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20 outubro 2009

IFRS nos EUA

Caro César

Com respeito a seu post de hoje sobre IFRS nos EUA faço os seguintes comentários.
Esta pressa na implantação da IFRS no Brasil associada à pouca discussão com vozes dissonantes é algo estranho. A "alta flexibilidade" na implantação das IFRS em cada país como bem comentando no seu post, não chegam nem perto do fato da própria "flexibilidade" das próprias normas, em especial as relacionadas à avaliação de ativos e passivos, notadamente no que se refere ao "valor justo", que vem sofrendo intensas críticas ao redor do mundo justamente pela incerteza de como tal "valor" deve ser mensurado. Prova disto é a "gritaria" das instituições financeiras e mais recentemente das seguradoras (Soberania Contábil).

Não podemos deixar de registrar que no EUA a migração às IFRS está sendo feita com mais cautela. Lá eles tem uma instituição normativa independente forte (FASB) que perderá muito com a delegação das normas ao IASB, o que tem levado ao embate com a SEC quanto ao cronograma de migração.

No Brasil nossas normas contábeis para companhias abertas vinham sendo expedidas pela CVM, endossando em sua grande maioria as normas do IBRACON. Hoje não mudou muita coisa, pois a CVM continua endossando normas, agora do CPC, este com forte influência do IBRACON. O problema é que não questionamos as normas. Se antes o IBRACON emitia normas adaptando algumas coisa do FASB (é só dar uma lida nos best seller de contabilidade e veremos que os comentários às normas brasileiras sempre vinham acompanhadas de comparações às normas do FASB), hoje traduz quase ao pé-da-letra as normas do IASB. Em nossos novos livros de contabilidade pouca menção se faz às normas do FASB.

Uma ruptura radical de paradigma normativo, com tão pouca resistência, que podemos sentir como se nenhuma houvesse. Não estou querendo dizer com isto que as normas do FASB eram as ideais para as companhias brasileiras, mas a nossa falta de direção científica na produção ou adoção de nossas normas contábeis é algo “interessante”.

Os contadores brasileiros apenas seguem o "cumpra-se" normativo, sem se darem conta que muita coisa tida hoje como boa novidade normativa, ou “nova contabilidade” já estava sendo alertado em meados da década de 70, quando da edição da 6.404/76 (A nova tão antiga contabilidade).

Enquanto nos EUA ocorre uma preocupação em se preparar os novos profissionais de contabilidade através de reformulação dos currículos acadêmicos, antes de chegar 2014, no Brasil as faculdades foram "pegas de surpresa". Várias teses, dissertações e artigos já vinham mostrando que não estávamos preparados para uma imediata convergência.

Na excelente tese de doutorado (FEA-USP), transformado no livro O BRASIL E A HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL INTERNACIONAL: Influências dos Sistemas Jurídico e Educacional, da Cultura e do Mercado , da Drª Elionor Farah Jreige Weffort (Atlas/PWC, 2005), foi mostrado de forma bastante didática um aprofundamento, dentre outros, da influência do sistema educacional Brasileiro no processo de convergência/harmonização do Brasil às normas internacionais de contabilidade. Segundo concluiu a autora, o sistema educacional brasileiro não parecia favorecer aos esforços de harmonização internacional (p. 136-137), e isto foi publicado em 2005. Os dados coletados para pesquisa se limitaram até o ano de 2002. Temos, portanto uma grande quantidade de profissionais de contabilidade despreparados para a convergência. E poucos hoje estão sendo preparados para tal.

Só para terminar, ilustrando o parágrafo anterior - e sem deixar de ser ético, pois não revelarei nome - esta semana recebi um e-mail de um auditor-senior de uma das maiores companhias de auditoria, nos solicitando apoio na indicação de cursos sobre Sox, USGAAP e IFRS. É claro que fiz as devidas indicações de locais e livros que tratam do assunto. Mas o que me chamou a atenção foi o fato de que nem as próprias empresas de auditoria, que apóiam integralmente a implantação das IFRS, estão dando conta de treinar sua equipe de frente. Pergunto: como é que elas poderão emitir um parecer com segurança se não estão conseguindo treinar a contento seu quadro profissional? Talvez fosse a hora da CVM ser mais precisa quando faz críticas à qualidade dos pareceres de auditoria, pois parece que os problemas não estam apenas nas pequenas empresas de auditoria (vide post Puxão de Orelha 2 ).

Mais algumas postagem deste e de outros blogs sobre o assunto:

Lado negativo: IFRS mudará relação com terceiros
Dificuldades de adequação ao IFRS
Polêmica sobre valor justo persiste
Ética e informação contábil

Um abraço

Prof. Alexandre Alcantara


Sem comentários. Não deixe de acompanhar o blog Analise de Balanço.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #160

Dois produtos custaram $300 para uma loja. O primeiro produto possui uma margem bruta de 25%; o segundo a margem é de 25% negativo. Somando os dois produtos, a empresa tem lucro, prejuízo ou nenhum dos dois?

Resposta do anterior: Ele perdeu $1000

Links

A forma como você aperta a campainha revela sua idade

Crise econômica e os bancos centrais da América Latina

Como a Moody´s vende seu rating

Recursos humanos e Lucro

Este estudo tem como objetivo identificar a relação entre medidas de desempenho econômico-financeiro das empresas e a divulgação de medidas de desempenho da área de Recursos Humanos [1], consideradas proxies para a mensuração do valor gerado pelas pessoas à organização. Entende-se como medida de desempenho da área de RH a divulgação de ações da área em relatórios não obrigatórios disponibilizados pelas empresas em seus sites. O estudo, de natureza quantitativa, analisou o site das 500 maiores empresas que atuam no Brasil conforme lista divulgada pela Revista Exame (ordenadas por seu Lucro Líquido) em busca da existência de divulgação de indicadores de desempenho da área de RH; esses indicadores foram construídos pelos autores do estudo a partir da bibliografia existente. Os resultados mostram que as empresas fazem pouca evidenciação de indicadores relacionados à gestão de RH; nas empresas que os divulgam não há fortes associações entre essa divulgaçãoe o Lucro Líquido do exercício [2]. Os resultados encontrados sugerem possibilidades de desdobramento deste estudo, buscando-se variáveis que possam melhorar a mensuração do Capital Humano bem como elucidar melhor a relação entre pessoas e resultado econômico-financeiro.

DESEMPENHO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS E DESEMPENHOECONÔMICO-FINANCEIRO – UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A MENSURAÇÃO DO VALOR GERADO PELAS PESSOAS - Ana Maria Roux Valentini Coelho Cesar & Gilberto Perez - UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE


[1] Destaque para a revisão da literatura, muito interessante.
[2] Talvez a medida de lucro líquido não seja a mais apropriada. De qualquer forma, os resultados são inconclusivos, onde algumas medidas apresentaram correlação.

Amor e Criatividade

Os pesquisadores sugerem que o amor romântico induz a uma perspectiva de longo prazo, ao passo que o desejo sexual induz a uma perspectiva de curto prazo. Isto é porque o amor tipicamente envolve desejos e metas de apego prolongado com uma pessoa, enquanto que o desejo sexual é normalmente se engajar em atividades sexuais no "aqui e agora".

Ficar apaixonado pode ajudar a criatividade pois pensamos "globalmente"

Falling in Love… Creatively

Taxa de Juros comparada


Fonte: Aqui

Diz respeito a taxa de juros do banco central de diferentes países da América Latina. Observe que durante todo o período, o Brasil adotou taxa de juros acima dos outros países.

19 outubro 2009

Rir é o melhor remédio

Paz



Prêmio da Paz para o Não Bush


Fonte: Aqui


A melhor bandeira do mundo: Esta é a bandeira do Império do Benin (1440 a 1897), um país africano pré-colonial, onde hoje é a Nigéria.

Teste #159

Alan Ternagem comprou um carro usado por $900 e o anunciou no jornal local por $2900. Um cavalheiro idoso de aparência respeitável, vestido de padre, bateu à sua porta e perguntou sobre o carro, comprando-o pelo preço pedido. No entanto, equivocou-se ao escrever o cheque, preenchendo-o no valor de $3.000, e era a última folha do talão.

O problema é que Ternagem não tinha dinheiro em casa, portanto deu um pulo na banca de jornais de Desiré Vista, sua amiga, que lhe trocou o cheque. Ternagem deu os $100 de troco ao padre. No entanto, quando Desiré tentou descontar o cheque no banco, ele voltou sem fundos. Para conseguir pagar à dona da banca de jornais, Ternagem foi obrigado a pegar $3000 emprestados com outro amigo, Haroldo O. Nesto.

Depois que conseguiu paar essa outra dívida, Ternagem se queixou clamorosamente:

- Perdi $2000 de lucro no carro, $100 de troco, $3000 que paguei à dona da banca de jornais e mais $3000 que paguei à dona da banca de jornais e mais $3000 que paguei a Haroldo O. Nesto. Isto dá $8.100.

