Entre os resultados dos bancos, o Santander apresentou seu primeiro prejuízo em 163 anos de funcionamento: 10,8 bilhões de euros. O problema foi a provisão para as perdas esperadas nos empréstimos concedidos pelo banco e alguns resultados ruins nas filiais (especialmente Reino Unido, Estados Unidos, América Latina e Polônia).
O Santander não é o único banco com problema. Mas o seu porte e o potencial de contágio chamam a atenção. Além disto, o importante mercado da América Latina pode reservar surpresas ruins nos próximos meses por conta da pandemia.
O principal risco é que o aumento da falência da região, o aumento do desemprego e a contração acentuada das economias possam desencadear outra crise da dívida. Se isso acontecesse, a exposição excessiva dos dois maiores bancos da Espanha à região poderia servir como fonte de contágio na Europa.
Isto não é problema quando uma instituição financeira tem capital para absorver as perdas. Mas conforme a autoridade bancária europeia, os bancos espanhóis estão entre os piores em termos de capitalização. E neste quesito, a posição do Santander não é boa.
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01 agosto 2020
01 março 2018
CVM multa Grupo Silvio Santos em caso Panamericano
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em um total de R$ 52,97 milhões o banco Panamericano (atual Pan), a Silvio Santos Participações e outros 17 ex-administradores, conselheiros e membros de comitês da instituição, em caso que apurou irregularidades de ex-administradores e conselheiros do banco. Também inabilitou temporariamente quatro dos executivos acusados para o exercício de cargo de administrador em companhia aberta.
O processo teve inúmeras acusações, que incluíram fraudes a demonstrações financeiras e no sistema de provisão para devedores duvidosos. Também analisou as informações sobre a companhia no prospecto definitivo da oferta de ações do banco em 2007 e o recebimento de vantagem indevida por parte dos executivos. A CVM analisou, ainda, a conduta dos conselheiros e membros do comitê de auditoria nos casos.
Mais: Aqui e aqui
O processo teve inúmeras acusações, que incluíram fraudes a demonstrações financeiras e no sistema de provisão para devedores duvidosos. Também analisou as informações sobre a companhia no prospecto definitivo da oferta de ações do banco em 2007 e o recebimento de vantagem indevida por parte dos executivos. A CVM analisou, ainda, a conduta dos conselheiros e membros do comitê de auditoria nos casos.
Mais: Aqui e aqui
13 abril 2016
Dificultando o crédito
Tem normas criadas pelo legislador que servem para beneficiar uma pequena minoria e prejudicar o cidadão honesto. Este é o caso de uma grande quantidade de leis que alguns estados estão criando para dificultar a cobrança. Com a justificativa de "proteger" as pessoas de terem seu nome negativado injustamente, os efeitos são horrorosos.
Para a empresa e sua contabilidade se tem o aumento da despesa operacional e da PDD.
Leia mais em OYAMADA, Aline; MARQUES, Felipe. Lei que dificulta cobrança se espalha pelo Brasil. Valor Econômico, 7 de abril de 2016. (via aqui)
Para a empresa e sua contabilidade se tem o aumento da despesa operacional e da PDD.
Leia mais em OYAMADA, Aline; MARQUES, Felipe. Lei que dificulta cobrança se espalha pelo Brasil. Valor Econômico, 7 de abril de 2016. (via aqui)
25 novembro 2014
Provisão
Na esteira da expansão da inadimplência não bancária, três das cinco maiores varejistas de moda que atuam no país registraram, nos nove primeiros meses do ano, aumento nas provisões para perdas esperadas por calotes de consumidores. Somadas, as projeções de Renner, Grupo Guararapes (Riachuelo) e Marisa para essas perdas totalizaram R$ 491,9 milhões entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com as demonstrações financeiras das companhias referentes ao terceiro trimestre. O montante é 30% superior ao contabilizado no mesmo período de 2013 (R$ 378,2 milhões).
“A inadimplência normalmente sobe primeiro no segmento não bancário”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, referindo-se às dívidas de consumidores junto a cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc. Em outubro, o indicador de inadimplência ao consumidor divulgado mensalmente pela Serasa Experian acumulava alta de 5,1% desde o início do ano, na comparação com igual período de 2013. “Enquanto a inadimplência bancária cresceu 2,2% no período, a não bancária subiu 9%”, detalha Rabi.
Terceira maior varejista em faturamento no segmento de Moda e Esporte, segundo ranking de 2013 do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a Renner viu suas “perdas em créditos, líquidas das recuperações” saltarem 56,6% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, as provisões são as menores do setor, argumenta Laurence Gomes, diretor de Relações com Investidores da Renner. “A provisão é feita em cima do volume de vendas. E nossas vendas em mesmas lojas (inauguradas há pelo menos um ano) cresceram 7,5% no terceiro trimestre, frente ao mesmo período de 2013, enquanto outros players tiveram decréscimo”, diz o executivo. Outro fator que interfere nas provisões para inadimplência é a base de comparação: “O ano passado foi um dos melhores em termos de baixa inadimplência”, afirma Gomes.
Controladora da Riachuelo, a Guararapes Confecções terminou os três primeiros trimestres do ano com R$ 185,1 milhões em provisões para liquidação de créditos duvidosos. Depois de começarem o ano em queda, os níveis de perdas em operações de empréstimo pessoal e do Cartão Riachuelo voltaram a subir no segundo e terceiro trimestres. No Empréstimo Pessoal Riachuelo, o percentual de perdas passou de 9,4%, em junho, para 10,8%, em setembro. No mesmo período, as perdas relacionadas à inadimplência no cartão que leva o nome da varejista subiram um ponto percentual, para 6,7%, conforme dados das demonstrações contábeis do terceiro trimestre. “A luz amarela acendeu”, resume Rabi, da Serasa Experian.
Mesmo num cenário econômico adverso, a projeção da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) é de 2% de crescimento para o setor neste ano. “O grande desafio do varejo é manter as vendas aquecidas sem perder a mão na inadimplência”, diz Eduardo Terra, presidente do SBVC. Na avaliação do especialista, o tripé fundamental no qual o varejo se escora — renda, emprego e crédito — ainda não sofreu desgaste expressivo. “Os fundamentos (da economia) não estão ruins, mas a crise de confiança, de expectativa iniciada em junho de 2013 começa a afetar a economia real”, sustenta Terra.
Os efeitos da inadimplência também se fizeram sentir nos resultados dos Cartões Marisa. Quinta colocada no ranking do Ibevar, com faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2013, a rede varejista estimou em R$ 171,7 milhões as perdas em operações de crédito relacionadas aos seus cartões para o período de janeiro a setembro de 2014. O montante é 24,7% superior ao projetado para igual período do ano passado.
“As provisões indicam uma expectativa do que vai acontecer no futuro e o impacto na carteira de débitos das companhias”, esclarece Marcelo Alvim, professor de análise de balanços do Ibmec-RJ. A partir de 2007, com a adoção do IFRS (padrão de normas internacionais de contabilidade) no país, as companhias passaram a estabelecer provisões não mais com base no passado, mas de acordo com uma análise mais subjetiva — segundo Alvim — do perfil de crédito da base de clientes.
Economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Marianne Hanson destaca a incerteza no cenário econômico nacional como um dos fatores responsáveis pela percepção dos empresários a respeito da inadimplência futura. “Existe a possibilidade de um novo ciclo de aperto monetário e uma incerteza de quanto tempo vai durar”, frisa ela. “Houve, também, um aumento do custo do crédito ao longo do ano”. Marianne lista alguns dos fatores que ajudaram a mitigar a subida nos níveis de inadimplência: melhoria no perfil de endividamento (com a expansão de modalidades de financiamento que têm garantia); moderação na concessão de crédito (todos os tipos apresentam desaceleração no ano); e crescimento da renda ainda acima da inflação. “Isso tem feito com que a taxa de inadimplência, de um modo geral, continue baixa”, explica a economista.
