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17 agosto 2021

Olimpíada de Educação Financeira 2


Comunicamos que ainda estão abertas as inscrições para a III Olimpíada Brasileira de Educação Financeira e foram prorrogadas. Em 2021, devido ainda a pandemia da COVID-19, a III OBEF será 100% online!

Abrangência: Nacional.

Quem pode participar: crianças e adolescentes, regularmente matriculados em instituições de ensino público e particular - do 2o ano do Ensino Fundamental I ao 3o ano do Ensino Médio.

Período das inscrições:

i) pelas escolas - de 21/junho a 5/setembro/2021; ou

ii) pelo aluno/participante (que a escola não inscrever) – de 16/agosto a 5/setembro/2021.

A OBEF é organizada pelo projeto de extensão Educação Financeira para Toda a Vida, da UFPB, em parceria com o projeto de extensão Olimpíada Brasileira de Educação Financeira e Olimpíada de Educação Financeira do Distrito Federal, da UnB.

Se você conhece alguém que se enquadra neste perfil, compartilhe o edital e/ou inscreva seus alunos e/ou escola. Vamos divulgar a importância da Educação Financeira no Brasil!

Link - Edital III OBEF 

Link – Divulgação SEEDF

Link - Vídeo de divulgação da III OBEF no DF

Link - OBEF DF: Experiências e Desafios

Link – Tutorial de cadastro das escolas no formulário de inscrição da III OBEF 

Link – Divulgação da OBEF – Estadão

Olimpíada de Educação Financeira 1

Texto do Estadão de ontem:

Olimpíada de educação financeira mobiliza estudantes brasileiros 


As inscrições estão abertas para alunos do ensino fundamental ao médio de todo o País. 

Veja o relato dos jovens 

REBECA SOARES rebeca.soares@estadao.com.br 16/08/2021 

Além de um brinquedo novo, chocolate ou passeio, uma das maiores alegrias das crianças é receber mesada. Entretanto, para alguns, a relação com o dinheiro é maior que o cofrinho, há dedicação e estudo para participar da Olimpíada Brasileira de Educação Financeira Com inscrições abertas até o fim de agosto, o evento teve mais de 38 mil inscritos em 2019. Apesar das dificuldades da pandemia em 2020, quando alcançou apenas 6 mil inscritos, a Olimpíada chegou a todos os 26 estados e ao Distrito Federal Ao todo, as provas são aplicadas para cinco diferentes níveis de conhecimento. Entre os temas abordados na prova estão Consumo, Planejamento Financeiro, Investimentos, Juros, Capital, Montante, Desconto, Amortização, Cooperativismo de Crédito e Educação Fiscal  

Além de um brinquedo novo, chocolate ou passeio, uma das maiores alegrias das crianças é receber mesada. Entretanto, para alguns, a relação com o dinheiro vai além da administração do cofrinho: há dedicação e estudo para participar da Olimpíada Brasileira de Educação Financeira (OBEF), que está com inscrições abertas até o fim de agosto.  

Ao abrir a geladeira e olhar para uma caixa de leite, Wenner Lucena, professor do departamento de finanças e contabilidade da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), decidiu fazer um cofre para ensinar os três filhos a economizar. Mas a brincadeira educativa não parou por aí. Em 2017, Lucena levou a ideia para a Universidade e criou a Olimpíada Paraibana de Educação Financeira, que ganhou robustez ao longo dos anos e tornou-se um evento nacional.  

Em 2019, a Olimpíada teve mais de 38 mil inscritos em todo o País. Apesar das dificuldades da pandemia em 2020, quando alcançou apenas 6 mil inscritos, o evento chegou a todos os 26 estados e ao Distrito Federal, por meio da digitalização de todo o processo. Além da UFPB, outras 37 universidades e institutos federais contribuem para a realização do projeto.  

Mesmo com um número menor de participantes na edição do ano passado, a organização registrou dois grandes avanços: conseguiu adaptar as provas e o conteúdo disponibilizado para pessoas com deficiência (PCD) e adequar a Olimpíada aos diferentes fusos horários do País. De acordo com Lucena, alguns dos organizadores fizeram longas viagens de barco levando conexões com a internet para que alunos indígenas também pudessem participar.  

O público-alvo da Olimpíada são os estudantes do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas. Ao todo, as provas são aplicadas para cinco diferentes níveis de conhecimento. Entre os temas abordados estão consumo, planejamento financeiro, investimentos, juros, capital, montante, desconto, amortização, cooperativismo de crédito e educação fiscal.  

