13 fevereiro 2023
11 novembro 2021
Surgimento das partidas dobradas e o poder da Itália
Uma das questões importante da história contábil é o surgimento das partidas dobradas. O gráfico acima é um trecho de um gráfico maior, de abrange o início das civilizações e chega até o século XX. O gráfico destaca o período entre 1250 a 1600 e cada cor representa uma "civilização". Em destaque, no alto, a "Itália". Veja que a Itália não era uma civilização forte, apesar dos pintores e da criação das partidas dobradas. No momento que a contabilidade "surgiu", em torno de 1300 depois de Cristo, os Mongóis dominavam o mundo (amarelo) e esta é a história de Marco Polo. Os otomanos turcos começam um fase de aumento de prestígio (azul claro), mas na Europa a principal "nação" era o território oriundo do Santo Império Romano (Áustria e arredores).
14 fevereiro 2021
Partida Tripla
A "piadinha" eu encontrei em um jornal infantil existente na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional. O autor da piada desconhece contabilidade, mas vale a pena transcrever aqui (fiz ajustes para adequar ao português atual e a leitura ficar mais fluída):
As partidas tríplices
O João Firmino, lendo, num jornal da tarde, que certa firma comercial necessitava de um guarda-livros, apresentou-se como candidato. Recebido pelo chefe do estabelecimento e tendo respondido as primeiras perguntas satisfatoriamente, o homem declarou:
- Estou inclinado a dar-lhe o lugar...
Fez uma pequena pausa, para logo prosseguir:
- ... desde que o senhor entende do sistema de partidas dobradas na contabilidade. Entende?
- Sim, entendo.
30 abril 2020
28 fevereiro 2020
24 janeiro 2020
Quando surgiu o termo "partidas dobradas"
Não se sabe muito sobre Savonne, exceto que publicou o primeiro livro francês de contabilidade; este livro foi muito popular, assim como o de matemática.
Pacioli chama de “il modo di Vinegia” ou "ao modo de Veneza".
Veja Gonçalves M. (2019). Contabilidade por partidas dobradas: história, importância e pedagogia (com especial referência à sua institucionalização em Portugal, 1755–1777). De Computis - Revista Española de Historia de la Contabilidad, 16 (2), 69 - 142. doi: http://dx.doi.org/10.26784/issn.1886-1881.v16i2.355
10 janeiro 2020
História da Contabilidade: Partidas Simples
No Brasil, durante os anos de 1800s, as partidas simples eram usadas e ensinadas. Em 1827, um anúncio publicado em um jornal, apresentava um candidato a um emprego que sabia os dois métodos. Um dos primeiros autores de contabilidade do Brasil, Burnier, ensinava no seu livro os dois métodos. A própria contabilidade pública só deixou as partidas simples no início do século XX.
Para quem aprendeu contabilidade somente com as partidas dobradas, o uso das partidas simples parece muito, mas muito estranho. Para mostrar como funciona, vou tomar o exemplo do livro Curso Prático de Contabilidade, capítulo 3, nas cinco primeiras transações.
Evento 1 - Investimento do capital pelos sócios - seria registrado, a haver, o valor do capital constituído de $20 mil
Evento 2 - Compra de materiais elétricos a prazo - registra-se, a haver, o valor de $1.500.
Evento 3 - Pagamento do aluguel de, de 1.000, de uma sala comercial - é feito o registro do pagamento, pelo dinheiro que foi pago, usando o débito.
Evento 4 - Compra de máquinas à vista, no valor de 7.500 - nesta transação é feito o registro do dinheiro da transação, debitando o caixa
Evento 5 - Prestação de serviço, recebendo à vista - é feito o registro do recebimento
Veja que não existe os ativos “materiais elétricos” ou “máquinas” no balanço da empresa. Um aspecto importante é que os conceitos de “crédito” e “débito” ou “haver/deve” existiam com as partidas simples.
