Já comentamos antes sobre um objeto usado pelos povos andinos chamado Khipu (ou Quipu) para guardar e comunicar informações. Os khipus eram feitos de cordas ou fios, amarrados, usados para representar números. Uma conexão entre dois khipus históricos trouxe mais informação sobre o mesmo:
(...) Parece que os fabricantes de khipus (“khipukamayuqs”) tomavam decisões deliberadas na construção dessas ferramentas de registro, considerando fatores como cores, direção da torção das fibras, espaçamento e tipo de nós, além da estrutura e posição dos mesmos.
Cronistas espanhóis descreveram várias aplicações numéricas dos khipus, como registros de inventários, censos populacionais e tributos.
Por mais de um século, pesquisadores estudam os khipus buscando padrões. Nas últimas décadas, seus dados foram digitalizados e estão disponíveis em plataformas como o Open Khipu Repository e o Khipu Field Guide.
Em minha pesquisa, analisei dados de dois khipus encontrados no norte do Chile, registrados pela etnomatemática Marcia Ascher e pelo antropólogo Robert Ascher na década de 1970. Um deles é o maior já encontrado, com mais de cinco metros de comprimento e 1.800 cordas. O outro, mais complexo, possui quase 600 cordas organizadas em arranjos intricados. (...)
Ao analisar os dados, percebi que o khipu menor é um resumo e uma redistribuição das informações do maior. Ambos registram os mesmos dados, mas de formas diferentes. (...)
Ainda não sabemos o que os números nesses khipus representam. Talvez o maior registrasse a coleta de alimentos de uma comunidade, enquanto o menor documentasse a distribuição desses alimentos. Ambos os registros seriam importantes para os usuários. (...)