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02 março 2020

Mudança de auditor

O gráfico mostra que a mudança de auditor na Europa atingiu o máximo no ano de 2017. No ano anterior iniciava uma nova norma que incentivava o rodízio dos auditores. No período tem o seguinte sumário:

A EY conquistou 43 novos clientes e perdeu 24
A PwC conquistou 43 novos clientes e perdeu 40
A Deloitte conquistou 30 novos clientes e perdeu 44
A KPMG conquistou 28 novos clientes e perdeu 34
Outros auditores conquistaram 8 novos clientes e perderam 10

A previsão de mudança nos próximos anos

01 maio 2018

Mesmo com oposição, KPMG continua auditando GE

Recentemente a General Electric divulgou problemas na sua contabilidade. Os problemas da gigante empresa levava até a especulação que poderia existir uma possibilidade de falência. Parte do problema era decorrente do novo padrão de reconhecimento da receita, o que levou a empresa a republicar suas demonstrações. Como consequência, alguns investidores começaram a articular um movimento contrário a renovação do contrato de auditoria com a KPMG. Os novos números foram republicados, mas mesmo contrariando alguns acionistas, a GE decidiu renovar o contrato centenário com a KPMG.

Um ponto interessante que é o nível de resistência a renovação do contrato. Segundo o Wall Street Journal (via aqui), 65% dos acionistas votaram pela continuidade da KPMG como auditor da GE. Parece significativo, mas não é. Este é um assunto mais técnico, que não interfere diretamente no bolso do acionista. Assim, a existência de 35% de descontentes pode ser algo notável nesta votação. De qualquer forma, a KPMG permanece como auditor por mais um ano. Para fins de comparação, o mesmo assunto na Wells Fargo obteve 91% de votos favoráveis a manutenção do auditor.

13 março 2018

Fidelidade de 109 anos

A General Electric não tem sido uma boa notícia para os investidores. Mas não se pode dizer que não seja uma empresa fiel. Há 109 anos usa os serviços da KPMG (aqui também)

08 junho 2017

BT troca auditor

Depois de 33 anos, a PwC deixará a auditoria da empresa britânica BT. No início do ano, a BT reconheceu que uma filial italiana tinha manipulado os resultados. As ações cairam após a divulgação. Diante do problema, a BT contratou a KPMG para investigar os acontecimentos. A KPMG relatou a existência de práticas contábeis impróprias, que abrangia vendas, compras e leasing. E que o problema ocorria há anos.

E parece que o trabalho da KPMG agradou. A BT pretende que a troca seja suave e por este motivo a PwC ainda deve assinar os resultados de 2017-18. Em maio a BT anunciou que os pagamentos de Gavin Patterson, executivo-chefe, cairia de 5,28 milhões de libras esterlinas para 1,34 milhão.

Os problemas reduziram o valor da empresa em 8 bilhões de libras ou 34 bilhões de reais. Além deste efeito, as empresas que participam da FTSE 350 devem trocar seu auditor a cada dez anos. A PwC também auditava a Tesco em 2014 e foi substituída pela Deloitte.

26 novembro 2016

Fato da Semana: Auditores punidos

Fato: Auditores punidos pela CVM

Data: 24 novembro de 2016

Punição 1

Punidos: Exacto Auditoria e Carlos Olavo P Hoff
Auditada: Construtora Sultepa
Motivo : Não cumprimento de normas do CFC de auditoria, incluindo o planejamento da auditoria, estimativas contábeis, entre outras questões.
Punição : Multa de 50 mil para empresa de auditoria e 30 mil para o auditor

Punição 2

Punidos: RBA Global e Nardon Nassi Auditores Independentes
Auditada: Cia Habitasul de Participações
Motivo: Descumpriu a rotatividade dos auditores. A Nardon Nassi foi substituída pela RBA Global. O auditor Antônio Carlos Nassi é responsável técnico e representante das duas, empresas. Mas Antônio Carlos Nassi não estava cadastrado na CVM como auditor.
Punição: Multa de 300 mil para Nardon Nassi e 100 mil reais para RBA Global.

Notícia boa para contabilidade?
Auditores sendo punidos por não cumprirem requisitos de auditoria, incluindo uma tentativa de driblar a rotatividade imposta pela CVM. Um delos auditores punidos recebeu a maior condecoração dada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Desdobramentos
Para as empresas punidas poucos efeitos, exceto a perda de algum goodwill. Será que o CFC irá discutir este assunto?

