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04 agosto 2009

Mais Mercado

Uma notícia publicada nos jornais (Rio propõe dar posse de imóveis de favelas a moradores, Chico Santos e Ana Paula Grabois, do Rio) informa que

O governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu tomar uma iniciativa com o objetivo de resolver de forma definitiva o problema das terras pertencentes ao próprio Estado que estão hoje ocupadas por favelas: enviar um projeto à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) propondo dar a posse dos imóveis aos ocupantes, desde que a ocupação tenha sido feita um determinado tempo antes do início da tramitação do projeto. (...)

"Vamos começar um processo longo de regularização de imóveis aqui no Rio de Janeiro. O Estado nunca se preocupou com a regularização de seu patrimônio", disse o secretário. O governo do Rio avalia que a falta da posse definitiva é um dos grandes obstáculos para que as favelas permaneçam como guetos, com pouca ou nenhuma infraestrutura urbana e composto, em grande parte, por habitações precárias.

Com a escritura definitiva seria possível a criação de um mercado legal para esses imóveis e a valorização das áreas, gerando maior demanda por serviços urbanos como ocorre nas demais áreas das cidades. "Proibir a venda impede que se mude a cara dessas comunidades", afirma.



Este tipo de medida é defendida pelo economista peruano Hernan de Soto. Para De Soto, um dos problemas básicos do terceiro mundo é a falta do sistema capitalista. Ou seja, o mercado não funciona adequadamente por uma série de problemas, inclusive legais. De Soto defende a legalização destas situações, para que as pessoas envolvidas possam "participar do mercado".

Remuneração

Bancos quase quebrados pagam bônus milionários
Greg Farrell , Financial Times

O Citigroup e o Merrill Lynch, que juntos perderam US$ 55 bilhões em 2008, pagaram gratificações de mais de US$ 1 milhão a um total de 1,4 mil funcionários, de acordo com um relatório do Estado de Nova York apresentado ontem, sobre pagamento de bônus efetuados por bancos que foram sustentados com a ajuda de recursos dos contribuintes.

O estudo, compilado por Andrew Cuomo, procurador-geral do Estado de Nova York, mostrou que o JPMorgan e o Goldman Sachs, que terminaram o ano com lucro no ano passado, pagaram as gratificações mais milionárias: US$ 1,6 bilhão e US$ 953 milhões, respectivamente.

Entretanto, os totais num banco lucrativo como o Goldman foram praticamente equiparados por dois dos maiores perdedores em Wall Street. O Citi, que sofreu um prejuízo de US$ 27,7 bilhões, pagou gratificações milionárias a 738 empregados. O Merrill, que perdeu US$ 27,6 bilhões, pagou 696 gratificações de US$ 1 milhão ou mais.

"Não existe um nexo ou motivo claro para a maneira como os bancos remuneram e recompensam os seus funcionários", disse Cuomo. "A remuneração dos funcionários dos bancos ficou desatrelada do desempenho dos bancos".

O deputado Edolphus Towns, presidente da Comissão de Supervisão e Reforma da Câmara dos Deputados, prometeu realizar audiências em setembro sobre o tema, sugerindo que a controvérsia política em torno das gratificações dos bancos deverá continuar no decorrer deste ano.

Antes, Cuomo havia detalhado o número de pagamentos de gratificações milionárias efetuados no Merrill nos últimos dias de 2008, antes de este ter sido adquirido pelo Bank of America. No seu novo relatório, encaminhado à comissão de Towns, Cuomo detalhou o número e o montante dos bônus de oito outros bancos que receberam bilhões do Programa Governamental de Recuperação de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês) em outubro.

O JPMorgan, que lucrou US$ 5,6 bilhões em 2008, colocou de lado um total de US$ 8,7 bilhões para gratificações. O relatório mostra que o JPMorgan desembolsou gratificações superiores a US$ 3 milhões para mais de 200 funcionários. O banco recebeu US$ 25 bilhões em recursos do Tarp no ano passado, e restituiu o dinheiro no mês passado.

No Goldman, o fundo de gratificação no ano passado foi US$ 4,8 bilhões, mais que o dobro dos US$ 2,3 bilhões que lucrou no ano. O Goldman pagou US$ 3 milhões ou mais a 212 empregados. O banco restituiu US$ 10 bilhões dos recursos do Tarp no mês passado.

O Citigroup colocou de lado US$ 5,3 bilhões para seu fundo de gratificação, e pagou bônus de US$ 3 milhões ou mais a 124 empregados. A exemplo do Bank of America, o Citigroup recebeu um total de US$ 45 bilhões em recursos do Tarp em 2008 e recentemente converteu parte daqueles recursos em ações ordinárias.

O BofA pagou gratificações de US$ 3 milhões a 28 empregados e gratificações multimilionárias a 172. O banco de Charlotte, na Carolina do Norte, reportou um lucro de US$ 4 bilhões em 2008 e colocou de lado US$ 3,3 bilhões para bônus.

O Morgan Stanley lucrou US$ 1,7 bilhão no ano passado e colocou de lado US$ 4,5 bilhões para pagamento de gratificações. A instituição pagou bônus de US$ 3 milhões para 101 empregados e gratificações milionárias (em dólares) a 428. O Morgan Stanley recebeu US$ 10 bilhões em recursos do Tarp no ano passado, e devolveu o dinheiro em junho.

Entre os demais bancos no relatório de Cuomo, o Bank of New York Mellon pagou US$ 74 milhões em gratificações, o Wells Fargo pagou US$ 62 milhões e o State Street, US$ 44 milhões.


O leitor deve notar que estas informações apresentadas no texto são confiáveis já que a evidenciação é comum (e normal) nos países mais avançados. No Brasil ainda não existe uma cultura de evidenciar a remuneração dos executivos.

Minoritários

Controladores e minoritários terão de equilibrar interesses
Por Graziella Valenti, de São Paulo - Valor Econômico - 3/8/2009

A reação dos especialistas aos limites criados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para as operações de incorporações, mais novo formato para aquisições e associações de empresas, deixa evidente a diferença de interesses da base acionária de uma companhia. E traz a mensagem de que quando controladores e minoritários não forem atendidos, haverá queda de braço antes de uma transação se concretizar.

Ao avaliar a operação entre Duratex e Satipel, que resultará na maior companhia de painéis de madeira do Hemisfério Sul, o colegiado da autarquia decidiu que quando uma incorporação, ainda que entre companhias de donos independentes, atribuir condições diferentes entre espécie e classes de ações, a fatia que tiver o pior tratamento terá condições de vetar a operação ou negociar melhor valor para seus ativos. Para tanto, a parte que receber a melhor condição fica impedida de votar na assembleia que avaliar a operação.

Antes das empresas de construção, o modelo foi usado na criação da Brasil Foods (BRF), resultado da união de Perdigão e Sadia. Na prática, a estrutura mistura os conceitos legais de venda de controle com os de incorporação.

Entretanto, como a decisão do regulador foi para o caso da Duratex, Sadia e Perdigão consultarão a CVM ao longo da semana para saberem se terão que seguir o mesmo entendimento, segundo apurou o Valor.

A companhia de painéis de madeira já informou, na sexta-feira, que o controlador não votará na assembleia, em atendimento à decisão do regulador.

As incorporações são, em geral, recebidas com desconfiança pelo mercado por serem compulsórias para os minoritários, especialmente quando há controle definido na empresa. Como dependem apenas do crivo da assembleia de acionistas e como o dono tem maioria, a aprovação é certa nesses casos.

Para reduzir esse descontentamento, as operações em questão ofereceram aos acionistas fora do controle 80% ou pouco mais que isso da condição atribuída ao dono, para detentores de ordinárias e preferenciais. Basearam-se no direito que esse grupo tem em caso de venda do controle, estabelecido pela Lei das Sociedades por Ações, conhecido como tag along.

Mas a decisão da CVM deixa claro que não há como estabelecer tal relação, considerada, inclusive, indevida para incorporações. Dois diretores do regulador foram além na análise do caso: consideraram ilegal atribuir direito econômico diferente às ações ordinárias do dono e do investidor, o que não seria permitido pela Lei das S.As.

Pedro Rudge, sócio da gestora de recursos Leblon Equities, acredita que as operações em questão não eram economicamente ruins, mas tinham potencial danoso, como exemplo. "Foi uma decisão muito importante, especialmente, olhando para frente, para o que poderia vir."

Régis Abreu, diretor da comissão técnica da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), alerta que essas transações transformaram um direito (tag along) numa obrigação. "A posição da CVM foi emblemática. Acendeu a luz de alerta para as próximas negociações."

Já para banqueiros de investimento que desenvolvem as estruturas junto com advogados, a posição da CVM não foi positiva. Ao contrário, o ambiente de negócios ficaria muito mais difícil. Para eles, a incorporação é o meio mais adequado, por facilitar o aproveitamento das sinergias operacionais. O resultado prático de uma operação desse tipo é que ou a empresa se torna uma subsidiária integral ou é completamente absorvida ao ser incorporada. E isso facilitaria a gestão após uma aquisição ou fusão, tornando-a mais eficiente.

Na prática, segundo um dos banqueiros consultados pelo Valor, a decisão coloca os minoritários das empresas envolvidas na mesa de discussão, tornando a negociação mais complexa e o consenso dos interesses mais difícil. Seria, assim, perda de eficiência.

