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22 fevereiro 2021

Tecnologia e Regulação explicam a melhoria da liquidez do mercado

 


Um texto da revista The Economist (Uma nova era para pequenos investidores, publicado Estado de S Paulo, 14 fev 2021) mostra como a tecnologia e a regulação ajudaram no aumento da liquidez de diversos mercados:

Para onde quer que olhemos, a tecnologia ajudou a criar novos mercados com liquidez. “O mercado das quinquilharias do sótão não tinha liquidez”, afirma Alvin Roth, ganhador do Nobel de Economia. “A internet tornou possível fazer sua venda de garagem no eBay.” O GPS e os smartphones tornaram possíveis os aplicativos de transporte individual – o que criou densos mercados para deslocamentos.

O texto exemplifica melhor com o caso do comércio do trigo:

Exemplos nos mercados financeiros não faltam. Nos Estados Unidos do século 19, compradores de trigo viajavam de fazenda em fazenda testando os produtos antes de optar por comprar de algum agricultor específico. Depois, as ferrovias tornaram possível mover os grãos de maneira mais barata em vagões de carga. Mas esses vagões também tornaram um desperdício armazenar separadamente os grãos de cada agricultor. Então, em 1848, a Junta Comercial de Chicago passou a classificar o trigo por qualidade (1 para o melhor, até 5 para o pior) e pelo tipo (vermelho ou branco, mole ou duro, de inverno ou de primavera). A padronização baixou o custo do transporte e do comércio de grãos, tornando os mercados mais eficientes. O processo era tão efetivo que a palavra commodity virou sinônimo de padronização.

Entretanto, isto não é possível para todo tipo de ativo. Os imóveis servem de exemplo:

Estimativas disponíveis indicam que existem hoje nos EUA de 5 milhões a 6 milhões de prédios comerciais e mais de 140 milhões de residências – e cada imóvel tem características únicas.

Mais 

Juntando esses desenvolvimentos, parece claro que a tecnologia está possibilitando que liquidez, transparência de preços e competitividade aflorem em vários nichos. É verdade que os mercados de arte, obrigações e residências nunca serão tão fluidos quanto o mercado de ações. Agora, transparência e liquidez parecem estar fadadas a trazer furiosa competição de taxas em outros ativos. Pequenos investidores poderão um dia ser capazes de colocar seu dinheiro em portfólios de fundos com taxas baixas de investimento de qualquer segmento.

No caso do mercado de ações, o processo começou há tempos:

O avanço na direção de um acesso irrestrito ao mercado de ações começou em 1975, com a abolição de enormes comissões fixas e a entrada de operadores que cobravam taxas baixas, como Charles Schwab, lembra Yakov Amihud, da Universidade de Nova York. Depois veio a corretagem automatizada e a decimalização dos preços das ações. Até 2010, o número de operadores de alta frequência tinha aumentado a ponto de dominar o comércio de ações. “A cada parada ao longo do caminho, o mercado descarregava alguns custos de operação, e a liquidez melhorava”, afirma Amihud.

Os custos das operações baixaram, e a quantidade de ações negociadas explodiu. Quanto mais participantes chegavam, mais rápidas e mais baratas se tornavam as operações. Em 2015, foi lançado o Robinhood, aplicativo de corretagem online pelo qual muitas operações da GameStop seriam canalizadas, tornando-se a primeira plataforma a não cobrar taxa nenhuma de seus usuários. Aliado a isso, a pandemia deu tempo às pessoas e forneceu cheques de estímulo que serviram como fundos para começar a investir, impulsionando a participação de pequenos investidores a novas alturas. Pequenos investidores foram responsáveis por um décimo do volume de ações negociadas nos Estados Unidos em2019. Em janeiro deste ano, sua participação elevou-se para um quarto do mercado.

Imagem: aqui

30 março 2017

Curso de Contabilidade Básica: Problemas de Liquidez

Em geral, o primeiro documento do conjunto de Documentos da Administração é o Relatório de Administração. Nesse relatório, a empresa tem certa liberdade para trazer informações sobre sua situação patrimonial, financeira, suas perspectivas futuras, etc. Em geral, as empresas acabam optando por apresentar frases “otimistas” com o objetivo de suavizar resultados ruins ou de amenizar problemas que ela imagina que esteja passando ou imagina que virão.

Eis um trecho do RA extraído da BrasilPharma, referente ao exercício findo em 31/12/2016. Este texto começa com frases gerais, geralmente sobre o ambiente externo da empresa. Mas uma empresa pode adotar uma linguagem mais direta, como ocorreu aqui:


Com base nas informações relatadas pela empresa, podemos observar o quanto ela foi muito direta (e realista) na apresentação dos seus problemas com o endividamento, a concentração das obrigações no curto prazo e da piora no capital de giro.

No capítulo 2 do volume I do livro Curso de Contabilidade Básica, apresentamos alguns índices para analisar as demonstrações. Vamos trabalhar com estes índices, para verificar se a mensagem da Administração está correta ou não.

Pergunta – A empresa está obtendo resultado adequado com suas atividades? Para responder a esta pergunta usamos a margem líquida, que é a relação entre o lucro líquido e a receita. Para a empresa BrasilPharma temos:

Margem Líquida 2015 = - 654 milhões / 2. 436 milhões = -27%
Margem Líquida 2016 = - 634 milhões / 1.503 milhões = - 42%

Pergunta – A empresa está usando seus ativos de maneira adequada para gerar receita? Aqui temos o índice de giro do ativo ou receita pelo ativo:

Giro do Ativo 2015 = 2.436/2.333 = 1,04
Giro do Ativo 2016 = 1.503/1.458 = 1,03

Pergunta – Qual o nível de liquidez da empresa? A forma mais usual é relacionar o ativo circulante pelo passivo circulante ou Liquidez Corrente:

Liquidez Corrente 2015 = 817 milhões / 1.703 milhões = 0,48
Liquidez Corrente 2016 = 219 milhões / 1.032 milhões = 0,21

Pergunta – A entidade está endividada? Entre os vários índices existentes, usamos no livro o passivo pelo ativo:

Dívida sobre Ativo em 2015 = (1703 + 86) / 2.333 = 77%
Dívida sobre Ativo em 2016 = (1032 + 123) / 1.458 = 50%

Pergunta – Qual o perfil da dívida da entidade? O endividamento da empresa é de curto ou longo prazo? Isto pode ser obtido da seguinte forma:

Perfil da Dívida em 2015 = Passivo Circulante / Passivo não Circulante = 1703 milhões / 86 milhões = 19,8
Perfil da Dívida em 2016 = 1032 milhões / 123 milhões = 8,4

Pergunta – A geração de caixa das atividades operacionais é suficiente para pagar as dívidas de curto prazo? Para isto, relacionamos a geração de caixa com o passivo circulante:

Cobertura de dívidas em 2015 = 39 milhões / 1.703 milhões = 0,02
Cobertura de dívidas em 2016 = 25 milhões / 1.032 milhões = 0,02

Pergunta – O lucro está se transformando em caixa? Para verificarmos essa informação, relacionamos o fluxo das atividades operacionais pelo lucro líquido da empresa:

Fluxo sobre Lucro em 2015 = 39 milhões / - 655 milhões = - 0,06
Fluxo sobre Lucro em 2016 = 25 milhões / - 634 milhões = - 0,04

Parte do que a empresa afirma deve ser considerado sob a forma comparativa. Entretanto, está claro que a empresa está endividada, principalmente no curto prazo, com problemas de capital de giro. A empresa foi precisa na sua análise do desempenho recente, seu “dourar a pílula”. E nada otimista, contrariamente do que observamos na maioria das vezes...

