A questão da automação do trabalho contábil, que tanto preocupa algumas pessoas nos dias de hoje, na verdade é uma presença nas entidades há muito tempo. No final da década de 30 do século passado funcionava em João Pessoa a maior agência de crédito do Brasil:
(Foto: O Cruzeiro, ed. 6, de 10 de dezembro de 1938, p. 64). Esta agência tinha um setor de contabilidade com esta apresentação:
(Fonte: Idem). Observe a quantidade de funcionários que trabalhavam na contabilidade. Oito anos antes, anunciava uma maravilha de revolução tecnológica, a Mercedes Addelektra, uma máquina que era um "prodigio da mechanica Allemã", conforme anúncio:
Imagine o empregado de uma casa bancária, preocupado com o fato de que a Mercedes Addlektra poderia tirar seu emprego (Fonte: O Cruzeiro, 24 de maio de 1930, ed. 81, p. 62). Dois anos antes, a Papelaria União anunciava a venda do National Indices Visiveis, um sistema de fichas "lógico e perfeito" que permitia o controle e classificação de qualquer assunto em todas as atividades. Cada ficha do sistema mostra a posição diária de cada assunto e abrangia preço, vendas, conta corrente, vencimentos, despesas, razão, impostos, registro de apólices, produção, custo, entre outros (O Cruzeiro, novembro de 1928, p.49)
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21 outubro 2013
História da Contabilidade: A Mecanização da Contabilidade
A mecanização da contabilidade no Brasil talvez tenha se
iniciado em 1921, com a decisão de importação de máquinas da IBM para ajudar no
setor público. Estas máquinas receberam o nome de Hollerith, em homenagem ao
inventor do método do cartão perfurado. A presença dos equipamentos Hollerith
foi tão forte no Brasil que se tornou um nome comum, significando o documento
de comprovação do depósito do salário, holerite ou contracheque (1). O processo
de instalação das máquinas foi penoso, pois existiam uma série de tramites
burocráticos, incluindo a taxação excessiva dos equipamentos.
A crise do café reduziu o ímpeto de adoção de tecnologia nos
escritórios de contabilidade ou nos setores de contabilidade das empresas. O
gráfico a seguir apresenta a evolução da importação de máquinas de escrever em
toneladas (2):
(O ano de 1947 está ilegível e a importação de 1951, no
primeiro semestre, quase supera a importação de todo o ano de 1950)
A importação de máquinas de calcular também segue o mesmo
padrão. No primeiro semestre de 1951 foram importadas 337 toneladas de máquinas
de calcular contra 122 toneladas do primeiro semestre de 1950.
Apresentamos, a seguir, uma série de anúncios publicados no
jornal Estado de S. Paulo, entre 1950 e 1952, com produtos que poderiam ser
usados na mecanização das funções contábeis de uma empresa. Inclui livros que
ensinam como usar o sistema Ruf, exposição de empresas de máquinas e máquinas
para diversas situações:
(1) Conforme a demonstração contábil da Serviços Hollerith
S/A, publicado no Estado de S Paulo, 12 de fevereiro de 1950, ed 22930, p. 20.
(2) Estado de S. Paulo, 13 de novembro de 1951, ed. 23467,
p. 5.
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