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07 janeiro 2007

Guerra e Paz


Artigo de Daniel Kahneman e J Renshon sobre guerra e paz:

Psicologistas sociais e cognitivos tem identificado um número de erros previsiveis (psicologistas chamam de viéses) na maneira como os humanos julgam situações e avaliam riscos. Viéses tem sido documentando tanto em laboratório quanto no mundo real, principalmente em situações que não tem conexão com a política internacional. Por exemplo, pessoas tendem a exagerar suas forças: cerca de 80% de nós acredita que nossa habilidade dirigindo é melhor que a média. Em situações de conflito potencial, o mesmo viés otimista faz os políticos e generais receptivos a conselhor que oferecem uma favorável estimativa de desempenho na guerra. Tal predisposição, quase sempre dirigida por líderes dos dois lados do conflito, é provável de produzir um disastre. E isso não é um exemplo isolado.

De fato, quando nós construímos uma lista de viés cobertos por 40 anos de pesquisa psicológica, nós encontramos que todos os viéses na nossa lista são a favor dos falcões. (...) Esses viéses tem o efeito de fazer a guerra mais provável de começar e mais difícil de terminar.


Aqui um argumento contrário

Terceirização

Em apenas três setores, gasto de R$ 3,3 bilhões

Somente no ano passado, Legislativo, Executivo e Judiciário gastaram R$ 3,346 bilhões com serviços terceirizados de vigilância, conservação e limpeza e informática. O levantamento foi feito pela ONG Contas Abertas com base nos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) da União. Embora o governo venha substituindo funcionários terceirizados por concursados, as despesas com segurança e limpeza subiram nos últimos anos.

No caso dos gastos com vigilância, o custo foi de R$ 580,854 milhões em 2002 para R$ 734,686 milhões em 2006 - crescimento real de 26,48%. Para a limpeza, o aumento foi de 20,49%, passando de R$ 593,278 milhões em 2002 para R$ 714,857 milhões no ano passado. Já os gastos com informática tiveram queda acentuada em 2003, mas retornaram aos mesmos patamares de 2002 no ano passado: R$ 1,897 bilhão.

Esses valores não incluem compra de material de consumo, como de limpeza, nem aquisição e locação de softwares e material de processamento de dados. A ONG usou as chamadas despesas liquidadas (dado mais recente disponível), já em processo de pagamento, que, nesse caso, assemelham-se muito às efetivamente pagas. Os números também não incluem os gastos das empresas estatais com serviços terceirizados.

Esses dados mostram que a terceirização representa custo alto nas contas públicas. Para se ter uma idéia, em 2006 todo o gasto orçamentário do Ministério do Turismo foi de pouco mais de R$ 1 bilhão. No caso do Esporte, as despesas foram de R$ 541 milhões.


Fonte: Estado de S. Paulo, 07/01/2007

Terceirização


O Estado de S. Paulo traz uma reportagem hoje sobre o custo da terceirização para o governo.

Governo gasta com terceirizado até o dobro do que paga a servidor

Renata Veríssimo e Sônia Filgueiras

O Executivo gasta demais com serviços de empresas terceirizadas. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, ao qual o Estado teve acesso mostra que em alguns casos um funcionário terceirizado chega a custar duas vezes mais que um servidor público. Ao examinar um contrato de serviços de informática firmado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2001, no valor de R$ 54,5 milhões, os peritos do INC apontam que o salário considerado era de R$ 1,3 mil, enquanto um servidor de carreira tem remuneração de R$ 635,98.

(...)O mesmo laudo do INC conclui que os valores contratados superavam em R$ 14,4 milhões a média dos preços cobrados no mercado pelo mesmo tipo de serviço. Auditoria da Controladoria da União em um contrato de emergência de prestação de serviços firmado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em 2004 também apontou possível prática de preços superiores aos do mercado e de contratos semelhantes na própria administração pública. Os auditores estimaram em R$ 2,7 milhões o prejuízo potencial em 6 meses.

Outra inspeção da CGU nas contas de 2004 do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) identificou que os salários informados à Previdência pela empresa contratada seriam 'muito inferiores' aos repassados pelo DNIT no contrato de terceirização.

Desempregado com R$2 bilhões


Uma história incrível contada essa semana pela Isto é:

Francisco Nunes Pereira, 44 anos, mora em cima de uma garagem na periferia de Tatuí, no interior de São Paulo. Franzino e reservado, é conhecido como Mineirinho. Casado e pai de dois filhos, pouco circula pelas ruas da cidade. Quando sai de casa, está sempre atrás do volante de um modesto Gol vermelho com mais de sete anos de uso, carrega uma pequena pasta preta e surradas roupas sociais. Normalmente, é visto levando a filha caçula para a escola. Emprego, ele não tem. Foi um pequeno empresário, mas na cidade o que informam é que ele faliu há cerca de dez anos. Muitos de seus ex-funcionários estão até hoje sem receber os direitos trabalhistas. Aparentemente, trata-se de um cidadão como milhares de brasileiros. Na verdade, porém, a história de Mineirinho esconde um mistério que vem desafiando as autoridades financeiras e tributárias do País. À Receita Federal, ele declara ser dono de R$ 2.358.845.398,72, em dinheiro vivo. Isso mesmo: mais de dois bilhões de reais, ou US$ 1,1 bilhão. No ranking das maiores fortunas brasileiras, o homem desempregado de Tatuí estaria em 16º lugar, ombro a ombro com Constantino Júnior, dono da Gol Linhas Aéreas.

(...) Os responsáveis pela investigação sobre a suposta fortuna de Mineirinho trabalham com algumas hipóteses. Uma delas aponta para a possibilidade de Mineirinho estar apenas emprestando o nome para o verdadeiro dono do dinheiro, que provavelmente teria origem em caixa 2. Em outra, os investigadores seguem a suspeita de que os R$ 2 bilhões possam ser produto de sobras bancárias. Centavos remanescentes de contas extintas, somados, teriam virado a fortuna e, por alguma tramóia financeira, ido parar na conta corrente dele. Os papéis com a descrição detalhada das contas de Mineirinho chegaram à PF e ao Ministério Público Federal no final do ano passado. Na declaração de renda de 2005, ele informou ser o dono de duas aplicações em CDB no Banco do Brasil. Uma delas de R$ 1.378.599.526,85. A outra, de R$ 899.322.699,36.

Na vida real Mineirinho é um sujeito muito aquém da realidade virtual demonstrada nos documentos. Ele, na verdade, costuma emitir cheques sem fundos, tem diversos títulos protestados e empurra com a barriga a negociação de diversas dívidas.

Custos adicionais da crise aérea


Crise aérea gera custos extras
Agência Jornal do Brasil - 04/01/2007

Crise aérea gera custos extras
O caos aéreo pode gerar custos extras para as companhias aéreas. Está em elaboração uma portaria que cria um plano de contingenciamento de crises, para evitar problemas como os vistos ao final de 2006. Entre as medidas, está em estudo a criação de frota reserva nas companhias aéreas para atender situações de emergência.
? Sem um sistema backup (reserva), qualquer coisa que ocorrer acarreta uma série de problemas em cascata, no chamado efeito dominó - disse ontem o presidente da Anac, Milton Zuanazzi.
Pelo estudo da agência os aviões , de propriedade das companhias aéreas, ficariam à disposição das próprias empresas para fazer frente a problemas como o da TAM em dezembro, quando seis aviões tiveram de voltar ao solo para manutenção ao mesmo tempo.
Integrar mais aeronaves à frota tem, obviamente, um custo expressivo. O impacto dessa medida está em análise e a direção da agência diz que está atenta e que não quer que o passageiro financie a frota extra. Um dos temas que tem preocupado técnicos nesse assunto é o mercado mundial de aeronaves.
Com a forte expansão do transporte aéreo, principalmente em mercados emergentes como a América Latina e China, a oferta de aviões de médio e grande porte é bastante reduzida. Isso poderia dificultar a iniciativa, ainda que especialistas acreditem que esse reforço de frota seria de uma ou duas aeronaves no caso das maiores empresas, como, por exemplo, a TAM e Gol.
O pacote preparado pela Anac também deve sugerir a criação de estrutura emergencial com controladores de tráfego e canais de comunicação entre a Anac, aéreas e Infraero.
Zuanazzi informou que, paralelamente à edição da portaria, que deve ser editada no fim do mês para vigorar no segundo semestre, a Anac quer criar ferramenta para diagnosticar casos de venda de passagens em número superior à capacidade das aeronaves, o chamado overbooking.
Nada impede que a gente faça isso. Por isso, queremos ter esse instrumento, disse a diretora da agência, Denise Abreu. Ela explica que a ferramenta pode permitir o acompanhamento em tempo real das reservas de todas as aéreas brasileiras.
Apesar de a ferramenta operar em tempo real, a agência não pretende acompanhar o mercado diuturnamente. Denise sinalizou que a leitura dos dados poderá ser feita em períodos críticos que, potencialmente, têm maior chance de overbooking. Ela se recusou a informar se o sistema poderá ser usado no Carnaval.
Denise e Zuanazzi rechaçam a análise de que esse sistema significaria algum tipo de intervenção branca nas empresas. A diretora sustenta que esse trabalho é apenas de monitoramento.
Procurado para comentar a portaria em elaboração na Anac, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) não retornou os pedidos da reportagem.


