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08 maio 2009

Adoção da IFRS

CVM permite, novamente, balanços sem comparação
Valor Econômico - 8/5/2009

Os resultados trimestrais de 2009 já precisam, obrigatoriamente, ser apresentados pelas novas regras contábeis, mas o dado comparativo, ou seja, o do trimestre correspondente do ano passado não precisará ser ajustado aos novos padrões. Isso desde que as notas explicativas detalhem os efeitos que ocorreriam no resultado e patrimônio se as novas regras já estivessem sendo adotadas.

A possibilidade de que os ajustes não sejam feitos foi aberta ontem pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para a autarquia, embora a apresentação do comparativo ajustado à nova contabilidade seja o ideal e o mais recomendado, podem ser apresentados os dados trimestrais de 2008 no padrão anterior, desde que com as devidas notas explicativas.

O gerente de normas contábeis da CVM, José Carlos Bezerra, afirmou que a autarquia vinha recebendo muitas consultas com relação ao assunto, não só de companhias como também de auditores, por isso resolveu se manifestar. Entretanto, a maioria das companhias que já divulgou o balanço do primeiro trimestre ajustou os números.

A falta do ajuste dificulta a análise das demonstrações financeiras, já que a comparação fica prejudicada. O leitor dos balanços terá que buscar informação nas notas explicativas para não comparar dados contabilizados de acordo com regras diferentes.

Bezerra lembra que o prazo de entrega das demonstrações do primeiro trimestre vai até o próximo dia 15. Ou seja, muitas empresas ainda vão entregar os dados. "Buscamos esclarecer essas dúvidas e o Ibracon também está divulgando um comunicado técnico sobre o tema", disse.

O ofício divulgado ontem pela CVM alerta, porém, que está admitindo essa possibilidade no dado comparativo em caráter pontual e que, no próximo ano, os ajustes relativos aos trimestres de 2009, que serão usados para comparação com 2010, serão obrigatórios.

O processo de convergência dos padrões contábeis brasileiros com as normas internacionais foi iniciado oficialmente com a Lei 11.638, assinada no fim de 2007, mas que exigia uma série de regulamentações complementares. Assim, a CVM e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tiveram de correr para emitir uma série de pronunciamentos para balizar a aplicação das regras.

Novas normas foram editadas no ano passado e as companhias tiveram de adotá-las no balanço fechado do ano de 2008, porém os trimestres do ano passado ainda foram divulgados com base nos padrões antigos, gerando o problema comparativo com os períodos deste ano. Mais regras estão sendo emitidas neste ano e serão adotadas a partir de 2010.

Na visão do gerente da CVM, devido ao processo muito atribulado, as companhias podem ter precisado de tempo num primeiro momento para compreender as novidades. "Mas aos poucos as coisas vão entrando nos eixos e sendo assimiladas", disse Bezerra, justificando porque ainda está havendo alguma flexibilidade neste momento, mas lembrando que isso já não será mais necessário no próximo ano.

Inbev tenta fazer caixa

A Inbev vendeu a segunda empresa coreana de cerveja por menos de 2 bilhões de dólares. Empresas como a Inbev, que fizeram aquisições nos bons tempos, necessitam agora de recursos para pagar os financiamentos realizados no passado. No caso da Inbev, 45 bilhões de dívida para adquiri, por 52 bilhões, a Anheuser-Busch. Naturalmente que a parte vendedora tentará convencer os acionistas que o preço foi razoável.

Fonte: Aqui

Lobby e Ajuda

A imagem a seguir mostra um levantamento das empresas que receberam ajuda do governo estadunidense, da empresa de lobby contratada, do valor gasto com a atividade lobista e o valor recebido. Assim, o Citigroup gastou 1,68 milhão e recebeu 50 bilhões de dólares. (Para ver melhor, clique na imagem).

Índice Dow em 1929

A seguir, as ações que compunham o índice Dow 30 em 1929:

Allied Chemical
American Can
American Smelting
American Sugar
American Tobacco
Atlantic Refining
Bethlehem Steel
Chrysler
General Electric
General Motors
General Railway Signal
Goodrich
International Harvester
International Nickel
Mack Truck
Nash Motors
North American
Paramount Publix
Postum Inc
Radio Corp
Sears Roebuck
Standard Oil
Texas Company
Texas Gulf Sulphur
Union Carbide
US Steel
Victor Talking Machine
Westinghouse Electric
Woolworth
Wright Aeronautical

Fonte: Aqui

Conselhos

A questão dos conselhos dentro de uma organização deve ser acompanhada de perto em razão do seu papel no processo de controle.

Recentemente um texto da Gazeta Mercantil (Conselhos devem ser avaliados com rigor, 23/4/2009, Caderno D - Pág. 7, João Paulo Freitas) comentava sobre este assunto. Logo no início o texto afirmava que as decisões ruins dos executivos têm forçado a busca por conselheiros que “entendam profundamente de gestão de riscos”.
No Brasil a atuação destes conselheiros é inadequada em razão dos critérios de sua nomeação serem familiares ou lobistas. Num dos trechos o artigo lembra outro problema do conselho no país:

E ele [Paulo Conte Vasconcelos, da ProxyCon] ressalta outro empecilho além da mera ausência de uma cultura de mensuração: "diversas empresas têm um controlador definido e que faz parte do próprio conselho de administração. Imagine fazer uma avaliação e chegar à conclusão de que o controlador não está agregando nada como conselheiro."


O texto lembra algumas mudanças recentes nos conselhos de administração.

Os conselheiros profissionais estão atuando em menos empresas [em outros países]. Nas regiões pesquisadas, os conselhos tem em média dez membros. Em 1973, quando a Korn/Ferry fez o estudo pela primeira vez, um quinto dos conselhos de administração tinha entre 16 e 25 membros. "No Brasil, temos notado muitos profissionais participando de um número demasiado de conselhos. Neste caso, a qualidade pode deixar a desejar", afirma Amorim [Paulo Amorim, da Korn/Ferry].

Outra mudança detectada foi a redução do total de encontros, enquanto o tempo de dedicação aos conselhos tem crescido. Hoje, as companhias norte-americanas realizam em média oito reuniões de conselho anuais. Há 20 anos, pelo menos um quarto fazia um encontro por mês. Ao mesmo tempo, na América do Norte os conselheiros gastam 16 horas por mês com suas atribuições (para cada uma das companhias em que atuam). Há vinte anos, esse tempo era de aproximadamente 9,5 horas mensais.

Hedge Cambial

(...) Por exemplo, na literatura acadêmica, alguns estudos apontam que a proteção cambial tende a ser mais eficiente no curto prazo, quando a volatilidade da taxa real de câmbio é maior, enquanto que, no longo prazo, na medida em que a taxa real reverte à média, os custos desta proteção tendem a suplantar os benefícios. Outros estudos já relacionam uma estratégia de risco cambial à volatilidade do portfólio e sugerem maior ou menor exposição justamente naquelas moedas que covariam negativamente com alguns ativos do portfólio.

A falta de consenso sobre uma estratégia de risco cambial é particularmente insatisfatória no momento atual, quando o dólar perde participação no cenário global. A boa notícia é que os mesmos dados que ilustram esta menor representatividade do dólar, também sugerem uma nova direção. Afinal, na medida em que o Dólar deixa de ser a única moeda de denominação para o padrão de gastos de um investidor, ele também deixaria de ser a única moeda de denominação para seu portfólio internacional. Neste sentido, a similaridade entre "proteção cambial" e "proteção do consumo" - que no passado foi mascarada pela existência do dólar como moeda de referência - agora se torna aparente.

(...) O exemplo acima delineia alguns princípios para uma estratégia de risco cambial, na ausência de uma única moeda de denominação: (I) a solução de mínimo risco é aquela em que a alocação de moedas do portfólio replica o padrão de gastos do investidor - como ilustrado pelos dados do portfólio e PIBs mundiais; (II) desvios da solução de mínimo risco ocorrem na medida em que existe a possibilidade de retornos adicionais - também medidos com relação a este padrão de gastos - para determinadas moedas. Neste sentido, dada a conjuntura atual, e a alocação de 34% do portfólio global em dólares para uma proporção de apenas 23% com gastos denominados nesta moeda, não estaria o mundo tomando um risco alto demais com relação ao seu padrão de consumo?

Paulo Tenani - Hora é de reavaliar as estratégias de hedge cambial – 24/4/2009 - Valor Econômico

Ambev

A InBev emergiu como um peso pesado há cinco anos, a partir da fusão da brasileira AmBev com a belga Interbrew SA, produtora da marca Stella Artois. Apesar de a base ser em Leuven, na Bélgica, a cultura dos sócios brasileiros acabou por predominar. Essa abordagem enfatiza o acompanhamento atento dos custos e um sistema de pagamento de incentivos que pode ser lucrativo se as vendas e as metas de lucro forem atingidas.

A InBev evita escritórios luxuosos e automóveis para executivos, e grupos de executivos compartilham uma única secretária. A empresa usa orçamento base zero — em que todas as despesas têm de ser justificadas a cada ano, e não apenas os aumentos de despesas. A empresa afirma ter economizado 250.000 euros (US$ 325.000) ao mandar os funcionários do Reino Unidos usarem impressões em preto e branco e nos dois lados da folha de papel, e usou esse dinheiro para contratar mais vendedores.

Gestão ao estilo AmBev causa choques na terra da Budweiser
David Kesmodel e Suzanne Vranica, The Wall Street Journal, de Saint Louis, Missouri
29 /04/ 2009 - The Wall Street Journal Americas - 1
(Colaborou Matthew Dalton)

Ifrs no México

O México também está adotando as normas internacionais de contabilidade. Eis um texto do El Economista (IFRS: retos y oportunidades en México R para las compañías públicas, Alejandro Morán, socio del área de Auditoria de Ernst & Young México, 24/4/2009)

Las Normas Internacionales de Información Financiera (IFRS, por su sigla en inglés) han tenido una creciente aceptación en los mercados de muchos países, como el "lenguaje" financiero oficial.
A partir del momento en que la Unión Europea adoptó este lenguaje contable como lenguaje oficial, muchos países voltearon la mirada a estas normas contables también.
Además de los europeos, otros como Australia, Canadá, Chile, Brasil entre otros, han ya adoptado, o están en proceso de adopción de estas normas contables.

En la actualidad, hay más de 130 países alrededor del mundo permiten o requieren la utilización de IFRS para preparar información financiera.

