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22 junho 2019

Números do Facebook sob suspeita


Desde o escândalo da Cambridge Analytica, o uso do Facebook caiu: 10% no primeiro mês e 20% desde abril 2018, segundo dados da Mixpanel (via aqui). Estes números são aproximadamente iguais aos da Emarketer, onde o uso médio diário caiu de 41 minutos para 38.

Entretanto, os números são divergentes do Facebook. Segundo a empresa, ocorreu um aumento nos usuários ativos diários e mensais. Mas estes números não são auditados.

It's possible to reconcile the gap between Facebook's picture of increased usage and independent auditors' claims of a decline: it may be that people still feel like the must use Facebook to coordinate with other Facebook users (they are unable to overcome the collective action problem of convincing their friends to leave Facebook all at once and shift their discussions of their little league games, family reunions and rare diseases somewhere else), but they no longer use it to "share" with friends, only to perform the utility functions that they must use the service for.

31 março 2014

Petrobras e TCU

Nos últimos anos, a Petrobras tem travado uma batalha com o TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou em várias auditorias manobras jurídicas, sonegação e atraso de informações por parte da estatal. A Petrobras é a maior empresa do país, cujo plano de investimentos prevê gastos de quase R$ 100 bilhões por ano. São os contratos de obras bilionárias que estão no radar do TCU. A auditoria da polêmica compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, é um dos casos. O autor da denúncia que originou as apurações, o procurador do TCU Marinus Marsico, pediu documentos para fazer a análise da compra em 2012 (Fonte: Aqui)

É interessante que a empresa já chegou a ser premiada como empresa que melhor faz evidenciação de suas informações no mercado de capitais. Isto faz parte, inclusive, de uma questão do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva. Naquela questão apontava-se a contradição entre a premiação e a posição do TCU, que não obtinha informações da empresa. É certo que são usuários diferentes, mas isto ilustra exatamente a dificuldade de atender a todos os usuários.

30 maio 2013

Auditoria e Regulador

O The Telegraph, ao analisar as empresas de auditoria, chama a atenção para um aspecto curioso da entidade reguladora da contabilidade do Reino Unido, o Financial Reporting Council. O FRC supervisiona o Accounting Standards Board (ASB), entidade responsável pelas normas contábeis do Reino Unido:

é uma entidade composta predominantemente por ex-funcionários das Big Four - Paul George, diretor-executivo de Conduta (...) é ex-sócio da KPMG, por exemplo, e também é financiado por empresas de contabilidade

Claramente o FRC necessita de maior independência.

03 junho 2009

IFRS e investidor

IFRS: uma poderosa ferramenta para os investidores
Ricardo José de Almeida - 3/6/2009 - Valor Econômico

As razões mencionadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis para a integração das regras contábeis aos padrões internacionais têm sido centradas nas diferenças de critérios que levam a um custo extra e como uma dificuldade a mais para a indispensável troca de informações entre as empresas brasileiras e os investidores de outros países.

Os padrões internacionais de contabilidade (IFRS) desenvolvidos pelo International Accounting Standards Board (IASB) têm se mostrado estritamente dependentes de julgamentos e interpretações que as empresas têm de fazer a respeito das condições macroeconômicas e setoriais em que ela se encontra. Além disso, dependem de uma precisa definição de conceitos financeiros que até agora não eram tratados na elaboração dos demonstrativos financeiros brasileiros.

Aparentemente, para tecer interpretações e julgamentos, a delegação está sendo atribuída aos executivos da empresa. Questões ligadas à redução do valor dos ativos decorrente de mudanças nas expectativas de mercado, redução no valor dos ativos para refletir o valor de negociação desses ativos no mercado secundário e julgamento de algumas condições para o efetivo reconhecimento de despesas são alguns exemplos do que será parte do lucro a ser publicado pelas empresas a partir de agora.

A visão abrangente, que é necessária para tecer os julgamentos e interpretar o ambiente de negócios, é o avanço que propiciará que a controladoria das empresas esteja mais integrada no negócio - função esta que já deveria estar contemplada nos procedimentos para elaboração do orçamento e que não tinham incentivo por uma regulação. Veja que, historicamente, o incentivo dado por regulação vem de uma necessidade de apurar o imposto de renda, o que fez as regras serem desvinculadas de um pensamento estratégico.