Este método possuía uma grande vantagem: facilidade de operação. Assim, era útil para os pequenos negócios, sendo fácil de usar. Funcionava bem como um controle das dívidas e dos empréstimos. Mas não era possível saber, por exemplo, o valor real dos ativos. Com o crescimento das operações comerciais, a falta do registro dos ativos e de outras contas tornaram visível os problemas das partidas simples.
Para terminar, é interessante que o conceito de singelo é o seguinte:
1 Não composto, não dobrado; simples.
2 Desprovido de enfeites ou ornatos.
3 Que não apresenta qualquer dificuldade à sua compreensão; simples.
4 Que se deixa facilmente enganar; que não é malicioso; ingênuo, inocente.
5 Que não apresenta ou revela dissimulação.
6 Não corrompido; natural, puro.
07 novembro 2019
22 dezembro 2017
16 março 2017
09 setembro 2013
Rir é o melhor remédio
08 outubro 2012
16 julho 2012
Ensinando Débito e Crédito
Escrevi, há anos, um texto introdutório de contabilidade. Minhas opções pedagógicas foram baseadas no que estava sendo ensinado em outros países, principalmente os Estados Unidos. A razão disto era que os livros brasileiros de então estavam defasados em termos de metodologia e conteúdo. Durante os anos seguintes, quando usei o livro Contabilidade Básica em sala de aula, esta impressão foi cada vez mais reforçada: somos responsáveis pelo ódio que as pessoas possuem da contabilidade por termos uma abordagem de ensino defasada e inapropriada. Os estudantes acham a contabilidade complicada demais, sem sentido com as coisas práticas, baseadas em regras sem fundamento, entre outros aspectos negativos.
O método de ensino das partidas dobradas deveria ser escolhido a partir de experiências realizadas nas instituições de ensino. Situações típicas relacionadas à forma de ensinar (como: devemos mostrar os efeitos na equação contábil dos lançamentos; as primeiras transações contábeis devem incluir os efeitos sobre o resultado e como isto deveria ser mostrado) têm sido objeto de pesquisa. Geralmente os pesquisadores confrontam duas possibilidades, com aplicação de verificação de aprendizagem aos grupos de estudantes que tiveram acesso aos métodos distintos. O resultado dos testes é determinante para a escolha de qual método é melhor para fazer com que os conhecimentos contábeis sejam absorvidos pelos alunos.
Isto é muito diferente do que ocorre no Brasil, onde os professores escolhem as obras didáticas pelo fato de terem estudados naqueles livros. Nunca pelo fato de serem os melhores livros para ensinar contabilidade.
Leia mais em:
PHILLIPS, F; HEISER, L. A Field Experiment Examining the Effects of Accounting Equation Emphasis and Transaction Scope on Students Learning to Journalize. Issues in Accounting Education. Vol. 26, n. 4, 2011, p. 681-699.
16 maio 2012
Débito e Crédito
Fleury faz provisão de R$ 10 milhões, mas mantém margem - 4 de Maio de 2012 - Valor Econômico - Beth Koike
Observe o leitor o uso da palavra débito no texto. Refere-se a provisão para devedores duvidosos.
25 outubro 2011
História
De onde vêm as boas ideais – Steven Johnson – Zahar p. 51
30 julho 2011
Partidas dobradas
Eis um exemplo interessante do poder das partidas dobradas:
A CBF encaminhou uma planilha (quitações por conta administrativa) onde informa que, em 2009, a Federação Maranhense de Futebol recebeu R$ 440 mil. Em 2010, o repasse foi de R$ 400 mil. Este ano, somente até o mês de junho, a CBF já repassou a quantia de R$ 180 mil. No total, entre janeiro de 2009 e junho de 2011, a FMF recebeu R$ 1 milhão e 20 mil reais.
O Balanço Financeiro da FMF, publicado no site da entidade e encaminhado para a Promotoria do Consumidor pela CBF, informa que, em 2010, teriam sido feitos dois depósitos: o primeiro no valor de R$ 320 mil e, o segundo, de R$ 240 mil. No total, teria sido repassado, somente em 2010, a importância de R$ 560 mil. Bem diferente dos R$ 400 mil informados pela CBF.
