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08 agosto 2014

Qualidade das universidades

Em 1911 Charles Babcock Kendric criou um relatório onde analisava a qualidade das universidades dos Estados Unidos. A classificação dele era feita em quatro grupos, conforme a qualidade percebida por ele. Aqui o autor faz uma relação interessante: toma o ranking das melhores universidades em 2014, baseado nos dois melhores critérios de classificação dos Estados Unidos, e compara com a classificação de Kendric. A figura abaixo mostra as melhores universidades (Princeton em primeiro lugar) e a classificação de Kendric, onde a bola vermelha representa a “classe 1” (as melhores) e a verde a “classe 2”. Uma conclusão: boas universidades em 1911 continuavam sendo boas universidades mais de cem anos depois.

A imagem completa e em PDF pode ser obtida aqui.




01 novembro 2013

As empresas X

Primeiro, a notícia que outra empresa do grupo X poderá também solicitar recuperação judicial:

A OSX Brasil informou nesta quinta-feira, 31, que poderá vir a exercer o direito legal à recuperação judicial, "caso a sua administração verifique ser esta a medida mais adequada para a preservação da continuidade de seus negócios e a proteção dos interesses da OSX e dos interesses de seus stakeholders". O comunicado da companhia de construção naval foi divulgado um dia após outra empresa do Grupo EBX, a petroleira OGX, ter entrado com pedido de recuperação judicial, diante de dificuldades financeiras.

O BNDES, que financiou a expansão das empresas, decide não cobrar a dívida:

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, crê numa "solução" para a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, e sinalizou com a possibilidade de uma nova prorrogação de um empréstimo à empresa. O banco estatal já havia prorrogado para novembro um débito de R$ 548 milhões. Indagado sobre um novo adiamento, Coutinho disse: "Quando há uma perspectiva de solução [para evitar a inadimplência da empresa], nós precisamos estar atentos para que essas soluções possam acontecer." Para o presidente do banco estatal, a OSX possui "muito ativos valiosos", que superam o valor de suas dívidas. Desse modo, avalia, "dar tempo para que as soluções [venda da companhia, por exemplo] possam acontecer é uma estratégia sensata".

E as agências de ratings somente agora perceberam que o papel da OGX não vale muita coisa:

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings da dívida da OGX, de Eike Batista, em moeda estrangeira e em moeda local de "C" para "D", último nível, refletindo o pedido de recuperação judicial feito pela companhia nesta quarta-feira (30). A Fitch informou ainda que manteve o rating da notas de US$ 2,6 bilhões e US$ 1,1 bilhão da OGX em "C/RR5", o que indica que é muito provável que a OGX perca alguma da suas concessões de exploração após o pedido de recuperação judicial. Segundo a Fitch, o futuro do rating da OGX vai depender da habilidade da empresa de manter ativos e cumprir com obrigações da dívida

E os investidores serão os mais prejudicados:

Investidores da OGX devem ser os maiores prejudicados em função da profunda crise pela qual passa a petroleira controlada por Eike Batista. Mesmo que a recuperação judicial não seja aprovada, os acionistas automaticamente irão para a última linha de pagamento. Supostamente vão receber o saldo somente após o pagamento da longa lista de credores, que viria na sequência do acerto com funcionários e a prévia quitação de impostos. Vale lembrar que, mesmo hoje, antes de um possível processo de recuperação, os ativos já estão extremamente desvalorizados. E é justamente da liquidação dos ativos que viria o dinheiro para a quitação da dívida. Ao pequeno investidor, que não tinha participação nas decisões da OGX e tampouco o patrimônio semelhante ao de Eike, resta apenas esperar, porém sem criar grandes expectativas, é preciso dizer.

