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Mostrando postagens com marcador maratona Netflix. Mostrar todas as postagens
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14 junho 2024

Maratonar

A ascensão da Netflix e de outros canais de streaming levou à criação do verbo "maratonar". Isso significa passar horas diante de uma tela assistindo a um programa favorito. Ao contrário da televisão tradicional, que liberava as ficções em conta-gotas, os streamings muitas vezes entregam o produto de uma vez só. E as pessoas querem assistir aos episódios logo, para comentar com amigos e ver as reações na rede.

Há uma frase de um gestor da Netflix que resume um pouco isso: "o maior inimigo da empresa é o sono". Temos aqui a tradução, em outras palavras, do significado de maratonar. Mas será isso um problema?

Li recentemente um texto sobre o assunto no excelente The Conversation. E o autor, um historiador, lembra que a maratona não é algo novo. Trata-se de uma tradução de um desejo humano muito antigo de estar imerso em uma história. As narrativas orais estiveram muito presentes na evolução humana. O livro "Odisseia", atribuído a Homero, está baseado nessas narrativas, mas a tradição deve ser bem mais antiga.

A evolução tecnológica muda um pouco esse cenário. E falo aqui do livro, não da televisão. O livro traz a possibilidade de registrar de maneira mais precisa as narrativas e, a grande mudança, permite que muitas pessoas possam ter acesso a elas. A imprensa de Gutemberg trouxe leitores ávidos em todo o mundo, que devoravam os romances em público ou à luz de velas.

Já comentei aqui sobre o livro "O Infinito em um Junco", que traz, de maneira maravilhosa, a transformação da linguagem oral na escrita. Também nunca é demais lembrar que a revolução da contabilidade das partidas dobradas foi muito acelerada graças a um livro. E que Portugal, e o Brasil por consequência, ficou atrasado economicamente pelo fato de alguém ter escolhido o capítulo errado para verter na nossa língua.

O livro trouxe então uma efetiva maratona, que era muito inclusiva, já que as mulheres, veja que horror, adquiriram gosto em ler na cama, rindo alto de uma narrativa, emocionando-se com outras, adquirindo hábitos ofensivos. E muitas obras, como "Memórias de um Sargento de Milícias", foram lançadas em capítulos, a conta-gotas, nos jornais da época.

Mesmo com esta longa descrição, ainda assim, quando pensamos em maratonar, estamos associando à Netflix. Talvez a existência de um grande conteúdo, a concorrência entre os canais e a acessibilidade tornem o termo mais apropriado para ser usado nos nossos dias.

Voltando ao texto do The Conversation, o autor pergunta, no final, qual a razão de gostarmos tanto da maratona. Há razões químicas (liberação de dopamina, que está associada ao prazer e vício), emocionais (queremos saber como acaba) e, isto não é explorado no texto, queremos estar prontos para compartilhar a experiência com os amigos.

Há uma mudança sutil em relação ao passado. Nas palavras do texto:

"Hoje em dia, maratonar frequentemente vem acompanhado de sentimentos de culpa e improdutividade, refletindo uma mudança nos valores sociais em relação ao tempo de lazer. Em certos momentos do passado, o envolvimento prolongado com histórias seria visto por alguns grupos como uma atividade cultural valiosa, contribuindo para o enriquecimento pessoal e interação social."

Fechando,

"Talvez, ao reconhecer este precedente histórico, possamos apreciar nosso amor pela maratona e não nos sentir tão mal com isso."


12 setembro 2015

Contabilidade Sobrenatural

Supernatural (Sobrenatural em português e no SBT) é uma das minhas séries prediletas. Por estar na décima temporada acho que a premissa é conhecida, mas vamos lá:

Supernatural narra a história de dois irmãos, Sam Winchester (Jared Padalecki) e Dean Winchester (Jensen Ackles), que caçam demônios, fantasmas, monstros e outras criaturas sobrenaturais no mundo.

