Um texto muito curioso do Jornal Econômico de Portugalsobre a fábrica Serafim da Silva Jerónimo e Filhos Lta, fundada em 1932 (somente) e com 40 funcionários. A empresa produz de 250 a 280 sinos por ano. O segredo: a inovação. Eis alguns trechos (negritos meus):
Num mercado de nicho, para sobreviver e crescer, a Jerónimo desde cedo procurou apostar na inovação e alargar a sua atuação para além do fabrico, restauro e instalação de sinos. A sua atividade começou com a construção de sinos e carrilhões, mas expandiu-se, logo em 1947, à produção dos relógios de torre. Em 1954, abriu as portas à importação e comercialização de harmónios de pedais. E em 1960, começou a automatizar os toques de sinos por meios eletromecânicos, situação inovadora na época, dedicando-se também, a partir de 1972, ao comércio de órgãos eletrónicos para igrejas, conservatórios e particulares.
Esta diversificação permitiu à Jerónimo impor-se no mercado nacional, ao longo de décadas. E foi acompanhada de um foco na inovação, através de parcerias com universidades.
Arlindo Jerónimo [foto], filho do fundador da empresa, é um dos sócios-gerentes e tem no sangue a construção sineira. Apaixonado desde sempre pela arte, Arlindo Jerónimo lembra que a sua empresa tem, neste momento, “bem mais de 11 mil sinos espalhados por Portugal e também no estrangeiro, a exibir a arte da fundição de sinos”.
“O nosso forte é claramente a fundição de sinos. Até porque somos únicos nessa arte. No entanto, temos apostado em diversos mercados e ramos de ação porque o negócio dos sinos é uma coisa limitada. Temos espalhados por Portugal e em vários países mais de 4.000 relógios de torre, 7.500 mostradores exteriores e 10.500 aparelhos de toque de sinos, para além de mais de 5.000 órgãos vendidos ao longo destes anos”.
“Temos como clientes cerca de 90% das paróquias nacionais, mas isto é sempre um número muito limitado porque os sinos são feitos para durar uma vida. As paróquias não mudam sinos de ano para ano, nem de 10 em 10 anos. Como tal, o nosso mercado nesse campo está limitado. Daí termos apostado desde cedo noutros mercados”, explicou ao Jornal Económico.
Esta atividade construída de raiz em Braga significa um volume de negócio anual que ronda os dois milhões de euros.
Com exemplos da sua arte espalhados por todo o país, a Serafim da Silva Jerónimo forneceu sinos a diversas catedrais, basílicas, santuários, mosteiros e conventos, seminários, igrejas paroquiais, câmaras municipais, centros comerciais, universidades, palácios, entre outros edifícios espalhados pelo território nacional. Está também presente no estrangeiro, com forte implementação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Canadá, Espanha, França, Porto Rico e Venezuela.
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