19 setembro 2017
Links
Lembrar a existência de viés comportamental no mercado melhora o desempenho dos investidores
Nenhum problema com os envelopes do Emmy
Menina de 9 anos publica seu primeiro artigo: sobre insetos
BNDES resiste em devolver 180 bilhões, mas Temer já decidiu que vai
Expansão e desempenho da Marcopolo
Morreu o homem que impediu a destruição da Terra
06 julho 2017
Falta de equilíbrio nas bibliotecas das universidades
Listas dos autores mais influentes em cada grupo serão sempre objeto de questionamento. Mas é possível chegar a um time de pensadores incontestáveis de cada lado. A lista utilizada na comparação tem, na esquerda, Karl Marx, Vladimir Lenin, Antonio Gramsci, Jean-Paul Sartre e Paulo Freire. Na direita, Adam Smith, Edmund Burke, Ludwig Von Mises, Roger Scruton e Thomas Sowell.
É evidente que fatores diversos pesam no número de livros disponíveis – um autor com mais obras tende a ter mais volumes, por exemplo. Ainda assim, a desproporção é evidente, e um sinal de que a diversidade de ideias não vai bem: a contabilidade final aponta para 7.701 obras dos cinco autores de esquerda contra 712 dos cinco de direita.
(...)
Ainda assim, os números não convencem a todos: “O que importa é a relevância dos autores em relação à perspectiva histórica e teórica que eles têm. Essa é uma falsa questão”, diz Alexandre Bernardino Costa, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). “Paulo Freire é um educador difundido no mundo inteiro. Você vai colocá-lo ao lado de um pensador de direita que não tem a mesma expressão dele?”, indaga.
Mas, na visão do professor de Filosofia Rodrigo Jungmann, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a contabilidade evidencia um problema crucial: “Isso reflete a maioria esmagadora de professores esquerdistas nas universidades, que desejam que seus alunos tenham uma exposição quase que exclusiva a autores de esquerda”.
O docente diz que a falta de equilíbrio traz consequências negativas para os alunos. “Você só pode formar uma opinião bem abalizada sobre um assunto quando você tem acesso a todas as perspectivas, as várias linhas teóricas concorrentes e antagônicas em torno do assunto, com a visão devidamente equilibrada”, argumenta.
Grifo do blog, para destacar o absurdo da afirmação. Fonte: Gazeta do Povo
13 maio 2016
Ingerência Política
O texto do jornal usa um subterfúgio muito comum do Valor: fontes não identificadas, que reduz a credibilidade do texto enormemente. Eis alguns trechos para o leitor do blog:
Para a equipe de Bendine, as mudanças ocorreram justamente porque não há hoje um viés político na gestão.
E no caso de mudanças do atual conselho, a percepção da diretoria é de que mexer de forma mais profunda na Petrobras pode levar a uma "ruptura com a sociedade", já que a empresa vai continuar no foco dos holofotes. A empresa é grande demais e se envolveu em polêmicas proporcionais a esse gigantismo.
Há convicção de que a companhia criou defesas, ainda que frágeis e que precisam amadurecer.
A interpretação do comando da petroleira é que no ano passado a Petrobras estava diante do maior desafio de sua história.
A certeza no comando da estatal agora é que acabou o temor com relação à solvência.
O jornal teve um dos seus colunistas grampeados pela Operação Lava-Jato telefonando para o ex-presidente Lula para, entre palavrões, dar conselhos nada éticos. (É bem verdade que este colunista já não escreve mais no jornal). Em outro texto, segundo o jornal, a CVM estaria alerta a interferência na Petrobras. Mas não foi a própria CVM que "permitiu" que a situação chegasse onde chegou?
12 julho 2014
A genética dos vieses financeiros
For a long list of investment “biases,” including lack of diversification, excessive trading, and the disposition effect, we find that genetic differences explain up to 45% of the remaining variation across individual investors, after controlling for observable individual characteristics. The evidence is consistent with a view that investment biases are manifestations of innate and evolutionary ancient features of human behavior. We find that work experience with finance reduces genetic predispositions to investment biases. Finally, we find that even genetically identical investors, who grew up in the same family environment, often differ substantially in their investment behaviors due to individual-specific experiences or events.
O artigo pode ser baixado aqui
04 maio 2014
Viés da Mídia: uma questão de causa e efeito
Consumers of the news, both from television and print, sometimes feel that they are getting not just the facts but also a sizable dose of ideological spin. Yet have you ever wondered about the root cause of the varying political slants of different media outlets?