Os investidores utilizam a medida de lucro para estabelecer os dividendos a serem pagos e também buscam informações a respeito do ambiente em que a empresa que investem se encontrará. Os executivos têm uma expectativa sobre os negócios da empresa que não necessariamente precisa ser passada aos atuais e potenciais investidores. Ao regulamentar a incorporação de expectativas sobre o futuro do negócio nos números a serem publicados, o conhecimento do IFRS se torna uma poderosa ferramenta para a pesquisa de informações por parte dos investidores para diminuir sua apreensão a respeito do retorno esperado de seus investimentos.

Os acionistas utilizam a medida de lucro para estabelecer o bônus a ser concedido aos executivos, visando alinhar os interesses destas duas importantes partes. Os executivos, ao definirem as expectativas sobre os negócios da empresa e de suas unidades de negócios, terão o poder de definir seu bônus. Esta definição pode levar a uma administração de resultados que deve ser monitorada pelos representantes dos acionistas e da comunidade.

Os credores utilizam variadas medidas contábeis para definir cláusulas de restrições a serem cumpridas em concessões de empréstimos. Assim como o efeito descrito para os acionistas e para os investidores, os resultados contábeis serão mais dependentes de julgamentos e interpretações que podem ser divergentes e trazer questionamentos.

Como as empresas irão lidar com este poder de definir os números de sua contabilidade será uma relevante questão a ser monitorada. O IFRS, antes de uma simples harmonização, propiciará informações importantes sobre a expectativa de retorno a ser obtido em aquisições de outras empresas, sobre o risco na carteira de clientes que a empresa carrega, sobre a política de remuneração variável para os executivos, entre outros aspectos que são muito procuradas pelos investidores. Propiciar informações é, sem dúvida, a razão principal para a qual ele foi criado na sua origem.

Este novo padrão contábil facilitará o monitoramento da relação entre executivos e investidores caso seja bem aplicado pelas empresas. A boa aplicação significa julgamentos com expectativas realistas e a confiabilidade de que isto esteja acontecendo só pode ser obtida com a divulgação das expectativas que as embasaram. Como exemplo, usar o ajuste de valor recuperável dos ativos sem a divulgação do que fez as expectativas mudarem. Outro exemplo é valorizar a carteira de recebíveis sem relação com o valor de realização da mesma é não possibilitar o uso do IFRS plenamente e, ainda por cima, possibilitar a administração dos resultados de uma maneira potencialmente perigosa.

02 dezembro 2008

O Poder dos Auditores

(…) Fights with accountants are fascinating, partly because the confidentiality surrounding their work with clients means the squabbles rarely become public.
That there was a fight this time cannot be in doubt. BCE said it " disagreed " with KPMG's conclusions and you can be sure of much to-ing and fro-ing before this ever became public. It seems a safe bet, too, that the disagreements were far less courteous than a dry press release would suggest.

Does this latest case tell us something about a new toughness among auditors? (…)

Dogfights that test the value of client confidentiality - Jennifer Hughes - 27 November 2008 - Financial Times - Asia Ed1
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26 agosto 2008

Administradores e nova lei

A convergência das normas contábeis locais com as internacionais, introduzidas pela Lei 11.638 e pelas novas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deverá aumentar a responsabilidade dos administradores das companhias abertas. A avaliação é do professor Eliseu Martins, da Universidade de São Paulo (USP). O especialista explicou que, com as novas regras, haverá mais subjetividade para determinar a contabilização de vários itens no balanço, mas que justamente isso exigirá um comprometimento maior dos administradores. (...)

De acordo com o professor, isso também aumenta a responsabilidade de alguns gestores ligados a determinadas áreas da companhia, que deverão emitir parecer que contenha avaliações e projeções. Ele citou como exemplo a questão da depreciação, que vai exigir pronunciamento da área de engenharia da empresa. Assim, deixa de ser só um assunto do contador. (...)

