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01 agosto 2022

Risco de Default

 

A Bloomberg classificou o Brasil como o 11o. em termos de risco de default. A figura acima é um extrato, mostrando que estamos melhor que Ucrânia, Argentina, El Salvador (maior risco e que adotou Bitcoin no passado). Mas pior do que Costa Rica, Equador, Turquia entre outros.

Mas é estranho, pois a taxa de juros interna não é alta, o seguro da dívida está abaixo de 300 pontos (a média dos países com melhor classificação que o Brasil é de 757 pontos). O que pesa contra: despesa financeira em relação ao PIB e a dívida do governo. 

07 novembro 2013

Brasil pode perder o grau de investimento

O Brasil pode ser o primeiro Bric a perder o grau de investimento. A avaliação consta de texto publicado nesta quarta-feira, 6, pelo jornal britânico Financial Times com o título "As chances do Brasil de um downgrade". Ao citar analistas do banco britânico Barclays em São Paulo, a publicação diz que "muito possivelmente" o País pode ser o primeiro entre os grandes emergentes (Bric é o acrônimo para o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) a perder o título. Se a economia nacional não crescer rapidamente e a situação fiscal continuar em deterioração, dizem os economistas, o downgrade poderia vir no início de 2014.

Fonte: aqui

Neste semana publicamos que o Brasil estava na lista dos países vulneráveis.

05 novembro 2013

Vulneráveis

Uma lista de doze países mais vulneráveis a uma crise financeira, segundo o Wells Fargo (de um total de 28 economias), usando reservas, taxa de câmbio, crescimento da economia e do crédito e balança comercial:

12. África do Sul
11. Paquistão
10. Egito
9. México
8. Índia
7. Chile
6. Peru
5. Brasil
4. Turquia
3. Indonésia
2. Argentina
1. Colômbia

12 junho 2013

Risco Brasil

O mercado secundário de títulos de dívidas internacionais tem registrado um constante mau humor dos investidores estrangeiros com o Brasil, que já embutem nos preços um risco de 'downgrade' das notas de riscos de crédito. Dois dos principais indicadores de risco de probabilidade de calote usados internacionalmente - o Emerging Markets Bond Index Brazil (Embi+ Br) e os Credit Default Swaps (CDS) - refletem uma piora desde o final do ano passado, se acentuando mais recentemente e refletindo uma nota de crédito pior do que as notas das próprias agências de classificação.

O primeiro índice terminou o ano em 146 pontos e agora já ultrapassa os 200 pontos, ou seja com prêmio 2% maior do que os títulos do Tesouro americano, representando uma alta de 35%. Já o segundo índice já subiu subiu 53 pontos nos últimos 30 dias - maior alta desde março de 2009, segundo a Bloomberg - para fechar em 159,9 pontos ontem, alta de 45% no ano.

O custo é o mais alto em 11 meses, e o CDS do Brasil já estão em média 35 pontos mais caros do que os de México, Peru, Colômbia e Panamá. Quanto mais alto, maior a desconfiança dos investidores nos papéis de governo, empresas e bancos brasileiros emitidos no exterior em moeda estrangeira. O EMBI mede a diferença entre as taxas pagas por uma cesta de papéis (brasileiros, no caso) e os juros pagos pelos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os CDS são contratos de hedge que os investidores em papeis brasileiros compram para se proteger contra um eventual calote do emissor.

A alta pode ser interpretada como indício de que os investidores estão apostando que o corte da nota de classificação de risco do Brasil, atualmente em nível 2 de "grau de investimento" BBB pode ser inevitável, caindo um nível, mas ainda permanecendo no "grau de investimento" (na quinta-feira, a Standard& Poor´s colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa - leia mais na página ao lado).


Risco Brasil sobe mais de 35% apenas em 2013 - Léa De Luca - Brasil Econômico - 11/06/13

17 abril 2013

Risco País

A tabela mostra o risco país, medido pelos juros do crédito. Apesar da crise européia, o primeiro lugar é ocupado pelos hermanos, com 84,5%. Chipre, que está no centro da crise, ficou em segundo, seguido do Paquistão e Venezuela.

O Brasil possui um taxa de 9,4%, mas com uma tendência crescente. O melhor da América Latina é o Chile, com 4,6%. O melhor do mundo é a Noruega, com 1,9%.