O debate da questão na CVM, conforme apontam as atas da reunião do colegiado em que a decisão foi tomada, indica que foi justamente essa a intenção: dar ferramentas para que todos negociem sobre sua condição, de forma a evitar que algum grupo específico seja beneficiado em relação a outro.

Em seu voto, o diretor da autarquia e relator do caso, Marcos Pinto, afirma ser "óbvio que a incorporação beneficia o controlador de modo distinto dos demais, o que é suficiente para caracterizar o benefício particular". A Lei das S.As determina que caso haja alguma vantagem desse tipo, o beneficiado não pode votar na assembleia sobre a questão. "Embora cada acionista tenha interesse em definir uma relação de troca mais favorável para si próprio, apenas o controlador está recebendo tratamento especial", escreve ele. Daí, a conclusão do colegiado.

Pinto enfatiza, em seu voto, ser natural que a preocupação da incorporadora seja com o valor total do negócio e não com sua divisão. Já os controladores também tendem a, naturalmente, buscar um preço melhor para sua posição, enquanto que os minoritários podem ficar de fora do debate.

O ex-presidente da CVM Luiz Leonardo Cantidiano é um crítico do argumento do benefício particular. Por isso, vê com ressalvas a decisão, numa avaliação preliminar. Contudo, acredita que há espaço para debater, especialmente, a diferença de tratamento entre as ordinárias dos controladores e dos minoritários.

Embora a decisão da autarquia atenda às queixas recentes, os investidores sabem que os conflitos não terminarão. "Criatividade sempre vai existir. Não dá para o regulador fazer regra pensando em quem não vai cumprir", pondera Rudge, da Leblon.

A linha do tempo das regras para operações mostra o equilíbrio das forças ao longo do tempo. No começo dos anos 2000, muitos controladores faziam ofertas pelas preferenciais no mercado, em busca de preço médio. Veio, então, a instrução regulando ofertas por ações e essas transações tornaram-se mais raras. Surgiram, então, as incorporações de controladas. Em setembro do ano passado, a CVM emitiu um parecer, com orientações para dar mais equilíbrio a tais transações. Na sequência, surgiram as incorporações como aquisições. A diferença é que, desta vez, a definição veio antes da concretização dos negócios.

Conselheiros

Enquanto muitos executivos viram sua remuneração encolher com a redução dos bônus e até com a renegociação de contratos de trabalho este ano, os conselheiros de grandes companhias no Brasil conseguiram um aumento médio de 13% em seus salários mensais, em comparação com 2008. Um presidente de conselho, hoje, pode receber mais de R$ 56,5 mil por mês e um diretor acima de RS$ 17,2 mil.

Essa constatação aparece em pesquisa realizada pela consultoria Towers Perrin com 25 empresas listadas na Bovespa. "O salário dos conselheiros subiu mais que a inflação e a remuneração dos executivos", diz Felipe Rebelli, sócio-gerente da área de remuneração da Towers Perrin para a América Latina.

A própria crise, segundo ele, trouxe mais trabalho para os conselheiros. "Eles ficaram mais expostos, mas também mais valorizados", diz Rebelli. A pesquisa mostrou, por exemplo, que 32% das empresas no Brasil já oferecem como benefício, o seguro de responsabilidade civil de administradores (D&O). Ele cobre custos de defesa e indenizações relativos a reclamações dirigidas aos segurados, como ações judiciais, processos administrativos.

Segundo o estudo, houve um aumento também na presença de consultores independentes, contratados no mercado e sem vínculos societários com a empresa. Quase metade das empresas pesquisadas possui um mix de conselheiros internos, com diretores executivos ou acionistas e conselheiros profissionais. "A Bovespa exige que as empresas tenham no mínimo 20% de independentes para que possam ingressar no Novo Mercado. Isso está contribuindo para esse aumento", afirma Rebelli. Especula-se, inclusive, que esse percentual suba para 30%. Para o consultor, isso deve acirrar a disputa pelos executivos mais qualificados daqui para frente.

A remuneração dos independentes, em média, aparece no levantamento como 40% superior à dos demais conselheiros. Segundo Rebelli, os conselheiros internos, em todo o mundo, estão vendo que existe um certo conflito em ser remunerado como executivo e membro do conselho, assim como o acionista que já recebe dividendos da companhia.

Outra constatação da pesquisa é o aparecimento de mais comitês dentro dos conselhos. "O cenário externo complicado e os problemas com derivativos no Brasil acenderam a luz amarela para a necessidade de se dar mais atenção a assuntos específicos", diz Rebelli. Isso fez aumentar a pressão nas companhias de capital aberto que possuem investidores estrangeiros para que criassem comitês de auditoria e remuneração.

Nos Estados Unidos e na Europa esses comitês são obrigatórios. No Brasil, os conselhos fiscais, presentes em 65% das empresas pesquisadas, costumam cumprir esse papel. Agora, entretanto, com a necessidade das empresas buscarem o alinhamento às novas práticas internacionais, os comitês começam a ganhar espaço dentro dos conselhos de administração. Quase 56% das companhias pesquisadas já possuem um de auditoria e 44% outro para tratar exclusivamente de remuneração.

A maioria das empresas pesquisadas remunera os conselheiros com salários fixos. Nos Estados Unidos, é comum existir a combinação de uma parte fixa e outra variável na forma de ações. "Eles estão tentando simplificar isso, porque a grande questão é: um conselheiro pode ter isenção e independência tendo uma remuneração variável?", diz o consultor. "É uma situação conflitante".

O que se discute hoje, segundo Rebelli, é um modelo onde o executivo só poderá exercer as ações depois de 3 a 4 anos de sua saída do conselho. "Ele não poderia induzir a venda de um ativo, por exemplo, para fazer subir o preço da ação próximo a sua saída", explica. Vale lembar que os conselhos são responsáveis pela gestão dos planos de stock options. "O conselheiro não pode ser ao mesmo tempo gestor e elegível a esses programas", diz.

Valorizados com a crise, conselheiros recebem até aumento de salário
Por Stela Campos, de São Paulo - Valor Econômico - 3/8/2009

Adoção da IFRS

(...) Um novo artigo examinou as consequências econômicas da obrigatoriedade de usar IFRS no mundo. Ele analisou os efeitos na liquidez do mercado, no custo de capital e no valor de mercado de uma ação de uma empresa comparado com o valor patrimonial em 26 países usando uma amostra de 3100 empresas que foram obrigadas a adotar a IFRS. (...) O estudo apresentou fraca evidência nos beneficios da comparabilidade. (...)


Fonte; aqui

03 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Convergência entre os países de língua portuguesa

Finanças: Novo presidente da CNC quer diminuição dos custos para empresas que operam no exterior
Agência Lusa - Serviço Economia - 30/7/2009

Lisboa, 30 Jul (Lusa) - O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, deu hoje posse a Domingos Cravo como presidente da Comissão de Normalização Contabilística (CNC), que assumiu o objectivo de baixar os custos das empresas que têm operações no estrangeiro.

"Um dos grandes desafios do novo sistema de normalização contabilística é o desenvolvimento de cooperação bilateral, com os principais parceiros comerciais de Portugal e com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), de forma a diminuir os custos [provocados pelos diferentes sistemas de contabilidade] para as empresas que desenvolvem actividades lá fora", sublinhou Domingos Cravo.

Teixeira dos Santos, por seu turno, destacou a larga experiência ao nível "da docência e da prática" do novo presidente da CNC, frisando que a comissão a partir de hoje liderada por Domingos Cravo "é uma unidade tecnicamente independente, apesar de financeiramente englobada no Ministério das Finanças".

"Vamos dar início a um novo ciclo em matéria de normalização contabilística, cuja primeira fase foi lançada em 1975 e a segunda por ocasião da adesão de Portugal à União Europeia", sublinhou o presidente do CNC.

"É preferível procurar normalizar à 'priori' do que resolver à 'posteriori'" as questões contabilísticas, defendeu Domingos Cravo, acrescentando que "as normas [de contabilidade] nunca são neutras e influenciam os resultados económicos das empresas".

O novo presidente da CNC disse ainda que, no que toca às "pequenas entidades [empresas], a sua protecção advém do sistema contabilístico simplificado", mas salientou que "é importante avaliar se [a simplificação contabilística a que estão sujeitas] não causa reduções na qualidade da informação".

Bancos e Crise

Um artigo interessante de Floyd Norris, especialista em contabilidade que escreve nos jornais dos EUA. Os grifos são do blog.

Em busca da saída
Folha de São Paulo - 3/8/2009
Países agora fogem dos bancos globais
FLOYD NORRIS

A era da globalização financeira pode estar chegando ao fim.

A aversão virtualmente universal aos erros e excessos dos gigantes financeiros não levou a qualquer consenso real sobre o que fazer. Em vez disso, os países estão protegendo seus interesses ou, simplesmente, discutindo.

Recriminações estão na moda, seja contra os reguladores que permitiram grandes pacotes de benefícios aos banqueiros salvos pelo resgate, seja contra instituições financeiras que já eram impopulares em alguns países muito antes da crise financeira.

Samuel Johnson certa vez disse que "quando um homem sabe que será enforcado em duas semanas, concentra sua mente maravilhosamente". Ele deveria ter acrescentado que ser poupado da pena de morte pode fazer a mente divagar. Essa divagação pode ser vista no Reino Unido, onde o governo trabalhista montou uma reforma regulatória que a oposição conservadora prometeu revogar se vencer a próxima eleição, conforme se prevê.

