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03 setembro 2009

Cartões de Crédito 2

Bancos ficaram com a maior fatia dos ganhos de R$ 9 bi com cartões
Maria Christina Carvalho, de São Paulo - Valor Econômico - 2/9/2009

(...) A parte do leão desse bolo é dos bancos que emitem os cartões. Mas os credenciadores, empresas que habilitam os estabelecimentos comerciais para aceitar os plásticos e capturam e liquidam financeiramente as transações, têm ficando com uma fatia crescente dos resultados. Talvez por isso as baterias do BC e dos organismos de defesa do consumidor têm sido dirigidas para os credenciadores.

Os credenciadores são a VisaNet, que faz o meio de campo para o cartão da bandeira Visa, e a Redecard, que faz o mesmo trabalho para a MasterCard e Diners. A VisaNet tem 47% do mercado e a Redecard, 33%.

Segundo o consultor Boanerges Ramos Freire, os dados mostram que os credenciadores vêm aumentando suas margens, com ganhos de escala e eficiência propiciados pela expansão dos volumes negociados com a disseminação do uso do cartão e pela redução dos custos de processamento. O especialista observa, porém, que raramente esses benefícios são repassados aos consumidores.

A relação lucro líquido e receitas mais do que dobrou no caso dos credenciadores, calculou a consultoria. Era de 21% em 2003 e agora está em 43%. A margem dos bancos emissores também aumentou, com o lucro passando de 21% para 34% das receitas. "São resultados excepcionais, acima da média de qualquer outro setor econômico. Por isso o questionamento do governo", afirmou Freire.

Para um alto executivo que até recentemente trabalhava em uma das maiores empresas do setor, os maiores ganhadores do sistema são os bancos. O principal motivo é o crescente volume dos adiantamento de recebíveis de cartões. Essas operações têm garantido um ganho substancial para os bancos mas não estão dimensionadas no estudo do BC. Especialistas estimam que o lucro dos bancos com o adiantamento de recebíveis seria semelhante ao obtido com as outras operações. As credenciadoras também antecipam a receita futura de recebíveis aos lojistas.

Mas os bancos ganham duplamente porque são os principais acionistas das empresas credenciadoras mesmo após elas terem aberto o capital. Bradesco, Banco do Brasil e Santander controlam a VisaNet; e o Itaú Unibanco, a Redecard.

Segundo cálculos feitos pela consultoria de Boanerges a partir do estudo do BC, os bancos ficaram com 63% dos ganhos proporcionados pelas operações com cartões em 2008, o que equivale a R$ 5,6 bilhões, sem contar a receita obtida pela participação acionária nos credenciadores e pelo adiantamento de recebíveis, não incluída nos estudos. Os credenciadores ficaram com os 37% restantes, ou R$ 3,4 bilhões. Em cada R$ 100,00 movimentados com cartões, os bancos lucram R$ 1,70; e os credenciadores, R$ 1,00.

Os cartões contribuíram com 12,4% do lucro líquido de R$ 45,2 bilhões amealhados pelos bancos no período. É o maior índice desde 2003, quando os resultado dos negócios com cartões começaram a ser calculado pelo Banco Central (BC). Em 2007, os cartões proporcionaram aos bancos R$ 4,8 bilhões de lucro, ou 8,3% do ganho total de R$ 57,5 bilhões obtido pelo setor bancário.

No estudo do BC trabalhado pela Boanerges, a receita total dos bancos emissores de cartões é equivalente a 5,3% do valor da transação, ou seja, é de R$ 5,30 por R$ 100 transacionados.

A principal fonte de receita dos bancos com a emissão de cartões é a financeira, proveniente do ganho com os elevados juros do crédito rotativo oferecido ao portador do cartão e as taxas e multas cobradas sobre o saldo devedor. A receita financeira representa 52% do total e é uma fonte crescente de recursos embora seja igualmente relevante o peso da inadimplência. Segundo Freire, a receita financeira dos bancos emissores, já líquida da inadimplência, é equivalente a 2,8% do valor da transação. O ganho seria bem maior com a inclusão dos ganhos obtidos com a antecipação de recebíveis.

A carteira de crédito relacionada a cartões triplicou no Santander nos doze meses terminados em junho para R$ 4,87 bilhões; e as receitas de serviços com o produto também, para R$ 646,7 milhões. No Banco do Brasil (BB), a carteira de crédito de cartões cresceu 21% nos doze meses terminados em junho, fechando o semestre em R$ 6,13 bilhões, incluindo R$ 2,65 bilhões de parcelados pelos lojistas. A receita de serviços com cartões do BB saltou 29,9% em doze meses, acumulando R$ 2,12 bilhões no primeiro semestre.

O Bradesco teve uma receita com serviços com cartões de R$ 1,685 bilhão no primeiro semestre, com crescimento de 19,8% em doze meses. Os ativos financeiros de cartões do banco somavam R$ 15,699 bilhões no fim do semestre, com aumento de 15% em doze meses, dos quais um terço em antecipações de recebíveis a estabelecimentos comerciais.

As tarifas cobradas do portador do cartão como anuidade contribuem com 19% da receita dos bancos com cartões. Já foram maiores, representando até mais de 20%. Mas a concorrência e a pressão do mercado têm limitado essas cobranças. A taxa de intercâmbio representa outros 19% e é proveniente da parcela que o banco recebe da taxa cobrada pelo credenciador dos estabelecimentos comerciais. A taxa cobrada dos estabelecimento é de 3% em média do valor da transação - é de 2,5% no caso das operações com cartão de crédito e de 1% nas com cartão de débito - e é dividida com os credenciadores.

Do lado das despesas, há muita estabilidade. Mas o destaque é a tendência de queda dos custos de processamento por causa dos avanços tecnológicos.

A fatia dos bancos no lucro com as operações com cartões já foi maior. Em 2003, era de 80%. Os credenciadores, por outro lado, vêm ampliando ano a ano a participação nos resultados. Sua fatia, que era de 20% há cinco anos, agora é de 37%, ou seja, praticamente dobrou. Segundo Freire a tendência é aumentar a participação dos credenciadores.

Para o especialista, o aumento do ganho dos credenciadores está diretamente relacionado à redução das despesas uma vez que as receitas estão diminuindo. A receita total dos credenciadores é equivalente a 2% do valor total das transações com cartões e já foi de 2,5% há cinco anos. O principal motivo é a perda de receita da taxa de desconto, que é cobrada dos estabelecimentos comerciais porque uma parcela cada vez maior está indo para os bancos emissores, na forma de taxa de intercâmbio. Além disso, pela competição e pressão dos lojistas, essas taxas de desconto têm caído. Outro motivo é o fato de os cartões estarem entrando em segmentos menos rentáveis.

Já o ganho com aluguel de máquinas e demais tarifas cobradas dos lojistas está estável. Ainda assim, esse ganho não é trivial. A corretora Ativa estima em 50% a margem da Redecard no aluguel dos POS (point of sale, as maquininhas que leem os cartões). Segundo a Link, a receita com aluguel de POS representam 22% das receitas totais da Redecard.

Os credenciadores também antecipam o valor dos recebíveis de cartões para os varejistas proporcionando um ganho "muito relevante", disse Freire. O consultor estimou esse ganho em R$ 950 milhões em 2008, três vezes mais do que cinco anos antes.

Do lado das despesas, Freire nota a grande queda das relacionadas com marketing; e o aumento das despesas das taxas com as bandeiras. "As despesas totais caíram de 2,8% do valor das transações para 2,1% devido ao grandes ganhos de escala e eficiência no processamento, maior volume, melhoria de gestão e automação", disse. (Colaborou Altamiro Silva Júnior)

Cartões de Crédito

O maior ganho dos bancos americanos com os cartões é o crédito rotativo. Cerca de 70% das compras com cartão nos EUA são financiadas no rotativo. Ao pagar uma compra com o cartão, o cliente americano entra direto no rotativo; e o lojista recebe o pagamento em dois dias (D+2).

No Brasil, o cliente paga a fatura em média em 28 dias (D+28) após a aquisição e o lojista recebe em 30 dias (D+30). Se não puder quitar o total da fatura no vencimento, o cliente faz um pagamento mínimo e financia o restante no rotativo.

O rotativo já passou de 50% do total transacionado com cartões no Brasil, mas acabou sendo substituído em boa parte pela prática da "compra parcelada sem juros". Oferecida pelo lojista, a compra parcelada no cartão surgiu há cerca de quatro anos e ocupou o lugar em que antigamente reinava o cheque pré-datado, com a vantagem de ser um meio de pagamento mais barato.

A princípio, os bancos não gostaram do surgimento da nova prática porque não ganham nada com ela, embora cubram o risco de inadimplência do portador do cartão. Mas souberam fazer a limonada do limão ao reformular um velho negócio, o desconto de recebíveis. Já era possível antecipar para lojistas com aperto de caixa o pagamento das vendas com cartão antes do vencimento da fatura, tomando como garantia o fluxo dos recebíveis dos cartões. Com a venda parcelada no cartão, o negócio ficou mais atraente porque os volumes e os prazos aumentaram. (...)

A briga pelo domicílio bancário dos lojistas - Maria Christina Carvalho
De São Paulo - Valor Econômico - 2/9/2009

Lucro

Petrobrás tem o maior lucro do setor produtivo das Américas

Segundo a consultoria Economática, lucro líquido da petrolífera de abril a junho foi de US$ 3,963 bilhões

Rodrigo Petry, da Agência Estado

SÃO PAULO - A Petrobrás registrou no segundo trimestre deste ano o maior lucro entre as empresas não-financeiras de capital aberto da América Latina e Estados Unidos, segundo levantamento da consultoria Economática. O lucro líquido da petrolífera brasileira de abril a junho foi de US$ 3,963 bilhões, ficando atrás apenas do banco norte-americano Citigroup, com ganhos de US$ 4,279 bilhões, se consideradas as empresas financeiras.

Entre os 20 maiores lucros de empresas apenas latino-americanas, encontram-se 12 brasileiras, com destaque para os bancos: Itaú Unibanco, em terceiro lugar, com lucro de US$ 1,317 bilhão; Banco do Brasil, em quarto, com US$ 1,203 bilhão; Bradesco, em quinto, com US$ 1,177 bilhão; e Santander, em 19º, com US$ 301 milhões.

Além da Petrobrás, que liderou o ranking de lucros da América Latina, completam a lista as empresas brasileiras Vale, em 6º, com US$ 752 milhões; AmBev, em 7º, com US$ 705 milhões; Braskem, em 8º, com US$ 592 milhões; Itaúsa, em 9º, com US$ 516 milhões; TAM, em 11º, com US$ 404 milhões; Cesp, em 13º, com US$ 366 milhões; e Aracruz, em 18º, com US$ 312 milhões.

De acordo com a Economática, o levantamento considerou todos os relatórios enviados aos organismos reguladores de cada país da América Latina e Estados Unidos até o dia 1º de setembro. No caso do Brasil, a consulta foi à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo que a Economática converteu os valores originais pelo dólar Ptax venda do dia 30 de junho.