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03 outubro 2016

Baixa Liquidez do Mercado

Segundo dados da Economática, apenas 30% das ações são negociadas diariamente na bolsa de valores Bovespa. Do volume negociado, 17% são pessoas físicas e 53% de investidores estrangeiros.


O jornal Valor Econômico (Zampieri. Apenas 30% das ações são negociadas diariamente na bolsa) escutou alguns especialistas. Um deles disse que a liquidez só irá melhorar com a melhoria das condições econômicas. Outro afirmou que em momento de crise, as casas de análise reduzem a cobertura de ações; ou seja, acompanham menos títulos. Outro afirmou que a melhora da economia será essencial para aumentar o volume girado, assim como a queda nos juros.

Dois aspectos nestas observações. O primeiro é que não é possível afirmar se o número de ações negociadas diariamente na bolsa brasileira é alto ou baixo. Falta a comparação com outras bolsas. O segundo aspecto é que o gráfico não permite afirmar a existência de relação entre a liquidez do mercado e a crise econômica. (Observe que o gráfico parte do eixo 100, que traz uma dimensão falseada de maior queda no número) Ocorreram no período mudanças estruturais, como o aumento da participação do investidor estrangeiro na bolsa. Será que isto também não ajuda a explicar o comportamento?

08 maio 2014

Liquidez e Avaliação

Um dos componentes básicos do valor de um ativo é a sua liquidez. A ausência de liquidez termina por reduzir o valor de um ativo. Assim, se eu tenho uma máquina que só posso vender a um grupo restrito de pessoas, este ativo irá ter um valor menor do que um terreno, que poderá ser adquirido por diversas pessoas.
A questão do impacto da liquidez no valor dos ativos pode ser ilustrada pelo caso da família Estevão. Esta família começou a construir sua fortuna baseada em patrimônio imobiliário. Ou seja, terrenos, lojas comerciais e apartamentos, além de empresas concessionárias de veículos. A revista Veja Brasília de 16 de abril avaliou a fortuna da família Estevão em 32,8 bilhões de reais ou 14,7 bilhões de dólares (Entre o luxo e a prisão , Lilian Tahan, p. 25 a 29). Somente para se ter uma ideia, Lehman, considerado o brasileiro mais rico, tem uma fortuna estimada de 38 bilhões de reais, segundo a Forbes. Em outras palavras, a família Estevão seria a terceira maior fortuna do país, atrás de Lehman e Safra e bem distante de Abilio Diniz (somente 8 bilhões de reais de fortuna).

Assim, os números da Veja Brasília são questionados pelo valor e pela ausência de uma fonte creditada pela jornalista (Lilian Tahan). Existe um problema adicional: a falta de liquidez dos ativos. Apesar da propriedade, os bens estão bloqueados na justiça e existem diversos processos na justiça contra estes ativos. Um deles é o desvio de 170 milhões de reais do Fórum Trabalhista de São Paulo, aquele edifício do famoso juiz Lalau. A dívida já está em quase 500 milhões de reais. Outro, mais 150 milhões de reais em tributos do governo do Distrito Federal. Assim, quem pagaria 32 bilhões de reais por um patrimônio que não pode vender? Mais ainda, por um ativo sujeito a um grande conjunto de passivos? Outro aspecto que coloca em dúvida o valor apurado pela Veja Brasília é o fato de que os ativos estão concentrados (ou não diversificados). Assim, o anúncio de uma venda maciça de terrenos irá provocar uma queda natural dos preços. Finalmente, não é fácil de encontrar uma empresa ou pessoa que possua um valor elevado para “adquirir” este patrimônio. A redução dos potenciais compradores diminui o preço potencial destes ativos.

Clique aqui para ver imagem

A avaliação da Veja Brasília provavelmente foi realizada com base no valor de mercado de troca. A melhor metodologia seria utilizar o fluxo de caixa descontado dos alugueis que seriam obtidos. Mas a análise da avaliação realizada mostra que somente 9,8 bilhões de reais seriam passiveis de gerar fluxo de caixa de aluguéis. Por enquanto esta renda não está sendo bloqueada na justiça, embora não exista garantia de que isto não venha a ocorrer num futuro próximo.

02 abril 2014

Caixa, muito caixa

Uma estimativa feita pela Bloomberg indica que as empresas dos Estados Unidos, exceto as financeiras, possuíam 1,64 trilhão de dólares no final de 2013. Isto representa 12% a mais que o ano anterior, um recorde histórico.

Entre as empresas com maior volume, Apple, Microsoft, Google e Verizon. Ter muito caixa pode ser interessante para uma empresa quando deseja não depender dos empréstimos (e de suas exigências), melhora os índices financeiros, mas atrai investidores ativistas, que tentam forçar a empresa a fazer aquisições arriscadas ou distribuir dividendos.

Mas parte do grande volume de recursos decorre da escolha destas empresas em manter seus recursos líquidos em países com carga tributária reduzida. A mesma Bloomberg informa que o volume de dinheiro das empresas dos EUA fora do país é de 1,95 trilhão, um aumento de quase 12% em relação ao ano passado.

20 janeiro 2014

Muito Caixa

O assunto não é novo: o excesso de liquidez das empresas. Existem diversas explicações e o texto apresenta algumas delas.

As grandes empresas dos Estados Unidos nunca tiveram tanto dinheiro em caixa. A estimativa da Moody’s é que as corporações não financeiras devem ter fechado 2013 com nada menos que US$ 1,5 trilhão em reservas, mais que o Produto Interno Bruto (PIB) de países como a Espanha ou a Austrália, e um nível recorde para o mercado norte-americano. As gigantes de tecnologia, como Apple, Google e Microsoft, são as que mais têm recursos em caixa.

Cerca de US$ 500 bilhões do total das reservas estão com empresas de TI. Mas outras companhias também possuem volume expressivo. A General Eletric (GE) divulgou ontem (17) que fechou dezembro com US$ 89 bilhões consolidados em caixa. A expectativa dos analistas é que os resultados do quarto trimestre de outras empresas não financeiras mostrem que o caixa continuou aumentando na reta final do ano passado.