En México Hasta hace unos meses, esta cifra no incluía a México, ya que se utilizan las Normas Mexicanas de Información Financiera, que son emitidas por el Consejo Mexicano para la Investigación y Desarrollo de Normas de Información Financiera.
La Comisión Nacional Bancaria y de Valores (CNBV) tomó en consideración las múltiples ventajas que conlleva la adopción de las IFRS y el pasado 27 de enero del 2009 publicó las adecuaciones regulatorias a la Circular Única de Emisoras requiriendo que, a partir del 2012, las emisoras presenten su información financiera bajo IFRS.

La CNBV permitirá además la adopción anticipada para los ejercicios del 2008 al 2011.
Analizar el impacto que tiene la decisión de la CNBV de requerir a las emisoras presentar su información bajo IFRS es fundamental, ya que puede aportar beneficios significativos a las empresas en México.

Aumentar y mejorar posibilidades Algunas entidades de México están expandiéndose o realizando adquisiciones importantes de manera global, que requieren importantes montos de capital.

La mayor parte de las bolsas de valores exigen que la información financiera se elabore de acuerdo con las IFRS.

La migración hacia las IFRS permitirá que las entidades mexicanas tengan acceso a los mercados internacionales de capital, reduciendo el costo de obtener capital de inversión, ya que eliminará la necesidad de elaborar dos o más juegos de estados financieros bajo distintos principios contables.

También permitirá tener acceso a todos los principales mercados de capital, puesto que las IFRS son aceptadas en todo el mundo.

Mejorar La adopción de las IFRS permitirá que las compañías obtengan un mayor y más profundo entendimiento de su posición relativa, respecto de sus competidores; además de establecer, con mayor facilidad, objetivos y estrategias basados en el ambiente de negocios global, más que en ambientes de negocios meramente locales.

Asimismo, la conversión de todas las entidades de un grupo a IFRS, permitirá que la administración de la compañía reúna toda la información financiera del grupo en una sola plataforma de información financiera.

Esto eliminará la necesidad de informes múltiples y ajustes significativos para elaborar estados financieros consolidados o presentar estados financieros en diferentes bolsas de valores.

Reingeniería de negocios Al iniciar el proceso de conversión a IFRS, las compañías tienen una inmejorable oportunidad de retar la manera en que opera actualmente su negocio y, en consecuencia, la forma en que su organización es percibida y analizada por inversionistas y competidores.

Es el momento idóneo de llevar a cabo una reingeniería de procesos.

Por otro lado, es importante que las compañías y en general, los interesados en general en el país, analicen también ciertos riesgos que trae consigo la conversión a IFRS Escasez de Recursos Como resultado de la conversión, la implementación de SOX, el fortalecimiento de las normas del Gobierno Corporativo, de un mayor número de regulaciones financieras y del crecimiento económico global,los contadores, con las habilidades y experiencia correspondientes, son más cotizados a nivel mundial.
Los recursos contables calificados constituyen un mayor reto a nivel global y lo seguirán constituyendo a corto plazo.

Capacitación Si bien se requiere que las IFRS sean entendidas de manera uniforme y aplicadas en forma consistente, es necesario atender las necesidades de capacitación de todos los inversionistas, incluyendo a los directores generales de finanzas, los auditores, los comités de auditoría, los maestros, los estudiantes, los analistas, los reguladores y las autoridades fiscales.

Resulta imperativo que se presenten las IFRS como una asignatura completa en las universidades y en los programas de estudio de contaduría.

Sistemas de Información Los sistemas de información y de contabilidad financiera deberán generar información consistente y robusta para los estados financieros.
También deberán administrar información antes no requerida, para las revelaciones tales como valores razonables de los instrumentos financieros, entre otras.

Comunicación con Interesados Clave Las utilidades reportadas bajo normas locales, podrían sufrir cambios importantes comparadas con la conversión a IFRS.

Resultará muy importante concientizar a los analistas e interesados clave de estos cambios.

Las utilidades reportadas podrán, debido al creciente uso de los valores razonables, diferir del desempeño comercial percibido.

Será necesario revisar los indicadores utilizados para evaluar tanto el desempeño del negocio como el desempeño ejecutivo.

Compensaciones a empleados Las compensaciones pagadas conforme con los planes de compensación a empleados basados en su desempeño podrían sufrir cambios como resultado usar la información conforme con IFRS.

Se podrían requerir cambios importantes en dichos planes para compensar las actividades de empleados y ejecutivos.

Utilidades distribuibles Las IFRS están orientadas hacia los valores razonables, lo que con mucha frecuencia resulta en ganancias y pérdidas no realizadas.

Deberá discutirse si estas variaciones pueden o no considerarse para calcular las utilidades distribuibles, ya que de lo contrario, la distribución de dichas utilidades sin considerar las variaciones de valor razonable, podrían resultar en una reducción del capital accionario.

Retrocesso

Se já não bastasse a constituição ter tentado impor limites aos juros, agora uma jurisprudência do STJ tenta fazer o mesmo. Os juízes e seus assessores precisam urgente de um curso sobre economia, matemática financeira e finanças.

STJ limita juros de contratos bancários em 1% ao mês
30 Abril 2009 - Gazeta Mercantil

São Paulo, 30 de Abril de 2009 - Três súmulas publicadas ontem pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que estão relacionadas a contratos bancários, estão dividindo o meio jurídico. Esses mecanismos não têm efeito vinculante, ou seja, não precisa necessariamente serem seguidos pelas instâncias inferiores, mas advogados reconhecem que modificar uma súmula é tarefa difícil. A primeira delas, e a mais polêmica, é a Súmula 379, que limita os juros mensais de contratos bancários. De acordo com esta orientação, nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios poderão ser fixados em até 1% ao mês. Segundo informações do site do STJ, ficam de fora da abrangência do novo mecanismo legal contratos como os da cédula rural.

07 maio 2009

Rir é o melhor remédio



Sobre a ameaça do presidente Obama em fiscalizar com mais vigor os paraísos fiscais e as empresas estadunidenses
Fonte: Aqui


As companhias aéreas e a política de cobrança de qualquer adicional. Fonte: Aqui



A ajuda do governo as montadoras e a previdência social esperando... Fonte: Aqui

Teste #68

Alguns dos grandes fraudadores da história:

1. Artur Virgílio Alves Reis poderia ter escutado a música dos Beatles?
2. Kenneth Lee "Ken" Lay poderia ter conhecido Arthur Edward Andersen, fundador da Arthur Andersen?
3. Nicholas Leeson poderia ter visto Emerson Fittipaldi ganhar um GP de Fórmula 1?
4. Charles Ponzi poderia ter encontrado com Machado de Assis no Rio de Janeiro?

Heurística

Heurística II - fazendo a pergunta correta

(...) A polêmica a que me referi no início dessa série refere-se a um questionamento levantado por Gerd Gigerenzer e Ralph Hertwig em The conjunction fallacy revisited: how intelligent inferences look like reasoning errors. Os autores perguntam até que ponto esse seria realmente um erro de julgamento ou se talvez o experimento teria sido mal-formulado. (Note que tal crítica é dirigida a Kahneman, Prêmio Nobel de Economia em 2002.)

Para eles, ao usar lógica matemática como base para determinar se julgamentos são racionais ou irracionais ignora-se o contexto do problema - o que pode ocasionar falhas de interpretação. O cerne da questão reside, segundo Gigerenzer e Hertwig, na interpretação do termo "provável". Sem uma clara definição da pergunta, o entrevistado pode buscar o que é mais "sensato", "crível", "freqüente", "plausível" ou "evidente".

(...) A lição que tiro disso tudo é que deve-se tomar cuidado com a forma como obtemos as respostas. Muitas vezes não temos as perguntas adequadas - como no caso de Linda - ou a forma como as fazemos interferem na resposta - como no caso dos pais.

Frase

Tecnologia é um meio e não um fim. No final de semana, há um mundo a ser vivido, ao vivo e em cores. Procure desligar o computador para assuntos de trabalho, especialmente aos domingos. Creia, o mundo não vai acabar e suas mensagens e contatos profissionais estarão aguardando por você na segunda-feira. Cuide de seus outros interesses e papéis na vida, pois isso beneficiará seu desenvolvimento como pessoa e, consequentemente, como profissional. O trabalho é de extrema importância, mas não pode e nem deve ocupar todo o espaço de tempo para viver. Disciplina e equilíbrio são essenciais para uma vida saudável e mais feliz. Carpe diem!

Admirável mundo novo? - José Augusto Minarelli - Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 7 - 22/4/2009


Bom texto. Mas será que consigo fazer isto?

Serviço Público

Um texto do mês anterior sobre a questão do salário no serviço público.

(...) Com a estabilização da economia a partir de 1994, o governo passou a ter uma ideia mais clara do custo da máquina pública. Nos anos seguintes e até 2002, evitou grandes contratações e segurou os salários.

(...) De 2003 a 2008, o governo autorizou a realização de concursos públicos para a contratação de 138.796 funcionários - há autorização para a abertura de mais 30.879 vagas em 2009. Do total autorizado até 2008, 88.055 entraram efetivamente para o serviço público.

(...) O que não se fala, e é aí que está o nó górdio do problema, é dos custos de tudo isso. Funcionários públicos têm direito, no Brasil, a estabilidade no emprego e aposentadoria integral. Isso torna o custo de contratação extremamente elevado e deveria ser levado em conta pelas autoridades no momento de decidir pelo ingresso de novos servidores. O presidente Lula tentou acabar com a aposentadoria integral em seu primeiro ano de mandato, mas, depois, considerou o custo político tão elevado que desistiu de levar a reforma adiante.

Por causa dessa decisão, a conta para o contribuinte cresceu duplamente. Os quase 90 mil funcionários que ingressaram no serviço público desde 2003 o fizeram com direito à aposentadoria integral e os que saíram do governo, muitos fugindo da reforma, asseguraram o direito ao vencimento total. (...)


Um Estado caro e insustentável - Cristiano Romero - Valor Econômico - 22/4/2009

Muito boa a lembrança do custo indireto do servidor em razão do regime de previdência. Conheci professores com menos de 50 anos que se aposentaram.

Entretanto, afirmar que a partir de 1994 o governo teve uma idéia mais clara do custo da máquina pública não é verdadeiro. Na realidade ainda hoje isto não ocorre.

Rede Neural

"Prima" mais nova e evoluída da análise grafista, a análise neural não considera formas lineares de suporte e máxima do Ibovespa, por exemplo. "É uma forma de ensinar o computador a trabalhar, técnica que tem muitas aplicações além da financeira, como na área de medicina e de engenharia. Basicamente consiste em reconhecer padrões e fazer diagnósticos, por isso pode ser aplicada em séries de eletrocardiogramas e até em aeroportos para identificar bagagens com bomba", explica Eduardo Matsura, consultor de análise técnica da Souza Barros e um dos preconizadores do modelo no País.