That is precisely the question that a young economist, Mathew Gentzkow, has been asking. A professor at the Booth School of Business at the University of Chicago, Mr. Gentzkow was recently awarded the John Bates Clark Medal by the American Economic Association for the best economist under the age of 40. (Full disclosure: As one of the association’s vice presidents, I was among those who voted to give him this award.) His main contributions have been to our understanding of the economics of the media industry.
One of his research articles, of which he was a co-author with Jesse Shapiro, a University of Chicago colleague, studied the political slant of more than 400 daily newspapers nationwide. The first step in their analysis, which was published in 2010, was simply to measure the slant of each paper. But that itself was no easy task.
When you listen to Sean Hannity of Fox News and Rachel Maddow of MSNBC, for example, you probably have no trouble figuring out who leans right and who leans left. But social scientists like Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro need more than subjective impressions. They require objective measurement, especially when studying hundreds of news outlets. Here the authors were devilishly clever.
CreditClockwise from left: Damon Winter/The New York Times, Shawn Thew/European Pressphoto Agency, Jae C. Hong/Associated Press, Logan Mock-Bunting for the New York Times
Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro went to the Congressional Record and used a computer algorithm to find phrases that were particularly associated with the rhetoric of politicians of the two major political parties. They found that Democrats were more likely than Republicans to use phrases like “minimum wage,” “oil and gas companies” and “wildlife refuge.” Republicans more often referred to “tax relief,” “private property rights” and “economic growth.” While Democrats were more likely to mention Rosa Parks, Republicans were more likely to mention the Grand Ole Opry.
With specific phrases associated with political stands, the researchers then analyzed newspaper articles from 2005 to determine which papers leaned left and which leaned right. (They looked only at news articles and excluded opinion columns.) That is, they computed an objective, if imperfect, measure of political slant based on the choice of language.
To confirm the validity of their measure, Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro showed that it was correlated with results from subjective surveys of readers. For example, both the computer algorithm and newspaper readers rated The San Francisco Chronicle as a distinctly liberal paper, and The Washington Times and The Daily Oklahoman as distinctly conservative ones. Both measures put The New York Times as moderately left of center and The Wall Street Journal as moderately right.
With a measure of political slant in hand, the researchers then analyzed its determinants. That is, they examined why some papers write in a way that is more consistent with liberal rhetoric while others are more conservative.
A natural hypothesis is that a media outlet’s perspective reflects the ideology of its owner. Indeed, much regulatory policy is premised on precisely this view. Policy makers sometimes take a jaundiced view of media consolidation on the grounds that high levels of cross-ownership reduce the range of political perspectives available to consumers.
From their study of newspapers, however, Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro, find little evidence to support this hypothesis. After accounting for confounding factors like geographic proximity, they find that two newspapers with the same owner are no more likely to be ideologically similar than two random papers. Moreover, they find no correlation between the political slant of a paper and the owner’s ideology, as judged by political donations.
So, if not the owner’s politics, what determines whether a newspaper leans left or right? To answer this question, Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro focus on regional papers, ignoring the few with national scope, like The Times. They find that potential customers are crucial.
If a paper serves a liberal community, it is likely to lean left, and if it serves a conservative community, it is likely to lean right. In addition, once its political slant is set, a paper is more likely to be read by households who share its perspective.
Religiosity also plays a role in the story, and it helps Mr. Gentzkow and Mr. Shapiro sort out cause and effect. They find that in regions where a high percentage of the population attends church regularly, there are more conservatives, and newspapers have a conservative slant. They argue that because newspapers probably don’t influence how religious a community is, the best explanation is that causation runs from the community’s politics to the newspaper’s slant, rather than the other way around.
The bottom line is simple: Media owners generally do not try to mold the population to their own brand of politics. Instead, like other business owners, they maximize profit by giving customers what they want.
These findings speak well of the marketplace. In the market for news, as in most other markets, Adam Smith’s invisible hand leads producers to cater to consumers. But the findings also raise a more troubling question about the media’s role as a democratic institution. How likely is it that we as citizens will change our minds, or reach compromise with those who have differing views, if all of us are getting our news from sources that reinforce the opinions we start with?
