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12 novembro 2023

Cheiro dos livros antigos

Qual a razão para os livros antigos terem um cheiro tão bom? Eis a resposta técnica:

Um perfume de amêndoa vem benzaldeído no papel. Vanilina, o principal composto da baunilha, é responsável por uma fragrância doce de baunilha. Etilbenzeno, usado em tintas e tintas, tem um cheiro de plástico doce. Hexanol de 2-etil, encontrado em solventes e aromas, cheira levemente floral.


Os livros modernos já usam produtos químicos e não produzem a mesma sensação. Há até um termo para isso, na língua inglesa: biblichor, que combina o termo livro (biblio, em grego) e odor. É derivado do termo que trata o cheiro da chuva, quando cai em solo seco: petrichor

06 agosto 2023

O Infinito ao Junco

O livro "O Infinito em um Junco" é, antes de tudo, uma declaração de amor ao livro e à leitura. Se a história narrada por Irene Vallejo fica restrita, basicamente, aos gregos e romanos, o amor está presente em cada página. Quem gosta de leitura, de livros, de ideias e de história deve ler este livro. Com cerca de 440 páginas, a obra divide-se nos gregos, em sua primeira parte e na maioria das páginas, e nos romanos, logo a seguir. Irene Vallejo consegue contar casos que ocorreram há milhares de anos, como a construção da Biblioteca de Alexandria, a invenção do pergaminho e a cópia dos manuscritos.


É delicioso saber que na antiguidade a leitura era feita em voz alta, que muitas obras só chegaram aos nossos dias graças à tradição de transmitir as histórias entre as pessoas, que sempre existiram pessoas que detestam livros, mas outras que os amam de forma apaixonada. Sua narrativa consegue unir o antigo com fatos mais recentes, como a queima de livros pelos nazistas e o sofrimento amenizado dos prisioneiros dos campos de concentração que conseguiam obras para sua leitura. Saber que Sócrates não era adepto da palavra escrita; que o mel era usado na sociedade judaica para o aluno lamber, de modo que a palavra divina penetrasse em seu corpo; que o plágio já existia entre os gregos, nos concursos de oratória; que o primeiro historiador, Heródoto, contou a versão do inimigo, do outro, algo revolucionário ainda hoje, são coisas surpreendentes.

O livro conta muito mais do que isso. Regularmente, a autora espanhola lança algumas preciosidades, seja sob a forma de fatos curiosos, seja por levantar questões polêmicas, como a tendência moderna de reescrever os clássicos por ter neles palavras inadequadas para a realidade atual. Já no final, nas últimas páginas, há uma discussão sobre a escolha do título das obras – na época dos papiros, os livros geralmente não tinham títulos; quando muito, eram indicados pelas primeiras palavras do texto.

Este livro é muito indicado para aqueles que amam ler. Quem o ler fatalmente o considerará um livro cinco estrelas.

17 julho 2023

A Evolução da Leitura e o Impacto na Contabilidade: Da Elite à Democratização

Scott lembra que a leitura é algo muito novo na história humana: apenas seis mil anos. Surgiu nas sociedades antigas da Mesopotâmia, Mesoamérica, Egito e China.

A ideia de democratizar a leitura é ainda mais recente. Como ele diz:

A linguagem escrita, associada à ascensão dos estados e à expansão do comércio, era vantajosa para os negócios, útil para a administração do governo e parte integrante de algumas práticas religiosas. A escrita era um meio para legislar, manter registros e criar escrituras, e a leitura era domínio dos religiosos e burocratas. Eles realizavam ritos, recitavam poemas e faziam circular informações dentro de uma esfera restrita e privilegiada.

Em termos históricos, a leitura era sinal de elite durante a maior parte desses seis mil anos. Mas tudo mudou em 1455, com Gutenberg, quando os livros se tornaram mercadorias e os leitores, consumidores.