"Neurônios artificiais" guiam as aplicações de investidores – 20/4/2009 - Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3 - Maria Luíza Filgueiras

Informação privilegiada

'Insider' da Sadia vira ação criminal
Valor Econômico - 7/5/2009

Não é como nos Estados Unidos, onde o executivo de um banco sai algemado da mesa de operações por uso de informação privilegiada. Mas já é um marco na história do mercado de capitais brasileiro o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo ter apresentado ontem a primeira denúncia por crime de informação privilegiada ("insider trading") do país. O pedido de abertura de ação penal envolve o caso da oferta da Sadia para a compra da Perdigão, anunciada em 16 de julho de 2006. O uso de informação privilegiada passou a ser crime no Brasil em 2001, com a revisão da Lei 6.385, que regula o mercado de capitais, mas é a primeira vez que ela é aplicada.

Na ação, o ex-diretor financeiro da Sadia Luiz Gonzaga Murat Júnior, o ex-conselheiro da empresa Romano Ancelmo Fontana Filho e o ex-superintendente executivo de empréstimos estruturados do ABN Amro Bank Alexandre Ponzio de Azevedo, que assessorava a operação, são acusados de terem tirado proveito das informações sigilosas que tinham sobre a oferta comprando e vendendo recibos de ações (ADRs) das empresas nos Estados Unidos. Murat teria lucrado, segundo o MPF, US$ 58,5 mil (R$ 123 mil), Fontana Filho, US$ 139 mil (R$ 295 mil) e Azevedo, US$ 51,6 mil (R$ 109 mil).

Todos já responderam a processos na esfera administrativa - na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também na similar americana, a Securities and Exchange Commission (SEC). Nos Estados Unidos, Murat e Azevedo fizeram acordos, pagando pesadas multas para cancelar as ações. Já no Brasil, Fontana Filho e Murat foram inabilitados a exercer cargos de administrador e de conselheiro fiscal de empresas abertas por cinco anos. Murat recorreu ao Conselho Federal de Recursos do Sistema Financeiro, o Conselhinho. Já Azevedo fez um acordo com a CVM para encerrar o caso, pagando uma multa de R$ 238 mil. A novidade é que, independentemente disso, agora eles terão de responder pelo crime de "insider trading", que prevê penas que vão de um a cinco anos de prisão.

Apesar de as operações que caracterizaram o uso de informação privilegiada terem sido feitas nos Estados Unidos, o crime foi cometido no Brasil, explica o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo pedido de abertura de processo. "As ordens de compra e venda para as corretoras nos EUA foram dadas aqui no Brasil", diz.

Segundo de Grandis, o processo começou quando a SEC avisou a CVM brasileira das operações irregulares, em meados de 2006. Houve então o início do processo administrativo na CVM brasileira, que comunicou o Ministério Público Federal. Por ser a primeira ação desse tipo no país, de Grandis teve de realizar, com as investigações, um extenso trabalho de pesquisa sobre a legislação de casos de "insider" em outros países, que começou no fim de 2007 e terminou apenas agora.

Foram ouvidas testemunhas que acompanhavam as negociações para a formulação da proposta da Sadia, entre elas o então presidente do ABN Amro no Brasil, Fábio Barbosa, e o ex-presidente do conselho da Sadia, Walter Fontana Filho.

Segundo de Grandis, nenhum dos acusados negou as operações de compra e venda de ações, mas cada um apresentou argumentos diferentes para justificá-las. Romano Fontana Filho disse, por exemplo, que entendia que só haveria crime de "insider" se a operação com ações fosse feita no Brasil. "Concluímos, com os depoimentos e as testemunhas, que houve prática de crime de 'insider'", diz de Grandis.

O procurador admite que o processo poderá enfrentar alguma dificuldade no Judiciário, por ser o primeiro a tratar do crime. "Não será um processo fácil pelo seu ineditismo, mas está muito bem fundamentado e será importante até para provocar o Judiciário e os meios acadêmicos sobre essa questão fundamental para o mercado de capitais", diz. Segundo de Grandis, é importante mostrar que o uso de informação privilegiada no país é punido não só no âmbito administrativo, mas penal também.

Dos três acusados, a situação mais complicada é a de Fontana Filho, que fez quatro operações com ações e, por isso, responde por quatro crimes de insider, avalia de Grandis. Já Murat responde por dois crimes e Azevedo, por um. O ex-executivo do ABN poderá inclusive pedir a suspensão condicional do processo, o que poderá levar ao cancelamento da ação. Os demais ficarão sujeitos às penas de um a cinco anos.

O Valor procurou os três acusados. Murat, que hoje é diretor financeiro da trading de grãos Multigrain, companhia de agronegócios com sede na Suíça e que tem entre seus principais sócios a japonesa Mitsui e o grupo americano CHS, não quis falar sobre o assunto. "Prefiro não fazer comentários", disse, por telefone. Já Azevedo, que chegou a trabalhar para gestores de fundos e empresas, não foi localizado. Fontana Filho, segundo pessoas ligadas à família, estaria nos Estados Unidos, onde vive sua filha.

A primeira denúncia por crime de "insider" é um fator histórico para o mercado de capitais brasileiro, diz Alexandre Pinheiro dos Santos, procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada junto à CVM. A medida mostra também a sintonia dos órgãos reguladores brasileiros com outros países, afirma Santos, lembrando que recentemente a Grã-Bretanha anunciou a primeira condenação por crime de "insider information".

Santos destaca ainda o trabalho conjunto entre a SEC e a CVM, e da autarquia brasileira com o Ministério Público Federal. Essa colaboração com o MPF, oficializada em 2007, existiu em outros casos de "insider", como os que ocorreram nas operações de compra da Ipiranga por Petrobras, Ultra e Braskem e na venda da Suzano Petroquímica, e que podem terminar também em ações criminais. "Mas isso depende da avaliação do Ministério Público para cada caso." De Grandis sugeriu que a CVM seja assistente na acusação aos envolvidos no caso da Sadia.

Mais que o caso específico, Santos chama a atenção para a importância da ação para manter a confiança da comunidade de investidores no mercado de ações. (Colaboraram Graziella Valenti, Alda do Amaral Rocha e Catherine Vieira, do Rio)

Resultado do Teste de Stress

Na ordem, nome do banco, total de ativos em bilhões de dólares e o resultado referente a necessidade de capital:

1. Bank of America - 2,500 - $34 billion
2. JPMorgan Chase - 2,175 - passou
3. Citigroup - 1,947 - $5 billion
4. Wells Fargo - 1,310 - $15 billion
5. Goldman Sachs - 885 - passou
6. Morgan Stanley - 659 - $1.5 billion
7. MetLife - 502 - passou
8. PNC Financial Services - 291 - ???
9. U.S. Bancorp - 267 - ???
10. Bank of New York Mellon - 238 - Passou
11. GMAC - 189 - $11.5 billion
12. SunTrust - 189 - ???
13. State Street - 177 - precisa $$$
14. Capital One Financial Corp. - 166 - Passou
15. BB&T - 152 - ???
16. Regions Financial Corp. - 146 - precisa $$$
17. American Express - 126 - Passou
18. Fifth Third Bancorp 120 - precisa de $3.3 billion
19. KeyCorp - 105 - precisa de $3.3 billion

Fonte: Aqui

Mais, aqui

06 maio 2009

Teste #67

Um dos maiores fraudadores da história universal, KREUGER cometeu suicídio em 1932 em Paris depois que sua empresa, a Kreuger & Toll chegar a um BURACO no BALANÇO patrimonial maior que a DÍVIDA nacional da SUÉCIA.

Kreuger controlava mais de duzentos negócios que incluía bancos, construção, mineração e comunicação. Mas o executivo MANIPULAVA os resultados para apresentar lucros CRESCENTES, que não existiam. Esses LUCROS cobriam os grandes DIVIDENDOS que as empresas distribuíam para os ACIONISTAS.

Uma característica do empresário Kreuger era a falta de TRANSPARÊNCIA. Certa vez, quando questionado por um jornalista sobre o segredo do seu SUCESSO ele respondeu: “primeiro, é o SILÊNCIO; segundo, é o silêncio; e o terceiro é ainda mais silêncio”

Kreuger tinha uma MENTE brilhante e uma memória invejável. Ele falava cinco LÍNGUAS fluentemente.

A Fortune Up in Smoke - By Edward Chancellor - 17 April 2009 - The Wall Street Journal - A11


Encontre as palavras em destaque no quadro abaixo:



Resposta do Anterior: [(R/2000) * 3 + 1125 ]/750 = 6,16; R = 2,33 milhões

Links

Relógios interessantes

Dez mitos dos desastres

O Bank of America necessita de 34 bilhões de capital

Efeito Manada

BC tenta conter efeito manada no câmbio
Folha de São Paulo - 6/5/2009
SHEILA D'AMORIM

(...) Segundo a Folha apurou, a forte atuação do BC no mercado de câmbio ontem teve dois objetivos. O primeiro foi tentar conter um efeito manada no mercado, que se traduz em aumento das apostas a favor do real e que poderia fazer a cotação cair abaixo do R$ 2,10, alimentando ainda mais o movimento de baixa do dólar.

O outro foi aproveitar a oferta de dólares e, com a compra de cerca de US$ 3,4 bilhões, neutralizar contratos de venda no valor de US$ 3,3 bilhões que o BC assumiu no auge da crise internacional e que vencerão no início de junho.

Segundo o comunicado de ontem, o BC "decidiu fazer leilão de swap reverso [contratos especiais de câmbio, veja quadro nesta página] agindo em função de alterações nas condições de fluxo prevalecentes no mercado nas última semanas". (...)


Tenho dúvidas se esta situação representa efetivamente um efeito manada. Acho que se trata de especulação.

Doping Financeiro

Os clubes de futebol da Inglaterra apresentam hoje elevados níveis de endividamento.

Conforme o jornal Gaceta de los Negocios:

EL fenómeno del dopaje ha trascendido del ámbito de la salud para calar en el aspecto financiero. Obtener una ventaja competitiva respecto a los rivales mediante técnicas insanas que ponen en peligro el futuro de quien las lleva a cabo es una definición tan aplicable al deporte como a la economía. Unos se inyectan EPO para ganar y otros liquidez.

