12 junho 2009
Teste #92
Reduzindo a complexidade
Grandes empresas devem reduzir o montante de informação financeira que produzem sobre as subsidiárias, conforme proposta do regulador inglês.
Aquelese que preparam as demonstrações também devem tentar racionalizar a terminologia que eles usam e seguir a instrução dos professores da escola primária de inglês em escrever uma estória clara com início, meio e fim, conforme o Financial Reporting Council.
A proposta é para tentar reduzir a complexidade desconcertante dos relatórios financeiros. Isto proliferou nos anos recentes sob a pressão dos padrões globais, conforme Ian Wright, o diretor do FRC.
“Se você possui negócios com cinco linhas de produtos em quarenta países, você deve ter 120 diferentes regras e regulamentações para pensar” ele disse.
HSBC queixa em 2007 que seu relatório anual de 1,47 kg tornou-se muito pesado para ser carregado em grandes quantitades pelo carteiro. O relatório do banco em 2008 possui 472 páginas.
Para muitas empresas, o processo de produção do relatório anual deve começar seis meses antes do fim do ano.
Os padrões contábeis da IFRS inclui mais que 30 expressões para descrever níveis de probabilidade – tais como
"inevitável"; "praticamente certo"; "alternativa realista" e "substancialmente" -, mas não existem regras claras para distinguir qualquer diferença dos significados.
(…)
Plea to clarify company reports
David Fickling - 4/6/2009 - Financial Times - London Ed1 – 22
IFRS em seguros
Adequação ao padrão IFRS gera impactos
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 11/6/2009
O sócio responsável pela área de seguros da Everis Brasil, Rafael Garrido, chama a atenção das seguradoras para o processo de adequação ao padrão internacional de contabilização (IFRS, na sigla em inglês), que tem prazo até o ano que vem. Mas, para ele, o ajuste deve começar logo, já que, de acordo com a experiência europeia, a conversão para o formato IFRS pode levar 18 meses ou, em média, nove meses, para empresas com maior facilidade de adaptação. Além disso, ele lembra que as demonstrações financeiras deste ano já deverão seguir o novo modelo, para efeito comparativo já com o 1º trimestre de 2010.
“A transição para a IFRS não impacta somente as regras contábeis das seguradoras”, sustenta Rafael Garrido. “Impacta também – prossegue – a organização como um todo, incluindo tecnologia, controles internos, tesouraria, impostos, jurídico, gerenciamento de caixa entre outros, alem de alterar a apuração dos resultados e, consequentemente, a análise que o mercado faz sobre o desempenho da companhia”.
A conversão, segundo ele, requer mudanças que envolvem funcionários, processos e sistemas, mas, se devidamente planejada e administrada, poderá trazer melhorias substanciais no desempenho das funções financeiras, nos controles internos e na redução de custos.
Para o especialista, é necessário que as seguradoras brasileiras iniciem o quanto antes a avaliação dos impactos que serão gerados pela adoção das normas contábeis internacionais, seguindo o exemplo de empresas europeias que se anteciparam na implantação da IFRS.
O Processo de Conversão e a Influencia dos Auditores
Em Auditors aren't evil; Al and Mark Rosen have long characterized auditors as oppressors. Here's the real story, publicado no Financial Post em 5 de junho de 2009, Allan Foerster faz uma análise do processo de convergência para normas internacionais do Canadá.
Foerster é professor da Wilfrid Laurier University e participa dos grupos de trabalho sobre a adoção das normas do Iasb naquele país. O texto pretende ser uma resposta as acusações que Al e Mark Rosen fazem ao processo (aqui, aqui, aqui e aqui, postagens deste sobre sobre Rosen).
Basicamente os irmãos Rosen acreditam que o processo de convergência é dominado pelos auditores.
Entretanto, segundo Foerster, o processo está baseado no trabalho dedicado de pessoas que acreditam que a padronização contábil será importante para contabilidade canadense. Foerster afirma que as empresas de auditoria não dominam a discussão e não interferem no processo. Ou seja, os auditores não controlam o desenvolvimento dos padrões contábeis. Além disto, o próprio processo encoraja a discussão entre os usuários.
Foerster é professor da Wilfrid Laurier University e participa dos grupos de trabalho sobre a adoção das normas do Iasb naquele país. O texto pretende ser uma resposta as acusações que Al e Mark Rosen fazem ao processo (aqui, aqui, aqui e aqui, postagens deste sobre sobre Rosen).
Basicamente os irmãos Rosen acreditam que o processo de convergência é dominado pelos auditores.
Entretanto, segundo Foerster, o processo está baseado no trabalho dedicado de pessoas que acreditam que a padronização contábil será importante para contabilidade canadense. Foerster afirma que as empresas de auditoria não dominam a discussão e não interferem no processo. Ou seja, os auditores não controlam o desenvolvimento dos padrões contábeis. Além disto, o próprio processo encoraja a discussão entre os usuários.
Conselhos
Quando o Citigroup e o Bank of America realizaram a reunião anual no mês passado, os acionistas estavam, compreensivelmente, de mau humor. Mesmo os CEOs desculpando os fracassos do passado e fazendo juras de melhorias, os acionistas tiraram os executivos por sua incompetência e falaram da necessidade de mudanças drásticas.
Entretanto, depois de tudo, algo estranho ocorreu: todos os membros de cada conselho foram reeleitos. (...) Mas o conselho do Citi inclui ainda dez dos indivíduos que presidiram a entidade durante a sua longa incursão na terra do ativo tóxico.
(...) Novos regulamentos, sob a pressão de grandes investidores, forçaram as
empresas a escolher mais diretores independentes – pessoas que não possuem conexão direta com a empresa (...) O resultado dessa mudança é que os conselhos parecem certamente diferente: em 1950 metade de todos os diretores eram internos. Hoje, menos de 20 por cento são. Conselhos são mais demograticamente e profissionalmente diversos. (...)
Todas essas mudanças, no entanto, teve muito menor impacto que o esperado.
Fonte: Board Stiff, James Surowiecki. 1/6/2009
Ironia
Um texto do jornal espanhol Expansión (Las razones del valor razonable, L.Junco, 4/6/2009) usa uma ironia para valor do valor justo:
Consciente de que para el común de los mortales entender el concepto de valor razonable y su cálculo requiere alcanzar un estado mental elevado, el IASB (Consejo Internacional de Estándares Internacionales, en sus siglas en inglés) ha presentado a consulta pública el borrador de una guía tendente a explicar cómo se mide y cuándo se debe aplicar este concepto.
11 junho 2009
Teste #91
Um contador cobra R$900 para fazer a contabilidade de uma pequena empresa e, como “cortesia” faz também o imposto de renda do proprietário. O seu Manoel, dono da Padaria Guimarães, deseja somente que o contador faça a escrita da empresa, mas não seu imposto de renda. Depois de muito insistir, o contador disse que contabilidade da empresa custava R$800 a mais que o imposto de renda. Quanto o seu Manoel deve pagar?
Resposta do Anterior: Comerciante nascido em Dubrionik em 1416. Em 1458 escreveu um manuscrito com o sistema de partidas dobradas
Resposta do Anterior: Comerciante nascido em Dubrionik em 1416. Em 1458 escreveu um manuscrito com o sistema de partidas dobradas
10 junho 2009
Teste #90
A importância da Imagem
Por que os políticos fazem plástica antes da eleição
Fernando Reinach*
O Estado de São Paulo - 2/4/2009
Avaliar membros da própria espécie é importante para os mamíferos sociais e eles a executam com eficiência. Acreditando nessa habilidade, o Homo sapiens organizou as democracias baseadas no voto universal. Mas há um problema. Nosso cérebro e o dos macacos que originaram a espécie humana foram selecionados durante milhões de anos para avaliar membros de nossa espécie com os quais interagíamos diretamente.
É dessa maneira que machos e fêmeas dominantes são escolhidos e os pareamentos sexuais, determinados. Selecionar um líder entre candidatos com os quais nunca interagimos é novidade para o cérebro humano e não é uma tarefa que ele, mesmo educado, faz com facilidade. Se puder escolher, nosso cérebro prefere utilizar poucas informações obtidas em interações diretas. Por isso os políticos andam pelas ruas cumprimentando o maior número possível de eleitores. Quando forçado a decidir com base em informações indiretas, os mecanismos utilizados pelo cérebro são primitivos e irracionais. A literatura científica está cheia de estudos que comprovam a tese, mas um estudo publicado recentemente demonstra quão primitivo é esse mecanismo.
Cientistas suíços selecionaram 57 pares de fotos de candidatos em eleições municipais francesas. Cada par continha uma foto do vencedor e uma do segundo colocado. Os pares foram mostrados para 684 adultos suíços que nunca haviam visto esses políticos. Sem informar quem eram e que eles haviam sido candidatos, os cientistas pediram que escolhessem o membro do par mais “competente” e “confiável”. Em 70% dos casos, o candidato avaliado como mais “competente” havia sido o eleito. Se adultos sem nenhuma informação além de uma foto fazem a mesma escolha que os eleitores, isso sugere que os mecanismos utilizados para fazer a escolha são primitivos, talvez semelhantes aos utilizados pelas crianças. Para confirmar a hipótese, os mesmos pares de fotos foram mostrados para 681 crianças com idades entre 5 e 13 anos. As fotos foram mostradas no contexto de um jogo de computador onde as crianças deveriam escolher o melhor capitão para um barco que os levaria em uma viajem perigosa. Os resultados com as crianças foram os mesmos: elas escolheram o vencedor nas eleições em 71% dos casos. Isso sugere que eleitores escolhem seus líderes utilizando os mesmos mecanismos que o cérebro de uma criança usa para julgar as faces de pessoas.
