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13 junho 2023

Vinte anos de mercado - 2

Usando os dados do mercado entre 2003 a 12 de junho de 2023, eu calculei o risco e o retorno. 

No período de 2003 a 2023 o índice teve uma varição diária de 0,058%. Mas o desvio padrão desta variações ficou em 0,0152. Há um índice na estatística, o Coeficiente de Variação, que relaciona a dispersão com a média, sendo uma forma fácil de verificar se a variação dos valores durante um período de tempo foi grande ou não. Geralmente os livros de estatísticas dizem que o CV devem ser de 0,3 ou menor. Dividindo 0,0152 por 0,00058 nós temos um valor de 26,25. Ou seja, a volatilidade do índice é muito, muito alta. 

Também fiz o modelo para os índices DowJones, o câmbio (euro e real) e as cotações de quatro empresas (Vale, Petrobrás, Ambev e Eletrobras). 

O aspecto que gostaria de destacar aqui é a relação entre as médias e o desvio. Há um mantra em finanças que relaciona o risco e o retorno. Quanto maior o risco, maior o retorn. Se o desvio é uma medida de risco, pois expressa a volatilidade, a média seria a medida do retorno a longo prazo. Veja que a primeira linha mostra o câmbio, com uma média de 0,01% e um desvio de 0,010. A última linha tem a ação da Vale, com média muito maior, de 0,06%, e desvio de 0,026, também maior. Maior risco, maior retorno. 

24 setembro 2018

Risco e Retorno em Criptomoeda

Estabelecemos que a relação risco-retorno das criptomoedas (Bitcoin, Ripple e Ethereum) é diferente das ações, moedas e metais preciosos. As criptomoedas não têm a exposição ao mercado de ações e a fatores macroeconômicos. Elas também não têm exposição aos retornos das moedas e commodities. Por outro lado, mostramos que os retornos da criptomoeda podem ser previstos por fatores específicos dos mercados de criptomoedas. Especificamente, determinamos que há um forte efeito momentum na série de tempo e que os proxies para a atenção do investidor preveem fortemente os retornos da criptomoeda. Finalmente, criamos um índice de exposições a moedas criptográficas de 354 indústrias nos EUA e 137 indústrias na China.

Leia o texto completo aqui

01 dezembro 2015

Risco e Retorno

A relação risco e retorno é bastante conhecida. As propagandas a seguir lembram deste lema: não existe prêmio sem risco.



Fonte: Aqui, aqui e aqui

15 junho 2015

Revisões de disclosure dos fundos de hedge: da pra acreditar?

In this paper, we closely examine hedge fund disclosures to these publicly available databases, and provide empirical evidence to underpin the current debate on hedge fund disclosure regulation. We are particularly interested in whether these voluntary disclosures by hedge funds are reliable guides to their past performance. We attempt to answer this question by tracking changes to statements of performance in these databases recorded at different points in time between 2007 and 2011. In each “vintage” of these databases, hedge funds provide information on their performance from the time they began reporting to the database until the most recent period. We find evidence that, in successive vintages of these databases, older performance records (going as far back as 15 years) of hedge funds are routinely revised. This behavior is widespread: 49% of the 12,128 hedge funds in our sample revised their previous returns by at least 0.01% at least once, nearly 30% of funds revised a previous monthly return by at least 0.5%, and over 20% revised a previous monthly return by at least 1%. These are very substantial changes, comparable to or exceeding the average monthly return in our sample period of 0.62%.
While positive revisions are also commonplace, negative revisions are more common and larger when they occur, that is, on average, initially provided returns present a more rosy picture of hedge fund performance than final performance figures. This suggests that prospective investors could be wooed into making decisions based on initially reported histories that are then subsequently revised. Moreover, the revisions are not random. Indeed, we find that information on the characteristics and past performance of hedge funds can predict their propensity to revise. For example, funds-of-hedge-funds and hedge funds in the Emerging Markets style are significantly more likely to revise their histories of returns than Managed Futures funds. Larger funds, more volatile funds, and less liquid funds are also more likely to revise.
Several characteristics of revising funds suggest the nature of incentives that may drive revising behavior. For example, a fund experiencing a change in management company or manager is 10% more likely to revise its past returns, holding all else constant. Following such events, we hypothesize that new management might be interested in a “fresh start,” revamping the accounting, marking-to-market, auditing, and compliance practices of their newly acquired funds, thus resulting in a sequence of revisions to past returns.Another important characteristic associated with revising behavior is the presence of a high-water mark in the fund. Managers may have greater incentives to revise past returns downwards (or simply to correct previous valuation errors only in the positive direction) when they are well below their high-water marks, so as to reset the level at which they begin earning performance fees. Consistent with this explanation, we find that funds with a high-water mark are 13% more likely to revise than those without a high-water mark. Moreover, when funds with a high-water mark revise returns, their average return revision is −62 basis points. In contrast, funds without a high-water mark provision have average return revisions of +40 basis points. This allows for a refinement of our finding that the unconditional average return revision is negative: funds with an incentive to revise returns below high-water marks revise downwards on average, whereas funds without high-water marks revise returns upwards, making past returns appear higher in subsequent revisions.

