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29 junho 2013

Demonstrações relevantes

O presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, em discurso em Amsterdam na quinta-feira, chamou a atenção para o risco dos relatórios anuais das empresas "se tornar simplesmente documentos de conformidade, em vez de instrumentos de comunicação". 

Motivos não faltam. Segundo destaca a Reuters (Time to declutter annual reports, says accounting rule setter) as demonstrações do HSBC de 2012 continham 546 páginas, enquanto as do Royal Bank of Scotland (RBS) chegavam perto, com 543 páginas. Muitas delas não relevantes.

Segundo a Reuters, um estudo da empresa de contabilidade Deloitte encontrou que o tamanho médio dos relatórios anuais das empresas com ações no mercado de capitais do Reino Unido aumentou 56 por cento entre 1996 e 2010.

01 junho 2012

O vocábulo inovação nos Relatórios de Administração


Na sua empresa há inovação? Praticamente todas diriam que sim. O termo é usado a torto e a direito por empresas. É um modo de mostrar que estão na vanguarda, seja lá do que for: da tecnologia, da medicina, dos salgadinhos, dos cosméticos. É um tal de exibir diretores de inovação, equipes de inovação, estratégias de inovação. Há até "dia" da inovação.

Não significa, no entanto, que a empresa esteja realmente inovando em alguma coisa. Nada disso: embora o termo remeta a uma transformação monumental, o progresso sendo descrito volta e meia é bem ordinário.

Como outros motes popularíssimos no passado - "sinergia", "otimização" -, a inovação corre o risco de virar um clichê. Se é que já não virou. "A maioria das empresas diz que é inovadora na esperança de levar o investidor a crer que há crescimento onde não há", diz Clayton Christensen, professor da Faculdade de Administração Harvard e autor de "O Dilema da Inovação", de 1997.

Uma busca em informes de resultados anuais e trimestrais apresentados à agência reguladora do mercado aberto nos Estados Unidos, a SEC, revela que empresas citaram alguma variação do termo "inovação" 33.528 vezes no ano passado, alta de 64% em relação a cinco anos antes. Mais de 250 livros com o termo "innovation" no título foram lançados nos últimos três meses - a maioria na seção de administração, segundo pesquisa na Amazon.com.

(...)Hoje consultor de inovação, Berkun aconselha clientes a banir a palavra da empresa. "É uma palavra camaleônica [usada] para ocultar a falta de substância", diz.

Para Berkun, a popularização do termo inovação remonta à década de 90, época da bolha da internet e do lançamento de "Dominando a Dinâmica da Inovação", de James M. Utterback, e do livro de Christensen. O termo seduz empresas estabelecidas por indicar algo ágil e bacana, como seriam uma empresa nova e seus criadores, explica.

Nos Estados Unidos, mais de 250 livros com a palavra "innovation" no título foram lançados nos últimos três meses Nem sempre empresas de tecnologia são as que mais abusam do termo. A Apple e o Google usaram a palavra inovação 22 vezes e 14 vezes, respectivamente, nos mais recentes relatórios anuais. Junto com elas vieram Procter & Gamble (22 vezes), Scotts Miracle-Gro (21) e Campbell Soup (18).

A febre da inovação fez nascer toda uma indústria de consultoria. Empresas do ranking das cem maiores da revista "Fortune" pagam a consultores de inovação entre US$ 300 mil e US$ 1 milhão para a colaboração em um único projeto, o que pode chegar a US$ 1 milhão e US$ 10 milhões ao ano, estima Alex Kandybin, consultor de estratégia de inovação da Booz & Co.

Além disso, quatro de cada dez executivos dizem que sua empresa hoje tem um diretor de inovação, de acordo com um estudo recente do fenômeno divulgado no mês passado pela consultoria Capgemini.

Os resultados, baseados em uma sondagem pela internet de 260 executivos do mundo todo, além de 25 entrevistas mais detalhadas, sugerem que o título pode ser mera "propaganda". A maioria dos executivos admitiu que sua empresa ainda não tem uma estratégia de inovação clara para respaldar o posto(...)

A palavra inovação de nova não tem nada. O primeiro registro do termo - que vem do latim "innovatus" (renovação, mudança) - em um documento impresso da do século 15, diz Robert Leonard, presidente do programa de linguística da Universidade Hofstra, nos EUA. Com a aceleração do ciclo de produtos em empresas, a palavra passou a significar não só fazer algo novo, mas fazê-lo com mais rapidez, diz ele.

Christensen observa que as demais modalidades poderiam muito bem ser chamadas de progresso comum - e normalmente não criam mais empregos nem negócios. Como a inovação de ruptura pode levar de cinco a oito anos para dar frutos, diz ele, muita empresa perde a paciência. Para a empresa é bem mais fácil, acrescenta o autor, apenas dizer que está inovando. "Todo mundo está inovando, pois qualquer mudança virou inovação"(...)

Fonte :Inovação vira clichê no dicionário empresarial - Leslie Kwoh - Valor Econômico - 25/05/2012 - Publicado originalmente no WSJ no dia 23/05/2012.