Nova lei amplia responsabilidade do administrador - 26/08/2008 - Valor Econômico

05 agosto 2008

Comunicação verbal

Segundo texto de David McCann (What a CFO Doesn't Say Can Hurt, CFO Magazine) pesquisa mostrou que durante as conferências onde as empresas anunciam os resultados, os executivos, involuntariamente, emitem dicas não verbais que informam, aos analistas e investidores, mais do que eles pretendem.

Esta pesquisa, denominada de "The Power of Voice: Managerial Affective States and Future Firm Performance" e conduzida por dois professors de contabilidade da Duke University (William Mayew e Mohan Venkatachalam), mostra que sinais não verbais, como entonação na voz, rapidez, volume e inflexão, além da forma como as palavras são pronunciadas, comunicam sentimentos e verdades.

Usando uma tecnologia de interpretação da voz, os pesquisadores determinaram se o executive apresentava um estado emocional positivo ou negativo.

Additionally, the professors calculated that 27 percent of executives who exhibit lower levels of negative emotion missed their earnings target in the next quarter. Those with higher levels of negative emotion missed 38 percent of the time.
Negative affective states also predict downward moves in stock returns over the following nine months. An investor who purchased stock in companies whose executives spoke with low negative emotion, and sold stock in companies whose executives spoke with high negative emotion, would earn a risk-adjusted return of about 9 percent over 180 days. Doing the opposite would result in a 9 percent loss.

No correlation is found between positive affective states and future performance, however.

On average, executives' non-verbal vocal cues are positive 10 percent of the time during earnings calls and negative 17 percent of the time, the research finds. (…)
Previous research has shown that negative words or pessimism in media reports and earnings press releases predict future stock returns, and that increased activity on popular Internet message boards correlates to return volatility, according to the paper. And several studies have shown that the tone of a person's voice leaks information about emotional states that is not revealed by verbal content or facial expressions.


Achei muito interessante a pesquisa. Nos últimos anos tenho dedicado parte da minha carreira acadêmica em estudar, de forma não convencional, situações onde o processo de comunicação pode exercer influência ou ser influenciado pelo desempenho da empresa. Relatórios de Administração e Fatos Relevantes, que são textos (e não números) podem emitir mensagens importantes sobre o desempenho da empresa. Acho que o estudo da conferência para imprensa (a exemplo da General Motors postada aqui) pode ser interessante para entender o processo de comunicação de uma empresa.
Agora, esta pesquisa abre uma outra perspectiva ao focar na comunicação verbal.

08 maio 2008

A importância do Fisco para Contabilidade

"O conceito [de depreciação] era largamente ignorado [nos Estados Unidos] até que a lei de imposto de renda de 1909 permitiu a dedução da despesa de depreciação para o cálculo do lucro tributável. Uma pesquisa de 1916 do Federal Trade Commission em 60 000 corporações mostrou que metade não incluía uma clara provisão para depreciação nos negócios financeiros"

Thomas King. More Than a Numbers Game A Brief History of Accounting. Wiley, 2006, p.20

22 novembro 2007

O que a falta de um balanço pode significar

A reportagem a seguir é muito ilustrativa como é relevante a informação contábil num setor regulado. Sua ausência pode ser um sinal de problemas da empresa.

BRA enviou demonstrações "inconsistentes", diz Anac
Valor Econômico - 22/11/2007

Desde que passou a operar vôos regulares, em 2005, a BRA nunca apresentou dados financeiros completos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A própria agência informa que recebeu da BRA, e também da Varig, dados financeiros "inconsistentes e fora do prazo" ao longo do ano de 2006. A agência não informou sobre o recebimento dos dados da BRA em 2007.Segundo fonte que pertencia ao alto escalão da empresa até três meses atrás, a BRA não tem balanços definitivos porque nunca fez um levantamento completo de seus custos e receitas. A contabilidade da companhia, mesmo após a entrada dos fundos estrangeiros na sociedade, em dezembro de 2006, era precária. A Anac, segundo essa mesma fonte, nunca teria feito uma avaliação nas contas da companhia.

O Valor perguntou à agência quais providências tomou em relação ao atraso e inconsistência nos balanços da BRA, mas não obteve resposta.Devido aos problemas na entrega dos dados financeiros por parte da BRA e da Varig, a Anac ainda não divulgou o anuário de dados econômicos de todas as companhias aéreas referente ao ano de 2006. Qualquer interessado em conhecer a situação econômica das empresas aéreas só conseguirá da Anac informações de 2005 ou de anos anteriores. Sobre os dois últimos anos, não há sequer relatórios trimestrais.