Así lo ha denunciado una comisión parlamentaria británica, que acusa a los grandes clubes ingleses del momento (léase Manchester United, Chelsea, Liverpool y Arsenal) de dopaje financiero . Es lo que ellos llaman contraer un alto nivel de deuda para mantenerse en la elite, aun a riesgo de poner en peligro el futuro de entidades centenarias.


Segundo o jornal, o endividamento preocupa as esferas políticas. A estimativa de dívida geral dos clubes que participam da Premier League é de 4,5 bilhões de euros, sendo 2,8 nos quatro grandes. O Manchester United é o mais endividado, com 990 milhões de euros, apesar do clube ter um balanço relativamente saudável quando Malcolm Glazer assumiu o clube em 2005.

La razón del abultado pasivo de uno de los mejores equipos del mundo responde a las técnicas de ingeniería financiera llevadas a cabo por su nuevo dueño. Al comprar el club, Glazer puso la cantidad que había pagado (que superaba los mil millones) como deuda del equipo para ir amortizándola año a año con los beneficios que genere la entidad.


O texto lembra que os clubes espanhóis também apresentam endividamento preocupante:

Con todo, no son los ingleses los únicos que se dopan financieramente hablando. Sin llegar a los niveles de deuda británicos, los clubes españoles también sufren desequilibrio presupuestario. Según un estudio del profesor de Economía Financ iera y Contabilidad de la Universidad de Barcelona, José María Gay de Liébana, los equipos de la Liga deben más de 3.400 millones. Lo más grave es que el 49,2% de este m onto son deudas a corto plazo que vencen en un año, mientras que sólo el 9% lo obtienen de financiación propia, con lo que la supervivenc ia queda en incógnita. O en manos del dopaje.


Fonte: Acusan a los clubes ingleses de ‘dopaje financiero’ - Carlos Quirós
Gaceta de los Negocios - 6/5/2009 - 33

Executivos e Remuneração

Os Dez mais de 2008

Na ordem o nome, a empresa, o valor recebido total e o valor por cada 1% de queda no preço da ação

1. Aubrey McClendon (Chesapeake Energy - (CHK)): $112 milhões / 2 milhões

2. Sanjay Jha (Motorola - (MOT)): $104 milhões => 1,4 milhão

3. Robert Iger (Walt Disney - (DIS)): $51 milhões => 1.965 milhão

4. Lloyd Blankfein (Goldman Sachs - (GS)): $43 milhões => 726 mil

5. Kenneth Chenault (American Express - (AXP)): $43 milhões => 691 mil

6. Vikram Pandit (Citigroup - (C)): $38 milhões => 509 mil

7. Steven Farris (Apache Corp - (APA)): $37 milhões => 1 377 mil

8. Louis Camilleri (Philip Morris International - (PM)): $37 milhões => 3 690 mil

9. Kevin Johnson (Juniper Networks - (JNPR)): $36 milhões => 802 mil

10. Jamie Dimon (JPMorgan Chase - (JPM)): $36 milhões => 1 298 mil

Fonte: Aqui

Fontes

Uma pesquisa listou as melhores fontes (tipos de letras) de todos tempos. A listagem abaixo mostra as dez melhores, o ano de criacao e o inventor. A primeira colocada, conhecida como Arial no programa Word, é muito popular. Gosto muito de usar a Garamond e nao conhecia a terceira colocada. A surpresa é a colocação da tradicional Times, em sexto.

1. Helvetica [1957 - Max Miedinger]
2. Garamond [1530 - Claude Garamond]
3. Frutiger [1977 - Adrian Frutiger]
4. Bodoni [1790 - Giambattista Bodoni]
5. Futura [1927 - Paul Renner]
6. Times [1931 - Stanley Morison]
7. Akzidenz Grotesk [1966 - G nter Gerhard Lange]
8. Officina [1990 - Erik Spiekermann]
9. Gill Sans [1930 - Eric Gill]
10. Univers [1954 - Adrian Frutiger]

LIFO e efeito sobre as Empresas

Conforme mostra este texto, existe um boato que os Estados Unidos estão pensando em proibir o LIFO (Último a Entrar, Primeiro a Sair) para avaliação dos estoques. Numa reportagem para uma revista dos Supermercados, o texto apresenta um depoimento de uma pessoa que afirma o seguinte:


“Embora eliminar o LIFO pode produzir lucros maiores, que pode ter um efeito positivo no preço das ações, isto também pode resultado em maiores impostos”

Esta frase possui um erro grave: geralmente o preço da ação está associado ao fluxo de caixa. Neste caso, a mudança de método – sem considerar o efeito tributário – não deveria provocar nenhum efeito sobre o preço da ação (muito embora pesquisas já mostrassem que isto não é verdadeiro). Assim, a mudança no método de avaliação de estoque afeta o fluxo de caixa pelo maior imposto hoje. Se o fluxo de caixa hoje é menor, o valor atual do fluxo de caixa descontado é menor, reduzindo o preço da ação. Assim, o aumento do lucro não se traduz pelo melhor preço da ação.

O fluxo de caixa é dado pela seguinte relação:

Fluxo de Caixa = Lucro Operacional – Imposto -/+ Variação do Capital de Giro -/+ Investimento + Depreciação

Assim, a medida aumenta o imposto (e reduz fluxo de caixa), mas o imposto no lucro é eliminado do fluxo de caixa pela variação no capital de giro.

É bom lembrar que a base desta crítica é que os analistas de investimento usam o fluxo de caixa, o que nem sempre é verdade. Alguns analistas usam medidas contábeis e, neste caso, a alteração poderá realmente ter efeito no preço da ação.

05 maio 2009

Teste #66

Um texto da revista Barron´s (Private Jets: In Defense of Your Own Plane --- Despite the political rhetoric against corporate aircraft, flying private can be a bargain compared with commercial airlines; Adding up the numbers - Stephen Pope - 20/4/2009 - Barron's - S7) faz uma análise para saber se é interessante ou não ter um jato numa empresa. A análise é a seguinte:

A viagem padrão é entre Chicago e Nova Iorque, cuja distância é de 750 milhas. São três executivos e o preço de três passagens em vôos comerciais seria 1.125 dolares. Estes três executivos recebam 4 milhões de dólares por ano e trabalham 2 mil horas de trabalho. Isto significa dizer que o custo da hora dos executivos é de 2 mil dólares. Considerando três horas extras num vôo comercial, isto significa 6 mil dólares. Adicionando o custo da passagem, chega-se a um total de 7.125 dólares. Dividindo pelo número de milhas (750) tem-se um custo de 9,50 por milha.

Agora a alternativa. Um pequeno jato possui um custo de 6,16 por milha, incluindo os custos fixos, variáveis e depreciação. (Eu sei, não se deve usar o custo unitário. Mas deixemos os preciosismos de lado)

A partir de qual salário seria interessante a empresa ter o seu jatinho?

Resposta do Anterior: As figuras foram extraídas da revista Life. Somente a última foi obtida digitando “machine”.

Links

Durante uma apresentação, uma surpresa na tela (vídeo) (impróprio para menores)

As dez cidades mais fotografadas

Roubou 170 mil dólares em moedas do parquímetros

Uma empresa francesa criada em 1816 teve o seu primeiro prejuízo: 1,47 bilhões de euros

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Resultado do Teste de Estresse

Após testes, EUA devem instruir 10 de 19 bancos a reforçar reservas
Damian Paletta e Deborah Solomon, The Wall Street Journal, de Washington
5/5/2009 - The Wall Street Journal Americas - 1

O governo dos Estados Unidos deve instruir cerca de 10 dos 19 bancos que vêm passando por testes de estresse a reforçar o capital, segundo pessoas familiarizadas com a questão, numa medida que as autoridades esperam que aplaque os temores de insolvência no setor financeiro.

O número exato de bancos envolvidos continua em discussão. A lista pode incluir Citigroup Inc., Bank of America Corp., Wells Fargo & Co. e vários bancos regionais. Num determinado momento, as autoridades acreditavam que até 14 bancos precisariam levantar recursos para criar uma proteção mais consistente contra futuras perdas, mas esse número caiu nos últimos dias, disseram as pessoas.

Representantes do Citi, do Wells Fargo e do Bank of America não quiseram comentar.

O governo do presidente Barack Obama anunciou os testes de estresse em fevereiro, motivando temores de que a iniciativa seria aproveitada para fechar ou nacionalizar os bancos mais enfraquecidos. Mas o presidente do Fed, o banco central americano, Ben Bernanke, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, garantiram a investidores que não deixariam que nenhum dos bancos em teste quebrasse, e todos teriam acesso aos recursos do governo se fosse necessário.

De fato, o processo de examinar a capacidade dos bancos para resistir a futuras perdas parece ter amolecido um pouco o medo que dominou os mercados financeiros em fevereiro. Um possível motivo é que os problemas que os testes aparentemente estão revelando não são tão terríveis quando previam alguns analistas.

Num indício de como o cenário apocalíptico perdeu força, as ações de bancos subiram ontem, apesar do vazamento de informações de que o Wells Fargo seria uma das instituições financeiras que precisam de mais capital.

A ação do Wells Fargo subiu 24% na Bolsa de Nova York, para US$ 24,25. Já a do Bank of America subiu 19% ontem, enquanto a do Citigroup ganhou 7,7%. As ações dos três bancos, que podem precisar levantar dezenas de bilhões em novos recursos devido aos testes, praticamente triplicaram desde o início de março.

É possível que Wall Street esteja sendo excessivamente otimista quanto ao impacto dos resultados e à corrida que pode provocar nos bancos para fortalecer o capital. Um risco que preocupa autoridades do setor financeiro é que o mercado considere os bancos da lista, que será anunciada na quinta-feira, como insolventes, mesmo que o Fed tenha repetidamente afirmado que esse não é o caso.

Um possível efeito de forçar vários bancos a levantar capital pode ser evitar que um ou outro pareça mais fraco que o resto.

Vários bancos já devem ter conseguido juntar capital suficiente para sobreviver ao declínio na economia. O presidente do J.P. Morgan Chase & Co., James Dimon, manifestou ontem confiança de que o sistema bancário pode resistir aos prejuízos causados pela recessão, mesmo que leve anos até que a indústria financeira se recupere do baque.

"O sistema bancário pode resistir a muito estresse e continuar OK", disse ele numa teleconferência organizada pela Calyon Securities Inc., divisão do grupo Crédit Agricole.

Dimon também reiterou a meta do J.P. Morgan de devolver "o mais rápido possível" os US$ 25 bilhões recebidos do governo ano passado, afirmando que as executivos da empresa planejam discutir detalhes sobre uma possível devolução dos recursos governamentais depois que os resultados dos testes de estresse sejam divulgados.

