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15 abril 2007

Contabilidade de Partidos

O jornal Estado de S. Paulo (15/04/2007) informa que os partidos políticos estão com dificuldade de fechar sua contabilidade:

Faltando 15 dias para entrega da declaração anual, siglas afirmam que programa de informática é falho, gera atrasos e traz risco de erros
Clarissa Oliveira

(...) As siglas enfrentam dificuldades para realizar a prestação por meio de um programa de informática fornecido pelo tribunal que, até o ano passado, era facultativo. Mas seu uso tornou-se obrigatório para os balanços referentes ao ano de 2006, que devem ser entregues até o próximo dia 30. O Sistema de Prestação de Contas dos Partidos (SPCP) foi desenvolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. Segundo o TSE, a adoção do sistema em âmbito nacional tem por objetivo padronizar as inserções, aumentar a transparência de dados e, principalmente, fiscalizar melhor a utilização de recursos do Fundo Partidário. O próprio TSE reconhece a existência de problemas na adaptação dos partidos ao programa e diz ter disponibilizado uma equipe para auxiliar na solução dessas questões. O tribunal afirmou que, no ano passado, 17% das legendas entregaram a declaração por meio do SPCP, mas a maioria não lidava com grandes quantidades de registros. As siglas, por outro lado, afirmam que o sistema é "falho" e "inadequado" e não apenas dificulta a prestação de contas como tende a reduzir a transparência das informações. Os problemas foram tantos que PT, PSDB, PMDB, DEM (ex-PFL), PR, PTB e PC do B elaboraram um relatório conjunto de dez páginas contendo queixas sobre o caso. No documento entregue ao TSE, estão listadas falhas como a ausência de planilha de lançamentos e de registros múltiplos ou a impossibilidade de incluir transferências entre contas contábeis. Um dos principais problemas citados é o fato de o sistema ser "monousuário", ou seja, permite apenas um digitador por vez. "A intenção do TSE pode ser ótima. Mas nossos contadores insistem que o sistema acaba até mesmo omitindo informações", disse o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), que acompanha as finanças do PMDB. "O sistema fere mais de 20 itens do Código Brasileiro de Contabilidade. Nosso contador diz que quem o desenhou certamente não entende de contabilidade."

24 HORAS

O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, afirmou que a legenda cumprirá a exigência de entregar a prestação de contas até 30 de abril, por meio do SPCP. Mas, para isso, precisou manter seu departamento de contabilidade funcionando 24 horas por dia, durante vários meses, em função da impossibilidade de várias pessoas inserirem dados ao mesmo tempo.

E, mesmo respeitando o prazo, o partido avisou que não se responsabiliza por eventuais erros na declaração. Isso porque, na hora de imprimir os relatórios contábeis, algumas informações não aparecem da forma como foram inseridas. "Vamos entregar a declaração na data, mas poderão ocorrer erros aparentes na impressão de relatórios que não são de responsabilidade do PT", completou o tesoureiro. Por enquanto, o PSDB não descarta a possibilidade de entregar a declaração a tempo e diz estar aproveitando toda a ajuda oferecida pelo TSE para contornar os problemas na utilização do SPCP. Mas, segundo Eduardo Jorge, que vem cuidando informalmente das contas tucanas, a tarefa não tem sido fácil. "Estamos tendo muitas dificuldades", reclamou. "Há problemas, principalmente dependendo da rotina e funcionamento de cada partido."

No documento entregue ao TSE, os partidos pedem inclusive que seja suspensa a obrigatoriedade do uso do SPCP para a prestação de contas deste ano. O tribunal, entretanto, não leva em conta essa alternativa por enquanto. A idéia é continuar ajudando os partidos a solucionar os problemas.

Links

1. 10 Divórcios mais caros

2. Dow Demite Executivos

3. Investidores

4. As empresas mais confiáveis

Fama e French, ainda

Mais dois blogs citaram a página de Fama e French.

Anteriormente, Mahalanobis. Agora Greg Mankiw e Economist´s View. No primeiro, dos comentários postados, alguns perguntaram se era uma piada. No segundo, aparecia, após a notícia, o seguinte comentário:

[Update: I thought it would be obvious, but apparently it isn't -- this is a joke.]


Clique aqui para ler

14 abril 2007

Os 25 filmes polêmicos

1 A Paixão de Cristo (2004)
2 Laranja Mecânica
3 Fahrenheit 9/11 (2004)
4 Garganta Profunda
5 JFK (1991)
6 A Última Tentação de Cristo
7 Nascimento de uma Nação (1915)
8 Nascido para Matar (1994)
9 Último Tango em Paris (1972, It./Fr.)
10 Baby Doll (1956)
11 The Message (1976, 1977)
12 The Deer Hunter (1978)
13 Código Da Vinci
14 The Warriors (1979)
15 Triumph Of The Will (1935, Ger.)
16 United 93 (2006)
17 Freaks (1932)
18 I Am Curious (Yellow) (1967, Swe.)
19 Basic Instinct (1992)
20 Cannibal Holocaust (1985)
21 Bonnie e Clyde Uma Rajada de Balas (1967)
22 Faça a Coisa Certa (1989)
23 Kids (1995)
24 Caligula (1980)
25 Aladdin (1992)

Fonte: Filmsit

E agora, Trevisan?

Segundo o The Globe and Mail (Big accounting firms talk ‘marriage of opportunity', Shirley Won, 14/04/2007) as empresas canadenses Grant Thornton LLP e BDO Dunwoody LLP estão conversando sobre fusão. A fusão é considerada um "casamento de oportunidades" e poderia criar uma alternativa as Big Four
A Grant Thornton é a quinta e a BDO Dunwoody é a sexta maior empresa de auditoria do Canadá.

Seria um prenúncio de uma conversa em termos internacionais?

Recebeu duas vezes


Essa é uma situação razoavelmente comum. Um empregado recebeu o salário duas vezes. O que temos de diferente é que o valor foi de 3 milhões, pagos pelo Philadelphia Eagles, um time de futebol norte-americano. O Runningbacks Brian Westbrook (foto, sorrindo) recebeu o mesmo bônus de 3 milhões, conforme o jornal The Philadelphia Inquirer (Oops! Westbrook was paid bonus twice; The Eagles' $3 million accounting fumble, 14/04/2007, Bob Brookover)

O time admitiu a "gaffe resulted". De acordo com a fonte do jornal, o jogador e seu agente têm conhecimento do erro e pretende devolver o dinheiro. O problema é que os impostos foram pagos.

Este é um excelente exemplo para discutirmos a questão do lançamento contábil errado, o estorno, erros de contabilização e outros assuntos relacionados.

Filantrópicas

Segundo o jornal Valor Econômico (13/04/2007 - STJ e TCU restringem isenção de INSS a instituições filantrópicas) o governo tornou mais difícil a obtenção de isenção tributária das entidades filantrópicas. A decisão foi no sentido do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão do Ministério da Previdência, restringir a concessão de certificado de filantropia.

Um processo conduzido pelo TCU e julgado em 7 de março identificou uma espécie de "farra" na concessão de certificados de filantropia no CNAS. Segundo o parecer produzido pelo tribunal, apesar de ser um órgão paritário, com membros do governo e de entidades filantrópicas, na prática o conselho sempre tinha maioria de conselheiros ligados às beneficentes, pois os indicados pelo governo estavam sempre ausentes. Com maioria na casa, diz o relatório do TCU, os conselheiros estariam exercitando técnicas contábeis pouco ortodoxas para calcular o índice de 20% de suas receitas destinado a serviços gratuitos à população carente que as entidades precisam oferecer para obter o certificado com a isenção tributária.

O tribunal analisou uma pequena amostra de processos de instituições de ensino no CNAS e levantou algumas das anomalias. Havia processos que consideraram a concessão de bolsas de 50% ou de 25% como atendimento gratuito, alunos financiados pelo crédito educativo da Caixa Econômica Federal (CEF) contabilizados como bolsistas, bolsas concedidas a parentes e bolsistas de alta renda. Outras distorções eram as de contabilizar estágios obrigatórios como despesa beneficente e de deixar de contabilizar receitas obtidas com aluguel de imóveis. Havia também distorções na consideração dos gastos com hospitais universitários.


Já o STJ manteve a decisão do Ministro da Previdência de não conceder o certificado a várias entidades.

Os ministros do STJ entendiam que as entidades tinham direito adquirido ao benefício, e portanto o ministro não poderia cassar os certificados.

(...) Pelo novo entendimento do tribunal, não há direito adquirido e, para que o tribunal reveja a decisão do ministro, precisaria analisar provas factuais, o que é vedado ao STJ. Caberá às entidades recorrer à primeira instância, realizando perícias contábeis para comprovar que cumpre os requisitos para a obtenção do certificado de filantropia.

Caso as entidades estejam com a contabilidade em ordem e cumpram os critérios de concessão do certificado, é possível obter uma sentença da Justiça Federal em até três meses, diz o advogado Manuel Cavalcante Júnior, do escritório Audiplan. (...)

13 abril 2007

E-mail revelador

Do El País de 13/04/2007 (Pistas que apuntan a una doble contabilidad) revela um caso de uma empresa (Intervida) que possuía duas contabilidades. O e-mail é uma das provas do processo:


En el mensaje, el que fue jefe de Intervida en Guatemala, Roberto Ávila, comunica al director general de Intervida en aquel país, Ángel Arrivillaga, que conviene "a los efectos fiscales, no incluir la inversión (...) en el BBV, Banco Continental de Lima, para los efectos fiscales".

El alto directivo de Intervida en Guatemala comunica a su jefe que, por el contrario... "sí debe de quedar reflejada en la contabilidad para usos internos". En el correo, del 16 de Mayo de 2001, se señala que Braulio Gómez y el presidente, Eduardo Castellón, aprobaban y avalaban esta doble contabilidad. El correo electrónico concluye con un explícito...: "en virtud de lo anterior, se hace necesario que para el ejercicio actual (2001) y mientras no cambien las circunstancias, deberá seguirse manejando dos versiones de la contabilidad, es decir, una para uso interno y otra para fines fiscales".

Pero el Outlook le jugó una mala pasada al jefe de Intervida en Guatemala. Sin darse cuenta envió copia del mensaje a prácticamente todos los directivos de la Fundación. Nueve días después, el 25 de mayo de 2001, el vicepresidente de Intervida, Braulio Gómez, enviaba a las 7 h 38 minutos de la mañana un correo electrónico a los receptores del anterior:

"Buenos días señores: El 16 del 05 del 01 ustedes recibieron un correo electrónico titulado 'Cierre contable por el ejercicio 2.000' procedente de Roberto Ávila. Por favor Borrarlo de su ordenador y archivo físico y confirmar esta corrección al suscrito. Atentamente".

Intervida ha negado esta doble contabilidad. Afirma que las transferencias a las que se refieren estos correos aparecen en las auditorías contables de 1999 y 2000 y que han sido aportadas a la fiscalía.