27 dezembro 2011

Divergências na mensuração de risco

Há alguns dias atrás, comentamos sobre este assunto:

Agências de Rating

Mensuração de credit rating


O agravamento da crise da dívida na zona do euro ampliou as divergências entre as principais medidas de risco usadas pelos investidores. As taxas do CDS (sigla para credit default swap) – derivativo que funciona como espécie de seguro contra calote de um determinado emissor de dívida – de vários países, em especial dos europeus, operam descoladas das avaliações de crédito feitas pelas agências de classificação de risco.

Em tese, os dois indicadores deveriam andar juntos, uma vez que ambos medem a possibilidade de o emissor de um título de dívida não honrar seus compromissos. Com a crise, porém, o CDS passou a refletir uma ameaça maior de calote do que os ratings. Países como o Brasil, que possui avaliação “BBB”, são considerados menos arriscados no mercado de CDS do que a França, com classificação “AAA”, a mais alta na escala das agências.




Não há resposta definitiva sobre qual medida é a mais correta. “O rating é fruto da opinião de um grupo de analistas, enquanto o CDS é como se fosse uma avaliação de todo o mercado sobre o risco de um emissor”, compara o economista Raphael Martello, da Tendências Consultoria.

Enquanto os ratings são atribuídos de acordo com uma escala de letras conforme a capacidade de pagamento, o CDS varia seguindo o preço que os investidores estão dispostos a pagar para se proteger de um possível calote.

Ambos os modelos possuem vantagens e desvantagens. Não é de hoje que as agências de rating enfrentam a desconfiança do mercado, mas ela se aprofundou desde 2008, em consequência dos problemas com os títulos de hipotecas “subprime” – vários dos quais contavam com rating triplo A. O CDS, contudo, é visto como extremamente suscetível às oscilações de curto prazo, que nem sempre refletem os fundamentos econômicos.

“O CDS é muito mais volátil, enquanto o rating é uma opinião de longo prazo. Por isso, quanto mais volátil é o mercado, maior o descolamento entre o que mostra o CDS e o rating”, diz Rafael Guedes, diretor executivo da agência Fitch Ratings. Ele afirma que o rating e o CDS tendem a convergir, mas que mudanças no rating só acontecem quando muda o cenário-base da agência.

O crescimento das negociações com CDS nos últimos anos tornou o instrumento a principal referência para a avaliação de risco no mercado. Com isso, outros indicadores praticamente caíram em desuso. É o caso do EMBI – sigla para Emerging Markets Bond Index – calculado pelo J.P.Morgan com base no prêmio de uma cesta de títulos soberanos em relação aos papéis do Tesouro americano. Embora o EMBI, que já foi considerado sinônimo de risco país no passado, também sofra influência da ameaça de calote, no CDS essa medida é diretamente negociada pelos investidores, segundo Martello, da Tendências.

Na visão de Mauro Leos, analista de risco soberano da América Latina da agência Moody’s, o CDS é um instrumento importante para investidores que trabalham com curtos intervalos de tempo, como fundos de hedge. Já quem é mais inclinado para o longo prazo, como seguradoras e fundos de pensão, o indicado são as notas de agências de classificação, com maior estabilidade em relação ao CDS.

Leos usa o caso da Grécia como exemplo da maior volatilidade dos CDS. Ele conta que, antes da crise soberana, o CDS do país equivalia a um rating “AAA” ou “AA”, quando o rating que agência dava ao país era “A”. Com a crise, o CDS caiu, em um curto período de tempo, para equivaler a uma classificação “B”. Ao mesmo tempo, o CDS grego derrubou o de outros países sem relação direta com a crise, como Brasil e México. “[O CDS] É uma medida de sentimento de mercado, que tende a ser mais exagerada quando as coisas vão bem e quando elas vão mal”, diz Leos.

Fonte: Felipe Marques e Vinícius Pinheiro, Valor Economico

28 setembro 2011

Default da Dívida

Os gráficos mostram os defaults de títulos externos ao longo do tempo. O primeiro gráfico cobre o período de 1820 a1920. Neste período percebe-se o default do Brasil nos idos de 1820, no final do século XIX, no início do século XX e durante a primeira guerra. É interessante notar a presença significativa dos países da América Latina: 55 defaults de um total de 76 ou 72%. Observe também a presença de Portugal (3 vezes) e Espanha (3 vezes). 

O segundo período vai de 1920 a 1980. O Brasil aparece após 1930 (duas vezes). Os países da América Latina aparecem 29 vezes e novos “caloteiros” surgem. 


O último gráfico trata do período de 1981 a 2003. O Brasil aparece na década de oitenta (governo Sarney), mas um grande número de países também decreta default, de diversas partes do mundo. Neste período, a Argentina usa este artifício três vezes. 