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Custos do Jogos Pan-Americanos


Já postei no passado sobre esse assunto no passado. Agora, outra reportagem da Folha de S. Paulo informando que o governo colocou mais dinheiro no Pan:

Governo injeta mais R$ 467 mi no Pan
Folha de São Paulo - 6/1/2007

Participação federal em Jogos no Rio cresce para R$ 1,28 bilhão, quase dez vezes a previsão inicial de gastos com evento
Medida provisória assinada ontem por Lula irá destinar R$ 154 milhões a centro de inteligência para combater crime organizado no Estado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com R$ 467 milhões liberados ontem, o volume de recursos do governo federal para organização do Pan-Americano do Rio de Janeiro já chega a R$ 1,284 bilhão. A competição será realizada entre 13 e 29 de julho.
O valor é quase dez vezes maior do que os R$ 135 milhões de gastos orçados inicialmente pela União para o evento.
Desse total, já foram desembolsados R$ 817 milhões.
Dos recursos liberados ontem por meio de medida provisória, que será publicada no "Diário Oficial", R$ 313,5 milhões serão destinados a despesas com montagem de infra-estrutura e logística necessárias para a realização do Pan.
Mais R$ 154 milhões previstos na MP assinada ontem pelo presidente Lula serão destinados à instalação do centro de inteligência compartilhada de combate ao crime organizado e às ações do plano de segurança.
O novo centro, além de atuar no Pan, também servirá para melhorar a segurança no Estado do Rio de Janeiro de forma geral. Policiais da Força Nacional de Segurança vão reforçar o trabalho para prevenir incidentes violentos durante o evento.
Segundo interlocutores do governo, a previsão inicial era de que a União teria uma participação bem mais modesta nas contas do Pan. Governo do Estado do Rio e prefeitura arcariam com a maior parte.
Na prática, não foi o que ocorreu. Fora o R$ 1,284 bilhão assegurados até agora pelo Tesouro, o governo federal desembolsou mais R$ 260 milhões através de verba liberada pela Caixa Econômica Federal. Outras estatais como Petrobras e Correios também investiram na organização dos Jogos.
Apesar da boa vontade do governo, várias obras de arenas esportivas para o Pan estão com seus cronogramas atrasados, o que tem implicado custos adicionais ao poder estatal.
A maior praça esportiva sob responsabilidade do governo federal, o Complexo Esportivo de Deodoro, exemplifica disso.
Em março, o Ministério do Esporte previa gastar R$ 45 milhões com as reformas. No mês passado, a pasta refez as contas e admitiu que os custos seriam de no mínimo R$ 92 milhões.
As obras no Complexo do Maracanã custará aos cofres públicos R$ 252 milhões, quatro vezes o valor que estava previsto inicialmente, em 1999, pelo governo do Estado do Rio.






A revista The Economist explica a razão pela qual a Copa do Mundo é melhor que as Olimpíadas;

Começa o maior espetáculo de marketing, a Copa do Mundo

Custos do Pan

O custo de se fazer as Olimpíadas é elevado.

A estimativa inicial das Olimpíadas de Londres era de 2.3 bilhões de libras

Poder da Petrobrás


Apesar da recente redução no preço do petróleo, a Petrobrás ainda é uma empresa muito poderosa. Alguns números de uma reportagem da Gazeta Mercantil (5/1/2007):


O valor de mercado das ações da Petrobras cresceu 323%, em reais, no primeiro mandato do presidente Lula. O salto foi ainda maior em dólares: 600%. Os papéis da companhia somavam US$ 15 bilhões em 2002 e passaram a valer US$ 108 bilhões (ou R$ 230 bilhões) no último dia útil do ano passado - o equivalente a 15% de todo o valor de mercado das ações negociadas na Bovespa (US$ 721 bilhões ou R$ 1,54 trilhão) no fim de 2006. As reservas petrolíferas da maior empresa da América Latina cresceram 19% nos últimos quatro anos, num ritmo menor que a valorização de mercado e os investimentos em novas áreas de petróleo e gás.

05 janeiro 2007

Rir é o melhor remédio - 30

A diferença entre relações públicas, marketing, telemarketing, propaganda e marca.




















Fonte: http://aventuraspez.blogspot.com/

Ganhava demais...

Executivo é derrubado por salário alto demais
Por Ann Zimmerman, Mary Ellen Lloyd e Joann Lublin
The Wall Street Journal.

A Home Depot Inc. disse que seu presidente Robert Nardelli fez acordo para renunciar depois de seis anos marcados por uma polêmica sobre sua remuneração, seu estilo de administração autocrático e o desempenho capenga da ação. Nardelli, que assumiu a Home Depot em dezembro de 2000 depois de ter sido preterido para a sucessão de Jack Welch na General Electric Co., vai receber um pacote rescisório de US$ 210 milhões e será substituído pelo vice-presidente Frank Blake.

A notícia fez subir a ação da varejista americana de materiais para construção, reforma e decoração. A Home Depot é uma das 30 componentes da Média Industrial Dow Jones. A ação fechou em alta de 2%.

(...) Ano passado, Nardelli virou o garoto-propaganda do inchaço na remuneração corporativa; sua remuneração foi avaliada em mais de US$ 245 milhões em cinco anos, a maior parte em opções. Na véspera da assembléia geral em maio, vários grupos de acionistas questionaram por que o conselho havia mudado o cálculo de um componente de sua remuneração por desempenho — associando-o ao lucro por ação, um indicador em que a empresa estava indo bem, em vez do retorno ao acionista, um indicador em que ela ia mal. Em maio de 2006, por exemplo, a ação estava caindo cerca de 12% desde sua chegada, enquanto a da principal concorrente, a Lowe's, estava em alta de 173%.

Por orientação de Nardelli, nenhum dos membros do conselho participou da assembléia anual, e os acionistas que queriam questionar a diretoria eram silienciados depois de um minuto. O resultado foi um desastre em termos de relações públicas para Nardelli e a varejista.

Preços

Como a Abbott decidiu elevar preços para proteger seu remédio para aids
Por John Carreyrou
The Wall Street Journal

No fim de 2003, a Abbott Laboratories estava preocupada com os novos concorrentes de seu principal remédio para aids, o Kaletra. Então ela usou uma arma incomum que ajudou as vendas mundiais do Kaletra a superar US$ 1 bilhão por ano, embora a tenha exposto a críticas de que estava colocando pacientes em risco.

A arma era um remédio mais velho da Abbott, chamado Norvir. Ele é um componente fundamental de regimes de medicamentos que incluem drogas de empresas rivais. Documentos e emails antes não divulgados e que foram examinados pelo Wall Street Journal mostram como executivos da Abbott discutiram maneiras de diminuir a atratividade do Norvir, com o objetivo de forçar pacientes a abandonar os remédios concorrentes e passar para o Kaletra.

(...) Uma terceira proposta foi a vencedora: quintuplicar o preço do Norvir. Um documento interno alertou que a decisão faria a Abbott parecer uma "empresa farmacêutica grande, má e gananciosa". Mas os executivos esperavam que um aumento do preço do Norvir ajudaria as vendas do Kaletra, e apostaram que a polêmica, se houvesse, cedo ou tarde desapareceria.

(...) O debate na Abbott sobre o Norvir fornece uma rara visão interna dos esforços de uma farmacêutica para maximizar o lucro e rechaçar concorrentes. O setor passou a sofrer críticas nos últimos anos por táticas como o forte marketing de remédios que oferecem pouca vantagem em relação a drogas mais antigas, e por pagarem a fabricantes de genéricos para que atrasassem o lançamento de cópias baratas. O episódio do Norvir mostra uma empresa tirando vantagem de seu monopólio sobre um medicamento para proteger as vendas de outro, mais rentável. (...)

Cigarro e o custo de saúde na China


Para o The Wall Street Journal Asia o hábito chinês de fumar um cigarro pode custar caro, apesar do fato de que a indústria do tabaco ser uma grande empregadora.

O aumento de doenças relacionadas ao hábito de fumar estão entre os maiores custos humanos da China.

As forças anti-tabaco, que cortou muitas iniciativas do marketing de cigarros na Europa e EUA, tem pouca presença.

O mesmo jornal, em outra reportagem, destaca que

no International Cardiovascular Hospital, situado em Beijing, os pacientes podem escolher entre seis níveis de serviços. No menor, por $6.60 a noite, pacientes podem dividir um quarto pequeno com outros. Na maior suíte do hospital, por outro lado, custa $3,160 a noite e pacientes ocupam metade de um andar. Ele oferece televisão por satélite, jardim interno, sala de conferência, duas camas, cadeira de massagem e sala de ginástica privativa.

Isso é igual a um avião, diz Liu Xiaocheng, diretor do hospital. Na frente do avião temos a primeira classe, no meio a classe executiva e no final temos a classe econômica. Mas eles todos tem o mesmo destino. Isso é o mercado!