Capitalização da Petrobras

No dia 2 de setembro a Folha de São Paulo afirmou que a capitalização da Petrobrás é questionável em termos legais:

Capitalização da Petrobras é contestada

Especialistas veem condições desiguais para minoritários e dizem que divulgação após a Bolsa abrir foi inapropriada
CVM afirma que analisa as informações prestadas pela companhia;
Petrobras diz que reação do mercado foi típica de aumento de capital
TONI SCIARRETTA - DA REPORTAGEM LOCAL

A capitalização da Petrobras, a maior já anunciada no país e em curso no mundo, pode esbarrar na Lei das S.A., que prevê igualdade de condições entre acionistas controladores e minoritários para aportar dinheiro em empresa aberta. No formato divulgado, os minoritários -incluindo os dos fundos FGTS- terão de desembolsar dinheiro à vista, enquanto a União poderá ceder títulos públicos para comprar ações.

Para viabilizar esse formato, o governo poderá ter de alterar a Lei das S.A. no Congresso, segundo especialistas em direito societário. Para eles, o comunicado sobre a capitalização da empresa pegou o mercado em plena atividade, com conhecimento parcial do assunto, já abordado pelos jornais. A empresa só comunicou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) às 11h04 e a Bolsa, às 11h08 -o mercado abre às 10h.

Normalmente, a CVM e a Bolsa costumam suspender a negociação de ações se julgar que há "assimetria" de informações no mercado.

"Foi tudo extremamente evasivo, vago e confuso. Tanto que teve uma reação muito negativa do mercado. Dá margem para mil contestações", disse o advogado Jairo Saddi, especialista em direito societário.

Para Luiz Leonardo Cantidiano, ex-presidente da CVM, o governo fez uma divulgação inapropriada. "O simples fato de o governo anunciar no momento em que a Bolsa está aberta e de maneira não institucionalizada pode ser considerado um equívoco. Vivi isso três vezes como presidente da CVM. Não é uma coisa deliberada. É falta de saber como isso prejudica o mercado", disse.

Segundo ele, a Lei das Sociedades Anônimas não permite diferenciação entre acionistas minoritário e controlador nem que o aumento de capital seja feito por meio de títulos.

Já Cantidiano afirma que a Lei das S.A. define que o capital social de uma empresa pode ser formado por dinheiro ou bens, como imóveis, terrenos e títulos. "O mercado não gosta de pagar em dinheiro, e o controlador, em outra moeda. Mas não é ilegal. Pelo volume e características do aumento de capital, a União deve ter decidido pagar com títulos da dívida para não monetizar [transformar em moeda] isso. Mas o minoritário sempre pode questionar."

Para Mauro Cunha, presidente do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), a capitalização da Petrobras é uma típica transação com parte relacionada (União e empresa controlada), como as feitas por empresas com suas subsidiárias, em que há conflito de interesse. No caso, a União tem o interesse de que a Petrobras compre o petróleo que o governo terá no futuro pelo maior valor possível.

"É importante que o governo resista à tentação de fazer isso, mesmo que atenda às formalidades. O governo tem de ter sensibilidade de preservar a principal companhia do mercado e de submeter [as avaliações] ao voto dos não controladores. Isso coloca em risco todo o desenvolvimento do mercado de capitais", disse Cunha.

Por esse motivo, Edson Garcia, superintendente da Amec (associação dos minoritários), defende que a União se abstenha de votar na assembleia sobre o valor do barril de referência para o aumento de capital. (...)


No Estado de São Paulo de 3 de setembro a questão foi apresentada sob a ótica da empresa. Para a Petrobras, não existem problemas jurídicos:

Capitalização está de acordo com Lei SA, diz Gabrielli
Presidente da Petrobrás negou que haverá restrição para os acionistas minoritários da estatal
Kelly Lima, da Agência Estado - 3/9/2009

RIO - O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta quarta-feira, 2, em teleconferência com analistas que a capitalização da companhia prevista em projeto de lei enviado ao Congresso Nacional está "absolutamente de acordo com a Lei das SAs". O executivo foi questionado pelos analistas do setor em razão de reportagem publicada nesta quarta-feira na Folha de S.Paulo que afirma que o governo terá privilégios na compra das ações, porque poderá usar títulos públicos, enquanto os acionistas minoritários terão que desembolsar a quantia em dinheiro.

Embora Gabrielli tenha se negado a dar explicações sobre a capitalização, no dia do anúncio do marco regulatório do pré-sal o site do Planalto trouxe documento afirmando que tanto o governo quanto acionistas minoritários poderão subscrever os papéis em moeda ou títulos da dívida pública, que serão emitidos pelo Tesouro Nacional. Esse critério, para valer, deverá constar do processo de subscrição da Petrobrás.

Gabrielli não tocou nesse assunto, mas foi enfático ao afirmar que a "negociação garante pleno exercício aos acionistas minoritários". "Em nenhum momento haverá restrição para minoritários. Os acionistas exercerão 100% dos seus direitos de aumentar sua participação na Petrobrás na proporção que eles possuam hoje", afirmou.

O presidente da estatal ainda comentou que uma possível diluição do porcentual que estes minoritários ocupam na companhia, e aumento da participação do governo, vai depender "exclusivamente da capacidade e disposição do acionista minoritário de maximizar sua participação na companhia".



No Valor Econômico de 2 de setembro outra questão importante é apresentada: a avaliação dos barris que a empresa irá receber da União. Tudo leva a crer que a primeira estimativa está acima da realidade do mercado:

Capitalização será maior que valor de barris cedidos pela União
Cláudia Shüffner, Rafael Rosas*, Ana Paula Ragazzi,
Graziella Valenti e Silvia Rosa, do Rio e de São Paulo

(...) A estatal, na prática, comprará da União o direito de explorar os até 5 bilhões de barris de petróleo. O aumento de capital será feito justamente para dar condições à companhia de pagar por esse óleo futuro e, ainda, melhorar sua estrutura financeira para fazer frente aos investimentos necessários.

O valor da operação ainda não está definido. A referência será a avaliação dos barris que serão cedidos à empresa pelo governo. "O preço do barril [para avaliação] vai depender da área determinada, da capacidade produtiva, da necessidade de investimentos, do fluxo de preços futuro e da taxa de desconto. Portanto, não estamos dizendo nenhum valor", afirmou Sérgio Gabrielli, presidente da estatal.

(...) Os executivos foram enfáticos quanto a garantir que os minoritários terão direito de participar da operação. "Não há nenhuma exceção", disse Gabrielli, ressaltando que será uma operação padrão de aumento de capital, como garante a Lei das Sociedades por Ações.

"Os acionistas minoritários têm 150% do que o governo tem. Então é você pegar o valor desse óleo e multiplicar por 2,5 e terá o máximo da capitalização", afirmou Almir Barbassa, diretor de relações com investidores da Petrobras.

"Qual é esse valor não sabemos, não vamos antecipar porque não sabemos, vai depender de uma série de avaliações já mencionadas", completou Gabrielli.

As dúvidas do mercado giram em torno de dois pontos principais: o preço dos até 5 bilhões de barris e das novas ações da Petrobras no aumento de capital.

Os analistas de mercado estimam que o barril deve ser avaliado entre US$ 2,5 e US$ 4,00. Na prática, significativa que a Petrobras deveria pagar entre US$ 12,5 bilhões e US$ 20 bilhões pelos direitos de exploração [1] - considerando a quantidade máxima de barris.

(...) Na segunda-feira, no dia do anúncio do novo modelo, comentava-se a possibilidade de atribuição de um preço de US$ 10, o que resultava num valor de até US$ 50 bilhões pelos direitos - considerado excessivamente salgado pelos especialistas. Nesse caso, seguindo o mesmo raciocínio, a capitalização alcançaria US$ 125 bilhões. [2]

Os analistas do Bank of America Merrill Lynch, Frank McGann e Shariff Koya, observam que o preço desse barril de petróleo dependerá de muitos fatores ainda incertos, como custos de exploração e futuro da cotações do óleo.

A avaliação adequada dos 5 bilhões de barris também determinará a aceitação do mercado da transação. Isso porque a União receberá já por um óleo que ainda é considerado "possível", enquanto que os minoritários pagarão para ter direito a essa oportunidade - mas que é também um risco, pelos desafios de exploração e pela incerteza sobre a existência do petróleo na quantidade estimada. [3]

O preço dos novos papéis será determinante para o apetite dos minoritários em subscrever o aumento de capital. Quanto maior for a participação do minoritário na transação, menor será a fatia da União - nunca inferior à atual, de 32,2% no capital total e 55,7% no votante. Porém, como se trata de uma operação sabidamente bilionária, a estatal já alerta para a possibilidade de a União ampliar sua participação na companhia.

Sobre a participação dos minoritários, uma das maiores dúvidas envolve os acionistas que investiram na empresa com recursos do FGTS. Eles detêm hoje 2,1% do capital da estatal. Segundo o superintendente executivo de renda variável da Bradesco Asset Management (Bram), Herculano Aníbal Alves, a instrução que regula esses fundos só permite o aporte com recursos do FGTS. "A regra não permite o aporte com recursos próprios." Os fundos poderiam apenas, segundo ele, vender o direito de subscrição para os demais acionistas, e contabilizar esses recursos no patrimônio do fundo. (*Do Valor Online)



[1] Observe que o intervalo de estimativa é muito elevado.
[2] Um valor mais elevado pode ter como consequência o aumento da participação da União no controle da empresa e efeitos sobre a economia.
[3] Aqui um argumento mostrando que os acionistas serão tratados de maneira diferente.

Negritos do blog.

Bancos com dinheiro

"Excesso de reservas" dos bancos atingiu US$ 1,22 trilhão em agosto, valor ligeiramente inferior ao do começo do ano

Bancos nos Estados Unidos, na zona do euro e no Reino Unido estão "inundados" de dinheiro, mas continuam preferindo manter os recursos em seus respectivos bancos centrais em vez de emprestar a tomadores da economia real [1]. O "excesso de reservas" dos bancos atingiu US$ 1,22 trilhão no fim de agosto, valor ligeiramente inferior ao montante do começo do ano [2], de acordo com relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), ao qual o Valor teve acesso.

Desde o início da crise, bancos centrais têm fornecido enorme quantidade de dinheiro para os bancos comerciais, tentando colocar recursos na economia [3]. Mas esses bancos continuaram a reduzir créditos para o setor privado e os consumidores - em junho, instituições de 16 países da zona do euro emprestaram US$ 49 bilhões a menos do que receberam como pagamentos de clientes. Nos Estados Unidos, os bancos têm US$ 794,5 bilhões depositados no banco central. Na zona do euro, o total é de 142 bilhões de euros (o equivalente a US$ 202 bilhões).

Agora, sobra dinheiro nos bancos - Assis Moreira, de Genebra - 3/9/2009

[1] Uma típica situação onde o excesso de caixa é um problema
[2] Isto contradiz o título da reportagem.
[3] O resultado mostra que a política dos governos não tem sido adequada.