Procuradas para comentar suas provisões relacionadas à inadimplência, Marisa e Riachuelo optaram por não se manifestar.
Fonte: Brasil Econômico, Provisão para inadimplência no varejo subiu 30% no ano, Rodrigo Carro, 24 de nov 2014
“A inadimplência normalmente sobe primeiro no segmento não bancário”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, referindo-se às dívidas de consumidores junto a cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc. Em outubro, o indicador de inadimplência ao consumidor divulgado mensalmente pela Serasa Experian acumulava alta de 5,1% desde o início do ano, na comparação com igual período de 2013. “Enquanto a inadimplência bancária cresceu 2,2% no período, a não bancária subiu 9%”, detalha Rabi.
Terceira maior varejista em faturamento no segmento de Moda e Esporte, segundo ranking de 2013 do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a Renner viu suas “perdas em créditos, líquidas das recuperações” saltarem 56,6% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, as provisões são as menores do setor, argumenta Laurence Gomes, diretor de Relações com Investidores da Renner. “A provisão é feita em cima do volume de vendas. E nossas vendas em mesmas lojas (inauguradas há pelo menos um ano) cresceram 7,5% no terceiro trimestre, frente ao mesmo período de 2013, enquanto outros players tiveram decréscimo”, diz o executivo. Outro fator que interfere nas provisões para inadimplência é a base de comparação: “O ano passado foi um dos melhores em termos de baixa inadimplência”, afirma Gomes.
Controladora da Riachuelo, a Guararapes Confecções terminou os três primeiros trimestres do ano com R$ 185,1 milhões em provisões para liquidação de créditos duvidosos. Depois de começarem o ano em queda, os níveis de perdas em operações de empréstimo pessoal e do Cartão Riachuelo voltaram a subir no segundo e terceiro trimestres. No Empréstimo Pessoal Riachuelo, o percentual de perdas passou de 9,4%, em junho, para 10,8%, em setembro. No mesmo período, as perdas relacionadas à inadimplência no cartão que leva o nome da varejista subiram um ponto percentual, para 6,7%, conforme dados das demonstrações contábeis do terceiro trimestre. “A luz amarela acendeu”, resume Rabi, da Serasa Experian.
Mesmo num cenário econômico adverso, a projeção da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) é de 2% de crescimento para o setor neste ano. “O grande desafio do varejo é manter as vendas aquecidas sem perder a mão na inadimplência”, diz Eduardo Terra, presidente do SBVC. Na avaliação do especialista, o tripé fundamental no qual o varejo se escora — renda, emprego e crédito — ainda não sofreu desgaste expressivo. “Os fundamentos (da economia) não estão ruins, mas a crise de confiança, de expectativa iniciada em junho de 2013 começa a afetar a economia real”, sustenta Terra.
Os efeitos da inadimplência também se fizeram sentir nos resultados dos Cartões Marisa. Quinta colocada no ranking do Ibevar, com faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2013, a rede varejista estimou em R$ 171,7 milhões as perdas em operações de crédito relacionadas aos seus cartões para o período de janeiro a setembro de 2014. O montante é 24,7% superior ao projetado para igual período do ano passado.
“As provisões indicam uma expectativa do que vai acontecer no futuro e o impacto na carteira de débitos das companhias”, esclarece Marcelo Alvim, professor de análise de balanços do Ibmec-RJ. A partir de 2007, com a adoção do IFRS (padrão de normas internacionais de contabilidade) no país, as companhias passaram a estabelecer provisões não mais com base no passado, mas de acordo com uma análise mais subjetiva — segundo Alvim — do perfil de crédito da base de clientes.
Economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Marianne Hanson destaca a incerteza no cenário econômico nacional como um dos fatores responsáveis pela percepção dos empresários a respeito da inadimplência futura. “Existe a possibilidade de um novo ciclo de aperto monetário e uma incerteza de quanto tempo vai durar”, frisa ela. “Houve, também, um aumento do custo do crédito ao longo do ano”. Marianne lista alguns dos fatores que ajudaram a mitigar a subida nos níveis de inadimplência: melhoria no perfil de endividamento (com a expansão de modalidades de financiamento que têm garantia); moderação na concessão de crédito (todos os tipos apresentam desaceleração no ano); e crescimento da renda ainda acima da inflação. “Isso tem feito com que a taxa de inadimplência, de um modo geral, continue baixa”, explica a economista.
Procuradas para comentar suas provisões relacionadas à inadimplência, Marisa e Riachuelo optaram por não se manifestar.
Fonte: Brasil Econômico, Provisão para inadimplência no varejo subiu 30% no ano, Rodrigo Carro, 24 de nov 2014
28 agosto 2014
Curso de Contabilidade Básica: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa 3
A provisão para crédito de liquidação duvidosa ou provisão de
devedores duvidosos deve levar em consideração a probabilidade da empresa não
receber os valores prometidos pelos seus clientes (Apesar de existir uma
controvérsia com respeito da denominação desta provisão, o certo é que o termo
é amplamente utilizado, inclusive por grandes empresas). É uma estimativa da
chance de transformação de um ativo menos líquido, no caso os valores a
receber, em caixa. Existem dois setores onde a constituição, as baixas e os
saldos da Provisão são fundamentais no desempenho das empresas: as empresas com
elevadas comercialização a prazo e as instituições financeiras.
As chances de recebimento podem variar conforme as
características e qualidades do crédito. Assim, um cliente com caráter, capacidade
de pagamento, com capital, com condições e garantias (colateral) – os cinco C´s
do crédito – terá uma chance maior de pagamento do que um cliente com um
histórico de atrasos. Cada empresa deve fazer uma análise da sua carteira antes
de proceder a classificação.
Considere o exemplo do Bradesco. Este
banco divide sua carteira de crédito, classificando seus clientes como AA
(menor risco), A, B, até H, sendo estes de maior risco. Uma carteira com mais
clientes H será uma carteira com maior risco; maior concentração nas primeiras
letras do alfabeto representa menos risco. Os clientes AA possuem grande
qualidade e o Bradesco não constitui provisão para eles. Os clientes A possuem
um risco maior e no mínimo a provisão é de 0,5% do valor do crédito. No final
do primeiro trimestre a carteira destes clientes era de R$138 bilhões e por
este motivo a provisão mínima deveria ser de 691 milhões de reais ou 0,5% x 138
bilhões. Fazendo um saldo, os clientes F não são tão confiáveis e por este
motivo a provisão deste grupo é de 50% do valor. Como o Bradesco tinha R$2,8
bilhões de títulos com estes clientes, a provisão mínima para estes clientes
seria de 1,4 bilhão. E os clientes H? Este grupo é tão questionável que a
provisão é integral. Ou seja, os 10,5 bilhões de reais devem ser considerados
como totalmente provisionados.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
29 julho 2014
Curso de Contabilidade Básica: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa
Nem todos os valores a receber de clientes serão recebidos
pela empresa. Este montante não recebido deve ser estimado pela empresa e
constituída uma provisão com a denominação de provisão para crédito de
liquidação duvidosa (PCLD). O valor desta provisão deve guardar uma relação com
a quantidade de valores a receber. Assim, quanto maior a quantidade de valores
a receber, maior deverá ser a PCLD.