O experimento é semelhante à maneira como os eleitores brasileiros são apresentados a candidatos ao legislativo. Uma foto e uma frase. Mas o mais interessante é que este experimento demonstra de forma científica um fato que é bastante conhecido dos políticos: a imagem da face, como aparece nas propagandas, é a fonte principal de informação utilizada por nosso cérebro em condições nas quais ele é obrigado a fazer escolhas sem os dados da interação direta. Não é de espantar que grande parte dos políticos se submeta a operações plásticas para se tornarem mais “competentes”.
Insatisfação com o Iasb
Enquanto a adoção das normas internacionais de contabilidade amplia-se no mundo (aqui o exemplo da Colômbia), o Iasb tem sido questionado.
Segundo notícia do The Observer (Accounting board could lose power to set rules, Nick Mathiason, 7/6/2009, 1), o chairman, Sir David Tweedie, está lidando com especulações sobre mudanças na entidade em razão da crise financeira.
Estas mudanças incluem a redução do seu papel na emissão de normas internacionais. A atuação do IASB na crise gerou muitas críticas, seja pela mudança na IAS 39, pelo grande poder dos brokers e pelo forte vínculo do board com a KPMG (!).
Segundo notícia do The Observer (Accounting board could lose power to set rules, Nick Mathiason, 7/6/2009, 1), o chairman, Sir David Tweedie, está lidando com especulações sobre mudanças na entidade em razão da crise financeira.
Estas mudanças incluem a redução do seu papel na emissão de normas internacionais. A atuação do IASB na crise gerou muitas críticas, seja pela mudança na IAS 39, pelo grande poder dos brokers e pelo forte vínculo do board com a KPMG (!).
IFRS na Colômbia
Para el parlamentario, lo que se busca es que "con excepción del sub-Sahara africano y el Asia Central, todo el mundo 'hable' un mismo idioma en materia contable y es hora de que Colombia avance hacia las mejores prácticas del lenguaje global". Según el parlamentario, también se creará una única entidad emisora de normas contables para evitar que los empresarios colombianos sigan viéndose afectados por la existencia de 19 Planes Únicos de Cuentas (PUC) y de 38 entidades que actualmente están habilitadas para emitir normas contables.
A un paso de estandarizar la normatividad contable - Nancy Rocio Velandia Ardila - 4/6/2009 - Portafolio
Interessante: são 19 plano de contas únicos e 38 entidades na emissão de normas contábeis. É bem verdade que tenho dúvidas se somente uma entidade irá emitir normas a partir da adoção da IFRS. Mas será um avanço. (Fonte do Desenho: Fffound)
Livro Digital
Na sua cruzada para reduzir bilhões de dólares do crescente déficit orçamentário da Califórnia, Arnold Schwarzenegger vem liderando a investida rumo à geração do Twitter com uma promessa de substituir os caros e "superados" livros de texto escolares por aparelhos digitais.
O Estado está prestes a se tornar o primeiro nos EUA a abandonar os livros escolares impressos. Schwarzenegger, o governador do Estado, disse que a iniciativa poderá economizar até US$ 350 milhões ao ano.
"Os livros escolares estão superados no que me diz respeito", disse. "Não existe motivo para nossas escolas obrigarem os nossos estudantes a arrastar esses livros escolares antiquados, pesados e caros. A Califórnia é a terra natal do Vale do Silício, líder mundial em tecnologia e inovação, portanto podemos fazer melhor do que isso."
A Califórnia liderou recentemente o resto do país na instituição de novos e rigorosos padrões para emissões de gases veiculares para conter a mudança climática e suas regulamentações acabaram sendo adotadas por Washington.
A iniciativa digital foi elogiada pelos conselhos diretores escolares carentes de dinheiro do Estado. "Ela economiza para as nossas escolas somas consideráveis de recursos reservados para livros escolares e, no nosso mundo em constante mutação, confere às editoras a oportunidade de atualizar os textos rapidamente com os mais recentes acontecimentos mundiais", disse Jim Vidak, superintendente escolar no Condado de Tulare.
A Califórnia convidou programadores de conteúdo a fornecerem inicialmente livros escolares digitais em matemática e ciências, que o Estado examinará em tempo para o próximo ano escolar.
Schwarzenegger manifestou confiança de que os estudantes possam se beneficiar dos recursos de aprendizagem digitais, dizendo que eles estão acostumados a usar informação em tempo real no Facebook ou no Twitter. "A Califórnia é a terra natal dos colossos de software e dos pioneiros em pesquisa de biociência", disse. "Mas os nossos estudantes ainda estudam a partir de materiais de instrução em formatos criados pela prensa tipográfica de Guttenberg. É despropositado - e oneroso - querer os livros tradicionais de capa dura quando a informação está disponível em formato eletrônico".
Num momento em que a Califórnia enfrenta um déficit orçamentário recorde de US$ 24 bilhões, porém, o Estado poderá ter de enfrentar altos custos iniciais - especialmente considerando que Schwarzenegger se comprometeu a disponibilizar livros escolares digitais para cada um dos dois milhões de estudantes do Estado.
"O principal sentido prático é que até os estudantes terem acesso pleno e igual a computadores, esta iniciativa será muito difícil de ser implantada", escreveram analistas do Citigroup, em nota de análise.
O Estado é um dos maiores compradores de livros escolares no mundo, assim que a transição para ensino digital poderá ter grandes implicações para editoras, como a Pearson, proprietária do "FT". "A Pearson é agnóstica quanto à forma em que seu conteúdo é acessado, mas o importante para nós é que o material seja de alta qualidade e eficaz", disse a companhia.
"As crianças querem lidar com uma ferramenta que seja interativa", disse Jake Neuberg, executivo-chefe da Revolution Prep, uma empresa com sede na Califórnia que fornece elaboração de provas e ferramentas de ensino digital para estudantes. "As ferramentas de ensino não mudaram durante centenas de anos".
Contra déficit, Califórnia quer acabar com livros escolares impressos
Valor Econômico - 10/6/2009
09 junho 2009
Teste #89
Contabilidade de Empresas Reguladas
Uma contabilidade para as entidades regulamentadas está agora na agenda do International Accounting Standards Board (IASB) e um projeto separado foi criado para tratar dele. O IASB pretende publicar uma Exposure Draft (ED) em Julho de 2009.
Estima-se que o setor elétrico dos EUA sozinho possua ativos e passivos de US $ 675 bilhões e US $ 450 bilhões, respectivamente, em 2007. (...)
Reguladores frequentemente fixam preços antecipadamente com base em volumes, no custo-alvo e numa taxa de retorno. No final do período, a entidade reguladora e a entidade determinam o volume real, custo e retorno. Isto irá dar origem a um excedente que deve ser restituído ao cliente ou um déficit que precisa ser recuperado a partir do cliente. Isto é feito por meio de futuros ajustes nos preços. A questão a ser abordada é que, se esses ativos e passivos podem ser reconhecidos no âmbito da estrutura da IFRS. (...)
O principal argumento contra o reconhecimento desses direitos e obrigações como ativos e passivos na IFRS é que a sua cobrança ou de pagamento baseia-se em vendas futuras, sobre a qual a entidade não tem qualquer controle ou obrigação presente. (...)
O IASB apresentou muitos argumentos de apoio ao reconhecimento de certos valores regulamentados de ativos e passivos. O IASB e o FASB (Financial Accounting Standards Board) concordaram em remover a noção de controle e centrar a definição de um ativo se a entidade tem alguns direitos ou o acesso privilegiado ao recurso económico.
Accounting for rate regulated entities – 1/6/2009 - Business Line (The Hindu) – 11 - Dolphy D’Souza - Partner and National Leader IFRS, Ernst & Young
O assunto é importante, mas destaco no texto a questão do conceito de ativo. Atualmente o conceito do Iasb, também adotado pelo CPC, caracteriza um ativo como algo (1) baseado em resultado de eventos passados; (2) que irá gerar futuro benefício (3) sob controle da entidade. O que o texto afirma é que uma abordagem próxima do Iasb seria retirar o terceiro item da definição.
Veja mais sobre o assunto no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, p. 118 e seguintes.
Medir
(...) Sem medição, meus professores avisaram, eu não seria capaz de identificar e separar a realidade diante dos meus olhos. Ao fazer a matemática, gostaria de ver a ordem e coerência, a forma como as coisas eram organizadas; relações invisíveis seriam vistas e logo viria o significado, seguido de confiança. Graças a minha educação anglo-saxónica eu aprendi a lição: não é possível gerir aquilo que você não tenha previamente medido.
Hernando de Soto . Do The Math; National Post – 1/6/2009
De Soto é um influente economista peruano. Vale a pena ler O Mistério do Capital traduzido pela Record.
Lições aprendidas com a harmonização
Veja que interessante o texto a seguir sobre as lições aprendidas com a adoção das normas internacionais de contabilidade. O artigo foi publicado numa revista mexicana, que está iniciando o processo de adoção das IFRS:
Isto reforça a crença de que o nosso processo de harmonização foi brusco. Leia também sobre a adoção na China, postado anteriormente.
Una de las lecciones aprendidas es que los proyectos de conversión a menudo llevaron más tiempo y recursos que lo originalmente previsto.
Esto llevó a que algunas empresas se precipitaran en la toma de decisiones y, en algunos casos, exponiéndose a errores o en su caso subcontratar más trabajo del necesario, aumentando los costos y dificultando la asimilación de los conocimientos de IFRS dentro de la compañía.
Al mismo tiempo, la experiencia nos ha enseñado que la conversión trae consigo una oportunidad única de evaluar de forma exhaustiva la información financiera y partir de "cero" para adoptar las mejores normas financieras y procesos que se ajusten a las necesidades de cada entidad.
IFRS: lecciones aprendidas de experiencias mundiales
Michelle Orozco Vallejo
1/6/2009 - El Economista
Isto reforça a crença de que o nosso processo de harmonização foi brusco. Leia também sobre a adoção na China, postado anteriormente.