Podemos notar que a contabilidade sempre esteve associada à escrita. Mas muito mais à escrita derivada de Gutenberg. Se as partidas dobradas surgiram antes da invenção da produção em massa de obras escritas - por volta de 1300 em alguma cidade italiana - a efetiva divulgação das partidas dobradas ocorreu através de um livro. Isso é tão relevante para a contabilidade que em muitos países o Dia da Contabilidade está associado à publicação do primeiro livro impresso que ensinava as partidas dobradas. E parece que teremos sempre a companhia de Lucca Pacioli, este segundo escritor, que publicou o primeiro livro impresso. (Lembro aqui que o primeiro autor de um livro de contabilidade, Benedetto Cotrugli, não publicou sua obra antes do Frei Pacioli e, por isso, não é mencionado em muitas resenhas históricas).


O livro de Pacioli possibilitou que muitas pessoas aprendessem a tecnologia contábil mais moderna da época e sua didática foi imitada e, muitas vezes, copiada em outras obras. Foi neste livro que muitas pessoas aprenderam contabilidade. Quando Benjamin Franklin decidiu divulgar as partidas dobradas entre as pessoas que usavam os correios dos Estados Unidos, ele escreveu uma cartilha para ensinar essas pessoas. Se durante muitos anos os brasileiros não tiveram acesso às partidas dobradas, isso é resultado da decisão de Portugal de proibir a imprensa no Brasil, decisão que será revogada somente quando D. João VI foge das tropas de Napoleão.

Somente trinta anos depois da chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro teremos a primeira obra de contabilidade feita por um brasileiro. Mais algumas décadas e teremos registradas algumas das discussões que os guarda-livros do reinado de Pedro II tinham no final do trabalho.

A leitura de obras estrangeiras em algumas bibliotecas iluminou a mente de alguns dos nossos mestres. Alguns deles aprenderam de maneira tortuosa alguns dos segredos contábeis através da popularização das obras, não apenas de livros, mas também de relatórios técnicos e artigos em periódicos. Nos dias atuais, nossa leitura talvez seja predominante em arquivos digitais, que acessamos de qualquer lugar do mundo. Mas isso certamente não tira a magia da leitura.

Rir é o melhor remédio

 

Este cartoon, de Tom Gauld, é compatível com o texto sobre livro. Quantas vezes estamos de férias e ao término sentimos que precisamos de mais um ou dois meses para finalizarmos todos os livros maravilhosos que planejávamos ler. 

27 dezembro 2022

Valor de uma assinatura falsa

A notícia é de novembro, mas vale o registro.


A editora Simon & Schuster ofereceu uma edição especial do livro Philosophy of Modern Song, assinada à mão por Bob Dylan. Cada exemplar custaria 600 dólares, que incluía o livro autografado e uma carta do CEO da editora atestando a autenticidade. 

Mas os compradores perceberam que a assinatura do livro é idêntica entre os exemplares, sem nenhuma diferença. E fotos dos livros e da assinatura de Dylan começaram a circular. Dylan pediu desculpas aos fãs e a editora resolveu devolver o dinheiro de quem comprou a edição especial. Segundo a editora, o livro continha a "assinatura original em forma de réplica", o que é realmente estranho. Dylan apelou para a pandemia e a impossibilidade de autografar todos os livros de forma "segura". 

Aqui temos um caso interessante de mensuração contábil. A autenticidade da assinatura poderia justificar o elevado preço do livro. Como alguém que passou horas na fila de uma sessão de autógrafos. Mas uma réplica realmente não vale o preço pago. Além disto, uma editora que garante a autenticidade e não cumpre perde muito da reputação. 

19 dezembro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Recentemente estava olhando a listagem de um site dos livros do ano. Ao meu lado, uma pilha de livros, que comprei no passado, que ainda não li. Alguns deles estavam em alguma lista de "livro do ano". Este cartoon expressa um pouco isto. 

15 dezembro 2022

Cinco melhores livros, segundo Bill Gates

Bill Gates é um conhecido leitor. Eis uma lista dos cinco melhores livros de todos os tempos. Confesso que esperava algo como Bíblia Sagrada ou uma obra literária mais conhecida. 

Os cinco melhores livros de sempre? Bill Gates diz quais

Nesta época festiva, o magnata partilha os seus favoritos literários, do que considera ser a melhor introdução à ficção cientifica, à melhor biografia de uma estrela de rock, passando pelo melhor livro sobre a tabela periódica.