Veja o caso da Grendene. O volume de contas a receber reduziu
de 875 milhões para 563 milhões. Com isto da provisão reduziu de 3,2 milhões
para 2,8 milhões. Se em termos percentuais os valores aumentaram, de 0,37% para
0,49%, em unidades monetárias ocorreu um aumento.
A figura a seguir apresenta o detalhamento da constituição
da PCLD da empresa. É possível notar que a provisão somente é constituída sobre
os títulos vencidos há mais de 60 dias.
Isto ajuda a explicar o baixo percentual da PCLD da empresa.
Em termos percentuais, os 2,759 milhões de títulos considerados de liquidação
duvidosa em 30 de junho sobre um saldo de 10,321 milhões representam 27%; já no
período anterior este percentual foi de 45%. Ou seja, aparentemente a empresa
está mais otimista com a recuperação dos créditos em atraso.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio
Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)
16 julho 2014
Citigroup paga 7 bilhões por causa da crise financeira
Enquanto as sementes da crise imobiliária que levou os Estados Unidos a uma recessão eram lançadas, um operador do Citigroup Inc. enviou aos colegas um alerta por e-mail sobre a má qualidade das hipotecas que o banco estava incluindo num pacote de derivativos para vender a investidores.
"Devemos começar a orar", escreveu o operador no e-mail.
Ontem, o banco concordou em pagar US$ 7 bilhões, incluindo uma multa civil de US$ 4 bilhões ao Departamento de Justiça do país, US$ 500 milhões para a seguradora estatal de depósitos bancários Federal Deposit Insurance Corp. e vários Estados, e US$ 2,5 bilhões que irão para um fundo de "ajuda ao consumidor", para encerrar um processo aberto pelo governo americano, no qual o banco era acusado de ter conscientemente vendido títulos lastreados em hipotecas de má qualidade antes da crise.
O acordo não absolve o Citigroup ou seus funcionários de enfrentar possíveis acusações criminais, disse o procurador-geral Eric Holder. Ele não quis dizer se o governo estava estudando um processo criminal.
Em documentos judiciais, o Citigroup admitiu ter cometido muitas das irregularidades, incluindo um padrão de ignorar várias vezes as advertências tanto de dentro quanto de fora da empresa de que muitos dos empréstimos que estavam sendo securitizados tinham problemas sérios e de esconder essa informação dos investidores.
Holder disse que o banco vendeu títulos lastreados em hipotecas com "defeitos materiais" e descreveu a conduta do Citigroup como "escandalosa", dizendo que ela ajudou a alastrar a crise financeira de 2008.
"As atividades do banco contribuíram fortemente para a crise financeira que assolou a nossa economia em 2008", disse Holder. "Em conjunto, acreditamos que o tamanho e o escopo desta resolução vai além do que poderia ser considerado o mero custo de fazer negócios."
Em várias ocasiões, os empregados do banco sabiam que porcentagens significativas dos empréstimos hipotecários sob sua análise tinham problemas. "É espantoso que alguns desses empréstimos tenham sido realmente fechados", dizia o operador no e-mail interno.
O Departamento de Justiça informou que, quando uma empresa independente de avaliação de crédito concluiu que muitas das hipotecas que foram classificadas como de baixa qualidade por não incluir documentos importantes ou terem sido dadas a mutuários com histórico de crédito ruim, o banco optou muitas vezes por não rejeitar os empréstimos. Em vez disso, o Citigroup se esforçou em mascarar o problema, reclassificando os empréstimos como de melhor qualidade e enganando os investidores, informou o Departamento de Justiça.
"Os empregados do Citigroup frequentemente pediam pessoalmente para que as firmas encarregadas de avaliar os empréstimos alterassem sua classificação de rejeitado para aceito", disse o procurador de Justiça do Colorado, John Walsh.
Ao todo, o Departamento de Justiça descobriu 45 acordos de securitização de hipotecas em 2006 e 2007 em que o banco fez afirmações deturpadas sobre a qualidade dos empréstimos garantidores, disse Loretta Lynch, procuradora geral de Brooklyn.
"Nossas equipes concluíram que a má conduta nos acordos do Citigroup devastaram o país e a economia mundial, afetando todos", disse Lynch, lembrando que entre os investidores prejudicados estão fundos de pensão públicos, Estados, municípios, instituições de caridade religiosas e hospitais.
"Acreditamos que esse acordo é do máximo interesse para nossos acionistas, e nos permite seguir em frente e focar no futuro, não no passado", disse o diretor-presidente do Citigroup, Michael Corbat, em um comunicado.
Em uma coletiva com repórteres, o diretor financeiro do Citigroup, John Gerspach, não quis comentar se o banco pediu para ser liberado de qualquer potencial acusação criminal como parte do acordo.
A multa ao Citigroup é a medida mais recente ligada às investigações do Departamento de Justiça sobre o comportamento dos bancos antes da crise financeira e a venda de títulos lastreados em hipotecas residenciais.
O Bank of America Corp está em negociações para pagar pelo menos US$ 12 bilhões para resolver acusações similares, embora o banco e o governo permaneçam com bilhões de dólares de diferença nas argumentações, de acordo com pessoas a par com as negociações. O banco já pagou U $ 6 bilhões para resolver um processo sobre seus títulos lastreados em hipotecas movido pela Federal Housing Finance Agency, a agência do governo que administra créditos hipotecários. O J.P. Morgan Chase fechou acordo semelhante por US $ 13 bilhões no ano passado.
Paralelamente, o Citigroup informou que seu lucro do segundo trimestre caiu 96%, já que o banco fez uma provisão de US$ 3,8 bilhões para cobrir despesas ligadas ao acordo. Os resultados foram melhores que as estimativas dos analistas e, no fechamento do pregão ontem, as ações do Citigroup subiram 3,3% para US$ 48,49.
No trimestre, o Citigroup registrou um lucro de US$ 181 milhões, comparado com um lucro de US$ 4,18 bilhões no mesmo período do ano anterior.
O acordo pendente e outros problemas legais têm dado dor de cabeça para o banco. A multa do Citigroup, diferente de um acordo parecido fechado entre o Departamento de Justiça e o J.P. Morgan Chase & Co. em novembro, o libera de processos potenciais ligados aos CDOs, obrigações garantidas por outros títulos e valores, não apenas aos títulos hipotecários. O acordo cobre títulos lastreados em hipotecas residenciais e CDOs emitidos às vésperas da crise financeira, de 2003 a 2008.
O banco "agora resolveu substancialmente todo o legado litigioso de hipotecas residenciais e CDO", disse Corbat.
Ainda assim, o Citigroup enfrenta uma ampla investigação sobre se a sua subsidiária mexicana Banamex fez o suficiente para impedir operações suspeitas de lavagem de dinheiro ao longo da fronteira entre os EUA e o México. Além disso, o Banamex também está envolvido em uma suposta fraude contábil. Além desses problemas, o Citigroup não passou no teste de estresse do Federal Reserve, o banco central americano, que alertou que o banco precisa melhorar seus sistemas de gestão de risco.
O acordo de US$ 7 bilhões do Citigroup foi fechado depois de uma longa negociação. O banco ofereceu em maio o pagamento de US$ 363 milhões à vista e mais para assistência ao consumidor. O Departamento de Justiça fez uma contraproposta de US$ 12 bilhões, incluindo a assistência ao consumidor. As negociações foram consideradas como um ponto alto tanto para Corbat, que foi nomeado para o cargo em 2012 com a missão de melhorar as relações do Citgroup com o governo, quanto para Holder, que tem enfrentado críticas do Congresso de que o Departamento de Justiça tem sido muito suave em relação aos bancos.