Patente de Métodos de Negócios
Uma notícia interessante: a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que métodos de negócios podem ser patenteados. Segundo o New York Times (Justices to Weigh Issue of Patenting Business Methods, Adam Liptak, 2 de junho de 2009) isto talvez seja o mais importante caso de patente dos últimos 50 anos em razão das suas implicações. O assunto também mereceu destaque no The Washington Post (High Court to Hear Case On Patent Limits; Types of Business Methods Under Review - Greg Stohr e Susan Decker, 2/6/2009).
Os impactos podem ocorrer na consultoria, software, seguro, biotecnologia e empresas contábeis. E isto deve desencadear um grande número de solicitações de patentes. Mas o NY Times lembra de Posner, um influente juiz dos EUA, acredita que isto pode gerar um monopólio. Já imaginou a Du Pont/GM recebendo royalties pelo uso do ROI?
Os impactos podem ocorrer na consultoria, software, seguro, biotecnologia e empresas contábeis. E isto deve desencadear um grande número de solicitações de patentes. Mas o NY Times lembra de Posner, um influente juiz dos EUA, acredita que isto pode gerar um monopólio. Já imaginou a Du Pont/GM recebendo royalties pelo uso do ROI?
Estoques
CVM edita Deliberações que aprovam pronunciamentos do Comitê de Pronunciamento Contábeis – CPC sobre Estoques, Contratos de Construção e Custos de Empréstimos
A Comissão de Valores Mobiliários edita hoje, 08/06/2009, as Deliberações 575/09, 576/09 e 577/09 que aprovam, respectivamente, os Pronunciamentos CPC-16, intitulado "Estoques", CPC-17, intitulado "Contratos de Construção", e CPC-20, intitulado "Custos de Empréstimos".
O objetivo do pronunciamento técnico CPC-16 é orientar como determinar o valor de custo dos estoques e o seu reconhecimento no resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. O documento apresenta, ainda, método e critérios usados para atribuir custos aos estoques.
O Pronunciamento CPC-17 orienta sobre o tratamento contábil das receitas e despesas associadas a contratos de construção. Nesses contratos, normalmente de execução a longo prazo, as datas de início e término do contrato ocorrem em períodos contábeis diferentes, tornando primordial o reconhecimento das receitas e despesas correspondentes ao longo da sua execução.
O Pronunciamento CPC-20 dá orientações para o tratamento contábil aplicável aos custos de empréstimos. O conteúdo deste pronunciamento técnico está integralmente fundamentado no IAS 23 – Custo de Empréstimos, e não modifica substancialmente o tratamento dado no Brasil aos custos de empréstimos, inclusive aquele previsto na Deliberação CVM 193/96.
Essas normas contábeis, que fazem parte da Agenda Conjunta CVM e CPC, dão início ao processo de regulação de 2009 visando à convergência da Contabilidade Brasileira, no tocante às companhias abertas aos padrões internacionais. Com isso, já foram emitidas 20 normas contábeis (18 em 2008), estando 15 normas em processo de audiência pública (10 em aberto e 05 encerradas) e 14 em elaboração ou apreciação no CPC e na CVM.
Fonte: aqui
Peter L Bernstein
Bernstein escreveu um dos melhores livros técnicos que já li: Desafio aos Deuses. Neste livro Bernstein conta a história do risco, desde os primeiros trabalhos voltado para jogos de azar e seguros até os dias atuais, com finanças comportamentais. Apesar do tema do livro ser árido, Bernstein conseguiu fazer desta obra um texto muito agradável de ler. Sempre indiquei este livro para meus alunos.
Bernstein (foto) morreu aos 90 anos. Mais aqui.
08 junho 2009
Teste #88
O vendedor Wolfram Anastácio não é lá muito inteligente. Abriu uma loja de material esportivo e no seu primeiro dia fez uma venda para uma pessoa suspeita. O cliente comprou uma bola de futebol por R$12 e pagou com uma nota nova de R$20. Como Wolfram não tinha troco, foi ao restaurante ao lado para trocar a nota. Em seguida, entregou ao cliente a compra além de R$8 de troco. Dez minutos depois o dono do restaurante chega informando que a nota é falsificada. Wolfram pega a cédula, rasga e dá ao dono do restaurante uma nota de R$20. Qual o valor da perda de Wolfram, sabendo que ele trabalha com uma margem de lucro de 100%?
Desafio adicional: faça os lançamentos contábeis.
Resposta do Teste #87: Terrenos, bancos, estoques e máquinas
Desafio adicional: faça os lançamentos contábeis.
Resposta do Teste #87: Terrenos, bancos, estoques e máquinas
Ignore os Investidores!
Segundo Justin Fox, em Ignore Your Investors!(Fortune, 8 de junho de 2009, 20, Volume 159; Issue 12) no passado o conceito de valor dos acionistas era um conceito que fazia sentido. As empresas estavam focadas em fazer o acionista feliz e aumentar o preço das ações. Mas hoje isto parece não ser verdade.
Mesmo Jack Welch, que comandou a General Electric, afirmou recentemente que esta é uma idéia estúpida.
A idéia de agregação de valor é antiga em finanças corporativas. Um livro publicado em 1976 – há mais de 30 anos – de James Porterfield, Decisões de Investimento e Custo de Capital, já comentava, no segundo capítulo, que está é a finalidade de uma empresa. Outros autores, como Rappaport – que é lembrado no texto de Fox – ajudaram a consolidar esta idéia.
Geralmente a idéia de agregação de valor era defendida em contraposição ao conceito contábil de lucro. Substituir a última linha da demonstração do resultado pelo fluxo de caixa descontado. De certa forma, esta discussão significava retirar a atenção para o desempenho do curto prazo e focar no desempenho de longo prazo.
Fox faz uma pergunta interessante: por que aconteceram os problemas recentes com as empresas? Fox lembra que alguns dos problemas estão vinculados ao conceito de eficiência de mercado, desenvolvido na Universidade de Chicago.
A teoria da eficiência de mercado (EMH, como é conhecida) surgiu na década de sessenta e teve em Fama seu grande expoente. A idéia é que os preços das ações refletiam as informações existentes. E que estes preços eram uma síntese da perspectiva futura da empresa.
Mas as pesquisas mostraram que os preços refletem algo mais que o futuro de uma empresa. Variáveis comportamentais e até mesmo os próprios incentivos pagos aos executivos podem influenciar no preço das ações. Em outras palavras, o preço da ação talvez não seja um bom sinal em certas situações. Talvez.
Mesmo Jack Welch, que comandou a General Electric, afirmou recentemente que esta é uma idéia estúpida.
A idéia de agregação de valor é antiga em finanças corporativas. Um livro publicado em 1976 – há mais de 30 anos – de James Porterfield, Decisões de Investimento e Custo de Capital, já comentava, no segundo capítulo, que está é a finalidade de uma empresa. Outros autores, como Rappaport – que é lembrado no texto de Fox – ajudaram a consolidar esta idéia.
Geralmente a idéia de agregação de valor era defendida em contraposição ao conceito contábil de lucro. Substituir a última linha da demonstração do resultado pelo fluxo de caixa descontado. De certa forma, esta discussão significava retirar a atenção para o desempenho do curto prazo e focar no desempenho de longo prazo.
Fox faz uma pergunta interessante: por que aconteceram os problemas recentes com as empresas? Fox lembra que alguns dos problemas estão vinculados ao conceito de eficiência de mercado, desenvolvido na Universidade de Chicago.
A teoria da eficiência de mercado (EMH, como é conhecida) surgiu na década de sessenta e teve em Fama seu grande expoente. A idéia é que os preços das ações refletiam as informações existentes. E que estes preços eram uma síntese da perspectiva futura da empresa.
Mas as pesquisas mostraram que os preços refletem algo mais que o futuro de uma empresa. Variáveis comportamentais e até mesmo os próprios incentivos pagos aos executivos podem influenciar no preço das ações. Em outras palavras, o preço da ação talvez não seja um bom sinal em certas situações. Talvez.
Folha do INSS
Governo licita em julho folha do INSS
2 Junho 2009
Valor Econômico
O governo vai realizar, em julho, a licitação para a escolha dos bancos que vão fazer os pagamentos de novos benefícios previdenciários. A informação foi dada pelo diretor de Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Benedito Brunca, em audiência pública ontem. Apesar das muitas dúvidas e críticas de representantes das instituições financeiras, os editais serão publicados nos próximos dias. "Está fora de cogitação voltar a pagar os bancos por esse serviço", avisou o diretor, referindo-se aos R$ 250 milhões anuais que eram gastos até setembro de 2007.
No mercado financeiro, o sentimento que prevalece é o de que esse ativo perdeu muito valor depois de garantida ao segurado uma ordem de transferência mensal e gratuita para outro banco. Brunca diz que é "zero" o risco de os bancos deixarem de realizar os pagamentos dos atuais benefícios do INSS quando os contratos deixarem de vigorar no fim de dezembro. Na visão dele, impasses anteriores foram resolvidos e o volume movimentado passa dos R$ 200 bilhões. "É importante para o país e para o INSS, mas as instituições também precisam de giro e contato com os beneficiários para buscarem alguma fidelização", disse. (...)
Altura e Desempenho
Pessoas altas têm mais chance de sucesso
Marcelo Rehder
31 Maio 2009
O Estado de São Paulo
Foi preciso se esticar nas pontas dos pés para ganhar alguns centímetros e não ficar escondido atrás do púlpito durante os cinco minutos em que defendeu sua candidatura à presidência da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês). O esforço do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, foi recompensado. Ele bateu seu oponente da Grécia e foi eleito com 70% dos votos dos 157 países que integram a Waipa.
Baixinho assumido, com 1,59 metro de altura, Teixeira se diverte ao relembrar o episódio, ocorrido há um ano.