O hospital de 1.600 leitos do DR. Liu é uma anomalia na China (...)

Jobs é intocável?


Pergunta a Business Week Online (04/01/2007). A história de Jobs na Apple é admirada por todos no Silicon Valley, pelo trabalho que fez em ressurgir a Apple.

Mas o escândalo com as opções não tem atraído simpatias da SEC, órgão que regula o mercado de capitais dos EUA, que está investigando a empresa.

Irá o mundo sacrificar um dos maiores inovadores no altar dos deuses da boa governança?

Sem desastre, ONG trabalha mais

The Wall Street Journal como o ano não teve furacão ou terremoto

"as ONG estão trabalhando mais, tentando obter fundos. Isso por que os desastres, e a cobertura de imprensa que eles geram, são o carro chefe das doações. CARE diz que receitas dos fundos privados cairam 23% (...) Save the Children, um fundo privado caiu 31% (...)"

"Com desastres naturais menores torna difícil para obter fundos quando eles não chamam atenção da grande imprensa", diz o vice presidente da CARE, Deb Neuman

Harmonização é possível?


Artigo de Robert Bruce no Financial Times (04/01/2007) discute o sonho de um sistema contábil uniforme em todo o mundo. Segundo ele, o obstáculo tem sido o mercado norte-americano. Os Estados Unidos foi o primeiro país a ter um conjunto de princípios contábeis e por isso, segundo Bruce, se julgam os melhores. Isso faz com que a Europa e outros cem países usem os padrões internacionais, mas os EUA insistem com seus padrões.

Apesar do esforço de harmonização entre o Fasb e o Iasb, os EUA estão atrasando o processo, na opinião de Bruce. Uma possibilidade seria usar um sistema como o XBRL, que permite aos usuários ter acesso aos demonstrativos financeiros da empresa e reconfigurar a informação da forma com achar melhor.

04 janeiro 2007

Taxa de desconto


A sútil taxa de desconto

Exxon Mobil pagou ...

Notícia do Yahoo News:

A ExxonMobil deu $16 milhões de dólares a 43 grupos ideológicos entre 1998 a 2005 para desacreditar as notícias sobre os perigos do aquecimento global.

Ministério público investiga campanha


Ministério Público investiga empresas por crime eleitoral

Em alguns casos, doação para candidatos paulistas superou o faturamento declarado pela pessoa jurídica

Fausto Macedo e Rodrigo Pereira

O Ministério Público Federal apertou o cerco a um grupo de 100 doadores de campanha e descobriu que o caixa 2 e o financiamento ilegal foram usados em larga escala nas últimas eleições em São Paulo. Com base nos resultados parciais da investigação, acionou a Receita Federal para rastrear balanços contábeis e fiscais de pessoas físicas e jurídicas que violaram regras eleitorais.

Há casos de pessoas físicas que contribuíram com valor superior ao da própria renda bruta auferida em todo o ano anterior. E de pessoas jurídicas que doaram total muito maior que o faturamento bruto declarado. “Suspeitamos que a origem dos recursos possa ser ilícita ou que possa estar havendo prática de caixa 2”, destacou o procurador-regional eleitoral, Mário Luiz Bonsaglia, que comanda a apuração. A maior parte das ocorrências envolve candidatos eleitos. “Esperamos que a Justiça Eleitoral seja rigorosa na punição desses abusos.” (...)

Problemas contábeis na Nortel

Na Nortel, um executivo testa seus limites
3/01/2007
Por Joann S. Lublin
The Wall Street Journal

TORONTO — Mike Zafirovski, o novo diretor-presidente da Nortel Networks Corp., levou um tremendo choque quando se reuniu com seu diretor financeiro no início de março último. Ele foi informado que a Nortel teria de refazer suas demonstrações financeiras pela terceira vez desde 2003.

Nas três noites anteriores à data marcada para dar a notícia a analistas de Wall Street, Zafirovski não conseguiu dormir. A companhia havia dito que tinha arrumado sua bagunça contábil fazia mais de um ano. Agora, "íamos ter de dizer de novo: 'Fizemos uma trapalhada'", lembra ele. Zafirovski estava preocupado com a reação de clientes, com a preservação de linhas de crédito e em defender as ações da Nortel na bolsa. Ele sabia que sua margem de manobra era limitada e sua credibilidade, frágil.

Zafirovski havia chegado à Nortel em novembro de 2005 com planos ambiciosos de ressuscitar a empresa de equipamentos de telecomunicações. Ele trazia fortes credenciais: 25 anos de ascensão na hierarquia da General Electric Co., seguidos de 5 anos na Motorola Inc., onde chegou ao posto número 2. Quando a Motorola contratou um diretor-presidente de outra companhia em 2003, Zafirovski decidiu chefiar outra banda.

Mas a presidência executiva acabou se provando um desafio bem maior do que ele jamais esperava. Sempre aparecem problemas inesperados: novos erros contábeis, processos na Justiça que ameaçam quebrar a empresa, investidores desiludidos, candidatos a emprego titubeantes e empregados descontentes. Zafirovski tem de lidar com tudo isso sem os ricos recursos da GE. A Nortel está às voltas com sistemas internos imperfeitos, uma grande burocracia interna e uma classificação de risco que deixa seus títulos de dívida no grau de investimento especulativo.

Com isso ele acabou trabalhando cem horas por semana, muitas vezes com não mais que quatro horas de sono à noite. Magro e alto, com penetrantes olhos azuis e um jeito de falar curto e grosso, Zafirovski, de 53 anos, é um competidor aguerrido que completou o difícil triatlo Ironman e oito maratonas. Fã de um mantra dos chefes da GE, o "otimismo à força", ele está sempre pra cima. Ainda assim, as incessantes demandas e a exaustiva agenda de seu novo cargo estão tendo um impacto. "Tenho sido exigido além do que julgava ser capaz", observa.



Desde que entrou para a Nortel, Zafirovski tem viajado entre a casa e o trabalho, morando em Toronto durante a semana e voando nas noites de sexta-feira para Lake Forest, no Estado americano de Illinois, para ver sua mulher e o mais novo dos três filhos do casal. E embora tenha ido adiante com uma viagem familiar de férias uma semana depois da correção dos balanços, ele passou metade do tempo ligando para clientes e respondendo a emails.

Perto de completar um ano no cargo, Zafirovski — natural da Macedônia e que mudou com os pais para os Estados Unidos quando tinha 16 anos — viu que a falta de sono estava tendo um impacto. "Eu estava me arrastando no fim do dia", diz ele, reconhecendo que quase cochilou durante algumas reuniões. Ele começou a se obrigar a um mínimo de cinco horas de sono.

Dia 16 de novembro, um ano e um dia depois de começar no emprego, Zafirovski refletiu sobre sua gestão até o momento. "É difícil ter uma idéia de todas essas pressões e expectativas se você nunca passou por elas", reconheceu, num raro distanciamento de seus tradicionais comentários positivos.

Fraudes em restaurantes de Portugal


O Jornal de Notícias de ontem informa a descoberta de contabilidade paralela em restaurantes portugueses. A estimativa era de 400 estabelecimentos que usavam um programa para burlar o fisco português. A seguir trechos da notícia:


Descoberta contabilidade paralela em 400 restaurantes
Jornal de Notícias

A Polícia Judiciária e a Inspecção Tributária detectaram 400 restaurantes que usavam um programa informático de contabilidade paralela, alegadamente criado por duas empresas da Póvoa de Varzim, para omitir a facturação real e assim fugir ao IVA e ao IRC.

Os montantes globais deverão ultrapassar, revelou à Agência Lusa fonte próxima do processo, 50 milhões de euros em vendas não declaradas. Em certos casos foram omitidas vendas superiores a dois milhões de euros. "Alguns dos visados estão já a proceder à liquidação ao fisco das verbas em dívida", esclareceu.

O programa informático, criado pela empresa NortRest e comercializado pela WinRest, permitiria que os restaurantes subtraíssem automaticamente à facturação entre 10 e 70% dos valores. "Os clientes pediam a percentagem de fuga e o programa era, alegadamente, executado à medida", especificou a fonte.

(...)As autoridades vão, agora, determinar se nas listagens de compradores do programa informático estão empresários de outros sectores, nomeadamente de pronto-a-vestir e calçado. (...)


A notícia da Agência Lusa informa que

Segundo a fonte, os restaurantes adquirem programas de contabilidade a várias empresas do ramo, entre as quais a Winrest, da Póvoa de Varzim, e descarregam, em seguida, um programa complementar da Internet, instalando-o para poderem furtar-se, de forma automática, ao pagamento de impostos.

TV finas e a redução do preço


O texto a seguir foi publicado no The Wall Street Journal. É um interessante estudo de caso que mistura marketing, curva de aprendizagem, economia de escala e custo. Para os professores usarem em sala de aula e debaterem esses conceitos.