Fonte: aqui
04 fevereiro 2014
Banco Central e Devedores
O Banco Central está à caça de R$ 39,8 bilhões de multas que estão sendo cobradas de bancos e empresas, e que não entraram para os cofres do governo. O ‘Estado’ teve acesso à lista inédita dos principais alvos dessa operação judicial de recuperação de créditos, que inclui grandes empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times de futebol como Santos, Corinthians, Internacional, Fluminense e Atlético Mineiro.
A maior parte desse dinheiro que o BC tenta recuperar - R$ 24,2 bilhões - é devida por pouco mais de uma centena de empresas, instituições financeiras e pessoas físicas. De acordo com os documentos internos do Banco Central, as irregularidades mais comuns são ilícitos cambiais, principalmente de empresas importadoras e exportadoras.
Mas há casos de multas aplicadas por irregularidades no acesso aos recursos das reservas bancárias pelos bancos, omissão de informações sobre capitais brasileiros no exterior e infrações diversas praticadas por instituições financeiras, empresas de auditoria, administradoras de consórcio e empresas que atuam sem a autorização do Banco Central.
O banco está executando essa dívida na Justiça e montou uma força-tarefa de advogados para ir atrás dos devedores e do seu patrimônio. Muitas empresas encontradas eram de fachadas, de proprietários "laranjas".
Na busca dos devedores, os procuradores do Banco Central passaram a fazer cruzamentos de informações estratégicas que estão na base de dados cadastrais do próprio BC e de outros órgãos públicos, como Receita Federal, INSS, Secretarias de Segurança Pública e Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior.
"O importante é que se conheça o devedor e que se busquem estratégias eficientes para alcançar o seu patrimônio", diz Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do BC. (...)
Será que o Banco Central contabiliza estes créditos usando a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa?. Fonte: Aqui
A maior parte desse dinheiro que o BC tenta recuperar - R$ 24,2 bilhões - é devida por pouco mais de uma centena de empresas, instituições financeiras e pessoas físicas. De acordo com os documentos internos do Banco Central, as irregularidades mais comuns são ilícitos cambiais, principalmente de empresas importadoras e exportadoras.
Mas há casos de multas aplicadas por irregularidades no acesso aos recursos das reservas bancárias pelos bancos, omissão de informações sobre capitais brasileiros no exterior e infrações diversas praticadas por instituições financeiras, empresas de auditoria, administradoras de consórcio e empresas que atuam sem a autorização do Banco Central.
O banco está executando essa dívida na Justiça e montou uma força-tarefa de advogados para ir atrás dos devedores e do seu patrimônio. Muitas empresas encontradas eram de fachadas, de proprietários "laranjas".
Na busca dos devedores, os procuradores do Banco Central passaram a fazer cruzamentos de informações estratégicas que estão na base de dados cadastrais do próprio BC e de outros órgãos públicos, como Receita Federal, INSS, Secretarias de Segurança Pública e Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior.
"O importante é que se conheça o devedor e que se busquem estratégias eficientes para alcançar o seu patrimônio", diz Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do BC. (...)
Será que o Banco Central contabiliza estes créditos usando a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa?. Fonte: Aqui
24 julho 2013
G20 dá prazo para Iasb e Fasb para provisão
Segundo a Reuters (Accounting bodies no closer on new bank loan rules, Huw Jones, 23 jul 2013) o grupo das maiores economias solicitou ao Iasb e ao Fasb um acordo quanto às normas contábeis para provisões de liquidação duvidosa das instituições financeiras. E fixou um prazo: final de 2013. Que provavelmente não será obtido, já que existem divergências entre as duas entidades.
O Fasb está caminhando para uma regra mais conservadora que o Iasb. E isto tem efeito sobre o capital exigido para cada banco.
O Fasb está caminhando para uma regra mais conservadora que o Iasb. E isto tem efeito sobre o capital exigido para cada banco.
22 abril 2013
Proposta do Fasb para Perdas com Empréstimos
O Fasb, entidade que regula a contabilidade das empresas de capital aberto dos Estados Unidos, propôs uma nova contabilidade para os créditos das instituições financeiras. A proposta que está sujeita a comentários até o final de maio de 2013, altera substancialmente a forma como se reconhece as dívidas com dúvidas na sua liquidação. Em lugar da "perda incorrida" adota-se a "perda esperada".
Na prática isto significa que as instituições financeiras deverão fazer uma estimativa, no momento da concessão do crédito, sobre o valor que não irá receber. A proposta está sendo criticada pelo receio de que as instituições financeiras possam suavizar o resultado. Além disto, a nova regra aumenta o grau de subjetividade das demonstrações contábeis, sendo um convite para manipulação.
Já as pessoas favoráveis a proposta chamam a atenção para a necessidade de reconhecimento, o mais rápido possível, das perdas com créditos. Isto foi um sério problema durante a crise financeira e seria corrigido agora, com a proposta. Mas alguns críticos defendem a expansão do valor justo, uma proposta que o Fasb já tinha feito anteriormente, mas recuou.
A estimativa é que dificilmente a nova regra entrará em vigor antes de 2015.
Leia Mais em Is making U.S. banks foresee trouble more trouble than it's worth?, Dena Aubin, Reuters
05 novembro 2012
Contabilidade e Capital dos Bancos
Um texto do The Telegraph (British banks face new crisis as a result of accounting rules, 3 de novembro de 2012) chama atenção para o fato de que os bancos britânicos terão que aumentar o capital em razão da mudança de regras contábeis. Estas regras referem-se a questão da baixa dos empréstimos ruins dos balanços.
Além do efeito de mostrar melhor a qualidade dos empréstimos dos bancos, a nova regra irá aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa entre 30 a 100%, dependendo da instituição financeira. Uma estimativa apresentada pelo jornal fala em 27 bilhões de libras a mais.
Esta questão gerou também uma discussão entre o ex-presidente do Iasb, David Tweedie, e Andrew Haldane, responsável pela estabilidade financeira na Inglaterra. Tweedie disse que as regras contábeis não é um impeditivo a formação de provisão adequada nos bancos. Já Haldane afirmou que as normas valorizou os ativos em excesso.
Além do efeito de mostrar melhor a qualidade dos empréstimos dos bancos, a nova regra irá aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa entre 30 a 100%, dependendo da instituição financeira. Uma estimativa apresentada pelo jornal fala em 27 bilhões de libras a mais.
Esta questão gerou também uma discussão entre o ex-presidente do Iasb, David Tweedie, e Andrew Haldane, responsável pela estabilidade financeira na Inglaterra. Tweedie disse que as regras contábeis não é um impeditivo a formação de provisão adequada nos bancos. Já Haldane afirmou que as normas valorizou os ativos em excesso.
10 agosto 2012
Panamericano
Sobre o resultado trimestral do banco Panamericano, leia um trecho do texto sobre o desempenho do banco, segundo o Valor:
No período, o banco teve prejuízo líquido de R$ 262,5 milhões, mais de dez vezes superior ao prejuízo líquido do mesmo período do ano passado (R$ 25,5 milhões). "Não trabalhamos com perspectiva de aumento da despesa com provisão. A tendência é de estabilização", disse José Luiz Acar Pedro, presidente executivo do Panamericano. Ele acredita que o próximo trimestre pode mostrar uma "queda leve" nesse gasto.
As despesas com provisões PDD totalizaram R$ 441,4 milhões no segundo trimestre, 94,8% superiores aos R$ 226,6 milhões de um ano antes e 29,4% maiores que os R$ 341,1 milhões do primeiro trimestre. Jordan atribuiu a elevação nas despesas com provisão ao aumento da inadimplência em crédito, "especialmente nas safras de 2011".