Não são muitas as histórias de baixinhos de tamanho sucesso. O assunto é polêmico, mas foi demonstrado estatisticamente. Um estudo inédito no Brasil, feito pelos professores Naércio Aquino Menezes Filho, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper, ex-Ibmec São Paulo), e Andréa Zatune Couri, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas altas têm maior probabilidade de concluir mais anos de estudo, ocupar cargos que exigem maior nível de qualificação e ganhar mais que as mais baixas.
De acordo com o estudo, mulheres com estatura entre 1,70 m de altura e 1,75 m, em média, recebem 20,4% mais e completam 15,6% mais anos de estudo do que mulheres com altura entre 1,50 m e 1,60 m.
Já os homens que têm entre 1,80 m e 2,10 m de altura ganham, em média, 70,2% mais e completam 46,7% mais anos de estudo do que aqueles com altura entre 1,60 m e 1,65 m.
A estatura média do brasileiro é de 1,71 m para homens e 1,60 m para mulheres.
Para chegar a essas conclusões, os professores cruzaram dados da Pesquisa de Padrão de Vida (PPV) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), ambas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cerca de 50 mil domicílios brasileiros.
Como em toda pesquisa, os resultados não podem ser generalizados. “A econometria trabalha com médias”, explica o professor Menezes Filho. “ Eu mesmo conheço várias pessoas que têm menos de 1,65 m de altura e são milionárias. Mas é importante notar que existe essa correlação”, frisa o professor, de 1,72 m de altura.
A principal premissa da pesquisa é relacionada a questões socioeconômicas e de saúde. “Pessoas que vivem num ambiente físico e social saudável na primeira infância, e até no útero materno, tendem a ser mais altas”, explica o professor.
A empresária Amália Sina é um bom exemplo disso. Com 1,70 m de altura, que sobe para 1,80 m com o sapato de salto que só tira para dormir, Amália é uma das mais importantes e bem-sucedidas executivas brasileiras de sua geração.
Com MBA em Marketing pela USP e pós graduada em Gestão pelo Triton College, Chicago, Amália já assumiu cargos como presidente da Philip Morris do Brasil e da Walita e sênior vice-presidente da Philips para a América Latina. Recentemente, ela partiu para um novo desafio e criou a Sina Cosméticos, empresa que aliou tecnologia e ativos da biodiversidade brasileira numa linha de tratamento para cabelo e corpo.
“Não é porque uma pessoa é mais alta ou mais bonita que ela terá mais oportunidades”, diz a empresária.
Em geral, acrescenta, pessoas mais altas vêm de famílias mais abastadas, que se alimentaram melhor, tomaram mais leite quando eram pequenas, comeram mais vegetais e praticaram mais esporte.
“É claro que isso se reflete no corpo e na capacidade da pessoa aprender, ter uma formação acadêmica maior e, por consequência, ganhar mais dinheiro”, conclui a empresária.
Marcelo Rehder
31 Maio 2009
O Estado de São Paulo
Foi preciso se esticar nas pontas dos pés para ganhar alguns centímetros e não ficar escondido atrás do púlpito durante os cinco minutos em que defendeu sua candidatura à presidência da Associação Mundial de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês). O esforço do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Alessandro Teixeira, foi recompensado. Ele bateu seu oponente da Grécia e foi eleito com 70% dos votos dos 157 países que integram a Waipa.
Baixinho assumido, com 1,59 metro de altura, Teixeira se diverte ao relembrar o episódio, ocorrido há um ano.
Não são muitas as histórias de baixinhos de tamanho sucesso. O assunto é polêmico, mas foi demonstrado estatisticamente. Um estudo inédito no Brasil, feito pelos professores Naércio Aquino Menezes Filho, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper, ex-Ibmec São Paulo), e Andréa Zatune Couri, da Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas altas têm maior probabilidade de concluir mais anos de estudo, ocupar cargos que exigem maior nível de qualificação e ganhar mais que as mais baixas.
De acordo com o estudo, mulheres com estatura entre 1,70 m de altura e 1,75 m, em média, recebem 20,4% mais e completam 15,6% mais anos de estudo do que mulheres com altura entre 1,50 m e 1,60 m.
Já os homens que têm entre 1,80 m e 2,10 m de altura ganham, em média, 70,2% mais e completam 46,7% mais anos de estudo do que aqueles com altura entre 1,60 m e 1,65 m.
A estatura média do brasileiro é de 1,71 m para homens e 1,60 m para mulheres.
Para chegar a essas conclusões, os professores cruzaram dados da Pesquisa de Padrão de Vida (PPV) e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), ambas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cerca de 50 mil domicílios brasileiros.
Como em toda pesquisa, os resultados não podem ser generalizados. “A econometria trabalha com médias”, explica o professor Menezes Filho. “ Eu mesmo conheço várias pessoas que têm menos de 1,65 m de altura e são milionárias. Mas é importante notar que existe essa correlação”, frisa o professor, de 1,72 m de altura.
A principal premissa da pesquisa é relacionada a questões socioeconômicas e de saúde. “Pessoas que vivem num ambiente físico e social saudável na primeira infância, e até no útero materno, tendem a ser mais altas”, explica o professor.
A empresária Amália Sina é um bom exemplo disso. Com 1,70 m de altura, que sobe para 1,80 m com o sapato de salto que só tira para dormir, Amália é uma das mais importantes e bem-sucedidas executivas brasileiras de sua geração.
Com MBA em Marketing pela USP e pós graduada em Gestão pelo Triton College, Chicago, Amália já assumiu cargos como presidente da Philip Morris do Brasil e da Walita e sênior vice-presidente da Philips para a América Latina. Recentemente, ela partiu para um novo desafio e criou a Sina Cosméticos, empresa que aliou tecnologia e ativos da biodiversidade brasileira numa linha de tratamento para cabelo e corpo.
“Não é porque uma pessoa é mais alta ou mais bonita que ela terá mais oportunidades”, diz a empresária.
Em geral, acrescenta, pessoas mais altas vêm de famílias mais abastadas, que se alimentaram melhor, tomaram mais leite quando eram pequenas, comeram mais vegetais e praticaram mais esporte.
“É claro que isso se reflete no corpo e na capacidade da pessoa aprender, ter uma formação acadêmica maior e, por consequência, ganhar mais dinheiro”, conclui a empresária.
Justiça no Brasil
Walter Ceneviva
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 8/6/2009
MUITOS MILHÕES de processos em andamento no Judiciário brasileiro (nesta semana falou-se em 40 milhões) não têm a menor possibilidade de julgamento a curto prazo. Para enfrentar o problema, surgiram propostas de solução, ainda que parcial, para a crise.
Breve diagnóstico mostra, ao menos em parte, a origem do problema: em 1950 o Brasil andava na casa dos 50 milhões de habitantes, com menos de 8 mil advogados em São Paulo. Em 2010/2020, a população do país poderá ultrapassar os 200 milhões, com 300 mil advogados no Estado e mais de 600 mil no Brasil.
O Judiciário enfrenta o dilema entre melhorar a qualidade e a velocidade de seus serviços ou perder espaço e respeito em sua missão de julgar. As causas da deficiência são conhecidas. O número de juízes não acompanhou o crescimento populacional ou dos advogados. Os aplicadores do direito não se ajustaram à maior quantidade e complexidade das leis, sem falar nas variáveis constitucionais, surgidas em muitas emendas.
Cresceu o número de tribunais do trabalho, de tribunais federais, nas áreas civis e criminais relacionadas com a União, mas o atraso continuou.
Foram convocados juízes de primeira instância para funcionarem na segunda, e, desta, foram deslocados outros para os tribunais superiores. Acrescentou-se ao diagnóstico pessimista a criação nos tribunais superiores, de cláusulas restritivas ou de barreira. Deram causa a que a parte não tivesse seu recurso julgado por motivos insignificantes. Exemplo: a data, na impressão do protocolo no tribunal de origem, saiu imperfeita. Ou porque, num processo demoradíssimo, faltou o carimbo de juntada de um subestabelecimento dado na origem remota. O diagnóstico é, embora correto, injusto. Faz parecer que só o Judiciário é culpado. Culpados são todos, em particular os advogados e o Ministério Público. Não deram atenção à avalanche de autos, não foram firmes na busca de soluções. Não se opuseram às pressões do Executivo, mesmo quando não providas da moralidade prevista no artigo 37 da Constituição, quando governos se recusaram a pagar seus débitos.
Algumas destas questões foram suscitadas esta semana, na AASP (Associação dos Advogados de São Paulo) em palestras ligadas com o lançamento da revista dessa entidade, festejando os 20 anos do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Participando delas, tive oportunidade de dizer que os advogados devem unir-se no trabalho de contribuir para o melhor da prestação jurisdicional.
Convém aos advogados e aos promotores que o Judiciário assegure o respeito da cidadania por suas qualidades, no julgamento rápido e qualificado dos processos. Todos os profissionais da área jurídica são irmãos do mesmo ofício. Precederam os tribunais no uso das técnicas eletrônicas para dar agilidade ao andamento processual. Essa, porém, é uma questão material. Os meios humanos definirão a qualidade da Justiça.
Em tempos mais recentes ampliou-se a convicção de que o Judiciário deve melhorar o cumprimento da missão de resolver dissidências jurídicas. A história das nações aponta nesse sentido. A solução da crise atual depende do trabalho conjunto de todos, sem o qual a Justiça oficial tenderá a ser substituída por outros modos, na composição dos conflitos.
China e as Normas Internacionais
Um texto da The Economist de 30 de maio de 2009 (Red flags) discute os números contábeis na China. A conclusão é que os investidores não confiam nos valores reportados, conforme estudo de TJ Wong e Danqing Young, da Universidade chinesa de Hong Kong, e Xianjie He, da Universidade de Xangai.
Para isto, os pesquisadores analisaram as demonstrações financeiras das empresas chinesas antes e depois da adoção das normas internacionais de contabilidade, que ocorreu em 2007. Apesar da adoção das normas, isto não melhorou a relação entre o desempenho contábil (lucro) e o preço das ações. Na realidade piorou.