Durante este período, o nosso país decretou default sete vezes. Isto não é motivo para orgulho, já que o default constante tende a traduzir num aumento nos juros cobrados externamente. 


Fonte: aqui

04 julho 2011

Risco Brasil

Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores, o índice EMBI+ do Brasil, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, encerrou a sexta-feira em queda de 0,68%, aos 147 pontos. Ontem, o indicador marcou 148 pontos. Na semana, indicador acumula queda de 16%.
O Emerging Markets Bond Index - Brasil é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, tido como o país mais solvente do mundo, de risco praticamente nulo.
O indicador mensura o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do governo norte-americano. Significa dizer que, a cada 100 pontos expressos pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.
Basicamente, o mercado usa o EMBI+ para medir a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco , mais perigoso fica aplicar no país.
Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como " arriscado" deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida - ao que se chama prêmio pelo risco.

Fonte: aqui

23 junho 2011

Grécia e derivativos

Por Pedro Correia


Recentemente, foi noticiado que o risco Brasil é menor que dos EUA. No entanto, são dados referentes ao CDS negociados em um ano.São derivativos pouco negociados e diversos outros países também têm CDS de um ano menor que o americano, como por exemplo: Rússia, Chile, México, Casaquistão.A medida mais adequada para mensurar o risco país seria o CDS negociado em prazos mais longos (5 anos) ou através do EMBI (Emerging Markets Bond Index).

Qual é a importância do CDS (Credit Default Swaps)? O CDS é o único derivativo que conecta os bancos do mundo inteiro.Este derivativo protege os credores no caso dos países não pagarem suas dívidas.Além disso, foi este instrumento financeiro que colaborou para o colapso financeiro do American International Group.

A preocupação com a crise grega é crescente.O bilhonário pacote de ajuda à Grécia não deixa de ser uma ajuda aos bancos europeus. O NYT informa que na França e na Alemanha, os bancos são credores de 90 billhoes de dólares da dívida pública e privada grega.Além disso, o banco central europeu também possui boa parcela destas dívidas. Assim, um calote grego poderia gerar perdas em cascata para todo sistema financeiro europeu.Mas será que os bancos americanos estão livres desta ameaça? Ninguém sabe ao certo. Eles não são grandes credores gregos, no entanto, participam de forma vultosa no mercado de derivativos.

Portanto, se a Grécia der o calote , o banco europeu que possuir um CDS sobre a dívida grega ,assegurado por um banco norte-americano, terá direito a receber um pagamento deste banco.Não obstante, não se sabe ao certo quem possui estes CDS e quem é responsável pelo pagamento do seguro.A partir das evidências disponíveis, não parece que um calote grego teria o mesmo poder destrutivo do caso AIG. Será? Somente o tempo dirá.

17 junho 2011

Risco País

O gráfico mostra a evolução do risco nos últimos dias. Percebe-se que o risco da Grécia aumentou muito nos últimos dias, assim como Venezuela, Portugal e Irlanda. Aqui, a posição de maio. Fonte: aqui

06 junho 2011

Mais endividados

A seguir uma tabela com os países mais endividados e os juros dos títulos CDS de cinco anos:
A surpresa é que o Japão é o país mais endividado do mundo, com dívidas que superam em duas vezes sua economia. Apesar disto, os juros dos empréstimos são baixos, informando que o risco daquele país é reduzido. Na realidade, quando fazemos a correlação entre as duas colunas, para os nove países com informações, o valor é de -0,09051, indicando uma relação estatística reduzida. Fonte da informação: aqui

10 janeiro 2011

Risco País

Relatório recente do CMA mostra, entre 61 países, aqueles com maior nível de risco:


1. Grécia
2. Venezuela
3. Irlanda
4. Portugal
5. Argentina
6. Espannha
7. Dubai
8. Hungria
9. Iraque
10. Vietnam
11. Itália
12. Islândia

Entre os BRICs a Índia seria o 18o. país mais arricado, seguido da Rússia (21o.), Brasil (37o.) e China (48o.). Na América Latina, o menor risco continua sendo o Chile, na 49a. posição. Os países com menor risco são:


54. Austrália
55. Dinamarca
56. Hong Kong
57. Estados Unidos
58. Suíça
59. Suécia
60. Finlândia
61. Noruega

A posição do risco do Brasil tem melhorado no tempo. Motivos para comemorar? Muita calma, pois um relatório da Nomura considerou o Brasil o grande perdedor na guerra cambial.