A ideia não é propriamente nova, já que o fundador da Microsoft todos os anos faz uma lista de livros preferidos. Mas em 2022, o magnata quis dar-lhe um pequeno twist. Ao invés de ser uma lista com os livros de que mais gostou de ler nos últimos 12 meses, é uma lista que abarca toda a sua vida - são os melhores livros de sempre. Porém, Bill Gates sublinha que esta não é uma lista completa, mas sim um conjunto de recomendações que foi dando a família e amigos ao longo dos tempos, e que agora partilhou no seu blogue.

A melhor introdução à ficção cientifica para adultos: "Stranger in a Strange Land", de Robert Heinlein

Bill Gates e Paul Allen, co-fundador da Microsoft, apaixonaram-se pelo escritor Heinlein quando eram ainda crianças. Apesar disso, Gates continua a considerar o livro como um dos melhores romances de ficção cientifica de todos os tempos. As obra conta a história de um homem que regressa ao planeta Terra depois de ter crescido em Marte, e que quer agora implementar uma nova religião.Nas palavras do empresário, um bom livro de ficção científica impulsiona o leitor a pensar no futuro e nas suas possibilidades. Para Bill Gates, o autor do livro foi capaz de prever o movimento da cultura hippie, muitos anos antes deste ter acontecido. 

A melhor biografia de uma estrela de rock: "Surrender", de Bono

Nesta categoria, Bill Gates escolheu um livro recente, que foi lançado em dezembro deste ano. Quer o leitor seja fã ou não dos U2, este é um livro "muito divertido de ler, sobre um rapaz dos subúrbios de Dublin que se tornou numa estrela de rock mundialmente famosa". O magnata confessa que apesar da amizade com o artista Bono, muitas das histórias do livro eram-lhe desconhecidas.

O melhor guia para liderar um país: "Team of Rivals", de Doris Kearns Goodwin

Sendo um ávido leitor sobre Abraham Lincoln, Gates considera que este é um dos melhores livros sobre o tema. "Goodwin é uma das melhores biógrafas dos EUA e este livro é a sua grande obra de arte", diz o empresário. Gates sublinha ainda a importância desta obra numa altura em que os Estados Unidos enfrentam, uma vez mais, não só um aumento da violência, bem como, o surgimento de profundas divisões ideológicas.


O melhor guia para sair do seu próprio caminho: "The Inner Game of Tennis", de Robert Gallwey

O livro que data do ano de 1974 é classificado por Bill Gates como sendo um essencial para todos os que jogam ténis. No entanto, acrescenta que "mesmo pessoas que não praticam o desporto podem retirar algo de valor deste livro". O autor discute que a vertente mental do ser humano é tão ou mais importante que a vertente física. Além disso, dá ainda concelhos de como seguir em frente de forma construtiva depois de se ter errado. Bill Gates diz ter adotado esta forma de pensar ao longo de toda a sua vida.

O melhor livro sobre a tabela periódica: "Mendeleyev’s Dream", de Paul Strathern

A história da química está cheia de personagens peculiares, uma delas sendo Dimitri Mendeleyev, um cientista russo que inicialmente propôs a ideia da tabela periódica, depois de esta lhe ter aparecido durante um sonho. Esta obra pega nesse pequeno acontecimento e faz uma viagem às suas origens na Grécia antiga. "É um olhar fascinante sobre como a ciência se desenvolve e como a curiosidade humana tem evoluído ao longo do tempo", acrescenta Bill Gates.

Bom, eu confesso que não conhecia nenhum deles. 

Foto: Tom Hermans

08 agosto 2022

Livros, NFT e Blockchain




Notícia do Boing Boing

Em uma entrevista à Bloomberg, o CEO da Pearson plc, Andy Bird, discute os benefícios de mover as vendas de livros didáticos digitais para as tecnologias blockchain e Non-Fungible Token (NFT) como um mecanismo para capturar partes das vendas em segunda mão :

"No mundo analógico, um livro didático da Pearson é revendido até sete vezes e só participaríamos da primeira venda", disse ele a repórteres, após [a divulgação d] os resultados intermediários da empresa com sede em Londres na segunda-feira, falando sobre oportunidades tecnológicas para a empresa.