Individualmente, as empresas aéreas não são obrigadas a divulgar dados financeiros, com exceção da TAM e da Gol, que têm capital aberto e por isso publicam seus balanços todos os trimestres. O anuário da Anac é a única fonte de informação sobre os dados financeiros das demais companhias.

Uma pergunta possível é como a Anac autorizou que a BRA vendesse parte de suas ações para fundos de investimentos, por cerca de R$ 180 milhões, se afirma não ter recebido informações financeiras consistentes da empresa em 2006. O Valor enviou, na segunda-feira, um e-mail com essa e outras dez perguntas à agência, conforme as exigências da assessoria de imprensa. Nenhuma questão foi respondida.No site da Anac, só é possível encontrar informações financeiras de 1997 a 2005. Para fins de comparação, os usuários do sistema de transporte americano conseguem acessar informações das companhias aéreas referentes ao segundo trimestre deste ano, que vai de abril a junho. Na página do Bureau of Transportation Statistics (BTS), é possível encontrar informações recentes e detalhadas sobre receitas, custos e lucratividade.

As empresas aéreas estão obrigadas a enviar suas informações financeiras, conforme determinam o artigo 198 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e a portaria 1.334/2004, criada pelo antigo Departamento de Aviação Civil (DAC) e válida para a Anac, que substituiu o órgão em 2005. A portaria estabelece que as companhias devem entregar documentos mensais, trimestrais e anuais, em que constem balanço patrimonial e demonstração de resultados, entre outros itens. Para o envio de documentos mensais o prazo é de trinta dias, após o término do mês. Para contas trimestrais, o prazo é de 90 dias após o fim do trimestre.Mas uma questão é receber as informações, outra é analisar os documentos. Pela Lei de Concessões, a fiscalização financeira deve ser periódica e deve incluir dados contábeis e financeiros. Pelo CBA, "a autoridade aeronáutica poderá, quando julgar necessário, mandar proceder a exame da contabilidade das empresas". A maioria dos especialistas afirma que é dever da agência avaliar a situação financeira das concessionárias. "Não é apenas um direito como um dever", afirma José Márcio Mollo, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). "É uma garantia aos usuários. Se ficar constatado que a empresa não tem meios para realizar o serviço, ela deve sofrer intervenção ou ter a concessão cancelada.

"A Anac não deu explicações sobre a forma como avalia os balanços das empresas. TAM, Gol, Varig e OceanAir também não informaram sobre se e como a agência fiscaliza as contas. "Que eu saiba, a Anac não faz análises financeiras sobre as finanças das empresas", afirma Mollo."A Anac, como qualquer outro poder concedente, tem o dever constante de fiscalizar a idoneidade financeira das companhias aéreas", afirma Cristiano Zanin Martins, especialista em direito aeronáutico do escritório Teixeira Martins, que advogou para a "nova" durante o período em que ela pertenceu à VarigLog, antes de ser vendida para a Gol. "A avaliação deve ser feita num contexto, não apenas com uma fórmula."Mas a avaliação sobre a necessidade de fiscalização financeira não é unânime. O advogado e jurista Carlos Ari Sundfeld, especialista em direito público, afirma que a análise da saúde financeira de empresas concessionários só é fundamental em três setores: bancário, operadoras de saúde e serviços públicos altamente regulados, como é o caso do setor de energia. "No caso da aviação, o cuidado com a saúde financeira não é vital. Não é obrigação do poder concedente evitar a falência, até porque se uma empresa aérea quebra, as outras podem assumir os serviços rapidamente."

Para Adalberto Febeliano, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), a Anac deve zelar pela boa saúde financeira das empresas e por práticas de concorrência saudáveis. "Mas não se pode esperar que a agência faça auditoria nos balanços, pois ela nem tem estrutura para isso", afirma.


Na continuação do mesmo tema, o jornal Valor Econômico informa que a ANTT irá padronizar os balanços (ou seja, as demonstrações contábeis) em 2008.