Sobre o processo de harmonização contábil da China, clique aqui. Foto: Ffffound
Gol
Legislação & Tributos
Decisão do Supremo pode livrar Gol de assumir passivo da Varig
29 Maio 2009
Valor Econômico
Apesar de não ter julgado a responsabilidade da Gol Linhas Aéreas pelas dívidas trabalhistas cobradas na Justiça por ex-trabalhadores da antiga Varig, adquirida pela companhia em 2007, a decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deverá, na prática, livrar a empresa aérea de responder por aproximadamente quatro mil processos trabalhistas. O Supremo definiu que cabe à 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da antiga Varig, decidir se há ou não sucessão na venda de seus ativos à Gol. Os ministros também decidiram que é o juiz dessa vara o responsável pela habilitação dos créditos trabalhistas dos ex-funcionários da velha Varig no processo de recuperação judicial da empresa. Como a opinião do juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Rio, já é conhecida no sentido de que não há sucessão no caso Varig/Gol, na prática o rumo dessas cobranças trabalhistas já fica, de antemão, conhecido.
(...) O entendimento do Supremo, para advogados especializados em falências e recuperações, foi considerado mais do que acertado. Para o advogado Julio Mandel, do escritório Mandel Advocacia, a decisão deve acabar ou ao menos reduzir a infinidade de conflitos de competência que cercam os processos de recuperação judicial atualmente - e, com isso, as diferentes decisões que poderiam ser dadas para cada trabalhador que entrasse na Justiça. "É necessário centralizar a habilitação desses créditos em um único juiz (no caso o da recuperação) para evitar que o comprador de boa-fé seja considerado sucessor por um juiz que não é do processo principal", afirma. Mandel, como advogado da Parmalat Alimentos, em processo de recuperação judicial, espera que as duas decisões do Supremo tomadas na quarta-feira e ontem (veja quadro ao lado) tenham reflexos sobre os processos que pedem a sucessão de dívidas sofridos pelas empresas que compram ativos das companhias em recuperação movidos por seus credores. (...)
O medo de empresas que adquiriram ativos de recuperandas era justamente o de que a questão da sucessão pudesse ser julgada pela Justiça do trabalho. Isso porque já é consolidado o entendimento dos juízes trabalhistas de que ocorre a sucessão quando há compra de uma empresa pela outra.
Apesar de o Supremo ter julgado os principais pontos de controvérsia da nova lei, ainda ficou em aberto a definição do que seria uma "unidade isolada produtiva". A questão, para alguns juristas, seria a única saída para que as empresas que adquirissem ativos fora desse perfil pudessem ser responsabilizadas pelos débitos trabalhistas.
(Gráfico, cotação da ação da Gol)
Entrevista com Shiller
Cultura
Exuberância irracional
29 Maio 2009
Valor Econômico
Estatísticas divulgadas no início desta semana mostraram que os preços dos imóveis não param de cair nos Estados Unidos. É preocupante, porque ninguém acredita que a economia americana voltará a crescer com vigor se o mercado imobiliário permanecer tão deprimido. No mesmo dia em que os números vieram à luz, outra pesquisa indicou que a confiança dos consumidores americanos aumentou muito desde o início do ano. O otimismo contagiou as bolsas de valores e o pregão fechou em alta. No dia seguinte, os investidores voltaram a ter dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia e as ações se desvalorizaram.
O noticiário dos últimos meses está repleto de sinais desorientadores para quem tenta entender o que está acontecendo com a economia mundial. Para o economista americano Robert Shiller, professor da Universidade Yale, isso mostra duas coisas: as pessoas não se comportam como a teoria econômica convencional sugere, e ainda parece cedo demais para comemorar o fim da crise. "Desconfio que a melhora observada nos últimos meses não é sustentável e ainda teremos muitas notícias ruins pela frente", disse Shiller ao Valor na terça-feira, numa entrevista concedida em seu escritório no campus de Yale, em New Haven.
Valor: O que há de errado com a teoria econômica convencional?
Robert Shiller: A noção de que as decisões das pessoas são essencialmente guiadas por escolhas racionais e elas só decidem depois de avaliações quantitativas cuidadosas. Sempre achamos que havia algo errado com isso. Na nossa visão, traços psicológicos evidentes no comportamento humano são mais importantes, e o que faz eles se manifestarem nessa ou naquela direção são as histórias que circulam em cada época. Se as histórias dominantes num determinado período sugerem que a economia está entrando numa boa fase, as pessoas tendem a acreditar nisso e esse otimismo orienta suas decisões econômicas.
Valor: Como o próprio livro reconhece, é muito difícil isolar e medir esses traços psicológicos. Isso prejudica a utilidade prática dos conceitos que o livro desenvolve?
Shiller: É muito difícil quantificar essas coisas com o rigor e a exatidão que seriam necessários para construir novos modelos. Mas é possível fazer muita coisa. Existem vários índices que tentam medir a confiança dos consumidores. O principal, publicado pela Universidade de Michigan, foi criado por um professor de psicologia, George Katona. Os economistas veem esses índices com ceticismo, mas os empresários prestam muita atenção neles, porque sabem que a confiança é um fator importante nas decisões dos consumidores.
Valor: Que reações o livro tem despertado no meio acadêmico?
Shiller: Recebi convites para falar do livro em algumas universidades, mas não sei se ele está recebendo atenção nos círculos acadêmicos mais tradicionais. Na verdade, fizemos com este livro um esforço para alcançar uma audiência mais ampla do que a representada pela nossa profissão. A pesquisa em economia segue o modelo consagrado pelas ciências exatas e acreditamos que isso limita nossa capacidade de compreender o mundo. Os economistas precisam ser mais humildes. Deveríamos reconhecer nossos limites e prestar mais atenção no que outras ciências sociais fazem, incorporando métodos de pesquisa que são muito utilizados por sociólogos e psicólogos mas são desprezados pela maioria dos economistas.
Valor: Por que seus colegas resistem tanto a essa ideia?
Shiller: Milton Friedman escreveu um ensaio na década de 1950 argumentando que os economistas não deviam perguntar nada para ninguém. Ele acreditava que as pessoas jamais seriam capazes de explicar suas motivações sem mentir, ou sem omitir alguma coisa. Se você quisesse entender o comportamento de um jogador de sinuca profissional, por exemplo, Friedman achava inútil perguntar qualquer coisa a ele. O melhor a fazer seria contratar um físico capaz de entender a mecânica do jogo, analisar a movimentação das bolas e construir um modelo matemático que explicasse tudo. Você não precisaria falar com nenhum jogador para tentar aprender algo com ele. Os economistas adoram esse tipo de coisa. Eu acho absurdo.
Valor: O que precisa ser feito?
Shiller: Precisamos repensar os fundamentos da macroeconomia. Muitos dos meus colegas estão atentos para esse problema e fazem pesquisas importantes. Mas é um espanto o fato de que tão poucos economistas tenham previsto a crise atual, e as dificuldades que a profissão tem encontrado para oferecer soluções agora são um sinal claro do fracasso da teoria convencional. Muita gente na academia vai tentar manter os modelos tradicionais fazendo pequenos ajustes, mas não é disso que precisamos. Precisamos de uma revolução na macroeconomia.
Valor: De que maneira isso poderia contribuir para tornar mais eficiente a regulação do sistema financeiro?
Shiller: O comportamento das pessoas precisa ser levado em conta pelos reguladores. Os seres humanos são propensos a cometer erros o tempo inteiro e isso tem que ser considerado. Os engenheiros pensam nesse tipo de coisa quando projetam um avião. Não é à toa que todo avião tem um assento para o piloto e outro para o co-piloto. Um deles pode falhar durante o voo e você precisa de um substituto ali. A regulação do sistema financeiro precisa ser repensada com esse mesmo espírito.
Valor: Dê um exemplo.
Shiller: Uma coisa importante seria aumentar a transparência do sistema e mudar a maneira como as informações circulam. As empresas são obrigadas a publicar inúmeros relatórios, mas pouca gente lê esses documentos. Há alguns anos houve um movimento para forçar as empresas americanas a usar uma linguagem mais simples em seus relatórios, para facilitar sua compreensão. Mas é preciso ir mais longe se quisermos democratizar o acesso das pessoas às finanças e protegê-las contra os malfeitores que existem na praça. Devemos reconhecer os limites das pessoas e ajudá-las a tomar decisões com assessoria especializada.
Valor: Como assim?
Shiller: Hoje em dia, serviços de assessoria em assuntos financeiros são oferecidos apenas por pessoas interessadas em vender produtos financeiros específicos. Corretores de ações e corretores de imóveis são recompensados por fazer recomendações que nem sempre são adequadas para as pessoas, e não há incentivos no sistema atual para corrigir isso. Minha sugestão é que o governo subsidie esse tipo de serviço, para estimular o nascimento de uma indústria de assessores financeiros que sejam desinteressados e deem segurança às pessoas. Na hora de planejar investimentos significativos e tomar decisões importantes como a compra do primeiro imóvel, as pessoas poderiam ter ajuda de um assessor especializado, com quem teriam o mesmo tipo de conexão pessoal que qualquer um tem com seu médico particular.
Valor: De que maneira isso evitaria a formação de bolhas como a que surgiu no mercado imobiliário americano?
Shiller: A crise atual é essencialmente o resultado de falhas na maneira como as pessoas e as empresas administraram os riscos a que estavam expostas. Havia uma enorme bolha se formando e praticamente ninguém aconselhando as pessoas a tomar cuidado. Pelo contrário, todo mundo dizia que o melhor a fazer era comprar o que aparecesse pela frente e se alavancar. As pessoas passaram a acreditar que os preços dos imóveis continuariam subindo para sempre e fizeram suas apostas com base nessa crença, embora os imóveis tivessem se desvalorizado em outros momentos no passado. A teoria financeira convencional diz que as pessoas devem diversificar seus investimentos e buscar proteção contra os riscos que correm. Ninguém seguiu esse conselho enquanto a bolha estava se formando e o resultado foi desastroso, como vimos depois.