O alto volume de recursos em caixa das corporações norte-americanas mostra uma postura conservadora dos empresários em meio ao aumento da incerteza nos EUA, avalia a agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Em 2013, as dúvidas sobre a mudança da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) contribuíram para estimular o aumento dessas reservas. Outro fator foi o impasse no Congresso sobre as questões fiscais do país, que paralisou o governo por 16 dias em outubro.

Os economistas citam ainda o crescimento fraco do consumo interno nos últimos anos como outro fator a desestimular os investimentos.
Foi a partir da crise de 2008 que o caixa das empresas dos EUA começou a aumentar e desde então o volume quase dobrou. Em 2007, antes do início da crise, o caixa das empresa era de US$ 815 bilhões, de acordo com a Moodys. “As empresas têm se mostrado muito relutantes em gastar recursos, numa postura conservadora”, avalia o estrategista de renda variável do RBC Capital Markets, Jonathan Golub.

A estimativa da Moody’s e da S&P é que grande parte deste caixa está investido no exterior. A razão é que as taxas de juros nos EUA estão próximas de zero, o que estimula as empresas a buscar retornos maiores fora do país.

Com as projeções de maior recuperação da economia em 2014, a expectativa é que as empresas comecem a gastar mais e reduzam um pouco os recursos em caixa. O economista da gestora AllianceBernstein, Joseph Carson, vê mais investimentos corporativos este ano e, por isso, o ritmo de constituição de caixa pode diminuir, destaca em um relatório a investidores. Ele projeta, por exemplo, expansão de 9,6% dos investimentos no setor de construção e de 8,1% no segmento de maquinaria.

A expectativa da AllianceBernstein é que depois de crescer cerca de 1,8% este ano, o PIB norte-americano avance entre 3% e 4% em 2014. “O investimento empresarial está começando a ganhar força, sobretudo no setor manufatureiro”, diz Carson.


Fonte: aqui

05 julho 2013

Evidenciação Voluntária e Liquidez

Existem dois tipos de evidenciação: a obrigatória, que os reguladores determinam para as empresas o que deve chegar aos usuários; e a voluntária, onde as empresas, por livre e espontânea vontade, divulgam as informações. Das duas, a voluntária chama mais atenção dos pesquisadores pelo seu caráter facultativo. O que intriga é saber o que leva as empresas revelem informações quando não são obrigadas a fazê-lo.

Uma resposta óbvia seria a divulgação de boas notícias, que traria a valorização rápida das ações da empresa e o aumento no valor dos bônus dos executivos. Mas isto não explica a razão pela qual as empresas também fazem divulgação voluntária quando existem notícias ruins. Uma explicação para este caso é que talvez a empresa deseje comandar o processo de divulgação das notícias ruins, evitando que boatos destruam mais o preço das ações.

Nos últimos anos muitos estudos procuraram desvendar os mistérios da evidenciação. E parece que ainda não chegamos a um destino final neste tipo de pesquisa, pois novas descobertas estão aparecendo.

Uma pesquisa divulgada recentemente descobriu um vínculo entre a evidenciação voluntária e a liquidez das ações das empresas. Este tipo de liquidez refere-se a quantidade de negociações dos papéis nas bolsas de valores. Em geral as pesquisas consideram que a liquidez é uma variável exógena. Em outras palavras, que não sofre influencia da própria empresa, sendo determinada pelas forças externas. Pois a pesquisa além de descobrir um vínculo dentre a evidenciação e a liquidez, também mostrou que as empresas podem influenciar na liquidez das suas ações através da divulgação de informações voluntárias.

Outra consequência da evidenciação voluntária é que também pode afetar o custo de capital, reduzindo-o. Se o custo de capital diminui, aumenta o valor da empresa. Assim, a evidenciação voluntária pode ter uma explicação simples: ela aumenta o valor da empresa.

Leia mais em BALAKRISHNAN, Karthik; BILLINGS, Mary; KELLY, Bryan T; LJUNGQVIST, Alexander. Shaping Liquidity: on the Causal Effects of Voluntary Disclosure. Working Paper, NBER, 2013

30 maio 2013

Entrevista com Barry Eichengreen

Excelente entrevista retirada do site do Fed de Cleveland com o professor Barry Eichengreen.

To some, the term “economic historian” conjures up images of an academic whose only interests lie deep in the past; an armchair scholar who holds forth on days long ago but has no insights about the present. Barry Eichengreen provides a useful corrective to that stereotype. For, as much as Eichengreen has studied episodes in economic history, he seems more attuned to connecting the past to the present. At the same time, he is mindful that “lessons” have a way of taking on lives of their own. What’s taken as given among economic historians today may be wholly rejected in the future.
Barry Eichengreen is the George C. Pardee and Helen N. Pardee Professor of Economics and Professor of Political Science at the University of California, Berkeley, his hometown. He is known as an expert on monetary systems and global finance. He has authored more than a dozen books and many more academic papers on topics from the Great Depression to the recent financial crisis.
Eichengreen was a keynote speaker at the Federal Reserve Bank of Cleveland’s research conference, Current Policy under the Lens of Economic History, in December 2012. Mark Sniderman, the Cleveland Fed’s executive vice president and chief policy officer, interviewed Eichengreen during his visit. An edited transcript follows.
Sniderman: It’s an honor to talk with you. You’re here at this conference to discuss the uses and misuses of economic history. Can you give us an example of how people inaccurately apply lessons from the past to the recent financial crisis?
Eichengreen: The honor is mine.
Whenever I say “lessons,” please understand the word to be surrounded by quotation marks. My point is that “lessons” when drawn mechanically have considerable capacity to mislead. For example, one “lesson” from the literature on the Great Depression was how disruptive serious banking crises can be. That, in a nutshell, is why the Fed and its fellow regulators paid such close attention to the banking system in the run-up to the recent crisis. But that “lesson” of history was, in part, what allowed them to overlook what was happening in the shadow banking system, as our system of lightly regulated near-banks is known.
What did they miss it? One answer is that there was effectively no shadow banking system to speak of in the 1930s. We learned to pay close attention to what was going on in the banking system, narrowly defined. That bias may have been part of what led policymakers to miss what was going on in other parts of the financial system.
Another example, this one from Europe, is the “lesson” that there is necessarily such a thing as expansionary fiscal consolidation. Europeans, when arguing that such a thing exists, look to the experience of the Netherlands and Ireland in the 1980s, when those countries cut their budget deficits without experiencing extended recessions. Both countries were able to consolidate but continue to grow, leading contemporary observers to argue that the same should be true in Europe today. But reasoning from that historical case to today misleads because the circumstances at both the country and global level were very different. Ireland and the Netherlands were small. They were consolidating in a period when the world economy was growing. These facts allowed them to substitute external demand for domestic demand. In addition, unlike European countries today they had their own monetary policies, allowing them step down the exchange rate, enhancing the competitiveness of their exports at one fell swoop, and avoid extended recessions. But it does not follow from their experience that the same is necessarily possible today. Everyone in Europe is consolidating simultaneously. Most nations lack their own independent exchange rate and monetary policies. And the world economy is not growing robustly.