Fabricantes de TVs finas tentam conter redução do preço
Evan Ramstad, The Wall Street Journal
3 January 2007
The Wall Street Journal Americas

SEUL — Agora que as televisões finas são um grande sucesso de vendas, as fabricantes de eletrônicos de consumo estão se perguntando como rechaçar as forças que podem transformá-las em commodities de baixa margem de lucro.

As vendas mundiais de TVs finas — que têm tela de cristal líquido ou plasma, em vez do tradicional tubo de imagem — dobraram em 2006 para cerca de 50 milhões de unidades, de acordo com estimativas preliminares. Isso representa mais de um quarto do mercado total. Analistas esperam que as vendas superem 70 milhões de unidades este ano. O produto apresenta a combinação mágica de altos volumes e margens de lucro com um preço final ainda alto: um modelo de 26 polegadas custa em média US$ 750 nos Estados Unidos, três vezes o preço de uma TV convencional de tubo do mesmo tamanho.

Mas a popularidade provocou uma guerra de preços. O preço das TVs finas caiu quase 40% em 2006, bem mais do que as fabricantes esperavam. As empresas de eletrônicos enfrentam agora a delicada tarefa de equilibrar custos de investimento, aumentos da produção e reduções de despesas para sustentar o crescimento da receita e do lucro.

Nos últimos 18 meses, as fabricantes se debateram para atender à demanda, construindo novas linhas de montagem ou mudando linhas de produção nas fábricas antigas. No terceiro trimestre de 2006, os modelos de plasma ou LCD passaram a ser a maioria dos televisores vendidos nos EUA, o maior mercado do mundo. A Europa alcançou este marco no segundo trimestre, e o Japão, em meados de 2005.

As TVs planas também viraram a principal força a moldar os destinos das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo. A Matsushita Electric Industrial Co., dona da marca Panasonic, a Samsung Electronics Co. e a Sharp Corp., que entraram cedo — e com tudo — na onda das TVs finas, viram suas vendas e lucros subir. Aquelas que deixaram para depois — como a Sanyo Electric Co. e a TCL Corp. — cederam participação de mercado e lucratividade. O lucro da Sony Corp. recuperou-se nos últimos 12 meses depois que ela reformulou sua divisão de TVs em torno dos modelos finos.

A Samsung agora lidera o mundo em termos de produção de TVs de sua própria marca, com seu volume saltando 33% para 20 milhões de unidades em 2006. Ela provavelmente tirou da Sony a liderança mundial em receita com TVs no ano passado, embora os números finais só devam estar disponíveis daqui a várias semanas. A Samsung espera que sua receita com televisores em 2006 fique em torno de US$ 11 bilhões, ante US$ 6,5 bilhões um ano antes.

"Em alguns trimestres no passado, fomos número 1 em volume de produção, mas não podíamos nos considerar o verdadeiro líder porque não liderávamos em receita", diz Choi Gee Sung, presidente da divisão de eletrônicos da Samsung. "Agora, acho que podemos dizer isso."

Já há sinais de que os fabricantes estão buscando impedir que o produto passe pela rápida comoditização que afetou os aparelhos de DVD e outros eletrônicos. Um foi o fim, no ano passado, da construção desorganizada de fábricas para componentes de TVs finas.

Fundos de pensão


Os fundos de pensão e o consumidor
Gazeta Mercantil - 04/01/2007

(...) Estes, desde há muito amplamente reconhecidos em seu papel de instrumentos de proteção social na idade madura, fomentadores do crescimento econômico, estimuladores da criação de empregos pelos investimentos que realizam e incentivadores da melhor governança, são ao lado disso um formidável instrumento das políticas de recursos das organizações que os patrocinam, contribuindo assim para a convergência dos interesses e demandas de empregadores e seus empregados. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Fernando Pimentel - Presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp))

Just-in-time de empregados


Notícia da Gazeta de hoje:

Wal-Mart muda rotina de trabalho atrás de eficiência
Gazeta Mercantil

Nova York, 4 de Janeiro de 2007 - A rede varejista Wal-Mart mudará o horário fixo de trabalho de grande parte de seus 1,3 milhão de funcionários para um sistema baseado no número de clientes que se encontram nas lojas em determinada hora, informou ontem o jornal The Wall Street Journal. A mudança será feita com a ajuda de um novo sistema de horários computadorizado e deve resultar em maior produtividade e satisfação dos consumidores. Em contrapartida, a medida poderá exigir maior flexibilidade e disponibilidade dos trabalhadores, em vez de contar com turnos confiáveis e cheques de salários previsíveis.

É o Just-in-time do empregado...

Acidentes

Da Gazeta de hoje:

Acidentes de trânsito têm custos assustadores

Gazeta Mercantil

4 de Janeiro de 2007 - Quantificar o problema pode ser o primeiro passo para tentar uma solução. Os acidentes de trânsito no Brasil estão entre as principais causas de mortes, segundo o Ministério da Saúde. Se essa constatação já não significasse uma tragédia em si, o que dizer dos custos envolvidos e suas repercussões na economia do País extrapolando para muito além dos envolvidos diretamente? À procura de respostas, o Denatran promoveu e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) executou o estudo Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras.

O relatório final acaba de ser publicado, depois de analisadas as estatísticas de estradas federais e estaduais (sete unidades da federação), entre julho de 2004 e junho de 2005. O custo anual atingiu nada menos de R$ 22 bilhões. Segundo o Ipea, "a maior parte refere-se à perda de produção, associada à morte das pessoas e interrupção das atividades também dos feridos, seguido dos custos de cuidados em saúde e aos associados aos danos nos veículos". No estudo anterior, entre 2001 e 2003, centrado nas aglomerações urbanas e utilizando a mesma metodologia, o instituto havia contabilizado outros R$ 5,3 bilhões. Somando-se, o total alcança R$ 28,3 bilhões ou 1,54% do PIB (tudo o que o País produz por ano). Significa metade do crescimento atual da economia.

Na realidade, trata-se de análise conservadora por deixar de incluir os mortos até 30 dias após o acidente, bem como o tempo perdido nos congestionamentos, despesas judiciais, locação durante imobilização do veículo e outros ônus. Cada pessoa morta custa exatos R$ 270.165,00 e o total do acidente sobe a R$ 418.341,00. Um ferido representa R$ 36.305,00 e R$ 86.032,00, respectivamente.(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Fernando Calmon)

03 janeiro 2007

Custo de acidentes


O IPEA fez uma extensa pesquisa para determinar o custo dos acidentes (Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras). Esse estudo, divulgado na página do IPEA, faz parte de um projeto de pesquisa para investigar o trânsito no País.

Usando dados dos acidentes ocorridos nas estradas brasileiras, o IPEA procurou medir os custos associados ao acidente, incluindo o custo associado às pessoas (atendimento hospitalar, perda deprodução, remoção e gasto previdenciário), custos associados aos veículos (danos materiais, perda de carga e reposição), custos institucionais (processos judiciais e atendimento policial) e outros custos.

A partir da base de dados dos acidentes, fez-se uma pesquisa por amostragem e, partir da mensuração dos custos dos acidentes que compuseram essa amostragem, estimou-se o custo total.

O resultado mostrou que nas rodovias federais o custo estimado anual foi de R$6,5 bilhões, a preços de dezembro de 2005. Os acidentes com vítima representam R$3,2 bilhões desse valor, com um custo médio de R$86 mil. Já os acidentes com fatalidade possuem um custo de R$2,2 bilhões, com média de R$418 mil.

Quando o IPEA fez a comparação com o tipo de custo encontrou que o custo associado a pessoa corresponde a R$4,5 bilhões do valor total, sendo R$1,4 bilhão de custos hospitalares, R$2,9 bilhões de custos com perda de produção.

A partir dos dados das rodovias federais o relatório faz uma extrapolação para incluir todas as rodovias. O total do custo dos acidentes chega a R$22 bilhões.

Apesar desse número, a percepção das pessoas quando a disposição a pagar (DAP) é baixa. Os indivíduos acreditam que já pagam muito com impostos e taxas.

Muito bom.

Ainda pesquisando o dicionário Houaiss

recife:

1 Rubrica: oceanografia física.
formação rochosa, à flor da água ou submersa, ger. próxima à costa, em áreas de pouca profundidade; arrecife
2 obstáculo difícil; estorvo

Propina

No Houaiss:

1 gratificação extra por serviço normal prestado a alguém; gorjeta, emolumento
2 Regionalismo: Portugal.
taxa paga ao Estado para efeito de matrícula, exame etc.
3 Regionalismo: Portugal.
em determinadas agremiações, jóia paga por um novo associado

Propina congelada em Portugal

Revista de Imprensa de Lisboa
3/1/2007
Agência Lusa - Serviço Nacional

Lisboa, 03 Jan (Lusa) - Uma entrevista ao ministro do Ensino Superior n a qual refere que as propinas vão ficar congeladas até 2009 e a notícia de que a s urgências dos hospitais vão continuar saturadas são temas em destaque hoje na imprensa.

O Diário de Notícias destaca em manchete uma entrevista ao ministro da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior, Mariano Gago, na qual anuncia que as propinas não vão sofrer aumentos até 2009 e que os centros de emprego vão refere nciar cursos sem saídas.

