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23 janeiro 2022

História da Contabilidade: Ensino técnico em 1942

Um texto de Josué Montello, que é descrito como técnico de educação e substituto eventual do Diretor do Ensino Comercial, publicado no Illustração Brasileira, de 1942, edição 81, p. 41 e 42, traz informações sobre o Ensino Comercial no Brasil. É bom lembrar que em 1942 não existia o curso superior de contabilidade, a profissão não tinha uma entidade vinculada ao governo – o CFC foi criado alguns anos depois – e o país vivia uma ditadura.

Vou transcrever a seguir o trecho mais importante:

Foi a Republica (1) que deu ao ensino comercial um caminho mais seguro, libertando-o de caprichos empiricos e imprimido-lhe ritmo de eficiência consideral. É em 1905 que a Republica tem sobre esse ensino a sua primeira lembrança, consubstanciada em lei memoravel. Havia, então, no país, duas importantes casas de ensino (2) onde se formavam os homens que amavam as finanças e o comercio; a Academia de Comercio do Rio de Janeiro, no Distrito Federal, e a Escola Pratica de Comercio, em São Paulo, ambas fundadas em 1902. Em Janeiro de 1905, Rodrigues Alves, então presidente da Republica, declara de utilidade publica as duas escolas e reconhece como de carater oficial os diplomas por elas conferidos. Depois dessa deliberação – que é, por assim dizer, o marco de uma nova etapa do ensino tecnico de comercio em nossa terra – somente mais de vinte anos depois seria modificada, com o decreto 17.329, de 1926, a primitiva estrutura do plano de estudos nas Escolas de Comercio sob reconhecimento oficial. Quatro anos depois, em 1031, o Ministro Francisco Campos, numa visão muito feliz da realidade brasileira (3), reorganizou, pelo Decreto 20.158, o ensino comercial, e deu-lhe a orientação ainda hoje seguida.


A seguir o texto caracteriza o ensino comercial no Brasil, distribuído no curso propedêutico (de três anos, como um curso fundamental, com disciplinas gerais como Português, Francês, Inglês, Matemática, História e Caligrafia), o Curso Técnico, o Curso Superior de Administração e Finanças e o Curso de Auxiliar de Comercio. O curso técnico eram cinco: curso de secretariado, de guarda-livros, de administrador-vendedor, de atuário e de perito-contador. Sobre o curso de guarda-livros, em dois anos:

está constituido das seguintes disciplinas: Contabilidade, Matematica Comercial, Noções de Direito Comercial, Estenografia, Mecanografia, Legislação Fiscal e Tecnica Comercial e Processos de Propaganda.

Os cursos de atuário e perito-contador possuíam uma duração de três anos.

(1) optamos por manter a ortografia da época

(2) existiam outras casas de ensino no país. Uma pequena discussão pode ser encontrada aqui

(3) já comentamos aqui que a “visão muito feliz” do ministro Campos teve resistência na categoria

17 agosto 2021

Famoso e técnico


Durante uma fase da história da contabilidade, o curso técnico era uma válvula de ascensão social importante. Muitas pessoas encontraram no trabalho de técnico de contabilidade - e nos estudos do curso técnico - uma forma de ganhar recursos com a profissão. 

Antes de mais nada é importante lembrar que dois dos maiores escritores da língua portuguesa trabalharam com contabilidade. Machado de Assis, no Brasil, e Fernando Pessoa, em Portugal, tinha um vínculo com a profissão contábil. 

Mas durante os anos 50 aos anos 70, a opção de fazer o técnico em contabilidade era bastante considerada no país. Muitos começaram o curso, mas não terminaram. No ano passado e este ano resolvi anotar o nome de algumas pessoas famosas, por outra razão, mas que também estudaram contabilidade. Eis a minha relação provisória:

Cantores - Wanderley Cardoso (M721), Milton Nascimento (M849 e M1867), Leonardo (dupla caipira, mas não completou) (M2066), Lindomar Castilho (M1690), Paulo Sérgio (AC69, não terminou, foto) e Paulinho da Viola (P)

Atores - Claudio Marzo (M878, trabalhava com contabilidade) e Zezé Mota (M1075, incompleto)

Empresário - Edson Queiroz (M1072) e Sargentelli (M1352)

Atletas - Zico (M1160 e 1345) e Rodrigues Neto (P)

Siglas - fonte da informação, sendo M = revista Manchete, AC = A Cigarra e P = Pasquim

06 junho 2015

Fato da Semana: Fim do Registro dos Técnicos (semana 22 de 2015)

Fato da Semana: Muitos fatos relevantes nesta semana. Uma possibilidade é a questão da auditoria da Fifa, que nestes anos todos não percebeu o que estava ocorrendo. Ou então a atitude radical do IBGC com a Petrobras, indicando o nível que caiu a governança na empresa. Ou a evidenciação dos empréstimos do BNDES, graças a uma medida da fiscalização do TCU, que mostrou como desviamos nossos recursos para financiar empresas brasileiras que tocavam obras no exterior a juros “camaradas”.