Quanto dinheiro ele perdeu, na verdade?

Fonte: Ian Stewart. Almanaque das curiosidades matemáticas. Zahar, p. 91.

Resposta do Anterior: 50 milhões, conforme a The Economist. Inclui gastos com lobistas, marketing, viagens e outros itens.

Links

Citibank, contabilidade questionável e reservas

Basiléia, securitização e capital dos bancos

O perigo dos e-mails: Bear Stearns

Prêmio disputado: a maior bobagem do mercado financeiro irá render uma viagem a Roma (para o primeiro, para lembrar a falência do Império Romano sob uma montanha de dívida), uma viagem a Islândia (para o segundo e terceiro lugar)

Capitalismo, Liberdade econômica, expectativa de vida, PIB, corrupção e política

Valor do Desembolso

Copa e Olimpíada vão exigir mais do que o governo investiu em 7 anos

Estimativa é de quase R$ 130 bilhões, ante R$ 116 bilhões desembolsados pelo governo Lula entre 2003 e 2009 - Renée Pereira - Estado de São Paulo - 19/10/2009

As obras para abrigar a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e a exploração do pré-sal vão exigir um enorme esforço do Brasil em investimentos [1]. Estima-se que só os dois principais eventos esportivos do mundo vão demandar quase R$ 130 bilhões em infraestrutura, reforma e modernização de estádios e urbanização - valor bem acima dos R$ 116 bilhões investidos em toda economia (sem considerar as estatais), entre 2003 e 2009, pelo governo Lula, diz estudo do economista José Roberto Afonso, ligado ao PSDB [2].

Além dos dois eventos, outros projetos ambiciosos vão requerer investimentos bilionários nos próximos anos, como a exploração do pré-sal, o financiamento à indústria nacional para atender à Petrobrás (estimado em US$ 400 bilhões). Sem contar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.

Entre os especialistas, a dúvida é de onde virá tanto dinheiro. "Diante do histórico de baixo investimento, o governo precisa mostrar de forma clara o que fará para ser mais eficiente. Ou correrá o risco de não fazer os projetos necessários aos eventos esportivos e outras obras para garantir o crescimento sustentável do País", diz Afonso.

A preocupação do economista tem fundamento. Isso porque, apesar do forte apetite da iniciativa privada pelo Brasil, a grande maioria dos projetos da Copa e da Olimpíada terá de ser bancada com recursos públicos [3]. Com a falta de capacidade de muitos municípios e Estados [4], é provável que o governo federal tenha de arcar com fatia expressiva dos investimentos ou usar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destaca o presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia, José Roberto Bernasconi.

APOIO DO BNDES

No caso dos estádios, o governo federal já disse - pelo menos por enquanto - que não vai injetar nenhum centavo, mas abriu uma linha de crédito de quase R$ 5 bilhões no BNDES para as obras. Mas os Estados querem mais. Além de empréstimos, esperam por recursos do PAC. "Do jeito que está, a equação não fecha", alerta o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas.

Na opinião de Velloso, para atender toda a demanda do mercado, o BNDES não escapará de nova captação ou elevação do capital com dinheiro do Tesouro. Isso se não tiver de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Além das obras dos eventos esportivos, o governo já sinalizou que o desenvolvimento da indústria nacional para atender a Petrobrás será financiado pelo banco estatal. Mas ainda não definiu como vai fazer novas capitalizações no banco.

O Trem de Alta Velocidade (TAV, com R$ 34 bilhões), a Usina de Belo Monte (R$ 16 bilhões) e outros investimentos das estatais também serão financiados pela instituição. Velloso destaca que, no caso de o BNDES fazer captações no mercado, há limites de capacidade que precisam ser obedecidos. O mesmo ocorre com a capitalização do Tesouro, que significaria aumentar o endividamento público.

Segundo especialistas, o fato é que, apesar das necessidades e dos cronogramas que precisam ser cumpridos, pouco tem sido visto na prática. Na opinião deles, o governo precisa elencar todas as obrigações para os próximos anos e definir o que é investimento público, Parceria Público-Privada e concessões. No caso da Copa, o Ministério do Esporte promete soltar um programa de gestão até o fim do ano. Para a Olimpíada, a Secretaria da Fazenda do Rio divulgou a alguns investidores um orçamento do evento, que está perto de R$ 30 bilhões.

O valor inclui portos, aeroportos, estradas e ferrovias, entre outros. Nesses casos, boa parte dos investimentos seria do governo federal. "O grande desafio para o País será aumentar o peso dos investimentos nos gastos globais, sem causar inflação e déficits externos excessivos", diz Velloso. "E isso só se consegue se for possível fazer com que os gastos correntes cresçam abaixo do PIB." Pelos cálculos do economista, em 2008 os investimentos da União, Estados e Municípios atingiram só 2,4% do PIB.

"Acredito que uma parte dos projetos terá de ser feita por meio do regime de concessão. Recurso público sozinho não segura toda essa necessidade de investimentos nos próximos anos", afirma o economista Amir Khair, especialista em finanças públicas. Ele acredita, no entanto, que a retomada da economia deverá fortalecer a arrecadação dos governos e melhorar as contas públicas. "Normalmente, as receitas crescem até 2 pontos porcentuais acima do PIB."

O fato é que o País não tem muito tempo, já que 2010 é ano eleitoral e pouca coisa tende a sair do papel [5]. "Por isso, precisamos atacar um outro problema, que é a gestão dos recursos públicos", diz o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. Para ele, será preciso um novo modelo, que simplifique os processos de licitação, licenciamento e liberação do dinheiro. "Precisamos ter agilidade, mas de forma regular e dentro da lei."

No PAC, por exemplo, que é um programa prioritário do governo federal, não se consegue gastar o dinheiro disponível no orçamento. Um estudo feito recentemente pelo professor da Coppead/UFRJ, Paulo Fleury, mostra que, no ritmo atual, o governo demoraria 25 anos para gastar todo o dinheiro de um programa previsto para o período 2007/2010.

[1] O termo mais adequado é desembolso.
[2] A questão da fonte é importante. O governo tende a subestimar o valor. A oposição, superestimar. Mas é inegável que os valores serão elevados.
[3] Vamos pagar a conta. Per capita significa $700, aproximadamente. Parece pouco, mas deve ser lembrado que a classe média pode ter que arcar com a maior parte disto. E se você possui dois dependentes, o valor vai para mais de R$2 mil.
[4] Uma parte significativa irá ocorrer no Rio de Janeiro, em razão das olimpíadas.
[5] Bem lembrado.

Capital dos Bancos

A crise financeira tornou acalorado o debate sobre a contabilidade e os marcos regulatórios. Uma coluna mostra que os bancos, com a finalidade de manter o capital contábil, tem evitado o impairment de certos ativos imobiliários. As reformas contábeis anunciadas até ao momento irão agravar a diferença entre o valor contábil e o de mercado.

Indústria de filmes

Eu sou um produtor de cinema independente e faço filmes que normalmente custam algo entre US $ 5 milhões e US $ 10M. Mas quando eu faço, digamos, um filme de US $ 8 milhões, tem que competir com o mesmo preço dos filmes de estúdios $ 80 milhões ou US $ 100M por película. Não custa ao consumidor os mesmos US $ 12 no multiplex (e tudo custa para alugar um DVD de sucesso de público nestes dias) para qualquer filme. Não há nenhuma vantagem de preço para o consumidor na escolha de ver um filme mais barato. Isso naturalmente faz com que seja extremamente difícil para os pequenos filmes para encontrar uma platéia.


the unusual economics of the film industry

Valor da Empresa

Nem sempre o valor pago por uma empresa representa seu valor. Em The Circular Concept of Opportunity Cost o caso interessante do You Tube. O CEO da Google, Eric Schmidt, apurou uma avaliação correta para a You Tube entre 600 milhões e 700 milhões. Mas pagou 1,65 bilhão, quase três vezes mais. Segundo ele, na

"dinâmica, o preço, lembre-se, não é dado pelo julgamento ou pelo modelo financeiro ou fluxo de caixa descontado. É pelo que as pessoas desejam pagar. E nós concluímos que 1,65 bilhão incluía um prêmio por movimentar-se rapidamente e ter certeza que nós participaríamos do sucesso do You Tube."

18 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Básico = Complexo - Complexidade

Olimpíadas

Depois da euforia, vamos agora falar de custos e contabilidade pública. E Olimpíadas. A análise deve ser feita em termos do custo benefício. Do lado dos benefícios, sediar uma Olimpíadas traz ganhos de imagem. Este especialista considera interessante sediar os jogos em razão dos ganhos com a imagem. E as cidades que foram sede recebem mais turistas e congressos no ano seguinte.

Existem alguns estudos que mostram os efeitos monetários sobre a renda e empresa. Estudo realizado em Munique (jogos de 1972) mostra um efeito na renda mas não no emprego. Mas em Atlanta observou um efeito no emprego.