The Economist

Saiu o número especial da revista inglesa sobre o Brasil. Reportagens sobre favela, violência, problemas ambientais etc.

12 abril 2007

Vinte maiores inovações tecnológicas

A revista PcWorld fez uma lista das maiores invenções nas últimas décadas. Invenções que mudaram o mundo e a nossa vida. Os primeiros foram:

1. Netscape Navigator (1994)
2. Apple II (1977)
3. TiVo HDR110 (1999)
4. Napster (1999)
5. Lotus 1-2-3 for DOS (1983)
6. Apple iPod (2001)
7. Hayes Smartmodem (1981)
8. Motorola StarTAC (1996)
9. WordPerfect 5.1 (1989)
10. Tetris (1985)
11. Adobe Photoshop 3.0 (1994)
12. IBM ThinkPad 700C (1992)
13. Atari VCS/2600 (1977)
14. Apple Macintosh Plus (1986)
15. RIM BlackBerry 857 (2000)
16. 3dfx Voodoo3 (1999)
17. Canon Digital Elph S100 (2000)
18. Palm Pilot 1000 (1996)
19. id Software Doom (1993)
20. Microsoft Windows 95 (1995)

(clique aqui para ler mais) ou aqui

Rir é o melhor remédio - 72

Shell paga pelo escândalo

Em 2004 a Shell teve uma série de problemas com a contabilidade das reservas de petróleo. Agora a empresa chega a um acordo com investidores.

Shell oferece US$ 352,6 milhões a acionistas de fora dos EUA em acordo sobre escândalo de 2004

SÃO PAULO - A companhia petrolífera Royal Dutch Shell anunciou hoje uma proposta de acordo com seus acionistas de fora dos EUA para resolver os problemas causados por um escândalo na contabilidade de suas reservas, que estourou em janeiro de 2004. A proposta da empresa prevê a distribuição de US$ 352,6 milhões, mais custos administrativos, para os investidores elegíveis ao acordo. Segundo a Shell, podem participar acionistas que não sejam naturais dos EUA e tenham comprado ações fora do país. Entre os que poderão se beneficiar do acordo estão investidores institucionais como a ABP e a PGGM, além da Vereniging van Effectenbezitters (VEB), uma associação de investidores individuais holandesas, assim como outras organizações similares, além da Shell Reserves Compensation Foundation, uma associação que representa todos os acionistas cobertos pelo acordo proposto.Apesar do pagamento, a Shell se recusou a admitir qualquer culpa no caso das reservas.

Em janeiro de 2004 a companhia realizou uma revisão em suas estimativas de reservas, o bem mais precioso de uma empresa de petróleo, derrubando suas ações em mais de 10% no mercado. A essa revisão, se seguiram mais quatro, ao fim das quais a Shell havia cortado sua estimativa de reservas em um terço.A empresa afirma que o acordo depende ainda da aprovação pela Corte de Apelações de Amsterdã.Para os investidores norte-americanos, a Shell afirma que pretende realizar uma oferta semelhante, pendente de aprovação das cortes de Justiça dos EUA.Pelo acordo proposto aos investidores não norte-americanos, a Shell pretende distribuir US$ 340,1 milhões aos investidores que tinham em carteira ou que compraram ações da companhia fora dos EUA entre 8 de abril de 1999 e 18 de março de 2004. Outros US$ 12,5 milhões serão divididos igualmente entre todos os acionistas que enviem pedidos de compensação válidos, além de US$ 6,25 milhões que serão divididos pela VEB e por outras organizações semelhantes para que possam prestar assistência a investidores individuais na preparação dos pedidos de compensação.Em nota publicada hoje em seu website, no qual informa sobre a proposta, a Shell ainda afirma que vai pedir à Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) que distribua os US$ 120 milhões que pagou em multas em 2004 para os acionistas norte-americanos.O escândalo das reservas da Shell já vem custando caro à empresa há anos. Em 2005, ela pagou US$ 90 milhões a funcionários acionistas que moveram uma ação contra a empresa por conta disso. Em janeiro do ano passado, investidores apresentaram uma ação conjunta contra a companhia na Corte do Distrito de Nova Jersey. Na ocasião a empresa disse que "se defenderia vigorosamente", mas, no segundo semestre, fechou um acordo com esses investidores pelo qual pagou US$ 500 milhões.Ainda assim, o lucro da companhia em 2006 bateu novo recorde, indo a US$ 25,4 bilhões, US$ 100 milhões a mais que no ano anterior.(José Sergio Osse | Valor Online)

Executivos da Varig

No ano passado os executivos da Varig fizeram pagamentos rescisórios antes que a empresa tivesse novo dono ou fosse a falência. Era um exemplo claro de problema de agência. Agora, a justiça determinou a devolução do dinheiro, conforme reportagem do Estado de São Paulo (12/04/2007) e do Globo

Devolução de dinheiro na Varig
O Estado de São Paulo

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que 14 executivos da Varig devolvam à empresa R$ 1.086.478,92 recebidos como adiantamento de verbas rescisórias. A decisão foi dada pelo juiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial, responsável pelo processo de recuperação judicial da companhia. Entre os executivos que terão de devolver dinheiro à Varig está o ex-presidente da empresa, Marcelo Bottini.

O Tribunal informou que em 2006, Bottini recebeu, pontualmente, salários de US$ 5 mil, enquanto outros empregados tiveram limites restritos de R$ 700 a R$ 1.700. A devolução foi pedida pelo Ministério Público do Trabalho, com base em relatório da auditoria contratada pela Varig. "Não se justifica que milhares de funcionários, igualmente essenciais, aguardem a recuperação da empresa ou liberação do pagamento das debêntures, enquanto outros se beneficiam de alguma forma", afirmou o juiz. Segundo o procurador do Trabalho, Rodrigo de Lacerda Carelli, mais de oito mil empregados estão com salários atrasados. O juiz pediu que o Ministério Público Estadual avalie a punição dos responsáveis e beneficiados. Ayoub entende que, em tese, esses executivos cometeram crime previsto na Lei de Falências. "Por mais nobre a intenção da administração à época, é fato que os pagamentos foram autorizados ao arrepio da lei", afirmou o juiz. Na petição, o procurador diz que os 14 diretores e gerentes receberam as verbas rescisórias, mas permaneceram na empresa. Nenhum outro empregado recebeu indenização de 40% sobre o FGTS. MÔNICA CIARELLI


A reportagem do Globo

Dinheiro no caixa da Varig

Executivos têm de devolver mais de R$1 milhão

A Justiça do Rio determinou que 14 executivos da Varig que receberam antecipação de verbas rescisórias antes do leilão da empresa, em junho do ano passado, e continuaram trabalhando na companhia devolvam ao caixa da antiga empresa o valor de R$1.086.478,92 no total. A decisão do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, que acompanha o processo de recuperação judicial da antiga Varig — publicada pelo colunista Ancelmo Gois ontem —, foi dada com base em um pedido do Ministério Público do Trabalho, a partir de relatório de auditoria contratada pela companhia aérea, que apontou as irregularidades. Os executivos podem recorrer.

Segundo Ayoub, os executivos têm cinco dias para apresentar explicações. Para ele, a antecipação de verbas a esses profissionais desrespeita a isonomia em relação aos cerca de nove mil funcionários que ficaram sem salários, e fere a lei de recuperação judicial.

O procurador Rodrigo Carelli, do Ministério Público do Trabalho, que enviou o pedido à Justiça do Rio, afirmou que, entre as irregularidades, está o caso de um gerente que autorizou para si mesmo o pagamento de mais de R$11 mil em salários atrasados, além de décimo terceiro salário. Nem a antiga Varig nem a Nova Varig (comprada recentemente pela Gol) quiseram comentar o assunto. (...) (Erica Ribeiro)

Investidores estrangeiros

Do Wall Street Journal (12/04/07) uma reportagem interessante sobre o papel dos investidores estrangeiros nos mercados emergentes. Cita um caso ocorrido no Brasil.

Estrangeiros ganham influência em mercados emergentes

Por Joanna Slater
The Wall Street Journal

Os investidores estrangeiros estão se tornando acionistas cada vez mais influentes nos mercados emergentes, trazendo não apenas dinheiro mas também expectativas sobre como as empresas devem operar e que tipo de informação devem revelar, diz um novo estudo.

Esses investidores quadruplicaram sua participação numa grande variedade de empresas de mercados emergentes ao longo de um período de cinco anos, mostra o relatório, elaborado pelo Citigroup Inc.

O Citigroup examinou a participação no capital de 1.500 companhias abertas com valor de mercado de mais de US$ 300 milhões em 31 mercados emergentes. Constatou que em 2006 os estrangeiros tinham uma mediana de 20% das ações disponíveis ao público geral dessas empresas, ante 5% em 2001.

Junto com capital, os estrangeiros estão exportando certas expectativas em relação a transparência, divulgação de informação e direitos dos acionistas para os mercados emergentes.

Um pequeno número está adotando táticas mais firmes, familiares às empresas americanas e européias: fazendo exigências públicas para que a diretoria pague dividendos maiores, procure fazer aquisições ou abandone planos para mudar a estrutura societária.

Mesmo quando não controlam a empresa, os estrangeiros estão descobrindo meios de exercer influência em questões relativas à governança corporativa.

Um exemplo: no ano passado, a Tele Norte Leste Participações SA, a Telemar, tentou converter todas as suas ações numa única classe de papéis com direito a voto, para atender às exigências de registro do Novo Mercado — a seção da Bolsa de Valores de São Paulo para companhias que se comprometam a seguir padrões de governança corporativa mais rígidos. Mas a fórmula que propôs para a conversão das ações diluiria a participação geral de investidores com ações preferenciais, sem direito a voto.

Em junho, a Brandes Investment Partners LP, uma administradora de recursos americana que tinha 8,75% das preferenciais da Telemar por meio de ADRs (recibos de ações negociados nos EUA), queixou-se do plano para a Securities and Exchange Commission, a comissão de valores mobiliários americana, dizendo que a proposta não era justa para todos os acionistas. Em dezembro, a proposta foi rejeitada em votação dos acionistas. A Brandes não quis comentar.

O relatório do Citigroup sugere que mais conflitos desse tipo surgirão. Ele identificou 60 investidores "ativistas" e viu que, no fim do ano passado, eles tinham participações em quase 500 empresas de mercados emergentes; em 11 casos, suas fatias eram de mais de 5%.

11 abril 2007

Rir é o melhor remédio 71

Bovespa em 15 anos


O gráfico mostra a Bovespa nos últimos quinze anos, em número de empresas listadas e a capitalização.