Mas o fato desta semana é uma mudança na estrutura da profissão: o fim do registro no Conselho Federal de Contabilidade do técnico. Se o leitor acompanha nossas postagens sobre a história da contabilidade no Brasil já sabe que no século XIX a contabilidade era ensinada junto com os primeiros números e o alfabeto. A inauguração do ensino técnico ocorreu com escolas espalhadas pelo país, com destaque para a de Juiz de Fora. Este profissional somente começou a ser reconhecido na década de trinta, durante a ditadura Vargas. Nos anos vinte do século XX tivemos uma tentativa de criar o curso superior, que só foi efetivada duas décadas depois.

O tempo implacável irá extinguir, lentamente, o técnico em contabilidade. Como filho de um dos milhares de técnicos formados no último século é inegável a contribuição dada para a profissão e para o País. São profissionais admiráveis, que merecem o mais elevado respeito. Eles fizeram e eles ainda estão fazendo muito. Ainda terão muito a contribuir.

Qual a relevância disto? A profissão de técnico contribuiu decisivamente para que muitas famílias conseguissem a sobrevivência. Milhares deles não tinham condições de cursar uma faculdade e encontraram no ensino técnico uma maneira de ter um trabalho digno e com boa remuneração. O fim da inscrição dos técnicos no Conselho Federal de Contabilidade irá marcar uma mudança, no médio e longo prazo, nesta entidade.

Positivo ou Negativo? Faz parte da evolução do mercado de trabalho. Mas considero negativo pela forma melancólica como isto está ocorrendo.

Desdobramentos – Deverá existir uma discussão no CFC sobre a composição do mesmo, incluindo a representatividade nas estruturas da organização. Isto deverá ocorrer no médio prazo.

(Fotografia: homenagem ao meu pai, pelos 50 anos como técnico em contabilidade)

21 março 2014

Extinção do Técnico de Contabilidade

Do Senado, via blog do Atelmo

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza, nesta quinta-feira (20), a partir das 10h30, audiência pública para debater a extinção da profissão de técnico em contabilidade.

O senador Paulo Paim (PT-RS), ao justificar o requerimento com essa finalidade, disse que há um movimento pelo fim da profissão, mas observou que ele não está convencido sobre a pertinência dessa decisão. O senador se disse preocupado com essa possibilidade, uma vez que defende o incentivo ao ensino técnico.

Para discutir o tema, Paim sugeriu o convite a representante do Ministério do Trabalho e Emprego; ao presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Juarez Domingues Carneiro; ao presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos e ao 2º vice-presidente da mesma entidade, Marcone Hahan de Souza; ao contador Luís Sérgio da Rosa Lopes; e ao professor de Contabilidade Oscar Lopes da Silva.

12 julho 2013

Estudo destaca ocupações de nível técnico com maiores ganhos salariais



Com base em dados extraídos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED/MTE), uma pesquisa divulgada pelo Ipea apontou as carreiras de nível técnico que mais geraram vagas de trabalho e tiveram maiores ganhos salariais entre 2009 e 2012. Na geração de vagas, destaque para a área de saúde.

Entre as ocupações que predominam com maiores ganhos salariais estão as de operadores de câmara fotográfica, de cinema e de televisão (com aumento real de 51,1% nos salários), dos técnicos de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa (aumento de 41,6%) e dos técnicos em laboratório (29,3%).

Os dados fazem parte da edição especial do boletim Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior.

03 setembro 2010

Contador, Técnico em Contabilidade ou Office boy de luxo III

Eles são profissionais da linha faz tudo, ocupam escritórios modestos que não passam de conjuntos de duas ou três salas acanhadas no centro de São Paulo. Prestam assessoria contábil, regularizam e põem em dia pessoas jurídicas em falta com o Fisco, dão assessoria tributária e jurídica, abrem e encerram firmas da noite para o dia – é assim que a clientela exige.

Cobram de acordo com a demanda – R$ 50 por documento se a encomenda for grande e de R$ 200 a R$ 300 se o pedido é individual. Attela Contabilidade, que pertence a Antonio Carlos Atella Ferreira, faz “pesquisa de Receita, procuradoria do INSS, retira e entrega documentos no local” e faz gestões perante a Junta Comercial para constituição, alteração e baixa de empresas. “Sou um office boy de luxo”, diz o contador. “Eu sou pago para retirar os documentos. Se fosse cobrar por nome eu cobrava mais caro.”

Attela disse que “já foi filiado” a um partido, mas não disse qual, alegando não se lembrar. “Cheguei aos 62 anos, imagina se eu me lembro da mamadeira que eu mamei.”

Seu parceiro, Ademir Estevam Cabral, divide espaço com Helena Barbosa, titular do HB Assessoria e Contabilidade, no sexto andar de um prédio comercial da Rua Dom José de Barros. Ali, por um breve período, em setembro do ano passado, Cabral e Attela trabalharam juntos – naquela época Attela deu entrada na Receita em Santo André com o pedido de cópia das declarações de Verônica Serra. “Os clientes deles são os clientes deles”, explicou Helena, que aconselhou Cabral a falar o que sabe sobre o caso. “Quem não deve não teme.”

Helena conta que admitiu Cabral em seu escritório para aliviar as despesas com aluguel. Ela paga R$ 800, ele R$ 450. “Ele (Cabral) não é meu sócio, é autônomo. Os clientes dele eu não conheço.”


A rotina dos profissionais da linha 'faz tudo' - Fausto Macedo e Bruno Tavares - 3 Set 2010 - O Estado de São Paulo