23 julho 2013

Auditoria ou Rating

A afirmação de Eike Batista de que suas empresas eram auditadas por três das maiores agências de risco do mundo incomodou a Moody"s, que respondeu nunca ter realizado esse tipo de avaliação da petroleira OGX. Em artigo para o Valor, Batista comentou, pela primeira vez, a crise em seus negócios e disse nunca ter sido alertado pelas agências que "auditavam" suas empresas de que o potencial de produção da OGX poderia não alcançar as altas expectativas. "Minhas empresas eram auditadas por três das maiores agências de risco do mundo, e nunca uma delas veio a mim ou a público alertar que não era bem assim", escreveu.

A Moody"s, uma das maiores agências de rating do mundo, afirmou que nunca fez esse tipo de avaliação. "A Moody"s não audita empresas e certamente não auditou a OGX", disse a analista da instituição Gretchen French.

A Moody"s esclareceu que seus ratings refletem sua opinião sobre os riscos de crédito das obrigações financeiras e não têm caráter de auditoria. A analista também afirmou que a primeira nota atribuída à OGX, em maio de 2011, foi "B1", "considerado especulativo e sujeito a alto risco de crédito". Em julho de 2012, a perspectiva da nota foi alterada para negativa, indicando que o risco da empresa e a possibilidade de rebaixamento aumentavam. Desde então, o rating foi rebaixado várias vezes e agora está situado em "Ca", penúltima nota da escala. A perspectiva é negativa.

A Fitch Ratings, outra grande agência de classificação de risco, disse que a nota inicial atribuída à OGX, também em maio de 2011, foi "B+", o que caracteriza o investimento como altamente especulativo e equivale à nota "B1" da Moody"s. "O rating "B" indica que um significativo risco de inadimplência está presente, porém uma limitada margem de segurança ainda existe", informou, por meio de sua assessoria. Hoje o rating concedido pela Fitch à OGX é "CCC".

Procurada, a Standard & Poor"s não comentou a afirmação de Eike. A primeira nota dada pela S&P à OGX, também em maio de 2011, foi "B", e atualmente é "CCC", que indica alto risco de inadimplência.

Agências negam serviço de auditagem da OGX - Aline Oyamada - Valor Econômico - 22/07/2013

18 junho 2013

Viés dos ratings

As agências de classificação de crédito são honestas? O Departamento de Justiça dos Estados Unidos desconfiou que talvez não. O governo daquele país acredita que a Standard & Poors subestimou e ignorou o risco de crédito para manter sua participação no mercado de ratings de dívida. A agência de classificação nega. 

Um trabalho encontrou que existe evidência estatística de que o governo estaria com a razão. Usando mais de 6500 ratings, Efing e Hau encontraram que a agência foi tendenciosa em favor dos clientes emissores de dívida. Mas os autores encontraram que duas outras agências também manipularam a classificação. 

Leia mais aqui

24 fevereiro 2013

Reino Unido rebaixado

A Moody's Investors Service rebaixou os ratings dos bônus governamentais em moeda local e em moeda estrangeira do Reino Unido para Aa1, de Aaa. A perspectiva dos ratings agora é estável.

A agência citou três fatores para sua decisão: "a debilidade contínua da perspectiva de crescimento do Reino Unido, com um período de crescimento fraco que a Moody's agora espera que vai se estender até a segunda metade da década", "os desafios que as perspectivas fracas de crescimento no médio prazo apresentam para o programa de consolidação fiscal do governo" e "como consequência da carga elevada e crescente da dívida, uma deterioração na capacidade do balanço patrimonial do governo para absorver choques, o que não deverá ser revertido antes de 2016".

A Moody's ressalvou que "a qualidade de crédito do Reino Unido permanece extremamente alta, com o rating Aa1", por causa de fatores como "uma economia altamente competitiva e bem diversificada, um histórico forte de consolidação fiscal e uma estrutura institucional robusta, uma estrutura de dívida favorável e com uma demanda doméstica forte por dívida do governo, com a estrutura de maturação média mais alta (15 anos) entre todos os soberanos de ratings elevados".