No início era um programa mais simples, voltado para um suspense-maior-de-idade. Mas a série amadureceu e trouxe uma veia cômica excelente. Os casos também foram piorando... se bem que o episódio que mais me dá nervoso é o dos espantalhos, enquanto para outros é o do palhaço. Depois disso, já conhecemos muita aventura bíblica ou mitológica.

Estou escrevendo isso só para colocar a cola de uma tela! ;)

No episódio 18 da décima temporada, Dean atende assim ao telefone:

Supernatural S10E18 Winchester's Accounting Contabilidade

Não vou contar o resto porque aqui é spoiler free. Só vou dizer que sinto muito a falta do Bobby e da Meg (com a Rachel Miner). E que torço para que realmente criem Wayward Daughters...  There'll be peace when you are done...♪♪♪♪♪  ]

Ah! Quem dera houvesse um tanto mais de contabilidade nas séries né? Por enquanto deixo também a indicação do ... hum... ele não deixou o nome. Mas são webisodes da série The Office, mas com contadores. Ainda não pude assistir, então todos temos esse dever de casa. Vou cobrar só em novembro... ;)

Você assiste Supernatural? Assistia The Office?

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P.S. - Quando eles vão fazer algo sobre o Adam?

08 julho 2015

Resenha: Orange Is The New Black

Orange Is The New Black (OITNB) é uma série Americana produzida pelo Netflix (serviço de TV pela internet), baseada no livro publicado por Piper Kerman com base em sua vida e é da mesma criadora da série Weeds, Jenji Kohan.

A personagem Piper é uma nova-iorquina comum, aparentemente sem nada de muito interessante. Ela está noiva, tem amigos e familiares, um blog, um negócio de velas e produtos de banho (ou algo similar), até que um dia há um julgamento relacionado a tráfico de drogas, ela é citada porque  participou de um transporte internacional de entorpecentes e acaba se entregando voluntariamente (até onde isso é possível) em Litchfield, uma prisão de baixa segurança... Vemos como ela está despreparada quando pedem para ela entregar o iPhone para o noivo porque lá não é permitido. A primeira preocupação dela? Como atualizar o blog!? Pois é.

Aí ela entra e logo ficamos com receio de alguns clichês envolvendo a vida na prisão, mas eles até que conseguem consideravelmente contornar isso. Há riqueza de personagens, situações interessantes e bem elaboradas. Eu comecei a assistir por assistir, achei que logo acharia tedioso, mas ainda não foi o caso.

Não há nenhuma contadora encarcerada (!!!), mas há desvio cara de pau de dinheiro por uma das administradoras da penitenciária. Na terceira temporada há também dicas para se montar um negócio... claro que de forma nebulosa e na prisão, mas há alguns ensinamentos valiosos como motivação e valorização de funcionários, aproveitamento eficaz de recursos, importância da criatividade e de se pensar de formas não tradicionais.

Ah! Na terceira temporada tem uma cena bem legal também, em que comentam a parte do livro Freakonomics sobre aborto e violência. Leia mais aqui sobre o que foi escrito no livro. Não vou entrar em detalhes quanto a cena porque a resenha é spoiler free.


Na quarta temporada (ainda não disponível) haverá uma prisioneira que remete um bocado à Martha Stewart (empresária e apresentadora de TV norte-americana que foi condenada a cinco meses de prisão em 2004). Ansiosa por isso!

Vale a pena: Sim. Não é uma série viciante, mas tem seu apelo. Além de o acesso ser fácil já que, por ser produzida pelo Netflix, basta que você seja assinante (o básico é R$19,90 por mês, o premium 29,90 - o primeiro mês é grátis). Ou seja, você pode assistir a qualquer momento e por diversos dispositivos (celular, tablets, smart TV, e outros gadgets que sejam preparados para o acesso à internet).

Formato: Série
Classificação indicativa: 18 anos
Gênero: Comédia dramática, humor negro, crime
Duração: 51 a 92 minutos
País de Origem: Estados Unidos
Distribuido por: Netflix
Empresa de televisão original: Netflix

Temporadas: 3 (39 episódios)



Evidenciação: Programa adquirido com recursos particulares, sem quaisquer ligações con o Netflix ou com a série resenhada.