Valor e preço justo

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Problema contábil na Espanha

El comité de sabios contables abre la mano a una mejora para los grupos de autopistas
Susana R. Arenes Madrid
2 de Janeiro de 2007
Cinco Días

Los españoles exigen más avances para evitar futuras pérdidas

Las concesionarias de autopistas ven un atisbo de luz en la batalla contable. El comité internacional de sabios contables ha propuesto un cambio en las normas de contabilidad que mejora ligeramente la penalización que sufren las cuentas de estas empresas. Pero no la resuelve. Los grupos españoles presionan para evitar futuras pérdidas.

Un escaso avance. Así califican las concesionarias españolas la nueva postura del Ifric (por sus siglas en inglés), el comité que interpreta las normas internacionales de contabilidad (NIC) y sienta cátedra para futuros cambios. En una reunión de noviembre, este comité de sabios propuso dejar que una parte de los costes financieros que tienen los grupos de infraestructuras se apunten contablemente a lo largo de la vida de la concesión (normalmente más de 20 años).

El criterio que se seguiría es ligar estos costes al tráfico de la autopista, tomando la intensidad media diaria, IMD, un parámetro usual. Esta modificación aligeraría la actual norma contable que obliga a las empresas a contabilizar de golpe todo el coste financiero pendiente, en vez de repartirlo a lo largo de la concesión, como establecía el plan general contable español. Con esto, la diferencia puede ser de unos pocos millones de euros para inversiones que superan los 1.000 millones, explican fuentes de las concesionarias. Por esta razón, los grupos de autopistas españoles exigen un cambio radical, que es volver al statu quo que había con las reglas españolas. Consideran que sólo así pueden eliminar la actual penalización que sufren en sus cuentas. Las más afectadas son las concesionarias que más inversiones recientes han realizado para lograr contratos de autopistas. Entre ellas, figuran todas las filiales de las grandes constructoras cotizadas, que tienen que cumplir las NIC de forma provisional hasta que se apruebe el criterio definitivo para las concesionarias. Así, sufren los efectos negativos de esta contabilidad Cintra, filial de Ferrovial; Itinere, división de Sacyr Vallehermoso; Abertis (controlada por ACS y La Caixa); el holding de infraestructuras que FCC y Caja Madrid están poniendo en marcha, además de Dragados (filial de ACS) y OHL. Como muestra, las últimas cuentas trimestrales de septiembre de Cintra reflejaron un beneficio bruto de explotación de 431 millones, mientras el beneficio neto bajó a 12 millones por los gastos de la autopista de Indiana, lograda este año por 3.800 millones de dólares, entre otros. Mientras, Itinere obtuvo un resultado de 4,4 millones frente a un Ebitda de 139 millones y acaparó la mayor parte de las amortizaciones. El mayor perjuicio está por venir porque precisamente ahora las concesionarias españolas están ganando muchas de las adjudicaciones que salen a concurso en Europa. No en vano, los grupos españoles copan el ranking mundial de concesionarias (ver gráfico). En el ambicioso plan de autopistas de Irlanda, Dragados, Cintra, FCC y Sacyr han conseguido ya cinco contratos y las dos primeras otros dos en Grecia.

Perjudica el resultado A esto se une que Estados Unidos acaba de descubrir el modelo concesional para sufragar infraestructuras sin apenas coste para las arcas públicas, ya que las empresas privadas las gestionan a cambio de un peaje o un canon anual. Y los grupos españoles están pujando por los concursos más interesantes.

Tal como está la norma contable, cualquier nueva inversión perjudicará al resultado en el mismo ejercicio, ya que habrá que anotar todos los gastos financieros de una vez. Esto "llevará a pérdidas las nuevas concesiones", argumentan fuentes de las empresas, ya que cada proyecto de infraestructuras funciona como una empresa individual con su cuenta de resultados propia. Aunque la cuenta es sólo un reflejo contable, porque el valor de los activos permanece invariable, esta radiografía de la empresa puede poner trabas a la hora de pedir préstamos a la banca o de ser valorado por las casas de inversión.

l La penalización contable que sufren las concesionarias de autopistas puede poner en peligro las nuevas inversiones. Las empresas españolas, las más afectadas por contarse entre las más activas, confían en un cambio definitivo que elimine las trabas.

Una buena vía para el cambio en marzo

La batalla contable se dirimirá en el ámbito político a partir de marzo, una vez que salga del círculo del IASB, el órgano de corte anglosajón que elabora las normas. Las concesionarias españolas ven una verdadera oportunidad en esta vía y ya han dado sus pasos para hacer oír la voz del sector en Bruselas. Y es que será en el primer trimestre cuando el comité de sabios del Ifric pase su propuesta a otro órgano contable, el Efrac, que se encarga de remitir a la Comisión Europea el modelo para someterlo a examen.

Los grupos de presión ya están muy definidos, porque no es un problema que afecte sólo a las compañías españolas. Italia, Alemania (que quiere privatizar la red de autopistas), Portugal, Francia (en menor medida) y Polonia, entre los nuevos países de la UE, también se ven concernidos por este obstáculo empresarial. Una vez que llegue al ámbito comunitario, gran parte de las patronales sectoriales de esos países presionarán para hacer ver que la norma contable actual trae perjuicios empresariales y también económicos por las trabas a las inversiones y a la repatriación de dividendos, que se esfumarían. En España, las empresas y patronales como Seopan se han tomado muy en serio el reto. Ya han enviado una propuesta al ministro de Economía, Pedro Solbes, para que les defienda en la UE y han logrado el apoyo de la ministra de Fomento, Magdalena Álvarez.

Fasb


O FASB anunciou ontem a criação do Investors Technical Advisory Committee (ITAC). Será um grupo de usuários com forte conhecimento técnico que terá como função ajudar o FASB a obter uma perspectiva do usuário e idéias para projetos do Fasb. Ou seja, identificar novos itens para a agenda do Fasb.

Em 2003 o Fasb tinha estabelecido o User Advisory Council (UAC). Em 2005 Investor Task Force. A idéia é assegurar que os investidores e outros usuários possam ajudar no desenvolvimento de padrões contábeis.

Fonte: Wired, 02/01/2007

Créditos vencidos


Deslancha a venda de créditos vencidos
3 Janeiro de 2007
Valor Econômico

O forte crescimento das operações de crédito abriu espaço para a expansão de um novo negócio no mercado brasileiro: a venda de operações vencidas, ou NPL,s na sigla em inglês para "non performing loans", para reduzir o volume de calote nos balanços dos bancos. Especialistas calculam que o volume de negócios com créditos inadimplentes pelo menos dobrou no ano passado para R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões em comparação com R$ 5 bilhões de 2005.

Os bancos têm interesse em vender essas operações mesmo com deságio para limpar o balanço, recuperando ao menos parte da perda, e, eventualmente, auferir vantagens fiscais. Investidores, inclusive fundos estrangeiros, compram os créditos na expectativa de ter sucesso na cobrança.

O novo mercado tem um potencial expressivo de negócios, afirmou o diretor responsável pela área de reestruturação de créditos da KPMG, Salvatore Milanese.

O crédito para pessoa física cresceu cerca de 160% desde 2001 atingindo R$ 240 bilhões em junho. Com isso, cresceu a inadimplência também. No mesmo espaço de tempo, o estoque de créditos com atraso de 90 dias a 180 dias cresceu 75% apenas nos 25 maiores bancos, de R$ 18,1 bilhões para R$ 31,7 bilhões, sem contar o que foi baixado para prejuízo, informou Milanese.

O potencial é muito maior, disse o especialista, levando em conta o volume de créditos já baixados para prejuízo. A legislação permite que o crédito seja retirado do balanço e baixado como prejuízo após 360 dias de atraso, sendo então contabilizado na conta de compensação. O diretor da KPMG calcula que o volume baixado para prejuízo seja equivalente a dez vezes o valor do crédito classificado na categoria H, que inclui as operações com atraso superior a 180 dias e é a pior da escala de nove degraus do BC, que começa em AA. Os 25 maiores bancos analisados pela KPMG contabilizaram na categoria H cerca de R$ 15 bilhões. O potencial para negociação no mercado de créditos inadimplentes sobe então para R$ 150 bilhões.

A maior parte das vendas de créditos vencidos e não pagos tem sido realizada "in house", isto é, para uma empresa do grupo. Foi o que fez no ano passado o Banco Itaú, ao vender R$ 1 bilhão em créditos vencidos para uma securitizadora do conglomerado. Segundo o consultor Gustavo Durazzo, a securitização in house é uma prática relativamente antiga de "administrar os resultados do balanço e aproveitar benefícios fiscais". Mas, acrescentou Milanese, a Fazenda "não vê com bons olhos as vendas in house e tem orientado os bancos a evitar essa alternativa".

A nova tendência é a venda dos créditos para investidores e empresas especializadas, inclusive do exterior. Nos Estados Unidos, esse mercado movimenta US$ 3 trilhões. Uma das operações mais comentadas do ano passado foi a venda de uma carteira de R$ 1,7 bilhão de saldo contábil de operações de crédito não pagas de 711 mil clientes do ABN AMRO Real.