Fonte: Adaptado da World Federation of Exchange

Fundos de pensão

Do Valor Econômico (11/04/2007), uma discussão sobre o papel da regulamentação nos fundos de pensão ("Regulamentação e riscos para fundos de pensão"). Um ponto interessante:


Outro ponto importante que convém mencionar é que regulamentações de países como EUA, Reino Unido e Irlanda não impõem grandes restrições para as aplicações de recursos dos fundos de pensão. Por outro lado, países como Alemanha, Suíça e Dinamarca impõem inúmeras restrições. Há um descontentamento dos gestores dos fundos de pensão sujeitos a maiores restrições regulamentares. Quando comparamos os ambientes regulamentares para fundos de pensão de diferentes países desenvolvidos verificamos que, nos países com maior liberdade para a alocação de recursos, os retornos reais obtidos em moeda local superaram no longo prazo em até duas vezes aqueles obtidos em países onde há mais restrições regulamentares. Deve-se ressaltar que o ambiente regulamentar imposto aos fundos de pensão alemães e dinamarqueses é menos restritivo que o imposto aos fundos de pensão brasileiros.

Mais espaço para OPA

Segundo a opinião de Márcio Veríssimo, na Gazeta de 11/04/2007, ainda existe espaço para mais lançamentos de ações:

Longe de Saturado

(...) O mercado deve se tornar ainda mais pujante com as perspectivas positivas de redução de taxas de juros e de obtenção do grau de investimento pelo Brasil, tornando ainda mais atraente a opção pela renda variável, em detrimento da renda fixa. (...)


Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4

Salário de Ministro

Depois da notícia sobre os salários dos ministros, a reportagem a seguir, da Folha de S. Paulo (11/04/2007), torna-se interessante:

Cingapura paga US$ 1,3 mi a ministros
DO "NEW YORK TIMES"

Quanto um ministro do governo de Cingapura precisa ganhar para se sentir feliz? O governo diz que um milhão de dólares não basta, e anunciou um aumento de 60% nos salários dos ministros, o que elevaria seu pagamento médio ao equivalente a US$ 1,3 milhão, no ano que vem.

O salário do primeiro-ministro Lee Hsien Loong subirá para cerca de US$ 2 milhões. Os funcionários do governo defenderam os aumentos, dizendo que é preciso pagar bem para atrair bons profissionais -e combater a corrupção.

"Se não o fizermos, o sistema de governo se desmantelará lentamente até o colapso", disse o ministro da Defesa Teo Chee Hean. "A corrupção tomará conta de tudo, e nós nos tornaremos como muitos outros países."

O sistema salarial de Cingapura foi criado em 1994 por Lee Kuan Yew, o primeiro-ministro que promoveu a independência da nação. Ele vincula os salários dos ministros e funcionários do primeiro escalão aos salários que eles poderiam ganhar em cargos semelhantes no setor privado.

Sob a fórmula que ele estipulou, os ministros receberiam salário equivalente a dois terços da média dos oito profissionais mais bem pagos em seis das áreas econômicas mais importantes: contabilidade, advocacia, finanças, engenharia, multinacionais e indústria local.

Não houve sinal público de insatisfação entre os ministros, mas, no mês passado, o premiê foi informado de que eles estavam ganhando apenas 55% da referência, e isso justificou o aumento.


Os salários que alguns ministros recebem são compatíveis com o seu currículo? O mercado pagaria mais para um típico ministro brasileiro?

10 abril 2007

Celular, avião e Contabilidade

Quais as razões para não usar celular no avião? Telefones celulares interferem nos aparelhos eletrônicos, correto?

Não, segundo artigo da ComputerWorld.

O risco de interferência é algo testável, mas até o momento isso não ocorreu. Segundo o autor do artigo, Mike Elgan, nem o governo nem as companhias aéreas querem isso.

Para as empresas aéreas, permitir o uso de celular pode incentivar comportamentos indesejáveis dos passageiros. Uma notícia de atraso de vôo por conta de um temporal, como ocorreu comigo recentemente, pode ser verificada com uma ligação telefônica para um amigo que mora perto do aeroporto. (Neste caso, aparentemente, era mentira do comandante). Ou seja, as empresas preferem que os usuários fiquem na ignorância durante o vôo. (Isto também pode ser aplicado a contabilidade. Em certas situações, mais notícias não é desejável.)

Uma outra razão para resistência das empresas aéreas seria a necessidade de redesenhar o sistema de comunicação durante o vôo. Isto pode ser caro. Banir é mais barato.

Uma terceira razão para as empresas aéreas não serem simpatizantes do uso do celular é que no futuro as empresas pretendem implantar seus sistemas de comunicação. Banir é mais lucrativo, afirma Elgan.

Para o governo a discussão também é interessante, pois mostra que quando o governo percebe a possibilidade de ter custo com alguma regulação, é mais barato simplesmente adotar uma atitude extrema, geralmente proibir.

Um argumento decisivo do artigo:

Se 1% dos passageiros esquecem acidentalmente de desligar seus aparelhos, isso significa, só nos Estados Unidos, 20 mil aparelhos ligados por dia. Apesar disso, nenhum acidente registrado foi atribuído ao telefone celular.

Cem pessoas mais influentes da história

Quem são as cem pessoas mais influentes na história? Uma pesquisa realizada no Japão respondeu a essa pergunta. Os dez primeiros nomes da lista:

1. Sakamoto Ryoma
2. Napoleão I
3. Oda Nobunaga
4. Saigo Takamori
5. Miyamoto no Yoshitsune
6. Joana D´Arc
7. Hideyoshi Toyotomi
8. Albert Einstein
9. Yutaka Ozaki
10. Akechi Mitsuhide

Se você não conhece metade dessa lista é sinal de que você precisa estudar história.

A lista completa está aqui

Fazendeiro

Um fazendeiro tinha um filho adolescente que estava em dúvida quanto a sua profissão. O fazendeiro decidiu fazer um experimento. Ele colocou quatro objetos na mesa de estudos do seu filho:

Uma bíblia
Uma nota de dez reais
Uma lata de cerveja
Uma revista Playboy

“Eu esperarei meu filho chegar”, pensava o fazendeiro. “Se ele escolher a Bíblia, será um padre ou um pastor. Se pegar a nota de dez reais, será um homem de negócios, e ficarei feliz com a escolha. Se escolher a lata de cerveja será um desocupado. Que decepção. Se pegar a revista, será um mulherengo.”

Para não ter dúvidas, o fazendeiro ficou escondido esperando a entrada do filho no quarto. Quando o garoto chegou, deixou os livros na cama e viu com curiosidade os objetos em cima da mesa. Pegou a Bíblia e colocou debaixo do braço. Tomou a nota e rapidamente colocou no seu bolso, tomando o cuidado de ver se tinha alguém observando. Abriu a lata de cerveja e tomou um grande gole, enquanto abria na página central da revista.

“Meu Deus”, exclamou o fazendeiro no seu esconderijo. “Meu filho será um político.”

Fama e French

Em janeiro cai numa pegadinha sobre French (clique aqui) ). No dia 31 de março (mas não 1º. de abril), uma das minhas leituras prediletas na Internet, o Blog Mahalanobis, publicou a mesma notícia.

10 razões para você não ser Rico

1. Você se importa com o que os seus vizinhos pensam
2. Você não é paciente
3. Você tem maus hábitos
4. Você não tem objetivos
5. Você não está preparado
6. Você tenta atingir rápido o topo
7. Você deixa os outros tomar conta do seu dinheiro
8. Você investe em coisas que você não entende
9. Você é medroso financeiramente
10. Você ignora suas finanças

Fonte: Lifehack

Putin x Price

A agencia EFE informa que a empresa Gazprom manterá a PwC como sua empresa de auditoria. Isso apesar dos problemas que a Price está enfrentando com o Fisco russo.

A Gazprom é uma das maiores empresas de petróleo do mundo e resolveu apoiar a PricewaterhouseCoopers (PwC) apesar das ameaças que esta auditoria está sofrendo de não ter mais licença para trabalhar na Rússia. A licença vence em maio.

O motivo da briga é a acusação do Fisco de que a Price estaria ajudando na evasão de impostos da Yukos, também uma empresa de petróleo. A Yukos é considerada a grande inimiga de Putin, e por isso foi liquidada pelo governo.

A ameaça a PwC teve o revide da Casa Brance, que também ameaçou obstruir todas as ofertas públicas de ação de empresas russas na bolsa de Nova Iorque.

Chile e correção monetária

Postei no final de março (clique aqui) uma discussão sobre a correção monetária no Chile. Uma outra reportagem publicadas ontem (09/04/2007) no El Mercurio tratam do mesmo tema.

Corrección monetaria ya no será necesaria

Con la aplicación en Chile a partir de 2009 de las normas contables IFRS (Normas Internacionales de Información Financiera), deja de tener sentido la norma tributaria vigente que obliga a las empresas a realizar corrección monetaria. (...)

Muchos de los procesos se van a duplicar. Por ejemplo, hoy en día en un banco los intereses de la cartera de colocaciones se reconocen contable y tributariamente en el resultado como utilidad, en función de la tasa que está pactada en el contrato de crédito o en el pagaré. Con la IFRS, la tasa efectiva será la del contrato menos los gastos necesarios para colocar el crédito. Ello significa que habrá un proceso de devengamiento de intereses de los bancos que demandará bastante trabajo por los procesos que hay detrás.

Hoy en día, para determinar su base imponible respecto de la cual pagan un impuesto de 17% por las utilidades obtenidas, al extraer la información desde la contabilidad, las empresas le hacen alguna depuración y llegan a determinar el resultado tributario o renta líquida imponible.

Ese proceso de conversión entre el resultado contable y tributario es lo que se va a ver dificultado con los cambios al IFRS porque, advierte Muñoz, los cambios son de tanta profundidad que para hacer esta transformación, en algunos procesos las empresas tendrían que llevar más de una contabilidad. Un ejemplo de ello es la valorización del activo fijo, donde las empresas actualizan su valor por la variación de la inflación interna y los deprecian con una cuota de depreciación que llevan a gasto.

Contable y tributariamente eso es exactamente igual, señala el experto. "Con IFRS el sistema de corrección monetaria sólo se aplica en países hiperinflacionarios y, por tanto, contablemente en Chile ya no se debería aplicar más", agrega.

Y propone eliminar la corrección monetaria de la ley tributaria para simplificar en algo la duplicidad de procesos, de modo que, al menos respecto del activo fijo, las empresas no tengan diferencias entre los activos contables IFRS y los tributarios.


A inveja é saber que o Chile já tem uma data para adoção da IFRS. Enquanto isso no Brasil ...

09 abril 2007

Sinal de falta de governança

Segundo o Valor Econômico (Teles têm maior "spread", 9/4/2007)

As maiores diferenças de preços entre ordinárias e preferenciais estão hoje nas ações do setor de telefonia, já que é nele que se espera a troca de controle de várias companhias, como Brasil Telecom, Telemar, TIM e Vivo. As ONs de telefonia valem, em média, duas vezes as PNs. "Quanto maiores as chances de troca de controle, mais importante é o 'tag along'", diz Gustavo Harckbart, analista da Fides Asset Management. É exatamente por isso que aplicadores optam pelo porto-seguro das ON em teles.