13 janeiro 2012

Contadores calmos na tempestade

Por Financial Times, de Londres

Com os eventos de 2011 começando a se perder na memória - sendo a maior parte deles ruim do ponto de vista econômico -, o quão nervoso está o mundo da contabilidade?

Em conversas com vários auditores e reguladores sobre a temporada de balanços do ano completo de 2011, que se inicia nas próximas semanas, fica-se com a impressão de que o sangue deles não é bombeado com a mesma intensidade ansiosa como ocorreu no rescaldo da quebra do Lehman Brothers, em 2008.

Uma fonte de confiança é o progresso que foi feito na luta contra algumas das questões levantadas pela crise financeira. No Reino Unido, por exemplo, contadores seniores sentem que a falta de comunicação problemática entre auditores e reguladores bancários já foi corrigida.

Isso deve tornar mais fácil uma ação decisiva caso o financiamento seque para outra instituição financeira britânica, como aconteceu com o Northern Rock em 2008, apesar de não resolver a ineficácia das declarações sobre o conceito de "entidade em marcha" no setor.

Segue sendo bastante improvável que auditores questionem a liquidez de um banco em público por conta do perigo de que a quebra da instituição se torne uma profecia autorrealizável.

Quanto a baixas contábeis de dívida soberana, o setor contábil parece ter aprendido com as inconsistências dos balanços do primeiro semestre de 2011, quando títulos do governo grego valiam tanto cerca de 80% do seu valor de face como 50%, dependendo de qual banco se analisava.

Os pessimistas ganharam esse argumento e uma abordagem mais harmonizada já está em evidência nesse ponto. Mas apesar da melhora considerável, também parece improvável que os bancos e as seguradoras sejam levados a registrar perdas com títulos de dívida emitidos por outros países da zona do euro - como a Itália - nos seus próximos balanços.

Ainda assim, ninguém descarta a possibilidade de uma retomada repentina do caos visto há três anos, particularmente depois do colapso recente da corretora americana MF Global e das travessuras fora do balanço da japonesa de tecnologia Olympus.

Muitas empresas estão sob pressão, particularmente em setores dependentes de gastos do consumidor no Ocidente. Isso, combinado com nervosismo sobre a capacidade dos bancos para continuar emprestando, torna desafiadora a avaliação sobre a continuidade de uma entidade.

Reguladores e auditores também estão destacando a necessidade de as empresas reduzirem algumas avaliações de ativos a fim de refletir a deterioração das perspectivas econômicas. Intangíveis, como o ágio - o ativo otimista criado quando o preço de uma aquisição excede o valor dos bens comprados -, parecem particularmente vulneráveis.

James Kroeker, chefe da área de contabilidade da Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado de ações dos EUA, diz que o questionamento sobre o valor pelo qual estão registrados os ativos deve percorrer "o balanço de cima a baixo".

Michael Izza, executivo-chefe do Institute of Chartered Accountants da Inglaterra e País de Gales, relata que alguns bancos da Europa continental devem levar realizar a baixa de alguns ágios por expectativa de rentabilidade futura depois de uma reavaliação mais pessimista das perspectivas das empresas adquiridas.

Enquanto isso, a importância crescente dos mercados emergentes para multinacionais sedentas por crescimento é uma complicação adicional, que não foi de modo algum um fator importante nos dias sombrios de 2008. Em vez de as extrapolações contábeis misteriosas que se tornaram comuns nas economias maduras, os auditores frequentemente lidam com cenários bem mais básicos em lugares como a China. Nesses casos, é muitas vezes mais uma questão de "você pode encontrar a prova de que o ativo existe?", em vez de "você questionou as projeções da administração?".

No fim das contas, ainda há muito por aí com o que se preocupar - mesmo que os contadores não estejam mostrando sinais de tensão como nos dias iniciais da crise financeira de 2008.


Adam Jones é colunista do Financial Times. As opiniões expressas neste artigo são pessoais.

02 dezembro 2011

Necessidade Psicológica

Eu acho que é bastante obviamente um viés cognitivo para contar histórias. Da mesma forma, na década de 1930 o Alfred Cowles concluiu que os relatórios financeiros não ajudam os seus leitores a "ganhar do mercado", mas ele também assumiu que esses relatórios persistiria. Havia uma necessidade psicológica por eles.


(...)É claro que os jornalistas políticos que se dedicam a análise ainda tem um papel a desempenhar. Não têm os jornais seções de horóscopos e de estilo? 


Fonte: Aqui

26 janeiro 2009

Nome

Os balanços completos das companhias são compostos por várias peças, o que inclui notas explicativas e o relatório de revisão. Neste último, o auditor dá sua opinião sobre a qualidade das demonstração de resultados da empresa diante das regras e práticas contábeis em vigor.