Moody's rebaixa rating do Reino Unido - Por Renato Martins

14 dezembro 2012

Conflito de interesses

O escândalo do Banco BVA revelou um caso interessante de conflito de interesses:

Sob intervenção do Banco Central desde o dia 19 de outubro, o Banco BVA mantém negócios em sociedade com Erivelto Rodrigues, presidente e sócio da Austin Rating, uma das agências que fazia a classificação de risco da instituição. A agência classificava o BVA como uma instituição de baixo risco até dois meses antes da intervenção no banco. A Austin também é responsável pela avaliação da Vitória Asset Management, gestora de um dos sócios da instituição, três fundos de recebíveis e pelo menos 18 cédulas de crédito bancário (CCB) com lastro em financiamentos do banco.

A Austin avaliava o BVA e as CCBs com coobrigação do banco com nota 'BBB+', o que significa um risco baixo pelos critérios da agência. Essa classificação era suficiente para os ativos da instituição se enquadrarem na política de investimentos dos fundos de pensão, que costumam exigir um rating mínimo 'BBB' para aplicar seus recursos.

A nota dada pela Austin deveria ser válida até março de 2013, de acordo com relatório divulgado em junho no qual decidiu manter a classificação. Mas no fim de agosto, com o atraso do banco na divulgação do balanço semestral e a necessidade de um aporte de capital, a agência decidiu rebaixar o rating em dois degraus, para 'BBB-'. Um mês depois, voltou a reduzir a nota em dois níveis, que caiu para 'BB'. No dia da intervenção, a Austin voltou a rebaixar a classificação para 'CC', que representa um risco "muito alto".

A Austin não foi a única agência a dar boas notas ao BVA. A LF Rating também mudou de opinião sobre a instituição em um período de pouco menos de dois meses. Entre agosto e a data da intervenção, a nota do banco caiu de 'A-' para 'D'.

Sócio da Austin Rating tem negócio com BVA - 13 de Dezembro de 2012 - Valor Econômico - Vinícius Pinheiro

14 setembro 2012

Notas de Risco para os governos

O governo federal vai passar a calcular um "rating" da situação fiscal de Estados e municípios. A classificação, que funciona como uma espécie de nota da capacidade de pagamento, servirá de base para subsidiar a concessão de aval da União nos empréstimos dos governos regionais no Brasil e no exterior. A metodologia antiga levava em consideração o resultado primário (receitas menos despesas para pagamento da dívida), que deixa de ser preponderante na análise do crédito. (...)

Num modelo muito parecido com o que é adotado pelos bancos e até mesmo pelas agências de classificação de risco, as notas vão variar de A+ (nos casos em que situação fiscal é excelente e o risco de crédito quase nulo) até D- (quando há um quadro de desequilíbrio fiscal). Só terá aval da União o Estado e os municípios que receberem de A+ a B- (casos em que a situação fiscal é boa e o risco de crédito é médio).

A análise do crédito será feita pela equipe técnica do Tesouro com base numa complexa metodologia, com várias fórmulas matemáticas, publicadas ontem no Diário Oficial da União. (...)


É uma boa notícia. Mas o ideal é que isto fosse realizado por especialistas ou por terceiros, isentos do processo.

11 julho 2012

Risco de Fraude

Uma empresa de consultoria, AGR, classifica as empresas dos Estados conforme o nível de risco de "fraude" contábil. Isto é bastante curioso, já que as consultorias geralmente olham aspectos como rentabilidade ou risco da ação. A classificação da AGR parece levar em consideração valores contábeis assim como características de governança. Empresas com notas baixas são mais propensas a ter eventos negativos - como litígios com acionistas, reapresentações de demonstrações contábeis, com influencia no retorno e na volatilidade das ações.

O relatório da AGR está restrito aos EUA, mas no mais recente apresentava as seguintes empresas, por ordem de risco:

1. Pfizer
2. Medtronic
3. Netflix
4. Kraft

03 fevereiro 2012

Novo Rating

Na postagem de ontem sobre a Wikirating não comentei o fato de que este endereço também está trabalhando em outros tipos de classificação, incluindo empresas.