Para um gestor de fundos, com o modelo de privatização, as teles puderam ser controladas com um percentual pequeno do capital total e tendo poucas preferenciais. "Isso potencializa muito o desalinhamento de interesses", observa.

Dados da Economática mostram que, em junho de 2003, as ONs da Brasil Telecom Participações valiam 17,9% menos que as PNs. Já em março deste ano, valiam 124,3% mais. No caso das ordinárias da Telemar Participações, em dezembro de 2002, seus preços eram 26% menores que os das preferenciais e, no mês passado, estavam 114,2% acima.

Aplicar em preferenciais, no entanto, não é certeza de que você nunca receberá parte do que foi pago ao controlador no caso de compra da companhia. Seguindo as melhores práticas de governança corporativa, muitas empresas hoje já oferecem "tag along" às PN, às vezes até de 100%.

Uma Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mais ativa, como a de agora, tende a reduzir cada vez mais os abusos por parte das companhias, acredita Fábio Anderaos de Araújo, estrategista de renda variável para pessoa física da Itaú Corretora. "A atitude da CVM no caso do 'tag along' na Arcelor Brasil foi um divisor de águas, mostrando que a autarquia pode, na medida do possível, interferir na relação entre controladores e minoritários", diz. Ele acredita que o próprio mercado caminha, gradualmente, para o melhor dos mundos: empresas apenas com ações ordinárias. (DC e CV)

LRF e a manipulação das contas

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi criada com a finalidade de ser um avanço em termos de gestão pública. Entretanto, vários aspectos induziram a manipulação. Uma reportagem do O Globo (9/4/2007, Estados recorrem a ‘faz-de-conta’ para fugir da punição da Lei Fiscal, por Regina Alvarez) mostra a manipulação dos números da contabilidade pública:

O problema é que os antecessores desses governantes usaram truques de contabilidade para maquiar o desempenho real das contas estaduais, e as conseqüências disso só foram aparecer no encerramento de seus mandatos.

No Distrito Federal, as despesas não contabilizadas em 2006, apuradas pela equipe do governador José Roberto Arruda, chegam a R$749 milhões. Foram identificadas, por exemplo, contas de água e luz que simplesmente não entraram no orçamento do governo anterior nem no cálculo dos restos a pagar (despesas de um ano não pagas que passam para o ano seguinte).

Assim, para efeito das exigências da LRF, o estado estava enquadrado na virada do mandato, mas a realidade era outra. O superávit de R$68 milhões se transformou em um déficit de R$45 milhões depois de um pente-fino nas contas. O déficit potencial projetado para este ano chegaria a R$1,6 bilhão, caso o governo não tivesse adotado medidas duras para reduzir suas despesas.

No Rio Grande do Sul, o atual secretário de Fazenda, Aod Cunha de Moraes Jr., encontrou dívidas com fornecedores não contabilizadas no valor de R$1,6 bilhão, enquanto no caixa único do estado havia apenas R$1,6 milhão. O governo anterior não contabilizava como despesas com pessoal gastos com pensionistas, pagamentos decorrentes de decisões judiciais e compromissos de exercícios anteriores. Assim, o estado está dentro dos limites da LRF — compromete 41% de sua receita com pessoal, para um limite de 60% — quando o gasto real chega a 73%.

— O que explica a confusão sobre as contas estaduais é que os indicadores tradicionais não captam a maquiagem da contabilidade oficial, principalmente nos chamados restos a pagar. Os indicadores tradicionais não conseguem separar o que é conta do que é “faz de conta”. A contabilidade criativa está sabotando a responsabilidade fiscal — afirma o economista José Roberto Afonso.

Em Alagoas, a secretária de Fazenda, Maria Fernanda Villela, encontrou dívidas no valor de R$388 milhões e apenas R$5,3 milhões em caixa. Os limites com gastos de pessoal estouraram logo que o novo governo assumiu, com os aumentos concedidos no ano anterior e não incluídos nas contas.

— O estado aparentemente estava enquadrado na LRF, mas o exame das contas mostrou os disfarces — relata o subsecretário de Fazenda de Alagoas, Mauricio Toledo.

Conselho de Administração

Segundo a Gazeta de 9/4/2007:

Net tem o maior Conselho de Administração - Lúcia Rebouças

(...) O projeto da editora Análise Editorial de fazer o primeiro anuário de governança corporativa no Brasil já virou realidade e foi além do objetivo inicial, transformando-se num verdadeiro raio-x das 294 companhias abertas negociadas na Bovespa.

(...) O maior conselho de administração operando no Brasil é da o NET com seus 24 membros. Em seguida vem o conselho da Embraer, com 22.

Os conselheiros mais requisitados são personalidades conhecidas por sua atuação em cargos de ponta tanto no governo quanto na iniciativa privada: Alcides Tápias, Antonio Kandir, Carlos Medeiros Silva Neto, Francisco Roberto André Gros e Oscar de Paula Bernardes Neto. Todos eles com acento no conselho de pelo menos quatro empresas.

08 abril 2007

Infraero

A Folha de S. Paulo de 08/04/2007 traz reportagem sobre a Infraero. Em Prejuízo em 2006 foi de R$ 135 mi o jornal faz uma análise global da empresa:

A Infraero é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa responsável pela administração de 67 aeroportos no país. Em 2006, girou R$ 2,2 bilhões, mas fechou seu balanço com prejuízo de R$ 135,5 milhões.


Imaginei que "girou" correspondia a receita. Numa outra reportagem informa que esse dado corresponde ao faturamento, que é diferente do conceito de receita. Continua a reportagem:

O resultado negativo não impediu que a estatal, por exemplo, destinasse R$ 5,9 milhões ao patrocínio de 80 projetos esportivos e culturais e concedesse aumentos salariais e promoções. A Infraero também desenvolve 62 projetos sociais, com 21 mil pessoas beneficiadas.


Nesse trecho a uma clara intenção de dizer que empresa com prejuízo não pode destinar recursos para patrocínio e projetos sociais. Isso não é verdade.

Em Lista de processos contra a empresa dificulta ação do TCU , de Iuri Dantas, o jornal informa que o TCU não consegue julgar as contas da Infraero desde 1998. O jornal informa que:

Por conta da grande quantidade de apurações em curso, o tribunal não julga as contas da Infraero desde 1998.

Curiosamente, entretanto, os processos administrativos têm força para impedir o trabalho do TCU, mas não indícios suficientes para interromper obras, suspender editais ou ocasionar o rompimento de contratos.

A assessoria de imprensa do TCU atribuiu a demora no julgamento das contas às auditorias em andamento.


Aqui fica claro que o problema é do TCU. O jornal cita que as últimas contas aprovadas dos Correios são de 1999, mas da Casa da Moeda são de 2004. O jornal escutou o representante do Ministério Público no TCU que defende a não interrupção das obras quando constata problemas.

Em Infraero é alvo de mais de 100 apurações de irregularidades , também de Iuri Dantas, o jornal informa que a Infraero

responde hoje a mais de uma centena de apurações sobre supostas irregularidades.

Segundo pesquisa realizada pela Folha, são 35 procedimentos administrativos do Ministério Público Federal, 95 processos no Tribunal de Contas da União, quatro investigações da Controladoria Geral da União e três apurações de suas auditorias internas que apontam graves irregularidades em contratos comerciais.


Continua a reportagem:

Com faturamento de R$ 2,2 bilhões no ano passado, a Infraero também chegou a ter metade de sua diretoria sob suspeita de práticas condenáveis, antes do afastamento em dezembro de Adenauher Figueira Nunes, que ocupava a diretoria financeira até então.


Aqui o trecho dá a entender que hoje a diretoria já não está sob suspeita, uma vez que o diretor financeiro foi afastado.

07 abril 2007

Folha de Pagamento é ativo?

Os contratos de exclusividade das folhas de pagamento é um ativo? Analisando os conceitos de ativo, em particular do Iasb, a resposta seria um Sim, pois satisfaz aos três critérios. Inclusive o controle.

Mas qual ativo seria melhor? Parece que a Nossa Caixa considerou como Despesas Antecipadas. O melhor seria um ativo permanente, amortizado pelo tempo decorrido do contrato.

Delib. 488/2005).

Enfim, o que os senhores acham?

China

Algumas pessoas espantam com o crescimento da China e outros fazem até projeção sobre o fato da China ser a nova potência mundial. O gráfico abaixo é da The Economist (31/03/2007, p.4, Special Report sobre a China) e mostra a participação da China na economia mundial. Na realidade, o crescimento é uma recuperação da sua posição na economia que a China tinha no final do século XIX. Em 1820 mais de 30% da economia mundial era proveniente da China.

Etanol

A The Economist faz um comentário sobre a afirmação de Castro sobre o Etanol ("sinistra idéia de converter comida em combustível"). Para a revista, como combustível, a idéia é interessante, mas a produção nos Estados Unidos é ruim.

O Etanol é uma iniciativa que tem um amplo apóio nos Estados Unidos: fazendeiros gostam por representar uma nova fonte de subsídio, falcões gostam por oferecer uma possibilidade de depender menos do oriente, a indústria automotiva gosta por reduzir a pressão sobre o aquecimento global.

Já o etanol da cana é considerado pela revista como bom, pois produz mais energia e o principal produtor, o Brasil, possui terras disponíveis sem precisar reduzir a produção de comida ou ameaçar as florestas. Será verdade isso que a revista afirmou?

Redução da corrupção

O jornal La Vanguardia (07/04/2007, En los últimos días dos nuevos casos de corrupción han ocupado los titulares de...) tenta entender as razões para os inúmeros escandâlos de corrupção (clique aqui para ler). Duas citações interessantes. A primeira, sobre o Brasil,

El PT brasileño, la esperanza de los pobres del país, ha visto su ascendencia gravemente dañada por la corrupción de importante dirigentes, diputados y líderes municipales financiando al partido y sólo ha sobrevivido merced al carisma y honestidad de Lula.


A segunda, quando explica a razão pela qual a Finlandia é considerado o país menos corrupto do mundo:

Finlandia y sus vecinos se caracterizan por ser sociedades culturalmente homogéneas, con fuertes lazos de identidad interna, con bajo índice de desigualdad social y un amplio sistema de protección social. Con lo esencial de la vida asegurado y con un sistema impositivo que hace estéril superar ciertos niveles de ingresos, con un fuerte control de la contabilidad individual y empresarial, los incentivos para la corrupción son escasos y socialmente rechazados.

Faça o que eu digo

Notícia da Folha de 07/04/2007 afirma que o Banco Mundial, que divulga a necessidade de padrões de governança no mundo, está investigando o salário da namorada de Wolfowitz. A funcionária Shaha Riza está atualmente trabalhando no Departamento de Estado dos EUA, mas sendo paga pelo Banco Mundial, com remuneração de 193 mil dólares, livres de impostos.