Aos oito anos, Pedro Henrique Negrini (foto) participou da edição de 2020 e se prepara para a prova deste ano. Em casa, jogos de tabuleiro, administração da mesada e brincadeiras fazem com que o menino já entenda conceitos como poupança, juros, rendimento e até Bolsa de Valores.  

Érico Negrini, pai de Pedro, conheceu a iniciativa por meio de amigos do mestrado na área de contabilidade. Por discutir finanças em casa, levou a proposta para o filho. Segundo ele, Pedro ficou muito animado, pois já havia participado de outras Olimpíadas no ensino básico. “Já tínhamos o costume de falar sobre dinheiro de forma lúdica em casa, a OBEF uniu esse interesse prévio com a curiosidade de aprofundar certos temas”, afirma.  

Assim como Pedro, que mora em Brasília, Stella Bortolocci, que vive em Campo Grande, demonstrou interesse em participar da OBEF pelo gosto pela matemática e para se preparar para o futuro. “Quando ela tinha quatro anos, queria um brinquedo e eu disse que não tinha dinheiro. Para minhas surpresa, ela respondeu: ‘mas mamãe, pode pagar com cartão’. Foi nesse momento que entendi que precisava falar sobre educação financeira. Aos poucos, com uma mesada, fui atribuindo certas responsabilidades à ela”, explica Márcia Bortolocci, mãe de Stella.  

Segundo Ana Paula Hornos, especialista em educação financeira e colunista do E-Investidor, os aprendizados sobre o tema são importantes pelo conteúdo técnico, mas, principalmente, porque eles impactam também no sucesso e nos valores morais, éticos, e na relação emocional do indivíduo com o dinheiro ao longo da vida.  

“Dinheiro é assunto de criança, de adolescente e de adulto. Os pais podem ensinar desde cedo sobre prioridades, recursos escassos, flexibilidade e espera. É importante que os pais se envolvam para dar bons conselhos e trabalhar a saúde financeira da própria família”, destaca Hornos.  

Sarai Molina, gerente de educação financeira da Ágora Investimentos, reforça que a partir dos sete anos de idade é recomendado começar a conversar sobre finanças já que é uma idade, em geral, na qual a criança já entende o conceito de dinheiro. “A mesada é uma ferramenta muito importante para dar início à criação de responsabilidade para a criança que toda família pode fazer. Seja com R$ 10, R$ 5 ou até R$ 1, os pais já podem usar esse meio para começar a introduzir, de forma lúdica, o tema para os pequenos”, afirma.  

Educação financeira para toda a vida 

A Olimpíada é uma entre as mais de dez ações do projeto de extensão Educação Financeira para Toda a Vida. Reunindo alunos dos cursos de Economia, Contabilidade, Administração, Relações Internacionais, entre outros, o grupo de estudantes universitários levam a temática para escolas e redes sociais.  

Adrielle Macedo, aluna do quinto semestre do curso de Ciências Contábeis, entrou no projeto em 2019 e atua dando suporte à OBEF, além de planejar e executar trabalhos direcionados ao público infantil na Paraíba, que serve como base para outros estados.  

“É comum vermos crianças que têm pais analfabetos e levam o conhecimento da leitura e da matemática para o lar. Percebemos que o assunto finanças é muito importante para as famílias, mas falta acesso à informação. O projeto tenta ultrapassar essa barreira”, explica.  

Na mesma seara, o professor Wenner Lucena, idealizador e coordenador da Olimpíada, que adaptou a linguagem de finanças para os filhos, trabalha para encontrar novas metodologias para ensinar crianças e adolescentes. “Já viajei o Brasil falando de finanças para executivos de grandes empresas até perceber que eu precisava adaptar a palestra para atingir um público diferente, mas tão importante quanto: os pequenos”, diz.  

Para Lucena, apesar do Projeto de Lei 3145/20, que torna obrigatória a inclusão da educação financeira como tema transversal dos currículos do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, já ter sido implantado, as escolas têm dificuldades para oferecer a disciplina. Por isso, iniciativas como a Educação Financeira para Toda a Vida aliadas às instituições de ensino são fundamentais.  