20 fevereiro 2014
Viés no Xadrez
Uma pesquisa (via aqui) solicitou que jogadores experientes de xadrez resolvessem alguns problemas deste jogo. Em geral os problemas de xadrez consistem em analisar uma posição e encontrar o caminho para vitória ou para o cheque mate. Em alguns destes problemas, a ideia é procurar o mate num menor número de jogadas possíveis.
A pesquisa mostrou que mesmo os jogadores de xadrez são influenciados pelo efeito Einstellung. Ao mostrar uma posição para os jogadores, duas soluções eram possíveis. A primeira, o mate em cinco jogadas, usando uma técnica bem conhecida dos jogadores. A segunda, através de uma opção menos usual, mas que o mate era alcançado em três jogadas. Em geral os jogadores optaram pela primeira alternativa.
Num segundo estágio, a mesma posição foi apresentada, sem a presença de uma peça fundamental para a primeira opção. Ao eliminar esta peça, os jogadores passaram a perceber a existência da solução menos usual, mas mais eficiente.
09 julho 2013
Viés em pesquisas acadêmicas
Sabemos que as pesquisas que trazem novidades apresentam mais chances de serem aceitas. Isto termina por incentivar os cientistas a buscarem os resultados que possam agradar mais aos pareceristas e editores dos periódicos.
Usando 641 artigos publicados em três periódicos de excelência na área de economia (American Economic Review, The Journal of Political Economy e Quarterly Journal of Economics) quatro pesquisadores investigaram os resultados dos testes estatísticos. Isto significou analisar mais de 50 mil testes estatísticos, já que cada artigo possui em média 78 testes e mais de três mil tabelas. Como os artigos foram publicados entre 2005 e 2011, a investigação corresponde ao estado da arte da pesquisa na área de economia.
O resultado não foi uma grande surpresa: uma vez que os periódicos gostam das pesquisas que rejeitam a hipótese nula, os resultados apresentam uma grande distorção. Os valores do “valor do p” que os pesquisadores encontraram parecem um desenho de um camelo, com muitos valores acima de 25%, um vale entre 10% e 25%. Isto parece indicar que os pesquisadores “inflam” os resultados, tornando-os mais próximo daquilo que se esperam os periódicos.
Leia Mais em BRODEUR, Abel et al. Star Wars: The Empirics STrike Back. Working Paper, Iza DP 7268, 2013.
12 setembro 2012
Medo 1
"Ainda não houve a absorção da prática da essência sobre a forma. Prevalece o 'pacto do medo'", sintetizou Marcus Severini, diretor de controladoria da Vale, que participou ontem, em São Paulo, do 2º Encontro de Contabilidade de Auditoria para Companhias Abertas e Sociedades de Grande Porte, organizado pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
O diagnóstico é que as empresas acabam cedendo ao que dizem ser pressão dos auditores para aumentar o número de notas explicativas nos balanços, que estariam previstas nas regras. Esses, por sua vez, acabam exigindo mais do que talvez fosse o necessário, com receio de receber alguma reprimenda do órgão regulador.
O resultado é que os balanços estão maiores do que o desejado pelas empresas, e sem necessariamente trazer mais informações úteis aos usuários.
José Carlos Bezerra, superintendente de normas contábeis e auditoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entende que as empresas não têm sabido filtrar adequadamente o que é relevante para ser divulgado no âmbito do IFRS. "A gente percebe o medo de errar entre auditores e empresas", disse Bezerra, que também participou do evento.
Para ele, no entanto, essa não é a postura adequada. "Esse é o momento de errar, por que o regulador ainda está em uma fase educativa e de aprendizado."
De acordo com Severini, da Vale, em algum momento as empresas terão que bater o pé e enfrentar os auditores e, eventualmente, os reguladores. "Tem que chegar alguém e dizer: 'Não vou divulgar porque não é relevante'. Mas para isso é preciso coragem, uma dose de audácia que não é fácil de se ter", disse.
Segundo André Veiga Milanez, diretor financeiro da Cetip, migrar de uma cultura baseada na forma para uma prática sustentada pela essência exige uma mudança cultura que não é trivial. "As próximas gerações devem contribuir para aprimorar esse processo", afirmou ele.
Segundo Bezerra, da CVM, como tudo no IFRS, não existe uma "receita de bolo" que possa ser seguida por todas as empresas para tornar as notas explicativas mais curtas e mais informativas.