A história começou dois anos atrás, quando Wolfowitz, então número dois do Pentágono, foi escolhido presidente do Banco Mundial. Veio a público que ele namorava a Shaha Riza, então relações públicas do Bird.

Pelas regras da instituição, namorados não podem supervisionar uns aos outros e por isso ela teria sido orientada a mudar. Riza foi transferida ao Departamento de Estado -foi promovida e recebeu aumentos agora questionados pela associação de funcionários do banco.

Manipulação de imagens

Sabemos que existem manipulações de imagens, que usualmente associamos ao Photoshop. Uma revista Playboy a foto de uma modelo foi tão manipulada que a moça apareceu sem o seu umbigo (é verdade!).

Nós que estamos acostumados a ouvir falar em fraude contábil, com manipulação dos números do balanço de uma empresa, sabemos que isso é possível de acontecer graças a criatividade humana.

Da mesma forma que na contabilidade, existem técnicas para detectar fraudes em fotografia. Uma foto que circulou colocando numa mesma imagem John Kerry e Jane Fonda era falsa e foi identificada graças as essas técnicas.

A foto a seguir compara o número de pontos brancos em cada pupila. O primeiro e terceiro possuem somente um único ponto; o segundo e quarto personagem possuem dois pontos. A foto foi retocada!

Clique aqui para ler mais

Blogs

O link indica um interessante relatório sobre blogs. O número de blogs tem crescido, mas o relatório indica que os blogs spam é problema.



As postagens geralmente estão associadas a algum evento especial. O último, apontado pelo gráfico abaixo, foi as "fotos" de uma participante do American Idol



São 1,4 blogs novos a cada segundo sendo de 3 a 7 mil blogs spam a cada dia. São postados 1,5 milhão por dia ou 17 por segundos. A língua principal é a japonesa (37%) e somente 2% dos blogs estão em português.

P.S. Nesta história de Spam o pequeno criminoso está bem acompanhado. Em Dezembro a Sony criou um blog com dois adolescentes que conversavam sobre o PlayStation no Natal (All I want for Xmas is a PSP). O blog tinha vídeos e a fraude foi descoberta. O porta-voz da empresa afirmou que o objetivo era apelar para o humor das pessoas. Clique aqui para ler sobre esse caso

Powerpoint é ruim para apresentação

Cientistas australianos descobriram que o uso do Powerpoint não é bom para apresentação de idéias. Segundo os cientistas, o processo de informação torna-se mais difícil quando existe a forma escrita e falada ao mesmo tempo.

"O uso da apresentação do PowerPoint pode ser um desastre" diz um dos pesquisadores.

A pesquisa é mais controversa ao indicar que os professores deveriam concentrar nas respostas e não nas perguntas.

Clique aqui para link e aqui também

06 abril 2007

Obras mais importantes

Postei em março minha lista das obras mais relevantes de contabilidade. A lista do prof. Jorge Niyama é a seguinte:

1.Contabilidade Introdutória da USP, pela revolução no ensino da contabilidade no Brasil.;
2. Contabilidade Geral, do Hilário Franco, pelo que representou ao longo de mais de quatro décadas de ensino na área.
3. Teoria da Contabilidade do prof.Sergio de Iudicibus desnecessário dizer porque.
4. MANUAL de contabilidade das SociedadesK por Ações, por representar o divisor de águas entre o ensino e a prática da contabilidade.
5. Contabilidade Superior, do saudoso prof. Frederico Hermann Jr.
6. Contabilidade de Custos, Eliseu Martins, principal obra da área;

Já o prof. Lustosa listou as seguintes:

1) Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações - Fipecafi - Atlas.
2) Introdução à Contabilidade - Equipe de Professores da USP, Atlas. Pelo pioneirismo, difusão e contribuição ao estudo da contabilidade no Brasil.
3) Contabilidade de Custos - Eliseu Martins, Atlas.
4) Contabilidade Gerencial - Garrison e Noreen, LTC, Rio de Janeiro, 2001.
5) Livro do prof. Giacomani, na área de Contabilidade Pública.
6) Teoria da Contabilidade - prof. Iudícibus, Atlas,

Para recordar, minha lista é a seguinte:

=> Tese do Natan Szuster - A tese do professor Natan mostrou que é possível fazer pesquisa exaustiva e com rigor no Brasil.
=> Livro do prof. Eliseu Martins sobre Correção Monetária - O livro deveria ser uma exposição do teorema de Modigliani e Miller sob a denominação de alavancagem financeira. Porém, a exposição sobre o significado da correção monetária é marcante e mereceu citação na enciclopédia de história da Contabilidade de Chatfield
=> Livro do Hendriksen e Van Breda - Apesar da obra não ser adotada mais nas grandes escolas de contabilidade (e nem ser possível comprá-la na Amazon), o livro de Teoria é um marco pois ensinou os professores de contabilidade do Brasil
=> Tese do professor Iudícibus - Talvez o primeiro trabalho efetivamente científico da contabilidade brasileira
=> Manual de Contabilidade da Fipecafi - pela influencia que até hoje exerce na contabilidade brasileira.
=> Contabilidade Introdutória - apesar de ter críticas a essa obra, é inegável sua influencia sobre o ensino de contabilidade.

Pode-se perceber que minha lista é um pouco diferente dos meus colegas...

05 abril 2007

Guidance

Guidance, a pratica de divulgar projeções, é objeto de duas reportagens nos jornais de hoje (5/7/2007). Uma na Gazeta e outra no Valor Econômico. Na Gazeta Mercantil:

Guidance cai no gosto das empresas
Gazeta Mercantil

Pesquisa do Ibri aponta que 3/4 das companhias da Bovespa divulga projeções ao mercado. O hábito de divulgar a analistas de mercado as projeções de resultados, o chamado guidance, já é praticado por três quartos das grandes companhias abertas brasileiras. Pelo menos é o que aponta uma enquete do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri). A consulta mostrou que 76% de 40 empresas listadas na Bovespa, todas com valor de mercado superior a R$ 1 bilhão, dão ao mercado algum tipo de orientação sobre expectativas de resultados. A enquete divulgada ontem, em seminário na Bovespa, mostra também que a preferência das companhias que adotaram a prática é dar informações anuais, com 58% do total, ante 42% que o fazem em bases trimestrais.Embora em ascensão, a prática ainda é alvo de controvérsia no Brasil.

Especialmente porque não há uma tendência clara sobre a conveniência e as vantagens desse hábito para as próprias empresas e seus investidores no mercado americano, onde o guidance surgiu. Um levantamento divulgado pela consultoria McKinsey no mesmo evento apontou que 222 empresas dos EUA deixaram de apresentar guidance desde 2003, incluindo gigantes como Coca-Cola, McDonalds e Intel. Em contrapartida, 31% delas voltaram atrás. No geral, as empresas percebem que os benefícios do guidance são maiores do que os riscos", diz William Jones, da McKinsey.

E entre os riscos mencionados na pesquisa do Ibri por empresas brasileiras avessas a divulgar projeções como motivos para não fazê-lo, os principais são a volatilidade do cenário econômico e receio de questionamentos quando não atingir os números apontados. Para Arleu Anhalt, diretor da consultoria Firb, no geral as empresas que dão guidance registram volatilidade menor em bolsa e suas ações ficam mais próximas do preço-justo. "Mas se vier num momento em que a companhia estiver mal posicionada, o guidance pode prejudicar mais que ajudar", diz.

Foi mais ou menos isso o que aconteceu com a Votorantim Celulose e Papel (VCP), que começou a divulgar projeções trimestrais de resultado desde março de 2006. No final do ano, ao apresentar perspectivas para o quarto trimestre bem menores do que as divulgadas anteriormente, as ações da companhia desabaram. Ainda assim, o diretor de relações com investidores da companhia, Alfredo Villares, considera a prática positiva. "Se não divulgássemos o guidance, o resultado teria sido pior", diz.

Outra defensora da prática, a elétrica mineira Cemig, também sofreu um revés recente, quando apresentou resultado trimestral em que a receita ficou R$ 230 milhões abaixo do que previu antes, o que levou a queda de quase 10% das ações. "Descobrimos que tínhamos errado nas nossas projeções", admite Agostinho Cardoso, superintendente de relações com investidores da Cemig. Em vez de desistir da prática, a companhia decidiu melhorá-la. "Criamos um comitê específico para divulgação financeira e decidimos mudar nosso processo de elaboração dos relatórios de projeções", diz Cardoso.

Mas há companhias que tomaram outros rumos, como também indica a enquete do Ibri, segundo a qual 18% das empresas que divulgam guidance pensam em desistir da prática. Um desses casos é a Guararapes, dona da rede Riachuelo, que abandonou o guidance no início de 2007.


No Valor:

Projeção de resultados cresce no mercado

A divulgação de projeções de resultados pelas empresas, o chamado "guidance", ganha espaço nas companhias brasileiras em meio à melhora da governança corporativa das companhias. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), apresentado ontem durante o seminário "Guidance e Criação de Valor", promovido pela entidade, de um universo de 40 empresas consultadas no fim do ano passado, a maioria (76%) dá algum tipo de projeção para o mercado periodicamente.

A informação mais comum é o volume de vendas, em 76% das empresas, seguida do valor do investimento previsto (50%) e dos custos e despesas (40%). A informação menos abordada nas projeções é o lucro (16%), justamente o item mais divulgado nos Estados Unidos. A maioria (66%) usa intervalos de valor e não números fechados para as projeções e faz as estimativas anualmente (58%). Dos 24% de empresas que dizem não divulgar "guidance", quase a metade, 42%, afirma estar estudando adotar essa política.

A divulgação de projeções é polêmica e encontra opositores ilustres, como o megainvestidor Warren Buffet. No exterior, o "guidance" passou a ser mais utilizado a partir de 1995, quando a Securities and Exchange Comission (SEC) regulamentou a divulgação, reduzindo o risco de processos contra os administradores caso as projeções não se realizassem, lembrou o ex-presidente da CVM e sócio do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados, Luiz Leonardo Cantidiano. Mesmo assim, companhias importantes, como Coca Cola, Dell, AT&T, Google, Ford, Citigroup e Motorola decidiram não divulgar mais projeções ao mercado. Outras, que divulgavam "guidance" trimestral, passaram a fazer apenas projeções anuais, alegando que isso evitava que os executivos e investidores pensassem apenas no curto prazo e relaxassem as estratégias de longo prazo.

No Brasil, o "guidance" é muito mais difícil de ser feito, avalia Willian Jones, diretor da McKinsey. "Pelo cenário econômico mais incerto e crises freqüentes.". Mesmo assim, ele destaca os benefícios, como aumentar o número de analistas que acompanham as empresas e reduzir as diferenças entre as projeções de preços das ações e aumentar o contato com analistas e investidores. "Hoje os preços das ações brasileiras seguem mais fatores gerais do mercado do que fatores individuais e um aumento do número de analistas acompanhando os papéis poderia reduzir essa correlação entre a ação e o Ibovespa". Ele lembra que, nos Estados Unidos, 66% das empresas que compõem o índice S&P 500 fornecem "guidance". "E esse número vem crescendo desde 1994".