Aparentemente o aumento da provisão provocou o prejuízo. Mas façamos as contas: a provisão aumentou de 226,6 milhões para 441,4 milhões ou 214,8 milhões. O prejuízo foi de 262,5 milhões. A provisão, por si só, não explica o desempenho do banco. (Além disto, a comparação deveria ser feita com a provisão do primeiro trimestre).
No período, o banco teve prejuízo líquido de R$ 262,5 milhões, mais de dez vezes superior ao prejuízo líquido do mesmo período do ano passado (R$ 25,5 milhões). "Não trabalhamos com perspectiva de aumento da despesa com provisão. A tendência é de estabilização", disse José Luiz Acar Pedro, presidente executivo do Panamericano. Ele acredita que o próximo trimestre pode mostrar uma "queda leve" nesse gasto.
As despesas com provisões PDD totalizaram R$ 441,4 milhões no segundo trimestre, 94,8% superiores aos R$ 226,6 milhões de um ano antes e 29,4% maiores que os R$ 341,1 milhões do primeiro trimestre. Jordan atribuiu a elevação nas despesas com provisão ao aumento da inadimplência em crédito, "especialmente nas safras de 2011".
Aparentemente o aumento da provisão provocou o prejuízo. Mas façamos as contas: a provisão aumentou de 226,6 milhões para 441,4 milhões ou 214,8 milhões. O prejuízo foi de 262,5 milhões. A provisão, por si só, não explica o desempenho do banco. (Além disto, a comparação deveria ser feita com a provisão do primeiro trimestre).
24 maio 2012
Calotes e Bancos
Bancos e financeiras já perderam R$ 10,1 bilhões com o calote do consumidor no pagamento de financiamentos de veículos novos e usados até março, calcula o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central (BC), Carlos Thadeu de Freitas.
As contas foram feitas com base no saldo da carteira de crédito concedido para compra de veículos e apresentado no Relatório de Crédito do BC, que somou R$ 177 bilhões em março deste ano, e na fatia de financiamentos com prestações atrasadas acima de 90 dias, que atingiu 5,67% no período. Normalmente, essa cifra é lançada como provisões nos balanços dos bancos e parte dela é recuperada por meio de renegociações de dívidas, mas com descontos.
Bancos perderam R$ 10 bi este ano com calotes no financiamento de veículos - Estado de S Paulo, 23 de maio de 2012
As contas foram feitas com base no saldo da carteira de crédito concedido para compra de veículos e apresentado no Relatório de Crédito do BC, que somou R$ 177 bilhões em março deste ano, e na fatia de financiamentos com prestações atrasadas acima de 90 dias, que atingiu 5,67% no período. Normalmente, essa cifra é lançada como provisões nos balanços dos bancos e parte dela é recuperada por meio de renegociações de dívidas, mas com descontos.
Bancos perderam R$ 10 bi este ano com calotes no financiamento de veículos - Estado de S Paulo, 23 de maio de 2012
31 outubro 2011
Provisão e classificação de créditos
Segundo reportagem da Folha de São Paulo (PanAmericano manipulava os dados dos clientes, Toni Sciarretta, Julio Wiziack e Flávio Ferreira), a instituição financeira manipulava a avaliação de risco dos clientes desde 2006.
Pelas normas do Banco Central, cada cliente é classificado de A (o melhor cliente) a H. Conforme a classificação dos clientes existentes, o banco precisa aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa. Ou seja, mais clientes com pior classificação, maior a provisão. Isto, naturalmente, afeta o resultado, já que o lançamento contábil seria:
D - Despesa de Provisão (Resultado)
C - Provisão (Ativo)
Pelas normas do Banco Central, cada cliente é classificado de A (o melhor cliente) a H. Conforme a classificação dos clientes existentes, o banco precisa aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa. Ou seja, mais clientes com pior classificação, maior a provisão. Isto, naturalmente, afeta o resultado, já que o lançamento contábil seria:
D - Despesa de Provisão (Resultado)
C - Provisão (Ativo)
17 outubro 2011
Provisão
O texto a seguir comenta sobre a constituição de provisão para liquidação de créditos duvidosos, que o texto chama de "calote", nos dois tipos de instituição financeira:
Dados do Banco Central mostram que, no último trimestre, bancos particulares separaram R$ 1 em provisão para cada R$ 9,10 emprestados. Já os públicos reservaram R$ 1 para cada R$ 34,90 em novos financiamentos.
Bancos públicos e privados chegam ao atual estágio da crise - considerado o mais grave até agora - com estratégias bem diferentes para se preparar contra uma eventual piora da saúde financeira dos clientes. Desde o início do ano, instituições privadas têm aumentado as provisões em ritmo mais forte que as operações de crédito. Nos públicos, acontece exatamente o contrário: empréstimos crescem mais que as provisões contra calote.
Enquanto as operações de crédito dos bancos particulares cresceram 3,6% de junho a agosto, a provisão aumentou 6,5%. No mesmo período, empréstimos em instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES avançaram 5,8%, ritmo mais forte que a alta de 3,7% da reserva contra a inadimplência. A diferença se repete em outras comparações desde o início de 2011. (...)
Essa mudança, porém, ainda não provoca desconforto no mercado. Analistas que acompanham o setor bancário dizem que o fenômeno pode ser explicado pela natureza dos empréstimos. Bancos privados podem ter ficado mais conservadores graças ao aumento de empréstimos considerados mais "arriscados", como cartões de crédito e financiamento de veículos.
Nos públicos, por sua vez, a necessidade de provisão pode ter caído porque ganharam peso financiamentos mais seguros, como o crédito imobiliário (?) e o financiamento a grandes empresas. Realmente, instituições como a Caixa e BNDES atuaram agressivamente para ganhar mercado nesses segmentos. (...)
Bancos públicos ignoram efeitos da crise e reduzem reservas contra calote - Fernando Nakagawa, de O Estado de S.Paulo. (Imagem: The Guardian)
A redução da provisão nos bancos públicos pode ser em:
a) decorrência do perfil de empréstimo diferenciado - entretanto isto não justifica completamente, já que o risco sistêmico é maior;
b) em razão da maior utilização da conta de provisão nas instituição privadas como uma forma de gerenciamento de resultado; ou
c) em decorrência do não uso da conta de provisão nas instituições públicas, como uma maneira de continuar garantindo crédito na economia. Neste caso, os problemas de inadimplência irão aparecer no futuro, nas próximas gestões destas instituições.
Provisão 2
Os bancos públicos argumentam que o perfil dos empréstimos realizados por essas instituições é diferente do observado nos concorrentes privados.
Por isso, explicam, a provisão dessas casas pode ser, proporcionalmente, menor que nos particulares. As instituições afirmam que têm monitorado os calotes e, se preciso, estão prontas para reagir.
Tudo parece lógico, mas vejam a seguinte afirmação:
O diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Malieni, diz que é preciso observar a carteira de cada banco para relativizar o nível de provisão. Cada operação, explica, gera necessidade diferente de reserva contra eventual inadimplência.
"Enquanto empréstimos mais curtos podem exigir mais, operações longas requerem menos. Além disso, a provisão para financiamento de veículo é diferente de um consignado", diz. Malieni argumenta que, no caso do Banco do Brasil, o banco é beneficiado por ser forte em empréstimos considerados seguros, como o consignado.
Dois aspectos prejudicam o raciocínio de Malieni. Em primeiro lugar, operações de curto prazo deveria exigir menos provisão que operações de longo prazo, pois apresentam um risco menor. Esta é uma lógica da teoria de finanças, já que uma dívida de curto prazo teria mais chance de ser paga que uma dívida de longo prazo. Em segundo lugar, e não menos importante, o risco sistêmico aumento para todas as operações, inclusive consignado.