Os valores gastos geralmente são provenientes do poder público. A olimpíada de Montreal foi a que teve maior subsídio público. Mas é possível fazer uma olimpíada com pouca verba pública, como ocorreu com Atlanta - menos de 10%. A projeção para Londres é que boa parte dos recursos serão públicos, talvez chegando perto do que foi Montreal. Em Londres, a estimativa inicial de 2,5 bilhões de libras foi corrigida para mais de 5 bilhões. Isto mostra que não devemos confiar nos números apresentados pelos políticos nas suas estimativas de custos.

Em geral, os estudos ex-ante são otimistas pois são produzidos por pessoas interessadas no resultado. Hoje os ingleses consideram que foi um mau negócio ter vencido a concorrência para Olimpíadas de 2012. Talvez por isto a reação de alguns estadunidenses tenha sido de alívio.

A experiência do Brasil não é muito boa. O custos do Pan foram mais de 5 bilhões de reais, muito acima da estimativa inicial. Ou seja, 27 reais por habitante.

Entretanto, em The Economic Impact of Stadiums (or Stadim Improvements) existe um alerta interessante: todo cálculo deve ser feito em termos marginais. Ou seja, o que a cidade teria sem os jogos versus com os jogos.

Será feita esta análise? Não.

17 outubro 2009

Rir é o melhor remédio

Faça você mesmo a piada:

Argentina é o país com maior número de psicólogos por habitante: 145 por 100 mil habitantes.

IFRS nos EUA

A questão da implantação da IFRS (normas internacionais de contabilidade) foi tratada por Marie Leone em IFRS Returns to the Front Burner, da revista CFO de 8 de outubro de 2009. Apesar do chefe do Iasb, David Tweedie ter afirmado que as diferenças estão resolvidas, existe muita crítica ainda. Principalmente em razão do prazo estabelecido, de 2014.

Quando lembramos que o Brasil decidiu e iniciou a implantação das normas em dois anos podemos questionar se as críticas são um excesso de zelo ou mostram que o nosso processo foi atropelado.

Mas já em 2008 as grandes empresas de auditoria (Big Four), que segundo o texto são os maiores apoiadores da IFRS, começaram a incentivar a inclusão da IFRS no currículo de contabilidade nos EUA, através de programas de educação. E no último ano, a AICPA reconheceu o Iasb como regulador, com efeito sobre a opinião dos auditores nas demonstrações contábeis preparadas segundo as normas internacionais. Uma das críticas as normas internacionais é a excessiva flexibilidade, que afeta a comparabilidade e consistência entre os diferentes países. Entre os críticos, o CPA do estado de Nova Iorque, que inclui 30 mil membros.

Outra crítica questiona a necessidade de adoção de normas internacionais para empresas que estão focadas no mercado interno.

16 outubro 2009

Resultado da Pesquisa

A enquete "EM SUA OPINIÃO, A QUALIDADE DO TRABALHO DO CPC É" apontou os seguintes resultados, com 25 votos:

8% = Excelente
36% = Muito Boa
32% = Regular
24% = Péssima

Realmente um resultado controverso. Temos nova pesquisa no lado direito do blog.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Bluebus

Teste #158

Para tornar vitoriosa a candidatura do Rio de Janeiro nas Olimpíadas, o Brasil gastou alguns "trocados". Qual o valor estimado destes gastos?

10 milhões de dólares
25 milhões de dólares
50 milhões de dólares

Resposta do Anterior: Espanha. Veja, por exemplo, aqui. Somente a Noruega, dentre os países citados, não tem notícia de problemas com o sistema financeiro.

Links

Alterações dos anexos da Lei 6420

A fiscalização dos Jogos Olímpicos

Efeitos do ágio na aquisição

Orçamento Público no Mundo

A transparência fiscal é vista como sinônimo de estabilidade econômica, de melhorias nas atividades governamentais e de desenvolvimento econômico de um país. Nesta temática, oorçamento público, além dos outros papéis que desempenha, é considerado como um excelente instrumento para avaliar o nível de transparência fiscal. Este artigo analisa as principais características dos processos orçamentários de cinquenta e nove países, incluindo oBrasil, através da análise de conglomerados hierárquica. Os dados utilizados são originados da aplicação do questionário Open Budget Initiative 2006 pela organização não-governamental Center on Budget and Policy Priorities, através do International Budget Project. Com este objetivo, as características de cada conglomerado são apresentadas e comparadas, de forma a evidenciar os processos orçamentários dos países analisados. Por último, são apresentadas as considerações finais da pesquisa realizada, onde são resumidas as informações sobre as características e apresentados os níveis de transparência fiscal dos seis conglomerados resultantes, além do destaque sobre o desempenho do processo orçamentário brasileiro, nesta análise.

OPEN BUDGET INITIATIVE: AVALIANDO O NÍVEL DE TRANSPARÊNCIAFISCAL DOS PROCESSOS ORÇAMENTÁRIOS PÚBLICOS NACIONAIS - Janilson Antonio da Silva Suzart & José Bernardo Cordeiro Filho (UFBA)


Segundo a pesquisa, o Brasil estaria num conglomerado com a África do Sul, Coréia do Sul, Eslovênia, França, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino Unido e Suécia.

As principais características deste conglomerado são:

• Os países possuem um processo orçamentário que permite que o público tenha acesso à proposta do orçamento elaborado pelo Executivo e aos documentos de apoio elaborados;
• Existe a divulgação de informações acessórias ao processo orçamentário, em forma de resumos explicativos e/ou quadros complementares, sobre a carga tributária, operações financeiras etc.;
• As informações consolidadas sobre o orçamento são emitidas com frequência regular,isto é, os relatórios são divulgados tempestivamente;
• Com a exceção do Brasil e da Suécia, os demais países realizam revisões completas do orçamento, geralmente ao final do primeiro semestre, atualizando os dados de acordo com as conjecturas macroeconômicas e os níveis de receitas e de despesas;
• Ocorre a elaboração e a divulgação do relatório final do exercício, contendo as informações consolidadas de todo o governo;
• Estes países possuem uma Entidade Superior de Auditoria (ESA) que é responsávelpor analisar as prestações de contas sobre o uso do erário

Vale e o Governo

Talvez a notícia econômica do dia seja a operação que o Governo Federal está fazendo para "cercar" a Vale. Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo (Boa coisa não sai daí, 16/10/2009) diz que a operação está sendo feita em conjunto com o empresário Eike Batista e a Previ de Sérgio Rosa.

Cantanhêde lembra que a Vale aumentou o valor de mercado - o principal indicador de saúde financeira - de 8 bilhões, em 1997, para 125 bilhões. E o número de empregos, de 10 mil para 60 mil. A Vale irá pagar 2 bilhões de reais em dividendos, conforme notícia do Brasil Econômico (Vale paga mais R$ 2,5 bilhões para acionista, Gustavo Kahil)

Em outro texto do mesmo jornal (Lula desiste de tirar Agnelli, mas quer influir, 16/10/2009, Kennedy Alencar) informa que o presidente da República desistiu de brigar contra o Bradesco para derrubar o presidente da Vale. Agnelli, presidente da Vale, foi indicado pelo Bradesco por um acordo de acionistas.

Neste sentido, a proposta de taxação das exportações de minérios (Nova ameaça à Vale, O Globo, 16/10/2009, Eliane Oliveira e Gustavo Paul) é uma ameaça no jogo político.

Multa por falar demais

O empresário Eike Batista assinou um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pagará R$100 mil para encerrar um processo administrativo que corria no órgão. Ele respondia por ter dado entrevistas durante o processo de abertura de capital da sua empresa OGX Petróleo, em junho do ano passado. Nessa fase, do “período de silêncio”, os envolvidos na operação não podem se manifestar publicamente, até a divulgação do anúncio de encerramento, para não inflar os preços das ações e garantir que todos os investidores tenham igual acesso às informações. Se o processo fosse levado até o fim e Eike fosse condenado, poderia ter de pagar multa de até R$3,35 bilhões.

Eike, que tem uma fortuna avaliada em US$7,5 bilhões (R$12,75 bilhões) pela revista americana Forbes, não respeitou a norma da CVM sobre ofertas públicas e deu entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada em 4 de abril de 2008, quando o empresário já estava tratando da abertura de capital com os bancos de investimento.

Na época, ele recebeu um alerta da CVM e se comprometeu a incluir a reportagem no prospecto da oferta, documento com mais de 500 páginas sobre a empresa, o que não foi feito. Para agravar a situação, no dia do lançamento das ações, Eike deu entrevista coletiva. (...)

Para se livrar de multa de R$3 bi por falar demais, Eike paga R$100 mil à CVM
O Globo - 16/10/2009 - 28
Henrique Gomes Batistae & Felipe Frisch

15 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: Daqui

Teste #157

Este país adota uma medida interessante para cálculo das reservas dos bancos. Entretanto, suas instituições financeiras atualmente passam por problemas financeiros. Qual será este país?