O que as crianças pensam sobre educação financeira 

Pedro Negrini, 8, Brasília (DF): “Eu recebo uma mesada quando eu ajudo nas tarefas. No meu aniversário, ganhei R$ 150 da minha dinda e deixo guardado no banco. Sempre que vou ao supermercado, fico comparando os preços e, quando gosto de algo, eu fico pensando se compro ou não. Sei que se eu gastar com besteiras, vai faltar depois para algo que preciso. Foi pensando assim que economizei e ajudei a minha família a comprar armários para a casa. Agora, eu quero economizar para comprar um computador novo até o próximo ano.”  

Bianca Bolzani, 10, João Pessoa (PB): “Eu somo o aprendizado de matemática na escola com experiências cotidianas com meus pais, como gerir minha mesada por internet banking, traçar metas, vender itens sem uso, praticar consumo sustentável comprando em brechós. Educação financeira me ajuda a ter mais consciência do esforço necessário para ganhar dinheiro, aprender a fazer escolhas, pensar antes de gastar se aquilo vale mesmo a pena, e entender que coisas paradas sem uso em casa são dinheiro parado que poderia ser usado melhor de outra forma.”  

Stella Maris Bortolocci, 8, Campo Grande (MS): “Me preparo olhando as provas anteriores, estudando bastante matemática na escola e aprendendo a lidar com dinheiro com a mesada que meus pais me dão. A educação financeira me ajuda a saber lidar com dinheiro, banco e cartões de crédito. Isso pode me ajudar a ter uma vida mais saudável no meu futuro.”  

Maria Luiza Ferreira, 15, Campina Grande (PB): “Eu soube da OBEF pela escola e fiquei muito empolgada porque iria ampliar o meu conhecimento sobre educação financeira, fazendo de mim uma consumidora com consciência no futuro. Meus pais já tiveram problemas com o uso do dinheiro e eu gostaria de ajudá-los com isso. Todos os dias somos expostos ao consumo e, se não soubermos como usá-lo, podemos acabar em um prejuízo muito grande. A educação financeira me ajuda a não consumir de forma exagerada ou gastar com coisas desnecessárias. O lanche da escola, por exemplo, eu opto por trazer de casa para impactar menos o orçamento.”

Turismo

 O gráfico a seguir mostra que o turismo internacional ainda não reagiu à crise sanitária:

A comparação é com 2019 e pode existir uma questão sazonal aqui. As mudanças nas regras de recebimento de turista também pode ser um problema. Provavelmente o turismo doméstico deve estar em processo de recuperação. 

16 agosto 2021

Futebol e lavagem de dinheiro


Uma reportagem da Al-Jazeera mostra como o futebol pode ser usado para lavagem de dinheiro. Os repórteres centraram na figura de Christopher Samuelson, denominado de The Magician, que é especializado no assunto. Samuelson tem entre seus clientes ricos do Oriente Médio, oligarcas russos e chineses interessados em usar um clube de futebol para lavagem de dinheiro.

Nos últimos anos Samuelson intermediou negócios com os clubes Reading e Aston Villa. E no passado esteve envolvido com o Everton, o Chelsea e outros clubes. Cobrando 3% do valor da venda, a equipe de Samuelson inclui até ex-policial. 

No texto, uma história interessante: quando estavam negociando o Aston Villa, a equipe de Samuelson estava também monitorando a Liga de Futebol para saber o que estava acontecendo nos bastidores. Depois, Samuelson desconfiou que alguém estava falando com a imprensa. Obtendo os registros telefônicos, uma atividade ilegal, ele descobriu o nome de quem estava falando demais. 

Custo sanitário e a produção de filmes na Nova Zelândia


A Nova Zelândia ficou conhecida como sendo um grande cenário para filmes, como Senhor dos Anéis. Além de ter uma grande quantidade de recursos humanos especializada, o que inclui técnicos em efeitos especiais, as montanhas, praias e neves da Nova Zelândia pode ser uma atração a parte. E nas últimas décadas, o governo da Nova Zelândia ofereceu generosos subsídios para atrair a produção de filmes, a tal ponto que os chineses resolveram filmar propagandas partidárias por lá. Dinheiro do contribuinte sendo usado para financiar propaganda política.

Mas eis agora a Amazon decidiu transferir a filmagem da série (?) O Senhor dos Anéis, que deveria começar neste momento, da Nova Zelândia para Inglaterra. A justificativa apresentada seria a política sanitária do país, que exige 14 dias de isolamento, antes do começo dos trabalhos. A Amazon já tinha alugado um estúdio em Auckland e desistiu do projeto no país (lembrando que isto é custo perdido e não deve ser levado em consideração).   