09 outubro 2010

Países com maiores chances de Default

Estes são os países com maiores chances de não efetuarem o pagamento das suas dívidas. Na ordem, o país, a probabilidade e a taxa de juros atual (5 anos em pontos):

1. Venezuela – 54,2% - 1109,2 pontos (ou 11,09% de juros acima do título dos EUA)
2. Grécia – 48,7% - 775,3 pontos
3. Argentina – 40,4% - 749,3 pontos
4. Paquistão – 34,6% - 606,4 pontos
5. Irlanda – 33,0% - 458,3 pontos
6. Ucrânia – 32,3% - 546,8
7. Portugal – 30,2% - 408,8
8. Dubai – 26,5% - 437,4
9. Iraque – 26,4% - 427,1
10. Romênia – 22,1% - 350,9
11. Letônia – 20,8% - 329,7
12. Hungria – 20,4% - 320,6
13. Islândia – 21,7% - 303,3
14. Líbano – 18,7% - 298,8
15. Bulgária – 27,8% - 275,4
16. Lituania – 17,5% - 271,3
17. El Salvadro – 17,5% - 267,7
18. República Dominicana – 17,6 – 266,3
19. Croácia – 16,6 – 254,7

Fonte: Aqui

Pode—se perceber uma relação clara entre a chance de default e os juros pagos. Veja a figura abaixo:

Colocando isto em termos mais formais, fiz uma regressão linear entre a taxa de juros e a chance do default e o resultado foi o seguinte:

Probabilidade = 7,449 + 0,046 Juros

Esta equação apresentou valores fortes na sua qualidade (R2 = 0,912, indicando que os juros explicam 91,2% da probabilidade).

Fui mais além. Resolvi colocar o valor do EMBI+ do Brasil na equação. Antes de apresentar o resultado, é preciso dizer que existe aqui uma mistura de conceitos. Calculei o valor da equação por um método e usei a equação, fora do intervalo do cálculo, que não é adequado, para outra informação. Ou seja, estou assumindo que o EMBI+ substitui o Current 5-year Mid CDS que foi usado na expressão.

Apesar destes problemas, o resultado é que a chance de default do Brasil, usando 198 pontos, é de 16,6%.

Apesar de ser um resultado ainda elevado, indicando que nosso país ainda possui um risco razoável de default, o valor está abaixo de países como Portugal, Argentina ou Venezuela.

06 outubro 2010

Risco




A figura mostra a evolução do nível de risco do Brasil, calculado pela metodologia do Riskmetrics. Por este método, utiliza-se a variação do comportamento da bolsa de valores, determinando a volatilidade através da seguinte expressão:

Volatilidade Hoje = 0,94 Volatilidade de Ontem + 0,06 Retorno de Hoje ao quadrado

Assim, quando existem mudanças bruscas na bolsa de valores, isto seria um reflexo de ambientes conturbados. Em outras palavras, com maior risco.

Observe que a figura apresenta três momentos distintos. O momento A, durante a crise do México, o risco aumentou substancialmente. Isto ocorreu logo após a implantação do Plano Real, no início do governo FHC. Alguns anos após, em 1998 e 1999, o risco aumenta, em razão da crise Russa e dos problemas cambiais, incluindo a maxidesvalorização. O final do governo FHC e durante o governo LIS o risco ficou em níveis reduzidos. A manutenção da política econômica foi a grande responsável por este fato.

Entretanto, em 2007 e 2008 o risco volta a aumentar, com a crise financeira. Entretanto, mais recentemente, voltou aos níveis anteriores.

05 outubro 2010

Bolha Brasil II

O mais influente colunista econômico do mundo [1], Martin Wolf, do ‘Financial Times’, mostra-se cético quanto aos efeitos de médio e longo prazos das medidas anunciadas pelo governo para conter a valorização do real. “Duvido que faça qualquer diferença”, afirmou ao ‘Estado’. Ele foi a principal estrela de um evento promovido ontem à noite pela Faap para discutir o papel do Estado na crise financeira internacional.

Wolf disse não acreditar que as taxas de câmbio reflitam movimentos especulativos de curto prazo - a elevação do IOF de 2% para 4% tem como grande objetivo frear justamente a entrada de dinheiro especulativo no Brasil.

“O principal fator que influi na formação da taxa de câmbio é o fluxo de capitais, que, por sua vez, se move de acordo com as oportunidades de investimento e as diferenças entre as taxas de juros dos países”, argumentou. “O Brasil é um país com taxa de poupança relativamente baixa e taxas de juros relativamente elevadas. Por isso, é muito atrativo para o capital estrangeiro.”