Mas parece que o tema não preocupa os bancos estatais:
No BNDES, prevalece o entendimento de que a situação atual não gera "preocupação relevante" com a inadimplência. Por isso, a o tema é encarado com "normalidade e tranquilidade" no banco.
Um dos argumentos é que o banco é bastante focado em projetos de grandes empresas, clientes com menor risco. Além disso, financiamentos oferecidos aos pequenos e médios empresários são feitos via bancos "repassadores". Nessas operações, o risco de calote fica com a instituição financeira parceira.
O argumento do BNDES tem um problema: a concentração desta instituição é maior, dependendo da saúde financeira dos grandes tomadores de empréstimos (frigoríficos, por exemplo, que foram beneficiados com linhas de crédito elevadas e onde o risco, hoje, não é baixo).
Perfil de empréstimos é diferente, dizem bancos - Estado de S Paulo - 16 out 2011
Por isso, explicam, a provisão dessas casas pode ser, proporcionalmente, menor que nos particulares. As instituições afirmam que têm monitorado os calotes e, se preciso, estão prontas para reagir.
Tudo parece lógico, mas vejam a seguinte afirmação:
O diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Malieni, diz que é preciso observar a carteira de cada banco para relativizar o nível de provisão. Cada operação, explica, gera necessidade diferente de reserva contra eventual inadimplência.
"Enquanto empréstimos mais curtos podem exigir mais, operações longas requerem menos. Além disso, a provisão para financiamento de veículo é diferente de um consignado", diz. Malieni argumenta que, no caso do Banco do Brasil, o banco é beneficiado por ser forte em empréstimos considerados seguros, como o consignado.
Dois aspectos prejudicam o raciocínio de Malieni. Em primeiro lugar, operações de curto prazo deveria exigir menos provisão que operações de longo prazo, pois apresentam um risco menor. Esta é uma lógica da teoria de finanças, já que uma dívida de curto prazo teria mais chance de ser paga que uma dívida de longo prazo. Em segundo lugar, e não menos importante, o risco sistêmico aumento para todas as operações, inclusive consignado.
Mas parece que o tema não preocupa os bancos estatais:
No BNDES, prevalece o entendimento de que a situação atual não gera "preocupação relevante" com a inadimplência. Por isso, a o tema é encarado com "normalidade e tranquilidade" no banco.
Um dos argumentos é que o banco é bastante focado em projetos de grandes empresas, clientes com menor risco. Além disso, financiamentos oferecidos aos pequenos e médios empresários são feitos via bancos "repassadores". Nessas operações, o risco de calote fica com a instituição financeira parceira.
O argumento do BNDES tem um problema: a concentração desta instituição é maior, dependendo da saúde financeira dos grandes tomadores de empréstimos (frigoríficos, por exemplo, que foram beneficiados com linhas de crédito elevadas e onde o risco, hoje, não é baixo).
Perfil de empréstimos é diferente, dizem bancos - Estado de S Paulo - 16 out 2011
17 fevereiro 2011
Provisão na Espanha
A Espanha possui um sistema de provisão para as instituições bancárias que tem sido estudado no mundo. A idéia é aumentar a provisão nos momentos ruins e reduzi-la na crise. Alguns denominam de provisão dinâmica ou anticíclica.
Entretanto, parece que o sistema não funcionou adequadamente nos últimos anos. Talvez as regras possam ter suavizado a influência da crise, mas o problema de reforçar o capital continua. Apesar da experiência ruim, não seria o caso de continuar testando o sistema?
Mas o teste mais relevante diz respeito a confiança, independente do sistema ser dinâmico ou não. Se o mercado sentir confiança no sistema tradicional isto é o que importa.
Entretanto, parece que o sistema não funcionou adequadamente nos últimos anos. Talvez as regras possam ter suavizado a influência da crise, mas o problema de reforçar o capital continua. Apesar da experiência ruim, não seria o caso de continuar testando o sistema?
Mas o teste mais relevante diz respeito a confiança, independente do sistema ser dinâmico ou não. Se o mercado sentir confiança no sistema tradicional isto é o que importa.
18 agosto 2009
Provisão nos Bancos 2
Bancos privados têm R$ 18,8 bi contra calote
Reserva feita pelas instituições é bem superior à exigida pelo BC
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Bancos privados aumentaram fortemente as provisões contra calote em resposta ao crescimento da inadimplência nos empréstimos. Por isso, a reserva de recursos feita por essas instituições financeiras foi, inclusive, bastante superior à exigida pelas regras do Banco Central. A informação consta dos balanços dos principais bancos privados que operam no Brasil.
No primeiro semestre, o saldo das novas provisões de todos os bancos privados, nacionais e estrangeiros, somou R$ 18,816 bilhões.
No balanço, o Itaú Unibanco afirma que "o cenário econômico adverso, associado à crise financeira internacional, contribuiu para a elevação da inadimplência, afetando a qualidade do risco das carteiras de pessoas físicas e jurídicas". Para reagir a esse quadro negativo, o banco afirma que foi necessário "ampliar a despesa com a constituição de provisões". Por isso, a instituição separou R$ 8,1 bilhões nos seis meses. O valor é 57,5% maior que o determinado no primeiro semestre de 2008.
No Bradesco, a situação é semelhante. O banco reservou R$ 7,3 bilhões no semestre com o objetivo "de suportar eventuais cenários cíclicos, com aumento dos índices de inadimplência e/ou alterações no perfil de risco da carteira de crédito".
No balanço, o banco destaca que a "manutenção de níveis elevados de inadimplência no 2º trimestre de 2009, é resultado da retração econômica sobre a capacidade de pagamentos de nossos clientes".
Nesse caso, chama também a atenção o reforço extraordinário de R$ 1,3 bilhão que foi, segundo o banco, "calculado a partir de modelos estatísticos próprios". Ao todo, a provisão feita pelo Bradesco no semestre foi 118% maior que a de igual período do ano passado.
No maior banco estrangeiro que opera no Brasil, o Santander, a provisão somou R$ 4,9 bilhões. No balanço, a explicação é idêntica. O aumento anual de 57,9% nessa despesa é "decorrente principalmente da expansão de 14,9% da carteira de crédito e do aumento da inadimplência".
No governo, há a percepção de que os bancos privados decidiram aumentar as provisões por dois motivos: crescimento da inadimplência e uma forma de tentar não aumentar as críticas ao setor. "O segmento teve grandes operações que geraram lucros bilionários para bancos privados. Em alguns desses casos, a provisão pode ser uma forma de evitar que esse ganho apareça no balanço em meio à crise", diz fonte da equipe econômica.
Quando o banco provisiona recursos, o dinheiro que iria para o lucro é reservado. Caso não haja inadimplência, o valor pode ser revertido em lucro.
Na avaliação dessa fonte, instituições preferiram reduzir o lucro temporariamente, com o aumento acima do necessário das provisões, para evitar a exposição de lucros "exuberantes" em meio à crise.
Reserva feita pelas instituições é bem superior à exigida pelo BC
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Bancos privados aumentaram fortemente as provisões contra calote em resposta ao crescimento da inadimplência nos empréstimos. Por isso, a reserva de recursos feita por essas instituições financeiras foi, inclusive, bastante superior à exigida pelas regras do Banco Central. A informação consta dos balanços dos principais bancos privados que operam no Brasil.
No primeiro semestre, o saldo das novas provisões de todos os bancos privados, nacionais e estrangeiros, somou R$ 18,816 bilhões.