Ela é vista em Washington, onde o Federal Reserve (Banco Central americano) e o Tesouro estão sendo açoitados no Congresso por causa de ações que teriam sido necessárias para evitar o colapso do ano passado na economia global.

O Instituto das Finanças Internacionais, que reúne grandes instituições financeiras globais -justamente as mais afetadas por um eventual recuo acentuado na globalização financeira-, recentemente divulgou um relatório apelando por cooperação internacional e manifestando particular temor com os esforços nacionais para aplicar regras diferentes aos afiliados locais de bancos internacionais.

"Estamos operando em um mundo globalmente interconectado, onde precisamos fortalecer a capacidade do sistema para minimizar os riscos e maximizar os benefícios do mercado global interconectado", disse Josef Ackermann, executivo-chefe do Deutsche Bank e presidente do instituto.

Os grandes bancos estão especialmente preocupados com uma proposta da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido para "cercar" o patrimônio das subsidiárias britânicas de firmas financeiras estrangeiras. Outros países indicam que podem seguir o exemplo, citando a forma como o Lehman Brothers repatriou patrimônio antes de falir.

Para qualquer país, disse o grupo, poderia parecer prudente. "Mas isso pode apenas frear a recuperação global, a capacidade financeira global e a habilidade de reagir a problemas globais de liquidez."

Mas o que era global antes da crise rapidamente virou local. Os países que mais sofreram foram os que não tinham um sistema bancário de propriedade local -como no Leste Europeu- e os que tinham sistemas bancários muito maiores do que a nação era capaz de resgatar -como a Islândia.

Para muitos, a crise demonstrou os perigos para os países anfitriões de dependerem de bancos estrangeiros, que são supervisionados por reguladores de seus países-sede. Quando os resgates foram necessários, os países-sede relutaram em deixar que o dinheiro fosse usado no exterior.


Charles Dallara, diretor-gerente do instituto, citou um dirigente de Banco Central que lhe teria dito, reservada e tristemente, que "estamos voltando a um mundo de bancos nacionais". Dallara acha que isso seria desastroso para a eficiência e o crescimento globais.

Poderia haver um debate saudável sobre tal questão. Nos últimos 30 anos, a globalização financeira parecia crucial para o aumento da prosperidade global. Será que esse histórico não merece respeito, ou não há formas de manter os benefícios sem evitar uma nova crise?

Mas esse debate não está ocorrendo. Líderes dos principais países são unânimes quanto à necessidade de um sistema regulatório global coordenado -mas demonstram pouca disposição para criá-lo. Falam globalmente quando o G20 se reúne e agem localmente quando voltam para casa. Os bancos admitem que fizeram uma bagunça, mas imploram por um novo sistema regulatório que seja consistente fronteiras afora e suficientemente flexível para permitir a inovação.

Na Europa, há muito mais hostilidade às agências de avaliação de crédito e aos fundos de "hedge" do que nos EUA. Então, regras mais rígidas podem ser aplicadas por lá.

Nos EUA, as propostas do governo Obama podem estar claudicando no Congresso. Os banqueiros, tendo sobrevivido aos resgates, recuperaram o suficiente para elevarem novamente seus próprios salários e pressionarem políticos na Europa e nos EUA a forçarem um relaxamento nas regras de contabilidade. Isso significa permitir que os bancos divulguem lucros maiores, ao custo de congelar alguns bens. Se houvesse um mercado ativo de títulos podres, os bancos poderiam ter de reconhecer prejuízos que agora podem fingir que irão sumir se forem ignorados.

Essa batalha, na qual os bancos têm tido pelo menos o apoio discreto de alguns reguladores, demonstra os riscos de depender dos reguladores bancários para cumprir outras tarefas, como proteger os consumidores ou regulamentar o risco sistêmico.

O primeiro dever dos reguladores bancários é proteger o sistema bancário. Isso normalmente significa manter os bancos saudáveis, o que é do interesse de todos. Mas, se os bancos são fracos, pode parecer boa a ideia de ocultar parte dessa fraqueza, para ganhar tempo até que os bancos recuperem sua saúde. É preciso resistir a essa tendência ao sigilo, particularmente porque ela pode ajudar a obscurecer as falhas regulatórias que criaram o problema. Podemos ter certeza de que o Federal Reserve colocaria a proteção do consumidor acima dos lucros bancários num momento de estresse?

É incrível que hoje em dia o Fed esteja sendo atacado não por suas falhas pré-crise, mas pelos passos que deu para conter com sucesso a crise de meses atrás.

Todos deveriam lembrar-se de como o mundo financeiro esteve perto do desastre -e da necessidade de fazer o sistema financeiro voltar a funcionar, sem garantias públicas para tudo que estiver à vista, e com suficientes salvaguardas e regulamentos para evitar uma nova crise.

02 agosto 2009

PME e Iasb

(...) As empresas estadunidenses são livres para usar as regras das PME [Pequenas e Médias Empresar] desde que o American Institute of Certified Public Accountants reconheceu o Iasb como um padronizador contábil.

(...) Na União Européia, onde os padrões contábeis estão fragmentados numa multitude de padrões contábeis nacionais, as economias de custos podem ser mais significativa.(...)

Simplificações:
=> Eliminação de itens não usado por empresas fechadas – lucros por ação, demonstrações trimestrais, relatórios por segmentos.
=>Métodos mais simples de contabilidade – instrumentos financeiros, terrenos, máquinas e equipamentos, ativos intangiveis, investimentos em joint ventures, planos de benefícios e outros
=> Evidenciação reduzida

Fonte: IFRS Lite

31 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #130

Um curiosos resolve usar o Yahoo para saber sobre o desempenho de uma empresa. Encontrou os seguintes termos:

Débitos correntes
Declaração de rendimentos
Folha de Balanço
Gastos Operativos
Rendimento Total

Você saberia "traduzir" estes termos?

Resposta do Anterior: Figura 1 = Vale; Figura 2 = Aracruz; Figura 3 = Inbev

Aluguel e Preço em Amsterdam

Uma pesquisa sobre aluguéis em Amsterdam consegui estabelecer um série histórica de 355 anos - entre 1650 a 2005. Os autores demonstraram que os dados são cointegrados, o que permite estudar o movimento do aluguel versus preço ao longo do tempo.

Mais detalhes aqui

Orgânicos

Estudo inglês desmistifica orgânicos
Cláudia Collucci e Rachel Botelho
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 30/7/2009

Os alimentos orgânicos não apresentam benefícios nutricionais superiores aos alimentos comuns, concluiu a maior revisão de estudos já feita sobre o assunto, com 162 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos. O trabalho foi encomendado pela agência de alimentos do governo britânico.

Para os autores da pesquisa, não há evidências que fundamentem a escolha de orgânicos em detrimento dos alimentos produzidos convencionalmente, com base na superioridade nutricional de uns sobre outros. A pesquisa foi publicada ontem no American Journal of Clinical Nutrition. "Existe um número mínimo de diferenças em teor de nutrientes entre os alimentos orgânicos e os convencionais, sem relevância em termos de saúde pública”, disse Alan Dangour, um dos autores do estudo.

Para ele, os consumidores estão pagando preços mais altos por alimentos orgânicos devido a seus supostos benefícios para a saúde, criando um mercado global de orgânicos que movimentou US$ 48 bilhões em 2007. No Brasil, a estimativa do governo federal é que os orgânicos movimentem R$ 500 milhões por ano e envolvam 15 mil produtores, com uma área de cultivo de 800 mil hectares.

Embora reconheçam a semelhança do valor nutritivo dos orgânicos e dos alimentos convencionais, médicos ouvidos pela reportagem defendem que os primeiros continuam em vantagem por não serem cultivados com agrotóxico. "Nutricionalmente, o orgânico não tem diferença em termos de composição, mas se difere em termos de preservação de solo, de forma de cultivo e uso de agrotóxico”, afirma o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração.

30 julho 2009

Futebol, Evidenciação e Desempenho

Qual o nível da evidenciação das informações contábeis geradas pelos clubes de futebol no Brasil? Usando uma abordagem de checklist, eu, Higor Teixeira e Jorge Katsumi fizemos uma pesquisa em 19 clubes de futebol no Brasil - todos da série A ou B do campeonato brasileiro de 2007. Os clubes que participaram do estudo foram os seguintes:

Atlético Mineiro; Barueri; Atlético Paranaense; Coritiba; Corinthians; Gama; outro de Minas; Ponte Preta; Flamengo; Santo André; Fluminense; São Caetano; Grêmio;
Internacional; Palmeiras; Paraná; Santos; São Paulo; e Vasco.

A tabela a seguir mostra a evidenciação dos itens recomendados pela Lei 6404. O único clube que não divulgou todas as demonstrações do artigo 176 da lei foi o Gama - publicou apenas o Balanço e a DRE. O Gama também não publicou o parecer de auditoria. Mas somente 6 redigiram o Relatório de Administração.



A tabela a seguir mostra os itens de menor evidenciação. Somente um clube divulgou o balanço social, por exemplo.


O gráfico a seguir mostra a relação entre receita e evidenciação. Em outras palavras, quanto maior o clube (ou seja, maior receita) maior a evidenciação contábil. Existe um ponto fora do padrão (outlier) que é o Vasco, com receita de R$51 milhões e baixa evidenciação.