Google patentou sua página



Segundo o Gawker, a Google conseguiu patentear a sua home page. A página do Google sempre foi considerada simples. A empresa levou cinco anos e meio para convencer a burocracia que esta simplicidade apresenta uma inovação em termos gráficos.

Entretanto, a notícia da patente talvez não seja muito boa para a empresa. Primeiro, a própria Google tem modificado sua página inicial, possibilitando inclusive que o usuário adote sua própria página (iGoogle).



O segundo aspecto é o que fazer com os imitadores. A página acima, da Yahoo! é muito semelhante a que foi patenteada pela Google. A empresa irá processar a Yahoo! ? A Google está sendo vigiada de perto pelos órgãos de defesa da concorrência, e uma ação deste tipo seria uma provocação.

Em resumo, talvez esta patente não possua nenhum valor para a empresa.

Gigante brasileira

Segundo o Wall Street Journal (via Financial Times), a empresa brasileira JBS está negociando a aquisição da empresa do Texas Pilgrim´s Pride por 2,5 bilhões de dólares. Com o acordo, a JBS poderá ser a maior rival da Tyson Foods, que possui receita de 27 bilhões de dólares.

02 setembro 2009

Rir é o melhor remédio


Nepotismo = Quem é seu papai? dividido pela habilidade.

Vantagem Contábil

"A única vantagem do modelo de partilha é que as empresas podem contabilizar como ativo o que tiver em termos de reserva, mas não é um modelo atrativo."

Luiz Antonio Lemos, sócio da área de petróleo da Tozzini Freire
Países ricos usam modelo de concessão
Clarice Spitz, RIO - Valor Econômico - 2/9/2009

Capital de Giro

Grande empresa cobra cedo e paga tarde
Serena Ng e Cari Tuna, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 1/9/2009

As grandes empresas americanas estão apertando as menores, agora que a escassez de crédito faz com que todas intensifiquem os esforços para conservar caixa.

Em um exemplo de darwinismo empresarial em ação, a recente rodada de resultados trimestrais mostrou que as empresas com faturamento anual de mais de US$ 5 bilhões aceleraram a cobrança dos clientes, e ao mesmo tempo demoraram mais para pagar seus fornecedores. [1]

Por outro lado, as firmas com menos de US$ 500 milhões em vendas anuais em geral demoraram mais para receber pagamentos e pagaram suas dívidas mais depressa do que no mesmo período de um ano atrás, segundo uma análise realizada para o Wall Street Journal pela REL Consultancy, divisão de capital de giro da firma de consultoria Hackett Group.

Como os mercados de crédito continuam apertados e os bancos dificultam os empréstimos, as empresas estão sendo obrigadas a conseguir mais caixa das suas operações diárias, em um momento em que as receitas estão caindo e a economia americana continua fraca. As empresas estão descobrindo que podem depender menos dos financiamentos externos e linhas de crédito bancário se conseguirem cobrar os clientes mais rápido e conservar o dinheiro mais tempo. O dinheiro economizado pode ser usado para pagar dívidas ou investir em outras áreas do negócio.

As empresas maiores e em melhor situação muitas vezes fazem valer seus recursos financeiros, beneficiando-se às custas das menores e mais fracas.

"Está havendo uma luta pelo poder, agora que a crise do crédito atingiu o público geral", diz Sung Won Sohn, ex-economista-chefe do Wells Fargo e agora professor da Universidade Estadual da Califórnia em Channel Islands. "As grandes empresas conseguem forçar os fornecedores e clientes a aceitar as suas condições. E se você tem uma pequena empresa, ou uma pequena loja em um shopping, não tem poder de barganha e precisa aceitar aquilo que lhe oferecem, que hoje em dia não é muito."

Algumas das maiores empresas do mundo já endureceram suas condições de pagamento aos fornecedores. No primeiro semestre a Anheuser-Busch Cos., de propriedade da cervejaria belgo-brasileira InBev NV, informou aos fornecedores que levaria até 120 dias para pagar seus pedidos, sendo que antes levava 30. A General Electric Co. liberou US$ 3,8 bilhões em caixa no último trimestre por meio de medidas como redução do prazo de cobrança, cobrança de contas atrasadas e prolongamento do prazo dos seus próprios pagamentos, segundo uma porta-voz. A Procter & Gamble Co. informou recentemente que está "implacavelmente focada" em administrar o fluxo de caixa, o que implica, entre outras coisas, acelerar a cobrança.

As empresas com mais de US$ 5 bilhões em faturamento anual levaram em média 55,8 dias para pagar a seus fornecedores de produtos e serviços no segundo trimestre, um aumento de 5% ante 53,2 dias um ano antes, segundo a REL. Também cobraram seus clientes mais depressa, levando em média 41 dias, ante 41,9 dias um ano antes.

As firmas com menos de US$ 500 milhões em vendas pagaram os fornecedores em 40,1 dias em média, uma queda de 6,5% ante os 42,9 dias anteriores, segundo a REL. Elas demoraram cerca de 8% mais tempo para cobrar os clientes, em média 58,9 dias, ante 54,4 dias um ano antes.

Os dados mostram que mesmo antes da atual recessão as empresas menores já pagavam suas contas mais depressa e esperavam mais tempo para receber dos clientes, mas a recessão exacerbou essa divisão. "Isso demonstra até que ponto as pequenas empresas são vítimas da escala, pois têm um balanço mais fraco e menos capacidade de obter empréstimos", diz Mark Tennant, diretor-geral da REL para as Américas.

Na Hertz Corp., que aluga veículos e equipamentos, um esforço feito por toda a empresa durante dois anos resultou em mais rapidez nas cobranças e prazos mais dilatados para pagamento. A Hertz vinculou a remuneração de alguns funcionários a objetivos de gestão de caixa, e renegociou contratos com alguns fornecedores, segundo a diretora financeira Elyse Douglas.

Agora, se os contratos permitem pagar em 60 dias, a Hertz aproveita essas condições e paga só no fim do período. "Descobrimos que estávamos pagando mais rápido do que os termos de nossos contratos", disse Douglas. O resultado: a Hertz reduziu em 10% seu tempo médio de cobrança e prolongou em 3% seu prazo médio de pagamento.

A Point.360, pequena prestadora de serviços de pós-produção de vídeos, informou em maio que os clientes agora demoram, em média, 66 dias para pagar, frente a 54 dias um ano antes. O motivo: os grandes estúdios "de modo geral atrasaram os pagamentos, em resposta à desaceleração econômica geral", informou a Point.360 em um relatório financeiro. Um porta-voz da Point.360 não quis dar detalhes.

Entre os clientes da Point.360 estão a Walt Disney Co. e a Paramount Pictures. Uma porta-voz da Disney disse que a política da empresa "é pagar os fornecedores em tempo hábil". Uma porta-voz da Paramount não quis comentar.

Tesoureiros e diretores financeiros há muito procuram reduzir o caixa comprometido com as despesas do dia-a-dia, como folha de pagamento e aluguel. Mas a crise do crédito intensificou esse foco em muitas empresas, agora que as fontes externas de financiamento, como "commercial papers" e linhas de crédito bancário, estão menos disponíveis ou mais caras.

Se as empresas conseguirem administrar bem seus estoques, cobrar suas contas mais rápido e demorar mais para pagar aos fornecedores, podem depender menos dos empréstimos e liberar caixa para outros fins.

Mas na prática isso muitas vezes envolve negociações agressivas entre as empresas e seus clientes e fornecedores. Há também um delicado equilíbrio envolvido na questão. Se as empresas forçarem seus fornecedores a aceitar condições insustentáveis, arriscam-se a fazê-los quebrar, o que pode acabar prejudicando suas próprias atividades.

Algumas grandes empresas tentam tirar proveito concordando em pagar mais rápido se seus fornecedores acelerarem as entregas ou oferecerem descontos.

Na Hero Arts Inc., de Richmond, Califórnia, o diretor-presidente Aaron Leventhal se vê nos dois lados da mesa de negociações. A firma, que fornece tintas, carimbos e outros artigos tanto para lojas de materiais artísticos como para grandes varejistas, vem recusando pedidos dos clientes menores para estender de 30 para 60 dias o prazo de pagamento.

"Nós fixamos um limite, sabendo que, potencialmente, poderíamos estar arriscando nosso negócio", diz Leventhal.

Contudo, Leventhal diz que há pouca coisa a fazer quando um grande cliente decide atrasar o pagamento. As grandes empresas "têm poder sobre os pequenos fornecedores. Neste ponto nós já mais ou menos engolimos e aceitamos essa indignidade", diz, acrescentando: "Temos tido mais problemas para administrar nosso fluxo de caixa este ano do que em qualquer outro da história da empresa."


[1] Reduziram o ciclo financeiro. No modelo de Necessidade de Capital de Giro - vide o livro Análise do Capital de Giro - isto significa menos recursos no NIG.

Skype

O gigante adormecido Skype conseguirá se reinventar?
Por Eric Auchard
Reuters Focus - 1/9/2009

LONDRES, 1o de setembro (Reuters) - Será que empresas iniciantes de Internet que um dia tiveram força, mas não realizaram seu destino são capazes de ter uma segunda chance? A História diz que não, mesmo para grandes nomes do passado como Netscape, America Online e MySpace.

O Skype quer ser a exceção. Na terça-feira, um grupo liderado por importantes financistas europeus e do Vale do Silício fechou acordo com o eBay para adquirir participação de 65 por cento na antiga sensação da telefonia via Web, por 1,9 bilhão de dólares em dinheiro.

O acordo avalia o Skype em 2,75 bilhões de dólares, uma quantia que evita vexames para o eBay por ficar bem acima do 1,7 bilhão de dólares pelos quais a companhia está avaliada na contabilidade da gigante do comércio eletrônico. O eBay manterá uma participação de 35 por cento no grupo.

Mas isso envolve ignorar a humilhante contabilização como prejuízo de 1,4 bilhão de dólares do valor pago originalmente. Quatro anos atrás, o eBay adquiriu o Skype por uma soma que poderia atingir os 4,3 bilhões de dólares, ainda que o pagamento total viesse a ser reduzido posteriormente. Tudo computado, isso faz do Skype um dos maiores destruidores de valor acionário entre as grandes fusões da Internet, desde os primeiros dias da era das empresas "ponto.com".

A justificativa do eBay para adquirir o Skype, em 2005, era que os serviços de chat e telefonia oferecidos serviriam como plataforma para atendimento online a clientes, conectando compradores e vendedores do eBay. Mas isso jamais veio a se concretizar.

Em lugar disso, a inovação de produtos se desacelerou e surgiram revezes de negócios, como a proibição de muitas empresas ao uso do Skype em seus computadores porque o serviço consome recursos de rede excessivos. Os problemas retardaram a exploração de novas oportunidades de negócios.

A pressão por justificar o preço inflacionado de aquisição pela obtenção de sinergias também causou problemas. E no vácuo deixado pela inércia do Skype, surgiram novos fenômenos da Internet como o YouTube, Facebook e Twitter, todos os quais o Skype poderia ter antecipado.