Um teste de estresse inicial identificou o Wells Fargo como um dos bancos que precisa de mais reservas, disse uma pessoa próxima da empresa. Não está claro se o Wells pode ser forçado a levantar mais capital ou se as autoridades vão aceitar o argumento do banco de que ele pode gerar lucro suficiente para apagar quaisquer possíveis prejuízos. O Wells Fargo espera conhecer hoje mais detalhes sobre o plano do governo.

Qualquer holding bancária com mais de US$ 100 bilhões em ativos foi obrigada a passar pelos testes, conduzidos principalmente pelo Fed. O objetivo era garantir que as instituições financeiras mais importantes tinham capital suficiente para continuar emprestando se a economia piorasse ainda mais em 2010.

As autoridades devem se reunir a partir de hoje com os bancos para discutir os resultados finais. Os bancos instruídos a levantar mais recursos não necessariamente estão em apuros, mas as autoridades acham que eles não contam com a reserva adequada contra possíveis perdas.

Integrantes do governo Obama acreditam que os muitos bancos conseguirão levantar capital sem precisar dos US$ 109,6 bilhões que sobraram do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos, ou Tarp, na sigla em inglês. Eles estão otimistas de que a maior parte do dinheiro virá de investidores privados mais confiantes depois dos testes. Os bancos podem vender ativos e participações em suas empresas.

(Colaboraram Dan Fitzpatrick e Robin Sidel)

IFRS e Mudança

As organizações estão descobrindo que adotar a IFRS não é somente uma mudança contábil. De fato, a convergência para IFRS irá afetar todos os aspectos do processo e controle organizacional. IFRS irá demandar tempo e recurso que muitas empresas alegam não existir.

Is Canada accounting for change? - Allan Foerster, Wilfrid Laurier University - Financial Post - 5/5/2009 - FP7

Contabilidade e Governança

Governança e a nova ordem contábil global
20 Abril 2009 - Gazeta Mercantil

Há quem diga que administração é bom-senso. Então, ter discernimento e percepção aguçados seriam predicados suficientes para gerenciar os negócios de qualquer espécie de entidade? Se assim fosse, tais qualidades estariam restritas a uns poucos seres "iluminados", que conduziriam os demais para os objetivos da organização. Nada mais falso.

Evidentemente, todos sabemos o desafio que é entender como ocorre a aprendizagem espontânea e a disseminação do conhecimento em ambientes de trabalho produtivo. Temas como economia global, competitividade e inovação, gestão de ativos, entre outros, têm demandado conceitos e modelos cada vez mais sofisticados e complexos que, inspirados e desenvolvidos pela dinâmica do mundo moderno, trazem à tona novos conhecimentos que geram outras técnicas capazes de dar conta de questões que permaneciam intocadas no espaço das organizações.

Hoje, a realidade das companhias é muito diferente da de empresas administradas no passado. Com o surgimento de várias inovações tecnológicas e do próprio desenvolvimento intelectual do homem, é necessário muito mais do que intuição e percepção das oportunidades. A administração moderna necessita de uma gama de conhecimentos e da aplicação correta dos princípios técnicos, até agora formulados, a fim de combinar os meios e objetivos com eficiência.

Neste contexto, pode-se afirmar que o papel e a importância das modernas técnicas de administração estão sendo entendidos e incorporados pelo mercado E as vantagens de sua utilização, fortemente ampliadas.

Nesse cenário, surgem novos conceitos no universo da administração, com destaque para a governança corporativa.

A transparência das informações das empresas, o tratamento igualitário de todos os grupos interessados, interna e externamente, a prestação de contas com responsabilidade são pré-requisitos para as melhores práticas dessa governança.

Por outro lado, com as modificações introduzidas na legislação societária, decorrentes da aplicação da lei nº 11.638, evidencia-se o verdadeiro objetivo das demonstrações contábeis, que é fornecer informações oportunas sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da empresa, que sejam úteis aos seus usuários em suas avaliações e tomadas de decisões.

As demonstrações contábeis evidenciam a qualidade e a quantidade do patrimônio de uma empresa, retratando o desenvolvimento ou o retrocesso de sua gestão. O aperfeiçoamento da divulgação dessas demonstrações tem por objetivo proporcionar maior transparência na prestação de contas, eliminando dados divergentes e reduzindo a dificuldade de entendimento do conteúdo das informações contábeis por profissionais ou investidores.

A administração tem o poder de estabelecer a forma e o conteúdo de tais demonstrações, não só para atendimento dos seus diversos usuários, mas, também, para suprir às suas próprias necessidades.

"Em um contexto de globalização, diferentes formas de apresentar os dados contábeis interferem na precificação dos ativos, dificultando estabelecer uma métrica comum para comparar as oportunidades de investimento, afetando a confiabilidade e as taxas de riscos envolvidos no negócio." - (Soraia Duarte/ "Informação S/A"; Ed Saraiva).

Assim, a adoção de princípios e práticas de governança corporativa está alinhada com esse movimento de harmonização em âmbito mundial, como forma de atender à maximização da utilidade da informação contábil para os usuários e participantes do mercado de capitais.

Cabe à administração da empresa a responsabilidade primária pela preparação e apresentação das demonstrações contábeis. O estabelecimento das políticas contábeis é de competência da administração.

Significa dizer que as práticas melhores adotadas (critérios de mensuração, estimativas contábeis, entre outras) são do seu conhecimento, tendo sido discutidas e submetidas à sua apreciação.

Da mesma forma, os contadores das empresas e os auditores independentes deverão estar atualizados com os avanços técnicos de sua especialidade, desenvolvendo sua capacidade de análise dos processos operacionais, com elevada criatividade, e serem capazes de propor soluções adequadas, principalmente em questões de controles internos ligados à governança, com melhor aproveitamento de recursos de tecnologia da informação.

Como uma visão de futuro próximo, é importante destacar o seguinte texto de autoria de David Grayson e Adrian Hodges ("Everybody´s business"): "Têm aumentado as expectativas de como as empresas devem administrar seus negócios e contribuir para enfrentar os desafios de uma sociedade mais ampla. É crescente a disposição dos stakeholders em pressionar para que suas expectativas sejam satisfeitas por um novo padrão de responsabilidade corporativa. Estratégias minimalistas já não atendem mais às forças globais de mudança. Para enfrentá-las, as práticas caminham na direção de modelos mais avançados, integrando desafios econômicos, ambientais e sociais de alcance global."

Este é o atual cenário que se coloca para a adoção das melhores práticas de governança corporativa em face da convergência aos padrões contábeis internacionais.

Contador, administrador, consultor autônomo. Foi superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria da Comissão de Valores Mobiliários

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Hugo Rocha Braga) )

Por que pagamos Impostos?

Um blog tentou explicar por que pagamos impostos. As razões seriam as seguintes:

a) Nós subestimamos a possiblidade de sermos pegos na malha fina do governo.

b) Nós não consideramos que o prêmio de não pagar seja alto o suficiente para justificar o risco. Isto é conhecido como aversão a perda.

c) Nós estamos condicionados a agir desta forma. Os impostos estão presentes na economia do homem há muitos milênios.

Comportamento na Crise

O blog Stumblingandmumbling traz uma interessante questão sobre o comportamento das pessoas durante a crise.

Baseado numa pesquisa de Anne Sibert e Hamid Sabourian a idéia é imaginar alguém que investiu pesadamente, durante anos, em ativos tóxicos.

Existe agora um sinal de que o mercado está mudando. O que o investidor faria? Racionalmente seria vender os investimentos. Mas ao fazer isto, o seu chefe irá pensar: “este sujeito não sabe o que está fazendo. Num momento, aplica nossos recursos nestes ativos [que sabemos que são tóxicos] e agora quer vender.”

Neste caso, existirá um desejo de parecer competente, mantendo a posição anterior, mesmo sabendo do risco de perda. Apesar de o texto lembrar os conceitos de viés da confirmação ou superconfiança, eu acredito que o problema aqui seja o da insistência irracional. Este assunto foi estudado por uma orientanda minha, Naira, que permitiu comprovar a existência deste problema com os investidores. A insistência irracional é parte (e se confunde) do conceito de custo perdido.

Avaliação de Marcas

Uma notícia do jornal Gazeta Mercantil (Crise não derruba valor de marcas, 8 Abril 2009 - Gazeta Mercantil, Caderno C, p. 8, Neila Baldi) informa que a crise financeira não impediu à valorização de marcas em 2008 no Brasil.

A conclusão é de um estudo da Brand Finance que mostrou que a soma geral das 100 maiores marcas no Brasil aumentou em 5,7%, apesar do valor de mercado destas empresas ter caído em 25,3%.

O grande problema deste tipo de manchete é a metodologia. Como foi realizado o cálculo para determinar que uma marca aumentasse o valor, enquanto o mercado mostra uma desvalorização da empresa? O livro Marca – Valor Intangível, de Gilson Nunes e David Haigh (editora Atlas e Brand-Finance) não revela muito sobre a metodologia da Brand Finance, obviamente, apesar de fazer uma grande propaganda sobre a importância da marca e de sua avaliação.

Mas na página 182 e seguintes da obra aparece a abordagem da Brand Finance que é composta de cinco estágios. Em primeiro lugar, a Brand calcula o valor econômico adicionado. A segunda etapa é a análise do BVA, que se refere a estimativa dos lucros que são atribuíveis à marca, através de pesquisa quantitativa. A seguir avalia-se o risco da marca em garantir o resultado futuro do negócio. Nesta etapa inclui uma análise da taxa de desconto e uma classificação do risco da marca. Finalmente, calcula-se o valor da marca e faz-se uma análise de sensibilidade.

Observe que a crise pode ter afetado, para baixo, a primeira etapa (obtenção do valor econômico adicionado) e a terceira. E nada leva a crer que tenham existido condições substanciais para que a análise dos lucros futuros vinculados a marca tenha aumentado.

Então qual o segredo?

04 maio 2009

Teste #65

Fiz uma pesquisa num endereço de fotos com o termo “accounting” e escolhi quatro fotos. Em outra pesquisa, com outro termo, escolhi mais uma foto. As fotos estão abaixo. Você saberia dizer qual seria a foto?