O ponto mais interessante encontra-se a seguir. A relação entre evidenciação e desempenho é positiva. Ou seja, os clubes com melhores desempenho em campo foram aqueles que evidenciaram mais suas informações. A relação não é muito forte (R2 de 0,23 indica que 23% da evidenciação poderia ser explicada pelo desempenho), mas é significativa.



Este trabalho será apresentado no Congresso USP de Iniciação Científica, no dia 31 de julho, as 16:30. Estão todos convidados a participar.

Teste #120

Você seria capaz de ligar os gráficos das cotações anuais, em bolsas dos EUA, de três empresas brasileiras: Aracrzu, Inbev e Vale



Figura 1


Figura 2


Figura 3

Resposta do Anterior: a = iii; b = i; c = ii

Manipulações do mercado publicitário

Formatura casa com propaganda online?
Ethan Smith e Sabrina Shankman, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 29/7/2009

Mês passado, Kenya Mejia, de 18 anos, encerrou seu discurso de formatura na Escola de Ensino Médio Alexander Hamilton, de Los Angeles, com um recado surpreendente: declarou abertamente a paixão por um colega.

"Não posso deixar passar esta oportunidade", disse Mejia, que vai estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. "Eu te amo Jake Minor!"

A audiência se empolgou. Minor se levantou e comemorou a declaração. E, poucos dias depois, Mejia descontou um cheque de US$ 1.800.

A comoção criada por Mejia foi na verdade parte de uma jogada elaborada por executivos e consultores de marketing para o estúdio de cinema Twentieth Century Fox, cuja sede se localiza a uns 3 quilômetros da Alexander Hamilton.

O objetivo da armação, que incluiu uma empresa de marketing chamada Intelligence Group e pelo menos outra firma, era criar burburinho "viral" na internet para a comédia romântica "I Love You, Beth Cooper" (sem previsão de lançamento no Brasil), em que o protagonista usa um discurso de formatura para declarar seu amor pela garota mais popular da escola. A Fox e seus consultores conceberam o plano para recriar a cena antes da estreia do filme nos Estados Unidos, em 10 de julho, dizem pessoas a par da questão, na esperança de provocar discussões online sobre como o filme supostamente inspirou imitadores.

O incidente é um exemplo de uma tática cada vez mais comum em Hollywood: encenar eventos que parecem espontâneos para inspirar burburinho na internet.

"Brüno", uma comédia da Universal Pictures que estreou no mesmo dia que "Beth Cooper", usou métodos parecidos. Na cerimônia do prêmio de cinema da MTV, em maio, o astro do filme, Sacha Baron Cohen, foi jogado abruptamente por fios sobre o rapper Eminen numa aparente falha técnica que deixou os dois numa posição sugestiva.

Depois de dias de especulação sobre se o episódio foi realmente um acidente, o rapper reconheceu que ele havia sido encenado pelos realizadores do filme.

Em 2007, a Hollywood Records, gravadora da Walt Disney Co., ajudou a cantora Marie Digby a produzir vários vídeos de aparência caseira para divulgação na internet. Só depois que os vídeos começaram a atrair milhões de visitantes é que a gravadora divulgou um comunicado anunciando que tinha contratado "o novo fenômeno do YouTube" — embora as duas partes já tivessem um contrato desde 2005. Mas a carreira de Digby acabou não decolando.

Algumas semanas antes da temporada de graduações, um empregado da Intelligence Group pediu a membros de um grupo de estudos que ajudassem a encontrar formandos. A empresa, divisão da Creative Artists Agency, faz pesquisas regulares com milhares de adolescentes para identificar tendências de consumo. Um participante era amigo de Mejia e a abordou com a proposta da empresa: ela receberia de US$ 1.000 a US$ 1.500 se mencionasse o filme e dissesse que o trailer a inspirara a fazer sua própria confissão.

Mejia, que se descreve como "tipo assim, a pessoa mais introvertida do mundo", diz que ainda não consegue acreditar que participou da trama. "Não sei o que me deu na cabeça", disse Mejia ao Wall Street Journal por telefone de Cambridge, no Estado de Massachusetts, onde ela está matriculada em diversas aulas preparatórias de ciências antes de começar o primeiro ano de faculdade.

A Fox contratou outra firma para filmar o episódio num estilo que imitasse o de um vídeo caseiro. A empresa então o colocou no YouTube — uma tática empregada por um número cada vez maior de marqueteiros interessados em criar vídeos aparentemente amadores que parecem mais autênticos do que anúncios convencionais.

Infelizmente para o estúdio, a jogada não deu frutos. "I Love You, Beth Cooper" foi um fracasso numa temporada em que os filmes andam faturando bem. O filme, de produção estimada em US$ 19 milhões, arrecadou apenas US$ 13,4 milhões nos EUA nas primeiras três semanas, segundo o site Hollywood.com. Nem Mejia o viu.

Um porta-voz da Fox, filial do conglomerado de comunicação News Corp., que também controla a Dow Jones & Co, editora do Wall Street Journal, disse: "Contratamos uma empresa externa para pesquisar oportunidades de publicidade viral, e essa foi uma das oportunidades que eles encontraram." Uma porta-voz da Creative Artists Agency se negou a comentar.

Mejia diz que planeja usar os US$ 1.800 que ganhou para pagar despesas no MIT. Pessoasa par da transação confirmam a quantia, mas não está claro por que ela recebeu mais do que a oferta inicial.

Vale

Vale: lucro líquido cai 81,5% no 2º trimestre para R$ 1,46 bi
AE Conjuntura e Finanças

O lucro líquido da mineradora Vale caiu 81,5% no segundo trimestre deste ano, para R$ 1,46 bilhão. Pelo padrão de contabilidade norte-americano, o lucro líquido da Vale caiu 84,2% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 790 milhões. A receita líquida da empresa no segundo trimestre teve queda de 53,3%, recuando para US$ 4,948 bilhões. O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de US$ 1,72 bilhão no segundo trimestre, queda de 72,3%.

De acordo com o balanço financeiro divulgado hoje pela Vale, o volume de vendas de minério caiu 28,5% ante o segundo trimestre de 2008. O preço médio do minério foi 31,48% inferior na mesma comparação. Já as vendas de níquel ficaram estáveis.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

EMH, Finanças Comportamentais e Crise

A crise de 2007 foi devastadora não somente para os bancos, mas também para uma disciplina acadêmica inteira de economia financeira, afirma a The Economist (Efficiency and beyond, 16/7/2009). A idéia que predomina é que os economistas financeiros ajudaram a começar a festa dos banqueiros. Apesar disto, existem defensores da EMH (efficient-markets hypothesis). Myron Scholes, que venceu o Nobel de Economia em 1997 e ajudou a criar a indústria de modelagem financeira - afirmou que "existem modelos e existem aqueles que usam os modelos". Segundo a The Economist, Scholes sabe o que fala: ele participou do Long-Term Capital Management (LTCM), um fundo hedge que faliu em 1998.

Dois trabalhos anteriores, no entanto, já apontavam uma contração nas EMH. Em 1980 Sanford Grossman e Joseph Stiglitz mostraram que se todos os preços refletissem todas as informações disponíveis não haveria incentivos para os investidores. Ou seja, é necessário que o sistema funcione com um pouco de ineficiência.

Mais recentemente, os pesquisadores começaram a investigar as chamadas “institutional frictions” dos mercados. Entre estes pesquisadores, aqueles que se dedicam as finanças comportamentais. O texto destaca o livro de Shiller e Akerlof, Animal Spirits. E o trabalho de Thaler, que afirma que os pesquisadores da área são menos arrogantes.

Mas existe uma convergência entre ambas as teorias já que elas estão perguntando as mesmas questões.

Balanço ou Balancete

Com respeito a postagem Este Seria um Bom Teste recebo a seguinte contribuição do Alexandre Alcantara:

Dizer que balancete "não segue as normas contábeis vigentes" é um absurdo cometido pelo advogado que não sabe que balancete é levantado antes do encerramento das contas de resultado.

É claro que se o balancete é fruto da falta de observancia de normas o balanço idem.

Um abusrdo mesmo. Algumas pessoas que leram este mesmo post em meu blog tb perceberam.

Concordo com o mesmo que se o Edital pede Balanço, somente Balanço pode ser aceito. O problema que algumas comissões de licitação não entendem de contabilidade (então para que pedem balanço?) e pedem o Balanço do último mês, pensando que tudo é a mesma coisa.

Capital Social

Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso, a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção [sic] do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Esse conceito perdura até hoje em todos os contratos sociais e balanços das empresas brasileiras. (...) O conceito de capital social permitiu a criação da empresa de responsabilidade limitada. Depois de Paccioli, se você montasse um negócio, sua responsabilidade, ou "desgraça", ficaria limitada ao capital social, e não abrangeria a totalidade de seus bens pessoais, como antes.


O Capital Social -Kanitz - Dica de Alexandre Alcantara

IBM adquire SPSS

Segundo um comunicado da IBM, a empresa acaba de adquirir o SPSS. O SPSS é conhecido pelo seu pacote estatístico.

A IBM pretende expandir o seu foco de tecnologia e serviço e acredita que o SPSS pode ajudar os clientes que necessitam cortar os custos. fonte: aqui

29 julho 2009

Evolução humana


Cientistas descobriram que a evolução está fazendo que a mulher tornar-se-a cada vez mais bonita, enquanto o homem permanece esteticamente como os ancestrais das cavernas.