Valor: Mas muita gente sabia que estava correndo riscos, não?
Shiller: Faz parte da natureza humana cometer erros desse tipo. Não há o que fazer para evitar que as pessoas cometam loucuras e haverá outras bolhas no futuro. Mas é possível evitar que os problemas criados por erros desse tipo tenham a intensidade da crise atual. É possível desenhar instituições financeiras em que as pessoas tenham mais proteção.
Valor: É função do governo proteger as pessoas contra seus próprios erros?
Shiller: Em qualquer esporte há juízes. Eles são necessários. Se eles não existissem, não saberíamos quem ganhou o jogo, os times iam brigar e as pessoas iam se machucar. O resultado disso não seria aceitável para ninguém. Os jogadores precisam de um juiz e o público também quer. É a mesma coisa com a regulação da economia. Se o governo não estabelecer as regras do jogo, os bancos e as empresas farão isso. Foi essencialmente o que eles fizeram nos últimos anos. Não é que o governo precisa proteger as pessoas contra sua própria natureza. Somos nós que decidimos que queremos um jogo com regras claras e um juiz para arbitrar conflitos, porque é do nosso interesse.
Valor: O governo tem condições de atuar como um árbitro isento numa situação como a dos Estados Unidos, em que o Estado passou a controlar uma fatia tão significativa do sistema financeiro?
Shiller: Todo mundo espera que os juízes sejam imparciais, mas às vezes eles podem ser subornados, ou fazem apostas por baixo do pano. Você pode concluir que a natureza humana é tão definitivamente corrompível que não resta nada a fazer. Mas nem todo mundo é corrompível, e é por isso que as sociedades em geral funcionam. Uma noção importante para a teoria econômica convencional é a ideia de que as pessoas são inexoravelmente egoistas, capazes de desrespeitar as leis e fazer qualquer coisa para maximizar seus lucros. Tem algo errado aí.
Valor: A crise fez os americanos parar de consumir e eles estão economizando mais. É apenas uma estratégia para enfrentar a recessão ou um sinal de transformações mais profundas no comportamento das pessoas?
Shiller: Não sei ao certo. Acabamos de ver um salto nos índices de confiança dos consumidores e muitas pessoas parecem acreditar que o pior da crise ficou para trás. Muita gente acha que os preços dos imóveis vão se recuperar em breve, embora continuem caindo. Como argumentamos no livro, os espíritos animais têm vida própria. Mas desconfio que a melhora observada nos últimos meses não é sustentável e ainda teremos muitas notícias ruins pela frente. A questão é saber se esta crise será mesmo um evento transformador. Acho que a recessão vai se prolongar por mais tempo. Isso levará a um aumento nas taxas de poupança dos Estados Unidos e a uma atitude menos especulativa.
Valor: A maior aversão das pessoas a riscos vai enfraquecer as fundações do capitalismo americano?
Shiller: Não vamos exagerar. Tivemos depressões e pânicos no passado. Depois esquecemos tudo, voltamos a cometer os mesmos erros e o capitalismo sobreviveu. Apesar de tudo que ocorreu nos últimos meses, existe atualmente um crescente reconhecimento do valor do capitalismo como um sistema capaz de produzir e distribuir riqueza. Não acredito que a atual recessão vá acabar com isso.
Valor: As medidas adotadas pelo governo americano para combater a crise estão na direção certa?
Shiller: Temos que dar tempo ao governo. Tem muita gente boa lá dentro e eles sabem o que é preciso fazer. Defendemos no livro a ideia de que os bancos centrais precisam ter como meta manter a oferta de crédito em condições que garantam pleno emprego e estabilidade econômica. A preocupação com a inflação não pode ser o único objetivo. O atual presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, sabe bem disso, porque discutiu essa ideia nos seus estudos sobre a Grande Depressão. E o Fed já está trabalhando nessa direção.
Valor: O aumento dos investimentos do governo ajuda?
Shiller: A maioria dos economistas acredita hoje em dia que o aumento dos gastos públicos provocado pela Segunda Guerra Mundial foi o que acabou com a Grande Depressão. Mas não acredito que os gastos do governo tenham sido o fator determinante. O que a guerra fez foi mudar a maneira como as pessoas viam a economia e o momento que o país estava atravessando. Durante a Grande Depressão, elas foram tomadas por expectativas ruins que se autoalimentavam e davam a impressão de que aquilo ia durar para sempre. Com o esforço coletivo em torno da guerra e a reunião das famílias depois que o conflito acabou, as pessoas abandonaram esse estado mental e passaram a se comportar de outra maneira, dando impulso à recuperação da economia.
Valor: Uma empresa que o senhor ajudou a fundar, a MacroMarkets, está lançando um fundo que permitirá aos investidores fazer apostas na evolução dos preços dos imóveis. Por quê?
Shiller: A crise atual mostrou que faltam instrumentos para proteger as pessoas contra os riscos do mercado imobiliário. Isso é fundamental. Construtoras, corretoras e pessoas que adquiriram imóveis antes que a bolha estourasse agora encontram enorme dificuldade para se ajustar. Queremos criar um mercado para produtos financeiros que reflitam a evolução dos preços dos imóveis. Tentamos fazer isso no mercado de futuros antes da crise, mas não houve interesse. Acho que os investidores não entendem bem como o mercado imobiliário funciona e por isso não compraram nossa ideia. Desta vez vamos lançar um fundo com ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. Tivemos dificuldade para obter aprovação dos órgãos reguladores. Vamos ver agora se as pessoas terão interesse em participar.
07 junho 2009
Receita das Ligas
O gráfico lista os maiores campeonatos de futebol em termos de receita. A Inglaterra possui o campeonato mais rico, sendo que 48% das receitas são provenientes da televisão. A Alemanha, Espanha e Itália estão nas posições seguintes:
Fonte: the Economist
Fonte: the Economist
06 junho 2009
Controle
O instituto do tag along e o espírito da lei
Leslie Amendolara
2 Junho 2009 - Valor Econômico
(...) Estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) revelou que apenas 37% das empresas listadas na BM&FBovespa não possuem a figura de um controlador definido. O estudo informa ainda "que se for observada a relevância dessas empresas para o mercado a participação é ainda menor". Essas empresas representam 5,2% da receita das companhias em 2008 e 6% do valor de mercado da Bovespa. O que significam esses números? Significam que 94% do valor de mercado está em poder dos controladores, demonstrando a pouca pulverização das ações e, em consequência, a fraqueza do acionista minoritário. Cabe, assim, aos controladores a responsabilidade pela conduta ética das empresas, porque existe uma disciplina do poder a ser observada por quem comanda, consistindo no dever de manter elevado o espírito público para dar exemplo àqueles que devem obedecer-lhes.
MP 449 é Lei
A MP 449/2008 agora é Lei
Foi publicada no DOU a Lei 11.941/2009, introduzindo alterações na Lei 6.404/76 (Lei das S/A) e instituindo o Regime Tributário de Transição - RTT
A Lei foi sancionada com vários vetos, nenhum deles relacionados à matéria contábil, apenas em relação ao RTT.
Conselho
Investimentos
Diversidade é insuficiente para mudar conselho
29 Maio 2009 - Valor Econômico
Helen Alexander recebeu duas salvas de aplausos espontâneos mesmo sem discursar no jantar da CBI nesta semana, tamanho é o entusiasmo com o fato de o sindicato patronal britânico ter sua primeira mulher presidente.
Alexander, cuja eleição deverá acontecer na próxima semana, apelou para uma maior diversidade nos conselhos de administração das empresas, dizendo que ela colocará um fim à "identidade de grupo" que contribuiu para os desastres financeiros recentes. "Está claro que as equipes que têm diversidade nas suas fileiras não resultam em conformismo. As pessoas chegam a resultados de formas diferentes e as organizações precisam levar isso em consideração", disse ela.
Considerando a desordem que a maioria esmagadora da elite branca masculina provocou, a noção de mudanças nos conselhos de administração parece tentadora. Alexander, uma ex-executiva-chefe do "The Economist", não é a única pessoa que pensa assim. O lorde Myners, ministro da City [cargo de representante do governo junto ao centro financeiro], disse à comissão do Tesouro da Câmara dos Comuns que um número demasiadamente elevado de conselheiros é composto "das mesmas pessoas que leem os mesmos jornais, frequentaram as mesmas universidades e escolas e compartilham os mesmos preconceitos".
Existe alguma evidência de que grupos heterogêneos tomam melhores decisões? Sim, segundo um excelente artigo de Lisa Fairfax, professor de direito na Universidade de Maryland.
Em escritos no "Wisconsin Law Review", a professora Fairfax menciona estudos que demonstram que grupos heterogêneos tomam decisões de maior qualidade devido às formações distintas. "Quando todos os membros de um grupo têm a mesma perspectiva, isso limita a amplitude da informação de que dispõem e os temas que discutem", ela escreve.
Colocar esse pensamento diversificado em prática no conselho de administração, porém, é outra coisa. O artigo da professora Fairfax trata da diversidade étnica, mas os mesmos princípios se aplicam a ter mais mulheres no conselho de administração.
Um problema é que os conselheiros contratados para tornar os conselhos mais heterogêneos são muitas vezes ocupados até o limite. As mesmas pessoas tendem a servir em muitos conselhos. Um estudo realizado nos EUA em 2002 revelou que cinco conselheiros de empresas listadas no índice S&P 500 das maiores empresas serviam em seis ou mais conselhos. Quatro deles eram afroamericanos.
Outro problema é que conselheiros mulheres e de minorias étnicas muitas vezes vêm da mesma formação educacional e de classe dos homens brancos.