Espanha
Islândia
Lituânia
Noruega

Resposta do Anterior: A ordem que foi apresentado. O Kama Sutra é o mais pirateado. Fonte: aqui

Links

Injustiça na distribuição do Nobel

Fotos do espaço do Google Earth

Economistas e o Prêmio Nobel de Economia: Ostrom não é o primeiro caso

AB Inbev continua fazendo caixa: venda de ativos na Europa Central

Imposto de Renda

Duas notícias sobre o imposto de renda. A primeira, que dois ministros cairam na malha fina:

Dilma e Mantega na malha fina
O Estado de São Paulo - 15/10/2009

Os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, e da Fazenda, Guido Mantega, admitiram ontem que foram apanhados na malha fina do Imposto de Renda. (...)

“No meu caso específico, são duas as observações da Receita. A primeira observação é sobre o fato de que eu declarei que recebi uma renda e paguei o imposto devido, mas a pessoa que me pagou não declarou.” Quanto à segunda observação da Receita, Dilma disse que cometeu um erro técnico. “Preenchi incorretamente no campo, mas corretamente o valor. São duas observações de natureza laterais. Não devo imposto nenhum."(...)


A outra, o governo decidiu recuar e irá pagar a restituição do IR ainda este ano:

Governo recua e pagará restituição do IR este ano
O Globo - 15/10/2009
Martha Beck

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ordenou à Receita Federal que pague as restituições do Imposto de Renda (IR) de 2009 dos contribuintes até o fim do ano. A decisão foi tomada após o governo ter sido fortemente criticado, na semana passada, ao admitir que estava represando as restituições de pessoas físicas para cumprir as metas fiscais. Como a arrecadação está em queda há dez meses consecutivos, o Tesouro tinha a intenção de usar cerca de R$1,5 bilhão dos recursos destinados à devolução de impostos aos contribuintes para fazer o superávit fiscal primário (economia de dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública). (...)

Bônus

Bancos nos EUA voltam a pagar bônus
O Globo - 15/10/2009

NOVA YORK. Levantamento realizado pelo jornal “Wall Street Journal” com 23 instituições financeiras americanas revelou que os maiores bancos, fundos e corretoras americanas devem destinar US$140 bilhões este ano em compensações financeiras. A pesquisa mostra que a prática voltou, apesar das pressões da Casa Branca e da crise financeira global que abalou os mercados.

Só o JPMorgan, por exemplo, pretende pagar US$29 bilhões em compensações financeiras e benefícios a seus empregados, o equivalente a 28% da receita prevista para o ano. O banco separou US$8,79 bilhões para pagamento de salários e benefícios nos primeiros nove meses do ano, o equivalente a 38% da receita no período. Já o Morgan Stanley deve destinar 70% da receita para este fim no mesmo período.

O “Journal” também revelou que nove ex-diretores da filial europeia do banco americano Lehman Brothers — que quebrou no ano passado, levando ao agravamento da crise financeira global — estão exigindo o pagamento de mais de US$100 milhões, que estaria estipulado em seus contratos. No grupo, estão os co-diretores das atividades do banco na Europa e Oriente Médio, Riccardo Banchetti e Christian Meissner, que reclamam respectivamente US$26,04 milhões e US$17,3 milhões. Eles argumentam que receberam a promessa de remunerações diferenciadas ou a opção por ações, em alguns casos cinco anos antes da falência do banco.

O “Financial Times” afirmou, citando um relatório do governo americano divulgado ontem, que até uma assistente de cozinha da AIG recebeu o chamado “bônus de retenção” de US$7.700 em março deste ano. A seguradora argumenta que o pagamento de bônus são necessários para reter empregados na empresa.

Aumento de capital na Petrobrás

Capitalização poder se limitar a 5 bilhões de barris (Capitalização pode ficar nos 5 bilhões de barris)
LUCAS VETTORAZZO
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 15/10/2009

A Petrobras aguarda a valoração dos 5 bilhões de barris de petróleo que serão cedidos onerosamente pelo governo, de acordo com a proposta do marco regulatório em trâmite no Congresso Nacional, para definir o montante de sua capitalização. Se o preço estimado para o barril for muito alto, o valor da capitalização terá de ser excessivamente elevado, impossibilitando a absorção da operação pelo mercado. Caso isso ocorra, há a possibilidade de a capitalização ser limitada apenas ao valor correspondente ao petróleo que será cedido pela União, caso em que a Petrobras não poderia ficar com os recursos excedentes da operação. A análise foi feita ontem pelo gerente de coordenação de Relações com Investidores da Petrobras, Alex Fernandes, em evento realizado pela Apimec-Rio.

Independentemente do valor dos 5 bilhões de barris de petróleo que serão cedidos pela União, a capitalização da Petrobras já pode ser considerada a maior do mundo. Além disso, o governo irá ficar com, no mínimo, 30% do capital que será oferecido, o que poderá triplicar o volume a ser ofertado. “Hipoteticamente, se o valor estimado para os 5 bilhões de barris se situar na casa dos US$ 100 bilhões, e se o governo ficar com uma fatia de 30% no capital da Petrobras, isso significaria fazer uma emissão de até US$ 300 bilhões, para manter a proporcionalidade dos acionistas. É um número irreal”, afirmou ele.

A União manifestou também interesse em aumentar seu capital na estatal [1], o que na pratica significa que há a possibilidade de o governo adquirir mais do que 30% das novas ações. Fernandes explicou que, se a capitalização for somente no valor dos 5 bilhões de barris, a operação será vantajosa para o governo.

O governo ficaria com a diferença entre o que a Petrobras pagará pelos 5 bilhões de barris e o que gastou para comprar as ações na capitalização. A estatal, em contrapartida, utilizaria todos os recursos obtidos no aumento de capital para o pagamento da cessão onerosa, e não ficaria com nenhum excedente da operação em caixa. “O governo é quem teria o lucro correspondente à diferença entre o que recebeu pela cessão onerosa e o que gastou na compra das ações”, afirmou.

Fernandes ressaltou, contudo, que mesmo neste caso, a capitalização seria vantajosa para a Petrobras, visto que além de aumentar seu capital, aumentaria suas reservas [2]. Os dois fatores aumentariam as possibilidades de a estatal se financiar.

Se o valor dos 5 bilhões de barris não for tão grande e haja a possibilidade de a Petrobras fazer uma capitalização maior do que irá pagar pela cessão onerosa, a operação já não será tão vantajosa para o governo. Nessa situação, o governo, para garantir seus 30% de participação mínima e ampliar um pouco mais seu capital na empresa, teria que desembolsar mais, em forma de títulos públicos. O dinheiro que o governo receberia pela cessão onerosa seria utilizado no financiamento dos 30%, e o restante seria direcionado ao aumento de seu capital na petrolífera.

“Supondo hipoteticamente que o valor dos barris fosse de apenas US$ 2 cada, o governo receberia US$ 10 bilhões, mas poderíamos lançar ao mercado US$ 30 bilhões. O governo compraria o equivalente aos 30% correspondentes a sua fatia atual, e mais um pouco das sobras para elevar sua participação na empresa. Ao final da operação, a Petrobras paga os US$ 10 bilhões pelos barris adquiridos e fica com US$ 20 bilhões em caixa. Neste caso, o governo é que vai gastar mais, porque terá que desembolsar em títulos públicos a diferença entre o que vai receber e o que vai comprar de ações extra no mercado”, explicou Fernandes.


[1] Parece que desde o início a intenção era esta.
[2] A operação só é vantajosa para a empresa - como entidade - se o valor for estimado abaixo do mercado. Caso contrário, a operação é danosa para a empresa.

Juros Compostos

Matemáticos questionam súmula sobre juros
Laura Ignacio, de São Paulo - Valor Econômico - 14/10/2009

Construtores e incorporadores podem se livrar de processos judiciais com a revisão da Súmula nº 121 do Supremo Tribunal Federal (STF). A norma, questionada em manifesto enviado à corte por um grupo de matemáticos e economistas, proíbe a capitalização de juros, ainda que acertada entre as partes e prevista em contrato. Eles alegam que a súmula, editada em 1963, está desatualizada. "A grande maioria dos contratos imobiliários usa a tabela price para calcular as parcelas a pagar", afirma o professor de matemática financeira do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) José Dutra Vieira Sobrinho, que integra o grupo. "O próprio programa do governo federal Minha casa, Minha vida faz isso."

Há, no entanto, decisões judiciais afastando a aplicação de juros compostos com base na súmula. Em razão disso, um grupo de professores da área de finanças de instituições como o Insper, a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) enviou para todos os ministros do Supremo um manifesto em que pedem o reexame da súmula. Os especialistas argumentam que a proibição da capitalização de juros é contrária às práticas internacionais. Os juros compostos são usados em aplicações financeiras - poupança, fundos de investimento, de previdência e títulos da dívida pública, além do crédito pessoal.