A executiva do banco Cynthia Camargo explicou que o principal objetivo do banco ao vender os créditos foi reduzir os custos de operacionais de cobrança e processamento de carteira. Além disso, o banco pretendia se concentrar na originação do crédito e canalizar os esforços das terceirizadas para cobrar dívidas com prazos menores de atraso, quando as chances de recuperação são maiores.

"A venda abre espaço para aproveitar oportunidades de crescimento. Mas, é preciso amarrar tudo muito bem para evitar problemas", disse Milanese.

O benefício fiscal é ponto importante da operação e pode ser planejado, segundo os especialistas. A legislação limita os prazos e condições em que créditos em liquidação podem ser deduzidos. Se a crédito for vendido, porém, o deságio é dedutível no ato. "O spread costuma triplicar", disse Milanese, acrescentando que o momento ideal para fazer isso é pouco antes do fechamento do balanço.

A Lei 9.430 só permite baixar o crédito a prejuízo após 360 dias de atraso; antes disso apenas em determinadas condições. Enquanto o crédito não é baixado, o banco precisa fazer as provisões exigidas pelo Banco Central (BC), acumulando créditos tributários. O crédito tributário, porém, tem um peso de 300% para efeito do cálculo do capital mínimo de adequação dos bancos às regras da Basiléia.

Países tentam rastrear fortuna de Saddam

Jamil Chade

Investigadores de vários países que tentam traçar o percurso da fortuna de Saddam Hussein lamentaram a morte do ex-ditador. Eles temem perder o rastro do dinheiro, que a revista Forbes estimou em 2003 em pelo menos US$ 2 bilhões - há versões de que seria de US$ 7 bilhões. Na Suíça, nos EUA e em outros países, as buscas continuam. Enquanto isso, governos e grupos já se apresentam como “legítimos herdeiros” dos recursos.

Segundo a empresa de espionagem americana Kroll, Saddam acumulou uma fortuna graças ao tráfico de petróleo, de cigarros e cobrando entrada em lugares santos para xiitas. A Kroll calcula que um volume substancial ainda esteja depositado em contas secretas em paraísos fiscais em nome de sociedades e fundações. De acordo com a Forbes, a fortuna de Saddam chegou a US$ 20 bilhões nos anos 80, mas foi reduzida com as guerras e com o embargo econômico imposto pela ONU ao Iraque após a invasão do Kuwait, em 1990.

Na Suíça, o principal processo aberto em relação ao Iraque se refere ao programa da ONU de troca de Petróleo por Alimentos, que vigorou durante a década de 90 e teria sido a forma que o ex-ditador encontrou para desviar quase US$ 2 bilhões. O programa foi criado pela ONU para possibilitar que o embargo imposto ao Iraque em 1990 não significasse o fim do abastecimento de alimentos para a população. O acordo estabelecia que Saddam poderia vender petróleo em troca de alimentos e remédios.

Mas, nos bancos suíços, parte do dinheiro depositado por empresas de todo o mundo como pagamento por petróleo iraquiano nunca foi transformada em alimento. Alguns dos processos indiciaram executivos de companhias que teriam colaborado com o esquema de corrupção. O problema é que as contas encontradas em diversos países europeus estavam em nome de sociedades ou fundações, que agora estão sendo investigadas para saber quem mais teria direitos sobre os recursos. “A morte de Saddam pode dificultar as investigações, mas os processos que já estão abertos em relação ao programa Petróleo por Alimentos não vão parar”, disse ao Estado um representante da Justiça suíça.

Mesmo que o dinheiro seja encontrado, a disputa não cessará. A outra briga será em relação a quem terá direito a utilizá-lo. Cerca de 40 países se queixam de que as dívidas do Iraque com seus governos e empresas precisaria ser quitada com o dinheiro roubado por Saddam.

Funcionários na ONU defendem que os recursos sejam usados na reconstrução do país.

Nos tribunais iraquianos, um processo que chamou a atenção nos últimos dias é o que foi aberto contra o banco francês BNP Paribas, que teria cooperado com Saddam no desvio de recursos do programa Petróleo por Alimento.


Fonte: Estado de S. Paulo, 03/01/2007

Gosto nas palavras

Como os neurônios associam gosto às palavras

Fernando Reinach*

Quando somos estimulados através de um sentido percebemos o estímulo através do mesmo sentido. Se nos mostram uma imagem, “vemos” a imagem, e se colocam um chocolate em nossa boca sentimos “gosto” de chocolate. Entretanto, um pequeno número de pessoas tem seus sentidos “cruzados”. Algumas, quando ouvem uma nota musical “vêem” uma cor. Outras, quando ouvem uma palavra sentem um gosto específico. Pela primeira vez um experimento permitiu dissecar quando o cérebro realiza estas associações cruzadas.

O experimento foi realizado com seis pessoas que associam palavras a gostos. Essas pessoas “sentem” um gosto quando falam uma palavra. Quando mostramos a elas a figura de um chocolate, elas falam a palavra “chocolate” e sentem gosto de chocolate. Esse efeito ocorre também com outras palavras que possuem sílabas semelhantes. Quando mostramos a figura de um chocalho ou de um cachalote, no momento em que elas falam a palavra associada à imagem elas sentem o gosto de chocolate.

Para cada uma dessas seis pessoas os cientistas selecionaram centenas de imagens onde cada imagem era associada a uma palavra e a um gosto. Quando elas viam uma das cartelas elas a identificavam pronunciando a palavra e reportavam o respectivo gosto.

Feita essa enorme tabela que relacionava figuras, palavras e gostos, os cientistas mandaram as pessoas para casa.

Depois de muitos meses, cada uma das pessoas do grupo foi convidada a voltar ao laboratório e a identificar a palavra associada a cada uma das figuras. Na maioria dos casos a palavra associada à imagem era lembrada facilmente e o gosto, confirmado.

Entretanto, em 89 casos, as pessoas não se lembravam imediatamente da palavra, como ocorre com todos nós quando tentamos nos lembrar do nome de uma pessoa. Nestes casos costumamos dizer que a “palavra está na ponta da língua”, mas não nos lembramos dela.

Desses 89 casos, em 15 ocasiões as pessoas nunca se lembraram da palavra e nos outros 74 casos as pessoas se lembraram da palavra após alguns minutos. Quando ocorria esse lapso de memória, os cientistas perguntavam à pessoa se apesar de não se lembrarem da palavra elas sentiam algum gosto. Na maioria dos casos as pessoas sentiam o gosto “correto” mesmo não se lembrando da palavra.

IMAGEM E CONCEITO

Esse resultado demonstra que a associação cruzada ocorre antes de a palavra estar disponível no cérebro para ser pronunciada. Provavelmente é o momento em que o cérebro associa a imagem a um conceito existente na memória, mas antes desse conceito ser associado a uma palavra.

É fácil de entender: imagine duas pessoas que falam línguas diferentes. Mostramos a elas a figura de uma vaca. Ambas vão associar esta imagem à memória de um animal, a brasileira subseqüentemente associa essa imagem à palavra “vaca” e a inglesa, à palavra “cow”.

O que o experimento parece demonstrar é que existe uma etapa no processamento da memória que ocorre antes dessa memória ser associada a uma palavra. É nessa etapa que, no caso das pessoas pesquisadas, a informação retirada da memória é associada, de maneira cruzada, a um sabor.

É com experimentos como este que os cientistas estão aos poucos dissecando como funciona nosso cérebro. Mais informações em: The taste of words on the tip of the tongue. Nature volume 444, página 438, de 2006.

02 janeiro 2007

Concentração no ensino


Cenário atual do setor de ensino superior privado
O Estado de São Paulo

Foi fácil prever o fim da expansão da demanda para o setor. Bastou acompanhar os indicadores demográficos, de matriculados no ensino médio e de renda. Dessa forma, desde 2001 já sabíamos que a partir de 2005 o crescimento da demanda de ingressantes seria muito pequeno, quando comparado com o período de 1997 a 2003, que chegou a ser de mais de 150% no total.

Também foi fácil concluir que muitas instituições de ensino superior (IES) iriam passar por dificuldades a partir de 2005. E, inclusive, ousar prever o fechamento de algumas centenas dessas instituições. Bastou para isso perceber o movimento de abertura de novas IES e do aumento do número de cursos e vagas, muito acima dos porcentuais de crescimento da demanda. Bastava um simples raciocínio para verificar que uma brutal "diluição da demanda" se estava configurando no horizonte das IES privadas, com conseqüente aumento da taxa de ociosidade para patamares insustentáveis (hoje mais de 50% das vagas do setor privado estão ociosas).

Atualmente, no entanto, ocorre um movimento mais impactante do que os descritos acima, que não foi identificado nem previsto por ninguém. Trata-se da consolidação do setor. A consolidação aqui se refere ao movimento de ampliação, aquisição e fusão de IES, gerando grandes instituições que passam a concentrar boa parte do alunado do País. (...)