[...]

Fonte: PATTON, A. J., RAMADORAI, T. and STREATFIELD, M. (2015), Change You Can Believe In? Hedge Fund Data Revisions. The Journal of Finance, 70: 963–999. doi: 10.1111/jofi.12240

03 dezembro 2013

Risco e Retorno

Uma entrevista com Nelson Silva, da empresa de petróleo BG:

Com relação a Libra, o que pesou para a BG ficar de fora?

O fator mais importante foi que o leilão de Libra, por se tratar de uma descoberta, com menos risco exploratório, não está alinhado com nossa estratégia, que é assumir o risco exploratório para entregar o valor da descoberta ao acionista. Já havendo uma descoberta, o ganho de valor é muito pequeno. Mal comparando, é como comprar um bilhete premiado. Você vai pagar o preço do bilhete premiado. Ao passo que, se você comprar antes do sorteio...

A ideia, então, é pagar barato e valorizar depois...

É. Mas o barato pode sair caro se o risco for muito alto. O desafio é achar o equilíbrio entre investimento e risco.

Ou seja, já estaria no preço do leilão o menor risco, o que impediria um maior ganho. Mais adiante ele comenta sobre o risco regulatório

Há, nesse momento, prognósticos não muito otimistas sobre o Brasil, com risco de perda o grau de investimento. Isso afeta o apetite da empresa? 

Não. O que nos preocupa sempre é o respeito aos contratos. Isso é fundamental. A BG chegou ao Brasil em 1994. Em 1999, estávamos participando da segunda rodada de licitações, onde adquirimos os blocos que deram as descobertas de Lula e Sapinhoá. E vocês vão se lembrar que passávamos por uma séria crise econômica. O cenário que falamos aqui não tem nada a ver com o que o Brasil passava. E naquela época a BG veio, participou das rodadas, adquiriu o controle da Comgás e continuou atravessando os altos e baixos da economia brasileira nos últimos anos. Economicamente falando, o Brasil hoje é um país muito mais estável e sólido do que era no final da década de 90. Mas fundamentalmente o que a empresa sempre valorizou e que atrai nosso investimento é o respeito aos contratos. E o Brasil, nesse aspecto, tem tido um comportamento consistente. Os contratos foram sendo respeitados ao longo do tempo, o que permite que a empresa faça a sua parte. A Comgás é um exemplo. Depois que foi passado o controle para a BG, nós quadruplicamos o tamanho da empresa em todos os aspectos. É fundamentalmente um caso de sucesso, no qual todas as partes cumpriram com o acordado. A empresa cumpriu como plano de investimento e o poder concedente cumpriu com a obrigação dele. E devo dizer que, emoutro país muito próximo daqui, onde nós operávamos uma concessão de gás como aqui, tivemos uma experiência diferente (ele fala da argentina Metrogas, cujo controle foi vendido este ano após uma relação conturbada com o governo local). Então, fundamentalmente, essa consistência, essa aderência aos contratos é a sinalização mais importante. É claro que ninguém quer operar em um país em crise, mas esses movimentos econômicos, que a gente considera que são superados ao longo do tempo, acontecem com todo o mundo. Estão acontecendo agora nos Estados Unidos e na Europa. Não é isso que vai definir a estratégia.