Para o caso das empresas, especificamente, é importante notar que a Wikirating possui dois tipos de notas: a da pesquisa de opinião e o índice criado pela Wikirating. Para este segundo caso, o índice ainda não existe, estando em discussão uma proposta que considera indicadores tradicionais (fluxo de caixa, retorno sobre investimento, retorno sobre patrimônio líquido, giro de valores a receber, margem operacional, endividamento e outros) assim como um "fator de correção" que inclui marca, emissão, responsabilidade social e inovação.

Em novembro de 2011 começou a pesquisa de opinião com as empresas. O número de empresas ainda é reduzido, mas já temos a Fannie Mae com nota CCC ou algumas empresas com boas notas. No lado positivo, o destaque é para as petrolíferas: Pemex, Petrobras e Repsol receberam AA+, a maior nota até o momento. Estas notas são superiores ao AA- da Microsoft, o A+ da Wallmart, o A- da Apple ou o BBB- do Facebook.

02 fevereiro 2012

Novo Rating


A crise financeira despertou dúvidas sobre o papel das agências de ratings. Estas empresas são acusadas de serem lentas, de agirem de maneira política, de terem métodos questionáveis para atribuição de notas.

Apesar de todos estes problemas, estas agências ainda são usadas como parâmetro para medir o risco de um título de investimento.

A China lançou um sistema próprio de rating, mas que ainda não é muito usado. Uma proposta interessante é a Wikirating.

A principal vantagem da Wikirating é montar um índice que seja claro para qualquer pessoa. Ao contrário dos ratings das agências de risco, onde existe uma análise subjetiva, o Wikirating é totalmente objetivo. Veja o exemplo do índice dos títulos internacionais. A classificação é dada após levar em consideração a dívida pública sobre o PIB (50% do peso), balança comercial (20%), crescimento do PIB (10%), taxa de inflação (10%) e desemprego (10%). O valor é ajustado por uma escala que leva em consideração o índice de desenvolvimento humano (60%), a percepção da corrupção (20%) e a instabilidade política (20%).

O resultado para os diversos países do mundo estão na figura abaixo. Os países com maiores notas seriam Hong Kong (AAA+), Luxemburgo (AAA), Austrália (AA+), Noruega (AA), Omã (AA) Na América Latina, Chile leva uma nota A+, sendo seguido por Peru (BBB), Uruguai (BBB-), Equador (BBB-, a mesma nota dos Estados Unidos), Paraguai (BBB-), Venezuela (BB+), Argentina (BB+), Bolívia (BB+) e Colômbia (BB). O Brasil receberia nota BB-. Note que o Brasil é BBB na S&P e A- na agência Dagong (chinesa).

O resultado acima é realmente estranho. Quando se observa mais de perto os dados é possível notar alguns problemas: defasagem na estatística, informações oficiais, problemas metodológicos dos índices dos diferentes países e peso elevado para alguns aspectos podem explicar um pouco os resultados.

Vejamos o caso do Brasil, cuja nota não é muito elevada. A baixa taxa de crescimento (88º. Lugar), a inflação elevada (79º.), o elevado déficit público (89º.), além do fator de escala não muito bom (58º.) fazem com que o Brasil não tenha um bom desempenho.

Mas se observar a Argentina, por exemplo, informa-se que sua inflação foi de 7,43%; e sabemos dos problemas de cálculo da inflação naquele país.

Além deste ranking, a Wikirating faz uma pesquisa entre os usuários, que votam na nota dos diferentes países. Neste caso, o resultado para nosso país é um A+, bem maior que o valor obtido no critério objetivo. O gráfico abaixo mostra o desempenho dos diferentes países. Quanto mais próximo do verde, melhor a nota na pesquisa. Observe que na América Latina os destaques são Brasil, Chile (o gráfico está errado) e Colômbia.