Os pesquisadores encontrarm que mulheres bonitas tem mais crianças que outras e com uma maior proporção de crianças do gênero feminino. Estas meninas, uma vez adultas, tendem a ser atraente e então repetir o padrão.


Fonte: aqui

Links em Finanças Comportamentais

A economia deveria mudar nos novos tempos

As pessoas nunca admitem que são velhas

As questões comportamentais de um trader

Por que as pessoas viciam em drogas?

Rir é o melhor remédio


Adaptação livre daqui

Patente para um sistema contábil

Segundo o US FEd News [Patent No. 7,529,699 Issued on May 5, Assigned to Panasonic for Accounting System (Japanese Inventors)] uma patente de um sistema contábil foi concedida para três japoneses (Satoshi Fuse, Hiroshi Tarewaki e Fumio Kunimitsu) que desenvolveram um sistema contábil. Os inventores estão vinculados a Panasonic.

O resumo da U.S. Patent & Trademark Office é o seguinte:

"An accounting system structured from a biller accounting device connected to a database DB1 and a billee accounting device. Biller accounting device sequentially receives input of billing data, some of which may be for appropriation in consolidated accounting, enters received billing data in database DB1, extracts any billing data not for appropriation from received billing data, outputs extracted billing data to billee accounting device, and excludes specified billing data entered in database DB1 from being appropriated. Billee accounting device receives outputted billing data and notifies biller accounting device of the receipt, and biller accounting device excludes, as the specified billing data, billing data whose receipt is notified."

Contabilidade e Crise Financeira

Segundo o The Financial Crisis Advisory Group a contabilidade não causou a crise financeira. Esta afirmação é importante já que o Iasb e o Fasb estão revendo a mensuração a valor justo.

O Financial Times destacou o relatório do FCAG. Incluiu também um quadro comparativo com os trabalhos do Iasb/Fasb em quatro áreas relevantes.

A notícia também foi objeto do New York Times (International panel assails efforts to change bank accounting rules Report says politicians should not force quick revisions to handle crises, Floyd Norris), do próprio Financial Times (Accounting rules exonerated, Jennifer Hughes) e do Wall Street Journal (Panel Assails Meddling Into FASB Rules Making, Tom McGinty)

Números

A economia chinesa não voltada para exportação cresceu 235 em junho. As exportações representam 35% da economia chinesa. As exportações cairam 20% em junho. A economia chinesa cresceu 8%.

Com estes números Vitaliy Katsenelson propõe um exercício de aritmética:

0.35 x (-20%) + 0.65 x (X%) = 8%.

Resolvendo, X = 23%.

Ou seja, a economia não voltada para exportação da China cresceu três vezes o valor do crescimento da economia. Duas opções: ou as estatísticas são mentirosas ou a base monetária cresceu muito, o que significa que a qualidade do crescimento é questionável.

Teste #119

Faça a associação:

(a) Existem poucas contadoras de destaque na história contábil. É necessário reconhecer esta verdade. Uma delas é Cynthia Cooper, natural da cidade de Clinton (EUA). Cynthia ganho o título de Person of the Year da revista Time. Qual a razão da fama de Cynthia?

(b) George Watson aprendeu contabilidade em Rotterdam, Holanda. O que mais fez Watson?

(c) George Mahon foi um contador que nasceu em Liverpool. Mas ele está na Wikipedia por qual motivo?

i. Foi contador do Bank of Scotland e um grande benemérito
ii. Fundou e foi dirigente do clube inglês Everton
iii. Trabalhou secretamente, quase sempre de noite, para investigar a fraude da World ComTeste

Resposta do Anterior: Sim, claro. Benefício = 0,20 x 3,8 x 360 x 180 milhoes; Custo = 25 milhões

Bancos e Valor de Mercado

Cuando el resto de bancos sufría las dolorosas depreciaciones de los activos tóxicos acumulados en el punto álgido de la crisis, Deutsche Bank optó por "dejarlo para mañana". Mañana ya ha llegado.

Los resultados del segundo trimestre del banco alemán han sido buenos. Como muchos de sus rivales, se ha salvado gracias al activo mercado de los bonos. No obstante, su rendimiento ha dejado que desear debido a los efectos secundarios de la ingeniosa gestión de la crisis que ayudó a Deutsche Bank a evitar el rescate del Estado. (...)

Deutsche Bank evitó aplicar valoraciones de mercado a activos por valor de 38.000 millones de euros durante la crisis, que sacó de sus libros modificando los estándares internacionales de contabilidad. La jugada reservó capital y fue parte de una estrategia global para mantener la independencia del banco. (...)

Las cicatrices de la crisis
Cinco Días. Madrid
Nacional 28 - 29/6/2009


O The Guardian (Deutsche Bank profits surge but bad debt worries linger, Graeme Wearden, 29/7/2009) também noticiou o resultado do Deutsche Bank, mas destacou o aumento da provisão para devedores duvidosos. Isto poderia ser um sinal, segundo o jornal, do aumento nos problemas da economia.

Parmalat

Bank of America pagará 100 mln dlr a Parmalat por acuerdo legal
Reuters - Noticias Latinoamericanas - 28/7/2009

Bank of America Corp acordó pagar 100 millones de dólares a Parmalat SpA para resolver una demanda, que se presentó hace cinco años y en la que se acusa al banco estadounidense de ayudar a que la empresa láctea italiana escondiera sus deudas, lo que provocó su colapso en el 2003.

El pago incluye una parte en efectivo y otra que no lo es, dijo el martes el banco.

Parmalat ha presentado demandas en Estados Unidos buscando 10.000 millones de dólares de compensaciones de Bank of America , Citigroup Inc y los auditores Deloitte Touche Tohmatsu y Grant Thornton LLP.

Los detalles del acuerdo estarán disponibles una vez que se presente en la corte estadounidense de distrito del Distrito sur de Nueva York, dijo el banco en un comunicado.

Como parte del acuerdo, Bank of America retiró reclamos contra de Parmalat en Estados Unidos, y los que presentó en una corte de bancarrota de Parma, en Italia, donde tiene su sede central Parmalat.

Parmalat colapsó bajo el peso de una deuda de 14.000 millones de euros (19.900 millones de dólares), después de descubrir una hoyo de 4.000 millones de euros en su contabilidad. La empresa se reestructuró y volvió a cotizar en la bolsa de Milán en el 2005.

Enrico Bondi, presidente ejecutivo de Parmalat, recuperó varios cientos de millones de dólares de empresas a través de litigios tras el colapso.

28 julho 2009

Evolução da marca Coca x Pepsi


Fonte: aqui

Teste #118

O teste de hoje é uma análise custo-benefício da previsão do tempo (baseado em Just Give Us the Weather, Baby!. Usei o valor por pessoa, em reais, e o número médio de notícias.).

Um trabalho estipulou que as pessoas dão um valor de 0,20 centavos para previsão do tempo. Os especialistas acreditam que uma pessoa escute em média 3,8 notícias sobre o tempo por dia. Num país com 180 milhões de habitantes, isto irá representar qual valor final, por ano?

O orçamento do Instituto Nacional de Metereologia (LOA) em 2007 foi aproximadamente 25 milhões de reais.

Existe benefício em manter o INM?

Resposta do Anterior: Xadrez. Existe uma abertura chama Abertura Bird.

Links

Discussão sobre livro Free

Harry Potter incentiva o consumo de bebida

Uma década depois, o caso antitruste da Microsoft é irrelevante

Tributar os Vales Presentes não Usados

Segundo o Bank for International Settlements (BIS) produtos financeiros deveriam ser tratado como drogas

Contabilidade e Ciclos Econômicos

Uma discussão já apresentada anteriormente neste blog refere-se a questão dos ciclos econômicos. Esta questão surgiu com a existência de norma espanhola para bancos, onde reservas eram constituídas, obrigatoriamente, no momento de expansão. Um texto interessante, com uma posição contrária a utilização da contabilidade para esta situação, foi publicado no Financial Times de 15 de julho de 2009 (Orwellian accounting cannot damp economic cycle, Paul Boyle).

Boyle, chief executive do Financial Reporting Council da Grã-bretanha, acredita que não está claro que a contabilidade possui potencial para ser uma ferramenta de política pública para reduzir os ciclos econômicos. Esta posição é perigosa, segundo o autor, pois a contabilidade deixaria de ter um papel tradicional de informar para "criar a impressão de estabilidade".

Contabilidade é um sistema de mensuração que apresenta o desempenho financeiro e a posição da empresa da forma mais neutra possível. Não é surpreendente que os bancos informam lucros substanciais quando a economia está indo bem e lucros reduzidos - ou mesmo perdas - quando a economia istá mal. A contabilidade reflete o ciclo econômico, que é uma boa característica de um sistema de mensuração financeiro.

27 julho 2009

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Teste #117

Henry Edward Bird (1830 - 1908) foi um contador prático. Mas ficou conhecido como um "esportista". Com 28 anos perdeu para Paul Morphy. Seus estudos neste "esporte" valeram o reconhecimento. Para contabilidade escreveu An Analysis of Railways in the United Kingdom. Qual seria o esporte que Bird praticou?

Resposta do Anterior: Tudo é verdadeiro

Petrobrás

a empresa contribui para salvar tartarugas e subsidiar filmes, por exemplo. Esta é administrada de forma mais profissional do que no passado, mas a Petrobras ainda é vulnerável a acusações de favoritismo político.