Trabalho dos auditores nas notas também será averiguado pela CVM - 23/1/2009 - Valor Econômico

20 maio 2008

Orçamento Público é bode expiatório

A demora de assembléias legislativas e câmaras de vereadores em aprovar o orçamento anual contribuiu para o aumento de 55,2% na Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) da Oi no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, o valor foi de R$ 222 milhões, 36,1% superior aos R$ 163 milhões registrados no quarto trimestre de 2007. (...)
"A gente teve um primeiro trimestre afetado por algumas negociações, principalmente com governos estaduais e municipais, onde as assembléias legislativas e câmaras de vereadores demoraram a aprovar os respectivos orçamentos. Sem os orçamentos, os governos não podem empenhar as suas verbas e sem o empenho das suas verbas eles não podem pagar as suas despesas", frisou Salazar durante teleconferência com analistas, acrescentando que a expectativa é de melhorar esse indicador ao longo do ano. (...)
(Rafael Rosas | Valor Online e Talita Moreira | Valor Econômico para o Valor Online - Demora na aprovação de orçamentos estaduais e municipais eleva provisão de perdas da Oi - 5 May 2008)


Todo ano o orçamento público atrasa. Então isso não deveria ser a explicação para o aumento da provisão de devedores duvidosos na empresa, correto? A não ser se o volume a receber do poder público tenha aumentado significativamente. É usual na gestão das empresas usar fatos externos para justificar desempenho interno.

17 agosto 2007

Legibilidade e escândalo contábil

O índice de legibilidade Flesch mede a clareza e facilidade de leitura de um texto. Quanto maior, mais claro será o texto. Uma pesquisa nas cartas aos acionistas de empresas "admiradas" apresentou o seguinte resultado:

Lou Gerstner - IBM - 2001 = 45
Jack Welch - GE - 2000 = 44
Larry Page/Sergey Brin - Google - 2004 = 44
Meg Whitman - eBay - 2003 = 44
Warren Buffet - Berkshire Hathaway - 2003 = 43
Jeff Bezos - Amazon - 2003 = 40

Agora o índice para empresas associadas a escândalos

Dennis Kozlowsky - Tyco - 2001 = 29
San Wksal - ImClone - 2001 = 22
Richard Scrushy - HealthSouth - 2001 = 20
Ken Lay/Jeffrey Skilling - Enron - 2000 = 18
John Rigas - Adelphia - 2000 = 18
Gary Winnick - Global Crossing - 2001 = 17
Richard Grasso - NYSE - 2002 = 17

Fonte: Fuger, Hardaway, Warshawsky. Por que as Pessoas de Negócios Falam como Idiotas. Best Seller, 2007, p. 53

08 junho 2007

Relatório de Administração e Desempenho

Foi publicado na revista Contextus, da UFC, artigo sobre Relatório de Administração das Companhias Brasileiras de Capital Aberto. A pesquisa mostra que o grau de otimismo dos relatórios decorre do desempenho atual da empresa (tamanho, retorno do ativo e margem líquida). Este grau de otimismo é inversamente proporcional ao nível de receitas e proporcional ao nível de endividamento. Empresas com menores receitas são mais otimistas.

Contextus, jul/dez 2006.

09 fevereiro 2007

Poder das palavras

As empresas usam as palavras para fazer um resultado parecer melhor do que realmente é ou para minimizar um resultado ruim. Da Espanha, a Renault anunciou que seus resultados. Segundo o jornal ABC de hoje:

El resultado de Renault en España fue el pasado año «menos bueno» que en 2005, según destacó ayer en París el responsable financiero del grupo automovilístico francés, Thierry Moulonguet, que no quiso cifrarlo ni dar cuenta de la magnitud de la caída.

11 outubro 2006

Melhora a qualidade das informações

O coordenador do prêmio Abrasca diz que as demonstrações contábeis estão melhores. Fonte: Gazeta Mercantil. Vide abaixo:

Cresce qualidade dos relatórios financeiros

São Paulo, 11 de Outubro de 2006 - As empresas estão ampliando o esmero na confecção dos relatórios anuais. A conclusão é do professor Lélio Lauretti, coordenador do prêmio Melhor Relatório Anual, promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Segundo ele, o número de companhias que chegaram perto da nota máxima cresceu do ano passado para cá. "Mesmo com elevação da nota de corte, o desempenho das empresas foi bem maior", diz.

Na categoria empresa aberta, das 71 que se inscreveram, foram escolhidas 20 finalistas: ALL, Aracruz, Banco do Brasil, Itaú, Brasil Telecom, Cemig, Vale do Rio Doce, CPFL, CSN, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Gerdau, Itausa, Natura, Petrobras, Sadia, Unibanco, Usiminas e VCP. Serão premiadas as que obtiverem as cinco melhores pontuações.

Na categoria empresas fechadas, foram selecionadas sete dentre as 13 inscritas. São elas: Aché Laboratórios Farmacêuticos, Santander Banespa, Camargo Corrêa, Coimex, Petroquímica Triunfo, Primav Ecorodovias e Serasa. Serão premiadas as três primeiras.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Aluísio Alves)