Figura 1:

Figura 2:

Figura 3:

Figura 4:

Figura 5:


Resposta do Anterior: Contabilidade – 33.013; Mulheres na Contabilidade – 26133; Contabilidade com Cerveja 6589; Contabilidade Pública – 4193; Eu amuuu contabilidade – 2392; Mestrado em Contabilidade – 986

Links

Artista criou um carro invisível

Um CEO de uma instituição financeira defende a Marcação a Mercado

O nascimento da pirataria do livro eletrônico

Fábula de um rei, uma princesa, um problema e um mágico (o contador) e como resolver um problema

No País de Gales um diploma para o contador especializado no terceiro setor

Rir é o melhor remédio

Economia de Custos

Buffett

O oráculo e a crise
Valor Econômico - 4/5/2009

O bilionário Warren Buffett já teve dias mais tranquilos. Um investidor lhe disse sábado que talvez tenha chegado a hora de passar para outra pessoa o comando dos seus negócios. Outro perguntou se ele sabia onde estava pisando quando fez as apostas arriscadas que estão corroendo o valor de seus investimentos. Um terceiro quis saber se ele teria coragem de investir hoje numa empresa como a sua.

Milhares de investidores do mundo inteiro fizeram no fim de semana sua peregrinação anual até Omaha, a cidade do interior dos Estados Unidos onde Buffett mantém a sede da companhia que administra seus investimentos, a Berkshire Hathaway. Em tempos normais, a romaria transforma a assembleia anual dos acionistas da empresa numa celebração da sabedoria de Buffett e dos lucros que ela proporcionou. Desta vez, o tom da festa foi bem diferente.

O lendário investidor ofereceu sábado uma visão sombria do futuro da economia americana, previu que alguns dos seus investimentos continuarão gerando perdas em 2009 e avisou que dificilmente a empresa voltará a oferecer rendimentos exuberantes como os alcançados no passado. "Talvez a gente consiga fazer uns dois pontos acima do mercado", disse Buffett aos investidores. "Não dá para fazer muito melhor do que isso."

A Berkshire Hathaway teve no ano passado seu pior resultado desde 1965, quando Buffett assumiu o controle de uma antiga indústria têxtil e começou a transformá-la no poderoso conglomerado de empresas e investimentos que ela é atualmente. A companhia fechou 2008 com lucro de US$ 4,9 bilhões, mas o resultado foi 62% menor que o do ano anterior. Suas ações caíram 32% no ano passado.

Os papéis se recuperaram um pouco nas últimas semanas, mas parece cedo para comemorar. Os resultados do primeiro trimestre deste ano serão divulgados na próxima sexta-feira e os números antecipados por Buffett no sábado indicam que ele continua tropeçando. O valor patrimonial da Berkshire por ação, medida preferida pelo investidor para avaliar seu desempenho, diminuiu 9,6% em 2008. No primeiro trimestre deste ano, o tombo foi de 6%. O índice de ações S&P 500 perdeu 37% no ano passado.

A crise golpeou Buffett de várias maneiras. O tumulto nos mercados desvalorizou sua carteira de investimentos, que no fim do ano tinha US$ 122 bilhões em ações e títulos. Contratos de derivativos que Buffett negociou pessoalmente, envolvendo apostas no desempenho futuro de diversos índices de ações e na saúde financeira de centenas de empresas, geraram US$ 7 bilhões de dólares em prejuízos contábeis.

A maioria desses contratos só vence na próxima década e Buffett acredita que terá tempo suficiente para reverter as perdas contabilizadas agora depois que a fase mais aguda da crise tiver passado. "Embora não exista nenhuma garantia de que vamos conseguir, eu ainda espero ganhar dinheiro com esses contratos", afirmou Buffett no sábado.

Mas a exposição da Berkshire aos riscos que esses instrumentos representam arranhou a credibilidade de Buffett. A nota da Berkshire foi rebaixada nas últimas semanas por duas agências de classificação de risco, a Fitch e a Moody´s - da qual Buffett tem 20% das ações e diz que nunca deu palpite. A Standard & Poor´s avisou que poderá rever a nota da Berkshire em breve também.

A principal fonte de receitas da Berkshire são os negócios na área de seguros. Eles geram dezenas de bilhões de dólares em prêmios que Buffett usa para fazer seus investimentos sem precisar se endividar. As seguradoras de Buffett continuaram crescendo no ano passado, mas a recessão atravessada pelos Estados Unidos atingiu em cheio indústrias controladas pela Berkshire em outros setores.

Buffett acredita que os americanos não voltarão às compras tão cedo. "Há uma grande transformação no comportamento dos consumidores", alertou. "As pessoas agora querem economizar." A Berkshire controla dez seguradoras e 67 empresas em outros segmentos, incluindo distribuidoras de eletricidade, joalherias e fábricas de doces, sapatos e tapetes.

Apesar das dificuldades, Buffett teve no ano passado um desempenho superior à média do mercado e o tombo dos últimos meses não foi capaz de anular os ganhos acumulados nos anos anteriores. Um investidor que tivesse aplicado US$ 1 mil em ações da Berkshire quando Buffett assumiu o controle da empresa e nunca mais tivesse mexido nesse dinheiro teria uma fortuna de US$ 3,6 milhões hoje.

Mas as perdas sofridas no ano passado foram dolorosas para muitos pequenos investidores e aumentaram a preocupação dos acionistas da Berkshire com o que acontecerá com a empresa quando Buffett, com 78 anos de idade, e o sócio que há três décadas é seu principal colaborador, Charles Munger, que está com 85, não estiverem mais na vizinhança.

A dupla gosta de fazer mistério sobre o assunto. Três executivos do grupo estão sendo preparados para assumir o comando da empresa e quatro administradores de fundos poderão dividir a gestão da carteira de investimentos depois que Buffett morrer. Na assembleia de sábado, ele rejeitou a sugestão de um acionista para que nomeasse logo seu sucessor. "Não vejo vantagem em ter um príncipe herdeiro andando por aí."

Segundo homem mais rico do mundo, com uma fortuna pessoal estimada em US$ 37 bilhões pela revista "Forbes", Buffett não parece nem um pouco disposto a se aposentar. Ele fez questão de demonstrar isso mais uma vez no fim de semana, quando passou quase cinco horas ao lado de Munger respondendo às perguntas dos acionistas da Berkshire, que lotaram um ginásio de esportes com espaço para mais de 18 mil pessoas sentadas.

Os dois cumprem o ritual com visível prazer todos os anos, pontificando sobre os mais diversos assuntos, comendo uma bala atrás da outra e bebericando Coca-Cola, empresa na qual a Berkshire possui 9% das ações. Buffett é loquaz e Munger é lacônico, mas os dois sabem explorar essa diferença de temperamento para divertir a plateia e driblar as perguntas mais embaraçosas dos investidores.

Um dos grandes momentos da reunião deste ano foi um esquete cômico exibido nos telões do ginásio antes da sessão de perguntas e respostas. No filme, Buffett está deitado de paletó e gravata numa loja de colchões quando o gerente aparece para acordá-lo. "Você não vai ficar o dia inteiro dormindo esperando o telefone tocar, como fez no ano passado", avisa. Quando uma cliente diz que esta à procura de algo "seguro e garantido", Buffett lhe oferece um novo modelo de colchão, com bolsos especiais para guardar dinheiro e ações.

Recessão e oportunidades

(...) numerosos estudos mostraram que empresas que gastaram em aquisição, propaganda e pesquisa e desenvolvimento durante recessões estavam significativamente melhor do que aquelas que fizeram grandes cortes. (...) As incertezas das recessões criam oportunidades para lucros e existem registros históricos de empresas que fez grandes sucessos em tempos difíceis.

James Surowiecki, Hanging Tough, New Yorker

Contabilidade e Política

Normas atraem interesse político
Valor Econômico - 4/5/2009

Como se diz "colchão anticíclico" em 27 idiomas? Este é o termo mais suave - mas aparentemente politicamente aceitável - rondando em Bruxelas para descrever a prática de fazer com que os bancos guardem colchões de liquidez para os dias chuvosos.

A contabilidade poucas vezes antes foi tão política. O processo de incluir esses fundos para dias chuvosos nos balanços financeiros levanta todo tipo de questões, altamente suscetíveis.

Nos últimos seis meses, as autoridades em cargos eletivos obrigaram tanto o Conselho de Padrões de Contabilidade Internacional (Iasb, na sigla em inglês) como seu par nos Estados Unidos, o Fasb, a mudar as normas. Na França, sob o comando de Christine Lagarde, as autoridades disseram na semana passada que o voltarão a fazer.

Era de se esperar que isso ocorresse, à medida que os políticos analisam o que saiu errado na crise financeira e o que podem mudar.

A contabilidade como profissão não está sozinha como ímã de atração da atenção dos políticos. Regras em esboço na Europa propuseram grandes mudanças em outros setores periféricos da crise, como os fundos hedge e grupos de investimentos em participações.

A contabilidade, contudo, envolve um conceito fundamental que sustenta os mercados - as empresas precisam apresentar para seus donos o que estão fazendo, com informações confiáveis, de alta qualidade e dentro do prazo.

Não conseguirão fazer isso se o que precisam mostrar e a forma como o mostram estão mudando constantemente como resultado de interferências políticas.

"Fui um político. Entendo o que ocorre em termos de pressão sobre os políticos para fazer algo [para] solucionar esses problemas. É, simplesmente, imensa", diz Hans Hoogersvorst, diretor do órgão regulador de valores mobiliários da Holanda e ex-ministro da Saúde e Finanças.

Hoogersvorst também é co-presidente do Financial Crises Advisory Group (FACG), um agrupamento interessante de ex-autoridades reguladoras e outras pessoas de destaque que assessoram tanto o Iasb como o Fasb sobre tópicos de contabilidade ligados a crises.

Os integrantes, de forma nenhuma, conseguem concordar sobre o que deve ser feito, o que contribui para debates vivos e intercâmbios abertos.

Uma coisa com o que concordam, no entanto, é que os políticos precisam parar de interferir em detalhes do que precisa ser mudado.

"O Iasb e o Fasb não deveriam ser forçados a entrar em uma espiral descendente, uma corrida para baixo, na qual um deles é pressionado a assumir uma posição mais leniente e o outro, então, precisa ajustar-se da mesma forma", diz Hoogersvorst. O FACG escreveu na quinta-feira ao primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brawn, como presidente do Grupo dos 20 (G-20), para reiterar esse ponto.

Por sua vez, também respondeu aos pedidos franceses nesta semana para que o Iasb siga as mudanças feitas pelo Fasb neste mês. Estas e as mudanças que Bruxelas obrigou o Iasb a fazer em outubro passado tiveram como resultado líquido o alívio da contabilidade de instrumentos financeiros de formas que beneficiassem os balanços dos bancos. Isto cheira a interesses especiais de grupos lobistas.