20 abril 2011

JIT e ROI

Por Pedro Correia

Um estudo de empresas que adotaram o sistema jus-in-time em comparação com um grupo de controle de empresas que não o adotaram, constatou que empresas que haviam adotado o JIT melhoraram seus ROI's mais que as outras empresas. O sucesso dessas empresas resultou de elevações tanto de margens de lucro quanto do giro de ativos. A eliminação de estoques graças ao JIT reduz os ativos totais, mas, o que é mais importante, leva ao aperfeiçoamentos de processos na medida em que são expostos problemas de produção existentes. Quando são eliminados os problemas de produção e atividades não geradoras de valor, os custos caem. Fonte: Michael R. Kinney e William F. Tempe, " Further Evidence on the Extente and Origins of JIT's Profitabilitu Effects, "The Accounting Review, janeiro de 2002,pp.203-225.

28 janeiro 2010

10 novembro 2009

Matemática

Se um investimento diminui 10%, é preciso um ganho de 11% para voltar ao mesmo (...). Se a queda é de 20%, deverá ter um ganho de 25% para recuperar. A queda de um terço requer uma recuperação de 50%. E se o seu investimento cai pela metade, você precisa de um casal, ou um retorno de 100%, diz o Sr. Wiener, o editor baseado em New York-based editor do Independent Adviser for Vanguard Investors.

The Cruel Math of Big Losses via The Cruel Basic Mathethematics of Losses

10 novembro 2008

Cartão de Crédito

Cada plástico dá lucro de R$ 60 para os bancos
Valor Econômico - 10/11/2008

Um cartão de crédito dá lucro médio antes dos impostos de R$ 60 para os bancos após cinco anos de uso, revela o estudo "Rentabilidade em meios eletrônicos de pagamento", elaborado pela CardMonitor e obtido com exclusividade pelo Valor. Dentro dos cartões, o crédito é o mais lucrativo. Um cartão de loja, que só pode ser usado naquele estabelecimento, tem lucro médio antes dos impostos de R$ 7. Já um cartão "híbrido", emitido por uma loja, mas com bandeira da Visa ou MasterCard, dá ganho de R$ 20 para o emissor após cinco ano. Isso porque o gasto médio de um cartão de crédito convencional é de R$ 2,5 mil por ano, enquanto no de loja é de R$ 436. Os 60 meses para o banco conseguir esse retorno decorrem dos investimentos que a instituição faz para adquirir o cliente, que inclui desde propagandas, telemarqueting, acordos com lojas e malas diretas, conta José Roberto Neves, sócio da CardMonitor e um dos autores do levantamento. No início, o cartão dá prejuízo, por conta desses gastos.

No 27º mês, o plástico deixa de dar prejuízos e começa a gerar ganhos (o chamado "payback"). A partir daí, é só lucro. O estudo mostra também que a anuidade ainda é fonte importante de receita para os bancos. Responde por 19% do que a área de cartões arrecada. A maior fonte de recursos são as receitas financeiras, como os juros cobrados no crédito rotativo, por exemplo. Para ganhar consumidores, alguns bancos vêm oferecendo cartões sem anuidade. "A prática é excelente para ganhar mercado, mas compromete a rentabilidade", diz José Antonio Camargo de Carvalho, sócio da CardMonitor. O lucro médio de R$ 60 após cinco anos cairia para R$ 40 com isenção da primeira anuidade e para R$ 6 com isenção total. A razão é que a anuidade tem impacto direto no lucro, porque a ausência dessa taxa não reduz nenhum custo. Assim, toda queda na receita é transferida diretamente para o lucro. O estudo mostra ainda que quando uma loja decide colocar uma bandeira como Visa ou MasterCard em seu cartão, os gastos daquele plástico aumentam em média 70%. Dependendo do setor, o aumento chega a 120%.