus grandes proponentes, incluindo Gene Fama, passaram a ter ressalvas sobre a mesma. São destacados os trabalhos do russo-americano Andrei Shleifer , novamente Mike Jensen e novamente Gene Fama & Dick Thaler. Em poucas palavras, o livro é muito bom. Traça um grande perfil histórico das finanças modernas, muito parecido com o texto Desafio aos Deuses, outro texto excepcional. São mais de trezentas páginas agradáveis, com diversos casos e situações importantes. É um livro importante para quem deseja aprofundar o estudo de finanças. Tenho algumas pequenas ressalvas, como o fato de Fox repetir três vezes no texto a afirmação de Jensen sobre o mercado racional. Mas nada que prejudique sua avaliação global.
Parceiros do blog:


Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

15 março 2011

Rir é o melhor remédio





Cachorro. Fonte: aqui

Teste 446

Conforme postagem sobre a questão da busca no Google, 34% do tráfego do Google vai para o primeiro resultado. Uma ferramenta do próprio Google estima que o número de buscas pela palavra “contabilidade” no Brasil é de um milhão por mês. Hoje de manhã, ao digitar esta palavra no meu computador apareceu, em primeiro lugar, um link para “Escritório Contabilidade” (Sempre Empresarial), localizado em São Paulo. Para saber quanto se pagaria, é necessário multiplicar o número de cliques diários estimados (nem todas pessoas que buscam “contabilidade” clicam num resultado) pelo valor unitário. O próprio Google estima em 223 o número de cliques diários. A este valor, o Google cobra um preço por clique (chamado de, olha a ironia, CPC). No caso do CPC para a palavra contabilidade, o valor seria de R$0,42. Considerando um mês de 30 dias, o custo mensal para uma empresa aparecer nos resultados da busca seria de quanto?

 Resposta: Drogas, pessoas e fauna. Fonte: aqui

Links

Ghosn, da Renault, pede desculpas sobre a acusação de espionagem

Mas a Renault brasileira censura um sítio sobre a qualidade do seu carro

A demissão do economista do Santander (depois do bate-boca com a Petrobrás)

O que está acontecendo com o Santander no Brasil

Os povos mais preocupados da Europa: os portugueses em primeiro

Um endereço com o tempo de várias cidades no mundo 

Os gestores de fundo hedge mais bem remunerados do mundo

Ontem (Março, dia 14 ou 3/14) foi o dia do Pi. aqui um bolo para ele, um fato sobre o número e uma piada

A paciência do Iasb está esgotando

Passagem de pedestre mais cheia do mundo (foto)

Como citar uma legislação

O Mito do Pequeno Crescimento da Economia Japonesa

Postado por Pedro Correia
O lento crescimento japonês não se deve a insuficiência de políticas macroeconômicas agressivas, mas ao pequeno crescimento demográfico. Daniel Gross Diretor, do Centro de Estudos de Política Europeia, vai direto ao ponto e mostra porque o Japão não está com a economia estagnada. Segundo ele a base da história de terror sobre o Japão é que o PIB cresceu na última década a uma taxa média anual de apenas 0,6% em comparação com 1,7% para os EUA. A diferença é realmente muito menor do que muitas vezes assumida, mas à primeira vista, uma taxa de crescimento de 0,6%, qualifica-se a economia japonesa como uma década perdida.
"Assim, de acordo com esse raciocínio, pode-se argumentar que boa parte da Europa também "perdeu" a última década,a Alemanha alcançou taxas de crescimento semelhantes ao Japão (0,6%) e Itália fez ainda pior (0,2%), a França e a Espanha foram um pouco melhor. Mas este quadro de estagnação em muitos países é enganoso, porque deixa de fora um fator importante:a demografia.

Como se deve comparar registros de crescimento entre um grupo de semelhantes, os países desenvolvidos? A melhor medida não é o crescimento do PIB global, mas o crescimento da renda per capita da população em idade ativa (ou seja, População Economicamente Ativa). Este último elemento é importante porque só a população em idade ativa representa o potencial produtivo da economia. Se dois países alcançarem o mesmo crescimento médio na renda per capita da PEA , deve-se concluir que ambos foram igualmente eficientes no uso do seu potencial, mesmo se suas taxas de crescimento do PIB global são diferentes.