Mas a semana só teve isto?
O problema do emprego no setor, a vigilância implantada na Embraer e o plano de redução do custo do Banco do Brasil seriam outros fatores relevantes.


24 novembro 2016

Auditor punido

A CVM julgou dois casos envolvendo auditoria. No primeiro, puniu a Exacto por não observar as normas do Conselho Federal de Contabilidade e não elaborar relatório sobre os controles internos da Construtora Sultepa.

O segundo caso a punição decorreu da não observância do rodízio dos auditores. A Habitasul tinha como auditor a empresa de auditoria Nardon Nasi. A partir de 2004 passou a ser auditada pela RBA, que tinha o mesmo responsável técnico, Antônio Carlos Nasi. (Este, por sua vez, foi/é um nome de destaque do CFC e detentor da medalha João Lyra).

24 fevereiro 2016

Não concordou com a opinião sobre a continuidade

Segundo o Business Time a empresa Ceres Inc. resolveu trocar de auditor em razão do segundo ano que a KPMG faz uma observação sobre a continuidade da empresa no parecer. A KPMG afirmava num parágrafo que os prejuízos recorrentes e o nível de caixa suficientes até janeiro de 2016 colocavam em dúvida a continuidade. A empresa diz que não concorda com a opinião da KPMG e por isto a troca.

A Ceres atua em biotecnologia e tem sede na Califórnia. Fundada em 1996, tem uma subsidiária no Brasil, a Ceres Sementes.

15 dezembro 2015

Rodízio

A CVM julgou recentemente um caso relacionado ao rodízio de auditores:

durante oito exercícios consecutivos, entre 2005 e 2012, a Anend Auditores Independentes S.A. realizou serviços de auditoria nas demonstrações da Dinâmica, em descumprimento ao art. 31 da Instrução CVM 308;

no exercício social de 2013, embora os serviços de auditoria foram realizados pela Azevedo e Lopes Auditores Independentes, essa empresa tem o mesmo endereço e sócio-representante do que a Anend, o Sr. A.A.L.;

nos pareceres e relatórios de auditoria dos exercícios sociais da Companhia de 2007 a 2012 (emitidos pela Anend), bem como no relatório de auditoria do exercício de 2013 (emitido pela Azevedo e Lopes), A.A.L. assina em conjunto com o respectivo responsável técnico, corroborando sua efetiva participação nos trabalhos executados por ambas as empresas.

Ao ser questionada pela GNA, a Anend alegou que entendia que o programa de rotatividade nas auditorias teria início a partir do exercício de 2006. Além disso, sustentou, com base na Deliberação 549, que somente não deveria mais prestar o serviço a partir do exercício findo em 31.12.2012. A Azevedo e Lopes, por sua vez, afirmou que entendia que o rodízio de auditores independentes havia acontecido, visto que os responsáveis técnicos das empresas eram pessoas diferentes.

Com base na análise dos fatos e nos argumentos apresentados, a SNC entendeu que o art. 31 da Instrução CVM 308 foi descumprido por ambas as empresas. Com isso, propôs que as empresas fossem responsabilizadas por realizarem trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis da Companhia sem observar a regra do rodízio nos exercícios sociais encerrados em:

Anend Auditores Independentes S.S.: 31/12/2012; e

Azevedo e Lopes Auditores Independentes: 31/12/2013. 


[As empresas apresentaram uma proposta de pena] 

Ao apreciar as propostas, a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM (PFE-CVM) destacou, inicialmente, que o respeito à regra do rodízio obrigatório dos auditores independentes já é dever decorrente da legislação aplicável – razão pela qual não teria qualquer efeito jurídico. Isto posto, a PFE concluiu que o Termo de Compromisso poderia ser celebrado, condicionado à verificação, pela área técnica responsável, da cessação das práticas ilícitas, e à negociação de seus termos, pelo Comitê, conforme entendesse conveniente.

NEGOCIAÇÃO DA PROPOSTA E MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DE TERMO DE COMPROMISSO

Na negociação, o Comitê sugeriu o aumento da obrigação pecuniária para R$ 150.000,00 diante da gravidade e da natureza do caso, além de indicar que o compromisso de respeitar o rodízio dos auditores independentes deveria ser excluído do escopo do termo, conforme apontado pela PFE.

As acusadas, argumentando não ter condições de assumir a obrigação pecuniária proposta, fizeram nova proposta de pagamento individual no valor de R$10.000,00.

