Harvard - S.O.S.
Por Isabel Sales
Hoje eu estava conversando com o Glauber Barbosa (a quem agradeço) que me
informou que Harvard está iniciando um trabalho com o Brasil para um intercambio entre professores e estudantes. Interessante, não é mesmo? Ainda mais após a postagem fresquinha sobre as
top 100 universidades do mundo.
Acho importante o relacionamento saudável entre universidades internacionais. Isso conta, inclusive, na avaliação da Capes que incentiva o intercâmbio com outros centros, acordos e convênios com instituições internacionais.
Minha torcida por esse envolvimento Brasil-Harvard cessa a partir do momento em que eu leio que os norte-americanos buscam, adicionalmente, recursos financeiros nesses convênios. Isso mesmo. Recursos financeiros. Do Brasil. Para Harvard.
Bom, tendo em vista que somos a 7ª economia em expansão (EUA em primeiro), que não entramos na lista das maiores universidades (Harvard é a primeira) – se eu souber que o Brasil está financiando Harvard eu me tornarei uma mini-acadêmica muito frustrada. E irritada. Como foi publicado
aqui no blog, o orçamento total de Harvard corresponde a 60% do orçamento total do Ministério de Educação e Cultura, cerca de US$ 25 bilhões. Todavia, falemos de outros pontos importantes.
A presidente de Harvard, Drew Gilpin Faust, estará em são Paulo no dia 23 de março. No jornal “The Boston Globe” publicado ontem, Faust e Hockfield (presidente da MIT – Massachusetts Institute of Technology)
discorreram sobre como os Estados Unidos superaram muitos problemas, tais quais guerras e depressões. Assim, estar em um momento que envolve crise não é sinônimo de que o país não terá um futuro próspero, mas sim que são necessárias atitudes que levem a ressurreição da moral e da prosperidade.
As presidentes afirmam que acelerar a inovação e aplica-la ao mercado de trabalho requer comprometimento tanto da indústria quanto do governo. Segundo um novo relatório da Bettele, uma empresa de desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, as fontes públicas e privadas dos Estados Unidos ainda são líderes mundiais em financiamento de P&D (pesquisa e desenvolvimento). Todavia, a China, a Coréia, a Índia, a Rússia e o Brasil (!!!) estão expandindo seu comprometimento com P&D de forma muito mais rápida que os Estados Unidos e outros líderes tradicionais, como a Alemanha e o Japão.
Ela termina o seu texto com um parágrafo que diz: “O Congresso está frente a um
déficit orçamentário nacional doloroso. Mas os Estados Unidos também sofrem de um
déficit nacional de inspiração; nós acreditamos muito pouco no nosso poder de inventar um futuro melhor para focar prioridades que trarão resultados não no próximo trimestre, ou mesmo no próximo ciclo eleitoral, mas nas próximas gerações. A história e a ciência julgariam esse pessimismo um erro”.
Olha que bonito. Mesmo sendo a universidade n. 1 do mundo, ela continua buscando e pregando a excelência. Depois dessa, quem não quer contribuir com Harvard?
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