Os ministros do Supremo ainda não se manifestaram sobre o pedido. O Ministério da Fazenda afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Medida Provisória nº 2.170-36, de 2001, permite a aplicação dos juros compostos. Expressamente, a norma libera seu uso nos contratos com instituições financeiras. Ainda assim, há decisões judiciais que afastam a aplicação de juros compostos e determinam o uso de juros simples para calcular as prestações a pagar. O professor do Insper, José Dutra, explica que a aplicação dos juros simples, só distorceria o valor total do imóvel. "Não há condição de calcular um financiamento em parcelas iguais com base em juros simples", diz.

Depois de seis precedentes no mesmo sentido, os ministros do Supremo resolveram, em 1963, uniformizar o entendimento da corte. A base legal da súmula é o Decreto-Lei nº 22.626, de 1933, a chamada Lei da Usura. Segundo Dutra, com a crise do café em 1929, agricultores elaboraram uma minuta da legislação que conferia uma moratória de dez anos para o pagamento da dívida agrícola. A norma estabeleceu ainda uma taxa limite - e retroativa - de 12% de juros ao ano. Segundo ele, como São Paulo foi derrotado na Revolução Constitucionalista contra a política centralizadora de Getúlio Vargas, mas o então presidente não poderia governar sem o apoio do Estado, ele acolheu a proposta no dia 7 de abril de 1933.

Um caminho encontrado pelos construtores e incorporadores para o problema foi o de convencer o Judiciário de que o uso da tabela price não significa capitalizar juros. O advogado Marcelo Terra, do escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados, lembra, no entanto, que a jurisprudência sobre o tema ainda está dividida. "A atualização da súmula acabaria com o problema e traria mais segurança jurídica aos contratos", argumenta. O professor de finanças da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, Roy Martelanc, apoia o manifesto e resume: "É como deixar valer uma norma contra a lei da gravidade."

Advogado

Contratação de advogado é obrigatória em tribunal
Luiza de Carvalho, de Brasília - Valor Econômico - 14/10/2009

Os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) afastaram de vez a possibilidade de trabalhadores e empregadores realizarem a autodefesa em processos na corte, ou seja, sem a presença de um advogado. A prática, conhecida como "jus postulandi", permite a reclamação pessoal perante a Justiça do Trabalho, mas seu uso só é permitido nas instâncias ordinárias - varas trabalhistas e Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) - em que são analisadas as matérias de fato ou as provas do processo - que não podem ser avaliadas por tribunais superiores. No caso levado ontem ao pleno do TST, formado por todos os ministros da corte, um fiscal de cinema tentava comprovar vínculo empregatício com a Fox Film do Brasil. Por um placar de dezessete votos a sete, a possibilidade de que o trabalhador faça a própria defesa no TST foi negada pelos ministros.

A discussão ocorre porque o artigo 791 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) autoriza o "jus postulandi" na Justiça do Trabalho, mas o artigo 133 da Constituição Federal determina que o advogado é indispensável à administração da Justiça. Embora o uso do jus postulandi não seja expressivo no país - como constatou a maioria dos ministros do TST -, o julgamento foi comemorado pelos advogados como um importante passo para assegurar a manutenção da advocacia como função essencial à Justiça. Em 2007, a Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) decidiu pela possibilidade de autodefesa das partes no TST, contrariando antigos precedentes da corte, o que fez com que o caso fosse levado ao pleno.

O ministro relator do caso, Brito Pereira, ficou vencido no julgamento ao defender a possibilidade da autodefesa no TST. De acordo com o ministro, a possibilidade é condicionada às pessoas maiores de idade e em suas plenas faculdades e a limitação ao seu uso é uma grave restrição ao direito de defesa. "Se na reclamação trabalhista a parte pode se defender sozinha, por que no TST isso não poderia ser aceito?", questionou o ministro Brito. A opinião foi compartilhada pelo ministro Lelio Bentes Corrêa, baseado no fato de que a CLT não apresenta, segundo ele, um comando expresso de limitação do jus postulandi.

A opinião da maioria dos ministros do TST, no entanto, foi em sentido contrário. Para o ministro João Oreste Dalazen, a autodefesa faz a parte, "obcecada pela paixão" da causa, lançar-se em um desabafo pessoal pouco produtivo. "O artigo 791 da CLT é discrepante com a realidade atual, trata-se de uma falsa vantagem, pois o insucesso do jus postulandi é fatal", diz o ministro Dalazen. Para ele, o processo hoje é um instrumento de técnicos. A existência da defensoria pública e o dever do Estado em providenciar a defesa processual de pessoas hipossuficientes foram argumentos lembrados pelo ministro Moura França, presidente do TST, ao acompanhar o voto vencedor. "São ínfimos os recursos apresentados hoje pela parte", diz o ministro.

O resultado do julgamento foi comemorado pela classe advocatícia. "Permitir que uma parte desassistida de advogado atue no TST não é ampliar o acesso à Justiça", diz o advogado Daniel Chiode, do Demarest & Almeida Advogados, que defende a Fox Film. Para o advogado Ophir Cavalcante, que atuou no processo como amicus curiae pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao longo do tempo foram criados mecanismos que deixaram a defesa extremamente técnica. "A prática do jus postulandi nas instâncias superiores desequilibraria o processo", diz Cavalcante. Segundo ele, a prática é pouco usada e a OAB defende que ela seja extinta em todas as instâncias. "A tendência é o jus postulandi morrer por inanição", diz.

A questão, porém, pode ganhar outra definição no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). No processo, a corte concedeu uma liminar no sentido de que não é obrigatória a presença de um advogado para representar partes nos juizados de pequenas causas, conciliação e na Justiça do Trabalho, mas não especificou quais instâncias trabalhistas são abrangidas pelo entendimento, o que pode ocorrer no julgamento de mérito.

14 outubro 2009

Rir é o melhor remédio

A economia mundial reduziu o importância do Dólar




Informações em Cooperativas

O objetivo desse artigo é investigar o uso de informações para apoio ao controle estratégico em cooperativas. Para tanto, é conduzida uma revisão de literatura sobre controle estratégico, informações contábil-gerenciais e gestão de cooperativas. (...) Os principais resultados apontam a predominância de informações internas, de caráter econômico-financeiro, sendo pequeno o uso de informações externas para o controle estratégico. Em pelo menos metade das cooperativas o contador participa das decisões estratégicas. Entre as informações internas, destacam-se aquelas fornecidas pela contabilidade gerencial, notadamente custos da própria cooperativa. Considerando a finalidade de controle estratégico, constata-se que as cooperativas pesquisadas carecem de maior avanço na utilização das informações externas.

INFORMAÇÕES CONTÁBIL-GERENCIAIS UTILIZADAS POR COOPERATIVAS DA SERRA GAÚCHA E REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE - Carlos Alberto Diehl; Araceli Borsoi Ferrari; Marcos Antonio de Souza (Unisinos)

Ainda o Nobel

O Nobel de Economia deste ano é controverso. Segundo Levitt, do livro Freakonomics, existe uma reação entre seus pares ao prêmio para Elinor Ostrom. A razão é que Ostrom é uma cientista política, não uma economista.

David Leonhardt, do New York Times, lembra que Paul Romer - um dos cotados para ganhar o prêmio - destaca que o trabalho de Ostrom forçou os economistas a serem mais realistas. Outras reações estão aqui.

Barry Ritholtz considera a premiação uma ironia, já que o favorito era Eugene Fama. O trabalho de Fama é no sentido da eficiência e da racionalidade dos mercados. Já os ganhadores são tipicamente behaviouristas.

Madoff na prisão

Bernard Madoff, fraudador e brigão
O Globo - 14/10/2009

NOVA YORK e WASHINGTON. O ex-investidor Bernard Madoff se meteu em outra confusão — desta vez, na prisão federal onde cumpre sentença de 150 anos. Ele brigou com outro preso, e o objeto da discórdia era... o mercado de ações, segundo o jornal americano “The New York Post”.

Testemunhas disseram ao “Post” que Madoff venceu a briga, apesar de seus 71 anos. O ex-investidor, condenado por comandar um esquema de pirâmide que causou prejuízos de US$65 bilhões, envolveu-se em um acalorado debate semana passada sobre a situação das bolsas de valores com outro prisioneiro idoso.

No meio da discussão, o prisioneiro empurrou Madoff, que voou em cima do atacante, segundo testemunhas. O outro, então, fugiu — o que garantiu ao ex-investidor o respeito de seus colegas na prisão. Um deles disse ao “Post” que Madoff “foi realmente agressivo”.

A briga ocorreu perto de um campo de beisebol na prisão. Cerca de 20 prisioneiros estavam no local. Segundo o “Post”, foi a primeira confusão de Madoff desde que chegou ao centro penitenciário de Butner, na Carolina do Norte. Ele está na prisão federal desde julho. Sua fraude veio à tona em dezembro de 2008.