Mas ele diz que um caminho é tirar as informações repetitivas (e aquelas que apenas reproduzem as exigências legais e as normas) e se concentrar no que é relevante para o usuário. Nas notas que tratarem de redução ao valor recuperável de ativos ("impairment") ou ajuste a valor presente, por exemplo, ele diz que é fundamental que as empresas divulguem as premissas de taxas e prazos usados para embasar determinada decisão ou resultado.
Para Wanderley Olivetti, sócio da Deloitte, as empresas devem "customizar" os balanços, cortando notas sobre práticas contábeis que não se aplicam ao seu segmento de atuação e evitando a prática de copiar e colar.
Na briga da essência contra a forma, prevalece o 'medo' - 11 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Fernando Torres | De São Paulo
04 setembro 2012
Viés de projeção
Usando informações de mais de quarenta milhões de transações de compra de automóveis e quatro milhões de dados de negociação de imóveis, os autores verificaram o efeito do clima nas decisões de compra. Os resultados são muito interessantes pois mostram que as pessoas são influenciadas pelo que está ocorrendo no momento da transação.
Se uma transação de compra de um imóvel ocorre no verão, o valor de uma casa com piscina ou com ar condicionado central é maior do que as negociações ocorridas no inverno. As pessoas quando estão negociando um imóvel no verão passam a dar mais valor para os bens que podem suavizar a influencia da temperatura elevada. O mesmo ocorre com os automóveis conversíveis, que são mais valorizados no verão.
Segundo os autores, os resultados mostram que o viés de projeção pode afetar outras decisões, como casar ou arrumar um emprego.
31 julho 2012
Vieses
O confounding bias é denominado de variável de confusão e diz respeito ao fato de uma variável do modelo estatístico correlacionar com a variável independente assim como outras variáveis. Viés de seleção e viés de publicação aparecem em segundo e terceiro lugar.
Fonte: CHAVALARIAS, D; IOANNIDIS, J. Science mapping analysis characterizes 235 biases in biomedical research. Journal of Clinical Epidemiology, v. 63, p. 1205 - 1215
14 janeiro 2012
Projeção 1
O que poderia explicar isto? Talvez o viés do excesso de otimismo dos analistas?
Fonte da Figura: The Four Cornerstones of Corporate Finance, Tim Koller, Richard Dobbs e Bill Huyett, Wiley, 2011.
06 junho 2011
Viéses
• Viés de confusão = quando você pensa que mede o efeito da variável X na variável Y, mas na realidade há uma outra variável Z, que se correlaciona com o X e também afeta Y, que você não considerou. • Viés de seleção = quando você pensa que todos os vários sub-grupos da população estão proporcionalmente com a mesma probabilidade de constar da sua amostra, mas a realidade certos grupos são mais propensos de estar presente do que a proporção, em razão da maneira que você coletou seus dados. • Viés da publicação = quando é mais provável de publicar ou contar aos outros sobre seus resultados se: 1) estar em conformidade com o que você esperava, ou 2) é o que você pensa que os outros preferem ouvir. • Viés da resposta = quando os entrevistados respondem às suas perguntas como eles pensam que você quer suas respostas, ao invés de acordo com suas crenças verdadeiras. • Viés da atenção = quando você se concentra apenas em dados que suporta a sua hipótese e ignorar dados que fazem a sua hipótese menos provável. • Viés de memória = quando os entrevistados são mais propensos a lembrar do conteúdo da sua pergunta caso se igual as crenças deles. • Viés de amostragem = quando você acha que sua amostra é representativa da população, mas na verdade não é, porque é enviesada na etnicidade, atração, idade, gênero e / ou etc, lançando dúvidas sobre a sua generalização a partir da amostra para a população. (Isto é, na verdade uma sub-categoria de viés de seleção)Em finanças considero relevante o viés de sobrevivência. Este ocorre quando o pesquisador investiga somente os dados existentes numa série completa, sem considerar os casos faltantes em razão da "sobrevivência". Assim, investiga o comportamento das empresas num período longo, mas deixa de fora as empresas de não existiam durante todo o período de tempo, como é o caso das empresas falidas.