"A mudança para o digital ajuda a diminuir o mercado secundário, e tecnologia como blockchain e NFTs nos permite participar de todas as vendas desse item em particular (...)

Andy Bird também mencionou que outras tecnologias também estão sendo consideradas :

"Temos uma equipe inteira trabalhando nas implicações do metaverso e no que isso poderia significar para nós"

09 novembro 2021

Valor de um livro

Um vídeo da Forbes analisa o valor de um livro. No caso, um manuscrito de Leonardo da Vinci. Em 3:30 um especialista comenta algumas das variáveis que podem determinar o valor, resumida por ele em "o que temos em mãos". Logo a seguir, em 5:20, surge o valor de 50 milhões de dólares (foi vendido por um pouco menos de 30 milhões para Bill Gates), chamado de Valor Justo. Mas com a ressalva de que só saberemos o valor quando for a leilão. Mas seria inferior ao valor de um pintura de Da Vinci, pois um quadro seria mais raro. 

25 junho 2020

Preço de um livro





Ok, o livro é bom. Na verdade, é um dos melhores livros de contabilidade. Mas 7 mil reais pela obra (além de 89 reais de frete) não é um pouco de exagero?

01 março 2020

Capas

Com o advento da publicação de livros eletrônicos, muitos autores optaram em fazer uma apresentação caseira de uma das partes mais importantes de um livro: a capa. Com isto economizam $. Entretanto, muitos livros produzidos em editora própria possuem capas que são, digamos, ruins. Eis alguns exemplos:




Veja mais aqui

04 novembro 2019

Impresso ou digital

Ao comentar sobre uma possível fusão entre duas editoras de livros didáticos, um texto do The Conversation de Naomi Baron trata de uma questão delicada: a transição do material impresso para o digital.

Segundo Baron:

(...) os alunos aprendem melhor usando livros impressos ou digitais. Os alunos dizem que geralmente preferem estudar textos impressos em vez de digitais.

Em dois estudos internacionais com estudantes universitários - incluindo um que eu conduzi e outro liderado por Diane Mizrachi -, os alunos disseram esmagadoramente que aprendem melhor com impressão. Meus colegas e eu recebemos a mesma resposta em um estudo que fizemos com alunos do ensino médio e do ensino médio na Noruega. Nos três estudos, os alunos reclamaram que se distraíam ao ler digitalmente.

Uma análise de vários estudos sobre o tema concluiu que, em geral, os alunos tiveram um melhor desempenho ao responder perguntas sobre uma passagem de leitura, se a liam impressa, não digitalmente. No entanto, essas descobertas às vezes dependem do tipo de perguntas feitas ou da quantidade de tempo que os alunos passam lendo.

As pesquisadores Patricia Alexander e Lauren Singer Trakhman mostraram que os alunos se saem igualmente bem com impressão e digital quando perguntas são feitas sobre a ideia principal de uma passagem. No entanto, se for solicitado aos alunos pontos-chave mais detalhados, eles se sairão melhor na impressão. Ironicamente, se você perguntar a esses mesmos alunos sobre o meio em que eles acham que tiveram notas mais altas, eles dizem que são digitais - mesmo que o oposto seja verdadeiro.

Sobre isto, uma questão que interessa é a apresentação de informações contábeis. Afinal, meio digital ou impresso. Particularmente, eu prefiro impresso. Sou assinante de jornais e geralmente olho os balanços publicados. Mas raramente entro em um site para ler uma versão digital.

Recentemente o governo adotou medidas para reduzir o custo contábil das empresas, que incluía a não obrigatoriedade de publicação em jornais. Uma consequência indireta da medida talvez esteja no texto acima: as pessoas irão ler menos ou com menor atenção as demonstrações.

Sobre este assunto, novamente recomendo a dissertação de José Mauro Soares que mostrou que a tela conduz a piores decisões na contabilidade. Em diferentes situações.