Leia
Mais: AAA Rating or Not - Crowd Sourced Wikirating Values Your Input

17 janeiro 2012

Europa e Rating

Se alguém realmente pensou que a dívida soberana francesa era livre de risco ou que Portugal, com as suas dívidas de dez anos rendendo mais de 1.000 pontos era grau de investimento, então certamente tem vivido como uma pedra nos últimos anos. (...)


A Europa é um continente de risco; S & P é simplesmente fez este fato um pouco mais óbvio. Em um mundo ideal, as opiniões S & P não poderia carregar mais peso ou importância do que de qualquer outra pessoa. Mas este não é um mundo ideal e eles fazem.


Felix Salmon, aqui

27 dezembro 2011

Divergências na mensuração de risco

Há alguns dias atrás, comentamos sobre este assunto:

Agências de Rating

Mensuração de credit rating


O agravamento da crise da dívida na zona do euro ampliou as divergências entre as principais medidas de risco usadas pelos investidores. As taxas do CDS (sigla para credit default swap) – derivativo que funciona como espécie de seguro contra calote de um determinado emissor de dívida – de vários países, em especial dos europeus, operam descoladas das avaliações de crédito feitas pelas agências de classificação de risco.

Em tese, os dois indicadores deveriam andar juntos, uma vez que ambos medem a possibilidade de o emissor de um título de dívida não honrar seus compromissos. Com a crise, porém, o CDS passou a refletir uma ameaça maior de calote do que os ratings. Países como o Brasil, que possui avaliação “BBB”, são considerados menos arriscados no mercado de CDS do que a França, com classificação “AAA”, a mais alta na escala das agências.




Não há resposta definitiva sobre qual medida é a mais correta. “O rating é fruto da opinião de um grupo de analistas, enquanto o CDS é como se fosse uma avaliação de todo o mercado sobre o risco de um emissor”, compara o economista Raphael Martello, da Tendências Consultoria.

Enquanto os ratings são atribuídos de acordo com uma escala de letras conforme a capacidade de pagamento, o CDS varia seguindo o preço que os investidores estão dispostos a pagar para se proteger de um possível calote.

Ambos os modelos possuem vantagens e desvantagens. Não é de hoje que as agências de rating enfrentam a desconfiança do mercado, mas ela se aprofundou desde 2008, em consequência dos problemas com os títulos de hipotecas “subprime” – vários dos quais contavam com rating triplo A. O CDS, contudo, é visto como extremamente suscetível às oscilações de curto prazo, que nem sempre refletem os fundamentos econômicos.

“O CDS é muito mais volátil, enquanto o rating é uma opinião de longo prazo. Por isso, quanto mais volátil é o mercado, maior o descolamento entre o que mostra o CDS e o rating”, diz Rafael Guedes, diretor executivo da agência Fitch Ratings. Ele afirma que o rating e o CDS tendem a convergir, mas que mudanças no rating só acontecem quando muda o cenário-base da agência.

O crescimento das negociações com CDS nos últimos anos tornou o instrumento a principal referência para a avaliação de risco no mercado. Com isso, outros indicadores praticamente caíram em desuso. É o caso do EMBI – sigla para Emerging Markets Bond Index – calculado pelo J.P.Morgan com base no prêmio de uma cesta de títulos soberanos em relação aos papéis do Tesouro americano. Embora o EMBI, que já foi considerado sinônimo de risco país no passado, também sofra influência da ameaça de calote, no CDS essa medida é diretamente negociada pelos investidores, segundo Martello, da Tendências.

Na visão de Mauro Leos, analista de risco soberano da América Latina da agência Moody’s, o CDS é um instrumento importante para investidores que trabalham com curtos intervalos de tempo, como fundos de hedge. Já quem é mais inclinado para o longo prazo, como seguradoras e fundos de pensão, o indicado são as notas de agências de classificação, com maior estabilidade em relação ao CDS.