10 maio 2011
Viés da Confirmação
No artigo intitulado Perception ≠ Reality: Analyzing Specific Allegations of NBA Referee Bias foram analisadas as acusações do gestores do time de basquete, Miami Heat, de que os árbritos da NBA, Steve Javie and Derrick Stafford, tinham a tendência de prejudicar esta equipe de basquete. Estas acusações foram feitas, pois,em 2007, um escândalo de apostas com a participação de árbritos da NBA veio à tona. As investigações do FBI sobre o caso mostraram que, o árbitro Tim Donaghy colaborava e participava de uma esquema de apostas em jogos, que ele apitava.Em 15 de agosto de 2007, Donaghy confessou ser culpado das acusações , e um ano depois, foi condenado a 15 meses de prisão e três anos de liberdade supervisionada.
A credibilidade dos árbritos estava abalada, assim, alguns times fizeram um série de acusações contra alguns juízes da liga de basquete norte-americana. Uma dessas foi o caso estudado pelo artigo supracitado.Os pesquisadores analisaram jogos do Miami Heat, no período de 9 anos, que foram apitados pelos árbritos :Steve Javie and Derrick Stafford.O estudo concluiu que nenhum dos juízes apresentou erro sistemático que teve um efeito adverso sobre o Miami Heat. Ou seja, não foi confirmada a tendência dos árbritos prejudicarem o time de Miami. Em verdade, nos jogos apitados por esses juízes o Miami Heat teve um desempenho um pouco melhor.
Não obstante,os resultados empíricos do estudo demonstram que o Miami Heat utilizou o "viés da confirmação" para justificar o mau desempenho do time. Este viés ocorre quando o indivíduo procura encontrar uma informação que confirme a sua visão da situação real.Neste caso, os gestores utilizaram a informação do escândalo para justificar a sua visão da situação real. Em outras palavras, o Miami Heat realizou conclusões generalizadas apoiada por provas reais.
10 fevereiro 2010
25 agosto 2008
16 abril 2008
Finanças Comportamentais: artigo
O jornal Valor Econômico traz hoje um artigo de Andre Delben Silva onde se comenta, resumidamente, alguns dos problemas existentes no processo decisório. Apesar do autor não usar o termo "finanças comportamentais" (ou algo próximo), os aspectos abordados são provenientes de pesquisas da área.
O ser humano é muito menos racional do que nos faz crer as teorias tradicionais de finanças. A experiência tem mostrado que, no mercado financeiro, as decisões dos investidores, das mais simples às mais complexas, nem sempre seguem a racionalidade. No processo de julgamento, é muito comum esses investidores serem afetados por questões psicológicas, que pode levar a um comportamento equivocado no mundo dos investimentos, como as principais que são abordadas a seguir:
- Excesso de confiança e otimismo: Ocorrem quando as pessoas se classificam como acima da média e acham que os outros irão julgá-las melhores do que são realmente. Excesso de confiança sugere que o investidor superestima a habilidade de prever eventos futuros. Na prática, a grande maioria dos investidores não pode estar acima da média.
- Aposta errônea: Quando se trata de probabilidades, a falta de conhecimento pode levar a conclusões erradas. Considere uma série de 20 moedas que, quando jogadas, caíram todas com o lado "cara" virado para cima. Numa aposta errônea, pode-se pensar que é mais provável que a próxima moeda caia com o lado "coroa" virado para cima. Essa linha de raciocínio representa uma compreensão inexata de probabilidade, porque a chance de uma moeda não viciada cair com o lado "cara" para cima é sempre de 50%.
- Ancoragem: Daniel Kahneman e Amos Tversky (1974), conduziram estudo no qual uma roda com números de 1 a 100 seria girada. Os candidatos eram questionados se a porcentagem de países africanos membros das Nações Unidas era maior ou menor do que o número dado na roda. Em seguida os candidatos deveriam fazer uma estimativa atual desse valor. Tversky e Kahneman descobriram que esse valor apresentado na roda mostrou grande influência sobre as respostas dadas pelos candidatos. Por exemplo, quando a roda parou no número 10, a estimativa média dada pelos candidatos foi de 25%. Porém, quando parou no 60, a estimativa média foi de 45%.
- Contabilidade mental: É a tendência que as pessoas têm de separar seu patrimônio em partes com finalidades individuais. Existem casos de pessoas que têm uma poupança para os filhos e que usam o limite do cheque especial. Outras tratam o dinheiro da restituição do imposto de renda como se fosse um prêmio e reservam o valor para um gasto especial. Uma maneira de evitar o mau uso da contabilidade mental é sempre lembrar que o patrimônio, incluindo ativos e passivos, deve ser analisado de forma única.