Wolf observou que corporações do mundo todo estão em busca de boas oportunidades de investimento. E essas estão nos países emergentes, como o Brasil, que, diferentemente das nações desenvolvidas, têm registrado forte expansão econômica.

“Se você olhar para as economias emergentes mais atrativas do mundo, com sistemas financeiros relativamente abertos, o Brasil é a número 1”, analisou. “Portanto, é absolutamente inevitável que seja inundado com capitais. Uma pequena taxação não vai fazer diferença.”

O colunista inglês disse acreditar que a próxima crise econômica mundial ocorrerá em um país emergente justamente por causa do enorme fluxo de capitais atual [2]. Ele frisou que não gosta de fazer previsões, mas reconheceu que o Brasil é um dos candidatos a ter problemas.

“O Brasil está superaquecido, está claramente indo rápido demais e há um monte de capital vindo (e por vir). Isso me preocupa um pouco. Não estou prevendo uma crise, que fique claro. Mas há riscos. Há fatos aqui.”

Para Wolf, o fluxo de capitais não faz mal a um país quando é usado para financiar investimentos e, por tabela, uma expansão mais acelerada da economia. [3]

Bolsa. O ex-presidente do Banco Central (BC) Arminio Fraga, que também participou do evento, avalia que, “temporariamente”, a medida do governo pode funcionar um pouco. Ele lembrou que, no início dos anos 90, quando esteve no BC pela primeira vez, chegou a adotar mecanismo semelhante.

“Mas, no longo prazo, não funciona”, disse. “Uma solução mais definitiva é construir condições para termos uma taxa de juro mais baixa, porque isso é um fator de atração de capital de curto prazo. Não adianta tapar o sol com a peneira”, observou.

Fraga, que atualmente preside o Conselho de Administração da BM&FBovespa, considerou positivo o fato de o governo ter excluído os investimentos em Bolsa do aumento do IOF. “Pode parecer correlacionado com a minha presença na Bolsa, mas eu sempre defendi um tratamento diferente (para a Bolsa) porque esse tende a ser um capital de longo prazo”, afirmou.


IOF ‘não faz diferença’, diz Martin Wolf - Leandro Modé - 5 Out 2010 - O Estado de São Paulo

[1] O mais influente é James Grant, segundo esta lista. Woolf estaria em segundo.

[2] Veja esta postagem de hoje do blog.

[3] Que parece não ser o caso.

Bolha Brasil

O texto a seguir traça uma análise pessimista do futuro do nosso país. Também faz uma análise política da situação. É polêmico. Retirei as questões políticas, mas deixei o essencial.

Esperar para ouvir mais e mais sobre o Brasil nos próximos meses. A eleição ea recente venda da Petrobras - que foi usado para ajudar o governo a cumprir suas metas de orçamento - pode ser apenas o que levou a colocar este país no radar.

Martin Hutchinson em PrudentBear.som analisa o caso:

O Brasil é o caso mais simples. Seu ministro das Finanças, Guido Mantega esta semana denunciou a "guerra de moedas" que ele viu em desenvolvimento, entre as maiores economias do mundo, pelo qual cada país tenta desvalorizar sua moeda para alavancar sua economia. (...) Em qualquer caso, a verdadeira motivação Mantega de proclamar uma guerra moeda era para protestar contra o aumento real brasileira está acima Rs.1.70 = 1 dólar, e desviar o eleitorado brasileiro da verdadeira situação econômica do país antes da eleição de domingo.

O real está aumentando por causa da massa de capital especulativo flui para o Brasil, atraídas pelo seu crescimento rápido e aparente riqueza dos commodities. Em uma economia bem gerida como a do Chile, os ingressos de moeda deste tipo são esterilizados pelo governo para criação de um rainy-day fund (fundo de dia chuvoso), que pode ser utilizado quando o preço das commodities cair. No entanto, isto obriga o governo a manter os gastos públicos sob controle. Conforme Mantega sabe perfeitamente, sendo ministro da Fazenda, o Brasil não fez nada disto.


Forget China, The New Buzz Will Be All About The Collapse Of Brazil - Joe Weisenthal

A partir daqui o texto analisa as eleições e a postura da candidata do atual presidente.