No balanço, o Itaú Unibanco afirma que "o cenário econômico adverso, associado à crise financeira internacional, contribuiu para a elevação da inadimplência, afetando a qualidade do risco das carteiras de pessoas físicas e jurídicas". Para reagir a esse quadro negativo, o banco afirma que foi necessário "ampliar a despesa com a constituição de provisões". Por isso, a instituição separou R$ 8,1 bilhões nos seis meses. O valor é 57,5% maior que o determinado no primeiro semestre de 2008.
No Bradesco, a situação é semelhante. O banco reservou R$ 7,3 bilhões no semestre com o objetivo "de suportar eventuais cenários cíclicos, com aumento dos índices de inadimplência e/ou alterações no perfil de risco da carteira de crédito".
No balanço, o banco destaca que a "manutenção de níveis elevados de inadimplência no 2º trimestre de 2009, é resultado da retração econômica sobre a capacidade de pagamentos de nossos clientes".
Nesse caso, chama também a atenção o reforço extraordinário de R$ 1,3 bilhão que foi, segundo o banco, "calculado a partir de modelos estatísticos próprios". Ao todo, a provisão feita pelo Bradesco no semestre foi 118% maior que a de igual período do ano passado.
No maior banco estrangeiro que opera no Brasil, o Santander, a provisão somou R$ 4,9 bilhões. No balanço, a explicação é idêntica. O aumento anual de 57,9% nessa despesa é "decorrente principalmente da expansão de 14,9% da carteira de crédito e do aumento da inadimplência".
No governo, há a percepção de que os bancos privados decidiram aumentar as provisões por dois motivos: crescimento da inadimplência e uma forma de tentar não aumentar as críticas ao setor. "O segmento teve grandes operações que geraram lucros bilionários para bancos privados. Em alguns desses casos, a provisão pode ser uma forma de evitar que esse ganho apareça no balanço em meio à crise", diz fonte da equipe econômica.
Quando o banco provisiona recursos, o dinheiro que iria para o lucro é reservado. Caso não haja inadimplência, o valor pode ser revertido em lucro.
Na avaliação dessa fonte, instituições preferiram reduzir o lucro temporariamente, com o aumento acima do necessário das provisões, para evitar a exposição de lucros "exuberantes" em meio à crise.
Provisão dos Bancos
Bancos privados fazem mais provisão
Instituições reservaram R$ 2,25 para cada R$ 1,00 emprestado no primeiro semestre, enquanto estatais, R$ 0,16
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Levantamento do Banco Central mostra que bancos públicos e privados têm visões opostas sobre o futuro do crédito. Os públicos apostam que a inadimplência não preocupa e tende a cair. Já as instituições privadas estão preparadas para o aumento do calote.
Os bancos estatais separaram R$ 0,16 de provisão a cada R$ 1 em novos financiamentos realizados no primeiro semestre. Já nos privados, as provisões foram maiores: a cada R$ 1 em novos créditos, foram reservados R$ 2,25 contra prejuízos.
Os números mostram que a reserva de recursos feita pelas instituições controladas pelo governo para cobrir prejuízos cresceu a um ritmo três vezes maior que a expansão dos empréstimos no primeiro semestre de 2009. Nos bancos particulares, a mesma provisão avançou em velocidade 41 vezes maior.
Otimistas, bancos públicos emprestam cada vez mais. No fim de junho, a provisão desse conjunto de instituições como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal somava R$ 31,1 bilhões.
O valor é 34,2% maior que o registrado seis meses antes. Esse ritmo é três vezes maior que a expansão das operações de crédito nesses bancos, que avançaram 10,9% no período. A proporção - crescimento três vezes maior em meio à crise - é considerada "normal e razoável" pelos analistas que acompanham o setor.
Já nos bancos privados nacionais, a situação é bem diferente. Em junho, a provisão atingiu R$ 44,7 bilhões, com salto de 58,4% no semestre. A diferença para os públicos é que a carteira de crédito das instituições particulares avançou apenas 1,4% em seis meses. Assim, o ritmo de aumento da provisão foi 41 vezes superior à dos créditos.
Em Brasília, diretores dos bancos públicos afirmam que o novo crédito oferecido por BB e Caixa é de boa qualidade. Por isso, alegam as instituições, não é necessário realizar grandes provisões adicionais às exigidas pela Lei.
Além disso, a perspectiva para as operações segue positiva, dizem. A retomada da atividade econômica vai garantir o aumento das vendas, emprego e renda, o que deve garantir fôlego financeiro para famílias e empresas que tomaram financiamentos nos últimos meses.
Essa postura otimista, no entanto, é encarada com cautela por analistas. Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, pondera que BB e Caixa avançaram em operações consideradas "mais seguras", como o crédito consignado, o que exige menor volume de provisão. "Eles estão otimistas, mas é preciso aguardar alguns meses para ver se essas operações não exigirão atenção adicional. Isso ficará claro no próximo trimestre", diz o analista. Ele não descarta aumento da provisão dos bancos públicos no curto prazo.
16 maio 2008
Política de Crédito
A seguir uma compilação de textos recentes sobre política de crédito que saiu na imprensa brasileira. Adicionei um roteiro de questão que pode ser usado em conjunto com o livro de Administração do Capital de Giro (co-autoria com Alexandre Assaf Neto):
TIM contrata consultoria para reestruturação
Michelly Teixeira - O Estado de São Paulo – 7/5/2008
Para reverter os fracos resultados do primeiro trimestre e cumprir as diretrizes financeiras anunciadas ao mercado, a TIM Participações colocará a tática de redução de custos em sua “linha de ação”, que também levará em conta a oferta convergente de serviços. A sinalização foi dada ontem pelo presidente da empresa de telefonia móvel, Mario Cesar Pereira de Araujo, em teleconferência.
Segundo ele, a empresa contratou uma consultoria externa para promover uma “reestruturação e revisão dos processos da empresa”, a fim de reduzir custos e tornar a administração mais ágil. O executivo não divulgou o nome do prestador de serviço. (...)
A TIM registrou prejuízo líquido de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 454,5% em relação ao prejuízo de R$ 19,465 milhões registrado em igual período do ano passado. O resultado frustrou as expectativas do mercado. O principal motivo para a perda foi o aumento de 57,1% nas despesas com inadimplência - com provisões da ordem de R$ 271,7 milhões -, que resultou de uma “campanha agressiva” de televendas no segundo semestre de 2007. O processo de vendas do canal foi remodelado para se tornar mais rigoroso na política de crédito, explicou a empresa no balanço.
A receita média por usuário caiu 14,2% na comparação anual, para R$ 29,50 nos três primeiros meses do ano. A expectativa da TIM é de que essa receita suba nos próximos trimestres para algo entre R$ 32 e R$ 35, de acordo com o diretor-financeiro e de relações com investidores da empresa, Gianandrea Castelli Rivolta. No primeiro trimestre do ano passado, a TIM havia registrado uma receita média por usuário de R$ 34,40, passando a R$ 34,50 ao final do ano.
Para justificar a queda na receita por usuário, Rivolta mencionou o fato de a base de clientes pós-pagos, que corresponde a 20,7% da carteira, ou 6,758 milhões de linhas, ter evoluído a um ritmo “inferior ao esperado”, na ordem de 19%. Houve uma limpeza na carteira de clientes pós-pagos no período, resultando na perda de 12,5 mil assinantes. A TIM justifica ser essa uma “política austera” para garantir qualidade à carteira. “Evidentemente, não nos interesse colocar na base clientes que não pagam conta”, comentou o presidente da empresa. (...)
O que pode ter ocasionado o resultado na inadimplência ? Como a limpeza na carteira pode estar associado a uma política austera de crédito?