Sendo assim, o Comitê sugeriu ao Colegiado a rejeição das propostas, considerando que, no seu entendimento, elas não seriam adequadas para surtir efeito paradigmático junto aos participantes do mercado de valores mobiliários tampouco para desestimular prática de condutas assemelhadas.

Diante de todo o exposto, o Colegiado deliberou pela rejeição das propostas do Termo de Compromisso.

21 julho 2015

Rodízio de Auditores e Ceticismo

Uma das características relevantes do trabalho do auditor é o ceticismo. O profissional que verifica as contas de uma empresa deve questionar sempre, duvidando de todas as informações. Somente assim poderemos ter uma auditoria mais confiável. Acredita-se que um auditor que trabalhe durante anos com uma empresa perca esta característica; por outro lado, um novo auditor será mais cético com respeito aos números apresentados.

Mas parece que isto não é verdadeiro. Uma reportagem da CFO (Auditor Rotation May Actually Inhibit Skepticism) teve acesso a uma pesquisa acadêmica que será publicada no próximo número da prestigiosa Accouting Review. Os autores concluíram que o rodízio dos auditores pode reduzir o ceticismo, não aumentá-lo. Isto é muito importante, pois contraria o senso comum.

Os autores usaram um experimento, reproduzindo a relação entre auditor e executivo da empresa. Para isto, contaram com a ajuda de estudantes de graduação. (Para quem ainda não acredita na pesquisa experimental com estudantes, será que a publicação irá mudar de ideia?) O efeito é comportamental:

“Rotating auditors, aware that they will not be in a long-term relationship, will … likely perceive themselves to be less competent in evaluating the honesty or dishonesty of the [corporate] manager relative to auditors who do not rotate,” write authors Kendall Bowlin of the University of Mississippi, Jessen Hobson of the University of Illinois at Urbana-Champaign, and M. David Piercey of the University of Massachusetts Amherst. As a result, “rotating auditors would find it difficult to garner psychological support for the probability of manager dishonesty, leading them to be less likely to choose high levels of audit effort than non-rotating auditors.”

18 novembro 2014

Curso de Contabilidade Básica: Mudança de Auditoria

Para que uma empresa tenha um parecer de auditoria (também denominado de relatório de auditoria ou outro nome similar), a mesma faz um contrato com uma empresa de auditoria. Acredita-se que o auditor deve ter credibilidade no mercado. Assim, no momento de escolher o auditor a empresa deve levar em consideração não somente sua capacidade e independência como também seu nome no mercado.

No passado não existia nenhum limite quanto à contratação da auditoria, exceto a necessidade de registro do profissional e sua empresa. Recentemente uma grande discussão ocorreu sobre a necessidade que a empresa modifique, regularmente, a auditoria. Acredita-se que esta medida pode trazer melhorias na qualidade do trabalho do auditor.

Isto tudo é muito polêmico e talvez não seja de interesse imediato para quem está fazendo um curso de contabilidade básica. Mas iremos mostrar que a modificação da empresa de auditoria pode mudar a forma de fazer a contabilidade de uma empresa através de um exemplo.

Vamos usar a Nortec Química e a demonstração do segundo trimestre de 2014. A empresa efetuou a troca de auditoria no início de março de 2014, da Premiumbravo Auditores e Consultores para KPMG. A nova empresa de auditoria, já no primeiro trimestre, fez duas observações importantes, conforme apresentado a seguir:

Os dois tópicos são relevantes, já que afetam o imobilizado (18 milhões de reais para um ativo de 86 milhões) e o passivo. Observe que os pontos parecem básicos para o fechamento das informações contábeis. E só apareceram após a troca dos auditores.

Para evitar pendência com os auditores, a empresa anunciou as seguintes medidas:

11 abril 2014

Rodízio na Europa

No início de abril a Comunidade Europeia aprovou um conjunto de regras para serem aplicadas ao mercado de auditoria (aqui, aqui e aqui) .

A proposta original era mais dura. De qualquer forma, estes países da Europa decidiram que as empresas devem renovar suas auditorias em períodos regulares. Assim, aqueles caos onde uma mesma empresa tinha a mesma auditoria por mais de cem anos não irá ocorrer mais.

11 março 2014

120 anos depois...

O Barclays foi auditado pela PwC por 120 anos. A pressão dos reguladores e a investigação sobre a conformidade realizada pelo Financial Reporting Council fez com que a instituição resolvesse mudar a história.

A seguir cenas de um comercial com Phil Mickelson, famoso golfista, com o boné da PwC e camiseta do Barclays.