Leos usa o caso da Grécia como exemplo da maior volatilidade dos CDS. Ele conta que, antes da crise soberana, o CDS do país equivalia a um rating “AAA” ou “AA”, quando o rating que agência dava ao país era “A”. Com a crise, o CDS caiu, em um curto período de tempo, para equivaler a uma classificação “B”. Ao mesmo tempo, o CDS grego derrubou o de outros países sem relação direta com a crise, como Brasil e México. “[O CDS] É uma medida de sentimento de mercado, que tende a ser mais exagerada quando as coisas vão bem e quando elas vão mal”, diz Leos.

Fonte: Felipe Marques e Vinícius Pinheiro, Valor Economico

15 dezembro 2011

Agências de rating




A tabela abaixo foi retirada da carta aos invetidores da Hayman Capital Management. Na segunda coluna, econtram-se as notas dada por uma das 3 agências de rating, Moody's, para o risco de calote de cada país.É bom ressaltar, que apesar das notas dadas variarem muito pouco entre as agências, diferentes critérios são utilizados na mensuração de credit rating.Por exemplo, a S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor. A terceira coluna, mostra a precificação do risco de calote de acordo com os credit default swaps(CDS), que são derivativos que conectam bancos do mundo inteiro.Esses instrumentos financeiros protegem os credores no caso dos países não pagarem a dívida soberana. A última coluna mostra a diferença entre ,as notas da 2ª e 3ª coluna, de acordo com as escalas utilizadas pelas agências de classificação de risco. Desse modo, por exemplo, o mercado prefica o risco de default da Espanha equivalente a de um país com rating 7 graus menor (ex: El Salvador).



Será que o mercado ainda se importa com as agências de classificação de risco?



Não. Vide o recente rebaixamento da nota dos EUA.


24 agosto 2011

Mensuração de credit rating

Por Pedro Correia



Felix Salmon mostra a diferença da mensuração do risco de inadimplemento realizada pela Standard and Poor's e a Moody's. A nota de rating de ambas as agências, é dada em função de diferentes critérios de mensuração. A S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor.

Amidst all the downgrade talk, one crucial point has been largely missing: there’s a very good reason why it was S&P, and not Moody’s, which downgraded the US. It’s this: the two companies don’t measure the same thing with their credit ratings.

An S&P ratings seeks to measure only the probability of default. Nothing else matters — not the time that the issuer is likely to remain in default, not the expected way in which the default will be resolved. Most importantly, S&P simply doesn’t care what the recovery value is — the amount of money that investors end up with after the issuer has defaulted.

Moody’s, by contrast, is interested not in default probability per se, but rather expected losses. Default probability is part of the total expected loss — but then you have to also take into account what’s likely to happen if and when a default occurs.

The difference, as it applies to the US sovereign credit rating, is enormous. No one doubts America’s ability to pay its debts, and if the US should ever find itself in a position where it’s forced by law to default on a bond payment, that default is certain to be only temporary. Bondholders would get all of their money, in full, within a couple of weeks, and probably within a few days.

(...)Moody’s, by contrast, appreciates that bonds are investment instruments, and tries to build into its ratings the likelihood that investors will end up getting all their money back at the end of the day, rather than simply measuring how likely it is that there might be a default.

(...)Sovereign defaults are always political, rather than economic: if you looked only at macroeconomic ratios, then Ecuador should be investment grade, as would just about any other country which has recently defaulted and wiped out most of its debt. A sovereign credit rating is therefore primarily a function of a country’s willingness to pay, rather than its ability to pay.

Novo presidente para a Standard & Poor's

Deven Sharma vai deixar a presidência da agência de classificação de risco Standard & Poor's e será substituído por Douglas Peterson, chefe de operações do Citibank (...). Sharma ficará até o fim do ano como conselheiro do McGraw-Hill, grupo proprietário da agência.