É certo que 15 milhões de pessoas ainda usam o Skype a cada dia para chats, telefonemas e videoconferências na Web. A empresa registrou mais de 500 milhões de usuários desde sua criação, em 2002.

E seu desempenho financeiro continua a ser um sonho para grupos como o Twitter, com receita de 551 milhões de dólares em 2008 e projeção de 700 milhões de dólares para este ano.

Mas será preciso mais que isso para justificar o preço pago pelos novos proprietários, quatro vezes o valor da receita projetada para 2009. Essa avaliação continua a parecer difícil de justificar enquanto o principal negócio da empresa for concorrer contra as operadoras de telefonia em chamadas internacionais, em um período no qual o custo dessas chamadas está rapidamente caindo a zero.

A realidade é que, tirando a operadora móvel 3, a Skype é considerada uma pária pela maior parte das operadoras de telefonia do mundo. Elas odeiam o fato do serviço gratuito, ou quase, da Skype pressionar seus próprios preços.

Para além disso, a Skype precisa encontrar uma maneira de tornar-se o centro da convergência entre telefones e computadores. Para isso, precisa criar desafio aos líderes desse novo mercado de comunicações, Apple, Goole e mesmo empresas como a Twitter.

Só assim a Skype poderá dizer que superou os desafios para se transformar em empresa a ser batida, mais uma vez.

01 setembro 2009

Valor Justo

Contabilidade: Regulador americano quer mais detalhes sobre valor justo
Valor Online, de São Paulo - 1/9/2009

As companhias abertas que publicam seus balanços pelo padrão americano, conhecido como US Gaap, terão que aumentar as informações que divulgam sobre os métodos que usam para atribuir o valor justo dos ativos.

Após flexibilizar recentemente as regras de cálculo do valor justo, o Fasb (Financial Accounting Standards Board), órgão americano responsável pela emissão das normas contábeis, colocou ontem em audiência pública uma revisão das normas sobre a transparência desses dados. Os comentários dos interessados devem ser feitos até o dia 12 de outubro deste ano.

Segundo o órgão, os usuários dos balanços pediram mais informações sobre os critérios usados pelas companhias para avaliar os ativos menos líquidos. Pela regra atual, existem três níveis de classificação, conforme a facilidade para se determinar o preço dos ativos. Os mais líquidos são marcados a mercado, enquanto para os demais as empresas podem usar uma combinação de modelos de precificação e dados de mercado.

O que a minuta divulgada ontem pelo Fasb propõe é justamente aumentar a transparência sobre os critérios usados pelas empresas para determinar o valor justo dos ativos menos líquidos.

Um dos dispositivos diz que a companhia deve apresentar o que ocorreria com o seu balanço caso escolhesse outras premissas para determinar o valor justo do ativo. A minuta sugere que seja obrigatória a divulgação do critério usado para definição do valor justo por classes de ativos.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Como perder 7 bilhões num dia

Segundo o Financial Times, "em muitas situações, entregando uma única companhia um papel dominante em um projeto de petróleo vasto e promissor novo pode fazer maravilhas para o preço de suas ações.". Mas no caso da Petrobrás, o anúncio da maior participação da PEtrobras provocou uma queda de 7 bilhões de dólares num dia.

Segundo os planos de Lula, que arrogantemente denominou "o dia de independência para o Brasil", a Petrobras será a operadora exclusiva de todos os chamados campos pré-sal de petróleo, que incluem a maior descoberta do continente desde 1976.

NFe

Souza Cruz é a 1ª com Nota Fiscal Eletrônica
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 1/9/2009

A partir de hoje, empresas que atuam nos setores de distribuição de combustíveis e de tabaco terão que aposentar de vez seus talões de nota fiscal e passar a emitir cupons em formato 100% digital: a Souza Cruz é a primeira empresa brasileira a adotar a Nota Fiscal Eletrônica em todas as unidades do país. Em março, a empresa já emitia 300 mil NF-e.

Para a Souza Cruz, além de simplificar os processos, esta ação contribui no combate à evasão fiscal. De acordo com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) – Instituto que a Souza Cruz apóia – a nota fiscal eletrônica é mecanismo de combate à sonegação fiscal e grande passo para a modernização da administração tributária.

Além de ser um instrumento indispensável na busca de um consenso sobre uma reforma tributária capaz de atender às demandas e peculiaridades de todos os Estados, permite um controle que abre caminho para a simplificação do sistema brasileiro, de acordo com a empresa.

Com a nota fiscal eletrônica é possível identificar quanto cada Estado ganha ou perde com a mudança na cobrança do ICMS. Conforme as informações geradas, será possível definir um sistema compensatório confiável para os Estados que, porventura, perderem arrecadação.

Outra vantagem da NF-e é a redução na impressão de várias vias do documento e da burocracia, pois torna desnecessário o registro em livros, uma vez que a Secretaria da Fazenda já dispõe de toda as operações de compra e venda realizadas pela companhia.

O Estado consegue visualizar imediatamente a operação e verificar se comprador e vendedor estão devidamente habilitados, com documentação em dia.

COMPRA DE FUMO. A comercialização da safra de fumo deste ano tem novidade para os produtores integrados da Souza Cruz. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, está em fase de adoção a emissão de notas fiscais de venda do produto de forma eletrônica.

Os primeiros testes começaram no fim de janeiro e a receptividade dos agricultores tem sido boa, de acordo com a Souza Cruz. No lugar de várias vias da nota fiscal, os produtores recebem um comprovante que tem, no verso, extrato detalhado das operações de comercialização, o que torna o processo mais transparente.

Capitalização da Petrobras

EXPLORANDO PETRÓLEO: Papéis têm a maior queda em 6 meses. União elevaria participação na empresa
O Globo - 1/9/2009

Capitalização derruba as ações da Petrobras

Operação seria a maior do tipo já feita no país. Para participar, investidor em fundos FGTS terá de usar recursos próprios

Juliana Rangel, Flavia Barbosa, Gustavo Paul e Ramona Ordoñez

RIO e BRASÍLIA. A confirmação de que a Petrobras fará uma megacapitalização e as informações desencontradas ao longo do dia sobre como seria a operação fizeram as ações da companhia fecharem ontem na maior queda em quase seis meses na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Pela manhã, a Petrobras divulgou um fato relevante ao mercado em que apenas citou a operação, sem dar detalhes.

(...) No fim da tarde, fontes do governo explicaram que essa capitalização seria equivalente aos cerca de 40% de participação da União no capital total da Petrobras (considerando os 32,21% da União e os 7,62% da BNDESPar). Pela Lei das SA, os demais acionistas têm o direito de fazer uma oferta na mesma proporção da sua participação. Numa hipótese considerada improvável pelo governo, se todos os minoritários exercessem esse direito, a capitalização chegaria a cerca de US$125 bilhões.

(...) Antes de a capitalização da Petrobras ocorrer, o governo precisa definir quantos bilhões de barris de petróleo vai ceder, sem licitação, para a exploração exclusiva da estatal. Isso porque os recursos que a Petrobras vai usar para pagar pelos barris serão reinvestidos pela União na estatal, na forma de aumento de sua participação no capital total da empresa.

Um dos quatro projetos de lei enviados pelo governo ao Congresso prevê a cessão do direito de exploração de até 5 bilhões de barris na área do pré-sal que fica entre os blocos que a Petrobras já possui no cluster da Bacia de Santos. Considerando-se o custo estimado hoje de comercialização das reservas, o barril valeria US$10. Portanto, se a União decidisse hoje repassar todos os 5 bilhões de barris, a esse preço a Petrobras terá que pagar-lhe US$50 bilhões, em títulos públicos ou moeda.

— É por isso que o mercado tremeu. Essa será a maior operação de capitalização da história corporativa do Brasil — afirmou uma fonte do governo.

A expectativa não oficial é que os minoritários devem aportar apenas 20% do que têm direito. Isso vai aumentar efetivamente a participação — e portanto o controle — que a União tem na estatal. Essa é uma meta do atual governo. (...)


Grifo do blog. É interessante notar que a reação do investidor tem sua origem no medo de um gesto "a la Chavez". Veja aqui.

Também a este respeito, seja a seguinte nota do Globo:

O projeto de marco regulatório para o pré-sal repercutiu na mídia internacional pelo viés da participação da Petrobras e o maior controle do Estado na exploração das jazidas. O “Wall Street Journal” destacou que o projeto representa “uma mudança importante na política energética” brasileira. “As propostas”, diz, “vão praticamente colocar as companhias petrolíferas estrangeiras fora de ação no Brasil, e aquelas que participarem terão papéis subservientes em relação à Petrobras”. Mas um blog do “Journal” afirma que as petrolíferas, ansiosas por explorar óleo, aceitarão qualquer condição.

A agência Associated Press ouviu especialistas, que alertaram que a mudança de modelo traz risco de corrupção e gastos descontrolados, que poderiam minar as metas sociais do fundo que receberá dinheiro do pré-sal. A Bloomberg apontou o aumento de capital da Petrobras e estimou que o retorno do lucro anunciado pelo governo está superestimado. A agência Dow Jones destacou o elogio do BG Group ao pacote, que honrará os atuais contratos de concessão.

Riscos das novas regras - O Globo

Links

Variaveis instrumentais sob ataque

Idade e produtividade

O fim do despertador

Fotos adulteradas

Luz e sombra: um vídeo bonito

Um gráfico fantástico

Clubes brasileiros faturam

31 agosto 2009

Seguros

Contabilidade: Reguladores americanos preparam a reorganização das regras do setor
Os maiores rombos nos balanços das seguradoras ainda estão por vir
Jonathan Weil, Bloomberg, de Nova York - Valor Econômico - 31/8/2009

Quantas pernas um bezerro teria se chamássemos seu rabo de perna? Quatro, é claro. Chamar um rabo de perna não faz dele uma perna, como disse Abraham Lincoln em uma frase que ficou famosa.

Do mesmo modo, chamar uma despesa de ativo não faz dela um ativo. Isso nos leva às estranhas normas contábeis para o setor de seguros, que inclui a Lincoln National, que usa Honest Abe (como é conhecido Abraham Lincoln) como mascote empresarial.

Dê uma olhada no lado dos ativos do balanço da Lincoln National e você verá um item de US$ 10,5 bilhões chamado "custos de aquisição diferidos", sem os quais o patrimônio dos acionistas de US$ 9,1 bilhões desapareceria. O número também é maior que o valor de mercado da companhia, atualmente em US$ 7 bilhões.

Esses custos são apenas isso - custos. Eles incluem comissões de vendas e outras despesas relacionadas à aquisição e renovação de apólices de seguros de clientes. Na maioria das companhias, esses custos precisam ser registrados como despesas quando são contabilizados, afetando imediatamente os lucros.

Mas como ela é uma companhia de seguros vendendo apólices que podem durar muito tempo, a Lincoln pode lançá-las em sua contabilidade como um ativo e ir dando baixa contábil lentamente - por períodos de até 30 anos em alguns casos -, sob um conjunto de regras contábeis implementado há décadas e feitas exclusivamente para o setor de seguros.