Também envolvido em um escândalo, Jeffrey Skilling — ex-diretor-executivo da Enron, uma das maiores falências dos EUA — entrou com recurso argumentando ter sido vítima da falha de uma lei federal. A Suprema Corte deve se pronunciar sobre o recurso em fevereiro. Os advogados de Skilling argumentam que a chamada “lei do serviço honesto” é tão vaga que transforma qualquer um em criminoso. Ele foi condenado a 24 anos de prisão por conspiração e fraude, entre outros.

Sistema Europeu de Supervisores Financeiros

La CE presentó su modelo de supervisión financiera y aseguradora. La Comisión quiere crear un Sistema Europeo de Supervisores Financieros (SESF), donde se integrarán los actuales comités europeos de supervisores bancarios (CEBS), bursátiles (CESR) y aseguradores (CEIOPS), que contarán con más competencias, como la propuesta de estándares técnicos de supervisión y control de una aplicación homogénea de las reglas financieras y aseguradoras en toda la UE. También se quiere promover la cooperación entre supervisores nacionales y mediar entre ellos en caso de desacuerdo.

Por su parte, el CEA pidió que los cambios en la regulación y supervisión consecuencia de la actual crisis tengan en cuenta las especificidades del sector asegurador; atiendan sus necesidades y estén coordinadas a nivel global. El CEA insiste en que las medidas para la banca no deben aplicarse automáticamente al seguro, defendiendo las características particulares de la industria aseguradora. El CEA también propuso al International Accounting Standards Board la revisión de la norma de contabilidad IAS 39, que hace referencia a la clasificación y medición de instrumentos financieros.

Nace el Sistema Europeo de Supervisores
31/10/2009 - Aseguranza

13 outubro 2009

Rir é o melhor remédio

Os 10 Mandamentos na Bahia... Oh coisa boa!

1 - Viva para descansar.

2 - Ame a sua cama, ela é o seu templo.

3 - Se vir alguém descansando, ajude-o.

4 - Descanse de dia para poder dormir à noite.

5 - O trabalho é sagrado, não toque nele.

6 - Nunca faça amanhã, o que você pode fazer depois de amanhã.

7 - Trabalhe o menos possível; o que tiver para ser feito, deixe que outra pessoa faça.

8 - Calma nunca ninguém morreu por descansar, mas você pode se machucar trabalhando...

9 - Quando sentir desejo de trabalhar sente-se e espere o desejo passar.

10 - Não se esqueça, trabalho é saúde. Deixe o seu para os doentes..


Enviado por Matias Pereira, grato.

Links

Auditoria: conflito de interesses

Contabilização de proposta de pagamento de dividendos

Gastos com Lobby e auxílio do governo dos EUA

12 outubro 2009

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Nobel de Economia

A escolha foi muito interessante. Os trabalhos estão na linha de Coase, já premiado também. O comunicado da Fundação Nobel está aqui. Aqui um breve relato do NY Times. O blog Marginal Revolution faz uma análise crítica do trabalho de Ostrom.

Ontem o blog de Mankiw informava os favoritos: Robert Barro aparecia em primeiro. Williamson era o quinto, com 6%, mas Ostrom não aparecia. As apostas eram em Fama, de 2/1, conforme postamos no blog. Os vencedores do ano recebiam 50/1, ou seja, eram azarões.

Nobel de Economia: governança

Os americanos Elionor Ostrom e Oliver Williamson ganharam o Prêmio Nobel de Economia 2009 por seus trabalhos sobre a governança econômica, conforme informou nesta segunda, 12, o comitê do prêmio. A dupla estuda a forma como as decisões são tomadas fora dos mercados, nos quais muitos economistas focam.

(...) O júri desta edição citou entre as qualidades de Elinor "sua análise da governança econômica", especialmente em aspectos comuns às pessoas em geral, como a forma como os recursos naturais são gerenciados como recursos comuns. Essa área de pesquisa, mostrou Elinor, é relevante para questões relativas ao aquecimento global e sugere que as decisões dos indivíduos podem ajudar a resolver o problema, mesmo que os governos já trabalhem em acordos internacionais.

O comunicado dos jurados notou que a pesquisadora "desafiou a sabedoria convencional de que a propriedade comum é mal gerenciada e deveria ser regulada por autoridades centrais ou privatizada". Baseada em vários estudos, analisando florestas, pastagens e lagos, entre outros, ela concluiu que os resultados mais comuns são "melhores que os previstos pelas teorias convencionais".

"Ela observa que os usuários do recurso frequentemente desenvolvem mecanismos sofisticados para tomadas de decisão e cumprimento das regras para lidar com conflitos de interesse, e ela caracteriza as regras que promovem resultados bem-sucedidos", apontou o júri.

Elinor descreveu o prêmio como "uma imensa surpresa". "Eu estou um pouco em choque", confessou. Ela é Ph.D. Em Ciência Política, mas disse se considerar uma economista política.

Williamson trabalha na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele foi agraciado por "suas análises da governança econômica, especialmente os limites da firma" - a razão pela qual algumas decisões econômicas ficam a cargo dos mercados e outras dentro das corporações.

O comunicado do júri lembrou que "quando a competição de mercado é limitada, as empresas são mais capacitadas para resolver conflitos que os mercados". Williamson estudou as condições para que as companhias ganhem espaço na resolução de conflitos e os limites para isso.

"Durante as últimas três décadas, estas contribuições avançaram as pesquisas em governança econômica para a o centro das atenções científicas", disse o comitê.

Nobel de Economia é entregue pela primeira vez a uma mulher

11 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Ainda sobre o Nobel da Paz para o presidente Obama. "Você trabalho duro pela paz também", diz a mulher que segura o jornal com a notícia e consolando a Miss América. Fonte: Aqui

Argentina

Há um século, existiam somente sete países no mundo mais rico que a Argentina (Bélgica, Suiça, Inglaterra e quatro ex-colônias inglesas, incluindo os EUA), conforme a base de dados histórica de Angus Maddison. Em 1909 a renda per capita da Argentina era 50% maior que a Itália, 180% maior que o Japão e quase cinco vezes maior que o vizinho Brasil. Ao longo do século vinte, a renda relativa da Argentina caiu pesadamente. Em 2000, a renda da Argentina era menor que metade da Itália ou Japão.

O gráfico abaixo mostra a relação entre a renda em 1909 e a renda em 2000, em dólares de 1990 e a Argentina é um ponto extremo. A distância entre a renda de 2000 e o sucesso econômico previsto, baseado na renda de 1909, é maior para Argentina do que para qualquer outro país. (...)


What Happened to Argentina?; Edward Glaeser, New York Times, 6/10/2009



A resposta de Glaeser: modelo econômico baseado em agropecuária, choques externos (duas guerras e depressão) e protecionismo, além das instabilidade política que tornou o direito de propriedade inseguro.

09 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


O problema de Obama com o Afeganistão e o Paquistão.

Teste #156

Qual o livro mais pirateado na internet? Os livros a seguir estão na lista dos cinco mais pirateados.

Kama Sutra
Photoshop: Secrets of the Pros
The Complete Idiot's Guide to Amazing Sex
The Lost Notebooks of Leonardo da Vinci
Solar House: A Guide for the Solar Designer

Resposta do Anterior: todos. Fonte: aqui. Você conhece alguma celebridade brasileira que possa ser incluída nesta lista?

O homem invisível





Você seria capaz de encontrar o homem invisível? O mais difícil é o segundo. Fonte: carpe diem

Prêmio para empresas

As piores empresas do mundo na área ambiental serão “premiadas” na semana da COP-15, a conferência sobre mudanças climáticas que ocorrerá em dezembro em Copenhague. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) indicará em duas semanas os concorrentes brasileiros para este Oscar invertido, concedido pela “Consumers International”.

— Vemos uma proliferação de práticas falsas, apenas marketing verde, o que chamamos de greenwash. É o caso dos bancos que utilizam papel reciclado para enviar cartas aos clientes, mas que usam papel normal internamente — disse Adriana Charoux, do Idec, que não adiantou os nomes dos brasileiros que concorrem ao “Oscar”.

Ela lembra outro problema: empresas globais que adotam no país práticas ambientais menos responsáveis que nos países de origem, normalmente países ricos:

— Aqui no Idec percebemos isso em empresas como a Citroën, que possui parâmetros de poluição muito piores aqui do que na Europa, ou a Sony Ericsson, que ainda não criou seu sistema de reciclagem de celulares no Brasil. O site da empresa afirma, em inglês, que esse serviço estará disponível “em breve”.

A Sony Ericsson diz que existe o sistema de reciclagem no Brasil, só que ele é realizado em parcerias, como as operadoras de telefonia. A empresa considera sua iniciativa aqui um sucesso e diz que o site, gerenciado por Miami, está desatualizado.

Já a Citroën afirma que é ambientalmente responsável, possui um poço de carbono no país, mas que “não se pode comparar valores de emissões de CO no Brasil e na Europa, pois os ciclos são diferentes, qualquer que seja a montadora”.