A saída de Sharma acontece poucas semanas depois de a S&P ter alterado o rating (nota) de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, o primeiro rebaixamento na história do país, levando os mercados financeiros no mundo todo a registrarem fortes quedas e muita volatilidade.

Segundo as mesmas fontes, a saída de Sharma não tem relação nem com o rebaixamento do rating nem com a investigação iniciada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em torno das altas avaliações de risco atribuídas pela S&P aos créditos imobiliários podres (subprimes) concedidos por instituições financeiras americanas na década passada - os causadores da crise de 2008.

A decisão de substituir Sharma teria sido tomada ontem pelo conselho da McGraw-Hill, em reunião que também reviu as estratégias do grupo.

Ainda de acordo com as fontes citadas pelo jornal, a procura por um nome para substituir Sharma começou há seis meses.

A agência de classificação tem sido alvo de intensas críticas depois de rebaixar a nota dos Estados Unidos. A decisão ocorreu logo após uma difícil batalha do presidente americano, Barack Obama, para conseguir o consenso entre democratas e republicanos na questão da elevação do teto da dívida pública. Um acordo foi conseguido no prazo final (dia 2) e o rebaixamento foi anunciado no dia 5.

Sharma começou a trabalhar na S&P em 2006 como vice-presidente executivo e foi nomeado presidente no ano seguinte. Nos cinco anos que precederam sua ida para a agência, ele trabalhou para outras empresas do grupo.

Defesa

A S&P justificou ontem sua decisão de rebaixar o rating de crédito soberano dos Estados Unidos e afirmou que a oscilação do mercado não vai impedi-la de fazer outros cortes quando considerar justificado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Aqui

13 julho 2011

Novas exigências para o Formulário de Referência

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda incluir duas novas exigências no Formulário de Referência das companhias abertas: detalhamento das emissões no exterior e reconhecimento da remuneração dos executivos no resultado consolidado. Essas informações poderão ser cobradas já a partir do ano que vem.

Segundo superintendente de relações com empresas da CVM, Fernando Vieira, algumas empresas ofereceram esses dados voluntariamente neste ano. “Achamos que foi um exemplo de boas práticas, que podem ser ampliadas.”

Embora ainda não tenha concluído levantamento sobre os principais problemas dos formulário neste ano, Vieira revela que os campos sobre remuneração e comentários dos administradores foram os maiores alvos de desvios, assim como em 2010. “Inconsistências e informações discrepantes dentro do próprio formulário ou em relação a outros documentos também foram comuns.”

A CVM também colocará holofote sobre a atuação das agências de classificação de risco. A autarquia pretende colocar em audiência pública, ainda no segundo semestre, a regulação das agências que atuam no Brasil.

Fonte: Marina Falcão e Denise Carvalho, Valor Econômico

20 junho 2011

SEC X Agências de rating

Por Pedro Correia


As agências de rating como a Moodys, Fitch e Standard & Poor têm uma grande parcela de culpa pela crise financeira. Estas agências deram ratings "AAA" para milhares de títulos lastreados por hipotecas do subprime.

O Wall Street Journal informa que a SEC irá impetrar ações judiciais contra as agências de rating por seu papel no desenvolvimento da crise financeira. No entanto, a SEC não está fazendo nada a respeito do conflito de interesses entre as empresas que pagam pelo rating e estas agências.Em verdade, os investidores precisam de informação livre de conflitos.

Leia mais aqui.

14 novembro 2010

Panamericano e agências de ratings

As agências de classificação de risco de crédito confiaram às cegas na auditoria feita nas contas do banco Panamericano e elevaram as notas da instituição financeira a um grau de investimento considerado seguro. As três principais empresas que fazem essa avaliação - Fitch, Moody’s e Austin Rating - agora estão revendo a nota.

“Como não temos papel de investigação, confiamos na integridade das informações sobre a empresa”, afirma Maria Rita Gonçalves, diretora de instituições financeiras da Fitch.