Existem soluções. Se as companhias se empenhassem mais em nomear conselheiros mulheres e de minorias étnicas, o reservatório de candidatos seria mais profundo e haveria menos necessidade de as mesmas pessoas tomarem assento nos conselhos uns dos outros. A tentativa de enxergar para além do ramo de atividade, de atrair pessoas com experiência no governo, educação, saúde e sindicatos aumentaria a mistura social.
O verdadeiro problema é mais profundo: há enorme pressão para concordar com as pessoas que sentam com você ao redor da mesa. Alguns anos atrás fui representante sindical na comissão de segurança e saúde numa companhia. A cada reunião eu fazia uma queixa que o resto da comissão não queria ouvir: simulações de incêndio grosseiras, fichários transbordando. Eu tentava ignorar o impaciente arrastar de pés e a mal contida irritação. Eu estava fazendo o meu trabalho. Mas o cômodo compadrio dos demais membros parecia muito sedutor.
A maioria de nós sente uma necessidade de pertencer. Aqueles que para início de conversa são estranhos no conselho podem sentir isso de forma mais intensa. É incômodo ser o dissidente constante.
Discordar da direção da companhia já é duro o bastante. Fazê-lo quando um setor inteiro está indo na mesma direção é ainda mais difícil. Não são apenas os conselhos de administração os que sofrem de identidade de grupo: setores inteiros passaram por isso. O setor bancário também.
Qualquer executivo-chefe de banco de investimento que tivesse dado ouvidos a um diretor que alertasse que os complexos instrumentos financeiros prenunciavam problemas estaria ele mesmo encrencado. Conforme disse Peter Hahn, membro da Escola de Negócios Cass, à comissão do Tesouro: "Se um daqueles bancos em 2005 tivesse decidido ser mais conservador e tivesse colocado um freio nas suas atividades, muito provavelmente teriam destituído e substituído seu conselho de administração e seu executivo-chefe em 2006 por não terem tirado proveito das oportunidades".
Mesmo os mais experientes diretores de fora encontram dificuldades em entender o que realmente está acontecendo na companhia. Eles dependem dos diretores executivos para se inteirarem da situação. Formular as perguntas certas é apenas parte da função; o que conta é saber quando você recebeu uma resposta inadequada.
Nada disso tem a intenção de pleitear contra a ampliação do leque de conselheiros da companhia. Existem muitos motivos para fazê-lo, um dos quais é que, se uma instituição quiser manter sua legitimidade e aceitação, sua liderança precisa se parecer com a sociedade que representa. Isto vale tanto para o mundo dos negócios como para a polícia, o Judiciário ou o Legislativo.
Devemos, porém, evitar depositar esperanças exageradas no que membros de conselho de formações distintas podem conseguir fazer. Por si só, eles não conseguirão impedir que empresas tomem as decisões erradas. Esperar que fossem capazes disso é irreal e injusto (Tradução de Robert Bánvölgyi).
05 junho 2009
Teste #87
Um vírus passou no computador do aluno quando estava terminando o trabalho de contabilidade. Este vírus, denominado Ativus, é interessante, pois localiza somente termos do ativo e embaralha as letras da palavra. O estudante notou que o vírus alterou quatro termos do seu trabalho:
EENORRST
SONCBA
EEOQSST U
USQNMIAA
Quais são estes termos?
Resposta do Anterior: 3 computadores
EENORRST
SONCBA
EEOQSST U
USQNMIAA
Quais são estes termos?
Resposta do Anterior: 3 computadores
Bancos
A vitória contábil dos bancos americanos
Susan Pulliam e Tom McGinty, The Wall Street Journal
4 June 2009 - The Wall Street Journal Americas - 2
Não muito tempo depois que o chão desapareceu no mercado americano de títulos hipotecários, no fim do ano passado, um grupo de empresas do setor financeiro decidiu combater uma regra contábil que as obrigava a registrar bilhões de dólares em perdas com esses papéis.
Com uma milionária campanha de lobby, elas persuadiram importantes membros do Congresso a pressionar a indústria da contabilidade a mudar a regra em abril. O retorno deve ser resultados bem melhores neste segundo trimestre.
A questão contábil está no cerne da crise financeira: será que os papéis mais difíceis de avaliar não valem mais do que o mercado está disposto a pagar, ou será que o mercado ficou tão bagunçado que não consegue atribuir valores adequadamente?
A mudança da regra enfureceu alguns defensores dos direitos dos investidores. "Isso é interferência política em uma questão importante, e suscita dúvidas de que a partir de agora os padrões de contabilidade tenham mesmo a qualidade e a integridade de que o mercado precisa", diz Patrick Finnegan, diretor de políticas de relatórios financeiros do CFA Institute Centre for Financial Market Integrity, uma associação de investidores.
Os que defendem a mudança dizem que ela era necessária porque as regras contábeis existentes nunca contemplaram uma turbulência no mercado como a do ano passado.
As regras exigiam que os bancos, corretoras e seguradoras usassem cotações de mercado para atribuir valores a títulos hipotecários e outros ativos não negociados em bolsas — ou seja, "marcar a mercado". Mas quando os mercados desabaram, as instituições financeiras se queixaram de que as regras as obrigavam a cortar o valor de muitos ativos com base em preços de liquidação. Isso contribuiu para grandes perdas que drenaram capital e ameaçaram quebrar algumas das maiores firmas dos EUA.
No início deste ano, o setor financeiro pôs seus lobistas no caso. Formou-se uma coalizão com 31 firmas financeiras e entidades de classe que gastou US$ 27,6 milhões no primeiro trimestre fazendo lobby em Washington acerca dessa norma e de outras questões, segundo análise feita pelo Wall Street Journal de informes públicos. A coalizão também deu contribuições de campanha, num total de US$ 286.000, para os legisladores de um importante comitê, muitos dos quais pressionaram pela mudança, segundo indicam os informes.
O deputado democrata Paul Kanjorski, chefe do subcomitê de Serviços Financeiros da Câmara, que pressionou pela mudança da regra, recebeu US$ 18.500 de membros da coalizão no primeiro trimestre, o segundo total mais alto entre os membros do comitê, conforme registros da Comissão Eleitoral Federal (FEC). Nos últimos dois anos, Kanjorski recebeu US$ 704.000 em contribuições de bancos e seguradoras, o terceiro total mais alto entre os congressistas, segundo a FEC e o Centro para Política Responsável.
Uma porta-voz diz que Kanjorski acredita que o órgão regulamentador do setor contábil americano, o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb) tomou a decisão certa, uma vez que nem os críticos da regra de marcar a mercado nem seus defensores ficaram "totalmente satisfeitos com o resultado". Ela diz que as contribuições de campanha não influenciaram as posições do parlamentar.
Sob pressão do comitê, a Fasb fez uma rápida revisão de suas regras. O presidente da entidade, Robert Herz, disse ao WSJ que a Fasb apenas acelerou a questão na agenda, procurando dar atenção aos pontos de vista tanto dos investidores como das empresas financeiras.
A mudança ajudou a reverter o sentimento dos investidores em relação aos bancos. As instituições financeiras tiveram a opção de seguir a mudança contábil em seus balanços do primeiro trimestre; elas serão obrigadas a segui-la no segundo trimestre. O Wells Fargo & Co. informou que a mudança aumentou seu patrimônio em US$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre. O Citigroup Inc. divulgou que a mudança acrescentou US$ 413 milhões nos lucros do primeiro trimestre.
Robert Willens, um analista tributário e contábil, estima que as mudanças aumentarão os lucros bancários no segundo trimestre em uma média de 7%.
A Associação de Banqueiros Americanos reconhece que exerceu pressão para mudar as regras. A ABA foi a principal doadora para os fundos de campanha dos membros do comitê nas semanas anteriores a uma audiência em que os parlamentares pressionaram a Fasb pela mudança. A associação doou um total de US$ 74.500 para 33 membros do comitê no primeiro trimestre, segundo a análise dos informes feita pelo WSJ. Um porta-voz da ABA diz que esse nível de contribuição aos legisladores é normal, e que a iniciativa fez parte de um esforço mais amplo para mudar as normas contábeis.
A vitória do setor bancário contrasta com pelo menos uma derrota que enfrentou nas últimas semanas, sobre novas leis para cartões de crédito que restringem algumas fontes de receita.
Marcar a mercado é uma norma contábil que existe há décadas. Muitos bancos estavam satisfeitos com a regra quando os mercados estavam em alta. Mas a regra se tornou um grande problema no fim de 2007. Quando os mercados começaram a declinar, a Fasb clarificou as regras e estabeleceu como certos instrumentos financeiros, entre eles os títulos lastreados por hipotecas, deveriam ser avaliados.
As diretrizes definiam que as avaliações deveriam refletir informação "observável", como valores de mercado, sempre que possível. Elas exigiam que os bancos revelassem ampla informação sobre os ativos que não eram capazes de avaliar com base em cotações de mercado.
As instituições financeiras registraram prejuízos ou baixas contábeis num total de US$ 175 bilhões, segundo Michael Mayo, um analista da divisão CLSA do Crédit Agricole SA.
O plano para o esforço de lobby começou a tomar forma no ano passado. Os mercados acionário e de renda fixa estavam em queda livre. O Lehman Brothers Holdings Inc. quebrou em setembro. Alguns mercados congelaram, entre eles o de títulos hipotecários. Os investidores temiam que alguns bancos e outras empresas financeiras não sobreviveriam se não começassem a apresentar lucros em 2009.
O lobby ganhou força no começo deste ano, quando encontrou parlamentares mais preocupados com a possibilidade de disseminação dos problemas.
04 junho 2009
Rir é o melhor remédio
"O governo é visto não como um comitê de cidadãos escolhidos para tocar os negócios comuns a toda população, mas como uma corporação separada e autônoma, devotada em primeiro lugar a explorar a população em proveito de seus próprios membros."