De um lado, temos as grandes IES, em permanente expansão com o objetivo de atuarem em todo o território nacional. Nessa categoria estão a mantenedora da Universidade Estácio de Sá, com os seus 180 mil alunos espalhados por 56 unidades em 11 unidades da Federação. Está igualmente a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) com seus mais de 50 mil alunos, presente em seis Estados e também no Uruguai.

Além das grandes IES, surgem no mercado as "holdings educacionais", que, em sua maioria, são conjunto de instituições mantidas pela mesma mantenedora, que passam a atuar no modelo de holding. (...)

O resultado disso (além da consolidação) é a geração de economia em escala com pressão sobre os valores médios de mensalidades, que tenderão a cair ainda mais, dificultando a vida das pequenas IES.

Há pouco tempo não se falava em "economia de escala" do setor, pois o maior custo é a folha de pessoal e nesta não se aplicava o ganho em escala. Com a inserção das novas tecnologias da informação no contexto da relação ensino-aprendizagem, integradas a projetos de unificação de matrizes curriculares, o ganho em escala passou a ser mais significativo no setor educacional.

Multis brasileiras e bancos


Internacionalização das empresas leva bancos brasileiros ao exterior
Valor Econômico

À medida que mais empresas brasileiras tornam-se multinacionais, os bancos estão reforçando a estrutura para acompanhá-las.

As instituições mais ativas no atacado estão avalizando empréstimos em moedas exóticas e fechando parcerias com instituições de varejo no exterior que praticamente não atuam nos mercados internacionais.

Clima


Artigo na Gazeta de hoje questiona as mensurações sobre o clima no planeta:

"A afirmação de que o século XX, a década de 90 e o ano de 1998 foram os mais quentes do milênio, implica que as temperaturas dos últimos mil anos são conhecidas o suficiente para permitir uma comparação precisa das temperaturas do século XX, com os séculos, décadas e anos anteriores. Este não é o caso. Uma série de medições diretas das temperaturas só existe a partir do ano de 1861. E há razões para questionar a precisão destes dados para o cálculo de temperaturas médias globais".

Estes resultados são forte evidência de que o clima do século XX foi normal, e se manteve dentro do intervalo experimentado nos últimos mil anos".

31 dezembro 2006

Pesos e medidas


A The Economist (16/12/2006, p.75) comenta a questão de mensuração dos índices de bolsa de valores. Esses índices tem sido usados como parâmetros do mercado. A questão é quando uma das ações sofre uma alta, o índice também aumenta. Mas isso não seria coerente no mercado eficiente pois os preços estão adequamente mensurados.

Como alternativa tem sido sugerido índices fundamentais. Mas isso parece não resolver os problemas pois para construir esses indices são necessários assumir alguns fundamentos que serão usados.

(Vide Fundamental Indexes. Institutional Investor´s 5th annual exchance traded Fund review, para um estudo de Robert Arnott e John West).

Na linha de novidada, o NYTimes apresenta um novo método para avaliar empresas novas. Clique aqui para mais detalhes

Rir é o melhor remédio 28

Ainda área pública

A crise aérea trouxe a questão do desempenho na Anac. O balanço, publicado no Estado de ontem, é o seguinte:

Os aeroportos brasileiros estão no meio da maior crise da história, mas a Anac está gastando mais dinheiro em passagens e diárias de viagem do que com o pagamento de pessoal e a fiscalização das empresas do setor aéreo. A conclusão é do site Contas Abertas, ao analisar os números do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que reúne dados da execução orçamentária dos órgãos da administração pública.

Até o dia 27 de dezembro, segundo o Siafi, a Anac já gastou R$ 10,5 milhões na rubrica "Passagens Aéreas e Diárias", o que representa 15% de todo o orçamento do órgão. No mesmo período, no programa "Fiscalização da Aviação Civil", foram gastos R$ 7,4 milhões.

Flexibilidade na gestão pública

A falta de flexibilidade na área pública faz com que entidades busquem alternativas, algumas delas no "limite da legalidade". Segue trechos da reportagem do Estadão de hoje:

Modelo concede flexibilidade a hospitais públicos
Karine Rodrigues

(...)Sem deixar de ser públicos, hospitais e outras unidades de serviços de saúde e pesquisa, sempre atolados em burocracia, orçamentos minguados e corporativismo, podem ganhar em 2007 um estatuto que promoveria uma reviravolta na vida administrativa dessas instituições. Depois de um ano inteiro de discussão, a Casa Civil está finalizando uma proposta para criar as fundações governamentais de direito privado. O novo modelo precisa ser discutido e votado por deputados e senadores para entrar em vigor.

Submetidas a um contrato de gestão, as fundações hospitalares ganhariam autonomia administrativa e financeira. A grande novidade: na parte de recursos humanos, a contratação continuaria sendo feita por meio de concurso público, mas os funcionários passariam a ser regidos pelas normas dos trabalhadores do setor privado, isto é, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As fundações poderiam estabelecer livremente os valores dos salários, diferenciar as remunerações conforme o mérito de cada um e até demitir, caso as metas acertadas em contratos de gestão não sejam cumpridas.

"Elaboramos uma alternativa que agrega autonomia, agilidade para os gestores, maior produtividade e responsabilização, além de um melhor controle de gastos", resumiu ao Estado Pedro Barbosa, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele foi o coordenador do grupo criado para conceber o modelo, que é uma adaptação de uma figura jurídica já existente na legislação brasileira.

"Debatemos muito com juristas e outros especialistas. Procuramos uma forma que garanta os princípios constitucionais e a transparência. Não vai resolver todos os problemas, mas, certamente, vai preencher uma grande lacuna", avalia Valter Correia, secretário de gestão do Ministério do Planejamento e membro do grupo que criou o modelo.

CONTRATO E RECEITA PRÓPRIA

A autonomia não vai diminuir o caráter público das instituições, assegura Barbosa, lembrando que o modelo prevê atendimento exclusivo para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ao contrário do que ocorre hoje em alguns hospitais, como é o caso do Instituto do Coração (Incor). Além disso, a sujeição à administração pública está presente na contratação por concurso público, nas compras realizadas por licitação e no controle de gastos feito pelos tribunais de contas e pelo Ministério da Saúde.

Por ser um modelo com maior autonomia de gestão, orçamentária e financeira, novos dispositivos de acompanhamento, de prestação de contas e de responsabilização serão adotados, como os conselhos de administração. "A contrapartida da autonomia é a responsabilidade", ressalta Francisco Braga, que também é da Fiocruz e participou do grupo. Gestores que descumprirem injustificadamente o que foi acordado no contrato poderão sofrer penalidades ou perder o cargo.

Outra mudança é a forma como as unidades hospitalares estarão vinculadas ao SUS - o que hoje é feito por meio do Orçamento. O modelo desenhado agora estabelece que a ligação será por um contrato de gestão, que determina compromissos, metas, avaliações e responsabilização dos gestores.

Além das receitas públicas, garantidas pelo contrato de gestão, a fundação pode contar também com receitas próprias, decorrentes, por exemplo, de atividades de pesquisa científica e tecnológica e de ensino especializado.

SALÁRIOS DIFERENCIADOS

"Os salários não estarão dentro do Orçamento Geral da União, mas do contrato de gestão. E isso permite maior flexibilidade, vai ser possível realizar pagamentos diferenciados. Hoje há uma dificuldade muito grande de fazer isso com especialistas com altíssima excelência, como no caso da área de oncologia", destaca Correia, do Ministério do Planejamento.

Isso muda a vida dos hospitais porque eles "não vão sobreviver em cima de um orçamento pré-fixado pela União. Vai haver um controle maior sobre seus gastos, com perdas menores", explica o secretário.

Integrante do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e consultor do Ministério do Planejamento, Sábado Girardi acompanhou a elaboração do modelo e frisa que a gestão permanece pública, só que as regras são do setor privado, situação que garante uma maior flexibilidade. "Não é uma camisa-de-força", diz, lembrando como outro ponto fundamental da alternativa o atendimento exclusivo para pacientes do SUS.

Professora de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FVG) e diretora do Programa de Estudos Avançados em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde, realizado em parceria com o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Ana Maria Malik vê pontos positivos no modelo, como o contrato de gestão, mas lembra que isso, assim como a contratação pela CLT, não é novidade. "Se conseguir fazer com que os hospitais não entrem em crise por falta de recursos vai ser maravilhoso. Num primeiro momento, porém, vai ser difícil, por isso é preciso continuidade. É importante começar logo no ano que vem, para ter quatro anos para acertar", diz, enfatizando, porém, que a existência de um novo modelo, por si só, não garante nada, se não houver "competência, disposição e boa fé".

RECONTRATAÇÃO

Caso o modelo seja aprovado no Congresso Nacional, será iniciado um processo para conversão das unidades em fundações governamentais de direito privado. Com isso, haverá recontratação de recursos humanos.