Ambas as reportagens usam a pesquisa do Ibri, com enfoques diferentes. O percentual de adoção do guidance deve ser considerado com cuidado uma vez que existe uma restrição da amostra da pesquisa - só as grandes empresas abertas participaram. As razões da baixa utilização podem incluir o conservadorismo, a falta de experiência histórica do nosso mercado (temos só doze anos de mercado com baixa inflação) e o fato de que o guidance não é um assunto passível de certeza no exterior.

Dados da Bolsa

Os dados da bolsa de valores informam que:


=> As 104 empresas que participam dos níveis de governança corporativa da Bovespa possuem mais da metade dos negócios e do valor de mercado;

=> O número dessas empresas aumentou em virtude da participação das empresas que abriram recentemente o capital

=> Os investidores estrangeiros são influentes: 34,52% do volume de negócios. Nas novas ofertas sua participação chega a 77%

=> Em março os estrangeiros compraram R$ 26,95 bilhões e venderam R$ 26,03 bilhões de ações

Fonte: Bovespa e Lucia Rebouças, Níveis de governança dominam giro financeiro, Gazeta Mercantil, 5/4/2007

Consulta pública

Nota do Valor Econômico (05/4/2007):


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) segue no esforço de avançar na reforma das regras contábeis do País. A autarquia colocou em audiência pública uma deliberação para unificar os processos de consulta pública sobre pronunciamentos contábeis, duplamente realizados pelo Instituto Brasileiro de Contabilidade (Ibracon) e pela própria CVM. A idéia é que os pronunciamentos técnicos contábeis sejam feitos após uma única consulta conjunta, realizada pela autarquia e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). As sugestões serão recebidas até 4 de maio.

04 abril 2007

CVM x Price

Da Folha News

CVM aceita proposta de acordo com Price para encerrar litígio

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou hoje que aceitou a proposta de acordo feita pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers para encerrar processo administrativo em que a multinacional americana era acusada de embaraçar o trabalho de fiscalização da autarquia.

A "Price" entrou em litígio com a CVM por não ter entregue cópias de documentos solicitadas pela autarquia nos últimos anos. O pivô do caso surgiu a partir da auditoria feita pela empresa na Telemig Celular e Amazônia Celular,

No termo de compromisso proposto pela "Price", a empresa reconhece a obrigação de entregar cópias da documentação solicitada pela CVM em suas ações de fiscalização, além de pagar R$ 50 mil à autarquia.

Por outro lado, a empresa não admite a procedência das acusações feitas pela CVM em processos judiciais e ressalva seu entendimento de que seus papéis de trabalho "não podem ser utilizados para acusação das entidades auditadas".

Em seu comunicado ao mercado, a CVM afirma que o colegiado acolheu a proposta da auditoria

O Colegiado da CVM acolheu a proposta da Price, "por entender que com ela se encerra um longo contencioso com uma das mais importantes e reputadas empresas de auditoria do país, com o pleno reconhecimento da autoridade" da autarquia.


Aparentemente a CVM perdeu. Já o jornal Valor dá a seguinte versão:

De acordo com nota divulgada pela CVM, no termo de compromisso proposto, a Price, embora sem admitir a procedência das acusações que foram feitas, reconhece estar obrigada a entregar cópias de papéis de trabalho solicitadas pela autarquia fiscalizadora do mercado, "enquanto vigorar a redação do artigo 9º, I, da Lei 6.385/76, com a redação dada pelo Decreto 3.995/01", diz o texto. Também faz parte do acordo o pagamento de R$ 50 mil pela Price e a renúncia às ações judiciais que a auditoria tinha iniciado sobre o tema, "ressalvando seu entendimento de que os papéis de trabalho não podem ser utilizados para a acusação das entidades auditadas", informa a nota.

(...) A discussão entre a Price e a CVM sobre a questão dos papéis de trabalho é antiga. O entendimento da auditoria era o de que o Decreto 3.995 - que dá nova redação à Lei 6.385, que trata da criação da CVM e de suas atribuições - seria inconstitucional.

A disputa esquentou em outubro de 2005, quando a Price decidiu ir à Justiça pelo direito de não entregar as cópias. Segundo a auditoria alegou na época, os auditores mostraram todos os papéis aos fiscalizadores da CVM, mas não queriam entregar as cópias por entenderem que não havia respaldo legal para isso, o que poderia significar uma quebra do dever de fidúcia do auditor, já que os papéis de trabalho são considerados documentos sigilosos.

A CVM estava investigando a Telemig Celular e Amazônia Celular, assim como outras companhias abertas que foram atingidas por denúncias de despesas que seriam irregulares em operações com as empresas publicitárias SMP&B e DNA em 2004 e 2005. Inicialmente a Price obteve liminar na Justiça para não entregar as cópias, mas a CVM acabou conseguindo cassá-la e após decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) a auditoria acabou entregando os documentos.


Quem venceu, afinal?

Empresa familiar e governança

Segundo reportagem da Gazeta Mercantil de 04/04/2007 a governança corporativa ainda é um mito nas empresas familiares. Inclusive grandes empresas.


De um total de 200 companhias, apenas 5% revelam contratar executivo independente. Não há mais quem duvide da importância da governança corporativa para reduzir o custo de captação de recursos, aumentar seu valor de mercado e a lucratividade das companhias. Adotar práticas de governança, porém, não tem sido tão simples quanto aceitar a teoria. É o que mostra pesquisa inédita elaborada pela Prosperare, empresa de capital 100% nacional, que presta consultoria à empresas de controle familiar, tanto limitadas quanto de capital aberto.

A pesquisa ouviu 200 companhias de controle familiar - entre elas figuras jurídicas conhecidas como Bardella, Grupo Gerdau, Grupo Guararapes, João Fortes Engenharia, Mendes Júnior, Karsten, Marisol e Fertilizantes Heringer (em processo de abertura de capital) - e revelou uma dificuldade na adoção de práticas fundamentais da governança: a contratação de profissionais de mercado para os principais cargos executivos e de membros independentes para seu conselho de administração.

De acordo com o estudo - que foi elaborado em parceria com o instituto de pesquisa Data UFF, ligado à Universidade Federal Fluminense -, apenas 5% das companhias do universo pesquisado possuem um CEO (principal executivo) que não seja membro da família controladora e só 18% contam com conselheiros externos independentes.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

As maiores empresas de auditoria da Espanha

Segundo Actualidad Económica (com número de empregados e faturamento em 2006 em milhões de euros)

AUREN - 615 e 40,1
BDO AUDIBERIA - 675 e 53
CONFEAUDITORES - 545 e 45,1
DELOITTE - 3.284 e 290,5
ERNST & YOUNG - 1.894 e 198
KPMG AUDITORÍA - 2.038 e 213
MAZARS (GRUPO) - 281 e 26
PRICEWATERHOUSECOOPERS AUDITORÍA - 1250 e 128,7
RSM AUDIHISPANA - 595 e 41,7

Pode-se perceber o predomínio das grandes empresas estrangeiras, como ocorre no Brasil.

Links

1. Um Mapa do Cerébro humano

2. Pintando Mona Lisa com o Paint - Vídeo.

03 abril 2007

História




Há quinze anos foi criado o Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília. As fotos retratam os alunos lutando por mais professores.

Rir é o melhor remédio - 70

Como levar em conta as estrelas?

Quando entramos no sítio da Amazon nos encontramos uma avaliação de um livro feita pelos próprios consumidores da empresa. Geralmente são dadas "estrelas" para cada obra. O mesmo ocorre com as indicações de um filme (veja, por exemplo, o sítio Yahoo Cinema), restaurantes, atrações turísticas etc.

O problema é que um livro pode ter três indicações, com média de cinco estrelas, e outro pode ter uma indicação com média de cinco estrelas. Qual deveria ser mais valorizado? O sítio Statistical Modeling, Causal Inference, and Social Science oferece uma forma simples de analisar essa situação. Nesses casos, geralmente o livro com mais indicações deve ser mais relevante.

Assumindo uma distribuição normal, com uma determinada variância pre-determinada, é possível listar tais indicações. E teremos então surpresas. Um livro com 9 análises e com uma média de 4 estrelas e meia é melhor que um livro com uma única indicação de cinco estrelas.

Plágio

Diante da possibilidade de ocorrência de plágio, os estudantes de certos estados norte-americanos precisam submeter seus trabalhos no sítio Turnitin.com antes de receber o certificado de graduado. Somente com o retorno de "Originalidade" para o trabalho final produzido é que o diploma é emitido.

Fonte: Arstechnica

Preço: 19,99 ou 20?

Os varejistas preferem 19,99. Pesquisas mostraram que as pessoas processam a informação da esquerda para a direita. Ou seja, o "1" de 19,99 é mais apelativo que o "2" do 20.

Fonte: The Weird Science of Pricing. Wilson Rothman, Money, 1/4/2007

02 abril 2007

Parábola sobre o Sistema Tributário

Toda dia dez homens se encontram para beber cerveja e colocar a conversa em dia. A conta da noitada é de R$100. Eles pagam essa conta da seguinte forma:

Os primeiros quatro homens, os mais pobres, não pagam nada
O quinto homem paga $1
O sexto homem paga $3
O sétimo homem paga $7
O oitavo homem para $12
O nono homem paga $18
O décimo homem, o mais rico, paga $59.

Toda dia fazem a mesma coisa e todos estão felizes. Um dia o dono do bar diz:

- Como vocês são bons clientes eu irei reduzir o preço da cerveja para $80. Agora a conta de vocês é de R$80.

O grupo reúne-se para discutir como será dividida a conta a partir de agora. Os quatro primeiros não serão afetados. Mas e os outros seis? Como será dividido a economia de $20 de forma justa? Inicialmente decidiram dividir $20 igualmente, chegando a $3,33 para cada. Mas se for assim, o quinto e o sexto homem receberá para beber. O barman sugeriu então que se reduzisse o percentual de economia de cada um. A conta ficaria assim:

O quinto homem não pagaria nada (economia de 100%)
O sexto homem agora paga $2 no lugar de $3 (economia de 33%)
O sétimo homem agora paga $5 em lugar de $7 (economia de 28%)
O oitavo homem para $9 no lugar de $12 (economia de 25%)
O nono homem paga $14 no lugar de $18 (economia de 22%)
O décimo homem, o mais rico, agora paga $49 em vez de $59 (economia de 16%)

Todos estão numa situação melhor do que antes. E os quatro primeiros continuam bebendo de graça. O sexto homem não estava contente:

“Reduziu $1 da minha conta, enquanto o décimo homem deixa de pagar $10!”