A third “lesson” of history capable equally of informing and misinforming policy would be the belief in Germany that hyperinflation is always and everywhere just around the corner. Whenever the European Central Bank does something unconventional, like its program of Outright Monetary Transactions, there are warnings in German press that this is about to unleash the hounds of inflation. This presumption reflects from the “lesson” of history, taught in German schools, that there is no such thing as a little inflation. It reflects the searing impact of the hyperinflation of the 1920s, in other words. From a distance, it’s interesting and more than a little peculiar that those textbooks fail to mention the high unemployment rate in the 1930s and how that also had highly damaging political and social consequences.
The larger question is whether it is productive to think in terms of “history lessons.” Economic theory has no lessons; instead, it simply offers a way of systematically structuring how we think about the world. The same is true of history.
Sniderman: Let’s pick up on a couple of your comments about the Great Depression and hyperinflation in Germany. Today, some people in the United States have the same concerns. They look at the expansion of the monetary base and worry about inflation. Do you find it surprising that people are still fighting about whether big inflation is just around the corner because of US monetary policy, and is it appropriate to think about that in the context of the unemployment situation as well?
Eichengreen: I don’t find it surprising that the conduct of monetary policy is contested. Debate and disagreement are healthy. Fiat money is a complicated concept; not everyone trusts it. But while it’s important to think about inflation risks, it’s also important to worry about the permanent damage to potential output that might result from an extended period subpar growth. To be sure, reasonable people can question whether the Fed possesses tools suitable for addressing this problem. But it’s important to have that conversation.
Sniderman: Maybe just one more question in this direction because so much of your research has centered on the Great Depression. Surely you’ve been thinking about some of the similarities and differences between that period and this one. Have you come to any conclusions about that? Where are the congruencies and incongruences?
Eichengreen: My work on the Depression highlighted its international dimension. It emphasized the role of the gold standard and other international linkages in the onset of the Depression, and it emphasized the role that abandoning the gold standard and changing the international monetary regime played in bringing it to an end.
As a student, I was struck by the tendency in much of the literature on the Depression to treat the US essentially as a closed economy. Not surprisingly, perhaps, I was then struck by the tendency in 2007 to think about what was happening then as a US subprime crisis. Eventually, we came to realize that we were facing not just a US crisis but a global crisis. But there was an extended period during when many observers, in Europe in particular, thought that their economies were immune. They viewed what was happening as an exclusively American problem. They didn’t realize that what happened in the United States doesn’t stay in the United States. They didn’t realize that European banks, which rely heavily on dollar funding, were tightly linked to US economic and financial conditions. One of the first bits of research I did when comparing the Great Depression with the global credit crisis, together with Kevin O’Rourke, was to construct indicators of GDP, industrial production, trade, and stock market valuations worldwide and to show that, when viewed globally, the current crisis was every bit as severe as that of the 1930s.
Eventually, we came to realize that we were facing not just a US crisis but a global crisis. But there was an extended period during when many observers, in Europe in particular, thought that their economies were immune.
Sniderman: Given that many European countries are sharing our financial distress, what changes in the international monetary regime, if any, would be helpful? Could that avenue for thinking of solutions be as important this time around as it was the last time?
Eichengreen: One of the few constants in the historical record is dissatisfaction with the status quo. When exchange rates were fixed, Milton Friedman wrote that flexible rates would be better. When rates became flexible, others like Ron McKinnon argued that it would be better if we returned to pegs. The truth is that there are tradeoffs between fixed and flexible rates and, more generally, in the design of any international monetary system. Exchange rate commitments limit the autonomy of national monetary policymakers, which can be a good thing if that autonomy is being misused. But it can be a bad thing if that autonomy is needed to address pressing economic problems. The reality is that there is no such thing as the perfect exchange rate regime. Or, as Jeffrey Frankel put it, no one exchange rate regime is suitable for all times and places.
That said, there has tended to be movement over time in the direction of greater flexibility and greater discretion for policymakers. This reflects the fact that the mandate for central banks has grown more complex – necessarily, I would argue, given the growing complexity of the economy. An implication of that more complex mandate is the need for more discretion and judgment in the conduct of monetary policy—and a more flexible exchange rate to allow that discretion to be exercised.
Sniderman: I’d be interested in knowing whether you thought this crisis would have played out differently in the European Union if the individual countries still had their own currencies. Has the euro, per se, been an element in the problems that Europe is having, much as a regime fixed to gold was a problem during the Great Depression?
Eichengreen: Europe is a special case, as your question acknowledges. Europeans have their own distinctive history and they have drawn their own distinctive “lessons” from it. They looked at the experience of the 1930s and concluded that what we would now call currency warfare, that is, beggar-thy-neighbor exchange-rate policies, were part of what created tensions leading to World War II. The desire to make Europe a more peaceful place led to the creation of the European Union. And integral to that initiative was the effort was to stabilize exchange rates, first on an ad hoc basis and then by moving to the euro.
Whether things will play out as anticipated is, as always, an open question. We now know that the move to monetary union was premature. Monetary union requires at least limited banking union. Banking union requires at least limited fiscal union. And fiscal union requires at least limited political union. The members of the euro zone are now moving as fast as they can, which admittedly is not all that fast, to retrofit their monetary union to include a banking union, a fiscal union, and some form of political union. Time will tell whether or not they succeed.
But even if hindsight tells us that moving to a monetary union in 1999 was premature, it is important to understand that history doesn’t always run in reverse. The Europeans now will have to make their monetary union work. If they don’t, they’ll pay a high price.
I didn’t anticipate the severity and intractability of the euro crisis. All I can say in my defense is that no one did.
Sniderman: Let me pose a very speculative question. Would you say that if the Europeans had understood from the beginning what might be required to make all this work, they might not have embarked on the experiment; but because they did it as they did, there’s a greater likelihood that they’ll do what’s necessary to make the euro system endure? Is that how you’re conjecturing things will play out?
Eichengreen: If I may, allow me to refer back to the early literature on the euro. In 1992, in adopting theMaastricht Treaty, the members of the European Union committed to forming a monetary union. That elicited a flurry of scholarship. An article I wrote about that time with Tamim Bayoumi looked at whether a large euro area or a small euro area was better. We concluded that a small euro area centered on France, Germany, and the Benelux countries made more sense. So one mistake the Europeans made, which was predictable perhaps on political grounds, though no more excusable, was to opt for a large euro area.
I had another article in the Journal of Economic Literature in which I devoted several pages to the need for a banking union; on the importance, if you’re going to have a single currency, single financial market and integrated banking system, of also having common bank supervision, regulation, and resolution. European leaders, in their wisdom, thought that they could force the pace. They thought that by moving to monetary union they could force their members to agree to banking union more quickly. More quickly didn’t necessarily mean overnight; they thought that they would have a couple of decades to complete the process. Unfortunately, they were side-swiped by the 2007-08 crisis. What they thought would be a few decades turned out to be one, and they’ve now grappling with the consequences.
Sniderman: You’ve written about the dollar’s role as a global currency and a reserve currency, and you have some thoughts on where that’s all headed. Maybe you could elaborate on that.
Eichengreen: A first point, frequently overlooked, is that there has regularly been more than one consequential international currency. In the late nineteenth century, there was not only the pound sterling but also the French franc and the German mark. In the 1920s there was both the dollar and the pound sterling. The second half of the twentieth century is the historical anomaly, the one period when was only one global currency because there was only one large country with liquid financial markets open to the rest of the world—the United States. The dollar dominated in this period simply because there were no alternatives.
But this cannot remain the case forever. The US will not be able to provide safe and liquid assets in the quantity required by the rest of the world for an indefinite period. Emerging markets will continue to emerge. Other countries will continue to catch up to the technological leader, which is still, happily, the United States. The US currently accounts for about 25 percent of the global economy. Ten years from now, that fraction might be 20 percent, and 20 years from now it is apt to be less. The US Treasury’s ability to stand behind a stock of Treasury bonds, which currently constitute the single largest share of foreign central banks’ reserves and international liquidity generally, will grow more limited relative to the scale of the world economy. There will have to be alternatives.
In the book I wrote on this subject a couple of years ago, Exorbitant Privilege: The Rise and Fall of the Dollar and the Future of the International Monetary System, I pointed to the euro and the Chinese renminbi as the plausible alternatives. I argued that both could conceivably be significant rivals to the dollar by 2020. The dollar might well remain number one as invoicing currency and currency for trade settlements, and as a vehicle for private investment in central bank reserves, but the euro and renminbi could be nipping at its heels.
In the fullness of time I’ve grown more pessimistic about the prospects of those rivals. Back in 2010, when my book went off to the publisher, I didn’t anticipate the severity and intractability of the euro crisis. All I can say in my defense is that no one did. And I underestimated how much work the Chinese will have to do in order to successfully internationalize their currency. They are still moving in that direction; they’ve taken steps to encourage firms to use the renminbi for trade invoicing and settlements, and now they are liberalizing access to their financial markets, if gradually. But they have a deeper problem. Every reserve currency in history has been the currency of a political democracy or a republic of one sort or another. Admittedly the US and Britain are only two observations, which doesn’t exactly leave many degrees of freedom for testing this hypothesis. But if you go back before the dollar and sterling, the leading international currencies were those of Dutch Republic, the Republic of Venice, and the Republic of Genoa. These cases are similarly consistent with the hypothesis.