Quando se olha para o PIB / PEA (definidos como população na faixa etária de 20-60), obtém-se um resultado surpreendente: o Japão tem feito realmente melhor do que os EUA ou a maioria dos países europeus ao longo da última década. A razão é simples: as taxas globais de crescimento do Japão foram bastante baixos, mas o crescimento foi conseguido apesar de uma queda na população economicamente ativa.

A diferença entre o Japão e os EUA é nítida aqui: em termos de crescimento do PIB global, tratava-se de um ponto percentual, mas é maior em termos de taxas de crescimento de acordo com a PEA - mais de 1,5 pontos percentuais, dado que os EUA população em idade ativa cresceu 0,8%, enquanto o Japão tem vindo a diminuir na mesma taxa.

Outra indicação de que o Japão tem utilizado plenamente o seu potencial é que a taxa de desemprego tem sido constante ao longo da última década. Em contrapartida, a taxa de desemprego nos EUA quase dobrou, já próximo dos 10%. Pode-se assim concluir que os EUA deveriam ter o Japão como um exemplo não de estagnação, mas de como conseguir um crescimento máximo de um potencial limitado. "

Por que o Brasil não utiliza as reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura?

Postado por Pedro Correia
O consultor legislativo do senado , Marcos Mendes, explica porque usar as reservas internacionais para financiar esses investimentos não é uma boa opção. Segundo ele, isso equivaleria, em última instância, a financiar os gastos por meio de endividamento público.
"Financiar investimentos com endividamento não é, a princípio, uma opção ruim. Mas fazê-lo por meio do uso das reservas internacionais geraria efeitos colaterais indesejáveis: no curto prazo, haveria valorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isso geraria impacto negativo sobre as exportações e sobre a competitividade das indústrias nacionais em relação a produtos importados. Em ambos os casos haveria perda de empregos no país. No médio prazo haveria mais inflação.

Quando o governo se endivida para comprar dólares ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Isso significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.

Se o governo decidir vender as reservas (um ativo) para financiar uma despesa (o investimento em infraestrutura) a dívida líquida vai aumentar, pois o governo terá se desfeito de um ativo (as reservas) e o seu passivo (a dívida pública) terá ficado do mesmo tamanho.

Mas se os investimentos em infraestrutura representam, de fato, um ativo do Tesouro, porque eles não são deduzidos para fins de cálculo da dívida líquida? Se isso fosse feito, não haveria aumento na dívida. Ocorre que os investimentos em infraestrutura não têm a mesma liquidez que títulos do Tesouro ou dinheiro. Da mesma forma que se diz que um indivíduo se endividou para comprar um carro, diz-se que o governo se endividou para fazer obras. O indivíduo até pode argumentar que a sua situação patrimonial não mudou, pois o valor do carro compensa o valor da dívida. Mas sabe-se que o carro se deprecia ao longo do tempo (assim como os investimentos do governo) e que não tem liquidez imediata (se o indivíduo precisar vender o carro para pagar a dívida, terá dificuldade ou precisará aceitar um desconto no preço).

Aumentar a dívida para fazer investimentos não é necessariamente ruim. É um recurso legítimo. Assim como o carro presta um serviço ao indivíduo, o investimento em infraestrutura presta um serviço ao País (facilitando o crescimento econômico e gerando mais renda). Por isso, se o valor da nova renda que o investimento em infraestrutura trouxer para o País for maior do que os juros a serem pagos sobre a dívida, vale a pena fazer o investimento.

Mas o fato concreto que importa ressaltar é que o uso das reservas internacionais não é uma solução mágica para expandir os investimentos em infraestrutura. Em última instância, estará havendo um aumento do endividamento público para fazer tais investimentos. Logo, seria mais fácil financiar os investimentos diretamente via emissão de títulos, sem a complicação de se mexer com as reservas."
Texto de Marcos Mendes