O fato de políticos estarem se envolvendo em contabilidade tem algumas vantagens. Com frequência, os auditores são considerados como alienados com poucos interesses fora de seu próprio mundo. Talvez sejam assim. Mas tal forma de pensar deixa o setor debatendo assuntos que, na verdade, interessam a todos.

A contabilidade de produtos de estrutura complexa nesta crise é ainda mais complicada de entender do que os próprios produtos. O Iasb quer seis meses para remodelar toda a questão inteiramente. Dada a complexidade do assunto, é uma tarefa complicada.

Mas os políticos devem dar aos auditores essa chance. Eles podem, e devem, estar envolvidos, mas não tentando constantemente ajustar as regras. Mudanças fragmentadas que pareciam ser pouco importantes de forma independente, quando se somaram com a incapacidade de compreender o quadro geral, levaram o mundo a esta crise. Certamente, não será com ajustes provisórios que sairemos dela.


Grifo meu. Veja o livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, p. 22. A Contabilidade é uma atividade política.

Marcação a Mercado

Um réquiem para a regra de marcação a mercado?
Alkimar R. Moura - Valor Econômico - 4/5/2009

Do ponto de vista econômico, existem boas razões que justificariam a suspensão da regra de marcação a mercado

Com a fina ironia que lhe era peculiar, o prof. John K. Galbraith observou que crise financeira é um evento muito simples, pois a única coisa que se arrisca a perder nela é dinheiro. Esta é a parte visível da destruição de valor que ocorre em toda crise e que, no momento atual, não pode ser considerada como desprezível, pois já começa a superar US$ 4 trilhões, a julgar pelas últimas estimativas do FMI sobre as prováveis perdas dos detentores de ativos hipotecários originários dos EUA. Krugman, no seu mais recente livro, estima que o estouro da bolha imobiliária poderá causar uma perda de riqueza de cerca de US$ 8 trilhões. No entanto, uma crise financeira e econômica não destrói apenas riqueza financeira, mas derruba reputações e mitos, e força a revisão de conceitos e de procedimentos que se mostraram inadequados para lidar com a tempestade. As críticas contundentes à gestão de política monetária do então todo poderoso Alan Greenspan à frente do Banco Central americano constituem atualmente o exemplo mais ostensivo da mencionada destruição simbólica de reputação.

No mesmo sentido de mudanças, nova regulação deve surgir para evitar os excessos de alavancagem de bancos e instituições componentes do "shadow-banking system", assim como novas restrições quanto às operações fora de balanço das instituições bancárias e não-bancárias. Além disso, os bancos centrais estão adotando práticas operacionais rigorosamente heterodoxas na tentativa de estabilizar o sistema bancário nos Estados Unidos e na zona do euro. Outros exemplos de mudanças de regulação e de procedimentos podem ser invocados para comprovar a necessidade de várias modificações na supervisão e na fiscalização do sistema bancário, no rescaldo da crise financeira atual.

Será a contabilidade baseada no preço justo ("fair value rule") a próxima vítima desta revisão regulatória? Alguns movimentos nos Estados Unidos já indicam a existência de pressões para o abrandamento da estrita aplicação do principio de marcação a mercado para a contabilização dos chamados "ativos tóxicos", vinculados a operações de crédito habitacional. A própria legislação americana ("Emergency Economic Stabilization Act") aprovada pelo Congresso em outubro de 2008, determinou que a SEC conduzisse um estudo sobre a regra de marcação a mercado para os ativos/passivos das instituições financeiras.

Pelas regras americanas, emanadas do Financial Accounting Standards Board (FASB), os bancos têm que contabilizar os ativos nos seus balanços trimestrais para refletir o preço justo ("fair value") daqueles ativos, isto é, o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou pago pela transferência de uma dívida em uma transação em condições normais de mercado (isto é, nem uma liquidação forçada nem uma venda "distressed"), entre os participantes das negociações, na data da mensuração.

Com a virtual desintegração do mercado dos "ativos tóxicos", os bancos ficaram sem referência para a precificação daqueles papéis. Quando não existem mercados ativos, o FASB recomenda que a instituição financeira use o preço de venda que vigoraria em uma transação normal entre os participantes de mercado (isto é, uma venda não-forçada) na data do registro contábil, nas condições correntes de mercado.

O virtual desaparecimento do mercado de títulos ligados a hipotecas habitacionais forneceu mais argumentos para aqueles que atribuíram uma parte da responsabilidade pela crise de crédito à regra de marcação a mercado. O argumento aqui não é semelhante àquele tipicamente oportunista que manda mudar os critérios oficiais de mensuração de índices de preços, em períodos de inflação ascendente. A justificativa tem a ver com a relação entre o ciclo econômico e a regra de marcação a mercado. Um estudo recente preparado para o International Center for Monetary and Banking Studies de Geneva, por um respeitável grupo de economistas com experiência em instituições financeiras multilaterais, concluiu que a regra de marcação a mercado revela um acentuado componente pró-cíclico: quando tudo vai bem e os preços dos ativos estão em alta, a regra favorece a expansão dos ativos dos bancos, aumentando a alavancagem bancária, o que reforça o movimento favorável de mercado. Quando o ciclo se inverte, a queda de preços dos títulos força os bancos a venderem os ativos, para cumprir as exigências da regulação prudencial, provocando nova onda de queda de preços, pressões adicionais de vendas e declínio de preços, e assim por diante. Assim, do ponto de vista econômico, existem boas razões que justificariam a suspensão e/ou o abandono temporário da regra de marcação a mercado, em condições nas quais ela provocaria maior instabilidade e desorganização dos mercados de crédito, de dívida e de ações.

Em princípio, uma regra contábil deveria ser neutra, incapaz de, ela própria, contribuir para acentuar as flutuações do ciclo econômico, sobretudo em situações-limite de expansão e/ou contração no mercado financeiro e na atividade econômica. Aparentemente, a regra de marcação a mercado não passou neste teste, nos países mais afetados pela desorganização dos sistemas bancários e da intermediação financeira. E provavelmente ela sofrerá modificações, no bojo do conjunto das mudanças, que deverão ocorrer na regulação bancária e dos mercados financeiros e de capitais, como resposta oficial das autoridades à permissividade regulatória que permitiu a explosão da crise financeira atual. Na mesma linha de mudanças contábeis, é provável que o caráter pró-cíclico das atuais regras de provisão para risco de crédito seja modificado, adotando-se procedimentos já testados com sucesso em alguns países.

Convém reconhecer que a regra de marcação a mercado representou um avanço significativo para melhorar a transparência dos demonstrativos contábeis das instituições financeiros, fornecendo informações mais fidedignas aos seus acionistas, investidores, depositantes e reguladores. Aperfeiçoá-la, tornando-a mais robusta e invariante às flutuações do ciclo econômico, pode ser um dos parcos e indiretos benefícios advindos da crise atual. Esperemos que os especialistas no tema possam estar à altura dos desafios do momento.


Grifo meu.

Passivo com Salários no Futebol

Segundo notícia da Agência Lusa (Hermínio Loureiro quer erradicar salários em atraso sem colocar em risco clubes, 3/5/2009)

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Hermínio Loureiro, disse hoje à Agência Lusa que pretende erradicar o problema dos salários em atraso, sem colocar em risco os clubes e os postos de trabalho.


A sugestão de Loureiro é

Admitindo que as alterações aos pressupostos financeiros, implementadas nos últimos anos, "nem sempre produzem a eficácia" desejada, o presidente da LPFP destaca a apresentação da proposta para "a não existência, no início das competições profissionais, de quaisquer dívidas, salários em atraso relativamente ao ano anterior, ou seja, partir do zero, com todos os compromissos assumidos e saldados".

"Uma segunda proposta tem a ver com o controlo orçamental. Para que a Liga tenha meios efectivos de efectuar esse controlo orçamental no decurso da época, e uma terceira prende-se com a inexistência de dívidas quer à segurança social, quer ao fisco", detalhou.

A Direcção da Liga defende ainda que, "os clubes ou as SAD possam recorrer ao Plano Extra-Judicial de Conciliação (PEC), mas a Liga quer que isso deixe de contar como uma simples intenção de aceder ao PEC e que exista um comprovativo por parte do IAPMEI de que esse plano está aceite".

Relativamente ao "incumprimento salarial no decurso da época", Hermínio Loureiro frisou que a direcção da Liga propõe que esta situação "possa traduzir-se em perda de pontos e multas acessórias", para "evitar e contrariar o argumento da falta de verdade desportiva".

Segundo Hermínio Loureiro, a "contabilidade" de clubes que, relativamente a estas propostas, estejam actualmente em incumprimento, "não foi feita".

"Estas alterações regulamentares não são à medida de ninguém, nem contra ninguém, são a favor do futebol. Aquilo que nós queremos é que todos tenham condições para cumprir os pressupostos e cumprir com compromissos com os seus trabalhadores", frisou, recordando que os clubes de futebol empregam mais de duas mil pessoas e contribuíram, no ano passado, para o fisco e Segurança Social com "75 milhões de euros". (...)


Imagine se isto fosse adotado no Brasil...

Buffett e o produto que conta

Buffett admite lucro menor da Berkshire
O Globo - 3/5/2009 - 37

OMAHA, Nebraska. O investidor Warren Buffett admitiu ontem, em Omaha, na reunião anual de acionistas de sua empresa, a Berkshire Hathaway, que o lucro operacional do primeiro trimestre caiu, roubando 6% de seu valor de mercado, à medida que a recessão afetou vários dos negócios e investimentos da companhia. Ante um público recorde, estimado em 35 mil pessoas, Buffett revelou que o lucro operacional da Berkshire recuou cerca de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, caindo para US$1,7 bilhão.

Boa parte das perdas provém da desvalorização aguda das ações e de prejuízos com contratos de derivativos. Esse resultado se soma à queda de 9,6% do ano passado, a maior desde que Buffett assumiu a companhia em 1965. Esses resultados começam a levantar dúvidas sobre se o “mago” das finanças teria perdido o dom.

Sem parecer abatido, o investidor aproveitou a reunião para falar sobre vários tópicos econômicos, e criticou o teste de estresse que o governo vem fazendo com os maiores bancos.