Mas esses dias podem estar contados, sob uma decisão unânime tomada em maio pelo Fasb, o conselho de contabilidade financeira (Financial Accounting Standards Board) dos Estados Unidos, que vem recebendo pouca atenção da imprensa americana. O Fasb deverá anunciar no quarto trimestre uma proposta de reorganização de suas regras para os contratos de seguros. Se tudo correr de acordo com o plano, as seguradoras não poderão mais adiar custos de aquisição de apólices e tratá-los como ativos.

Um problema que o Fasb ainda não resolveu é o que fazer com os custos de aquisição diferidos que já estão na contabilidade das companhias. Embora ainda não haja nenhuma decisão a esse respeito, é razoável supor que as seguradoras provavelmente terão de dar baixa neles, reduzindo o patrimônio dos acionistas. O Fasb já decidiu que esses custos não são um ativo e devem ser lançados como despesas. Se isso for mantido, não faria sentido deixar as companhias manter seus custos diferidos existentes intactos.

O impacto dessa mudança seria enorme. Alguns exemplos:

Até 30 de junho, a Hartford Financial Services Group mostrava um custo de aquisição diferido de US$ 11,8 bilhões, que representavam 88% do patrimônio de seus acionistas, ou ativos menos obrigações. Em comparação, o valor de mercado da companhia é de apenas US$ 7,3 bilhões.

A MetLife mostrava um custo de aquisição diferido de US$ 20,3 bilhões, equivalente a 74% de seu patrimônio líquido. O custo diferido da Prudential Financial era de US$ 14,5 bilhões, ou 78% do patrimônio. A Aflac dizia que seu custo era de US$ 8,1 bilhões em 30 de junho, bem mais que seu patrimônio de US$ 6,4 bilhões. A Genworth Financial listava seu custo diferido em US$ 7,6 bilhões, ou 76% dos ativos líquidos. Isso era mais que o dobro do valor de mercado da companhia, de US$ 3,4 bilhões.

As regras sobre os custos de vendas das companhias de seguros são um resquício dos dias em que o chamado princípio do confronto das despesas com as receitas era aceito de uma maneira mais ampla entre os contadores e investidores.

Nas seguradoras de vida, por exemplo, é comum o pagamento adiantado de comissões equivalentes a um ano de prêmios de apólices. Ao expandir o reconhecimento das despesas sobre o tempo de vida das apólices, a ideia é que as companhias deverão comparar suas receitas e as despesas que foram necessárias para gerar essas receitas no mesmo período de tempo.

O problema com essa abordagem é que os custos de aquisição diferidos não atendem o padrão de definição de ativo do Fasb. Isso porque as companhias não os controlam uma vez que eles são pagos. O dinheiro já está fora. Não há garantias de que os clientes continuarão renovando suas apólices.

Até mesmo as autoridades reguladoras estaduais, normalmente amigáveis, não reconhecem os custos de aquisição diferidos como um ativo para propósito de avaliação do capital, sob os princípios contábeis estatutários adotados pela National Association of Insurance Commissioners.

Certamente, as decisões tomadas pelo Fasb até agora são preliminares. Uma das muitas questões que o conselho está analisando como parte de seu projeto mais amplo para os seguros é como tratar os custos de aquisição. Outras incluem o problema de como medir os riscos das seguradoras nas obrigações com os detentores de apólices.

Enquanto isso, o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting Standards Board - Iasb), com sede em Londres, está trabalhando em seu próprio projeto para os seguros e já disse que vai adotar uma postura mais complacente em relação aos custos de aquisição de apólices.

As seguradoras terão de lançá-los como despesas imediatamente. No entanto, o Iasb disse que deixará as companhias registrarem antecipadamente uma receita de prêmio suficiente para compensar os custos. Dessa maneira, elas não terão que reconhecer quaisquer perdas no começo.

Até agora, o Fasb vem rejeitando o método do Iasb.

O curinga desse baralho é o Congresso americano. No segundo trimestre, o setor de seguros uniu-se aos bancos e às cooperativas de crédito para fazer membros do Congresso pressionarem o Fasb a mudar suas regras sobre os títulos de dívida, incluindo aqueles garantidos por hipotecas subprime tóxicas, de modo que as companhias possam manter grandes perdas contáveis fora de seus lucros. Como o FASB já cedeu antes, é seguro apostar que o setor vai seguir esse caminho mais uma vez.

Com tanta coisa em jogo, não devemos esperar nada menos do que isso. O que está em jogo não é o valor real dos ativos do setor, e sim a percepção dos investidores sobre o valor deles.

Honest Abe não seria enganado. (Jonathan Weil é colunista da Bloomberg . O texto reflete apenas as suas opiniões)

Rir é o melhor remédio


Tempo

Caixa e Competência

Trechos da entrevista de Everardo Maciel, Secretário da Receita Federal no governo Fernando Henrique Cardoso:

Terra Magazine – Algo perplexo soube que o senhor, Secretário da Receita Federal por 8 anos nos governos de Fernando Henrique Cardoso, não tem a opinião que se imaginaria, e que está nas manchetes, editoriais e colunas de opinião, sobre o caso das ditas manobras contábeis da Petrobras, agora uma CPI?

Everardo Maciel - Independentemente de ter trabalhado em qualquer governo, meu compromisso é dizer a verdade que eu conheço. Então, a verdade é que a discussão sobre essa suposta manobra contábil da Petrobras é rigorosamente uma farsa.

Uma farsa, um factóide?
É exatamente isso. Farsa, factóide. E por quê? Porque não se pode falar de manobra contábil, porque a contabilidade só tem um regime, que é o de competência. [1]

(...) Por que o senhor se refere, usa as expressões, “farsa” e “factóide”?
Vejamos: farsa ou factóide, como queiram, primeiro para explicar indevidamente a queda havida na arrecadação. Agora, a Petrobras, no meu entender, tem ABSOLUTO DIREITO (NR: Destaque a pedido do entrevistado) de escolher o regime de caixa ou de competência para variações cambiais, por sua própria natureza imprevisível, em qualquer época do ano. É bom lembrar que a opção pelo regime de caixa ou de competência não repercute sobre o valor do imposto a pagar, mas, sim, a data do pagamento. [2] Essas coisas todas são demasiado elementares. Para especialistas. [3] (...)


O Lino pediu para que todos lessem a entrevista. Eis minhas observações:

[1] O próprio entrevistado cai em contradição ao dizer que a contabilidade só tem um regime e depois explica os dois. Talvez fosse necessário afirmar que "pelas boas normas contábeis o regime que deve prevalecer é o da competência";

[2] Aqui o grande problema do argumento do ex-secretário. A mudança da data do pagamento faz toda diferença na área financeira. Existe uma coisa chamada valor do dinheiro no tempo. Sabemos que no longo prazo o regime de caixa é igual ao da competência (e isto está claro na entrevista). Entretanto, quanto mais a saída do dinheiro é postergada, maior o ganho para a empresa. Resultado do valor do dinheiro no tempo. Para uma empresa brasileira, postegar pagamento de imposto é muito significativo em termos de dinheiro. A Petrobras declara 8 bilhões em impostos. Calcule 1% - considerando por baixo o custo do dinheiro da empresa - sobre este valor corresponde a 80 milhões de dólares. Se o prazo for maior, por exemplo, seis meses, isto é perto de 500 milhões de dólares. Faz muita diferença, senhor ex-secretário.

[3] Realmente são elementares. Para os especialistas.

Custo

O presidente Lula também determinou ao seu pessoal que quer o desenvolvimento de uma completa indústria petrolífera no Brasil. Isso significa que companhias brasileiras deverão construir aqui a maior parte dos equipamentos necessários - de navios a sondas, de plataformas a oleodutos. Não se pode perder a oportunidade criada pela imensa demanda a ser gerada pelo pré-sal.

Certamente, há uma boa chance, mas antes disso está o custo Brasil.

Eis um bom exemplo: aquelas companhias precisarão de imensos contingentes de trabalhadores. Mas para contratar pessoas no Brasil, com carteira assinada, a empresa paga uma absurda quantidade de impostos. Veja o exemplo do gráfico abaixo: para cada R$ 100 de salário, a empresa paga nada menos que R$ 27,80 (considerando valores médios) em impostos diretos ao governo.

De seu lado, o trabalhador, antes de receber o salário, já deixa para o governo outros R$ 26.

Assim, para cada R$ 100 de salário formal, a empresa desembolsa R$ 127,80, o trabalhador leva para casa R$ 74 e o governo recolhe espantosos R$ 53,80 - ou um imposto direto sobre a folha de pagamento de 53,8%.

É uma das maiores cargas tributárias sobre o salário no mundo. Na Coreia do Sul, por exemplo, que é uma grande produtora de navios e equipamentos para exploração de petróleo, os impostos sobre o salário são inferiores a 10%. Idem para a China e para outros países asiáticos.

Acrescente aí que as empresas brasileiras ainda pagam muitos outros impostos - além de serem submetidas a um sistema tributário complicado, difícil e custoso -, e se verifica o tamanho da falta de competitividade.

Vai daí que é preciso reduzir a carga tributária, especialmente sobre os salários. Não faz sentido encarecer tanto a contratação num país que precisa gerar empregos.


Gastando por conta - Carlos Alberto Sardenberg - 31/8/209 - O Estado de São Paulo

Mais ainda, o câmbio não favorece a empresa brasileira, tornando mais barato o produto importado.

Petrobras e Dividend

A capitalização da Petrobras, estudada pelo governo para levantar dinheiro para os investimentos no pré-sal, representa ameaça aos 55 mil cotistas do fundo FTGS-Petrobras. O processo deverá reduzir sua fatia na empresa e, de quebra, diminuirá seus dividendos.

Capitalização ameaça trabalhador cotista de fundos FGTS-Petrobras
Folha de São Paulo - 31/8/2009


Não necessariamente. A lógica do texto é que o lucro permanecerá o mesmo e que a capitalização ocorrerá numa única vez.

Os dividendos podem até aumentar caso o lucro aumente e a capitalização seja feita de forma gradual.

Mas hoje a margem líquida da Petrobras é de 16%, versus 9% da Exxon. Mas relação receita por empregado é menor na Petrobras, indicando que talvez seja uma empresa com excesso de funcionários.

Basileia e Valor Justo

El Comité de Supervisión Bancaria de Basilea ha respaldado a la Junta de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB) en la reforma de los estándares de valoración de activos. Una de las cuatro peticiones del grupo de Basilea es que las nuevas normas "reconozcan que el principio de fair value -contabilidad a valor de mercado- no es efectivo cuando los mercados carecen de liquidez".