Avanço nas classes de menor renda afeta balanço das celulares
Por Taís Fuoco - 6 May 2008 - Reuters Focus
SÃO PAULO, 6 de maio (Reuters) - O alerta foi dado pela TIM , mas as empresas de telefonia móvel, sem exceção, sofreram quedas na receita por usuário do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2007. (...) A razão, para analistas que acompanham o setor, é a venda mais acentuada para as classes de menor poder aquisitivo, que geram uma receita menor. (...)
O diretor de relações com investidores da Oi, José Luis Salazar, admitiu, em teleconferência com analistas, que no varejo, "a partir do momento em que a empresa vem mergulhando na pirâmide e captando cliente das classes menos abonadas, ganha um custo maior de bad debt", afirmou, referindo-se à possibilidade da empresa ganhar maus pagadores com a estratégia.
A provisão para devedores duvidosos (PDD) da Oi saltou 55,2 por cento nos três primeiros meses do ano em relação a igual intervalo de 2007, para 222 milhões de reais. Enquanto isso, na TIM, que divulgou números nesta terça-feira, o salto foi de 57 por cento, para 271,7 milhões de reais.
De acordo com o balanço da Oi, o aumento reflete uma política de crédito mais flexível adotada a partir do segundo trimestre do ano passado, estratégia que também foi adotada pela TIM segundo os dados divulgados nesta terça-feira. A Oi também percebeu um efeito que ela não espera ver nos demais trimestres, que foi o atraso em alguns pagamentos de governos estaduais e municipais pela demora na aprovação dos orçamentos. (...)
(Reportagem Taís Fuoco, Edição Alberto Alerigi Jr.)
Segundo o texto, qual a relação entre o tipo de cliente e a despesa de provisão para duvidosos? Qual o significado de uma política de crédito mais flexível?Como o atraso nos orçamentos públicos afeta o desempenho da empresa?
TIM anuncia prejuízo de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre
6 May 2008 - FolhaNews
A TIM Participações, controladoras das operadoras de telefonia celular TIM Celular e TIM Nordeste, anunciou nesta terça-feira que obteve prejuízo de R$ 107,9 milhões no primeiro trimestre de 2008, 454% maior do que a do mesmo período do ano passado (R$ 19,5 milhões).
Segundo a empresa, o resultado foi impactado negativamente pelo risco de aumento da inadimplência. Preocupados com esse risco, a TIM elevou a PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) para R$ 271,7 milhões. Agora, o PDD corresponde a 9,6% da receita líquida de serviços, contra 6,5% no primeiro trimestre de 2007.
"O aumento das despesas com inadimplência resultou de uma campanha agressiva de televendas no segundo semestre de 2007. O processo de vendas deste canal foi remodelado para se tornar mais rigoroso na política de crédito", informou a empresa em comunicado ao mercado. (...)
Qual a relação entre a política agressiva e o risco?
Demora na aprovação de orçamentos estaduais e municipais eleva provisão de perdas da Oi
5 May 2008 - Valor + News
RIO - A demora de assembléias legislativas e câmaras de vereadores em aprovar o orçamento anual contribuiu para o aumento de 55,2% na Provisão de Devedores Duvidosos (PDD) da Oi no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, o valor foi de R$ 222 milhões, 36,1% superior aos R$ 163 milhões registrados no quarto trimestre de 2007. (...)
"A gente teve um primeiro trimestre afetado por algumas negociações, principalmente com governos estaduais e municipais, onde as assembléias legislativas e câmaras de vereadores demoraram a aprovar os respectivos orçamentos. Sem os orçamentos, os governos não podem empenhar as suas verbas e sem o empenho das suas verbas eles não podem pagar as suas despesas", frisou Salazar durante teleconferência com analistas, acrescentando que a expectativa é de melhorar esse indicador ao longo do ano.
O executivo explicou que a política de crédito mais flexível também contribuiu para o crescimento do PDD. "A partir do momento em que você vem mergulhando na pirâmide social e captando cada vez mais clientes nas classes menos abonadas, sem dúvida nenhuma, apesar desse cliente ser marginalmente positivo para a companhia, ele traz um custo maior de 'bad debts'", ponderou. (...)
(Rafael Rosas | Valor Online e Talita Moreira | Valor Econômico para o Valor Online)
Qual a relação entre orçamento público e a política de crédito das empresas? A relação entre flexibilidade no crédito e PDD foi direta ou inversa?
Claudio Humberto
13 August 2007 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro
(...) Agora, ao negativar um cliente com nome limpo, o supermercado Extra sapeca o carimbo “Política de crédito”. Nem o Procon entendeu a jogada.
Você poderia ajudar a explicar o significado do termo?
Produção maior de automóveis
12 September 2007 - Gazeta Mercantil
A indústria automobilística encostou nos 2 milhões de veículos produzidos no acumulado até agosto e, a não ser que aconteça uma hecatombe, já garantiu os 3 milhões no ano, se contabilizados os doze meses. (...)
Mas falar sobre recordes virou lugar-comum e, como tal, uma chatice. O que parece relevante são as causas que têm levado a tal situação. Sem dúvida, o prazo de crédito elástico foi fundamental, ambiente que agregou novos consumidores ao carro zero km. A situação, claramente, é possível num clima de crescimento da economia, com maior taxa de empregos e mais confiança do consumidor. (...)
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Ariverson Feltrin - Editor de Transportes & LogísticaE-mail: afeltrin@gazetamercantil.com.br)
O que significa prazo flexível? Qual a relação com maior produção?
Varig fecha acordo com BR para fornecimento de combustível
Ivone Portes - 22 May 2006 - FolhaNews
A Varig e a BR Distribuidora concluíram nesta segunda-feira o acordo para que o fornecimento de combustível à companhia aérea não seja interrompido. Em nota divulgada hoje, a BR informa que continuará sendo o principal fornecedor de querosene de aviação da Varig. Entretanto, não deu detalhes sobre os termos do acordo.
"O acordo é resultado do processo de negociação entre as duas companhias que acontece desde o início do ano, sempre no sentido de buscar uma solução para que a Varig continue voando até que se restabeleça completamente como uma das mais importantes companhias de aviação do Brasil", divulgou a distribuidora.
A BR informou ainda, em nota, que "jamais usou formas de pressão para alcançar seus objetivos comerciais, quer seja com a Varig, quer seja com o Judiciário que conduz o processo de recuperação judicial da companhia aérea".
"A Petrobras Distribuidora acredita firmemente na recuperação da Varig, posição esta que se manteve inalterada no tempo, pois, como credora, a BR manteve o crédito desde a entrada da companhia aérea no processo de recuperação judicial, em 17 de junho de 2005, até o término do contrato de fornecimento em 30 de dezembro de 2005."
A distribuidora afirmou ainda que prosseguirá trabalhando com todo o empenho para apoiar um de seus maiores e mais emblemáticos clientes consumidores.
Em razão da crise financeira da Varig, que colocou em dúvida a viabilidade da empresa, a BR Distribuidora reduziu progressivamente o prazo de crédito para a companhia aérea e chegou a exigir o pagamento antecipado pelo combustível. A Varig entrou na Justiça pedindo que a distribuidora concedesse prazo de pagamento pelo combustível.
O leilão de venda da Varig está previsto para ocorrer no dia 9 de julho próximo. A Assembléia de Credores da Varig aprovou uma proposta que prevê a venda da companhia integralmente ou separada --somente operações domésticas. Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em mais de R$ 7 bilhões e que ficariam com empresa separada.
Você concorda com a nota de Petrobrás onde afirma que não fez pressão sobre a Varig? Se isso ocorreu, quais os motivos?
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