A restrição sanitária poderia reduzir muitas produções cinematográficas em razão do custo derivado do Covid. Este custo sanitário está sendo levado em consideração na escolha do local de filmagem. Aparentemente, a Inglaterra não teria esta restrição.  

Foto: Tobias Keller

ESG é uma nova fase do capitalismo ?


Publicado pela Forbes, o texto a seguir defende, no título, o movimento ESG como sendo uma revolução. Mas os argumentos são mais no sentido de ser uma evolução. 

Revolução ESG inaugura nova fase do capitalismo 

Solange Guimarães 

ESG trata da incorporação de práticas de sustentabilidade ambiental, inclusão social e governança no universo corporativo e sua transformação em um ativo financeiro tangível  

 Preocupação ambiental, comportamento ético e ações concretas para diminuir as desigualdades sociais eram considerados há pouco mais de 20 anos um diferencial, quase um luxo, das empresas que se pretendiam sustentáveis. Hoje atuar fortemente nesses temas passou a ser mandatório para qualquer organização. Mais que metas e propósitos intangíveis, mais que declarações públicas de boas intenções, as companhias têm que provar com fatos e dados o que estão fazendo e demonstrar com métricas e indicadores auditáveis o impacto positivo de suas atividades. A sustentabilidade em diferentes âmbitos entrou em um novo patamar e essa fase tem nome, ou melhor, sigla: ESG, do inglês environmental, social and governance, ou seja, ambiental, social e governança.  

 Essencialmente, o ESG trata da incorporação de práticas de sustentabilidade ambiental, inclusão social e governança no universo corporativo e sua transformação em um ativo financeiro tangível. Os critérios ESG se tornaram relevantes na análise de riscos e na tomada de decisões dos investidores e já impactam nas decisões de compra dos consumidores. Sua relevância é tamanha que empresas do mundo inteiro têm investido para fazer com que suas políticas de governança tragam retornos ambientais e sociais o quanto antes.  

 Esse novo propósito perseguido pelas organizações é uma mudança de paradigma diante da máxima liberal, que imperou na segunda metade do século 20, de que o objetivo de uma empresa deveria ser gerar lucro para garantir retorno ao acionista. Essa ideia, defendida pelo economista Milton Friedman, começou a ficar ultrapassada em 2004 quando a Organização das Nações Unidas, sob a batuta do secretário-geral Kofi Annan, estabeleceu os pilares do desenvolvimento sustentável.  

De lá para cá, grandes líderes empresariais vêm debatendo a responsabilidade corporativa e seu compromisso com todos os públicos de interesse (não apenas o acionista), o chamado Capitalismo de Stakeholders. Um manifesto de 2019 da Business Roundtable, associação que reúne as maiores corporações dos Estados Unidos – entre elas Amazon, Apple, Bayer, Coca-Cola, Dell e IBM –, com as assinaturas de 181 CEOs, reforçou que o propósito das corporações deve ser o bem-estar social. No ano seguinte, Larry Fink, CEO da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, declarou a sustentabilidade como seu novo padrão de investimentos e convocou os investidores a dar preferência às empresas com propósito.  

 A convergência de interesses que coloca o ESG em destaque é muito influenciada pelos investidores, pela opinião pública e pelas mudanças de hábitos de consumo. Levantamento realizado pelo Instituto Akatu e a GlobeScan sobre as percepções dos consumidores em 27 países mostrou que no Brasil mais de 70% dos consumidores esperam que as empresas não agridam o meio ambiente e mais de 60% querem que as empresas estabeleçam metas para tornar o mundo melhor.  

“ESG passou de uma questão estratégica periférica para ser central e dominante. Executivos e stakeholders (boards, funcionários de todos níveis, agentes, governo, reguladores e a sociedade) reconhecem que ESG é um direcionador de valor e estão proativamente endereçando esses fundamentos”, explica Alexandre Pierantoni, diretor da Duff&Phelps no Brasil, consultoria global de finanças corporativas.  

Christian Gebara, presidente da Vivo, comprova. “A sustentabilidade está na nossa estratégia, alinhada às expectativas de clientes, acionistas, fornecedores, colaboradores e sociedade, nos aspectos ambientais, sociais e de governança. Com o Vivo Sustentável – um dos nossos pilares de negócio – damos um olhar consciente para os impactos das nossas atividades e as conexões que construímos com o planeta. Assumimos, assim, o protagonismo para dialogar sobre diversidade, cuidado com o meio ambiente e uso consciente da tecnologia, por exemplo. Tudo isso, apoiado na relevância, na liderança e na credibilidade da nossa marca, que tem como propósito digitalizar para aproximar.”  