Las implicaciones están claras: los bancos podrán estirar las normas de contabilidad cuando los precios caigan demasiado y el mercado se paralice. Argumentan que requerir a los bancos capital para cubrir pérdidas sobre papel empeoró la reciente crisis. Quizás es justo dar a los bancos una vía de escape durante colapsos temporales del mercado. Pero esta distorsión en las valoraciones tiene otra cara. Igual que niveles inadecuados de liquidez tiran los precios, los niveles excesivos pueden dispararlos. En el momento, las ganancias sobre el papel sientan bien. Se crean incentivos al apalancamiento y al comercio de titulizaciones sobrevaloradas. Eso es lo que pasó antes de la crisis actual. Cuando estalló la burbuja, los balances estaban tan llenos de basura que los bancos centrales y los Gobiernos tuvieron que salir al rescate. Para activos demasiado baratos, los contables contarán con la aprobación de los bancos para alejarse de la norma. Pero cuando los mercados estén arriba, la oposición será ardua. Así, la IASB debería introducir asimetría en las desviaciones: más rigor cuando los valores suban y menos cuando bajen.

El Comité de Supervisión Bancaria de Basilea ha respaldado a la Junta de Normas...
Cinco Días. Madrid - 31/8/2009 - Nacional - 032


Mais sobre a Basiléia, leia aqui

Teste #141

Lehman Brothers Holdings Inc. foi um banco de investimento que declarou concordata em 2008. Uma estimativa preliminar do passivo da empresa encontrou os seguintes valores:

a) $20 bilhões de dólares
b) $50 bilhões de dólares
c) $100 bilhões de dólares

Resposta do Teste Anterior: Contabilidade

Ganho nos esportes


Adaptado de Carpe Diem.

Um trabalhador brasileiro, recebendo 500 reais por mês, com a cotação a R$2 reais o dólar, levaria 400 meses para receber o mesmo valor. Ou 33 anos, aproximadamente.

30 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


O mágico do imposto

Partido Verde e Contabilidade

Em contraste com a euforia de lançar a senadora Marina Silva (AC) candidata à Presidência, o PV convive com denúncias de corrupção e com a ameaça de suspensão dos repasses do fundo partidário, que hoje responde por cerca de 80% da receita da legenda.

A apresentação de notas fiscais frias e a não comprovação de gastos com viagens e diárias (feitos com recursos públicos do fundo) levaram o corpo técnico do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a sugerir a rejeição das contas do partido de 2004, 2005 e 2006 nos últimos pareceres disponíveis.

Se o plenário do TSE referendar o entendimento dos auditores em pelo menos um dos processos, o repasse será suspenso por 12 meses. A receita estimada em 2010 se aproxima dos R$ 7 milhões.

Revelado pela Folha em junho do ano passado, o esquema de uso de notas frias é agora comprovado, em parte, pelos técnicos do tribunal.

Um dos casos citados nos pareceres foi a inclusão de uma nota no valor de R$ 4.866 emitida pela Corinne Decorações. O documento fiscal é de 2005, mas a empresa foi extinta oito anos antes, segundo a Receita.

A descrição do trabalho é genérica: "serviços diversos, inclusive na área de visual de candidatos e apresentadores".

O partido também entregou ao menos sete notas de empresas fantasmas, que não existem nos endereços informados, para justificar gastos de R$ 130 mil com criação digital, marketing e gravação de programas de TV.

Na contabilidade de 2005, os servidores do TSE apontam a ausência de documentos que comprovem gastos de R$ 92 mil. Entre os papéis entregues, há um contrato de aluguel que só teve início em 2008.

Em 2006, segundo os técnicos, não há comprovação de R$ 37,8 mil que teriam sido gastos com passagens aéreas e R$ 76,8 mil com diárias, boa parte atribuída ao presidente da legenda, José Luis Penna.

Após os pareceres pela rejeição das contas, os ministros relatores dos processos abriram prazo para que o PV apresente justificativas.

Agora, poderão reenviar os processos para nova análise do corpo técnico ou, se julgarem que as informações são suficientes, elaborar os votos pela aprovação, aprovação com ressalvas ou rejeição das contas. O voto é julgado pelo plenário. Não há prazo definido.

O PV informou que só soube pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) do "defeito" de notas fiscais e afirmou que contratou uma auditoria externa, em andamento, para analisar a documentação.

A secretária de assuntos jurídicos do PV, Vera Lúcia da Motta, disse que não houve má-fé e que o partido está se esforçando para dar as explicações pedidas pelo tribunal.

(ALAN GRIPP - Partido é alvo de denúncias e pode perder repasses - Folha de São Paulo - 30/8/2009

29 agosto 2009

Rir é o melhor remédio



Stephenie Meyer é autora da série Twilight. Fonte Aqui

Fora do Siafi

Despesas de saúde ficarão fora do sistema de controle federal
Gazeta do Povo - 29/8/2009

BRASÍLIA - O Senado decidiu desvincular da conta única da Casa os recursos dos parlamentares e servidores que financiam o plano de saúde da instituição. Duas contas bancárias vão ser criadas na Caixa Econômica e no Banco do Brasil para gerir, exclusivamente, as contribuições destinadas ao Sistema Integrado de Saúde (SIS) do Senado – mas vão estar desvinculadas do Siafi (sistema de acompanhamento dos gastos públicos federais).

Nota técnica emitida pelo SIS afirma que os recursos são de um fundo de reserva mantido por meio de contribuições mensais de servidores. “Não há, portanto, qualquer dinheiro proveniente do Tesouro Nacional. Conse­­quentemente, não há qualquer justificativa para depósito dos recursos desse fundo na Conta Única do Tesouro Nacional no Banco Central nem para sua movimentação por meio do Siafi”, afirma o documento.

Inicialmente, o Senado anunciou que as contas seriam integradas ao Siafi, mas o conselho do SIS decidiu manter os recursos do plano de saúde fora do sistema de controle do governo. O SIS é integrado por nove membros, entre eles o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) e o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra.

As duas contas, porém, vão ter um CNPJ próprio, modelo já adotado pelo Ministério Público da União. O SIS decidiu desvincular os recursos depois que foram identificadas contas paralelas na instituição – financiadas em sua maioria com recursos desviados do plano de saúde.

Paralelas

Em julho, reportagem da Folha de S.Paulo revelou que desde 1997 o Senado criou três contas bancárias paralelas e deu ao então diretor-geral, Agaciel Maia, total liberdade para movimentá-las sem prestar esclarecimentos a ninguém. O saldo delas chegou a R$ 160 milhões. As contas não estão na contabilidade oficial do Senado nem no Siafi.

O dinheiro das contas paralelas saía justamente do desconto feito no salário de servidores da Casa para custear o plano de saúde. Mas só uma pequena parte desse valor era usada para essa finalidade porque o Senado custeia quase a totalidade das despesas médicas de seus funcionários, já que a Casa tem orçamento próprio para isso.

O dinheiro do Senado aplicado no plano de saúde continuará a ser destinado à conta única da Casa. As novas contas vão gerir as contribuições dos servidores para o SIS.

28 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Basileia e Contabilidade

Comitê da Basileia vê necessidade de mudança contábil
Joseph Heaven, Bloomberg, de Zurique

Os padrões internacionais de contabilidade deveriam ser alterados para aperfeiçoar a forma de avaliação dos ativos quando os mercados sofrem de falta de liquidez ou com funcionamento inadequado, segundo o Comitê da Basileia de Supervisão Bancária.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) deveria determinar os padrões para registrar o "valor justo" quando a avaliação não é clara, e os bancos, registrar previamente as perdas previstas ao longo da vida da carteira de empréstimos, segundo propôs o Comitê da Basileia, em comunicado divulgado ontem, quinta-feira, em seu site.

A polêmica em relação ao valor justo, ou marcação a mercado, aumentou sensivelmente depois da crise financeira, com forte pressão dos bancos pela flexibilização das normas.

Os lideres do G-20, que reúne os principais países industrializados e alguns emergentes, como Brasil e China, defenderam um endurecimento das regras de contabilização financeira em seu encontro em Londres, em abril. O Iasb é responsável por determinar as Normas Internacionais de Demonstrações Financeiras (IFRS, na sigla em inglês), usados em mais de 100 países, incluindo os 27 da União Europeia (UE).

"As novas regras contábeis precisam ser consistentes com as boas práticas de gestão de risco e aumento da transparência", afirmou Nout Wellink, presidente do Comitê da Basileia e do banco central holandês, no comunicado.

A fase de consultas do Iasb sobre os instrumentos de avaliação financeira acaba em 1º de setembro e a organização, com sede em Londres, poderia publicar um esboço da proposta em outubro.

Mark Byatt, porta-voz do Iasb em Londres, não quis fazer mais comentários.

As autoridades reguladoras da UE também preparam regras preliminares de adaptação ao sistema espanhol, que força os bancos a acumular capital nos bons momentos da economia para usá-lo nos maus, como parte de uma remodelação das regras de exigência de capital, idealizada para evitar outra crise financeira mundial.

A Comissão Europeia, em Bruxelas, pretende apresentar em outubro suas propostas sobre o sistema, chamado de provisionamento dinâmico, de acordo com comunicado divulgado em seu site em julho. O órgão informou que levará em conta os planos do Iasb.

Na quarta-feira, o Iasb anunciou que havia colocado em audiência pública uma proposta para reformar onze normas contábeis (IFRS) dentro de seu projeto anual de aprimoramento, segundo um comunicado do órgão em seu site. As propostas vão desde esclarecimentos sobre combinação de negócios (IFRS 3) a mudanças na linguagem para tornar mais claras as normas e remover inconsistências.

Valor Econômico - 28/8/2009

Aumento de capital na Petrobrás

Capital para a Petrobrás
Celso Ming - O Estado de São Paulo - 28/8/2009

A primeira ideia do governo Lula foi afastar a Petrobrás da exploração das áreas do pré-sal porque temia favorecer uma empresa excessivamente privatizada, já que a União detém apenas 32% do seu capital. Seria entregar riqueza nacional para interesses privados. [1]

De todo modo, a Petrobrás terá mesmo de ser capitalizada porque os investimentos a serem feitos exigem grande capacidade de inversão e de endividamento, especialmente se tiver de participar em 30% de cada nova área do pré-sal a ser partilhada. [2]

Já no início das discussões da comissão interministerial que estuda o novo marco regulatório, a atual direção da Petrobrás convenceu o presidente Lula de que não havia razão para temer desvio da renda do pré-sal para “as contas bancárias dos gringos”. Bastaria capitalizar maciçamente a empresa, exigência que poderia ser cumprida pela União sem despender um único centavo.

Uma das propostas é a de que a União incorpore ao capital da Petrobrás reservas físicas de hidrocarbonetos das áreas adjacentes às que estão sob concessão da empresa, processo conhecido como unitização. [3] Explicando melhor: algumas das atuais jazidas do pré-sal descobertas pela Petrobrás ultrapassam a área de licitação. Assim, para que durante a produção ela não sugue o suco do vizinho, tem de haver acordo prévio que divida a produção.