“Isso é verdade”, concorda o sétimo homem.

“Espere um pouco”, falam os quatro primeiros. “Nós não ganhamos nada. O sistema explora o mais fraco!”

O oitavo e nono homens concordam e, com raiva, batem no explorador, o décimo homem. Na noite seguinte o décimo homem não aparece para beber. quando chega a conta, eles descobrem algo importante: não tem dinheiro para pagar nem metade da conta.


Fonte: Clique aqui

Mansão e Desempenho

Em Where are the Shareholders' Mansions? CEOs' Home Purchases, Stock Sales, and Subsequent Company Performance dois pesquisadores, Crocker Liu, da Arizona State University, e David Yermack, da New York University - Stern School of Business, procuram estabelecer uma relação entre os retornos das ações da empresa e a casa do CEO. Eles descobriram que, ao comparar as residências dos executivos e o índice da SP500, os executivos que compraram casas, o desempenho futuro da empresa é inversamente proporcional. Veblen explica?

Municípios Eficientes

O Estado de S. Paulo divulga hoje (2/4/2007) um estudo da FGV sobre 95 municípios considerados eficientes na arrecadação tributária. O resultado, considerado alarmante, ajuda a explicar a nossa carga tributária.

"do total analisado, apenas 95 cidades (2,82%) foram classificadas como eficientes. (...) A classificação foi conseguida a partir da análise de dados relacionados ao grau de informatização da cidade, nível de urbanização, densidade residencial, número de pessoas pobres, renda per capita e transferências do governo federal, entre outros fatores, explicam os professores Paulo Arvate e Enlinson Mattos, autores do estudo.

(...) De acordo com os números, os professores puderam concluir que, quanto maior a renda per capita, menor tende a ser a informalidade, mas a eficiência de arrecadação também é menor."

Rir é o melhor remédio - 69

Avaliação

1. CVM, Ipiranga e Varig

2. A questão da Telebrás

01 abril 2007

Quanto ganha um ministro?

O presidente chamou seus ministros de heróis, por receber R$8,3 mil por mês. Mas boa parte deles possuem rendimentos suplementares, segundo reportagem do Estado de S. Paulo de 1/4/2007, Salário de heróis', só no discurso)

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff mais que dobra seus ganhos ao participar dos conselhos da Petrobrás e da BR Distribuidora. Ao salário de R$ 8.362,80 se somam R$ 4.362,67 do jetom do conselho da Petrobrás, um dos mais cobiçados da Esplanada dos Ministérios, e mais R$ 4.354,22 do jetom do conselho da BR Distribuidora. O total chega a R$ 17.079,69.

Além de participar do conselho da Petrobrás, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, integra um colegiado invejado: o da Itaipu Binacional, que não tem as limitações das estatais e paga jetom de R$ 12.179. Tudo somado, ele recebe R$ 24.905,47.

31 março 2007

Correção Monetária no Chile

Olha o que encontrei no Diario Financeiro do Chile (31/03/2007), na seção Tribuna Livre:

Propongo derogar el Artículo 41. No es una idea antojadiza. Sólo se trata de reconocer que este sistema de ajuste es anacrónico y no está a la altura de los tiempos ni de la realidad chilena actual.

Creado en los años 70, cuando la inflación superaba el 100% anual, la idea era reflejar el efecto de la inflación en la posición de activos monetarios. Pero hoy este principio no se cumple. Por ejemplo, los activos en dólares se corrigen por la variación de esa moneda, pero el patrimonio equivalente a ese activo se debe corregir por la variación del IPC.

Como consecuencia, cuando el dólar sube más que el IPC, al aplicar la corrección monetaria muchas empresas tienen que pagar millonarias sumas en impuesto a la renta. En contrapartida, cuando el efecto es inverso, se ahorran el impuesto.¿Tiene sentido una norma que genere estos efectos, cuando la verdadera composición patrimonial de las empresas, tanto en pesos como en dólares, no ha sufrido cambios? ¿Cómo es posible que empresas que realizan exactamente las mismas operaciones, si llevan contabilidad en pesos, deban pagar impuestos y si la llevan en dólares no? Lo anacrónico de este sistema legal quedará en mayor evidencia a partir del año 2009, cuando las empresas chilenas apliquen IFRS. En los países en que no hay hiperinflación, la corrección monetaria no existe. ¿Por qué entonces continuar en Chile con esta práctica? Si se mantiene el sistema de corrección monetaria para efectos tributarios, a partir de 2009 las empresas deberán soportar importantes costos en el manejo de la información. En este escenario, una empresa podría necesitar controlar cuatro versiones diferentes del activo fijo: el primero bajo normas IFRS, el segundo bajo normas US GAAP; el tercero aplicando corrección monetaria y depreciación normal y, el cuarto, con corrección monetaria y depreciación acelerada. ¿No será demasiado? No es difícil imaginar los costos operativos, administrativos e informáticos involucrados Si a esto sumamos la intención del gobierno de colaborar con las pymes y de promover la inversión local, creo que nuestros legisladores harían un gran bien al mundo empresarial chileno con una medida tan simple como derogar el artículo 41°.

Banco Nacional

Reportagem do Estado de 31/03/2007 informa que o TRF condenou o auditor do Banco Nacional por fraude. Essa é uma decisão pioneira:

Marco Aurélio Diniz, responsável pela auditoria independente que a multinacional KPMG fez no banco, teve a pena de condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal (TRF).

Segundo a procuradora regional da República Silvana Batini, responsável pela denúncia feita em 1997, esta foi a primeira condenação do tipo em casos de fraude empresarial. O juiz Marco André Bizzo Moliari acatou a tese dos procuradores e incluiu o auditor entre os culpados, "por deixar de adotar procedimentos básicos de auditoria mediante os quais poderia ter evitado a fraude ou, pelo menos, reduzido de modo significativo as possibilidades de sua ocorrência".

No processo fica claro que o Banco Nacional quebrou em 1990 sem que os auditores tivessem feito nenhum alerta. Desde 1988, o balanço era maquiado com operações de crédito fictícias.

30 março 2007

Rir é o melhor remédio - 68


A personagem do PhD Comics irá apresentar seu trabalho num congresso. Sua primeira experiência desse tipo e tem a necessidade de fazer ensaios num quarto de hotel.

Aquisição = Escândalo

A CVM já está investigando problemas com a aquisição da Varig pela Gol. No Brasil aquisição é sinal de escândalo?

Novo serviço da Google

A Google lançou inicialmente um serviço em que qualquer pessoa poderia ver fotos de satélite de qualquer lugar da terra. A empresa completou o serviço com Mapas de certos locais. Agora, para agradar ainda mais ao seu público, a empresa trouxe a possibilidade de qualquer pessoa escolher uma origem e um destino para traçar o caminho da sua atividade física.

O problema é que o sistema informa que você pode ir do Canadá a Moscou (clique aqui) praticando atividade física. O detalhe é que entre essas duas localidades existe o Oceano Atlântico. Para quem quiser tentar...

Novo (velho) tipo de auditoria

Reportagem do jornal Expansión, da Cataluña (La auditoría inventa revisiones a la medida, 29/3/2007) mostra que as empresas de auditoria possuem serviços dirigidos para as empresas pequenas e médias.

José María Bové, presidente de la firma Bové Montero y vicepresidente de la Federación de Expertos Contables Europeos (FEE), apuntó, el pasado martes, en una jornada sobre la armonización contable internacional en el ámbito de la pequeña y mediana empresa, organizada por el Instituto de Censores Jurados de Cuentas de España y Ceoe, la posibilidad de elaborar "auditorías simplificadas para las empresas no cotizadas". (...)

Ante esta situación, "existe la posibilidad de poner en práctica una auditoría que no sea la revisión completa, sino una revisión especial o parcial", apuntó Bové. Mientras, "la reducción del papel del auditor en las empresas podría incrementar el fraude y las irregularidades", añadió. Sin embargo, "la introducción de una nueva forma de auditoría crearía confusión y sería malinterpretada, lo que supondría un paso atrás en la información financiera española", afirmó el vicepresidente de la FEE. Una auditoría simplificada no modificaría sustancialmente la información de la que hacen uso los inversores.

(...)
n Auditoría completa: Revisión de las cuentas consolidadas de una compañía, en la que el auditor emite una opinión sobre los datos confiados por la empresa.

n Auditoría parcial: Modelo propuesto por la Federación de Expertos Contables Europeos, que consiste en una revisión simplificada de las cuentas de las pymes.

n Auditoría conjunta: Cuando dos firmas de auditoría revisan las cuentas de una compañía conjuntamente y se reparten los honorarios en función del trabajo realizado.

Dell está com problemas contábeis

Notícia da imprensa informa que o fabricante de computadores e periféricos Dell está com problemas na sua contabilidade. A empresa diz que encontrou erros contábeis, evidencias de práticas erradas e deficiências nos controles internos. A empresa deveria entregar suas demonstrações até o dia 3 de abril. Desde agosto de 2006 a empresa já tinha afirmado que estava investigando sua contabilidade.

29 março 2007

Efeito no Turismo

A reação norte-americana ao 11 de setembro foi reduzir a concessão de vistos para estrangeiros, mesmos os turistas. Uma estimativa realizada recentemente (clique aqui) mostrou que os Estados Unidos devem ter perdido 17% de visitantes. Os habitantes de outros países que mais visitam os Estados Unidos são os seguintes:

1. Canadá
2. México
3. Grã-Bretanha
4. Japão
5. Alemanha
6. França
7. Coréia do Sul
8. Austrália
9. Itália
10. Brasil

Risco de fraude não alterou com a Sox

Da Gazeta de 29/3/2007:

Risco de fraude após Sarbanes é o mesmo, diz pesquisa da KPMG

O risco de fraudes corporativas sérias nos EUA não diminuiu com o advento da Sarbanes-Oxley (Sox), lei societária criada em 2002 após escândalos corporativos que levaram à quebra de gigantes como Enron e WorldCom. Pelo menos é o que indicam os resultados de uma pesquisa da KPMG com funcionários de grandes corporações norte-americanas. Embora não diga respeito somente a irregularidades financeiras, o levantamento permite uma avaliação preliminar sobre a eficácia do aumento dos controles internos das companhias.

O objetivo do estudo foi tentar descobrir se os profissionais perceberam redução das condutas impróprias dos principais executivos das empresas nas quais trabalham, após a Sox. Foram consultadas mais de 4 mil pessoas, todas de companhias com mais de 300 funcionários. Uma das principais revelações é que três em cada quatro entrevistados foram testemunhas de alguma conduta imprópria de seus superiores nos últimos 12 meses. Metade deles disseram que as irregularidades graves que, se descobertas, poderiam causar uma perda significativa da confiança do público, caso fosse descoberta. Esses resultados praticamente não diferem de uma pesquisa similar, feita no ano 2000. "Os resultados impressionam porque nos últimos anos aumentou bastante o debate sobre conduta ética", diz Werner Scharrer, sócio da área de prevenção e investigação de fraudes da KPMG.