The question is why. The answer is that international investors, including central banks, are willing to hold the assets only of governments that are subject to checks and balances that limit the likelihood of their acting opportunistically. Political democracy and republican forms of governance are two obvious sources of such checks and balances. In other words, China will have to demonstrate that its central government is subject to limits on arbitrary action – that political decentralization, the greater power of nongovernmental organizations, or some other mechanism – that place limits on arbitrary action before foreign investors, both official and private, are fully comfortable about holding its currency.
I therefore worry not so much about these rivals dethroning the dollar as I do about the US losing the capacity to provide safe, liquid assets on the requisite scale before adequate alternatives emerge. Switzerland is not big enough to provide safe and liquid assets on the requisite scale; neither is Norway, nor Canada, nor Australia. Currently we may be swimming in a world awash with liquidity, but we shouldn’t lose sight of the danger that, say, 10 years from now there won’t be enough international liquidity to grease the wheels of twenty-first-century globalization.
Sniderman: It sounds to me as though you’re also trying to say that the United States should actually become comfortable with, perhaps even welcome, this development, because its absence creates some risks for us.
Eichengreen: I am. The United States benefits from the existence of a robust, integrated global economy. But globalization, in turn, requires liquidity. And the US, by itself, can’t all by itself satisfy the global economy’s international liquidity needs. So the shift toward a multipolar global monetary and financial system is something that we should welcome. It will be good for us, and it will be good for the global economy. To the extent that we have to pay a couple more basis points when we sell Treasury debt because we don’t have a captive market in the form of foreign central banks, that’s not a prohibitive cost.
Sniderman: And how has the financial crisis itself affected the timetable and the movement? It sounds like in some sense it’s retarding it.
Eichengreen: The crisis is clearly slowing the shift away from dollar dominance. When the subprime crisis broke, a lot of people thought the dollar would fall dramatically and that the People’s Bank of China might liquidate its dollar security holdings. What we discovered is that, in a crisis, there’s nothing that individuals, governments and central banks value more than liquidity. And the single most liquid market in the world is the market for US Treasury bonds. When Lehman Bros. failed, as a result of U.S. policy, everybody rushed toward the dollar rather than away. When Congress had its peculiar debate in August 2011 over raising the debt ceiling, everybody rushed toward the dollar rather than away. That fact may be ironic, but it’s true.
And a second effect of the crisis was to retard the emergence of the euro on the global stage. That too supports the continuing dominance of the dollar.
Sniderman: Economists and policymakers have always “missed” things. Are there ways in which economic historians can help current policymakers not to be satisfied with the “lessons” of history and get them to think more generally about these issues?
Eichengreen: It’s important to make the distinction between two questions – between “Could we have done better at anticipating the crisis?” and the question “Could we have done better at responding to it?” On the first question, I would insist that it’s too much to expect economists or economic historians to accurately forecast complex contingent events like financial crises. In the 1990s, I did some work on currency crises, instances when exchange rates collapse, with Charles Wyplosz and Andrew Rose. We found that what works on historical data, in other words what works in sample doesn’t also work out of sample. We were out-of-consensus skeptics about the usefulness of leading indicators of currency crises, and I think subsequent experience has borne out our view. Paul Samuelson made the comment that economists have predicted 13 out of the last seven crises. In other words, there’s type 1 error as well as type 2 error [the problem of false positives as well as false negatives].
Coming to the recent crisis, it’s apparent with hindsight that many economists – and here I by no means exonerate economic historians – were too quick to buy into the idea that there was such a thing as the Great Moderation. That was the idea that through better regulation, improved monetary policy and the development of automatic fiscal stabilizers we had learned to limit the volatility of the business cycle. If we’d paid more attention to history, we would have recalled an earlier period when people made the same argument: They attributed the financial crises of the 19th century to the volatility of credit markets; they believed that the founding of the Fed had eliminated that problem and that the business cycle had been tamed. They concluded that the higher level of asset prices observed in the late 1920s was fully justified by the advent of a more stable economy. They may have called it the New Age rather than the Great Moderation, but the underlying idea, not to say the underlying fallacy, was the same.
A further observation relevant to understanding the role of the discipline in the recent crisis is that we haven’t done a great job as a profession of integrating macroeconomics and finance. There have been heroic efforts to do so over the years, starting with the pioneering work of Franco Modigliani and James Tobin. But neither scholarly work nor the models used by the Federal Reserve System adequately capture, even today, how financial developments and the real economy interact. When things started to go wrong financially in 2007-08, the consequences were not fully anticipated by policymakers and those who advised them – to put an understated gloss on the point. I can think of at least two prominent policy makers, who I will resist the temptation to name, who famously asserted in 2007 that the impact of declining home prices would be “contained.” It turned out that we didn’t understand how declining housing prices were linked to the financial system through collateralized debt obligations and other financial derivatives, or how those instruments were, in turn, linked to important financial institutions. So much for containment.
Sniderman: I suppose one of the challenges that the use of economic history presents is the selectivity of adoption. And here I have in mind things like going back to the Great Depression to learn “lessons.” It’s often been said, based on some of the scholarship of the Great Depression and the role of the Fed, that the “lesson” the Fed should learn is to act aggressively, to act early, and not to withdraw accommodation prematurely. And that is the framework the Fed has chosen to adopt. At the same time, others draw “lessons” from other parts of US economic history and say, “You can’t imagine that this amount of liquidity creation, balance sheet expansion, etc. would not lead to a great inflation.” If people of different viewpoints choose places in history where they say, “History teaches us X,” and use them to buttress their view of the appropriate response, I suppose there’s no way around that other than to trying, as you said earlier, to point out whether these comparisons are truly apt or not.
Eichengreen: A considerable literature in political science and foreign policy addresses this question. Famous examples would be President Truman and Korea on the one hand, and President Kennedy and the Cuban Missile Crisis on the other. Earnest May, the Harvard political scientist, argued that Truman thought only in terms of Munich, Munich having been the searing political event of his generation. Given the perspective this created, Truman was predisposed to see the North Koreans and Chinese as crossing a red line and to react aggressively. Kennedy, on the other hand, was less preoccupied by Munich. He had historians like Arthur Schlesinger advising him. Those advisors encouraged him to develop and consider a portfolio of analogies and test their aptness – in other words, their “fitness” to the circumstances. One should look not only at Munich, Schlesinger and others suggested, but also to Sarajevo. It is important to look at a variety of other precedents for current circumstances, to think which conforms best to the current situation, and to take that fit into account when you’re using history to frame a response.
I think there was a tendency, when things were falling down around our ears in 2008, to refer instinctively to the Great Depression. What Munich was for Truman, the Great Depression is for monetary economists. It’s at least possible that the tendency to compare the two events and to frame the response to the current crisis in terms of the need “to avoid another Great Depression” was conducive to overreaction. In fairness, economic historians did point to other analogies. There was the 1907 financial crisis. There was the 1873 crisis. It would have been better, in any case, to have developed a fuller and more rounded portfolio of precedents and analogies and to have used it to inform the policy response. Of course, that would have required policy makers to have some training in economic history.
Sniderman: This probably brings us back full circle. We started with the uses and misuses of economic history and we’ve been talking about economic history throughout the conversation. I think it might be helpful to hear your perspective on what economic history and economic historians are. Why not just an economist who works in history or a historian who works on topics of economics? What does the term “economic history” mean, and what does the professional discipline of economic historian connote to you?
Eichengreen: As the name suggests, one is neither fish nor fowl; neither economist nor historian. This makes the economic historian a trespasser in other people’s disciplines, to invoke the phrase coined by the late Albert Hirschman. Historians reason by induction while economists are deductive. Economists reason from theory while historians reason from a mass of facts. Economic historians do both. Economists are in the business of simplifying; their strategic instrument is the simplifying assumption. The role of the economic historian is to say “Not so fast, there’s context here. Your model leaves out important aspects of the problem, not only economic but social, political, and institutional aspects – creating the danger of providing a misleading guide to policy.”
Economists reason from theory while historians reason from a mass of facts. Economic historians do both.
Sniderman: Do you think that, in training PhD economists, there’s a missed opportunity to stress the value and usefulness of economic history? Over the years, economics has become increasingly quantitative and math-focused. From the nature of the discussion we’ve had, it is clear that you don’t approach economic history as sort of a side interest of “Let’s study the history of things,” but rather a disciplined way of integrating economic theory into the context of historical episodes. Is that way of thinking about economic history appreciated as much as it could be?
Eichengreen: I should emphasize that the opportunity is not entirely missed. Some top PhD programs require an economic history course of their PhD students, the University of California, Berkeley, being one.
The best way of demonstrating the value of economic history to an economist, I would argue, is by doing economic history. So when we teach economic history to PhD students in economics in Berkeley, we don’t spend much time talking about the value of history. Instead, we teach articles and address problems, and leave it to the students, as it were, to figure how this style of work might be applied to this own research. For every self-identifying economic historian we produce, we have several PhD students with have a historical chapter, or a historical essay, or an historical aspect to their dissertations. That’s a measure of success.
Sniderman: Well, thank you very much. I’ve enjoyed it.
Eichengreen: Thank you. So have I.