ANTT exigirá balanços padronizados em 2008
Valor Econômico - 22/11/2007

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) efetua fiscalizações econômico-financeiras anualmente "em todas as concessionárias, mas elas podem ocorrer mais de uma vez por ano". São verificadas a contabilidade e as operações de tesouraria. A partir de 2008, a agência obrigará todas as companhias a entregar demonstrações financeiras padronizadas.O Valor enviou cinco perguntas sobre fiscalização financeira a quatro agências reguladoras, para entender como ela é feita em cada setor. Foram consultadas, além da ANTT, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).A ANTT e a Aneel enviaram respostas completas e detalhadas cerca de oito horas após a solicitação. A Anac e a Anatel, num prazo de três e dois dias, respectivamente, não enviaram suas respostas.A ANTT afirma que "age preventivamente" e trabalha com projeções financeiras, não apenas com "resultados contábeis realizados ruins".

"Se uma projeção detecta o risco de que uma concessionária venha a ter problemas, uma fiscalização detalhada é realizada na concessionária para detectar as causas, o assunto é discutido com os gestores da concessão e pode-se chegar a estabelecer um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), no qual a concessionária tem que se comprometer a adotar medidas que corrijam o problema detectado."A falta da correção pode resultar em penalidades ou na caducidade do contrato de concessão, o que nunca ocorreu, segundo a ANTT. A Aneel, por sua vez, exige demonstrações financeiras mensais, trimestrais e anuais de todas as concessionárias. Falhas na entrega dos documentos podem gerar advertências e multas. A agência possui uma área dedicada à gestão econômica e financeira das empresas. "Com o acompanhamento, a Aneel zela pelo equilíbrio e manutenção da saúde financeira das concessões." Outro objetivo importante das avaliações, segundo a agência, é constatar se os investimentos feitos pelas empresas são compatíveis com as tarifas cobradas. É com base nas demonstrações financeiras que os reajustes tarifários são definidos. (RC)

13 julho 2007

PROPOSITO DA CONTABILIDADE

Qualquer mudança agora nos fundamentos das demonstrações financeiras terá implicações nos negócios e nos mercados de capitais para as próximas décadas. Um novo relatório desta semana deveria agitar o debate sobre a "finalidade". (...) Existem duas correntes principais: aqueles que acreditam que a principal papel é permitir as pessoas fazerem decisões de investimento - "decision-usefulness", como é conhecido; e aqueles que pensam existir uma forte finalidade de stewardship,ou prestação de constas da gerência. Os dois não são mutuamente excludentes.


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07 maio 2007

Revolta dos usuários


O sítio Digg corresponde a um endereço onde os usuários indicam qual notícia deverá aparecer. Seria como uma página onde o conteúdo é escolhido pelos usuários.

Na semana passada os usuários escolheram um texto que mostrava como desbloquear DVD de alta definição e indicava o código. Alegando a possibilidade de processo da Advanced Access Content System, o Digg tirou este texto.

Imediatamente inúmeros usuários começaram a incluir no Digg mensagens que continham o texto com o código. A quantidade de tópicos adicionados ao Digg foi tanta que tornou-se impossível retirar todas as mensagens. Alguns acusaram o Digg de receber dinheiro dos fabricantes de HD-DVD.

O número do código tornou-se um dos assuntos mais postados da internet.

A figura apresenta a página do Digg com vários textos com o código.

Clique aqui para ler mais, aqui e aqui

03 janeiro 2007

Fasb


O FASB anunciou ontem a criação do Investors Technical Advisory Committee (ITAC). Será um grupo de usuários com forte conhecimento técnico que terá como função ajudar o FASB a obter uma perspectiva do usuário e idéias para projetos do Fasb. Ou seja, identificar novos itens para a agenda do Fasb.

Em 2003 o Fasb tinha estabelecido o User Advisory Council (UAC). Em 2005 Investor Task Force. A idéia é assegurar que os investidores e outros usuários possam ajudar no desenvolvimento de padrões contábeis.

Fonte: Wired, 02/01/2007

15 novembro 2006

Fasb e o usuário

Ricardo Viana envia uma reportagem do Valor Econômico (Grato!) sobre o Fasb e o usuário. Muito interessante e certamente terá espaço no livro que estou escrevendo com o prof. Katsumi.