Outro dado inquietante: praticamente um terço dos funcionários indicou falta de confiança de que seriam tomadas as medidas adequadas ou de que suas preocupações seriam tratadas confidencialmente, caso resolvessem relatar a irregularidade. Os entrevistados contaram ainda não terem percebido mudanças significativas nos fatores tidos como os maiores motivadores de condutas impróprias, entre elas a pressão para atingir metas independente dos meios utilizados.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Aluísio Alves)

Efeito da Tempestade sobre o Mercado de Capitais

A pesquisa é antiga (2003), mas ainda desperta o interesse. Dois pesquisadores, Anna Krivelyova e Cesare Robotti, do Boston College e do FED de Atlanta, associaram o desempenho do mercado financeiro a tempestade geomagnética (clique aqui para ler mais sobre esse assunto em inglês)

Segundo o artigo Playing the Field: Geomagnetic Storms and the Stock Market existe um longa bibliografia documentando o impacto da tempestade geomagnética na vida das pessoas, em especial ao comportamento humano. Essa influencia sobre o comportamento acaba afetando os julgamentos e decisões das pessoas conm respeito ao risco.

Eles encontraram uma forte evidência empírica do efeito da tempestade sobre o mercado, sendo que os maiores retornos ocorrem durante os períodos de baixa atividade geomagnética.

28 março 2007

Rir é o melhor remédio - 67

Daimler atrasa balanços

Notícia da imprensa internacional informa que a DaimlerChrysler está com 19 dias de atraso na apresentação dos resultados. A justificativa é a adaptação às Normas Internacionales de Contabilidade

Os outros bancos

País lidera sustentabilidade bancária

Os bancos brasileiros viraram referência no exterior. São hoje os mais avançados no mundo do ponto de vista de sustentabilidade. Quem diz é o IFC, o braço financeiro do Banco Mundial, que divulgou ontem um relatório global mostrando exemplos de instituições financeiras que se preocupam com meio ambiente, o social e governança corporativa. A conclusão é a de que quem têm esses critérios agregou valor aos seus negócios.

Intitulado "Sustentabilidade Bancária", o documento de 90 páginas relata a experiência de 14 instituições financeiras de 12 países, a maioria bancos comerciais.

(...) O Brasil também é o único país emergente a ter quatro bancos nacionais - Itaú, Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil - na lista de 46 instituições financeiras que adotam os Princípios do Equador.


Valor Econômico, 28/3/2007

Banco Nacional

Da Agência O Globo (28/3/2007):

Caso Nacional: TRF confirma 6 condenações

Doze ex-executivos foram julgados pela fraude descoberta em 1995 no banco. Justiça aliviou penas e multas

Cássia Almeida

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região (Rio e Espírito Santo) confirmou a condenação — em um julgamento que durou dois dias — de seis dos 12 envolvidos na fraude que levou à quebra do Banco Nacional, por gestão fraudulenta, formação de quadrilha e maquiagem de balanço. Pela denúncia, 652 créditos fantasmas no banco causaram um prejuízo à sociedade de US$15 bilhões, com a contabilização de lucros falsos, a distribuição de dividendos e a captação de capital com subscrição de ações numa empresa praticamente falida.

Descoberta em 1995, a fraude que inflou o balanço do banco da família Magalhães Pinto foi um dos maiores escândalos financeiros do país.

A Primeira Turma Especializada do TRF, presidida pelo desembargador Sérgio Feltrin, manteve a condenação, determinada em 2002, do ex-superintendente do Nacional Arnoldo de Oliveira, do ex-vice-presidente de Controladoria Clarimundo Sant’Anna, do ex-vice-presidente de Auditoria Nagib Antonio e dos ex-diretores Antonio Feijó Nicolau e Omar Bruno Correia, por unanimidade; e de Marco Aurélio Diniz Maciel, ex-sócio da KPMG, responsável pela auditoria nos balanços, por dois votos a um. Os desembargadores absolveram outros cinco ex-executivos do banco, e um teve a pena prescrita.

No voto, Feltrin baixou todas as penas de prisão, que giravam de dez a 27 anos, e as multas, afirmando que houve “excessivo rigor no juiz de primeira instância”. A turma rejeitou todos os pedidos de nulidade da sentença, afirmando que, em alguns casos, o objetivo era atrasar o processo e conseguir a absolvição.

Feltrin lembrou que Arnoldo, acusado de ser um dos mentores da fraude, já foi afastado de atividades de administração financeira por 20 anos e da administração de empresas de capital aberto por 15 anos. Fernando Fragoso, advogado de Arnoldo, vai recorrer. Responsável pela contabilidade, Clarimundo já confessara sua participação no esquema, isentando Marcos Catão Magalhães Pinto, então presidente do banco.

O processo foi desmembrado, e Marcos Magalhães, condenado inicialmente a 28 anos de prisão, ainda não teve seu julgamento marcado. Também estão à espera os irmãos Eduardo e Fernando Magalhães Pinto, condenados a cerca de três anos. João Mestiere, advogado de Clarimundo, pretende recorrer. Segundo ele, réu confesso tem privilégios legais que foram desconsiderados. De acordo com o advogado de Nagib, Nélio Machado, ele usará todas as instâncias de recurso, agora só possíveis no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 1995, enquanto o Nacional enfrentava boatos e saques, os controladores corriam atrás de interessados em comprar o banco. Diante do colapso, o governo preparou às pressas, em novembro daquele ano, o Proer, o socorro aos bancos em dificuldades. Dias depois, num sábado, foi decretada a intervenção no Nacional. A parte boa foi vendida ao Unibanco, e o resto entrou em liquidação extrajudicial.

Amadorismo

Da Gazeta Mercantil de 28/3/2007 (Mudança contábil permite a divulgação de dois balanços, Lucia Rebouças)

"O Brasil continua emitindo normas contábeis de forma amadora", a afirmação é do professor Eliseu Martins (...) que defende a aprovação imediata do projeto de lei 3741/2000, para aumentar a transparência nas divulgações dos resultados das empresas ao mercado. (...)

Fontes do setor afirmam que os motivos para o projeto estar rodando no Congresso há quase sete anos nada tem a ver com a contabilidade. O problema é que ele feriu interesses ao permitir a simplificação na divulgação dos balanços e ao determinar a publicação de resultados também para grandes empresas de capital fechado.

27 março 2007

Rir é o melhor remédio 66

Quem vazou

Gerente da BR Distribuidora faturou com vazamento no caso Ipiranga

Um dos supostos beneficiados por lucros obtidos em bolsa de valores com uso de informação privilegiada da venda do Grupo Ipiranga para o consórcio Petrobrás/Ultra/Braskem é funcionário de carreira da estatal e ocupava o cargo de gerente executivo na BR Distribuidora. (...) Rumores na estatal e de fontes do setor apontam, porém, que o funcionário teria ganho em torno de R$ 900 mil com o investimento, feito nos dias 13 e 14 de março. Os papéis teriam sido vendidos logo após a confirmação da compra, no dia 19. (...) O funcionário da Petrobrás é apenas um dentre os 26 investidores - pessoas físicas e jurídicas - investigados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no caso.

Em uma semana, as ações ordinárias da Refinaria Ipiranga, por exemplo, giraram R$ 23,990 milhões, mais do que o dobro do registrado nos três meses imediatamente anteriores, de 2 de janeiro a 9 de março: R$ 11,605 milhões. Um fundo já identificado nas investigações, com sede em Delaware, nos Estados Unidos, movimentou R$ 3,3 milhões.

CRONOLOGIA

12/3
Começa o movimento atípico com ações do Grupo
Ipiranga negociadas na Bovespa

16/3
As ações da distribuidora sobem 33,33% e a semana termina com um volume inexplicável de investimentos em ações do grupo

18/3
A CVM informa que vai investigar

19/3
Petrobrás, Ultra e Braskem oficializam o anúncio da compra do Grupo Ipiranga por US$ 4 bilhões. As ações continuam em alta

22/3
CVM e Ministério Público bloqueiam R$ 4 milhões de
contas de um fundo sediado nos EUA e de uma pessoa física, suspeitos de terem se beneficiado com informações privilegiadas

23/3
Mais duas contas são bloqueadas na Justiça

26/3
Um gerente da Petrobrás está sob suspeita de ter lucrado mais de R$ 900 mil com uso de informação privilegiada

Clique aqui para ler o artigo completo

Reescrevendo a história

Três pesquisadores, Alexander Ljungqvist (New York University), Christopher Malloy (London Business School) e Felicia Marston (University of Virginia) fizeram uma comparação na base I/B/E/S em dois períodos de tempos distintos (2002 e 2004) e descobriram algo que pode influenciar várias pesquisas acadêmicas da área de finanças, contabilidade e economia.

Usando o período de 1993 a 2002 os pesquisadores compararam as informações que estavam disponíveis em 2002 e em 2004. Esperava-se que a base de dados não tivesse mudado com o tempo. Não foi o que ocorreu.

A base I/B/E/S é muito utilizada por pesquisadores por ter as recomendações dos analistas de mercado: compra, manter ou vender. Por esse motivo tem sido considerado um "termometro do sentimento do mercado" num determinado perído de tempo.

A comparação mostrou mais de 54 mil mudanças (num total de 280 mil observações), incluindo alterações de recomendação (onde estava comprar mudou para vender, e vice-versa), adição de arquivos, remoção de recomendação ou do nome do analista. A mudança não foi aleatória, e teve mais impacto nas grandes empresas de corretagem. Em outras palavras, alguns analistas estavam "reescrevendo a história", exatamente o título da pesquisa.

O artigo é interessante para alertar aos pesquisadores sobre os problemas de se usar, sem uma análise crítica, uma base de dados.

Para ler o artigo, clique aqui

Games

Postei anteriormente uma informação sobre a venda de games em fevereiro, onde mostrava a vitória da Nintendo Wii. O gráfico apresenta uma melhor visão do que está ocorrendo; os números são de médio prazo. Talvez ainda seja cedo para fazer prognósticos.



Fonte: Seeking Alpha

Prazo é mais importante que juros

Reportagem da Folha de São Paulo (27/03/2007, Para consumidor, prazo importa mais do que juros, de Fátima Fernandes) informa que o prazo é a variável mais relevante numa compra a prazo, segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

"Não é à toa que o consumidor sempre pergunta para o lojista em quantas vezes ele pode pagar o produto, não qual é a taxa de juros. Ele quer saber se a prestação cabe no orçamento do mês", diz Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.

(...) Em dezembro do ano passado, o prazo médio de financiamento de bens no país era de 18 meses, e o máximo, de 36 meses, segundo levantamento da Anefac. Em 2005, o prazo médio era de 16 meses, e, o máximo, de 36 meses. Em 2004, esses prazos eram de 12 meses e 24 meses, respectivamente.