No entanto, em entrevista esta semana, o presidente da Federação Maranhense de Futebol, Alberto Ferreira, disse que ocontador Josafá Lopes do Nascimento, responsável pela contabilidade da FMF, se equivocou. Segundo Alberto, o repasse da CBF à Federação, em 2009, foi de R$ 420 mil e o mesmo montante teria sido repassado no ano seguinte. Somados, em dois anos, a CBF, segundo Alberto Ferreira, teria repassado R$ 840 mil, exatamente o que foi informado pela CBF.
Fonte: aqui
Observem de quem é a culpa...
19 janeiro 2011
Por que falamos “estou em débito com você”?
Em contabilidade, a palavra débito corresponde a um termo neutro. Quando uma empresa compra uma mercadoria, debita estoques e credita bancos, indicando que uma aplicação dos recursos em estoques. Quando se paga uma dívida com o banco, debita empréstimos e credita bancos, mostrando que recursos foram destinados a redução da dívida. Se a empresa obteve receita, debita bancos e credita receita, indicando que valores apareceram na conta corrente da empresa em razão das receitas geradas. Assim, no método das partidas dobradas, o termo é uso de uma maneira neutra, referindo o destino dos recursos. (Para uma explicação mais detalhada, vide o livro de minha co-autoria "Contabilidade Básica".)
Entretanto no senso popular é comum as pessoas falarem: "estou em débito com você". Neste caso, indica que estaria em dívida com alguém. O sentido do termo débito é negativo na linguagem popular. Qual a razão para que isto ocorra?
O dicionário registra que a origem do termo deve-se ao latim debitum que corresponde a uma dívida especial de dinheiro. Do latim existe a palavra debere que corresponde a dever, estar obrigado a alguma coisa. O Houaiss informa que o termo aparece na língua portuguesa em 1485, nove anos antes da publicação do livro de Luca Pacioli. Isto indicaria que o termo já existia antes de ser incorporado pela contabilidade. Assim, talvez o problema esteja no fato da contabilidade ter usado uma palavra errada para referir-se a destino.
Mas o fato de ainda hoje permanecer usando "débito" com o sentido negativo pode ter uma explicação. As pessoas geralmente usam conta corrente numa instituição financeira. Quando um banco retira dinheiro da conta corrente do cliente, em virtude de um pagamento feito com um cheque, aparece no extrato um débito. Observe que neste caso o banco está informando a transação sob sua ótica: saiu dinheiro da conta corrente do cliente e conseqüentemente saiu dinheiro do banco. Assim, as pessoas quando retiram seu extrato observam que ocorreu um "débito" quando o dinheiro saiu da sua conta, que é um evento negativo.
08 dezembro 2010
Dívida
Mas os riscos crescem na mesma proporção. E, de tempos em tempos, isso se reflete nos números da empresa. DINHEIRO teve acesso ao balanço financeiro da companhia referente ao terceiro trimestre de 2010. Nele, observa-se que o ativo total da construtora saiu de R$ 4,5 bilhões, em 31 de dezembro do ano passado, para R$ 3,9 bilhões até 30 de setembro deste ano – queda de 13%.
O patrimônio líquido encolheu 43,3% no mesmo período – saiu de R$ 808 milhões, em 2009, para R$ 458 milhões no encerramento do terceiro trimestre de 2010. Já o endividamento saltou de R$ 121 milhões, em 2009, para R$ 629 milhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano.
"O meu negócio é dívida" - Por Eliane Sobral - Isto é Dinheiro
Se o termo "endividamento" representar o passivo, como geralmente é empregado, algo não fechou nas contas: ativo = 3,9 bilhões; patrimônio líquido = 458 milhões.
18 novembro 2010
Registro da Corrupção
Do lado russo, Medvedev, o primeiro-ministro, pretende reduzir a corrupção do país.
Conforme o Wall Street Journal (Corporate News: Russia Investigates Daimler Bribery Claims, William Mauldin, 13 November 2010):
Na sua contabilidade interna, a Daimler registrou o suborno como comissões, descontos especiais ou um termo alemão que se traduz como pagamentos útil ou necessário, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.