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12 janeiro 2015

Finanças Pessoais: A Regra dos Dois Zeros

Semana passada nós mostramos a “regra dos 70”, postagem na qual indicamos uma forma fácil de calcular em quanto tempo um investimento irá dobrar o valor. Esta semana iremos mostrar outra regra fácil para que você evite os cálculos complexos da matemática financeira, sem perder muita precisão: a regra dos dois zeros.



Esta regra é útil quando desejamos saber o impacto de uma despesa mensal durante um longo período. Tente imaginar uma despesa que você tem todo mês e que poderia não existir. Algumas destas despesas existem porque você tem preguiça de cancelar o pagamento (a assinatura do TV a cabo ou até mesmo a simplificação para um plano que se adapte melhor às suas necessidades, por exemplo); outras por que você consegue obter prazer (fumar dois maços de cigarros por dia); e existem aquelas que você paga para tentar forçar um hábito, como é o caso do pagamento da mensalidade da academia de ginástica sem de fato utilizar o benefício.

Vamos imaginar que você pague R$200 com da TV por assinatura, ou com a mensalidade da academia. Entretanto, há muito tempo você quase não usufrui dos filmes, documentários ou notícias da sua televisão por falta de tempo, ou por usar mais o Netflix e a internet. Qual o impacto desta pequena despesa no seu orçamento? Para responder a esta questão basta aplicar a regra dos dois zeros. Ela funciona de maneira bem simples: coloque dois zeros após o valor da sua despesa mensal. Assim, R$200 viram R$ 200 00: vinte mil reais. Ou seja, se você gasta todo mês duzentos reais com uma despesa da qual não está usufruindo, está gastando à toa, no longo prazo, vinte mil reais.

Faça você mesmo o teste com alguma despesa inútil mensal que você tenha. Pode ser jogar na loteria esportiva toda semana, comprar livros que poderia pegar emprestado na biblioteca ou comprar a camisa de um time de futebol. O efeito no longo prazo é facilmente obtido com a regra dos dois zeros.

Como funciona? A fórmula é derivada da matemática financeira e conhecida como perpetuidade. Quando temos uma despesa que se repete durante um longo período, o valor presente é obtido dividindo-se o fluxo de caixa pela taxa de juros. O que a matemática financeira chama de “perpetuidade” ou “um longo período de tempo” pode ser algo em torno de cinco a dez anos. Assim, o valor presente do pagamento de duzentos reais todo mês é obtido dividindo os duzentos pela taxa de juros. Como os juros no Brasil são tradicionalmente elevados, podemos imaginar uma taxa de 1% ao mês como o custo de oportunidade. Assim, ao dividir duzentos por um por cento temos: $200 / 1% ou $200 / 0,01. Isto corresponde a colocar dois zeros na parte de cima da expressão.

04 junho 2012

Imóveis 2

Ainda sobre o mesmo assunto:

Os valores dos aluguéis estão em alta. Vale a pena investir num imóvel residencial para receber o rendimento mensal da locação?

Só vale a pena se o valor mensal do aluguel corresponder a, no mínimo, 0,6% do preço do imóvel (algo como 7,5% ao ano). Esse é um rendimento equivalente ao da poupança e pode ser superior ao dos fundos DI se a taxa Selic cair para 8% ao ano, como esperam muitos economistas.


O aluguel pode ser considerado um tipo de perpetuidade. Trata-se de um fluxo de caixa vinculado ao valor do imóvel. O que é interessante é que o valor do aluguel pode servir de proxy para obter o valor do imóvel.