06 maio 2015

Resenha: Mad Men

Mad Men é basicamente uma série sobre o mundo publicitário nos anos 1960. No início, quando apresentando o escritório, a contabilidade é mencionada assim:
Accounting
They keep track of how much we're spending versus how much we're taking in.
And since we're buying futures, if you ever, ever see, um, the man upstairs go in there, grab the lifeboats, baby We're going down.
É um programa cheio de críticas e aclamações. Já ganhou diversos Emmys e Globos de Ouro, é considerada uma série que retrata fielmente os anos 1960 entre outros n elogios.

Inicialmente confesso ter tido dificuldades para assistir, mas é uma série curiosa... passei a gostar, não sei se por costume ou por causa da evolução cultural. Há uma amplitude surreal de temas tratados: tabagismo, feminismo, infidelidade, alcoolismo, antissemitismo, racismo. É impressionante o comprometimento. Há uma equipe meteorológica especializada em saber exatamente como estava o clima naquela época para que o episódio reflita com exatidão. Isso acaba nos acrescentando um pouco de conhecimento em fatos aleatórios da história norte-americana (como a smog tóxica que aparentemente matou de 169 a 400 pessoas e foi mencionada por Megan, que não deixa o personagem principal, Don, abrir a porta da sacada), além de incrementar o entretenimento. É interessante as reações frente ao assassinato de Martin Luther King Jr. em 1968 e até ao suicídio de Merlin Monroe que era considerada um exemplo para as mulheres, que a idolatravam.

Claro que há muito dinheiro envolvido! Isso fica óbvio pela riqueza de cada capítulo. A produção média por episódio está estimada em US$ 2,84 milhões, os direitos de transmissão do Netflix custaram US$ 100 milhões (e foram ditos terem estourado os índices de audiência do show) e mais cem milhões de dólares foram estimados para as vendas de DVD/Blu-ray e i-Tunes.

Se a descrição te agradou, tente assistir. Algumas temporadas estão no Netflix. A sétima e última da série, que se encerrará em 17 de maio, está sendo exibida atualmente, o que fez com que se aumentasse o frenesi.

Eu li que as pessoas que viveram o que é retratado não conseguem assistir e não porque a história seja tosca, mas exatamente pela riqueza de detalhes, por relembrar péssimos momentos principalmente para mulheres e negros. Eu, particularmente, tinha que fazer outra coisa enquanto assistia certos momentos hoje considerados absurdos, como o noivo de uma personagem a estuprá-la (Sim!!! É pesado!) por ela não estar interessada em sexo naquele momento, a “mão-boba” ser natural, o psiquiatra ligar para o marido da paciente para que ele fique ciente das reclamações e problemas dela. Naquela época uma mulher não podia nem se hospedar em um hotel sozinha (devia haver ao menos uma dama de companhia).

As reportagens apontam como curiosidade 7 dos 9 escritores serem mulheres, mas não acho que isso mereça o peso que dão, como se elas fossem antifeministas ou algo do gênero. Há comprometimento e profissionalismo que fazem com que a realidade seja bem retratada e o fato é que aquela realidade era pesada, dura e até nojenta. Acho positivo o conhecimento bem direcionado, priorizando a verdade, não sendo dirigida pelos comitês prontos para reclamar de absurdidades e idiossincrasias.
Fatos curiosos mesmo: os cigarros são todos herbais (eu procurei isso porque fiquei impressionada: eles fumam O TEMPO TODO!); a bebida “old fashioned” é suco de maça; em certo momento os produtores sabiam que teriam que comprar os direitos de uma música dos Beatles. A escolhida foi “Tomorrow Never Knows” que tocou no episódio 8 da 5ª temporada e custou US$ 250.000.

Mad Men
Formato: Seriado
Idioma: Inglês (US)
Gênero: Drama
Duração: 47 minutos
Onde assistir: Netflix

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