16 maio 2012

Estoques e manipulação

Uma análise interessante foi realizada pelo blog White Collar Fraud sobre a empresa Green Mountain Coffee. Há algum tempo o blog acompanha a evolução do estoque de café da empresa.

Basicamente a análise do blog mostra que a receita realizada da empresa é quase sempre maior que a receita prevista, o que deveria levar a uma redução nos estoques existentes. No ultimo resultado ocorreu uma receita menor que prevista, mas o volume de estoque aumentou mais do que seria o esperado.

O comportamento do estoque pode ter duas explicações. A primeira é que a empresa não está gerindo bem este ativo. O aumento no estoque (e do prazo de estocagem) seria em decorrência de erros de compra dos fornecedores. Uma explicação alternativa é o uso do estoque para melhorar os resultados da empresa. A conferir.

10 fevereiro 2012

Caixa e Dividendos

O aumento no volume de caixa e equivalentes existentes nas grandes empresas mundiais já foi bastante discutido na área financeira. Um aspecto interessante é que ao mesmo tempo as empresas estão deixando de pagar dividendos.

A proporção dos lucros canalizada para o pagamento de dividendos nas companhias do índice S&P 500 está no nível mais baixo desde 1900. (...) [Caixa bate recorde, mas dividendos mínguam, Valor Econômico, 31 jan 2012, John Authers | Financial Times]

Numa crise, as pessoas querem dinheiro e recompensam as empresas que pagam dividendos:

A pressão dos investidores está afetando o desempenho do mercado. No ano passado, o índice S&P 500 ficou inalterado, mas os 10% das ações com maior rendimento na forma de dividendos desfrutaram um ganho médio de 18%, de acordo com Savita Subramanian, do BofA Merrill Lynch. Tendências demográficas condicionaram isso. Subramanian qualifica o cenário de desequilíbrio secular entre demanda e oferta. No lado da demanda, a população ocidental está envelhecendo rapidamente e necessita renda após aposentar-se. Gestores de fundos estão empenhados no marketing de fundos de dividendos. "A renda proveniente de ações é a única classe de ativos de fundo mútuo que ficou de pé no Reino Unido", diz Neil Dwane, da Allianz Global Investors, que lançou um novo fundo de dividendos em 2009.(...)