A compra de parte do banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, em dezembro do ano passado, convenceu a Fitch a elevar, em julho deste ano, a nota do banco de Silvio Santos de BBB+ para AA+, um nível altamente seguro. “A elevação dos ratings do Panamericano baseou-se no suporte que a Fitch acredita que o banco receberia da Caixa em momentos de estresse”, explica Maria Rita.

Na última quinta-feira, no entanto, a agência rebaixou a avaliação do banco para A-, com perspectiva negativa.

A Austin Rating mantinha nota A para o Panamericano. Diferentemente da Fitch, não elevou a nota quando a Caixa comprou parte do banco. Sexta-feira, a Austin comunicou a retirada dos ratings do Panamericano e de suas debêntures, com o argumento de que é impossível continuar a monitorar o banco.

A Moody’s tem sido mais conservadora na avaliação. Desde abril de 2007, mantém a mesma nota para o Panamericano (Ba2 - nível considerado baixo na escala). Depois do anúncio do rombo de R$ 2,5 bilhões na instituição, a Moody’s também colocou em revisão para possível rebaixamento todos os ratings atribuídos ao banco.

“A Moody's espera concluir a revisão dos ratings após o anúncio de resultados do terceiro trimestre”, diz Eduardo Barker, porta-voz da empresa. O balanço trimestral sairia na próxima terça-feira, mas foi adiado por tempo indeterminado.

Vítimas. As empresas de classificação de risco são unânimes em afirmar que a matéria-prima do trabalho que desenvolvem é a informação pública, e auditada, fornecida pelo banco.

Ao serem questionadas sobre os ratings altos do Panamericano, dizem que não têm poder de fiscalização. “Trabalhamos com dados públicos. Somos vítimas do erro deles”, diz Luís Miguel Santacreu, analista da Austin Rating. Segundo ele, a responsabilidade sobre as informações é da Justiça, dos auditores e do Banco Central (BC).

Ineficiência. Para o professor de Finanças Internacionais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA/USP) Manoel Enriquez Garcia, houve falta de eficiência no levantamento de informações para a composição do balanço feito pelas auditorias (no caso, a Delloite).

“Não foram feitas as devidas diligências na apuração das informações da auditoria”, diz Garcia. “É preciso entrar no nível dos detalhes, checar junto aos órgãos competentes todos os contratos, passivos e ativos do banco para saber a autenticidade das informações passadas pela empresa auditada.”


Agências de rating deram boas notas ao banco - Denise Ramiro - 14 Nov 2010 - O Estado de São Paulo

18 junho 2010

Petrobras e nota de risco

O diretor da agência de classificação de risco Fitch, José Luis Villanueva, disse ontem que "é mais provável" a Petrobras ter um rebaixamento de sua nota de risco após a aprovação das novas regras para exploração de petróleo e por conta do aumento da dívida da companhia.

(...)Uma das principais preocupações da Petrobras ao lançar seu plano de capitalização foi justamente evitar o rebaixamento de sua nota de risco, hoje em nível de investimento -o que abre espaço para uma gama maior de investidores comprarem ações e títulos de dívida.

Isso porque o endividamento da companhia como proporção de seu valor de mercado está perto do teto de 35% definido pelas agências de classificação de risco para empresas grau de investimento. A relação bateu em 32% no primeiro trimestre. O endividamento total da companhia foi a R$ 61 bilhões.

Com a aprovação do Congresso, a estatal espera obter entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões no mercado -já com a fatia aportada pela União, por meio das reservas inexploradas do pré-sal.

Outro receio do mercado é a imposição do novo marco legal para o pré-sal -de que a Petrobras seja detentora de, pelo menos, 30% de todos os blocos-, o que aumentará muito a necessidade de captação de recursos para investimento e poderá afetar os indicadores de solvência da companhia.

Agência ameaça baixar nota da Petrobras - Folha de São Paulo - 18/6/2010 - Pedro Soares