10 maio 2010

Transparência e risco


O gráfico mostra a relação entre a transparência e a remuneração dos títulos governamentais. O índice de transparência é uma aproximação para a percepção sobre a corrupção em cada país. Assim, Grécia e Itália seriam países mais corruptos que Suíça, Suécia ou Alemanha. No eixo vertical, a remuneração dos títulos governamentais. A relação entre as duas medidas é inversa. Isto significa dizer que países mais corruptos são países onde o governo paga mais na emissão dos títulos.

12 abril 2010

Agências de Rating

A incerteza gerada pelas eleições e o aumento de gastos que costuma preceder este período permite induzir que provavelmente o país não terá um aumento de grau de investimento nos próximos meses.

O papel das agências de ratings está dissecada neste texto de Leandro Modé, Estado de São Paulo, 11 de abril de 2010, p. B5:

As agências de classificação de risco são sistematicamente criticadas por levarem tempo demais para promover ou rebaixar a nota de um país, de uma empresa ou de um banco. Elas não conseguiram se antecipar à crise da Ásia, na década de 90, e à crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos Estados Unidos .

Na atual turbulência que envolve a Grécia, as agências também reagiram depois do mercado financeiro. Na sexta-feira, a Standard & Poor"s (S&P) diminuiu a nota grega para o nível BBB-, igual ao do Brasil. Por aqui, as críticas decorreram da percepção de que as melhorias da economia brasileira foram reconhecidas tardiamente.

Ainda assim, sua avaliação é seguida à risca por grande parte dos investidores. Por isso, o mercado continua a monitorar a nota do Brasil, à espera de nova promoção - que, por ora, parece distante. "Para subirmos mais degraus, precisamos fazer mais coisas: reforçar a parte fiscal e promover as reformas estruturais", diz a chefe de análise da Fator Corretora, Lika Takahashi, referindo-se às reformas tributária, previdenciária e trabalhista.

O economista-chefe do Grupo Santander Brasil, Alexandre Schwartsman, também mostra cautela em relação a uma nova melhora da nota brasileira. "As agências de rating costumam olhar de perto a relação entre dívida pública bruta e o Produto Interno Bruto, que, no Brasil, não tem apresentado melhora substancial nos últimos anos."

Segundo ele, no início do governo Lula, essa relação estava 65%. Chegou ao pico de 70% em 2003 e depois começou a cair. Na mínima dos últimos anos, foi a 56% em julho de 2008. De lá até novembro de 2009, subiu de novo. Hoje, está em 63%. "Basicamente, voltamos para onde estávamos em 2007", observa.

A relação entre a dívida e o PIB revela a capacidade de o País gerar caixa para honrar seus compromissos. Em geral, as empresas de rating consideram adequado um nível abaixo de 40%.

As agências não costumam falar sobre perspectivas para uma nota. Mas, em recentes declarações à Agência Estado, profissionais da Moody"s, da S &P e da Fitch mostraram desconforto com a evolução do endividamento público brasileiro.

Se serve de consolo, a situação fiscal piorou no mundo inteiro. Para combater a crise, os países despejaram dinheiro dos contribuintes na economia. Nos EUA, por exemplo, a relação dívida/PIB pode superar 100% nos próximos anos. Na Itália e no Japão, já está acima disso há anos.

Grau de investimento

(...) "O grau de investimento trouxe mudanças substanciais para o Brasil", afirma o copresidente do banco Credit Suisse no País, Marcelo Kayath. "Em várias operações recentes que fizemos, tanto de renda fixa quanto de ações, percebemos a participação de investidores que antes não compravam ativos do País."

O chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, emenda: "O principal ponto do investment grade (nome em inglês) foi mesmo abrir a possibilidade de grandes fundos virem para cá." (...)

Grau de investimento ampliou mercado, dizem analistas – Estado de S Paulo, 11 de abril de 2010, B4 – Leandro Modé

Algumas entidades no exterior só aplicam num país com determinada nota. No caso, a nota de investimento abre a possibilidade de mais investimentos estrangeiros, pois estaríamos num patamar de risco menor.

01 abril 2010

Caloteiros


O gráfico mostra o número de países que tiveram problemas com a dívida externa (defaults), por períodos de vinte anos. A América Latina foi sempre destaque (negativo) em quase todos os períodos, mas nos últimos vinte anos parece ser uma exceção.

O efeito, a médio prazo, é que os países que tiveram default pagam mais pelos empréstimos, nos anos seguintes, do que países com mesma relação dívida/PIB. Além disto, parece que o default afeta o crescimento econômico. Entretanto, um texto da The Economist (Default Settings) lembra que provavelmente os efeitos são menores do que o esperado. Ou, o mercado tem memória curta.