Ao contrário dos lucros, sujeitos a possíveis truques contábeis, um cheque de pagamento de dividendos é algo concreto. E os investidores já não confiam em que os gestores invistam o dinheiro excedente com sabedoria, preferindo impor a "disciplina dos dividendos".

Mas hoje o dinheiro do caixa está sendo gerado mundialmente. E a distribuição é em geral paroquial. Para trazer este dinheiro de volta para casa, muitas empresas pagam elevados impostos. Preferem não pagar dividendos e ter que dividir a conta com o governo.

Com respeito a este assunto, uma pesquisa recente publicada com as empresas do Brasil (RETENÇÃO DE CAIXA, DESEMPENHO OPERACIONAL E VALOR: UM ESTUDO NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, RCO, v. 5, n. 13, 2001, Cristiano Augusto Forti, Fernanda Maciel Peixoto, Kellen Silva Freitas) mostra que aumentar caixa aumenta o valor. Vale a pena dar uma lida no artigo, que está muito interessante.

16 janeiro 2012

Liquidez e Controle em Empresas de Capital Fechado

Apesar de a maioria das empresas serem de capital fechado, boa parte da literatura da área de avaliação dedica seu foco para as empresas com ações negociadas na bolsa de valores.

Avaliar uma empresa de capital fechado possui dois aspectos relevantes: (i) a questão do controle e (ii) da liquidez.

O primeiro aspecto refere-se ao fato de que algumas empresas negociam parte do seu capital, mas não o controle. Este fica nas mãos do acionista principal, que pode tomar decisões que reduzem o fluxo de caixa dos minoritários. Assim, ao comprar ações minoritárias é necessário acrescentar um prêmio pelo controle no custo do capital. E isto reduz o valor das ações.

A liquidez corresponde à dificuldade de encontrar um comprador para as ações das empresas de capital fechado. As pesquisas realizadas no exterior mostram que o desconto por liquidez varia entre 7% até 40%. O intervalo elevado para este percentual mostra a dificuldade de encontrar um consenso para o tema.

O livro Principles of Private Firm Valuation, de Stanley Feldman (Wiley, 2005) possui dois capítulos sobre o assunto. Para o segundo tópico, Feldman considera que os problemas de liquidez são resultados da information signaling. Sem isto, o efeito puro da liquidez para as ações minoritárias seria de 17%.

Quanto ao controle, Feldman sugere usar o modelo de opção para determinar a volatilidade do fluxo de caixa. Entretanto, considero que a proposta do autor é limitada a somente alguns casos e não resolve a questão do cálculo do custo do controle. No Brasil, onde temos este aspecto inclusive para as ações negociadas na bolsa, onde você compra o direito de ser acionista minoritário numa empresa com um forte acionista controlador, aprendemos a ignorar esta questão. Não seria o momento de refletir sobre o assunto?

28 dezembro 2011

Caixa

A empresas não financeiras possuem mais de 2,1 trilhões em caixa e outros ativos líquidos no final de setembro, de acordo com o último relatório do Federal Reserve. Isto representa 7,2% de todos os ativos das empresas.


Fonte: WSJ

07 outubro 2011

Teste 526


O teste de hoje corresponde a três questões que preparei para um prova, mas acabei não usando. Vamos lá:

A figura a seguir apresenta a relação entre a margem bruta e a margem líquida de dezoito empresas de varejo com ações negociadas na bolsa de valores em 31 de dezembro de 2010.





Com base na figura é possível afirmar que:

a) O lucro bruto é menor que o lucro operacional
b) O valor maior da margem bruta pode ser explicado pelo desempenho da receita
c) Quanto maior a margem líquida maior a margem bruta
d) Quanto menor a margem líquida maior a margem bruta
e) Uma redução na margem bruta deve aumentar a margem líquida

A figura a seguir apresenta a relação entre o endividamento e a liquidez corrente de dezoito empresas de varejo com ações negociadas na bolsa de valores em 31 de dezembro de 2010.





Com base na figura é possível afirmar que:

a) Empresas com alto volume de capital de terceiros tendem a ter liquidez reduzida
b) Empresas com maior ativo possuem maior liquidez corrente
c) O passivo de curto prazo ajuda a explicar a relação inversamente proporcional entre os dois índices
d) O passivo de longo prazo ajuda a explicar a relação inversamente proporcional entre os dois índices
e) Quanto maior o endividamento, maior a liquidez corrente

A figura a seguir apresenta a relação entre a relação entre fornecedores/ativo e estoques/ativo de dezoito empresas de varejo com ações negociadas na bolsa de valores em 31 de dezembro de 2010.






Com base na figura é possível afirmar que:
a) A grande maioria das empresas apresentava valores de estoques abaixo de 10% do seu ativo
b) Em empresas de comércio o volume de recursos em estoques é reduzido
c) Esta relação é inesperada já que a dívida com fornecedores é decorrente das vendas a prazo
d) Existe uma relação direta entre a conta do passivo e a conta do ativo
e) Quanto maior o volume de recursos em estoques, menor as dívidas com fornecedores

Resposta do Anterior: A resposta do anterior está nesta postagem, na ordem das perguntas, em negrito. 

09 agosto 2011

A importância da liquidez para o preço


A formação do preço depende de vários fatores. Em termos de um ativo, um dos fatores que alguns não levam em consideração é a liquidez do item que está sendo negociado. Itens de maior liquidez possuem um preço que se aproxima do valor justo.

Numa entrevista  com um caçador de ladrão de obras de arte, Robert Wittman, é possível perceber a importância deste fator:

São ladrões atraídos por grandes nomes, que pensam conseguir 10% do valor da obra pedindo resgate - e muitas vezes conseguem, até da própria polícia, interessada em resolver o caso. Nos anos 1980, um traficante de drogas vendeu um Rembrandt de US$ 1 milhão para um agente do FBI disfarçado por 2% desse valor. Para o ladrão, receber US$ 20 mil por um quadro que ninguém mais compraria até que é um bom negócio. Sempre digo que o mais difícil não é roubar, mas vender uma obra de arte roubada. 

Ele cita um caso pessoal:

O fato é que muitas vezes temos de negociar com os ladrões para ter uma tela de volta, pois eles ameaçam até destruir as obras. Eu mesmo já coloquei US$ 245 mil diante de um ladrão iraquiano para ter de volta um pequeno autorretrato de Rembrandt (pintado em 1630, pertencente ao Museu Nacional Sueco e avaliado em US$ 55 milhões)

Nos dois exemplos, o valor de troca do quadro ficou muito abaixo do seu valor. O que contribuiu com isto foi a falta de liquidez do ativo.

18 julho 2010

Modelos de determinação da quantidade de caixa

A literatura apresenta três modelos para determinar a quantidade de caixa que uma empresa deve manter:

1) Caixa Minimo Operacional

Caixa Mínimo Operacional=360/(Ciclo de Caixa)

Vantagens: Modelo simples; Chama a atenção para o fato de que o valor do caixa depende do ciclo operacional.

