O resumo:
O objetivo deste artigo é investigar a influência dos traços de personalidade narcisista dos CEOs no endividamento das empresas brasileiras não financeiras listadas na B3. Pesquisas sobre os traços narcisistas têm como temática principal o impacto na rentabilidade das organizações. Desse modo, este trabalho visa preencher a lacuna da compreensão das implicações dos traços narcisistas dos CEOs nas decisões de endividamento das empresas e dos seus determinantes ao inserir uma característica psicológica. Esta pesquisa se torna relevante pois ajuda acadêmicos, profissionais de negócios e formuladores de políticas a identificarem padrões e tendências que possam alertar para possíveis crises financeiras. O impacto causado por este artigo está relacionado às evidências acerca dos efeitos que a contratação de CEOs narcisistas ocasionam no endividamento, pois compreender a interação entre o perfil do CEO e as escolhas financeiras da empresa pode fornecer orientações práticas para a gestão de riscos e tomadas de decisão informadas, contribuindo assim para o campo da estratégia empresarial e finanças corporativas. Foi utilizada uma amostra de 299 empresas não financeiras, analisadas de 2011 a 2020, com dados da base da Economatica, Relatórios Anuais, Relatos Integrados, Relatórios de Sustentabilidade e Relatórios da Administração. Para mensurar os traços de personalidade narcisista utilizou-se duas proxies, baseadas na assinatura e na proeminência da fotografia do CEO. O endividamento foi medido pelos indicadores: endividamento oneroso, total, de curto e longo prazo. Os resultados apontam que quanto maior os traços narcisistas dos CEOs maior será o endividamento das organizações, contribuindo para compreensão aprofundada dos fatores que influenciam as decisões financeiras das empresas, uma vez que identificar os fatores que levam a decisões arriscadas de endividamento pode permitir a implementação de medidas preventivas e estratégias de gestão de risco mais eficazes.