Além de influenciar a percepção da sociedade, os indicadores ESG também definem a atratividade de uma empresa tanto no mercado de capitais quanto para questões relacionadas a fusões e aquisições, ou seja, impactam diretamente no valuation das companhias.  

“As empresas querem fazer negócios com quem investe em modelos mais sustentáveis, que possam contribuir para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que entreguem valor à sociedade com um sistema de governança que permita transparência e conduta responsável em todas suas atividades”, afirma José Luiz Moreira, CEO da IHM, empresa do Grupo Stefanini. Especializada em transformação digital, a IHM criou uma divisão focada em soluções tecnológicas que ajudam as indústrias a executarem suas agendas de ESG, sobretudo na adaptação ao processo de transição energética pelo qual o mundo está passando.  

A transição energética deve atrair investimentos massivos e, pelo potencial que o Brasil apresenta para as energias solar e eólica e em biocombustível, a neutralidade de emissão de carbono representa uma grande oportunidade para a inserção internacional do país.  

Enquanto a geração de eletricidade e o transporte representam 53% das emissões globais de gases do efeito estufa, no Brasil o setor de energia é responsável por apenas 8% das emissões, pois aqui predominam as usinas hidrelétricas. “Com a expansão da produção eólica, solar e de biomassa, além da substituição de térmicas a diesel e de investimentos em estrutura de armazenamento de energia, o Brasil pode assumir a liderança da energia sustentável”, avalia o economista Gesner Oliveira, coautor do livro “Nem Negacionismo Nem Apocalipse – Economia do Meio Ambiente: Uma Perspectiva Brasileira”.  

Economia circular  

Gesner Oliveira também vê potencial na geração de energia a partir dos resíduos sólidos urbanos e estimula a economia circular em cada cadeia produtiva. O conceito de economia circular defende o melhor uso dos recursos naturais, por meio de novas oportunidades de negócios, da otimização na fabricação de produtos e da reciclagem dos resíduos, de forma a depender menos de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.  

Na metalúrgica Tupy, multinacional brasileira com sede em Joinville, Santa Catarina, 99% do material metálico utilizado como matéria-prima teve origem na reciclagem e metade do volume total de resíduos gerados são reciclados. Destes resíduos, cerca de 75 mil toneladas foram transformadas em coprodutos e utilizadas em outras cadeias produtivas.  

Já a seguradora Zurich, uma das mais tradicionais do mundo, acaba de anunciar um “selo verde” para certificar as oficinas mecânicas parceiras no Brasil. A ideia é estimular a utilização de insumos com baixo impacto ambiental, processos de destinação de resíduos líquidos e sólidos e de reutilização de recursos. A aferição será feita pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), e a expectativa é que a mudança das práticas gere ganhos de eficiência, economia de custos, produtividade e maior captação de clientes.  

Pioneira no segmento de gestão ambiental, a Ambipar ganhou relevância internacional por desenvolver soluções que promovem a economia circular, ou seja, que buscam reintroduzir os resíduos na cadeia produtiva, gerando mais uma fonte de receita para as empresas clientes e reduzindo o impacto ambiental. Foi o centro de pesquisas da Ambipar que mostrou à indústria farmacêutica a viabilidade técnica e econômica da reutilização do colágeno usado para envolver cápsulas de vitaminas e outros medicamentos. O resíduo, que iria para aterros sanitários, passou por estudos e análises e se tornou um protótipo de sabonete que, dermatologicamente testado e aprovado, provou ser uma excelente matéria-prima para a indústria de cosméticos.  

Cristina Andriotti, CEO da Ambipar, explica que a empresa também é especialista em atendimento a emergências ambientais e tem bases operacionais distribuídas estrategicamente na América do Sul, América do Norte, Europa, África e Antártida. “Nossa maior visibilidade, no entanto, é com o gerenciamento de resíduos com foco em valorização”, comenta. A Ambipar abriu capital em 2020, e a demanda pelos papéis foi a maior já registrada na história da Bolsa de Valores brasileira (B3) em uma oferta pública inicial.  