07 fevereiro 2014

Estados Unidos desistem do rodízio

O rodízio das empresas de auditoria é um dos temas mais polêmicos da contabilidade. Existem diversos argumentos favoráveis e contrários; bom argumentos, por sinal. Existem pesquisas. E dinheiro para o lobby das empresas.

A Europa recentemente optou por adotar o rodízio e deverá finalizar o processo em abril. Nos Estados Unidos, o Public Accounting Oversight Board tentou passar uma medida favorável ao rodízio no passado, mas encontrou resistência no legislativo.

Segundo a CFO parece que o PCAOB desistiu da ideia depois de três anos de luta. Numa reunião de orçamento com os membros da SEC, o presidente do PCAOB admitiu que o rodízio não deve acontecer naquele país, pelo menos por enquanto.

No passado o PCAOB tentou estabelecer um vínculo entre a qualidade da auditoria e a falta do rodízio. Entretanto, a resistência das empresas auditadas e das big four foi muito grande. Mais de 500 correspondências foram endereçadas ao PCAOB para desistir do conceito. E quase um quarto delas eram de executivos financeiros(CFOs).

30 janeiro 2014

Auditoria na Europa

Está previsto para abril a votação pelo Parlamento Europeu (foto) da reforma no mercado de auditoria. Esta semana a Comissão de Assuntos Jurídicos aprovou a exigência de rodízio das auditorias a cada dez anos. Isto inclui as empresas de capital aberto. A proposta prevê algumas exceções.

21 dezembro 2013

Fato da semana

Fato: O parlamento europeu decide limitar a atuação das empresas de auditoria em dez anos e também limitar a utilização de serviços de consultoria destas empresas. Isto significa dizer que a Europa decidiu pelo rodízio.
Além disto, o relatório de auditoria deverá ser mais detalhado, assim como fortalece o papel do comitê de auditoria. Outra medida é que uma parcela de acionistas poderá solicitar a destituição do auditor.

Qual a relevância disto? Enquanto os Estados Unidos recuou em adotar as medidas para proteger os interesses dos investidores das grandes empresas de auditoria, a Europa adotou uma postura mais firme sobre o assunto. As medidas poderão reduzir a grande dependência do mercado das quatro maiores empresas de auditoria e quem sabe trazendo mais concorrência ao setor, que hoje é um oligopólio.

Positivo ou Negativo?  As medidas poderão aumentar o custo de ser fazer uma auditoria. Há uma discussão se o rodízio melhora (ou não) a qualidade da auditoria. Para as outras empresas do ramo, poderá ser uma oportunidade para aumentar sua receita. Além disto, poderá reduzir o risco de falência de uma grandes das empresas.


Desdobramentos: A medida permitirá que se discuta a questão do rodízio de uma forma mais técnica e menos apaixonada. Poderemos quem sabe comparar a qualidade das auditorias com ou sem o rodízio. 

Concorrência contábil na Europa

Um nova regra da Comunidade Européia pretende aumentar a competição no setor contábil. O alvo são as big four (KPMG, PwC, EY e Deloitte), que dominam as auditorias das grandes empresas. A regra deverá atingir mais de 35 mil empresas de 28 países e deverá beneficiar empresas como Grant Thornton, BDO, entre outras.

Pela nova lei, quem fizer auditoria de um cliente não poderá prestar consultoria em impostos. Segundo informou a Reuters, a Grant Thornton já começa a sentir a influencia da lei. Mas a BDO está prevendo que haverá um processo de concentração entre as empresas "intermediárias".

29 novembro 2013

Pagamento de auditores influencia na qualidade do trabalho

Um trabalho realizado por pesquisadores do MIT e de Harvard na Índia mostraram resultados importantes sobre o setor de auditoria. Considerando que existe um conflito de interesses no atual modelo de auditoria, no qual a empresa auditada contrata e paga o auditor externo, o estudo analisou uma alternativa: os auditores foram designados de maneira aleatória e recebiam valores fixos.

O resultado do estudo mostrou que o sistema atual está corrompido, o número de ressalvas é menor que no sistema aleatório. O estudo original pode ser encontrado aqui

15 outubro 2013

Inglaterra x Big Four

As maiores empresas do Reino Unido devem trocar suas empresas de auditoria a cada dez anos, para aumentar a competição. Atualmente o mercado é dominado por quatro grandes empresas. A Competition Commission publicou seus relatório ontem. Anteriormente, o rodízio seria de cinco anos, mas a reação do Financial Reporting Council e das empresas provocou a mudança.