— Acho que conheço o seu futuro (dos bancos) melhor do que alguém que chega para dar uma olhada no livro (de contabilidade) — disse ele, criticando os critérios de avaliação das autoridades monetárias. — Se você olhar para a Coca-Cola hoje, por exemplo, e só examinar seu balanço financeiro, isso não dirá nada a você sobre a Coca-Cola. É o produto que conta. (Com Bloomberg News)


Sobre esta reunião, veja os links do WSJ

Testosterona e Comportamento

(...) Estudos recentes encontraram correlações entre níveis de testosterona e comportamento de risco nos homens, incluindo um que encontrou que traders homens com mais testosterona na sua saliva faz decisões mais arriscadas.

Mas uma equipe liderada por Magnus Johannesson, um economista da Stockholm School of Economics, não encontrou o mesmo efeito num grupo de 200 mulheres na fase pós-menopausa. Nesta mulheres foram administradas testosterona, oestrogeneo ou um placebo por quatro semanas e foram pesquisados uma série de jogos econômicos que mede a propensão do jogador ao risco.


Fonte: Nature via Marginal Revolution

Custo da Conversão

(…) esses executivos estão preocupados com o custo da conversão. A SEC prevê que os primeiros a adotarem a IFRS poderão incorrer num custo de 32 milhões de dólares (...) James Campbell, controller da Intel, estimou que a conversão a IFRS irá custar para sua empresa 50 milhões. (...) A WellPoint, que teve 61,1 bilhões de receitas em 2007, estima que irá custar 80 milhões para o primeiro ano de implementação, um número que irá reduzir para 2 milhões no terceiro ano. O controller da Martin Miller duvida que investidores irão querer que suas empresas faça um “significante” investimento em IFRS. “Dado o estado atual da economia, muitas empresas potencialmente não possuem fundos disponíveis para gastar com o projeto de adoção da IFRS”


CFOs on IFRS: Forget about It
Sarah Johnson - 17 Abril 2009 - CFO.com

Faz sentido esta diferença?

No início do mês o jornal Valor Econômico publicou um texto sobre a avaliação dos ativos do grupo Iguatemi. Através de uma empresa de consultoria, o grupo Iguatemi apurou um valor de mercado para seus onze shoppings centers em R$4,2 bilhões. Retirando a parcela de terceiros da avaliação, isto significa um valor de R$2,2 bilhões. O próprio jornal destaca que o valor de mercado da empresa na bolsa de valores é de R$907 milhões.

Ainda segundo a notícia, utilizou-se a metodologia do fluxo de caixa descontado por um período de dez anos. As taxas de descontos usadas dependiam da maturidade do empreendimento e dos riscos envolvidos. Além disto, não se consideraram na avaliação cinco novos projetos, assim como os terrenos da empresa.

A empresa que fez avaliação, CB Richard Ellis, anuncia-se como líder mundial na área imobiliária. Mas existe alguma coisa errada neste processo.

Observe o trecho em negrito da notícia. O fluxo de caixa foi avaliado por um período de dez anos. Isto significa que a avaliação não considerou o fluxo de caixa da perpetuidade. Este é o fluxo de caixa que irá ocorrer após os dez anos. Em alguns setores o valor deste fluxo de caixa é relevante, como é o caso de setores onde a maturação do empreendimento é longa.

Não considerar o fluxo da perpetuidade só é compreensível quando a taxa de desconto é elevada – que poderia ser o caso brasileiro nos períodos de maior risco. Entretanto, a conseqüência deste fato é que o valor estimado pela empresa de consultoria está subestimado. Ou seja, o valor de R$2,2 bilhões apurados é um valor por baixo.

Agora vamos considerar o valor do mercado para o Iguatemi. Esta empresa está sendo avaliada abaixo de R$1 bilhão. Como foi obtido este valor? Basicamente multiplica-se o valor de negociação recente das ações pelo número de ações existentes. O preço da ação é determinado pelo mercado, mas podemos dizer que um investidor que paga por uma ação da empresa Iguatemi tende a avaliar o potencial futuro de geração de riqueza. Apesar dos inúmeros defeitos no processo de avaliação pelo mercado, não podemos dizer que os investidores sejam bobos. Se o preço atual da ação da Iguatemi estiver abaixo da riqueza potencial da empresa, haveria um movimento de compra da ação, que puxaria o preço para cima.

A avaliação usando o preço da ação pode estar subestimada já que não se considera o valor do controle. Quando compramos uma ação no mercado seremos acionistas minoritários. Em países onde o direito do minoritário nem sempre é respeitado, isto significa que o preço da ação para um minoritário é inferior ao preço com a aquisição do controle. Quanto seria o valor do controle? Este é um valor difícil de calcular e os métodos existentes são frágeis. Entretanto, mesmo no Brasil, seria difícil imaginar que a diferença entre uma ação minoritária e uma ação com controle seja de 100%. Seria necessário muito derespeito ao minoritário para que o controle tivesse este ágio.

Em outras palavras, será possível imaginar uma diferença substancial? Provavelmente não. Quem está errado: o mercado ou a empresa de consultoria? Será que o fato da empresa de consultoria ter sido contratada pela administração do Iguatemi não influenciou no valor obtido?

03 maio 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: Aqui

LIFO

Existe um boato de que os Estados Unidos estão pensando em proibir o uso do LIFO para avaliar estoques. O LIFO, ou Ultimo a Entrar Primeiro a Sair, é um método que avalia os estoques de uma empresa baseado na premissa que os preços mais recentes serão levados a resultado.

A principal razão para a reação é tributária, conforme alerta Elliot Zwiebach em Industry Concerned About LIFO Accounting Changes (13/4/2009, Supermarket News, 1, Volume 57; Number 15). Já que os produtos vendidos são comprados por preços cada vez maiores, em razão da inflação, o LIFO tende a reduzir o lucro tributável.

Nos Estados Unidos o LIFO é legal desde a década de 30, do século passado, e é usado por cerca de dois terços dos varejistas e distribuidores. Seu uso difundiu-se na década de 70 e 80, quando a inflação aumentou.

A estimativa da reportagem é que a proibição do LIFO pode representar receitas de 60 bilhões de dólares para o governo.

O caso Sadia

Seria interessante que os professores de controladoria pudessem discutir em sala de aula o caso Sadia. Como uma empresa deste porte permitiu um prejuízo de 2,5 bilhões de reais com derivativos.

Após a notícia, a providência da empresa foi demitir do diretor financeiro, providenciado um culpado. Mas esta medida é muito simplista, pois certamente a ausência de controles é de responsabilidade da presidência. É sempre bom lembrar um conceito importante da teoria administrativa:

Você delega funções, mas não responsabilidades


Isto diz muito sobre o fato da diretoria imputar no ex-diretor a culpa pelo prejuízo. Um texto da Gazeta Mercantil (Ex-diretor da Sadia diz que se reportava ao conselho, 8/4/2009, p. 1, Fabiana Batista) mostra que o ex-diretor, Adriano Lima Ferreira, afirmou que reportava diretamente ao Conselho de Administração. Uma consulta a página da empresa na internet mostra que são as pessoas que compõe este Conselho.

Mais ainda, Ferreira afirmou que as operações que trouxeram prejuízo em 2008 foram as mesmas que corresponderam a 60% do lucro da empresa nos últimos seis anos.

Mas observe o que afirmou o ex-diretor para Folha de São Paulo ("A Sadia sabia de tudo", afirma ex-diretor, 9/4/2009, Cristiane Barbieri)

FOLHA - As de derivativos tóxicos também?
FERREIRA - As operações dois para um começaram em meados de 2007. A empresa ficou mais de um ano fazendo essas operações, que tiveram várias auditorias. Quando se fechava uma operação desse tipo, a boleta ia para nossos operadores, para a contabilidade e à controladoria da companhia, que era separada da área financeira. Ia também para a auditoria interna e para o conselho de administração. Pela atipicidade da cultura financeira da empresa, a auditoria independente, a KPMG, tinha uma equipe financeira destacada para auditar a área financeira da Sadia.

FOLHA - Não era uma auditoria de empresa não financeira?
FERREIRA - Havia uma auditoria principal para a área de alimentos, que buscava apoio numa equipe de auditores de bancos, corretoras e instituições financeiras, porque a Sadia tinha uma cultura financeira forte, operava todos os instrumentos disponíveis no mercado. As operações, sejam derivativos ou não, sempre foram contabilizadas, auditadas e aprovadas em várias instâncias. Havia alçadas rigorosamente atendidas e relatórios mensais.

FOLHA - Eles eram detalhados?
FERREIRA - Não havia o nível de detalhamento [de todas as operações] porque não fazia parte da cultura da companhia. Você apresentava resultados que as operações deram, a exposição dessas operações, simultaneamente com apresentações da área de risco. Em 2003, determinou-se que o limite de risco do câmbio era de 20% sobre o patrimônio, equivalente a R$ 600 milhões ou R$ 700 milhões de perda assumida. Só que havia 95% de confiança nessas operações e 5% de risco. Esse "modus operandi" era o dia a dia da companhia. Agora, de um dia para outro, dizer que não sabia dessas operações? Como não sabia? Tinha diversas auditorias e formas de controle que eram apresentados todo mês.

FOLHA - O conselho de administração e a presidência executiva sabiam das operações?
FERREIRA - As operações eram apresentadas a eles. Todas foram registradas, auditadas e aprovadas. Quando aconteceu uma crise desse tamanho, não só a Sadia, mas centenas de empresas no Brasil, no México e na Ásia, principalmente, tiveram os mesmos problemas. Quando se faziam essas operações, usavam-se como base cenários e probabilidades que, quando colocados nos modelos [econométricos], era difícil de a perda não compensar seu uso. Tanto é que centenas de empresas os utilizavam.

FOLHA - Por que a área financeira não se reportava à presidência executiva?
FERREIRA - Nos seis anos em que eu estive lá, 60% dos resultados da companhia eram de operações financeiras. Se olhar para trás, o percentual era maior. A empresa só teve lucro em alguns anos por causa da área financeira. Até o primeiro semestre de 2008, 80% dos lucros vieram dessas operações específicas. A estrutura de governança da companhia espelhava uma cultura financeira, de uma empresa que tinha uma corretora, que tinha uma tesouraria ativa, que tinha um projeto de criar um banco, que aconteceu. A companhia sempre teve um risco financeiro. A estrutura, quando o presidente-executivo assumiu, em 2004, tinha forma do reporte da diretoria financeira para o conselho [por causa dessa cultura]. Mas contabilidade, controladoria e jurídico, que aprovava as operações, estavam sob a área executiva. Se fechasse uma operação [de derivativo] hoje, no mesmo dia o boleto estava na mão dele [do presidente-executivo].
(...)


Aproveitem estudiosos da controladoria. Este é um excelente caso para discutir sobre controles, auditoria, responsabilidade, etc.