- Tendência ao exagero e disponibilidade: Uma conseqüência de envolver emoções no mercado financeiro é a tendência ao exagero ante uma nova informação. Boas notícias devem aumentar o preço do ativo, e este não deve cair se nenhuma nova informação for dada. Às vezes, participantes do mercado financeiro criam um efeito de supervalorização do ativo. Segundo a teoria da disponibilidade, as pessoas tendem a dar maior peso às informações mais recentes para uma tomada de decisão. Por exemplo, imagine um acidente de carro que acaba de acontecer num trecho de rodovia de uso diário. É possível que, pelas próximas semanas, você dirigirá com mais cautela pela rodovia. Presenciar o acidente o induziu a tendência ao exagero, porém, em pouco tempo você voltará aos seus hábitos normais.
- Efeito Manada: Eventos no mercado financeiro, como o estouro da bolha da internet, continuam a acontecer dado o efeito manada, que é a tendência do indivíduo em imitar as ações de um grupo maior. Temos a necessidade de agir em conformidade com o grupo onde estamos inseridos. Errar em companhia da maioria é menos estressante. Já conviver com as conseqüências de um erro em virtude de um posicionamento oposto ao do grupo é um constrangimento que a maioria evita.
- Viés de confirmação: No mundo dos investimentos, esse viés sugere que é mais provável que o investidor busque informações que confirmem sua idéia inicial a respeito de um investimento em vez de fatos que contradigam sua opinião. Como conseqüência, isso pode resultar em um processo de decisão errado, dado o conjunto incompleto de informações disponíveis.Viés de retrospecto: Psicólogos atribuem esse viés a nossa necessidade inata de encontrar ordem no mundo por meio de explicações que nos levem a acreditar que os eventos são previsíveis. Muitas pessoas acham, agora, que os sinais da bolha de internet eram óbvios. Se a formação de uma bolha fosse óbvia na época, ela nunca teria existido, pois os investidores teriam medo de comprar à medida que os preços subiam.
Questões psicológicas afetam comportamento do investidor
Valor Econômico - 16/4/2008
Andre Delben Silva
26 março 2008
Excesso de Confiança
O excesso de confiança é um dos itens mais interessantes das finanças comportamentais. A pesquisa clássica é a pergunta aos motoristas se eles estão acima ou abaixo da média dos outros motoristas quanto a sua habilidade no volante. Um percentual elevado responde que suas habilidades são superiores a da média, o que revela este excesso de confiança.
O excesso de confiança também pode ser conhecido como Lake Wobegon Effect. A seguir um texto sobre este assunto, publicado no Valor Econômico, e enviado por Ricardo Viana (grato):
O excesso de confiança nas decisões de investimento
Aquiles Mosca
Valor Econômico - 25/03/2008
Excesso de confiança diz respeito à sobreestimação das capacidades pessoais. Esse comportamento é sem dúvida aquele que possui maior número de estudos que confirmam sua existência e, para alguns pesquisadores, chega a ser o elemento de maior influência no processo decisório. Ele é observado em indivíduos que imaginam ter capacidade decisória superior à média da população. Diversas categorias profissionais já foram alvo de estudos sobre excesso de confiança e entre as mais afetadas pelo fenômeno estão psicólogos, juristas, empreendedores e profissionais do mercado financeiro.
A mensuração do excesso de confiança é, via de regra, feita por meio de questionários onde os pesquisados devem responder a algumas perguntas de variado grau de complexidade e, em seguida, avaliar a confiança (expressa em porcentagem) na resposta ou conclusão a que chegaram. Verifica-se excesso de confiança quando em uma população a proporção de respostas corretas é significativamente inferior ao grau de confiança médio.
Um dos pontos mais surpreendentes revelados por tais estudos é que o excesso de confiança cresce com o nível de complexidade da decisão que precisa ser tomada ou da pergunta a ser respondida. Estranhamente, quando as perguntas são muito simples, ou seja, questões que a maioria consegue responder sem problemas, o nível de confiança reportado é geralmente baixo. Os meteorologistas aparecem como a única categoria profissional que é capaz de julgar de maneira justa e correta a exatidão de sua capacidade de previsão e o acerto de seus prognósticos.