Uma vez definida assim a subscrição de capital pelo Tesouro, que é o controlador das ações ordinárias (com direito a voto), os acionistas minoritários seriam chamados a apresentar a sua parte em dinheiro. Muito provavelmente, um grande número deles não o acompanharia por incapacidade financeira. Muitos dos trabalhadores que no passado usaram o Fundo de Garantia para comprar ações da empresa provavelmente não estão em condições de seguir o Tesouro.

A União poderia subscrever a parcela adicional do capital que não encontrasse interessados. Assim, ficou definida uma estratégia que eventualmente poderá levar a União a voltar a ter participação majoritária no capital.

A subscrição assim definida traz um punhado de dificuldades. Fiquemos com três. A primeira consiste em medir corretamente o petróleo recuperável das áreas adjacentes. A segunda, em definir o valor de mercado do petróleo que jaz a 6 mil metros de profundidade de maneira a que possa ser incorporado ao capital da Petrobrás. A hipótese com que vinha trabalhando a diretoria da empresa é a de que esse petróleo poderia valer US$ 19 por barril de 159 litros, magnitude sujeita aos vaivéns do mercado. Esses dois problemas técnicos exigem medição a ser feita por meio de novos furos e testes de produção. Nada disso parece equacionado.

A terceira dificuldade é a de que a parcela de subscrição a ser feita pela União com petróleo futuro não resolve o problema da necessidade de recursos em dinheiro vivo para tocar os investimentos. Daí a nova ideia de levar a União a subscrever sua parte no capital com títulos públicos. Se for isso, o endividamento vai subir. [4]

E ainda é preciso ver em que proporção seria feito esse aumento de capital e em que prazo. Não basta convocar uma assembleia extraordinária e votar o tamanho da subscrição. [5] É preciso ver qual será a capacidade da Petrobrás de remunerar esse capital.


[1] será que a ideologia da frase é do articulista ou do presidente?
[2] entretanto, a exploração depende da relação custo - que será elevado - e o preço do petróleo no mercado internacional, que deverá ser elevado para compensar o investimento.
[3] um pequeno teste: qual a contrapartida do aumento de capital?
[4] e estes títulos talvez não tenham a liquidez necessária que a empresa precisa
[5] apesar do poder da União, poderá haver resistência.

Petrobras e Custo

Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o contrato da Petrobras com o consórcio CTC (Andrade Gutierrez, Norberto Odebrecht e Queiroz Galvão) para a terraplenagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) afirma que, em junho, apesar de apenas 26,8% do trabalho ter sido executado, o orçamento para o pagamento de verba indenizatória às empresas por dias parados devido às chuvas já havia estourado em 116% (R$ 151,4 milhões).

A estatal pagou 40,8% (R$ 339 milhões) do contrato de R$ 820 milhões, que oficialmente expirou em 28 de julho.

O Comperj, sediado em Itaboraí (45 km do Rio), é o maior investimento privado do país, estimado em R$ 16 bilhões. A previsão é que, até 2012, quando deve entrar em operação, gere 200 mil empregos.

A análise dos técnicos do tribunal faz comparações entre os valores contratados pela Petrobras e as referências vigentes no Sicro (Sistema de Custos Rodoviários) adotado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

Alguns exemplos, para o pagamento, por hora, pela verba indenizatória do contrato Petrobras-CTC e de acordo com Sicro, respectivamente: 1) trator de esteiras D8: R$ 438,41 e R$ 14,94 (diferença de 2.834%); 2) escavadeira hidráulica CAT 330: R$ 305,40 e R$ 15,79 (diferença de 1.834%); 3) caminhão basculante 12 m3: R$ 160,82 e R$ 13,66 (diferença de 1.077%).

Em outra tabela, os técnicos no TCU comparam o "custo improdutivo" dos equipamentos no contrato entre Petrobras e o CTC e o "custo operativo" (ou seja, em plena operação) do Sicro. O valor pago pela estatal também é mais alto. (...)

TCU questiona custo de obra da Petrobras
Folha de São Paulo - 28/8/2009

Golpe no Presidente do Fed

Há um ano, enquanto os sistemas financeiros de todo o mundo caminhavam para a catástrofe, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, enfrentava seus próprios problemas monetários. Alguém estava tentando sacar US$900 da conta conjunta com sua mulher, Anna — parte do que as autoridades federais hoje classificam de um vasto esquema de roubo de dados bancários, revelou o site da revista “Newsweek”. Foram indiciadas 22 pessoas.

Um dos chefes da gangue, Clyde Austin Gray Jr. — cujo apelido é “Cabeção” — admitiu sua culpa. O acusado de tentar sacar dinheiro dos Bernanke, George Reid, está sendo procurado. Há um vídeo que o mostra tentando sacar um cheque do casal em uma agência bancária.

O comandante das finanças americanas foi envolvido no esquema depois que a bolsa de sua mulher foi roubada em uma filial da rede de cafeterias Starbucks em Washington, em agosto de 2008. Nela estavam um talão de cheques, quatro cartões de crédito, a carteira de motorista de Anna e algum dinheiro. Ela contou à polícia que a bolsa estava pendurada na cadeira e que não notou quando foi roubada.

O casal Bernanke estava entre cerca de 500 vítimas. Segundo as autoridades, o esquema envolvia receptação de bens roubados e criação de identidades falsas com laptops, scanner e impressora. (...) (Com New York Times e agências internacionais)

Nem presidente do Fed escapa de ladrão
O Globo - 28/8/2009

Culpado

Cúmplice de milionário americano acusado de fraude se declara culpado
da France Presse
FolhaNews - 27/8/2009

James Davis, 60, ex-diretor financeiro da SFG (Stanford Financial Group), empresa de investimentos de propriedade do milionário Allen Stanford se declarou culpado nesta quinta-feira de uma fraude de US$ 7 bilhões.

Davis se declarou culpado das acusações de fraude e obstrução da Justiça. De acordo com comunicado do Departamento da Justiça, ele admitiu que, com seus cúmplices, fraudou investidores que adquiriram US$ 7 bilhões em certificados de depósito administrados pelo Banco Internacional Stanford, com sede em Antígua e Barbuda.

Trata-se do maior escândalo ocorrido nos Estados Unidos desde o caso do financista de Wall Street Bernard Madoff.

Allen Stanford, 59, está preso desde junho. Ele foi hospitalizado hoje, segundo fontes da Justiça que não deram detalhes sobre seu estado de saúde. O promotor Robert Luskin, no entanto, assinalou que o financista aparentemente sofreu um problema cardíaco.

Stanford espera para ser julgado e enfrenta penas de até 375 anos de prisão se for declarado culpado das 21 acusações, entre elas fraude milionária, lavagem de ativos e obstrução da justiça.

No fim de junho, Stanford e três de seus ex-funcionários --Laura Pendergest Holt, ex-chefe de investimentos do Grupo Stanford; Gilberto López, então responsável pela contabilidade da empresa; e Mark Kuhrt, do setor de gastos do escritório de Houston-- se declararam inocentes das acusações.

Lobby


A figura mostra a evolução no gasto com a atividade lobista nos EUA. Os gastos aumentaram nos últimos anos, apesar do número de lobistas não ter variado.

A entidade com maior gasto é a US Chamber of Commerce, com 488 milhões de dólares no período de 1998 a 2009. O mais interessante é o terceiro posto: General Electric (184 milhões). Fonte, aqui

Teste #140

Você seria capaz de dizer qual o tópico com maior número de postagem do blog da Cláudia Cruz?

Contabilidade
Convergência Internacional
Crise Econômica
Transparência

Resposta: Normas Contábeis

Capenga

Em Foco: contabilidade de 85% das empresas é “capenga”; veja riscos
por Adriele Marchesini
18/08/2009

Em entrevista à FinancialTV, professor da Fipecafi fala sobre principais erros contábeis

SÃO PAULO - A contabilidade da grande maioria das empresas de capital fechado, especificamente 85% delas, é considerada “capenga”. A informação é de pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), como forma de desenvolver o prêmio Troféu Transparência, produzido em parceria com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) e Serasa Experian.

Para a elaboração da premiação 2009, foram analisadas 472 companhias fechadas. Deste total, apenas 77, ou cerca de 15% delas, tiveram condições de passar pelo primeiro filtro da análise.

“Essas empresas sofrem com preços maiores em compras e menores prazos de seus fornecedores”, entendeu o coordenador da pesquisa e professor da Fipecafi, Ariovaldo dos Santos, em entrevista ao programa Em Foco, da FinancialTV.

Apenas cinco empresas saíram vencedoras no levantamento, todas sociedades anônimas: Alumínio Brasileiro (Albras), Alumina do Norte do Brasil (Alunorte), Centrais Elétricas (Eletrosul), Liquigás Distribuidora e Furnas Centrais Elétricas.

Capenga 2

Sobre a postagem "Capenga", recebi a seguinte provocação:

Minha opinião:
Além de falar sobre as dificuldades nas negociações com fornecedores, o professor Ariovaldo dos Santos também comentou as dificuldades na contratação de empréstimos e financiamentos por parte dessas empresas com contabilidade “capenga”.

Taxar a contabilidade dessas empresas de “capenga”, foi no mínimo um ato de infelicidade do professor Ariovaldo dos Santos, a classe contábil espera mais de seus formadores de opinião. De críticas vazias, que não levam a lugar nenhum, o mundo está cheio.

Se essas empresas realmente dependessem das publicações dos balanços para obter condições de negociação melhores, como estariam sobrevivendo até hoje?

Concluir que essas empresas sofrem nas negociações com seus fornecedores, por conta de uma contabilidade “capenga”, é no mínimo, um trabalho para um paranormal, é não de um analista.

Um empresa pode ter a melhor contabilidade do mundo, em todos os seus aspectos, e mesmo assim, ter problemas de negociação com seus fornecedores, por conta de uma série de aspectos, que não tem nada haver com sua contabilidade não “capenga”.

Gostaria de saber sua opinião sobre o assunto.

Grato,

Paulo Atadaine Sobrinho
Contador
Sorocaba - SP

Derivativos e consolidação

Usinas perdem R$ 4 bi com derivativos
Mônica Scaramuzzo e Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo
Valor Econômico - 28/08/2009

Os resultados negativos de usinas têm contribuído para aprofundar a consolidação no setor sucroalcooleiro

As perdas das usinas de açúcar e álcool com derivativos de câmbio atingiram R$ 4 bilhões durante a safra 2008/09. Esses prejuízos, estimados por empresas, bancos e consultorias financeiras ouvidas pelo Valor, enfraqueceram ainda mais boa parte das companhias do setor, que já enfrentavam problemas por conta do grande envididamento assumido para a construção de novas usinas, os projetos "greenfield".

Os resultados negativos de usinas têm contribuído para aprofundar o processo de consolidação no setor sucroalcooleiro. Grandes grupos que seriam potenciais compradores, como Santelisa Vale e Moema, foram colocados à venda. Dezenas de projetos de expansão e de novas unidades também foram interrompidos.

Os maiores bancos do país, que financiaram projetos de expansão, tornaram-se os maiores credores das usinas, inclusive o BNDES, que passou a ser sócio de alguns grupos.