Oil and revolution - The Economist - 23/7/2009

Links

Finanças Comportamentais:

Por que as pessoas compram extensao garantida, se isto nao representa uma vantagem?

Jovens que acreditam que irão morrer jovem apresentam comportamento mais arriscado

A Economia Comportamental pode estar errada?

Por que os chineses economizam? Existem muitos garotos e eles querem casar

Por que existem celebridades? As pessoas necessitam de alguém para falar...

Links

Artifício contábil derruba arrecadação da receita federal

Artifício contábil derruba arrecadação 2

Qualidade do Lucro usando a relação com o fluxo de caixa

Proposta do IASB para Relatório de Administração

A GE foi uma das maiores beneficiárias do plano de resgate das instituições financeiras

Efeito propriedade

O efeito propriedade é um bem estudado subproduto da aversão a perda, que é o fato que perder algo provoca sofrimente desproporcional. (em outras palavras, a perda gera mais pesar que o sabor de um ganho). Primeiro diagnosticado por Richard Thaler e Daniel Kahneman, o efeito propriedade estipula que uma vez que a pessoa é dona de algo ela deve estabelecer ou imaginar um “direito de propriedade” para o objeto que dramaticamente aumenta o valor subjetivo.

The Endowment Effect, 22/6/2009, Jonah Lehrer

Uma pesquisa recente mostrou que os donos de imóveis tendem a estimar seu imóvel por um valor de 5 a 10% acima do mercado. É a comprovação do efeito propriedade.

Ignorância Financeira

Muitos dos problemas com o consumidor de produtos financeiros é a ignorância financeira. Estudos mostram que uma grande percentagem de clientes não pode responder a uma questão simples sobre juros compostos e inflação, quanto mais questões sobre fundos mútuos e bonds.

Caveat Mortgagor - James Surowiecki, 6/7/2009, New Yorker

Racismo inconsciente

O Implicit Association Test é surpreendente e controverso. Trata-se de um teste que verifica se você possui atitudes racistas inconsciente. Resultados do testes mostram que 70% das pessoas possuem atitudes racistas (contra 20% de racismo declarado). No passado já fiz o teste e meu resultado está dentro da maioria das pessoas. (Malcom Gladwell relata que ele também fez o IAT e obteve como resultado atitude racisma. O detalhe é que Gladwell é descendente de negros.)

Agora a Science Daily (Test That Found Widespread Unconscious Racial Bias Validated, 18/6/2009) anuncia que o IAT foi validado por uma pesquisa publicada no Journal of Personality and Social Psychology. O poder do teste é maior em áreas socialmente sensíveis, como a relação racial.

O teste foi criado em 1998 por Greenwald e desenvolvido por Greenwald, Mahzarin Banaji (Harvard) e Brian Nosek (University of Virginia) Desde então, mais de mil pesquisas já foram realizadas no mundo. E mais de 10 milhões de versões do teste foram completadas na internet. (Além do teste racial, fiz recentemente um teste entre Brasil e Estados Unidos e o resultado foi, surpresa, neutron – apesar da maioria dos respondentes ter uma resposta favorável ao Brasil.)

A controvérsia do teste decorre da crença das pessoas que a questão racista é algo do passado.

Falência Municipal

GASB divulgou uma minuta sobre padrões de contabilidade para falência municipal, segundo divulgou o The Bond Buyer (GASB Issues Exposure Draft on Bankrupt Municipalities, Andrew Ward, 30/6/2009, Vol.368, No.33140). A minuta tem o título de "Accounting and Financial Reporting for Chapter 9 Bankruptcies"

A minuta inclui tópicos sobre o tratamento contábil para o passivo municipal, incluindo a taxa de desconto. O resultado é que os problemas de um município pode gerar ganhos no resultado e redução do passivo, a exemplo do que ocorre com as empresas privadas quando usam valor justo (veja capítulo de passivo do livro de Teoria da Contabilidade) .

26 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Comparativo entre IFRS e US GAAP

Talvez o grande teste da adoção das normas internacionais de contabilidade seja sua adoção por parte dos EUA. A razão é simples: as normas contábeis daquele país são mais avançadas do que as adotadas pelo Iasb. (A justificativa geralmente usada é de que as normas do Iasb são baseadas em princípios e por isto são menos detalhadas. Difícil de acreditar nisto.)

Em IFRS vs US GAAP discute justamente esta diferença. Em geral os dados de governança, como remuneração de executivos e composição dos conselhos, são menos detalhadas nos países da Europa (em relação aos EUA).

Outra preocupação é o fato de não existir uma padronização nos países que adotaram as IFRSs. As diferenças entre países e entre empresas dificultam uma análise comparative. É bem verdade que isto tende a ser reduzido com o passado do templo, quando as IFRS tornarem-se mais detalhadas – e menos baseada em princípios.

Plágio de Chris Anderson


Chris Anderson ficou conhecido com o livro Cauda Longa (traduzido também para o português), onde analisava a produção moderna sob a ótica da curva normal. A hipótese de Anderson é que existe um mercado desconhecido e inexplorado por grandes empresas.
Agora Anderson lança o livro Free, sobre o custo zero de alguns produtos na era da informática. O autor parece que levou a sério sua teoria e copiou longos trechos do memso de diversas fontes, entre as quais a Wikipédia. O autor alega que perdeu as notas de rodapé das fontes originais (me engana que eu gosto) e a editora afirma que irá corrigir os erros nas edições futuras.

Fonte: Apparent Plagiarism in Chris Anderson's Free. Veja também Chris Anderson responds to plagiarism blog-storm over "Free"; The Case Against Chris Anderson.

Fonte da Figura: FFFOUND

Faculdades de Direito

Sabem quantas faculdades de direito existiam em 1963 nos EUA? 135

E hoje? 200. E observe que eles este número excessivo.

25 julho 2009

Rir é o melhor remédio


fonte: Aqui

Links

Evolução do programa Photoshop

Seleção adversa não é relevante para o mercado de carros usados e seguros

Dinheiro mais bonito do mundo (os dez países com as cédulas mais bonitas)

Fotografia, direito autoral e Wikipedia

Risco Moral e Drogas

Fasb pratica Lobby

Uma notícia do mês passado, divulgada pela AP (Accounting board, with history of pressure from Congress, lobbying for independence, Marcy Gordon, 26/6/2009, AP Business Writer) informa que o Financial Accounting Standards Board, órgão normatizador da contabilidade dos EUA contratou uma empresa (K&L) para fazer atividades lobistas. Em 2008 foram gastos 120 mil dólares. No período de 2003 a 2007 o Fasb não tinha gasto nada com esta atividade.

Para uma entidade que se diz independente, o gasto com lobista é interessante. Entretanto, os valores são insignificantes. Para se ter uma idéia, o Financial Services Roundtable, que representa os grandes bancos, gastou 2,3 milhões somente no trimestre.
Com respeito ao link do dia 23 de julho recebi o seguite comentário do Rodolfo,

Oi César, vi seu link sobre o fato de os chineses serem melhores em matemática. Realmente é um ponto interessante e foi abordado pelo Gladwell no Outliers. Segundo ele, essa vantagem advém da linguagem. Nos dialetos chinêses, assim como em muitas outras línguas orientais, as palavras que representam os números são extremamente curtas, facilitando a sua memorização. Assim, é mais fácil para uma criança chinesa aprender a contar e realizar as operações. Deste modo ela tem mais facilidade desde pequena, adquirindo mais gosto pelo seu aprendizado. Interessante, não?

Abraço,

Rodolfo Araújo


Realmente lembrei do livro de Gladwell, mas a pressa impediu de fazer uma postagem melhor.

24 julho 2009

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Avenida Araucarias - Aguas Claras - DF
Enviado por Sérgio Sampaio

Custo da justiça

Companhias são liberadas de custas em execuções
Adriana Aguiar, de São Paulo - Valor Econômico - 24/7/2009

Uma tradicional indústria de São Paulo, que sofre vários processos de execução fiscal por conta de dificuldades financeiras, conseguiu afastar o pagamento de custas processuais em duas dessas ações na Justiça estadual paulista. O valor economizado ultrapassa R$ 25 mil, significativo para seu caixa em tempos de crise. Em São Paulo, para poder apresentar defesa em ações de execução fiscal, as empresas precisam depositar 1% do valor da dívida cobrada, acrescida de juros de mora e dos honorários da Fazenda. A cobrança começou a valer em 2003 com a entrada em vigor da Lei estadual nº11.608 e pode representar grandes quantias nos casos de execuções milionárias ou de empresas que enfrentam vários processos simultaneamente.

Em uma execução em que se cobra R$ 2 milhões, por exemplo, a empresa precisaria desembolsar no mínimo R$ 20 mil apenas para se defender na Justiça, além de apresentar bens para garantir a execução. Mas, ao contrário da garantia, as custas devem ser pagas no momento da apresentação dos embargos à execução. Pensando nisso, o advogado David Roberto R. Soares da Silva, sócio da área tributária da filial paulista do escritório Azevedo Sette Advogados que defendeu a indústria, passou a utilizar a própria Constituição Federal como argumento para afastar esse pagamento nas ações em que atua. Ele pede a extensão da aplicação do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição, que prevê que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, para a pessoa jurídica. O artigo é bastante utilizado em processos que têm como parte pessoas físicas. No entanto, nada impede sua aplicação no caso de empresas que enfrentam uma crise financeira, desde que haja a comprovação dessa situação, segundo ele. O advogado afirma que há precedentes na Justiça em que esse benefício foi concedido para empresas com base na Lei nº 1060, de 1950, que estabelece normas para a concessão de assistência judiciária. No entanto, as decisões recentes são as primeiras em que esse entendimento se aplica em execuções fiscais.