Piores práticas ambientais serão ‘premiadas’
O Globo - 9/10/2009 - 30

Devolução do IR

O governo está atrasando a devolução da restituição do imposto de renda. É uma tentativa de resolver o problema dos últimos meses de crescimento da despesa e queda da arrecadação.

A Folha de São Paulo (Regras não são iguais para fisco e contribuintes, Marcos Cézari, 9/10/2009) lembra que a Receita devolve o dinheiro corrigido pela Selic, mas sem multa. O contribuinte que atrasa paga com a Selic e multa.

O ministro da Fazenda (em Contribuinte não perde com IR, diz Mantega, Folha de São Paulo, 9/10/2009) reconhece que haverá mais atraso. E afirmou que

"Este é um ano difícil, existe um ajuste na arrecadação. Faremos a restituição, só que demorará um pouco mais. O contribuinte não perde porque, se atrasar, está rendendo Selic", admitiu Mantega. (...)

O argumento de Mantega de que não há perda para o contribuinte é verdadeiro se a pessoa não estiver endividada. Os juros pagos pelo governo correspondem à taxa Selic. Se o dinheiro for aplicado num fundo, a remuneração será mais baixa e, além disso, o rendimento será tributado pelo IR.


É óbvio que a análise estaria correta se a Selic representasse o custo de oportunidade do contribuinte. Isto não verdade, por exemplo, para aqueles que pegaram o adiantamento da devolução numa instituição financeira.

Links

Canadá fixa data para adoção da IFRS

Farra do Pan está virando pizza

Sistema de Contabilidade Federal

The Economist: Carrefour está abandonando o Brasil (?)

The Economist: Michael Moore - falso lucro ou falso profeta

Yahoo ajudou o governo do Irã nos protestos?

Carlsen ultrapassa os 2800

O enxadrista norueguês Magnus Carlsen ultrapassou a barreira dos 2800 de rating ao vencer um torneio na China.

Com 18 anos de idade o feito de Carlsen é expressivo. Atualmente existe somente um jogador com rating acima de 2800, o bulgáro Topalov,que participou do torneio, com rating de 2813. Ele é o jogador mais jovem a romper esta barreira.

Favorito ao Nobel de Economia: Fama

O economista estadunidense Eugene Fama é o favorito ao prêmio Nobel de economia deste ano, que será anunciado na segunda-feira.

Fama é o pai da hipótese do mercado eficiente. Sua premiação, se ocorrer, será polêmica, já que a crise financeira trouxe o questionamento sobre a aplicação da sua teoria. Entretanto, o papel de Fama na teoria de finanças é inquestionável.

O segundo favorito é o teórico do crescimento econômico Paul Romer. Aqui a lista dos favoritos.

Contabilidade e Futebol

A seguir a questão do clube de futebol Vitória de Guimarães, de Portugal. O dirigente Pimenta Machado foi condenado a indenizar o clube por ter embolsado o dinheiro da transferência de jogadores. A alegação do dirigente é que ele tinha feito empréstimos anteriores ao clube e estaria quitando a dívida. O problema: a contabilidade do clube estava uma bagunça.

Supremo condena Pimenta Machado a indemnizar Guimarães
Jornal de Notícias - 9/10/2009 - 07

Pimenta Machado vai ter de indemnizar o Vitória de Guimarães em 67 mil euros. O Supremo Tribunal de Justiça decidiu assim o último recurso do processo em que o ex-dirigente desportivo foi julgado e condenado por crime de falsificação.

O arguido tinha sido condenado em primeira instância, no Tribunal de Guimarães, por peculato e falsificação, a quatro anos e três meses de prisão, com pena suspensa, por dois crimes de peculato. Mas a decisão foi revogada pelo Tribunal da Relação de Guimarães, que entendeu puni-lo apenas por crime de falsificação, a multa de quatro mil euros. Foi, também, anulada a obrigação de pagar 210 mil euros ao clube.

O Ministério Público e o Vitória de Guimarães não se conformaram e recorreram para o Supremo Tribunal de Justiça. Mas, por força de uma alteração legislativa , os recursos da parte criminal acabaram por não ser admitidos.

Por essa razão, foi apenas apreciada a parte cível do processo e foi decidido que Pimenta Machado deve pagar a verba que o Fisco exigiu ao clube por causa do pagamento de 450 mil euros a uma empresa "off-shore" na Ilha de Niue, no Pacífico - ou seja: 67 mil euros.

Segundo os juízes-desembargadores, o ex-dirigente teria de ser absolvido das acusações por crimes de peculato porque nada no processo permite contrariar a justificação segundo a qual Pimenta se apropriou de 171 mil euros referentes às vendas de Pedro Barbosa e Pedro Martins ao Sporting e de 38 mil euros na transferência de Fernando Meira para o Benfica para ressarcir de empréstimos pessoais anteriormente feitos ao clube. Por isso, nada teria de pagar ao seu antigo clube.

Na primeira instância, foi dado como assente que, se isso fosse verdade, estaria espelhado na contabilidade.

Só que, ao mesmo tempo, foi dado como provado que a contabilidade do clube era um "caos", inclusive com documentos desaparecidos, o que impossibilita apurar com rigor quem deve a quem. Por essa razão, não se pode dizer que Pimenta se apropriou de dinheiro de forma ilegítima.

A "invenção" de uma comissão de 450 mil euros pela transferência de Meira e a criação de facturas da "off-shore" "Sportmedia" são os únicos factos que sobraram para uma condenação.

Neste caso, foi dado como provado que Pimenta teria direito a receber aquele dinheiro, por força de um empréstimo anterior num banco suíço, mas criou um artifício para receber os cheques.

A condenação fica em quatro mil euros de multa, apenas por crime de falsificação de documento. A que se soma, agora, a condenação cível a pagar os 67 mil euros que o clube teve de entregar ao Fisco, a título de IRC, por causa de um negócio com empresa sediada em paraíso fiscal.

Previsibilidade do mercado

O mercado de ações tem sido alvo de muitas pesquisas que visam identificar a presença de algum grau de previsibilidade nas séries de retornos. Dentro deste contexto desenvolveu-se a Hipótese do Caminho Aleatório. Sua aceitação ou rejeição traz implicâncias quanto a possibilidade de se conseguir prever, de alguma maneira, com base em retornos passados, os retornos futuros, tirando proveito disso para auferir rendimentos extraordinários. (...) Os resultados demonstraram uma aceitação da hipótese do caminho aleatório na maioria dos testes efetuados, o que traz implicações no sentido de que os índices analisados [SP 500 e Ibovespa] não possuem previsibilidade, apesar de terem algum tipo de tendência, de acordo com o significado dos processos estocásticos não estacionários (onde o caminho aleatório encaixa-se).

TESTES DE QUOCIENTE DE VARIÂNCIAS DO CAMINHO ALEATÓRIO NO IBOVESPA E NO S&P 500
Ana Ester Farias; Paulo Sergio Ceretta & Robson Machado da Rosa (UFSC)

08 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Jogos Olímpicos e Previsão do Mercado

A decisão de escolher o Rio de Janeiro para sede dos Jogos de 2016 pegou de surpresa os apostadores: o favorito era Chicago, a primeira cidade eliminada na escolha final.

Isto coloca em questionamento a utilização do mercado como preditor de eventos futuros. O uso do mercado tem sido defendido por alguns especialistas.

Um justificativa do erro da técnica é que o IOC, que escolhe a cidade sede, é um grupo aristocrático com baixa informação. Não seria possível obter informações agregadas confiáveis, necessárias a aplicação da técnica.

É questionável, já que o mecanismo é usado para prever a escolha dos vencedores do Oscar.

CPC faz 4 anos de idade

Passou desapercebido o aniversário de quatro anos do CPC. Assim como os colaboradores da Wikipedia ainda não criaram um verbete para a entidade responsável pela regulação contábil no Brasil e convergência das normas internacionais. (Veja o teste proposto pelo blog ontem).

Mas independente disto, o CPC continua trabalhando. Seis interpretações técnicas foram colocadas em audiência, além da aprovação do CPC 33.

As interpretações técnicas são: ICPC 02 (Contrato de Construção do Setor Imobiliário), ICPC 03 (Aspectos Complementares das Operações de Arrendamento Mercantil), ICPC 04 (Alcance do Pronunciamento Técnico CPC 10 - Pagamento Baseado em Ações), ICPC 05 (Pronunciamento Técnico CPC 10 - Pagamento Baseado em ações - Transações de Ações do Grupo e em Tesouraria), ICPC 06 (Hedges de Investimentos Líquidos em uma Operação no Exterior) e ICPC 07 (Distribuição de Dividendos in Natura).

Teste #155

O fisco muitas vezes não respeita fama nem riqueza. Qual destas celebridades abaixo tiveram problemas com o fisco?

O.J. Simpson - ex-atleta e atualmente preso por roubo de arma e sequestro
Willie Nelson - músico country
Wesley Snipes - ator de Blade
Nicolas Cage - também ator
Judy Garland - atriz de Mágico de Oz

Resposta do Anterior: CPC, criado em 7 de outubro de 2005. . Ele fez ontem quatro anos de existência e não possui verbete na Wikipedia - até esta data.