No mundo dos investimentos, excesso de confiança faz com que aplicadores acreditem compreender o mercado e serem capazes de antecipar flutuações de curto prazo, mesmo em circunstâncias de volatilidade extrema. Shiller (2000) recorre a um levantamento feito por ocasião da quebra da bolsa em 19 de outubro de 1987 para testar a hipótese de que investidores individuais e institucionais sofrem de excesso de confiança. Na semana seguinte à quebra de 1987, a equipe de Shiller enviou a um grupo de 620 investidores profissionais e amadores um questionário semelhante ao descrito acima. Resultado: 30% afirmaram pensar no dia da quebra do mercado saber exatamente em que nível voltariam a investir na bolsa. Entre os que compraram ações no dia da quebra, 48% acreditavam ser capazes de identificar com precisão o ponto mais baixo de preços para retomar suas compras de ações. Em 88% dos casos, a justificativa para tal certeza não se baseava em elementos objetivos, mas em sua "intuição de investidor".
Hilton, Biais, Mazurier e Pouget (2005) criaram um mercado experimental para estudar a influência desses traços de comportamento sobre a performance de carteiras de investimento. O alvo do estudo foram os estudantes da London Business School e da Universidade de Toulouse. Esse mercado era composto de uma única ação e os investidores precisavam avaliar se no período seguinte o dividendo a ser pago seria de 50 euros, 240 euros ou 490 euros e negociar a ação com base em suas expectativas.
Divididos em dois grupos, os estudantes recebiam uma única informação dizendo qual dos três dividendos não seria pago. Por exemplo, se o real valor do dividendo a ser pago era de 490 euros, a informação recebida por um dos grupos era de que o dividendo não seria de 50 euros. O outro grupo receberia a informação de que o dividendo não seria de 240 euros. Em seguida, abria-se mercado para negociarem a ação em nove pregões sucessivos. A cada negócio fechado, precisavam julgar se haviam feito um bom negócio e o nível de confiança que tinham no resultado obtido. Conclusão: 90% dos investidores acreditava no momento da negociação ter feito o melhor negócio possível, ao passo que os resultados efetivos revelaram que só 36% tiveram uma performance tão positiva, ou seja, houve um excesso de confiança generalizado.
Além disso, o estudo mostrou que, quanto mais um indivíduo sofre de excesso de confiança, pior é a performance de sua carteira quando comparada a outros investidores que possuem um nível de confiança menor e mais em linha com a realidade. No exercício, ao passo que o lucro médio por investidor foi zero (como em qualquer mercado a soma de lucros e perdas é sempre zero), os 25% de participantes melhor "calibrados" quanto à exatidão de confiança tiveram lucro de 131,40 euros. Já os 25% com excesso de confiança tiveram prejuízo de 147,70 euros.
Dentre os malefícios associados à tendência comportamental, temos que o investidor é levado a não utilizar toda informação disponível, confiar na intuição e crenças pessoais. Adicionalmente, o excesso de confiança leva-o a subestimar os riscos associados às modalidades de investimento, à superestimar o potencial de alta e o preço de aquisição, prejudicando a diversificação eficiente da carteira de investimentos.
Dessa forma, na hora de decidir onde e, mais importante, com quem investir, o aplicador deve também avaliar esse aspecto bastante intangível, mas relevante para o processo decisório e, conseqüentemente, para a performance da carteira. Desconfie de analistas e gestores repletos de certezas. A evidência empírica mostra que segui-los cegamente ou deixar-se levar pelo excesso de confiança resulta, apesar da grande sensação de confiança que é gerada no momento da decisão de investimentos, em perdas e arrependimento.
19 março 2008
Efeito propriedade
O efeito propriedade diz respeito a valorizar mais o que é de nossa propriedade. Assim, o dono de um imóvel costuma acreditar que o mesmo vale mais do que o mercado deseja pagar por ele.
Recentemente a Microsof ofertou cerca de 45 bilhões pela Yahoo!. A Yahoo! não deseja ser adquirida pela Microsoft (aqui).
Conforme notícia divulgada no New York Times, a Yahoo! apresentou uma estimativa sobre seu desempenho no futuro muito acima do que seria a projeção dos analistas. Isto faz com que a empresa tenha um valor acima do que seria esperado.
Seria um exemplo de efeito propriedade?
18 janeiro 2008
Queda no mercado
27 dezembro 2007
Conformidade
Talvez uma outra justificativa esteja na tendência a procrastinar (atrasar, delongar, demorar): as pessoas são confiantes e terminam por deixar para o último momento.