Fasb busca aproximação com investidores
David Henry
14/11/2006

Na eterna busca para descobrir quanto as empresas realmente valem, os investidores normalmente encontram-se em uma custosa posição de desvantagem em relação aos executivos que elaboram os balanços financeiros empresariais. Agora, o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), órgão de sete membros encarregado de escrever os Princípios de Contabilidade Amplamente Aceitos (Gaap) dos Estados Unidos e de criar as regras sobre como as empresas contabilizam os lucros, fluxo de caixa e patrimônio líquido, tenta tornar o jogo mais justo.

Ao longo dos anos, o Fasb recebeu muitas críticas por dar muito espaço para que os executivos exagerassem seus resultados. Agora, alguns importantes membros do conselho reconhecem o que os críticos vinham dizendo o tempo todo. Dizem que, uma vez por semana, em média, executivos de várias associações setoriais chegam à sede da Fasb, em Norwalk, Connecticut, para pressionar por mudanças no Gaap que se encaixem a suas necessidades particulares.

Uma comissão da Financial Executives International (FEI), um importante grupo de diretores de finanças e controladores, por exemplo, reúne-se com o Fasb todos os trimestres. "E ouvimos algo das firmas de auditoria todos os dias", diz o presidente do Fasb, Robert H. Herz. Em contraste, os investidores poucas vezes dão a conhecer suas opiniões. "Temos dificuldade para ouvi-los", conta Donald M. Young, outro integrante do conselho.

Agora, Young, encorajado por Herz, busca uma aproximação. Alistou os melhores analistas de balanços financeiros e os maiores investidores institucionais para que digam ao Fasb como o Gaap deveria ser modificado.

Ele trabalha para remodelar o eclético Conselho Consultivo ao Usuário e criar um grupo de especialistas que fique em prontidão para atender as maiores empresas de gestão de fundos.

Young também quer montar uma comissão de contadores públicos favoráveis aos investidores, entre eles o desenfreado Lynn E. Turner, antigo contador-chefe da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado financeiro nos EUA. "Decidimos sair e pegar os investidores e puxá-los para dentro do processo", diz Young.

Um dos motivos para a nova abordagem do Fasb poderia ser a mudança em suas fontes de financiamento. Os críticos há muito tempo sustentavam que a atitude do conselho favorável às empresas decorria do fato de seu financiamento, na maior parte, vir das auditoras, cujos interesses estão alinhados aos dos clientes. A lei Sarbanes-Oxley, de 2002, mudou isso; agora o Fasb é financiado essencialmente por tarifas cobradas das empresas de capital aberto.

Haja conflito de interesses ou não, há uma longa lista de exemplos de influência excessiva dos executivos no Fasb, destaca Paul B.W. Miller, professor de contabilidade na Universidade do Colorado, em Colorado Springs.

O padrão contábil de aposentadorias que distorceu gravemente os balanços patrimoniais das grandes empresas industriais no fim dos anos 90 foi o legado de um forte grupo de pressão lobista das empresas em meados dos anos 80.

A contabilidade de arrendamentos, que mantém muitas dívidas fora dos balanços, também tem história similar. E a atual bagunça com as opções de ações foi alimentada pela iniciativa bem-sucedida dos executivos em retratá-las como se fossem grátis, mantendo seu custo fora das despesas com remuneração nos livros contábeis.

Young diz que chegou a hora, também de mudar a composição tradicional de membros do Fasb. Dos sete membros, três são ex-auditores e dois, ex-executivos. "É uma maioria plena" de pessoas que fizeram suas carreiras na preparação e auditoria de dados financeiros, diz.

Young, um ex-analista de ações e professor de contabilidade, completa o conselho. A outra vaga, que era de um ex-auditor, deverá ser preenchida no próximo ano por um investidor.

Herz, ex-auditor, mas que também foi gestor não chega a recomendar tal mudança; afirma que bons membros avaliam todos os pontos de vista.

A idéia de Young ainda precisa ganhar força entre os 16 representantes que formam a fundação que indica os membros do Fasb e é monitorada pela SEC.

Representantes da SEC não quiseram comentar o assunto.

Valor Econômico