Perdas nos Bancos dos EUA

Grandes bancos americanos começam a divulgar balanço na semana que vem, e devem seguir o mesmo padrão dos últimos tempos: lucros em queda e perdas maiores com inadimplência.

A firma de pesquisas Keefe, Bruyette & Woods Inc. prevê que os lucros dos bancos que ela acompanha vão cair em média 28% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, fazendo deste o 11o trimestre de queda de lucros.

A receita com mercados de capital deve ser mais fraca em alguns bancos, os créditos imobiliários devem ser menos robustos e os financiamentos comerciais, anêmicos. A previsão é que os bancos americanos reservem enormes pilhas de dinheiro para cobrir perdas crescentes com créditos de recebimento duvidoso, e os ativos continuarão a encolher.

Mas pelo menos a queda nos lucros será menos severa do que em alguns trimestres anteriores, projetam analistas.

O J.P. Morgan Chase & Co., maior banco americano em valor de mercado, que divulga balanço quarta-feira e tem atravessado a recessão melhor do que a maioria do setor, deve ter um lucro de US$ 1,8 bilhão, conforme a previsão média de analistas colhida pela Thomson Reuters.

O Citigroup Inc., o quarto maior dos EUA, deve anunciar quinta-feira um prejuízo de US$ 2,3 bilhões no terceiro trimestre, segundo a Thomson Reuters. Seria o primeiro trimestre do banco nova-iorquino no vermelho desde 2008.

O Citigroup vendeu sua participação na Nikko Cordial Securities por US$ 8,7 bilhões; mas os custos da conversão feita pelo banco de ações preferenciais em ações ordinárias por causa da participação de 34% do governo americano na empresa vai bagunçar o balanço.

Analistas que acompanham o Bank of America Corp., número 2 do país, preveem um prejuízo em torno de US$ 630 milhões quando o banco de Charlotte, Carolina do Norte, divulgar o resultado dia 16, segundo a Thomson Reuters.


Bancos dos EUA devem divulgar novas perdas, Matthias Rieker, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 8/10/2009

Convergência improvável

Segundo a Reuters (G20 deadline for accounting convergence seen tough, 7/10/2009) a convergência mundial na contabilidade em dois anos é improvável, mas a pressão é útil. O grupo G20 definiu o prazo de 2011 como limite para convergência mundial. Mas segundo
o holandês Hans Hoogervorst, co-chaired do Financial Crisis Advisory Group, a "convergência total não será possível". Ele também afirmou que "Justo valor é de longe o principal problema"

Docentes e atitude interdisciplinar

A presente pesquisa tem como objetivo identificar, nas universidades do Rio Grande do Norte, a percepção sobre a atitude interdisciplinar dos docentes no curso de Ciências Contábeis. A metodologia utilizada tem como alicerce um questionário com perguntas abertas e fechadas; portanto, por meio da análise de conteúdo conseguiu-se chegar aos termos mais citados pelos respondentes. Já o trabalho de campo foi realizado com 65 docentes de Contabilidade das universidades do Estado do Rio Grande do Norte que atuaram efetivamente no segundo semestre do ano de 2008, por meio de questionário aplicado. A partir dos dados tabulados, pode-se afirmar que os professores das universidades norte-rio-grandenses tem uma atitude interdisciplinar de forma parcial, baseado nos seguintes elementos respondidos: trabalhos integrados, foco em áreas diversas, fortalecimento da grade, áreas priorizadas e consolidação de conhecimentos adquiridos.

PERCEPÇÃO SOBRE A ATITUDE INTERDISCIPLINAR DOS PROFESSORES NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS, Valderio Freire de Moraes Junior (UnB), Aneide Oliveira Araujo (UFRN) e
Maria Inêz Oliveira Araujo (UFSE)

07 outubro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Auditores

Auditores querem fortalecer imagem
Por Nelson Niero, de São Paulo - Valor Econômico - 6/10/2009

Os auditores vão encomendar uma pesquisa para saber qual é a imagem pública da profissão, responsável, entre outras coisas, pela checagem das demonstrações financeiras das companhias com ações em bolsa.

A sondagem, ainda sem data definida, é parte de um plano de fortalecimento do segmento, que está sendo elaborado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), que representa contadores e empresas que prestam serviços de auditoria. A entidade tem 2 mil associados.

Para ser auditor, o contador precisa fazer um exame de qualificação técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). "A pesquisa é o primeiro passo de um projeto que envolve ações em várias direções", afirma Ana María Elorrieta, presidente do Ibracon desde janeiro. "Queremos ter mais presença em discussões técnicas e não tão técnicas."

O Ibracon, criado em dezembro de 1971, é uma referência em questões de contabilidade de empresas abertas, com forte atuação no desenvolvimento das normas que regem a divulgação de informações financeiras. No entanto, seus integrantes sempre se ressentiram da falta de representatividade política, principalmente em épocas de crise para a profissão, como nos escândalos envolvendo grandes empresas.

A crise de identidade se reflete nas mudanças do instituto. Em 1982, o nome foi alterado para Instituto Brasileiro de Contadores para atrair todos os profissionais, e não só a chamada "elite". Mais tarde, voltou a focar nos auditores, mas manteve a sigla. Há três anos, no entanto, resolveu reformar o estatuto e criar um conselho de administração para cuidar do planejamento estratégico. O primeiro conselho tomou posse neste ano.

"O auditor sempre foi muito fechado", reconhece Ana María. "A profissão precisa ser mais conhecida, ter mais representação política-institucional."

Uma das grandes preocupações do setor sempre foi ser o elo fraco na cadeia de proteção ao investidor que envolve bancos e companhias de capital aberto. No escândalo da empresa de energia americana Enron, não foram os bancos de investimentos ou os escritórios de advocacia que quebraram, mas a Arthur Andersen, até então uma das mais respeitadas firmas de auditoria do mundo.

É comum o auditor ser acusado em casos de fraudes empresariais, já que poucos entendem o escopo de seu trabalho, que não inclui investigação policial.

Ana María, que é sócia da PricewaterhouseCoopers, a maior firma do setor no mundo, acha que o "momento especial" pelo qual passa o país - que inclui o interesse crescente de investidores e a convergência às normas internacionais de contabilidade - abre espaço para mostrar "a relevância do trabalho do auditor".

Como parte da estratégia, Ana María e representantes das maiores firmas do setor estiveram reunidos com Nelson Machado, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, "para trocar ideias".

Antes da reunião dos países do G-20, para a qual estavam previstas discussões que envolveriam temas contábeis, como "valor justo" nos balanços dos bancos, Ana María mandou uma carta para os Ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores colocando o Ibracon à disposição. "Não tivemos resposta, mas são canais que queremos desenvolver."

Futebol e Contabilidade

Depois da reportagem sobre a contabilidade do Santos, um texto interessante sobre um clube de futebol de Portugal e sua situação financeira:

O Tribunal de Sintra considerou o Estrela da Amadora como um clube insolvente, segundo revelou, ontem, a Agência Lusa, que teve acesso à sentença emitida pelo Juízo do Comércio. Curiosamente, foi o próprio clube, agora a militar na 2.ª Divisão, que requereu o estado de insolvência, no âmbito de dívidas que ascendem aos 11,5 milhões de euros, sendo "a Direcção Geral de Impostos, a Segurança Social, a Engiwall, a Playpiso e os SMAS os cinco maiores credores" , segundo se pode ler no documento.

A sentença também dá conta que Paulo Elias de Sá Cardoso foi nomeado administrador judicial, tendo sido decretada a "apreensão imediata, para entrega ao administrador, dos elementos de contabilidade da insolvente e de todos os bens, ainda que arrestados, penhorados ou apreendidos". No dia 16 de Dezembro será realizada a assembleia de credores. O clube tem bens imóveis com o valor, para efeitos fiscais, de 5,5 milhões de euros.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional não aceitou a inscrição do do Estrela da Amadora por dívidas do clube, permitindo a permanência do Belenenses no escalão maior do futebol nacional. Sendo assim, o emblema da Reboleira foi impedido de competir nos campeonatos profissionais e teve de descer à 2.ª Divisão.

Estrela é clube insolvente
Jornal de Notícias - 6/10/2009

As dívidas públicas mais seguras

1) Noruega

2) Finlândia

3) EUA

4) Alemanha

5) França

6) Holanda

7) Austrália

Fonte: Aqui

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Poison Pills: estudo exploratório

Contratos de concessão

Teste #154

Hoje, 7 de outubro, é aniversário de um órgão contábil muito importante. Você saberia dizer qual é? Atenção: não adianta procurar na Wikipedia, que ele não possui verbete (!!!)

Resposta do Anterior: 25 anos. A idéia surgiu em 1981, mas somente alguns anos depois foi concretizada.