Muitas das perdas das usinas foram contábeis, mas causaram impacto no caixa porque a piora nos índices de endividamento levou as companhias a quebrar cláusulas financeiras restritivas ("covenants") dos contratos de empréstimos. Com isso, credores puderam pedir resgate antecipado da dívida ou conseguiram negociar condições mais favoráveis de pagamento. A quebra de "covenants" - que limitam o endividamento da empresa em relação a uma série de indicadores e protegem os credores - é considerada semelhante à inadimplência e as empresas são obritadas a negociar um "waiver" (perdão) para não ter de quitar a dívida à vista. Foi o caso da Nova América, dona da marca União, incorporada neste ano pela Cosan. Em agosto do ano passado, os credores do grupo pediram o pagamento antecipado de uma dívida de US$ 300 milhões que venceria em 2013.

As perdas contábeis foram parcialmente revertidas neste ano com a queda do dólar para níveis entre R$ 1,80 e R$ 1,85 - a cotação superou R$ 2,50 no ano passado. Com cerca de 400 usinas em todo país, o setor sucroalcooleiro faturou R$ 40 bilhões na safra 2008/09, dos quais cerca de US$ 7,5 bilhões foram provenientes das exportações de açúcar e álcool.

27 agosto 2009

Rir é o melhor remédio

Recentemente a Escócia libertou um terrorista libanês acusado de colocar uma bomba num avião na década de oitenta. A alegação foi motivos de saúde. A atitude gerou protestos, inclusive dos humoristas. O primeiro cartoon compara a guerra de libertação da Escócia (e o filme sobre o assunto). O segundo mostra Madoff na prisão ligando para Escócia (alguns órgãos da imprensa chegaram a anunciar que Madoff estava com cancer)


Os ganhadores da recessão

'Risco prudente' cria ganhadores na recessão
Leslie Scism, Matthew Dolan, Ann Zimmerman e Michael Corkery, The Wall Street Journal
26/8/2009
The Wall Street Journal Americas

Depois de criar legiões de vítimas, a recessão dos Estados Unidos está criando uma classe de vencedores.

O J.P. Morgan Chase & Co. está conseguindo dinheiro dos depositantes enquanto instituições mais fracas balançam. A Golub Capital, firma pouco conhecida que financia empresas de médio porte, disparou para a dianteira de seu campo, à frente do combalido CIT Group Inc. e da GE Capital, divisão financeira da General Electric Co. A Ford Motor Co. está atraindo compradores de carros que normalmente optariam pela General Motors Corp. e pela Chrysler LLC.

Essas empresas ainda não "venceram", pois a economia continua em fase de aperto. Mas as que tomaram até agora a dianteira têm em geral alguns traços em comum — como uma boa reserva de caixa em relação às rivais, disposição para gastá-la e vontade de atacar a jugular dos rivais — que lhes dão uma vantagem, pelo menos no momento.

A seguradora New York Life Insurance Co. levou um duro golpe da crise financeira, perdendo US$ 3,5 bilhões em sua carteira de investimentos no ano passado, o que a fez fechar o ano no vermelho. Contudo, por causa de investimentos relativamente conservadores, a seguradora se saiu muito melhor que rivais como a American International Group Inc., que aceitou um vultoso socorro financeiro pago pelo contribuinte americano.

Os executivos da New York Life partiram para a ofensiva. Disseram a seus 11.000 agentes de seguros que tinham a "obrigação moral" de explicar os pontos fortes da firma aos clientes. Deram-lhes um documento detalhando os problemas dos concorrentes e pilhas de materiais sobre as gordas reservas financeiras e classificação de crédito AAA, a mais alta, da New York Life. A seguradora também aumentou a publicidade e contratou dezenas de vendedores para promover seus planos de previdência privada.

No primeiro trimestre, a New York Life pulou à frente da AIG, da Hartford Financial Services Group Inc. e da Lincoln National Corp. entre as maiores empresas de seguros de vida e previdência privada dos Estados Unidos em volume de prêmios. Sua fatia de mercado cresceu para 5,4% no trimestre, em comparação com 3,6% um ano antes, segundo dados da firma de classificação de risco A.M. Best Co. analisados pelo Wall Street Journal.

"Em épocas normais não haveria esse tipo de ganho em participação de mercado", diz Larry Mayewski, da A.M. Best.

É normal que uma recessão vire todo um setor de cabeça para baixo. As crises "são campos muito férteis para as oportunidades", diz Nancy Koehn, especialista em história empresarial e professora da Harvard Business School. Os vencedores são os que se saem melhor quando se trata de "ocupar o espaço que a concorrência deixou vago", diz ela, e de estudar as mudanças do comportamento do consumidor em tempos difíceis.

Na Grande Depressão da década de 30, a Campbell Soup Co. lançou novas linhas que até hoje vendem muito, como a canja de galinha com macarrão. O esmalte de unhas da Revlon Inc., também lançado nos anos 30, tornou-se o símbolo da teoria de que em tempos difíceis o consumidor gosta de pequenos luxos que pode se permitir comprar.

A Bain & Co. analisou 750 empresas logo antes e logo depois da recessão de 2001, classificando-as segundo o crescimento de vendas, margens de lucro e rendimentos para os acionistas. Descobriu que mais empresas mostraram grandes mudanças (tanto ganhos como perdas) de 2000 a 2002 do que de 2003 a 2005, período relativamente estável.

Os vencedores não são "malucos que gostam do perigo", diz Darrell Rigby, sócio da Bain, mas sim os que estão preparados para "assumir riscos prudentes".

Um ponto-chave para sobreviver a qualquer recessão é ter pronto acesso a caixa, fato cuja importância aumentou no ano passado, quando várias instituições financeiras de Wall Street quebraram e o crédito secou.

Tanto a Chrysler como a GM entraram na recessão em péssimas condições financeiras, apesar de alguns cortes de custos, e a Ford também parecia estar logo atrás. Em outubro as três montadoras enviaram seus principais executivos ao Congresso americano para pedir socorro público.

Mas alguns meses depois a Ford partiu para um caminho diferente das outras e desistiu de pedir uma linha de crédito de US$ 9 bilhões do governo. Em vez disso, passou a reestruturar sua dívida.

A vantagem da Ford: em 2006, ela tomou emprestados US$ 23,5 bilhões, hipotecando quase tudo que possuía de valor — inclusive seu logotipo oval azul. A disponibilidade desse dinheiro em caixa quando os mercados de crédito congelaram, dois anos depois, no fim de 2008, é a principal razão pela qual a Ford conseguiu evitar o resgate com dinheiro público e as recuperações judiciais que a GM e a Chrysler enfrentaram, segundo analistas.

Notando a antipatia generalizada pelos resgates pagos pelo contribuinte para montadoras e bancos, a Ford logo mudou de marcha e lançou uma campanha publicitária exaltando sua auto-suficiência financeira. No dia em que GM comunicou que pediria concordata, a Ford anunciou que estava aumentando sua produção de carros — uma demonstração pública da sua relativa força.

Em julho, a participação da Ford na venda de veículos leves nos EUA foi de 15,9%, 2,2 pontos porcentuais a mais do que um ano antes, enquanto a fatia da GM caiu 1,6 ponto, para 18,8%, segundo a firma de pesquisas Autodata Corp. A participação da Chrysler aumentou ligeiramente, para 8,9%, auxiliada pelas reduções de preços que ofereceu, além do programa do governo que dava desconto na troca de carros velhos por novos mais econômicos.

Profissão: contador

Contabilidade ganha novo status nas empresas
Paulo Justus
O Estado de São Paulo - 27/8/2009

Contador agora atua na linha de frente e ajuda na tomada de decisões

A demanda por auditores e contadores vem crescendo nos últimos tempos. Na consultoria de recrutamento Robert Half, a procura cresceu 30% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2008. “A procura está forte não apenas por contadores, mas por pessoas com conhecimento na área para ocupar outras posições”, diz Sócrates Melo, especialista em recrutamento para Finanças e Contabilidade da Robert Half. Ele diz que o mercado procura um perfil mais comunicativo para esse profissional. “Hoje, o profissional está na linha de frente e ajuda na tomada de decisões das empresas.”

Antes ligado basicamente à rotina do escritório, o profissional de contabilidade ocupa hoje posições mais estratégicas nas empresas. O novo perfil da profissão acompanhou as mudanças importantes na contabilidade, que começaram a partir de 2007 mas se tornaram efetivas este ano, como a informatização das informações e a adoção das normas internacionais de contabilidade.

Na visão de Aline Freitas, consultora sênior da Michael Page, o principal motivo da procura por esses profissionais atualmente se deve à implementação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e da Nota Fiscal Eletrônica. “Na maioria das vezes, quem implementa isso são os profissionais da contabilidade, que também precisam conhecer a tecnologia e ter uma visão de negócio”, diz.

Além desse perfil mais dinâmico, o mercado busca um profissional atualizado. Além do SPED, outra mudança importante para os contadores e auditores foi a lei 11.638, de dezembro de 2007, que obriga as empresas de capital aberto e de grande porte a publicar seus balanços de acordo com as normas contábeis internacionais. “Hoje, o profissional que conhece as novas normas é muito desejado” diz Níveson da Costa Garcia, membro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC SP) e empresário da contabilidade. A dificuldade, segundo Garcia, está na formação desses profissionais. “As instituições de ensino não deixam o aluno preparado e cabe à empresa gastar muitas horas e muitos reais para deixá-lo pronto.”

Como reflexo dessa carência, o salário de um contador com um ano experiência e conhecimento desejado pelo mercado subiu de R$ 2 mil para R$ 3 mil em dois anos, de acordo com a Robert Half. A remuneração dos executivos em cargos mais altos acompanhou esse crescimento, afirma Melo.

A demanda por profissionais para projetos temporários de implantação do SPED nas empresas, por exemplo, também cresceu. “Hoje cerca de 20% das nossas oportunidades temporárias são para projetos desse tipo”, diz Aline, da Michael Page. O salário para um profissional experiente nessas atividades vai de R$ 6 mil a R$ 10 mil.

Para se adaptar às mudanças, os profissionais passaram por uma alta carga de treinamentos. A supervisora da auditoria KPMG, Ana Karina Beckman, de 30 anos, diz que o aprendizado é contínuo e ocorre tanto nos seminários promovidos pela empresa quanto fora do expediente. “Uso meu horário de trajeto de casa para o trabalho para estudar”, afirma.

Ana foi contratada pela KPMG em fevereiro, vinda de uma empresa do setor químico. Em outubro, será promovida ao cargo de gerente. “Desde que me formei o mercado sempre foi crescente.”

Segundo ela, a profissão mudou bastante desde que concluiu o curso de Ciências Contábeis, em 2001. “Quando entrei na faculdade, todo mundo chamava os contadores de guarda-livros”, brinca. Hoje, ela diz que o aquecimento do mercado tem atraído novos estudantes para a área. “Um exemplo disso é meu irmão, que depois de fazer um ano de informática decidiu seguir os meus passos e hoje cursa Ciências Contábeis.