1925, Mencken - Citado no artigo "Doce Acidez" - Gazeta Mercantil – 29/5/2009 - Leonardo Vils
1925, Mencken - Citado no artigo "Doce Acidez" - Gazeta Mercantil – 29/5/2009 - Leonardo Vils
Teste #86
O escritório de contabilidade terminou de adquirir um computador último tipo da Dell para fazer os serviços dos clientes. Um amigo do dono perguntou:
- Agora você possui quantos computadores?
O contador, que gosta de se gabar do seu sucesso e da sua esperteza, respondeu:
- Todos, menos dois, são Dell; todos, menos dois, são HP; e todos, menos dois, são de procedência desconhecida.
Resposta do Anterior: Ace = 30 mil; Set = 20 mil; Net = 10 mil e Match = 40 mil
- Agora você possui quantos computadores?
O contador, que gosta de se gabar do seu sucesso e da sua esperteza, respondeu:
- Todos, menos dois, são Dell; todos, menos dois, são HP; e todos, menos dois, são de procedência desconhecida.
Resposta do Anterior: Ace = 30 mil; Set = 20 mil; Net = 10 mil e Match = 40 mil
03 junho 2009
Teste #85
A empresa possui margem de contribuição total de R$100 mil para seus quatro produtos: Ace, Set, Net e Match. Ace possui R$10 mil a mais de margem que Set. Net possui a mesma receita de Match, mas um custo variável total de R$30 mil a mais. Match tem R$10 mil a mais de margem de contribuição que Ace. Set possui o mesmo custo variável que Net, mas uma receita R$10 mil a maior. Você saberia dizer a margem de contribuição de cada produto?
Resposta do Anterior: Estoques, Estoques, Terrenos, Bancos. Caixa = 4 mil; Bancos = 6 mil; Valores a Receber = 8 mil; Estoques = 7 mil e Terrenos = 15 mil. Ativo = 40 mil.
Resposta do Anterior: Estoques, Estoques, Terrenos, Bancos. Caixa = 4 mil; Bancos = 6 mil; Valores a Receber = 8 mil; Estoques = 7 mil e Terrenos = 15 mil. Ativo = 40 mil.
Custo Perdido
Um estudo de 6380 contas de investimentos de 1987 a 1993 por Odean para o livro Are Investors Reluctant to Realize their Losses? descobriu que os investidores tendem a vender ações que valorizaram do que as que perderam. O estudo constatou ainda que as ações vencedoras, que foram vendidas, superaram o mercado em uma média de 2,3% no ano seguinte, enquanto as que perderam e foram mantidas tiveram um desempenho abaixo do mercado de 1,1%.
Assim, se os investidores tivessem mantido os títulos vendidos e vendessem os títulos mantidos, isto teria aumentado seu desempenho anual de 3,4%, aponta Mangot. O autor chama isto de falácia do custo perdido. (...)
Investing logic - R. Sreeram - 28 Maio 2009 - Money Today
IFRS e investidor
IFRS: uma poderosa ferramenta para os investidores
Ricardo José de Almeida - 3/6/2009 - Valor Econômico
As razões mencionadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis para a integração das regras contábeis aos padrões internacionais têm sido centradas nas diferenças de critérios que levam a um custo extra e como uma dificuldade a mais para a indispensável troca de informações entre as empresas brasileiras e os investidores de outros países.
Os padrões internacionais de contabilidade (IFRS) desenvolvidos pelo International Accounting Standards Board (IASB) têm se mostrado estritamente dependentes de julgamentos e interpretações que as empresas têm de fazer a respeito das condições macroeconômicas e setoriais em que ela se encontra. Além disso, dependem de uma precisa definição de conceitos financeiros que até agora não eram tratados na elaboração dos demonstrativos financeiros brasileiros.
Aparentemente, para tecer interpretações e julgamentos, a delegação está sendo atribuída aos executivos da empresa. Questões ligadas à redução do valor dos ativos decorrente de mudanças nas expectativas de mercado, redução no valor dos ativos para refletir o valor de negociação desses ativos no mercado secundário e julgamento de algumas condições para o efetivo reconhecimento de despesas são alguns exemplos do que será parte do lucro a ser publicado pelas empresas a partir de agora.
A visão abrangente, que é necessária para tecer os julgamentos e interpretar o ambiente de negócios, é o avanço que propiciará que a controladoria das empresas esteja mais integrada no negócio - função esta que já deveria estar contemplada nos procedimentos para elaboração do orçamento e que não tinham incentivo por uma regulação. Veja que, historicamente, o incentivo dado por regulação vem de uma necessidade de apurar o imposto de renda, o que fez as regras serem desvinculadas de um pensamento estratégico.
Os investidores utilizam a medida de lucro para estabelecer os dividendos a serem pagos e também buscam informações a respeito do ambiente em que a empresa que investem se encontrará. Os executivos têm uma expectativa sobre os negócios da empresa que não necessariamente precisa ser passada aos atuais e potenciais investidores. Ao regulamentar a incorporação de expectativas sobre o futuro do negócio nos números a serem publicados, o conhecimento do IFRS se torna uma poderosa ferramenta para a pesquisa de informações por parte dos investidores para diminuir sua apreensão a respeito do retorno esperado de seus investimentos.
Os acionistas utilizam a medida de lucro para estabelecer o bônus a ser concedido aos executivos, visando alinhar os interesses destas duas importantes partes. Os executivos, ao definirem as expectativas sobre os negócios da empresa e de suas unidades de negócios, terão o poder de definir seu bônus. Esta definição pode levar a uma administração de resultados que deve ser monitorada pelos representantes dos acionistas e da comunidade.
Os credores utilizam variadas medidas contábeis para definir cláusulas de restrições a serem cumpridas em concessões de empréstimos. Assim como o efeito descrito para os acionistas e para os investidores, os resultados contábeis serão mais dependentes de julgamentos e interpretações que podem ser divergentes e trazer questionamentos.
Como as empresas irão lidar com este poder de definir os números de sua contabilidade será uma relevante questão a ser monitorada. O IFRS, antes de uma simples harmonização, propiciará informações importantes sobre a expectativa de retorno a ser obtido em aquisições de outras empresas, sobre o risco na carteira de clientes que a empresa carrega, sobre a política de remuneração variável para os executivos, entre outros aspectos que são muito procuradas pelos investidores. Propiciar informações é, sem dúvida, a razão principal para a qual ele foi criado na sua origem.
Este novo padrão contábil facilitará o monitoramento da relação entre executivos e investidores caso seja bem aplicado pelas empresas. A boa aplicação significa julgamentos com expectativas realistas e a confiabilidade de que isto esteja acontecendo só pode ser obtida com a divulgação das expectativas que as embasaram. Como exemplo, usar o ajuste de valor recuperável dos ativos sem a divulgação do que fez as expectativas mudarem. Outro exemplo é valorizar a carteira de recebíveis sem relação com o valor de realização da mesma é não possibilitar o uso do IFRS plenamente e, ainda por cima, possibilitar a administração dos resultados de uma maneira potencialmente perigosa.
02 junho 2009
Teste #84
“Já calculei o valor do ativo da sua empresa. Verifiquei que você possui basicamente cinco tipos de ativos: Caixa, Bancos, Valores a Receber, Estoques e Terrenos. Valores a Receber e _________, contas vinculadas ao ciclo operacional e denominadas de operacionais, somam R$15 mil. A conta bancária mais as duplicatas, que a empresa está pensando em descontar, representam R$14 mil. Os ativos não monetários, que são os ______ e ______, totalizam R$22 mil. A soma do caixa e ______ , que é igual ao disponível, é de R$10 mil. Além disto, a soma do Caixa, Valores a Receber e Terrenos é de R$27 mil.”
A ligação falhou nos trechos em que contador falava no telefone com a dona da Armarinhos Amanhã. Você seria capaz de completar os trechos faltantes e determinar o valor de cada conta?
Resposta do Anterior: Epsilon - Tau - Rho; Kapa - Chi - Upsilon; Omicron - Psi - Sigma
A ligação falhou nos trechos em que contador falava no telefone com a dona da Armarinhos Amanhã. Você seria capaz de completar os trechos faltantes e determinar o valor de cada conta?
Resposta do Anterior: Epsilon - Tau - Rho; Kapa - Chi - Upsilon; Omicron - Psi - Sigma
Problemas com a adoção da IFRS nos EUA
(...) Os proponentes da IFRS citam a comparabilidade das demonstrações financeiras entre as empresas abertas como um dos argumentos em favor da sua adoção.
As críticos são no sentido de que as IFRS baseadas em princípios pode produzir uma ampla variedade de resultados que os US GAAP baseados em regras. Isto diminui os benefícios da comparabilidade. No tempo, alguns acreditam que esta situação irá forçar a IFRS a torna-se mais baseada em regras.
Além disto, enquanto a melhoria na comparabilidade global irá beneficiar as empresas multinacionais, empresas com operações domésticas não irão ter o mesmo benefício.
As IFRS são menos volumosas que os US GAAP em parte porque elas contem pouco guia para indústria específica. Muitos analistas têm preocupações sobre como a IFRS teria influencia sobre setores específicos. (...)
Outras críticas são relacionadas com a incerteza no financiamento do Iasb. Muitos acreditam que o Iasb necessita de um método de financiamento mais consistente e confiável para ser indiferente a pressão política e de empresas. (...)
(…) Uma vez que a SEC só regula as empresas abertas, críticos também aponta a preocupação que a SEC não reconhece que muitas empresas dos EUA não são registradas na SEC. Existe uma preocupação em adotar a IFRS para empresas abertas e US GAAP para empresas fechadas, que irá confundir os estudantes que irão precisar apreender dois tipos diferentes de padrões.
Fonte: AICPA via IFRS Roadmap--AICPA Analysis of Comment Letters
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