  A hora e a vez do S  

Pesquisas mostram que os temas relacionados a E (enviromental) têm tido a maior parte de atenção e que questões de S (social) e G (governance), embora endereçadas, aparecem em segundo patamar. No Brasil, as empresas têm buscado um maior equilíbrio entre os três temas. No âmbito da governança, há questões de controle corporativo e problemas a serem mapeados, como fraudes, corrupção, risco de ataque cibernético, exposição e relacionamento político, entre outras. No aspecto social, há forte demanda da sociedade brasileira pelo tema da diversidade e inclusão.  

Para Maria Eugênia Buosi, CEO da Resultante ESG, escritório especializado na integração das práticas a companhias, investidores e instituições financeiras, o S caminha mais lentamente porque incomoda, afeta o modelo de negócios, mas mexe também com o modelo mental, valores, polêmicas. “No fim do dia, ESG é sair da zona de conforto. Se não está doendo, não está sendo feito direito”, declara. “Se estamos vivendo os maiores desafios ambientais e sociais da história, com risco iminente de uma crise climática e de perda maciça de biodiversidade e um abismo social em que 1% da população detém 50% da riqueza, não há como resolver esses desafios fazendo as mesmas coisas de sempre. É preciso mudar. E isso incomoda.”  

É por isso que os especialistas apontam que o processo de implementação de mudanças organizacionais só se dará de forma completa e definitiva com o apoio e a liderança da alta gestão e dos controladores da empresa.  

“Em uma jornada de quase 15 anos, tornamos ESG parte fundamental das nossas estratégias. Com isso, além de contribuirmos para um mundo mais sustentável, buscamos inspirar princípios de confiança, criar oportunidades iguais, aproveitar o poder de todas as gerações e empoderar comunidades locais. Nesse sentido, estamos atentos e ativos no desenvolvimento de ações de sustentabilidade e inclusão, trabalhando por nossas metas e demonstrando à sociedade, de forma transparente, os resultados que já conquistamos”, afirma Rafael Segrera, presidente da Schneider Electric para América do Sul. “Sustentabilidade é parte integrante e indissociável dos nossos negócios.”  

Uma estratégia que vem sendo utilizada para dar mais consistência e celeridade às transformações é utilizar os frameworks de complianceR e governança para implementação dos pilares de ESG. “A criação de processos e controles relacionados ao combate ao trabalho escravo é muito semelhante aos processos de compliance que muitas empresas já possuem para lidar com uma série de outros riscos de terceiros, como suborno e corrupção, lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo”, ressalta Ian Cook, diretor da Kroll no Brasil, empresa mundial de gestão de riscos e investigações corporativas. 

“O compromisso com práticas de ESG deixou de ser uma opção”, sentencia Luciano Guidolin, presidente da consultoria Stelagu Capital e Gestão Empresarial. “As empresas que quiserem sobreviver terão de ir além da retórica na defesa dos interesses da sociedade.”

15 agosto 2021

Educação Online está funcionando?

 Resumo:


The pandemic has revived the longstanding debate about the effect of online versus face-to-face instruction on student achievement. The goal of this paper is to provide new evidence on the impact of online versus face-to-face instruction on student learning outcomes, using rich, transcript-level longitudinal data from a public university. We pay particular attention to eliminating selection bias by incorporating student and instructor fixed effects into the empirical analysis as well as to separate out the impact of online versus in-person education from COVID-19-related confounding factors. Our results indicate that students in face-to-face courses perform better than their online counterparts with respect to their grades, the propensity to withdraw from the course, and the likelihood of receiving a passing grade. However, our investigation also reveals that instructor-specific factors, such as leniency in grading or actions towards preventing violations of academic integrity, play a significant role in determining the studied relationship. Without accounting for these instructor-specific factors, the relationship is severely biased, causing one to mistakenly conclude that online instruction is better for student learning than face-to-face instruction. Our analysis further documents a rise in grades associated with COVID-19-triggered changes to student assessment policies embraced by universities as well as instructors adopting a more flexible approach to grading. While these developments led to an increase in grades for all students overall, those who began Spring 2020 in face-to-face courses appear to have benefitted more generously from them. Finally, an auxiliary analysis shows that living in neighborhoods with better broadband technology is associated with a larger increase in grades among students who had to switch from in-person to online instruction during COVID-19. This finding supports the argument that unequal access to technology might have caused learning disparities to get deepened during the pandemic

Is Online Education Working? Duha Tore Altindag, Elif S. Filiz, and Erdal Tekin NBER Working Paper No. 29113 July 2021 JEL No. H75,I21,I23