Um texto da Vox questiona se a tecnologia está fazendo com que as pessoas percam um pouco da sua moralidade. Apesar de achar o texto com algumas inferências sem apoio, não deixa de ser uma boa reflexão. Alguns trecho a seguir:
Múltiplo estudos sugeriram que a tecnologia digital está diminuindo nossa atenção e nos deixando mais distraídos. E se também estiver nos tornando menos empáticos, menos propensos a ações éticas? E se estiver degradando nossa capacidade de atenção moral - a capacidade de perceber as características moralmente salientes de uma determinada situação, para que possamos responder adequadamente? (...)
Os designers do Vale do Silício estudaram um conjunto inteiro de “tecnologia persuasiva" truques e os usaram em tudo, desde as compras com um clique da Amazon até o Feed de Notícias do Facebook e o algoritmo de recomendação de vídeo do YouTube. Às vezes, o objetivo da tecnologia persuasiva é fazer com que gastemos dinheiro, como na Amazon. Mas muitas vezes é apenas para nos manter olhando, rolando e clicando em uma plataforma pelo maior tempo possível. Isso ocorre porque a plataforma ganha dinheiro não vendendo algo para nós, mas vendendo-nos - ou seja, nossa atenção - para os anunciantes.(...)
Em 2010, psicólogos da Universidade de Michigan analisaram os resultados de 72 estudos sobre os níveis de empatia dos estudantes universitários americanos realizados ao longo de três décadas. Eles descoberto algo surpreendente: houve uma queda de mais de 40% na empatia entre os estudantes. A maior parte desse declínio ocorreu depois de 2000 - a década em que o Facebook, Twitter e YouTube decolaram - levando à hipótese de que a tecnologia digital era a principal culpada.(...)
Mianmar oferece um exemplo trágico. Alguns anos atrás, os usuários do Facebook usaram a plataforma para incitar a violência contra os Rohingya, um grupo minoritário majoritariamente muçulmano no país de maioria budista. Os memes, mensagens e "notícias" que o Facebook permitiu publicar e compartilhar em sua plataforma difamaram os Rohingya, classificando-os como imigrantes ilegais que prejudicaram os budistas locais. Graças ao algoritmo do Facebook, essas postagens emocionantes foram compartilhadas inúmeras vezes, direcionando a atenção dos usuários para uma visão cada vez mais estreita e sombria dos Rohingya. A plataforma, por sua própria admissão, não fez o suficiente para redirecionar a atenção dos usuários para fontes que colocariam essa visualização em questão. A empatia diminuiu; o ódio cresceu.
Em 2017, milhares de Rohingya foram mortos, centenas de aldeias foram queimadas no chão e centenas de milhares foram forçadas a fugir. Era as Nações Unidas disse, “um exemplo de livro didático de limpeza étnica." (...)
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