O pedido do advogado no caso foi atendido pelo juiz do setor de execuções fiscais de Salto, no interior de São Paulo. O advogado apresentou a relação das execuções fiscais movidas contra a empresa para argumentar que ela não teria condições de desembolsar as custas em todos eles. Soares da Silva diz que outras provas também podem ser utilizadas - como o balanço da empresa, notícias de jornal que tratam da crise enfrentada pela companhia, a cópia da inicial de um pedido de recuperação judicial ou seu deferimento pelo juiz, entre outras.

Por enquanto, o pedido foi acatado em duas ações de execução. No entanto, como alternativa caso essa via seja negada, o advogado também tem pedido que pelo menos esses valores sejam pagos ao fim do processo. Até porque em São Paulo há essa possibilidade na lei para as empresas em dificuldade. Para o advogado Diogo L. Machado de Melo, sócio do escritório Edgard Leite Advogados, tem sido mais difícil conseguir fazer com que os juízes afastem completamente o pagamento. Ele já conseguiu, no entanto, ao menos postergar o depósito desses valores para o fim da ação, caso o contribuinte perca a disputa. Em uma das ações em que atua, o advogado adiou o depósito de custas de 2% exigido em São Paulo para recorrer da primeira para a segunda instância. No caso, os valor era o teto admitido pela lei, que hoje chega a R$ 47,5 mil no Estado. O argumento principal é o de que todas as leis atuais têm se baseado na preservação das companhias e que o depósito poderia inviabilizar os negócios.

Não é somente em São Paulo que as custas processuais costumam ser altas. No Rio de Janeiro, para a oposição de embargos em ações de execução fiscal, são de 2% do valor atualizado do débito. No entanto, o teto para a cobrança está em R$ 21 mil. Mesmo assim, segundo o advogado Leonardo Gusmão, do escritório Gaia, Silva, Gaede e Associados, esses valores são altos para companhias em crise. Em sua opinião, as teses levantadas têm grandes chances de ter sucesso, pois já há um precedente da corte especial do STJ que entende que uma empresa pode ser beneficiária da Justiça gratuita, desde que comprove não ter condições. Também há decisão da mesma corte que afasta a cobrança de custas processuais para as empresas em concordata, o que pode ser estendido para as que estão em recuperação judicial, segundo ele. Já na Bahia, as custas são baixas, o que não justificaria uma ação. O limite das custas é de R$ 3,8 mil. Quando se trata de débitos com a Fazenda Nacional, a Justiça federal tem dispensado o pagamento de custas nos embargos à execução. As demais custas têm um limite máximo de R$ 1,9 mil.

Leilão de folha de pagamento

Bancos federais devem ir ao leilão
Alex Ribeiro, de Brasília - Valor Econômico - 24/7/2009

Os bancos federais se mostram mais inclinados em participar do leilão da folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), depois de dar uma primeira examinada no edital publicado anteontem.

A avaliação é que os principais pontos polêmicos foram resolvidos pelo Ministério da Previdência, o que tende a estimular até mesmo a participação de bancos privados. "O edital é bastante razoável. Duvido que algum banco, seja público ou privado, vá se arriscar a perder terreno para os concorrentes", afirma um executivo de um banco federal ouvido pelo Valor.

O que anima os bancos federais é o fato de o INSS ter deixado bastante claro que a disputa irá se restringir apenas aos benefícios que forem concedidos daqui por diante. Ou seja, nada muda no relacionamento entre os bancos e o INSS para o pagamentos dos atuais 26,6 milhões de aposentados e pensionistas.

Outra novidade considerada bem-vinda foi estabelecer que os bancos terão que apresentar propostas para mais de um lote. No modelo feito pelo INSS, o país foi dividido em 26 lotes, que, por sua vez, são divididos em microrregiões. "Assim, fica assegurado que um banco não vai ficar com a melhor parte, como o pagamento de benefícios nas regiões mais ricas do país, enquanto outro fica com as áreas mais remotas e com benefícios mais baixos", afirma o executivo do banco federal.

As regiões Sul e Sudeste, com benefícios médios mais altos, são vistas como as mais atrativas pelos bancos, já que neles podem extrair maiores receitas com tarifas e com crédito aos beneficiários do INSS. A divisão em regiões foi considera uma boa saída também porque, assim, fica assegurado que a tarefa de pagar os benefícios será divididas entre vários bancos. "É operacionalmente impossível um só banco assumir uma tarefa dessas dimensões", diz o executivo do banco federal.

Nas próximas semanas, os bancos federais vão aprofundar os estudos sobre cada uma das regiões do país, para então definir eventuais lances e a estratégias para participar no leilão.

O edital publicado anteontem pelo INSS marca para os dias 5 e 6 de agosto a realização do leilão da folha de pagamento de benefícios. Os bancos vão dar lances para, nos próximos 20 anos, administrarem o pagamento de benefícios que sejam concedidos nos próximos cinco anos. Vence quem pagar mais ao INSS. Segundo o INSS, em média são concedidos 377 mil benefícios por mês.

Até setembro de 2008, o INSS pagava R$ 250 milhões anuais para os bancos processarem os pagamentos de benefícios. A partir de então, foi fechado um acordo, no qual o INSS não paga nem recebe nada para os bancos efetuarem os pagamentos. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou, em 2008, que o INSS e o Tesouro Nacional mudem o relacionamento com os bancos. O leilão irá reproduzir o modelo adotado pelos governos estaduais e municípios em suas folhas de pagamento de funcionários. Os bancos pagam um ágio para os governos e, em troca, ganham porque podem oferecer produtos financeiros para os funcionários públicos.

Os bancos Itaú Unibanco, HSBC, Bradesco e Santander foram procurados, mas preferiram não se pronunciar sobre o eventual interesse no leilão.


O setor público está reconhecendo, finalmente, a existência de um grande ativo: a folha de pagamento. Bom para o contribuinte, mas ruim para o acionista do BB.

Este seria um bom teste

Leia o texto abaixo com atenção. Veja se você consegue descobrir um erro grave no mesmo.

Licitações: entre o balanço e o balancete
Társis Nametala Sarlo Jorge. Valor Econômico. São Paulo: Jul 23, 2009.

O procedimento licitatório é instrumental de uma série de finalidades em nosso sistema jurídico. Não somente por meio dele se procura obter a melhor proposta para o Estado, como também tem raízes no princípio democrático de direito, eis que os diversos participantes, por meio de seus atos - impugnação ao edital, recursos administrativos, contrarrazões e outros - participam da formulação da vontade estatal, que se consubstanciará nos termos do futuro contrato administrativo. Para além disso, a licitação também é uma forma de intervenção do Estado na ordem econômica, já que visa a contratação das empresas em condições "par conditio", ou seja, em condições de igualdade material.

Assim é que fica clara a importância do respeito ao "due process administrivo" na licitação, tanto por parte do Estado quanto por parte dos licitantes. Assim, a licitação é território fértil para discussões acerca de temas societários e empresariais, bem como de direito público, pondo às claras as imbricações inevitáveis - e mesmo desejáveis - entre o assim chamado direito público e o também assim chamado direito privado.

Nesse passo é que propomos a análise de uma das hipóteses mais corriqueiras nas questões de habilitação licitatória. Trata-se da frequente troca efetuada pelos licitantes entre balanço do exercício e balancete. Em outras palavras, quando o edital exige, para o momento da habilitação licitatória, a apresentação, entre outros documentos, do balanço patrimonial do exercício, não pode, sob pena de ser inabilitado, o licitante apresentar um balancete, que é coisa diversa.

O balanço social é uma das espécies, como sabido, do gênero das demonstrações financeiras das sociedades - sendo as demais a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e a demonstração de resultados de exercício, entre outros. De todos, como assevera a melhor doutrina, o mais importante, sem dúvida, é o próprio balanço social, eis que arrola tanto as contas ativas quanto passivas da sociedade, servindo como um verdadeiro mapa financeiro da instituição. Nele se pode observar a diferença entre ativo e passivo, que constitui o patrimônio líquido, composto pelo capital, pelas reservas e pelos lucros acumulados.

Já no que concerne ao balancete, trata-se de um documento mais resumido, em regra mais simples, que não segue as normas contábeis vigentes, não demonstrando, nem de longe e com a mesma clareza, a real situação da atividade empresarial desenvolvida por aquela sociedade. Balancetes, em regra, além de ostentarem as características acima referidas, são documentos feitos para situações específicas, como operações societárias. Assim é que o balancete não pode, a todas as luzes, substituir o balanço, esse, sim, um documento hábil a demonstrar a força econômico-financeira do licitante.

Como se pode observar, não se trata de uma mera exigência formal, mas sim de uma determinação de apresentação de documento essencial para a habilitação de quem pretende pactuar com o Estado, que, em atendimento aos princípios que regem a administração pública, deve acautelar-se em face de riscos desnecessários. Aliás, nesse sentido entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) recentemente, em um julgamento cuja ementa restou dito ser descabido o uso do balancete em substituição do balanço social e das demonstrações contábeis do último exercício social, entre outras assertivas.