Desvantagens: Pode resultar num número negativo; Não considera outras variáveis relevantes

Recomendação: Usar como um parâmetro inicial somente

2) Modelo de Baumol

Parte do suposto que a empresa possui recebimentos periódicos e desembolsos constantes e diários. Existem dois ativos, caixa e aplicação financeira (A), onde é possível alocar os recursos num ou em outro. Existe um custo para fazer a transação de aplicação e resgate (denominado b) e a aplicação possui uma rentabilidade igual a i.

A gerência poderá escolher a melhor estratégia em termos de rentabilidade, onde:

Max (A i – N b)

Sendo conhecidos i e b, determina-se o número de transações, N. Sabendo o valor do recebimento periódico, R, o valor da aplicação será facilmente determinado. Para conhecer o número de resgates da aplicação financeira, N, é necessário calcular:

N = Raiz [(0,5 R i /b)]

O valor de cada resgate é dado por

Resgate = R/N

Como os desembolsos diários são constantes e conhecidos, o saldo médio de caixa é dado por

Saldo Médio de Caixa = raiz [(R b/ 0,5i)]

Vantagens: Leva em consideração o custo da aplicação (e o custo de oportunidade de deixar dinheiro parado no caixa); Considera a existência de aplicação financeira

Desvantagens: As suposições de recebimentos periódicos e pagamentos diários constantes é muito restritiva; Em situações onde o custo de transação é reduzido, a estratégia ótima para o período mensal é dada por N=30.

Recomendação: É um modelo interessante que pode ser útil para explicar certas situações práticas. Entretanto, provavelmente possui pouca validade

3) Modelo Miller e Orr

Parte da suposição da existência de dois ativos, caixa e aplicação financeira, do modelo anterior, onde existe um custo de transação, b, e uma rentabilidade na aplicação, i. Mas o fluxo de caixa é incerto. O modelo estabelece três pontos para o gerenciamento do caixa: o caixa mínimo, o ponto de retorno e o ponto máximo.

O caixa mínimo, m, é determinado pela administração da empresa, baseado na aversão ou propensão ao risco. Em situação de propensão ao risco,

m = 0

O ponto de retorno é o valor após cada resgate ou após cada aplicação:
z* = m + RAIZ CÚBICA[(0,75 b VARIANCIA)/i]

sendo VARIANCIA = variância do fluxo de caixa. Esta variância é calculada a partir da série histórica da empresa.

Finalmente, o ponto de máximo, h*, é dado por:

h* = m + 3z*

Vantagens: Leva em consideração a dispersão do fluxo de caixa; Possui uma regra clara de valor máximo no caixa e valor mínimo;

Desvantagens: Dificuldade de determinar o valor mínimo; Deixa de levar em consideração fatores como sazonalidade; Não considera o fluxo de caixa projetado futuro no resgate e na aplicação

Recomendação: O modelo é muito interessante para ser utilizado em consultoria, pelo suporte acadêmico e por apresentar solução fácil de ser seguida pelo empresário: “quanto o caixa tiver neste nível, resgate/aplique”.

16 julho 2010

Caixa, muito caixa 3

Segundo Bates, Kahle e Stulz (Journal of Finance, Out 2009):

a) Transação – modelos de Baumol (1952) e Miller e Orr (1966) derivam a demanda ótima de caixa na situação onde existe um custo nas operações de investimento e resgate. Uma suposição é que existe uma relação entre tamanho da empresa e quantidade de caixa, ou seja, economia de escala com caixa.

b) Precaução – o caixa é relevante contra choques adversos, onde o acesso ao mercado de capitais torna-se muito caro. Em geral, empresas com maior variância de fluxo de caixa e menor acesso ao mercado de capitais possuem mais caixa. Além disto, empresas com mais oportunidades de investimento possuem mais caixa, pois é mais caro, em situações de crise, obter caixa para estas alternativas (oportunidades de investimento). Em resumo, quanto maior o risco, maior o volume de caixa

c) Motivo de Impostos – possibilidade de pagamento de impostos futuros aumenta caixa.

d) Motivo de Agência – Trabalho clássico de Jensen, de 1986, mostrou que administradores retem caixa mais do que o necessário.

13 julho 2010

Teste #310

Os especialistas notam que o volume de dinheiro existente nas grandes empresas está aumentando ao longo do tempo. As vinte maiores empresas dos EUA, não financeiras, em termos de volume de caixa e equivalente possuíam:

US$147 bilhões
US$624 bilhões
US$824 bilhões

Resposta do Anterior: Scorsese. Fonte: Reuters, Scorsese é processado por consultor financeiro de celebridades

25 agosto 2009

Universidades e Experiências Financeiras

Nos EUA, universidade deixa as experiências financeiras
Por Craig Karmin, The Wall Street Journal

(...) Durante décadas, a maioria das fundações universitárias preferia ações e títulos de renda fixa. David Swensen, que Yale contratou em 1985 como diretor de investimentos, argumentou que as fundações - investidores de longo prazo não preocupados com retiradas ou com as flutuações do mercado a curto prazo - eram candidatas ideais para investimentos como imóveis, aquisições alavancadas e créditos de recebimento duvidoso. O desempenho de Yale superou o dos mercados em geral por uma ampla margem.

Mas a queda das bolsas desde outubro de 2007 revelou o que alguns consideram como falhas no modelo. "O modelo de financiamento continha um colossal erro de raciocínio, o de que os investidores de longo prazo não precisam de liquidez a curto prazo", diz Robert Jaeger, da BNY Mellon Asset Management, divisão do Bank of New York Mellon Corp. que dá consultoria a fundações sobre estruturação de carteiras.
Algumas fundações insistem que, apesar de grandes perdas, não vão mudar de orientação. "Isso exigiria abandonar os investimentos orientados para o mercado acionário que vêm servindo bem às instituições com horizontes de longo prazo", disse Swensen, de Yale, em uma entrevista ao Wall Street Journal este ano.

Em 2005, a Universidade de Chicago contratou Stein, que trabalhava na fundação de Princeton, onde tinha sido protegido de Swensen. Em junho de 2008, a fundação da universidade tinha 77% de seus recursos em "investimentos semelhantes a ações", ou seja, ações de empresas americanas e estrangeiras, fundos de hedge e private equity, segundo o relatório anual de 2008.

Naquele setembro, por volta da época em que o banco Lehman Brothers quebrou e os mercados de crédito se retraíram, membros do comitê de investimentos decidiram examinar objetivamente sua carteira de aplicações.

"Nós havíamos subestimado o valor da liquidez, e superestimado nosso grau de diversificação", disse Andrew Alper, presidente do conselho diretor da universidade e membro do comitê. Segundo Alper, o comitê esperava mudar a exposição da carteira ao risco e à volatilidade de longo prazo, e teria preferido aplicar em firmas de private equity. Mas como o mercado desses ativos ilíquidos estava basicamente congelado e os resgates dos fundos hedge eram muito lentos, eles começaram a falar em vender ações.

Valor Economico - 21/8/2009