Correia, porém, não fala de custos ou investimentos. "Os custos vão depender de cada fundação", diz, explicando que é necessário uma lei complementar para instituir o modelo, e depois, leis específicas para a criação de cada fundação. Ele adianta que a alternativa pode ser adotada também em outras áreas. "Estamos discutindo com os ministérios da Cultura, do Turismo e da Educação."

ILEGALIDADE

Muitas unidades estão ameaçadas de parar, pois suas fundações privadas de apoio estão sendo questionadas pelos órgãos de controle federais.

Fundações como a Zerbini, a Ary Frauzino e a Fundacor, apóiam, respectivamente, o Incor, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e o Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL). Porém, segundo o Tribunal de Contas da União, elas exercem atividades incompatíveis, ferindo normas da administração pública.

Contabilidade pública nos Estados dos EUA


Reportagem do The Milwaukee Journal Sentinel (Study sees big deficit; Accounting method differs from state's, de Stacy Forster, 30/12/2006) mostra a dificuldade de adoção do regime de competência na contabilidade pública norte-americana e os problemas de comparação com o regime de caixa.

Segundo o texto, o estado de Wisconsin terminou o último ano com um deficit de $2,15 bilhões pelos princípios de contabilidade, o que significa cerca de 400 dólares por pessoa. Além desse estado, somente Illinois tem adotado esses princípios.

O fato desses dois estados estarem adotando o regime de competência impede uma comparação com os outros estados que utilizam o caixa como base de mensuração. Ao adotar a competência a área pública evidencia os compromissos que são feitos hoje mas que não são pagos de imediato. Numa analogia interessante, para a reportagem, o regime de caixa seria como se ignorassemos o cartão de crédito nas nossas despesas.

No Brasil, nesse momento de transição política, reportagens mostram a situação financeira dos Estados da federação. Pelo regime de caixa. E ignorando a conta do cartão de crédito.

Sobre a Wikipedia


Do jornal La Nacion:

Wikipedia recauda fondos y sale a competir con Google
Ariel Torres De la Redacción de LA NACION
30/12/2006 (...)

Por eso, la enciclopedia libre no deja de crecer; se ha convertido en uno de los diez sitios web más visitados y sus lectores sacan miles de millones de impresiones de sus artículos cada mes.

La Wikipedia desafía el sentido común. Pero como observó oportunamente Chris Anderson, editor de la revista Wired ( http://www.wired.com [http://www.wired.com] ), se trata de un fenómeno probabilístico: "Google, Wikipedia y los blogs son sistemas que operan sobre una lógica que nos es extraña, la de la probabilidad y la estadística", dice Anderson en su weblog ( http://www.thelongtail.com [http://www.thelongtail.com] ). Es decir, puede que algunos datos no tengan la precisión que esperamos, pero éste es un precio aceptable para disponer de ocho millones de artículos. La Wiki mejora a medida que crece, asegura Anderson.

Los peligros que enfrenta Wikipedia no tienen que ver con su naturaleza cooperativa, sino con los vándalos que desfiguran artículos y publican datos falsos y, sobre todo, con sus costos.

Es que libre no significa gratis. Mantener la Wikipedia durante el período fiscal 2005-2006 costó más de 600.000 dólares. Por eso, hace quince días, la Wikipedia Foundation inició una campaña para recaudar fondos entre sus usuarios. Al cierre de esta edición, ya había recolectado más de 740.000 dólares y todo indica que al menos durante 2007 no necesitará echar mano de banners de publicidad.

Pero el asunto de cubrir al menos los costos está muy lejos de resolverse. El ideal de hacer algo entre todos suena bien hasta que llegan las facturas de hardware y comunicaciones. Wikipedia recibe 2000 solicitudes de página por segundo, y eso no es precisamente barato. Por ahora, ninguna de las organizaciones sin fines de lucro dedicadas a contenidos libres ha hallado la receta mágica contra la bancarrota.

Wales, sin embargo, acaba de anunciar una idea que de tan osada podría funcionar. Competirá con Google.

Con el objetivo de recaudar fondos para la enciclopedia, lanzará un buscador web que hasta ahora se conoce como Wikiasari ( asari en japonés significa ´buscar hurgando ), aunque ése posiblemente no sea su nombre definitivo. Los sitios que aparezcan en Wikiasari serán seleccionados por la gente, no por un motor de búsqueda automatizado como el de Google. Usará, pues, la misma metodología que Wikipedia. (...)

Crise aérea


Do O Globo de hoje sobre as conseqüências da crise aérea:

Com o apagão aéreo, 567 mil pacotes turísticos para o verão deixaram de ser vendidos no país. Só no Rio o prejuízo é de R$35 milhões.

Orçamento de Capital e Dilbert

The problem comes because of a classic agency problem: divisional managers are compensated in part on the basis of the financial performance of their division. Shareholder, in contrast don't care which division the costs and revenues are allocated to, since they have a claim on the cash flows of the entire company. So, the interests of the agents (the managers) diverge from those of the shareholders (the principals) and voila: the managers take actions that shareholders would prefer they didn't.

Now I have the perfect Dilbert cartoon to illustrate the concept



Fonte: Financial Rounds

Expressões do Ano


Da Folha de hoje:

"Expressões e palavras que entraram no vocabulário do brasileiro em 2006

Aloprado - Todo e qualquer petista que impede a vitória de Lula já no primeiro turno. Se não traz prejuízo eleitoral, passa a ser chamado apenas de "companheiro".

Eu não sabia - Expressão que deve ser usada para tentar convencer a opinião pública de que você não tem nenhum controle sobre o que fazem as pessoas que trabalham para você. Afinal, como é possível saber o que se passa na cabeça de um aloprado

Sanguessugas - Não se refere a atacantes gordos e fora de forma, mas a uma das máfias montadas para roubar dinheiro da Saúde. Análoga à máfia dos Vampiros ou à dos anões do Orçamento, empreendimentos suprapartidários que fazem da política brasileira um péssimo filme de terror.

Elite branca - Num país em que o líder do principal partido de esquerda diz que a "espécie humana caminha para o centro", não deveria causar espanto o fato de ter vindo de um governador do PFL, Cláudio Lembo (SP), a expressão que sintetizou e tornou consciente o aumento do conflito social e étnico na sociedade.

Destravar o Brasil - Depois de mais um ano em que a economia do país se comportou como a seleção de Carlos Alberto Parreira na Copa de 2006, este é o novo nome da fórmula mágica para o crescimento. Até agora, a comissão técnica de Lula não conseguiu chegar a uma conclusão sobre que esquema adotar. Alguns esperam que Delfim Neto surja como um Dunga da área e "tonifique" o PIB.

Nunca antes neste país - Nunca antes neste país um presidente usou tantas vezes a expressão "nunca antes neste país". É o modo petista de dizer que fez um choque de gestão à frente da Presidência.

Apagão aéreo - Expressão guarda-chuva, abriga as até pouco tempo também pouco conhecidas "transponder", "ponto cego", "controlador de vôo" e "plano de vôo". Provoca saudade do tempo em que "não decolar" era apenas uma metáfora para descrever o país.

Desligar o transponder - Gíria nova para enfiar o pé na jaca.

RDD e RBD - Não confundir "Regime Disciplinar Diferenciado", rígido sistema penitenciário que causa tanto pânico ao PCC quanto a organização criminosa provocou em São Paulo neste ano, com o grupo "teen" mexicano Rebeldes -embora alguns críticos desejassem aplicar o primeiro ao segundo.

Emo - Novo estilo de música e de comportamento entre os jovens. A atitude é próxima à do presidente Lula nas cerimônias de diplomação para a Presidência da República.

Deixa o homem trabalhar - Parece um lema pós-feminista, mas, como se sabe, é a fórmula que enaltecia o trabalhador Lula na campanha presidencial. Ajudou a destravar a votação.

Você foi mó rata comigo - Aos 64, Caetano Veloso, inmspirado em seu filho, continua liderando o movimento de emancipação masculina no país.

Eu sou o presidente da minha vida - Exemplo de atitude auto-ajuda do ano, o concorrente do programa "Aprendiz" encarou corajosamente o topete de Roberto Justus e "demitiu" o chefe. A idéia pode ter servido de inspiração para os controladores de vôo -e, segundo petistas, para os "aloprados".

Quadrado mágico - Nunca antes neste país jogadores de futebol se pareceram tanto com deputados federais. Muita atenção às próprias finanças, e pouca ao trabalho que era deles esperado.

Se ela dança, eu danço - Expressão "motivacional" do ano. Roberto Carlos (o cantor) gostou da idéia. Já Roberto Carlos (o lateral) ficou ajeitando o meião.

De onde veio o dinheiro? - Síntese da metafísica eleitoral tucana formulada pelo filósofo Picolé de Xuxu. Entrou para o rol das perguntas sem resposta, como "de onde viemos", "para onde vamos" e "que diabos estamos fazendo aqui".

Isso não te pertence mais - Bordão de "Zorra Total" e das perdas da classe média no governo Lula.

Fazer a Cicarelli - expulsar alguém de festa ou fazer sexo na praia. Fonte de problemas, nos dois casos. A moça devia deixar o pessoal se divertir mais, e vice-versa."