Por outro lado, é o próprio Código Civil que estabelece as diferenças entre essas duas figuras - balanço e balancete - em seu artigo 1.186, por exemplo, que trata do livro "balancetes diários e balanços" em dispositivos diversos, sendo o balancete cuidado no inciso I e o balanço, no inciso II. Ora, caso fossem a mesma coisa, não teriam sido previstos e tratados em dispositivos diversos do referido artigo, visto que, como sabido, a lei não contém palavras em vão. E mais: quando a legislação quis, de certa forma, igualar estes dois documentos, o fez de forma expressa, como se observa da leitura atenta do inciso I do artigo 248 da Lei das S.A., que determina que o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado.

Assim é que, respeitando opiniões em contrário, entendemos como correto o posicionamento no sentido de, uma vez exigido o balanço em licitação, o licitante que apresenta um mero balancete não merece ser habilitado.


Descobriu? Não seria um bom teste para seus conhecimentos? É por isto que o jornal ao publicar textos como estes coloca que não se responsabilidade pelas opiniões. Mas será que é responsável pelo erros conceituais?

Teste #116

Lord Kelvin importante cientista do século XIX afirmou que:

"Qualquer coisa que existe, existe em alguma quantidade e pode, portanto, ser mensurada" (Fonte: ADAMS, John. Risco. São Paulo: Senac, 2009, p. 26).

Com respeito ao Lord Kelvin nós podemos afirmar que:

a) Era irlandês nascido em Belfast
b) Fez contribuições na termodinâmica
c) Desenvolveu uma escala de temperatura
d) Morreu com 83 anos

Resposta do anterior: Austrália = 3; Canadá = 3; EUA = 1 membro e 3 afiliados; Grã-Bretanha = 5 membros e 2 associados

23 julho 2009

Links

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Os asiáticos são melhores em matemática

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Iasb propõe norma para setores regulados

Lei Bancária Retroativa na Alemanha

Segundo a Reuters (Germany to retroactively alter bank accounting rule, 20/7/2009) a Alemanha deverá alterar as normas contábeis para bancos com a finalidade de aumentar o capital para empréstimo. A regra deverá ser retroativa a 30 de junho de 2009 e aplica-se a reserva de reavaliação (Neubewertungsruecklage)

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Sadia e o ex-executivo

Ex-diretor da Sadia busca compensação por "danos morais"
Por Graziella Valenti, de São Paulo - Valor Econõmico - 22/7/2009

A luz amarela sobre o risco dos derivativos cambiais contratados pela Sadia começou a piscar já no começo de agosto do ano passado. Naquele mês, a gerência financeira da empresa já tomou conhecimento sobre perdas, ainda pequenas, de alguns instrumentos, por conta da alta do dólar. Contudo, a expectativa daqueles que estavam envolvidos nessas operações era de que o movimento da moeda fosse passageiro.

Passado um mês, no entanto, a tendência de alta do dólar se intensificou . No dia 12 de setembro, o então diretor financeiro da empresa, Adriano Ferreira, informou o conselho de administração da Sadia, presidido na ocasião por Walter Fontana Filho, sobre a situação.

O mercado só tomou conhecimento dos prejuízos no dia 25 daquele mês, depois que o executivo fechou captação de R$ 911 milhões com o Banco do Brasil para recompor o caixa da companhia. No dia seguinte, foi demitido.

Os contratos de risco firmados pela empresa trouxeram um prejuízo financeiro de R$ 2,6 bilhões, afetaram dramaticamente sua estabilidade financeira e a situação culminou na venda do negócio à Perdigão, em maio deste ano, numa operação societária para criação da Brasil Foods.

Esse cronograma da circulação das informações dentro da Sadia consta do processo trabalhista que Ferreira move contra a Sadia desde 5 de junho, a qual o Valor teve acesso na manhã de ontem, antes da audiência inicial sobre o caso.

O executivo entrou com a ação exatos 13 dias antes de a companhia iniciar a ação civil de responsabilidade contra ele - decidida em 6 de abril, em assembleia de acionista. A batalha judicial, portanto, será uma via de mão dupla. Já a ação da Sadia busca responsabilizar Ferreira pelo episódio e o ressarcimento do prejuízo bilionário.

Ferreira busca de direitos trabalhistas para o período em que atuou como diretor estatutário (regime privado, de setembro de 2006 a setembro de 2008) e também de ressarcimento por danos morais e materiais, alegando que a decisão da empresa de elegê-lo como único responsável pelas perdas prejudicou sua imagem e o comprometeu o futuro de sua carreira. Na ação, não estabeleceu um valor para cobrir as perdas que julga ter sofrido.

O Valor teve acesso apenas à argumentação de Ferreira. A defesa da Sadia ainda não estava anexada aos documentos, o que ocorreu ontem, durante a audiência inicial do processo na 61ª Vara do trabalho da capital paulista, na tarde de ontem. A juíza Thereza Christina Nahas atendeu ao pedido da Sadia e colocou a discussão sob segredo de justiça. Ou seja, apenas as partes podem ter acesso aos documentos e às audiências. Consultada, a companhia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só irá se manifestar sobre a questão na Justiça.

Na audiência, que contou com a presença de nove representantes da Sadia, ambas as partes afirmaram não haver possibilidade de acordo. Ferreira sequer estabeleceu um valor a partir do qual encerraria a disputa.

(...)

TCU amplia ação

Extrato esquecido sobre a mesa revela ação fraudulenta no BEC
Juliano Basile, de Brasília - Valor Econômico - 22/7/2009

Numa decisão inédita, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou a diretoria antiga do Banco do Estado do Ceará (BEC) por fraudes na mesa de operações. Foi a primeira vez que o TCU identificou irregularidades na condução de operações financeiras por um banco estatal - envolvendo a diretoria do BEC entre agosto de 2002 a janeiro de 2003. A decisão é um indicativo de que o tribunal vai passar a monitorar os negócios dos bancos públicos, tarefa até então restrita aos Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O TCU verificou que um alto funcionário do banco comprava títulos públicos federais na alta e vendia na baixa. Operava com ajuda de uma intermediadora e, depois, obtinha depósitos dessa empresa numa conta pessoal.

Essas operações movimentaram R$ 180 milhões. O TCU calculou em R$ 8,7 milhões o prejuízo específico das movimentações com títulos, mas o potencial lesivo foi muito maior: o BEC foi vendido por R$ 700 milhões ao Bradesco, em dezembro de 2005, depois de um processo de federalização e de saneamento que custou mais de R$ 900 milhões.

As fraudes ocorreram depois que a instituição já havia sido federalizada e o governo federal já trabalhava para colocar as contas do BEC em ordem para a privatização. A descoberta da fraude ocorreu por acaso.

"Os fatos só foram percebidos em vista da suspeita que recaiu sobre o responsável pela mesa de negociações (Luciano Medeiros Bertini), que, ao deixar seus extratos sobre uma mesa, expôs a movimentação de sua conta, onde constavam créditos de valores muito superiores a seus proventos, o que motivou a investigação", relatou a presidência do BEC ao TCU.

Bertini era chefe substituto do Departamento de Administração Financeira. Ele teria feito uma série de operações junto à Turfa DTVM, com sede no Rio de Janeiro, através do corretor Humberto Thomé, que intermediou as negociações. Para burlar a fiscalização interna, Bertini teria feito manipulações nos números que chegavam da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e continham os preços médios do mercado.

As manipulações só foram constatadas em 2005. Como o BEC estava para ser privatizado, a diretoria optou por evitar a divulgação do caso. "Medidas adicionais de controle deixaram de ser adotadas em razão de que o BEC vivia momento de exceção, convivendo com a expectativa de sua venda", diz relatório do TCU.

O chefe substituto alegou ao TCU que as operações não prejudicaram o BEC, "vez que, no período investigado, o banco apresentou lucro real, ou seja, ganho de capital". Também argumentou que as auditorias internas não foram capazes de comprovar sua responsabilidade. Por fim, que a "natureza das operações de compra e venda de títulos" é bastante complexa, "devendo ser considerado outras variáveis que influenciam o mercado financeiro e as tomadas de decisões".

O TCU não aceitou as explicações. Segundo o relator do processo, ministro Valmir Campelo, a defesa foi contraditória ao dizer que os controles existentes eram suficientes para identificar irregularidades. "Veja que Bertini foi obrigado a alterar artificiosamente os dados com o intuito de mascarar os negócios", afirmou. Segundo ele, a adulteração não foi detectada de imediato e " demais ações danosas" também "não foram impedidas". O TCU levou em consideração ainda uma série de telefonemas entre Bertini e Thomé na época das operações, inclusive em dias não-úteis e após as 20h.

A direção do banco foi condenada pelo TCU pelas falhas na fiscalização. O presidente do BEC na época das fraudes, Carlos Alberto Ribeiro da Silva, o então diretor de finanças e controle, Fernando Ribeiro Hermida, e seu substituto Alvarino Erven de Abreu alegaram que as irregularidades não foram constatadas no início, mas que informaram o caso ao Ministério Público Federal, assim que verificaram a manipulação.

Na prática, Bertini foi condenado pela prática de irregularidades, enquanto os demais por falhas na fiscalização. Bertini e Silva foram condenados a multas de R$ 40 mil cada. Hermida e Abreu, de R$ 20 mil. Eles deverão ser processados pelo Ministério Público Federal para ressarcir o prejuízo de R$ 8,7 milhões. Dia 8 o TCU aprovou o envio de cópia do processo ao Banco Central para que tome as devidas providências.